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Prevalência das deficiências físicas em pessoas acometidas por hanseníase

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Academic year: 2023

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(1)

Aparecida Priscila Paula da Silva

PREVALÊNCIA DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS EM PESSOAS ACOMETIDAS POR HANSENÍASE

São José do Rio Preto

2021

(2)

PREVALÊNCIA DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS EM PESSOAS ACOMETIDAS POR HANSENÍASE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós - Graduação Stricto Sensu em Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, para obtenção do Título de Mestre.

Área de Concentração: Processo de Trabalho em Saúde.

Linha de Pesquisa: Gestão em Saúde.

Grupo de Pesquisa: Projeto geral Dor e Mobilidade.

Financiamento: Pesquisa realizada com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

Orientadora: Profª. Drª. Vânia Del'Arco Paschoal Coorientadora: Profª. Drª. Susilene Maria Tonelli Nardi

São José do Rio Preto

2021

(3)

Ficha Catalográfica

Da Silva, Aparecida Priscila Paula.

Prevalência das deficiências físicas em pessoas acometidas por hanseníase/ Aparecida Priscila Paula da Silva.

São José do Rio Preto; 2021.

59 p.

Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

Área de Concentração: Processo de Trabalho em Saúde.

Linha de Pesquisa: Gestão em Saúde.

Grupo de Pesquisa: Projeto geral Dor e Mobilidade.

Orientadora: Profª. Drª. Vânia Del’Arco Paschoal.

Coorientadora: Profª. Drª. Susilene Maria Tonelli Nardi.

1. Prevalência; 2. Deficiências Físicas; 3. Hanseníase; 4. Avaliação da Deficiência; 5. Pessoa com Deficiência Física.

(4)

_____________________________________________________

Profª. Drª. Vânia Del’ Arco Paschoal

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP

___________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Tulio Raposo Unversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

___________________________________________________

Profª. Drª. Leila Aparecida Kauchakje Pedrosa Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Suplentes:

___________________________________________________

Prof. Dr. Álvaro da Silva Santos Universidade Federal do Triângulo Mineiro

___________________________________________________

Profª. Drª. Valeria Mastrange Pugin

União das Faculdades dos Grandes Lagos – UNILAGO

______________________________________________

Profª. Drª. Rosa Maria Cordeiro Soubhia

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP

São José do Rio Preto, _____/_____/_______.

(5)

Dedico este estudo:

Primeiramente a Deus que me deu a vida, e aos meus pais Manoel Vitório da Silva e Ana Dalva Paula da Silva, pois nunca mediram esforços para me darem as melhores oportunidades, que abdicaram até mesmo dos próprios sonhos para que eu realizasse os meus,

criaram-me com amor, zelo e dedicação para que eu pudesse me tornar a pessoa que hoje sou.

Amo vocês, obrigada por tudo.

(6)

Primeiramente ao meu Senhor Jesus, pela força, proteção e coragem; por ter concedido saúde e perseverança por toda essa trajetória, por estar presente em todos os momentos e por sempre me dar a oportunidade de conhecer pessoas especiais.

À Profª. Drª. Vânia Del' Arco e à Profª. Drª. Susilene M. T. Nardi, por não somente me ensinarem a linda ciência da pesquisa; mais do que isso, me entusiasmaram com cada etapa vencida, conhecimento adquirido, mantendo a calma de sábias pesquisadoras. Gratidão pela confiança, amizade e doçura de vocês, minhas eternas Mestres!

À Profª. Me. Silvia M. C. Narciso por ter me encorajado a alcançar meus objetivos, incentivando-me para que eu desse os primeiros passos e também me orientando durante todo o caminho, para que esse sonho se realizasse.

À Profª. Me. Hilda Felício que foi uma grande parceira desde antes do egresso no mestrado e durante esta trajetória, sendo sempre solicita e atenciosa com minhas dúvidas e preocupações.

Ao meu pai, Manoel Vitório da Silva, que é meu exemplo de perseverança e paciência; e a minha mãe, Ana Dalva Paula da Silva, pelo carinho, paciência, cuidado e orações.

Aos meus irmãos Camila e Robert e meu sobrinho Lucas, agradeço pela força e confiança, que sempre depositaram em mim.

Aos meus amigos, Andréa Marassa, Fabrício Andrade, Cristiane Aguiar e Izabela Sertori, que através de gestos, orações, um olhar ou mesmo palavras, me incentivaram.

À Banca Examinadora, pela disposição de ler, comentar e apontar as oportunidades de melhoria.

(7)

“Só o conhecimento destrói o medo e afasta o pânico. O conhecimento é o único material necessário para construir teu barco. Depois basta a coragem para levantar âncoras, a força moral para continuar remando, e a inteligência para determinar qual o melhor curso a seguir na tua missão de desbravar os mares do mundo”.

Fernando Conrado

(8)

Lista de Figuras ... i

Lista de Tabelas ... ii

Lista de Abreviaturas ... iii

Resumo ... iv

Abstract ... v

Resumen ... vi

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. OBJETIVOS ... 5

2.1 Objetivo geral ... 5

2.2 Objetivos específicos ... 5

3. MÉTODOS ... 6

3.1 Abordagem ética ... 6

3.2 Tipo e local do estudo ... 6

3.3 Procedimentos de coleta de dados ... 9

3.4 Definição dos termos ... 10

3.5 Instrumentos de coleta de dados ... 11

3.6 Critérios de inclusão e exclusão ... 11

3.7 Análise de dados ... 11

4. RESULTADOS ... 12

5. DISCUSSÃO ... 23

6. CONCLUSÃO ... 29

7. FINANCIAMENTO ... 31

REFERÊNCIAS ... 32

APÊNDICE I – Lista dos municípios entrevistados ... 37

ANEXO I – Formulário para avaliação neurológica simplificada e classificação do grau de incapacidade física ... 38

ANEXO II – Formulário do censo 2012 ... 40

ANEXO III – Formulário do censo 2015 ... 42

(9)

Lista de Figuras

Figura 1. Mapa dos Departamentos Regionais de Saúde XV – São José do Rio Preto e Colegiados de Gestão Regional (CIR). ...7

Figura 2. Municípios adscritos ao Grupo de Vigilância Epidemiológica XXIX, classificado segundo os Colegiados Intergestores Regional (CIR), 2019. ...8 Figura 3. Prevalência das deficiências físicas causadas pela Hanseníase do Censo de

incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. ...13 Figura 4. Representação da prevalência dos segmentos mais acometidos em pessoas

acometidas por Hanseníase de acordo com Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. ...14 Figura 5. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes em olhos de doentes de Hanseníase do Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. ...16 Figura 6. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes no nariz de doentes de Hanseníase do Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. ...17

Figura 7. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes em mãos de doentes de Hanseníase do Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. ...18 Figura 8. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes em pés de doentes de

Hanseníase do Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. ...19 Figura 9. Quantidade de casos de pessoas com deficiências pela Hanseníase e de profissionais capacitados para preenchimento do Censo de incapacidades 2012 e 2015, em cada um dos municípios pertencentes ao GVE XXIX – São José do Rio Preto-

SP. ...2 0

(10)
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Lista de Tabelas

Tabela 1. Distribuição das deficiências físicas em pessoas acometidas por Hanseníase encontrados no Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. ...15 Tabela 2. Distribuição e evolução de casos avaliados, com deficiências, segundo os habitantes, nas cortes de 2012 e 2015 nas Regiões do GVE-XXIX – São José do

Rio Preto –

SP. ...22

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Lista de Abreviaturas

CIESP - Censo de Incapacidades do Estado de São Paulo

CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde CIR – Comissão de Intergestores Regional

DRS - Departamento Regional de Saúde de São José do Rio Preto FAMERP - Faculdade Medicina de São José do Rio Preto

GD0 – Grau10 (zero) de Deficiência GD1 – Grau 1 (um) de Deficiência GD2 - Grau 2 (dois) de Deficiência

GVE - Grupo de Vigilância Epidemiológica de São José do Rio Preto MB - Multibacilar

MS - Ministério da Saúde

OMS - Organização Mundial da Saúde PB - Paucibacilar

PQT - Poliquimioterapia

(13)

Resumo DA SILVA, APP. Prevalência das deficiências físicas em pessoas acometidas por Hanseníase.

59 f. Dissertação (Mestrado) – Pós Graduação Stricto Sensu em Enfermagem. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, 2021.

Objetivos: Verificar a prevalência e descrever as deficiências físicas causadas pela Hanseníase nos olhos, nariz, mãos e pés por meio do Censo de Incapacidades do estado de São Paulo. Método: Os dados documentais foram extraídos das fichas do Censo de Incapacidades do Estado de São Paulo, aplicadas por profissionais capacitados e pertencentes aos 67 municípios do Grupo de Vigilância Epidemiológica de São José do Rio Preto, SP, nos anos 2012 e 2015. Foram elegíveis para o Censo pacientes em tratamento e aqueles com alta quimioterápica. Os formulários foram auditados e, após analisados pelo EPI INFO 7.2.

Resultados: Das 724 fichas avaliadas, 456 (63%) apresentaram uma a quatro deficiências físicas já instaladas) nos segmentos olhos, nariz, mãos e pés. O sexo masculino prevaleceu (61,2%), a idade média foi de 50,97 (DP15,63) e forma clínica, a multibacilar (64,2%). Os segmentos mais acometidos foram pés 265(36,6%) e mãos 163 (22,5%), seguidos de olhos 110 (15,2%) e nariz 45 (6,2%). Os tipos de deficiências mais comuns nos pés, foram anestesia plantar 196 (27,1%) e dorsal 150 (20,7%); nas mãos, anestesia palmar 84 (11,6%) e neurite ativa do nervo ulnar 80 (11%); nos olhos, alteração da sensibilidade em 65 (9%) e a opacidade da córnea 39 (5,4%); no nariz, crostas 42 (5,8%) e obstrução nasal 27 (3,7%). A ocorrência de deficiências foi encontrada em 51(76,1%) municípios, teve a média de quatro casos por município sendo a partir de um a sete casos encontrados. Em 53 (79,1%) dos municípios havia profissionais capacitados para avaliação de deficiências físicas. Casos de deficiências físicas variaram entre 31,6% e 78,3% (média de 60,7%; mediana de 61,3%) dos casos examinados; o comprometimento neural já instalado nos dois anos estudados. Conclusão: O impacto que este trabalho gerou foi de que, apesar de ser uma região de baixa endemicidade com bases nos indicadores de prevalência e incidência, seis em cada dez indivíduos apresentam deficiências físicas em diferentes segmentos do corpo com diversidade de acometimentos. Assim, constatou-se que ainda existe um sério problema a ser abordado pelos gestores, profissionais de saúde e população.

Descritores: Prevalência, deficiências, hanseníase, avaliação da deficiência, pessoa com deficiência.

(14)

Abstract DA SILVA, APP. Prevalence of physical disabilities in people affected by Leprosy. 59 f.

Dissertação (Mestrado) – Stricto Sensu Graduate Studies in Nursing. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, 2021.

Objectives: To verify the prevalence and describe the physical disabilities caused by Leprosy in the eyes, nose, hands and feet through the Census of Disability in the state of São Paulo.

Method: Documentary data were collected from the forms of the Census of Disability of the State of São Paulo, applied by trained professionals belonging to the 67 municipalities of the Epidemiological Surveillance Group of São José do Rio Preto, SP, in the years 2012 and 2015. They were eligible for the Census patients under treatment and those with high chemotherapy. The forms were audited and then analyzed by EPI INFO 7.2. Results: Of the 724 records evaluated, 456 (63%) presented one to four physical disabilities already installed) in the eyes, nose, hands and feet segments. The male gender prevailed (61.2%), the mean age was 50.97 (SD15.63), and the clinical form was multibacillary (64.2%). The most affected segments were feet 265 (36.6%) and hands 163 (22.5%), followed by eyes 110 (15.2%) and nose 45 (6.2%). The most common types of disabilities in the feet were plantar anesthesia 196 (27.1%) and dorsal 150 (20.7%); in the hands, palmar anesthesia 84 (11.6%) and active ulnar nerve neuritis 80 (11%); in the eyes, altered sensitivity in 65 (9%) and corneal opacity in 39 (5.4%); on the nose, crusts 42 (5.8%) and nasal obstruction 27 (3.7%). The occurrence of disabilities was found in 51 (76.1%) municipalities, with an average of four cases per municipality, from one to seven cases found. In 53 (79.1%) of the municipalities, there were professionals trained to assess physical disabilities. Cases of physical disabilities ranged between 31.6% and 78.3% (mean 60.7%; median 61.3%) of the cases examined, with neural impairment already installed, in the two years studied. Conclusion: The impact that this work has generated despite being a region of low endemicity based on indicators of prevalence and incidence; six out of ten individuals have physical disabilities in different body segments with a variety of impairments and that there is still a serious problem to be faced by managers, health professionals and the population.

Descriptors: Prevalence, disabilities, leprosy, disability assessment, people with disabilities.

(15)

Resumen DA SILVA, APP. Prevalencia de discapacidades físicas en personas afectadas por Lepra. 59 f.

Dissertação (Mestrado) – Stricto Sensu Estudios de Posgrado em Enfermería. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, 2021.

Objetivos: Verificar la prevalencia y describir las discapacidades físicas causadas por la Lepra en ojos, nariz, manos y pies a través del Censo de Discapacidad del Estado de São Paulo. Método: Se extrajeron datos documentales de los formularios del Censo de Discapacidad del Estado de São Paulo, aplicados por profesionales capacitados pertenecientes a los 67 municipios del Grupo de Vigilancia Epidemiológica de São José do Rio Preto, SP, en los años 2012 y 2015. Fueron elegibles para los pacientes del Censo en tratamiento y aquellos con alta quimioterapia. Los formularios fueron auditados y, luego de ser analizados por EPI INFO 7.2. Resultados: De las 724 formas evaluadas, 456 (63%) tenían de una a cuatro discapacidades físicas ya instaladas) en los segmentos de ojos, nariz, manos y pies.

Predominó el sexo masculino (61,2%), la edad media fue 50,97 (DE 15,63) y la forma clínica fue multibacilar (64,2%). Los segmentos más afectados fueron los pies 265 (36,6%) y las manos 163 (22,5%), seguidos de los ojos 110 (15,2%) y la nariz 45 (6,2%). Los tipos más comunes de deficiencias en los pies fueron anestesia plantar 196 (27,1%) y dorsal 150 (20,7%); en las manos, anestesia palmar 84 (11,6%) y neuritis activa del nervio cubital 80 (11%); en los ojos, sensibilidad alterada en 65 (9%) y opacidad corneal en 39 (5,4%); en la nariz, costras 42 (5,8%) y obstrucción nasal 27 (3,7%). La ocurrencia de deficiencias se encontró en 51 (76,1%) municipios, con un promedio de cuatro casos por municipio, de uno a siete casos encontrados. En 53 (79,1%) de los municipios había profesionales capacitados para evaluar las discapacidades físicas. Los casos de discapacidad física oscilaron entre el 31,6% y el 78,3% (media 60,7%; mediana 61,3%) de los casos examinados; el compromiso neuronal ya instalado en los dos años estudiados. Conclusión: El impacto que generó este trabajo fue que, a pesar de ser una región de baja endemicidad con base en indicadores de prevalencia e incidencia, seis de cada diez individuos tienen discapacidades físicas en diferentes segmentos del cuerpo con una variedad de deficiencias. Así, se constató que aún existe un grave problema que deben abordar los gestores, los profesionales de la salud y la población.

Descriptores: Prevalencia, discapacidad, lepra, evaluación de la discapacidad, personas con discapacidad.

(16)

1 Introdução

1. INTRODUÇÃO

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica e de alto poder incapacitante causada pelo Mycobacterium leprae, que acomete principalmente os anexos da pele, troncos nervosos e periféricos.1

As manifestações clínicas da hanseníase são definidas pela capacidade imunológica do organismo infectado e pelo grau de exposição ao bacilo, resultando em amplo espectro clínico.2

O diagnóstico de hanseníase pode ser definido com a presença de lesões de pele com alteração de sensibilidade, e ou acometimento de nervo(s) com espessamento neural e ou baciloscopia positiva.3

O hospedeiro contaminado pelo M. leprae, pode desencadear duas formas da doença, classificadas como paucibacilar (PB) ou multibacilar (MB). A forma clínica PB é considerada não contagiosa e composta pelos tipos Indeterminada e Tuberculóide; e a forma clínica MB é contagiosa e composta pelos tipos Dimorfa e Virchoviana. Segundo as diretrizes da OMS, os casos que apresentam uma a cinco lesões de pele e não demonstram bacilos em esfregaço dérmico são classificados como PB. Os casos que apresentam um número maior que cinco lesões de pele, ou com acometimento de nervo, ou com demonstração de bacilos em esfregaço intradérmico, seja qual for o número de lesões na pele são classificados como MB.3,4

O tratamento é realizado com a poliquimioterapia (PQT) e é recomendada a combinação de até dois fármacos em seis doses para os PB e três medicamentos em 12 doses para os pacientes MB.5

A Hanseníase compromete os nervos periféricos e causa danos especificamente nos nervos dos olhos, mãos e pés, características marcantes desta doença.7

(17)

O mecanismo causador da deficiência na hanseníase ocorre por vias neurogênicas e inflamatórias, causando déficits de sensibilidade, motores e autonômicos. Os danos neurais são aspectos graves da hanseníase, pois têm um alto poder incapacitante.6

Além das lesões ocorridas no desenvolvimento da doença, existem os fenômenos reacionais, que podem ocorrer antes, durante ou após a doença; principalmente, nos casos multibacilares. A reação é resultado de uma inflamação aguda, devido à ação do sistema imunológico do hospedeiro no ataque ao bacilo, podendo levar a danos graves, ocasionados pelo edema e pressão no nervo.3

Os nervos periféricos devem ser avaliados no momento do diagnóstico, durante o tratamento e até cinco anos, após a alta medicamentosa através do “Formulário para Avaliação Neurológica Simplificada e Classificação do Grau de Incapacidade Física”

atualizado em 2021 e contempla o registro dos graus de incapacidade física em Grau 0 (zero), Grau 1 (um) e Grau 2 (dois)7 (ANEXO I).

Os danos causados nos nervos, somados à evolução lenta e progressiva da doença, associados ao diagnóstico tardio e a realização de um tratamento inadequado, levam ao desenvolvimento de deficiências físicas,1,8 e que na maioria das vezes são irreversíveis, sendo um grande fator de risco para o desenvolvimento de incapacidades, nos quais são mais abrangentes e preocupantes, pois podem limitar o trabalho, as atividades de vida diária e restringir a participação social.9 Ou seja, um grande problema para milhares de pessoas e um grande desafio para os serviços de saúde.10

A Organização Mundial de Saúde (OMS) segue com esforços para combater a hanseníase no mundo, com a estratégia de interromper a transmissão e zerar os casos autóctones. Foi preconizado como indicador a meta para eliminação da hanseníase 2021 a 2031, uma taxa de casos novos de grau 2 de deficiência (GD2) abaixo de 0,12/1.000.000.11

No mundo, foram registrados, até o final de 2020, o total de 127.396 casos novos.12

(18)

Anualmente três países com grandes populações, são considerados os mais endêmicos no mundo – Índia, Brasil e Indonésia – e apresentam detecção de mais de 10.000 casos novos de Hanseníase, em cada país, sendo o Brasil o segundo país que mais detecta casos novos no mundo. Em 2020, o Brasil notificou 17.979 casos novos de Hanseníase, e destes 1.504 (8,4%) casos novos já apresentavam deficiências físicas visíveis, ou seja, Grau 2.12

Uma observação sobre os dados do ano de 2020 com relação aos dados do ano de 2019, é que o Brasil (assim como o mundo todo) apresentou uma queda significativa no número de detecção de casos novos de 35,4% e com relação ao número de casos novos com deficiências visíveis (Grau 2) uma redução de 36%. Segundo a OMS, a queda brusca nos números, foi devido à pandemia do Covid-19, que gerou a redução na detecção e nos relatórios, mesmo assim, os números ainda continuam elevados, em relação ao que foi preconizado pela OMS.12,13

O estado de São Paulo registrou no estudo de análise epidemiológica de 2020, o total de 933 casos novos de Hanseníase com uma taxa de detecção geral de 0,81/100.000.12,14

A gestão da saúde no estado de São Paulo, Brasil, está dividida em 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS). A DRS – XV é a que corresponde ao Grupo de Vigilância Epidemiológica de São José do Rio Preto (GVE-XXIX). Comporta 67 municípios com população estimada de 1.372.086 de habitantes. O último estudo de análise epidemiológica da Hanseníase, em 2020, na região do GVE-XXIX, verificou 47 casos novos e coeficiente de prevalência de 0,66/10.000 habitantes .14

A prevenção das deficiências físicas ocasionadas pela Hanseníase é um desafio para os países endêmicos, principalmente, na questão da atenção à estas pessoas, após a finalização do PQT. A falta da prevenção e condução das deficiências físicas atuais e residuais fica à mercê da ausência de novas ferramentas de diagnóstico, escassez de investimentos em novos medicamentos, conhecimento restrito sobre medidas de estratégia para controlar a transmissão

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da doença e carência de novas tecnologias para o gerenciamento das complicações. O cenário é desfavorável para o controle da Hanseníase, que se depara diante ao descaso, sendo necessário e urgente condutas coordenadas de pesquisa.15

Em reflexão às estas dificuldades, este estudo foi elaborado para compreender a dimensão do problema referente às deficiências físicas advindas da hanseníase na região do Grupo de Vigilância Epidemiológica de São José do Rio Preto (GVE-XXIX), de São José do Rio Preto - SP.

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2 Objetivos 2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Verificar e descrever a prevalência das deficiências físicas causadas pela Hanseníase nos olhos, nariz, mãos e pés por meio do Censo de Incapacidades do estado de São Paulo.

2.2 Objetivos específicos

Analisar por meio de fichas, qual o perfil dos pacientes segundo o sexo, a idade, a forma clínica da doença e em qual nível do serviço de saúde foram atendidos.

Verificar os tipos de deficiências, a quantidade e as alterações dos segmentos (nariz, olhos, mãos e pés) nas pessoas acometidas por hanseníase.

Investigar, nos municípios estudados, o número de profissionais capacitados para a avaliação do Censo de Incapacidades e os casos com deficiências, por meio do geoprocessamento.

Observar qual a distribuição e evolução de casos avaliados e de pessoas com deficiências, na Comissão Intergestores Regional (CIR) da região de São José do Rio Preto, SP, segundo os anos estudados.

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3 Métodos

3. MÉTODOS

3.1 Abordagem ética

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FAMERP (CEP), CAAE:

11037419.5.0000.5415, protocolo nº 3.314.687 e por se tratar de pesquisa documental, o Termo de consentimento livre e esclarecido foi dispensado.

3.2 Tipo e local do estudo

Trata-se de estudo quantitativo, descritivo e transversal que analisou as deficiências físicas em pessoas que foram diagnosticadas com Hanseníase nos anos de 2010 a 2015, no estado de São Paulo, região do noroeste paulista. Foi realizada uma análise documental das fichas de dados do Censo de Incapacidades em Hanseníase dos anos de 2012 (Anexo I) e 2015 (Anexo II).

O estado de São Paulo é dividido em 17 departamentos regionais de saúde. A região analisada foi a correspondente ao Departamento Regional de Saúde XV – de São José do Rio Preto (DRS -XV). A DRS XV é uma regional composta por 1.629.470 habitantes, 102 municípios em sua área de abrangência16 (Figura 1).

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DRS XV SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. COLEGIADOS DE GESTÃO REGIONAL

Região Santa Fé do Sul (6 municípios) Região Jales (16 municípios) Região Fernandópolis (13 municípios) Região Votuporanga (17 municípios) Região Rio Preto (20 municípios) Região Bonifácio (11 municípios) Região Catanduva (19 municípios

Figura 1. Mapa dos Departamentos Regionais de Saúde XV – São José do Rio Preto e Colegiados de Gestão Regional (CIR).

Fonte: Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/3215928/>. Acesso em: 03 nov. 2020.

DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAÚDE – DRS XV

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O Grupo de Vigilância Epidemiologia de São José do Rio Preto XXIX (GVE-XXIX), pertence à DRS-XV; abrange 67 municípios sendo a ele pertencentes à Comissão Intergestores Regional (CIRs) compostos pela CIR de Votuporanga (17 municípios), a CIR de São José do Rio Preto (20 municípios), a CIR de José Bonifácio (11 municípios) e a CIR de Catanduva (19 municípios). (Figura 2) Destes municípios, 56 (83,6%) participaram deste estudo (Apêndice I).

Figura 2. Municípios adscritos ao Grupo de Vigilância Epidemiológica XXIX, classificados segundo a Comissão Intergestores Regional (CIR), 2019.

Fonte: GVE XXIX São José do Rio Preto-SP. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/3215928/>.

Acesso em: 03 nov. 2020.

O Censo de Incapacidades do estado de São Paulo (CIESP) foi criado em 1998, especificamente, para avaliar pessoas acometidas por Hanseníase, pelo Programa de Controle da Hanseníase do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo – (CVE- SP).17,18

(24)

O CIESP foi aplicado a cada dois ou três anos, dirigido a todos os casos de Hanseníase tratados ou em tratamento em seu território, com objetivo de investigar de forma mais detalhada as deficiências físicas ocasionadas pela hanseníase.

As fichas eram preenchidas e devolvidas ao responsável pelo programa da hanseníase no GVE-XXIX. As fichas preenchidas continham critérios para garantir a fidedignidade para estudo posterior; foram os seguintes:

 As avaliações do Censo foram realizadas por profissionais capacitados propriamente para o CIESP, nos municípios participantes. Após o preenchimento, as fichas eram encaminhadas dos municípios para GVE – XXIX (Figura 7).

 A equipe executora da pesquisa avaliava individualmente cada ficha empregada no CIESP. Nos casos em que foram detectados dados incompletos e inconsistências nas avaliações, as fichas foram descartadas ou foram justificadas por fatores diversos, como por exemplo: o paciente apresentava ferimento e não foi possível a avaliação completa; o paciente não permitiu a avaliação em um ou mais dos segmentos; o paciente não estava com tempo suficiente para permitir que a avaliação fosse concluída; o paciente foi avaliado parcialmente e não retornou para finalizar a avaliação; o profissional não se sentiu completamente capacitado para avaliar alguns itens do censo e por esta razão as informações ficaram em branco.

3.3 Procedimento de coleta de dados

Para este estudo, os dados documentais foram extraídos das fichas do CIESP aplicadas pelos profissionais pertencentes aos municípios do GVE-XXIX – São José do Rio Preto, SP, nos anos 2012 e 2015. Os casos elegíveis para o Censo de 2012 corresponderam àqueles em tratamento ou em condição de alta no período de 01/01/2009 à 30/09/2012, ao passo que, para

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o Censo de 2015, aqueles das mesmas condições anteriores, no período de 01/10/2012 a 30/09/2015.

3.4 Definição dos termos

Este estudo adotou como referência a conceituação de incapacidade e deficiência estabelecida pela Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde (CIF)19, em consonância com aquelas adotadas nos censos realizados entre os anos 2000 e 2015.

Vale ressaltar que o termo incapacidade vem sendo utilizado nos instrumentos de avaliação, da OMS e MS, para detecção de deficiências físicas em pacientes portadores de hanseníase, até os dias de hoje. Porém o termo incapacidade não é mais adequado para classificar estes instrumentos de avaliação física, pois além de incluir as deficiências físicas, também abrange as limitações de atividades e restrições na participação social destas pessoas.19

Já o termo deficiências se refere especificamente a problemas nas estruturas físicas do corpo como anomalias, defeitos ou nas funções como as perdas ou desvio significativo nas funções19, e esta definição está em conformidade exatamente com o que foi avaliado no CIESP.

O Censo de Incapacidades do Estado de São Paulo leva este nome desde sua criação em 1998, e permanece com o mesmo nome ao longo dos anos. Porém, o que foi avaliado no censo foram às deficiências físicas e não as incapacidades.

Para este trabalho utilizamos o termo deficiências físicas, mesmo que o instrumento leve o nome de Censo de incapacidades, pois a avaliação foi feita sobre as estruturas físicas

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dos pacientes com hanseníase. Tomamos com definição de deficiências para este estudo a inclusão todos os achados como, por exemplo: neurites ativas, crosta, obstrução.

Para a capacitação dos profissionais de saúde, que participaram do CIESP, foi enviado um convite para todos os profissionais responsáveis pelo atendimento da hanseníase, dos 67 municípios pertencentes à GVE- XXIX, onde deu-se a preferência aos funcionários efetivos dos cargos de enfermeiro, fisioterapeuta e terapeutas ocupacionais, pois eles seriam os responsáveis pela aplicação do CIESP.

3.5 Instrumentos de coleta de dados

O formulário do CIESP contempla a investigação de dados pessoais (nome, endereço, idade, gênero), operacionais (data de entrada para o tratamento/alta), clínicos (tipo da doença e tratamento), encaminhamentos e situação atual das avaliações dos olhos, nariz, mãos e pés (ANEXOS II e III).

3.6 Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídas todas as fichas preenchidas no CIESP dos anos de 2012 e 2015 e como critérios de exclusão, as fichas com alguma inconsistência observada, posteriormente, em especial, no momento da digitação ou mesmo após a auditoria.

3.7 Análise de dados

Os dados foram digitados em planilha Excel e após analisados no programa estatístico EPI INFO 7.2. Para o geoprocessamento foi utilizado o software livre Arc Gis com o Mapa da GVE- XXIX.

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4 Resultados

4. RESULTADOS

Dos 67 municípios da GVE-XXIX, 56 tinham casos de Hanseníase que contemplou a casuística proposta pelo CIESP 2012 e 2015. Foram incluídos na pesquisa 350 participantes avaliados, em 2012, e 374 participantes, em 2015. Foram estudadas 747 fichas preenchidas por profissionais capacitados pelos serviços de saúde e habilitados para executar as atividades do Censo. Ainda assim, após a auditoria dos dados, foram excluídas 23 fichas, finalizando com 724 fichas/indivíduos.

Do total, 724 (100%); 443 (61,2%) eram do sexo masculino e 281 (38,8%) feminino.

A idade dos casos avaliados variou de 10 a 90 anos, com média de 50,97 (DP 15,63).

Houve predomínio da forma virchoviana 258 (35,6%), seguido da forma dimorfa 207 (28,6%), tuberculóide 168 (23,2%) e indeterminada 88 (12,2%). Três (0,4%) fichas estavam sem informação quanto à forma clínica, mas foram mantidas, pois no momento, o médico estava finalizando o diagnóstico. Destes 724 casos, 465 (64,2%) foram tratados com PQT/MB e 256 (35,4%) com PQT/PB e em três (0,4%) não havia informações sobre o tipo de tratamento.

Do número total de casos; 388 (53,6%) dos casos que foram avaliados frequentavam e eram atendidos em serviços de atenção primária; 209 (28,9%) na atenção secundária; 107 (14,8%) na atenção terciária e em 20 (2,8%) fichas não constavam estas informações.

Dos 724 (100%) casos, 456 (63%) apresentaram deficiências físicas, a Figura 3 mostra esta representação.

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Figura 3. Prevalência das deficiências físicas causadas pela Hanseníase do Censo de incapacidades aplicado nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil.

Fonte: Os autores.

Dentre os casos que possuíam algum tipo de deficiência; 137 (18,9%) foram encaminhados pelo serviço que realizou a avaliação do Censo para serviços de referências para cuidados especiais.

O número total de casos com acometimentos foram 456 (63%), sendo os pés um dos segmentos mais acometidos com 265 (36,6%) casos, seguidos pelas mãos 163 (22,5 %), os olhos 110 (15,2%) e o nariz 45 (6,2%) - (Figura 4).

(29)

Figura 4. Representação da prevalência dos segmentos mais acometidos em indivíduos acometidos por Hanseníase de acordo com Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil.

Fonte: Os autores.

A diferença entre o número de deficiências detectadas e o de participantes é justificada devido ao fato de que uma mesma pessoa poderia apresentar problemas em múltiplos segmentos. Além disso, as alterações em olhos, mãos e pés foram contabilizadas como uma única alteração, não sendo feita a distinção de direito ou esquerdo. O maior número encontrado de lesão em associação foi o de lesão em mãos junto aos pés, conforme a Tabela 1.

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Tabela 1. Distribuição das deficiências físicas em pessoas acometidas por Hanseníase encontrada no Censo de incapacidades aplicado nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil.

Local(is) de acometimento da

deficiência (n=456) n %

Mãos e Pés 139 30,5

Olhos e pés 74 16,2

Olhos e mãos 54 11,8

Olhos, mãos e pés 48 10,5

Nariz e pés 22 4,8

Nariz e mãos 21 4,6

Nariz e Olhos 16 3,5

Nariz, olhos e pés 10 2,2

Nariz, olhos e mãos 8 1,8

Olhos, nariz, mãos e pés 8 1,8

Um segmento 56 12,3

Fonte: Os autores.

Os tipos de alterações mais frequentes em cada segmento foram: nos olhos a alteração da sensibilidade em 65 (9%) pessoas, seguida da opacidade da córnea 39 (5,4%); no nariz no qual houve predomínio da crosta 42 (5,8%) seguido da obstrução 27 (3,7%); nas mãos a anestesia palmar atingiu 84 (11,6%) casos e neurite ulnar ativa em 80 (11%) e, nos pés o alto predomínio foi da anestesia plantar 196 (27,1%) e anestesia dorsal 150 (20,7%) em participantes (Figuras 5, 6, 7 e 8).

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.

Figura 5. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes em olhos de doentes de Hanseníase do Censo de incapacidades aplicados nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil.

Fonte: Os autores.

(32)

.

Figura 6. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes no nariz de doentes de Hanseníase do Censo de incapacidades aplicado nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil.

Fonte: Os autores.

(33)

.

Figura 7. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes em mãos de doentes de Hanseníase do Censo de incapacidades aplicado nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil.

Fonte: Os autores.

(34)

(

Figura 8. Tipo de deficiências físicas e outros achados frequentes em pés de doentes de Hanseníase do Censo de incapacidades aplicado nos anos de 2012 e 2015 no noroeste do Estado de São Paulo, Brasil.

Fonte: Os autores.

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Dos 67 municípios da DRS XIX, 56 (83,6%) foram incluídos neste estudo e em 53 (79,1%) deles havia profissionais capacitados para avaliação de deficiências físicas.

A distribuição dos casos, segundo ocorrência de deficiências, evidenciou uma média de quatro casos por município, com cinco municípios sem registro de casos e 51 (76,1%) municípios com presença de casos, com quantitativo que oscilou entre um a sete casos por município.

A graduação de cores e os símbolos indicam presença de profissional capacitado e número de pessoas com deficiência em cada um dos municípios (Figura 9).

Profissionais capacitados para preenchimento do Censo de incapacidades 2012 e 2015.

Figura 9. Quantidade de casos com deficiências pela Hanseníase e de profissionais capacitados em prevenção de incapacidades e exclusivamente para preenchimento do Censo de incapacidades 2012 e 2015, em cada um dos municípios pertencentes ao GVE XXIX – São José do Rio Preto-SP.

Fonte: Os autores.

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Na Tabela 2, está demonstrada a porcentagem e a proporção de casos avaliados e os acometidos por deficiências por regiões do GVE-XXIX. Entre os anos estudados observou-se que houve um aumento de 5,4% a 7,2% da população em geral, nas CIRs estudadas, assim como, nos casos avaliados e casos com deficiências. A análise apontou aumento expressivo nas regiões de Catanduva (31,20%) e José Bonifácio (405,53%). As demais regiões apresentaram uma diminuição dos casos, mesmo comparados ao aumento da população em geral. Ao analisar a situação das deficiências físicas, observou-se que os casos variaram entre 31,6% e 78,3% (média de 60,7%; mediana de 61,3%) dos casos examinados, já instalado o comprometimento neural nos dois anos estudados.

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CIR

Variáveis

CATANDUVA JOSÉ BONIFÁCIO SÃO JOSÉ DO RIO

PRETO VOTUPORANGA

n %

Proporção (por habitante)

*

n %

Proporção (por habitante)

*

n %

Proporção (por habitante)

*

n %

Proporção (por habitante)

*

Censo 2012

Habitantes da região 295.372 93.807 661.683 186.315

Casos de hanseníase avaliados no ano 81 100,0 0,0274 38 100,0 0,0405 159 100,0 0,0240 71 100,0 0,0381 Casos de hanseníase com deficiência

no ano 52 64,20 0,0176 12 31,60 0,0128 98 61,60 0,0148 39 54,90 0,0209 Censo

2015

Habitantes da região 311.719 100.512 704.170 196.328

Casos de hanseníase avaliados no ano 94 100,0 0,0302 83 100,0 0,0826 131 100,0 0,0186 66 100,0 0,0336 Casos de hanseníase com deficiência

no ano 72 76,60 0,0231 65 78,30 0,0647 80 61,10 0,0114 38 57,60 0,0194 Evolução de casos de 2012 a 2015 em %

Evolução % % % %

De Casos de hanseníase avaliados 16,0 118,4 -17,6 -7,0

De Casos com deficiência 38,5 441,7 -18,4 -2,6

Dos habitantes da região* 5,53 7,15 6,42 5,37

De Casos Avaliados por habitantes 9,96 103,85 -22,58 -11,78

De Casos com deficiência por hab. 31,20 405,53 -23,29 -7,53

Tabela 2. Distribuição e evolução de casos avaliados, com deficiências, segundo os habitantes, nas coortes de 2012 e 2015 nas Regiões do GVE-XXIX – São José do Rio Preto – SP

Legenda: *: Proporção: Numerador: número de casos. Denominador: população da CIR com base nos municípios participantes do Censo.

Multiplicado por 100. População estimada dos municípios da região.20 .

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5 Discussão

5. DISCUSSÃO

Este estudo descreveu na região avaliada, qual era a real situação encontrada, em relação às deficiências físicas das pessoas com problemas decorrentes da Hanseníase. O intuito dos pesquisadores foi o de compreender melhor esta problemática na região e colaborar com os gestores no sentido de oferecer subsídios para a redução dos casos de deficiências físicas.

O estudo realizado no Noroeste do estado de São Paulo abrangeu a estimativa de 2.549.906 habitantes, nos anos de 2012 e 2015; média de 1.274.953 habitantes. O CIESP mostrou que esta região apresentou um total de 724 casos de Hanseníase. Destes, 456 participantes apresentavam alguma deficiência física. Esta constatação de 63% de deficiências físicas foi expressiva para um estado considerado não endêmico.21

Constatou-se neste estudo, assim como, em outros países endêmicos do mundo, que as deficiências físicas da hanseníase, são mais frequentes em pessoas do sexo masculino e pessoas de meia idade. A forma clínica MB mostrou-se associada com a ocorrência de deficiências físicas, enquanto que, a atenção básica foi o nível de serviço de saúde que mais atendeu estes pacientes, corroborando com o resultado de outras pesquisas.22,23,24,25,26

As deficiências físicas encontradas com maior frequência no CIESP foram em pés e mãos, seguidas de olhos e nariz. Outros países endêmicos apresentam achados divergentes às frequências encontradas neste estudo. Enquanto na Turquia, os olhos são o segmento mais comprometido em 79,3%, em uma amostra de 87 pacientes;27 em Moçambique 44% de deficiências são no nariz, com uma amostra de 171 pacientes.28

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Tamil Nadul, estado indiano, evidenciou em uma pesquisa com 171 pacientes que as deficiências físicas mais comuns nesta população foram em mãos e pés.26

A literatura aponta muitos casos de deficiências físicas instaladas no ato do diagnóstico, devido ao diagnóstico tardio, mas estudos também apresentam que muitos casos de deficiência física ocorrem durante e após PQT, ou seja, pessoas que até mesmo curadas da doença, podem seguir com o dano neural em progressão ao longo de suas vidas.24,25,26,29,31,33

Estas pessoas continuam suscetíveis a danos irreversíveis que podem levá-las às incapacidades também pela própria evolução da doença. Acredita-se que o envelhecimento, doenças crônicas associadas, baixo nível de escolaridade e econômico, dificultam a busca de recursos em saúde, ou seja, fatores que contribuem igualmente para esse desfecho.24,32,33

O que se constatou com os dados desta pesquisa, em relação ao que se encontra na literatura, foi que além do diagnóstico precoce e da busca ativa de casos, a avaliação periódica das funções neurológicas deveria ser continuada mesmo após a alta por cura.25,34

Os resultados da análise dos tipos de deficiências e achados mais frequentes foram anestesia plantar, anestesia dorsal, anestesia palmar, neurite ativa ulnar, alteração da sensibilidade da córnea, opacidade corneana, crosta e obstrução nasal. O que diverge de um estudo realizado em Mangalore, cidade ao Sul da Índia. O estudo verificou em 92 pacientes, úlcera trófica, seguida por mão em garra, pé caído, dedos em garra, lagoftalmo, deformidade do lóbulo da orelha, paralisia facial e deformidade no nariz, como os tipos de deficiências mais comum.35

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Os tipos de deficiências variam entre os países e as cidades, como evidenciam os estudos, porém independentemente de qual local do mundo ocorram; as deficiências físicas ocasionadas pela hanseníase são um problema universal e deveriam ser prioritariamente atendidas, pois já são amplamente conhecidas.

Conforme descrito acima, os pés foram o segmento mais comprometido neste estudo. A anestesia plantar e dorsal predominou nestes pacientes. São esses pacientes com alteração de sensibilidade que estão propícios a desenvolverem úlceras.30

Foi o que evidenciou um estudo realizado em um município do estado do Rio de Janeiro, Brasil, com uma amostra de 49 pacientes, avaliados no diagnóstico e pós-alta, que todos apresentavam anestesia plantar, e até o momento de alta do PQT, 66,7%

destes pacientes tinham evoluído para úlceras plantares.29 Úlcera plantar é uma das complicações que mais levam às incapacidades, comprometendo a vida e o trabalho de pessoas em idade produtiva, dificultando até mesmo o deslocamento para os serviços de saúde.36

Na análise das mãos constatou-se que anestesia palmar e neurite ativa do nervo ulnar foram os achados mais comuns. As pesquisas evidenciam o nervo ulnar como o nervo mais acometido levando às deficiências nas mãos.25,36,37

Um estudo indiano apontou que o nervo ulnar é o mais comprometido nos membros superiores, no qual 83,5% do total dos pacientes, em geral, apresentaram comprometimento simétrico do nervo em 121 pacientes (60,5%) e assimétrico em 46 (23%) dos pacientes.25

Fica evidente que no decorrer da vida, este paciente possivelmente sofrerá com queimaduras, feridas, amputações, gerando cada vez mais dificuldade para desenvolver atividades de vida diária, trabalhar e fazer o autocuidado. As mãos são um dos

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segmentos mais comprometidos com alterações morfológicas e funcionais, devido à grande utilização no dia a dia.

As alterações que mais predominaram em olhos foram sensibilidade e opacidade da córnea. A maioria dos pacientes de hanseníase apresentaram redução da sensibilidade corneana, ficando sujeitos e mais exposto à agressão por corpos estranhos, podendo levar à ulceração da córnea e consequentemente à opacidade corneana.39

São complicações devastadoras para estas pessoas, pois são com os olhos comprometidos e, por vezes comprometendo a visão, que elas irão confiar os cuidados dos seus membros anestesiados, ou seja, um grande sinal de perigo.30

A avaliação dos olhos está inclusa no programa da OMS como meio de evitar deficiências, porém em muitos locais essa avaliação é ignorada ou superficialmente realizada, mesmo havendo manuais de treinamento disponíveis. Além disto, essas pessoas ignoram o problema de visão, e dificilmente passam por uma avaliação oftalmológica, que poderia evitar ou curar a perda da visão secundária à Hanseníase.40

Na face o nariz apresentou com mais frequência manifestações como crosta e obstrução, sendo estas as alterações mais comuns encontradas nas avaliações, segundo a literatura, pois das alterações de face o nariz é o mais acometido.41,42

Os resultados apontaram pessoas vivendo nesta região do estado, com deficiências físicas, já instaladas, e que sem o acompanhamento específico, orientações e cuidados, evoluirão para incapacidades físicas. As incapacidades que, de acordo com a CIF, incluem além de deficiências físicas, as restrições na participação social, as limitações de atividades e por vezes dificuldades nos fatores ambientais, quer seja, o ambiente físico, social e atitudinal em que as pessoas vivem e conduzem suas vidas.19

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Com esses dados fica evidente que centros de reabilitação com enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, médicos e psicólogos são de grande importância, para o diagnóstico, tratamento, reabilitação, cirurgias e avaliações periódicas para essas pessoas. Todos estes serviços de saúde, na maioria das vezes, estão em grandes centros, a quilômetros de distância da moradia dos pacientes.31

Observa-se que como em outros países, a nossa região apresenta vários casos de deficiências físicas com comprometimentos dos mais simples aos mais avançados.

Esses números são de difícil comparação, visto que os indicadores foram usados de forma diferente, mas o que fica evidente é que esses pacientes apresentaram algum tipo de problema já instalado, pois a cada 10 pessoas, seis tinham comprometimentos.14,21,41

A capacitação dos profissionais de saúde é de fundamental importância para o diagnóstico das deficiências físicas. Dos 56 municípios incluídos neste estudo, em 53 deles havia profissionais capacitados para realizar a avaliação nos olhos, nariz, mãos e pés em busca de alterações e ou deficiências físicas. Profissionais atentos à problemática da Hanseníase, colaboram para o diagnóstico de casos novos dentro da comunidade evitando, assim, a evolução silenciosa da doença.43

A melhor ferramenta para a prevenção das deficiências físicas ocasionadas pela Hanseníase, sempre será o diagnóstico precoce. A literatura aponta que um dos problemas que impede a precocidade no diagnóstico pode ser: diagnóstico baseado exclusivamente em sinais e sintomas. Isto é, baseado em aspectos clínicos, sem que haja a realização do exame laboratorial padrão ouro; por carga horária reduzida na formação dos profissionais durante a graduação; por ausência e capacitação dos profissionais que atuam na atenção básica além de alta rotatividades destes. Sobretudo, por efetivas ações

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na vigilância ativa dos contatos domiciliares dos casos recém diagnosticados para identificar os casos ocultos da doença na comunidade.21,34,44

Este estudo apresenta fragilidades, haja vista que os resultados relacionados à proporção da progressão das deficiências, analisadas pelas coortes estudadas, não tiveram o controle de algumas variáveis. Como por exemplo, se a progressão de casos e de deficiências ocorreu pelo aumento da busca ativa, ou se foi por sensibilização dos profissionais em identificar com mais eficiência os sinais e sintomas da doença, ou se a capacitação dos profissionais gerou mais fidedignidade em avaliar e registrar as deficiências físicas. Apesar destas variáveis não terem sido empregadas neste estudo, a prevalência das deficiências físicas na hanseníase na região estudada é de um número expressivo e deveria causar preocupação nos gestores e profissionais de saúde, haja vista que a região é considerada não endêmica, de acordo com os parâmetros de eliminação do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde.

Sugere-se ainda estratégias como busca ativa de casos entre os contatos intradomiciliares domiciliares, capacitação e atualização profissional de preferência aos profissionais efetivos evitando, assim, a perda de profissionais já capacitados, avaliação periódica continuada, após a alta quimioterápica, inclusão de visita ao oftalmologista para todos os pacientes diagnosticados nas unidades básicas de saúde.

O questionamento que fica evidente é: “Devemos olhar somente o GD2?”

Sugere-se que os estudos considerem a deficiência física na Hanseníase, sendo ela própria, pois qualquer tipo de deficiência importa. Acredita-se que estas mudanças também são necessárias e podem contribuir com a redução dos casos de deficiências físicas.

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6 Conclusão

6. CONCLUSÕES

A pessoa acometida pela hanseníase no noroeste do estado de São Paulo tem o perfil masculino, de meia idade e portador da forma clínica multibacilar, atendida em sua grande maioria no serviço de atenção primária da saúde.

A prevalência das deficiências físicas ocasionadas pela Hanseníase nesta região apresentou um resultado expressivo, pois atingiu mais de seis a cada 10 pacientes avaliados.

As frequências foram mais evidenciadas em pés e mãos, seguidas de olhos e nariz. Os tipos de deficiências físicas e achados mais comuns foram: anestesia plantar, anestesia dorsal, anestesia palmar, neurite ativa do nervo ulnar, sensibilidade da córnea, opacidade da córnea, obstrução nasal e crosta nasal.

Com o geoprocessamento constatou-se que, dentre os 67 municípios da região, em 79,1% deles havia profissional capacitado para avaliação de deficiências e que, dos 724 casos avaliados, houve uma média de quatro (04) casos por município, com variação de um a sete casos.

O Censo de Incapacidades do Estado de São Paulo, Brasil, mostrou a proporção de acometidos por deficiências nas regiões, de uma coorte para a outra, a frequência das deficiências físicas nas microrregiões variou de 31,6% a 78,3%.

Entre os anos estudados observou-se um aumento de 5,4% a 7,2% da população nas CIRs estudadas, assim como, aumento de casos de Hanseníase avaliados e com deficiências.

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O impacto que este trabalho gerou foi revelar à luz da ciência que, apesar de ser uma região de baixa endemicidade com bases nos indicadores de prevalência e incidência; seis em cada dez indivíduos apresentam deficiências físicas em diferentes segmentos do corpo com diversidade de acometimentos e que ainda existe um sério problema a ser abordado pelos gestores, profissionais de saúde e população.

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7 Financiamento

7. FINANCIAMENTO

Esta pesquisa contou com o apoio de bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES), código do financiamento 001.

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Referências

REFERÊNCIAS

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<https://doi.org/10.5216/ree.v20.50436>. Acesso em: 15 nov. 2021.

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<https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006086>. Acesso em: 15 nov. 2021.

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4 - Organização Mundial da Saúde. Estratégia Global para a Hanseníase 2016 – 2020:

Guia para monitoramento e avaliação. Aceleração rumo a um mundo sem hanseníase.

Disponível em: <https://www.paho.org/pt/node/64634>. Acesso em: 15 nov. 2021.

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12- World Health Organization (WHO). Weekly epidemiological record. 10 September 2021, 96th. No 36, 2021, 421–444

13- Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Sáude. Ministério da Saúde. Número Especial. Janeiro 2022.

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15- World Health Organization, Regional Office for South-East Asia. Global Leprosy Strategy 2016–2020: Accelerating towards a leprosy-free world. WHO Regional Office for South-East Asia: WHO; 2016.

16 - São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Direção Regional De Saúde. São José Do Rio Preto – DIR XXII. Vigilância Epidemiológica. Projeto Estadual de Promoção de Saúde. DCNT. 2010. Disponível em: <https://saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de- vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-cronicas-nao-

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18- Marzliak MLC. Censo de Incapacidades por Hanseníase, Estado de São Paulo, 2015 [Resumo]. Hansen Int. 2017; 42(Suppl 1): 159.

(49)

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