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Atenção às pessoas Atenção às pessoas usuárias de álcool, crack usuárias de álcool, crack e outras drogas e outras drogas

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(1)

Atenção às pessoas Atenção às pessoas usuárias de álcool, crack usuárias de álcool, crack

e outras drogas e outras drogas

Gerfson Oliveira – Psicólogo

Mestre em Saúde – UFBA Coordenador de Capacitação CAPSad Gregório de Matos Aliança de Redução de Danos Fatima Cavalcanti – FMB – UFBA Professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

SALVADOR

2017

(2)

Proposta

1. Aspectos sócio antropológicos do uso de drogas

2. Aspectos técnicos-clínicos do uso de drogas

3. Políticas de Drogas no Brasil–

fundamentos da prática

4. Abordagem, Estratégias e Cuidado em Rede

5. Principais Desafios

(3)

DROGA É...

DROGA É...

(4)

Substâncias Psicoativas (SPA)

Substâncias químicas, de origem natural ou sintética, que produzem efeitos sobre o SNC, sentidos como prazerosos.

Resultam em alterações na mente, no corpo e na conduta;

modificam o humor, as percepções e sensações (Bucher, 1995).

Droga

◦ Não existe droga à priori;

◦ A atividade simbólica e o conjunto de motivações que transformam uma SPA em droga;

◦ O efeito puramente fisiológico não deve ser o foco principal, deve- se compreender o significado que o usuário atribui a sua

experiência e as motivações que o impelem a um consumo repetido;

◦ Uso pejorativo do termo; reflexo de posicionamento político- ideológico; veiculação na mídia

(5)

APRESENTAÇÃO

É ao foro interno de cada um que incumbe decidir se o remédio é adequado à doença, pior do que ela ou, porventura, origem até da própria doença. O

gênio dos gregos batizou as drogas com um termo – phármakon – que significa ao mesmo tempo remédio e veneno, pois é dependendo do

conhecimento, da ocasião e do indivíduo que um se transforma no outro. É do ser humano, e de modo nenhum das drogas, que depende o remediarem ou

estragarem. Tal como existiram sempre, em toda a parte, e – a julgar pelos dias de hoje – amanhã haverá mais do que ontem, a alternativa não é um mundo com ou sem elas. A alternativa é instruir sobre o seu emprego correto

ou demonizá-lo indiscriminadamente: semear o conhecimento ou semear a ignorância”.

Antonio Escohotado

(6)

Nas sociedades contemporâneas, o uso de drogas assumiu a proporção de uma preocupação central no debate público,

principalmente por sua representação unilateral como perigo para a saúde pessoal e coletiva e por sua associação

imediata com a criminalidade e a violência urbana.

(7)

ASPECTOS ASPECTOS

SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

DO USO DE SPA

DO USO DE SPA

(8)

Aspectos históricos:

Período pré-histórico e antiguidade clássica

Uso de drogas era feito de forma recreativa, em rituais religiosos ou com fins medicinais;

A busca por prazer através das drogas era um hábito.

O álcool era proibido para homens com menos de 30 anos e para as mulheres: Culto à “ebriedade sóbria”

Ex: Uso de ópio, cânhamo e bebidas alcoólicas

“O cânhamo tomado em excesso faz ver monstros, mas se utilizado por um longo tempo permite a comunicação com os espíritos e o alívio do corpo.” (Tratado médico chinês)

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

(9)

Era Cristã: mudança de paradigma

◦ O cristianismo levou ao colapso as antigas noções pagãs sobre a neutralidade da drogas, a ebriedade sóbria, a automedicação e a fronteira entre moral e direito.

 A busca pelo prazer passa a ser pecado

 Perseguição aos participantes de cultos vistos como rivais

 A dor e a mortificação do corpo passam a ser vistos como uma forma de aproximação com Deus

 Estigmatização das drogas

 Caça às bruxas: mulheres detinham maior conhecimento sobre os efeitos das drogas uso de drogas, luxúria e bruxaria

◦ O mundo árabe sustenta o consumo de SPAs para fins medicinais: ópio, cânhamo e café.

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

(10)

Renascimento

◦A fé é trocada pela razão;

◦Contato com as culturas orientais permitiram uma retomada gradual ao uso de drogas;

◦Descoberta das Américas:

 Ampliação da farmacopeia

 Introdução do mate, coca, cacau e tabaco na Europa

◦Brasil entra no mercado mundial como grande produtor de açúcar, café e cacau.

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

(11)

Sec XIX:

◦ Isolamento de algumas substâncias e produção de fármacos Fortalecimento do modelo biomédico;

◦ “morte” de Deus e ascensão da burguesia;

◦ Uso medicamentoso da morfina e da cocaína, sobretudo entre os membros das classes mais altas;

◦ Intenso uso de bebidas alcoólicas e medicamentos a base de cocaína entre as classes mais desprivilegiadas

Enfrentamento das mazelas sociais provocadas pela Revolução Industrial

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

(12)

Um frasco de heroína da Bayer. Entre 1890 a 1910 a heroína era divulgada como um substituto não viciante da morfina e

um remédio contra tosse para crianças

.

SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM USO SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM USO

MÉDICO NOS SÉCULOS XIX E XX

MÉDICO NOS SÉCULOS XIX E XX

(13)

O Vinho Mariani (1865) era o principal vinho de coca do seu tempo. O Papa Leão XIII carregava um frasco de Vinho Mariani consigo e premiou o seu criador, Ângelo Mariani, com uma medalha de ouro.

(14)

Este vinho de coca foi fabricado pela Maltine Manufacturing Company de Nova York. A dosagem indicada dizia: "Uma taça cheia junto com,

ou imediatamente após, as refeições. Crianças em proporção."

(15)

Tabletes de cocaína eram "indispensáveis para os cantores, professores e oradores". Eles reduziam a dor de garganta e davam um efeito "animador" para que estes profissionais atingissem o máximo de sua performance.

(16)

Os dropes de cocaína para dor de dentes (1885) eram populares para crianças. Não apenas acabavam com a dor, mas também melhoravam o

"humor" dos usuários.

(17)

Para aquietar bebés recém-nascidos não era necessário um grande esforço dos pais, mas sim, ópio. Este frasco de paregórico (sedativo) era uma mistura de ópio e de álcool que era distribuída do mesmo modo que os temperos pelos quais a empresa era conhecida. "Dose para crianças com cinco dias, 3 gotas. Duas semanas, 8

gotas. Cinco anos, 25 gotas. Adultos, uma colher cheia.“ O produto continha 46% de álcool.

(18)

1920: Nos EUA, o uso massivo de SPAs concebido como importante questão racial e social usuário desviante e contrabandista (estratégia de controle social);

1937: proibição mundial do uso e porte de drogas como opiáceos, cocaína e maconha;

1940: resgate da indústria farmacêutica e ascensão dos psicotrópicos/barbitúricos e anfetaminas;

1950: surge o novo usuário o jovem;

1960: Nos EUA e Europa “sexo, drogas e rock and roll” são configurados como estilos de vida.

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

(19)

1980: crack surge como alternativa à cocaína cheirada;

Configuração dos morros e favelas como contextos de desvio

2010: cultura de consumo dos fármacos, proibicionismo como controle social.

◦ Segregação e estigmatização como estratégias de controlar minorias tidas como desviantes

◦ Cultura de fármacos X cultura de drogas ilícitas

◦ Dependência de medicamentos supera a dependência de SPA ilícitas

◦ Consumo de álcool como maior prejuízo para a saúde pública

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

ASPECTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

(20)

É POSSÍVEL UM MUNDO SEM É POSSÍVEL UM MUNDO SEM

DROGAS?

DROGAS?

(21)

MAS AFINAL, DROGAS PARA QUÊ?

MAS AFINAL, DROGAS PARA QUÊ?

(22)

Usos e usuários Usos e usuários

“Os usuários de drogas têm em comum, o uso de drogas, entretanto, as formas de

uso e os seus significados diferem de indivíduo para indivíduo, assim como de grupo para grupo dentro de uma mesma

cultura...”

(Gey Espinheira)

(23)

Finalidades do uso

◦ Alteração de consciência;

◦ Alteração das funções comportamentais;

◦ Prazer;

◦ Celebrações festivas;

◦ Alívio da dor – sofrimento;

◦ Fins terapêuticos, prescrição médica

◦ Finalidades ritualísticas espirituais

Possibilidades de uso/relação com a droga

◦ Uso recreativo;

◦ Uso problemático;

◦ Abusivo;

◦ Dependência química;

◦ Dependência “psicológica” (hábito - mania)

(24)

Motivações Subjetivas

 Busca fácil de prazer: mínimo esforço do sistema de recompensa.

 Elemento de identificação para alguns grupos

 Para alterar a percepção da realidade, como divertimento, alívio ou estímulo da fome.

 Modo de evitar problemas pessoais, familiares, sociais, financeiros.

 Manejar situações de dor, risco, estresse e sofrimento

 Enfrentar angústia, ansiedade, depressão, e outras formas de sofrimento psíquico = automedicação.

 Influência dos meios de comunicação

Os sentidos dependem de cada sujeito.

(25)

ASPECTOS ASPECTOS

TÉCNICOS-CLÍNICOS DO TÉCNICOS-CLÍNICOS DO

USO DE DROGAS

USO DE DROGAS

(26)

SITUAÇÕES DE CONSUMO

Sujeito

Meio Sócio Cultural Substancia

Cultural Psicoativa

(27)

SITUAÇÕES DE CONSUMO

 A droga em si – ação farmacológica da substância incluindo a dosagem e a maneira pela qual ela é tomada (endovenosa, aspirada, fumada por via oral, etc.).

 Set – o estado do indivíduo no momento do uso incluindo sua estrutura de personalidade, suas condições psicológicas e físicas, sua expectativas.

 Setting (cenário ou ambiente social) – conjunto de fatores ligados ao contexto no qual a substância é tomada, o lugar, as companhias, a percepção social e os significados culturais atribuídos ao uso.

(28)

Relações sistêmicas sobre o uso de spas

- Equação Claude Olivenstein -

(29)

Critérios para dependência química DSM-IV

• Um padrão mal-adaptativo de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo,

manifestado por três (ou mais) dos seguintes critérios,

ocorrendo a qualquer momento no mesmo período de 12

meses

(30)

Critérios que definem dependência química

(1) tolerância,

(a) necessidade de quantidades progressivamente maiores para adquirir o efeito desejado

(b) redução do efeito com o uso da mesma quantidade

(2) abstinência

(a) síndrome de abstinência

(b) a mesma substância é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência

(3) a substância é consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido;

(4) existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso;

(5) muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância, na utilização da substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos

(6) importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância;

(7) o uso da substância continua, apesar da consciência de ter um

problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância;

(31)

Instrumentos de auxílio na Avaliação

• Entrevista estruturada

• Avaliação das dimensões mais afetadas (trabalho, família, escola, relacionamento, vida social, etc)

• ASSIST

• CAGE

• Fargerström

• AUDIT

• Avalição de especialistas  co-modidades clinicas- psiquiatricas

 

(32)

Dimensões do uso de SPA Dimensões do uso de SPA

FAMÍLIAR

MÉDICO FÁRMACO

RELIGIOSO SÓCIO

CULTURAL

ECONÔMICO PSÍQUICO

LEGAL

CONSUMO DE DROGAS

(33)
(34)

Estimulantes do SNC

Anfetamina

(35)

Depressores do SNC

Ópio

Sedativos/hipnóticos

(36)

Perturbadores do SNC

Peyote (Mescalina)

Psilocibina

Vinho de jurema

Ecstasy / MDMA

Metilenodioximetanfetamin a

Cannabis Sativa

Chá de lírio

(37)

Outras substâncias passíveis de dependência

 Analgésicos

 Antiinflamatórios

 Redutores de Apetite

 Tranquilizantes, calmantes,

benzodiazepínicos.

(38)

EPIDEMIOLOGIA DO USO DE SPAs NO BRASIL

(39)

Drogas mais consumidas no Drogas mais consumidas no

Brasil - 2005

Brasil - 2005

(40)

Substâncias psicoativas e senso comum - formações imaginárias mais presentes na

sociedade sobre as SPAs

(41)

SPAs E SENSO COMUM FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS MAIS PRESENTES NA SOCIEDADE SOBRE AS SPAs.

 É possível ter uma sociedade sem drogas.

 Não se considerar as drogas legais ou lícitas – álcool, tabaco e medicamentos– como as principais produtoras de dependência química. O mal está na ilícitas.

 Considerar qualquer uso resultando numa dependência.

 A maconha é porta de entrada para uso de outras substâncias (escalada).

 Campanhas cunho alarmista :

(42)

Campanhas alarmistas

(43)

Pânico Moral  Imaginário social

• Pânico moral - “Como o consenso, partilhado por um número substancial de membros de uma sociedade, de que determinada categoria de indivíduos ameaça a sociedade e a ordem moral.”

• Tal fato levaria a parcela da população que se sente ameaçada à sensação de que algo precisa ser feito, o que fortalece o controle social pautado em

estereótipos, sem reflexão crítica;

(44)

SPAs E SENSO COMUM FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS MAIS PRESENTES NA SOCIEDADE SOBRE AS SPAs.

“Uma droga não é capaz de provocar um comportamento homicida. No máximo, a droga liberta um comportamento homicida.

No máximo, a droga liberta uma tendência

contida. Ela mostra aquilo que a pessoa tem

como patrimônio psíquico” (XAVIER).

(45)

Associação do usuário com violência e criminalidade.

Tratamento pautado na abstinência.

Aplicação de protocolos de cuidados rígidos desconsiderando a singularidade da pessoa e o seu contexto.

Mitos sobre usuários de spas – fraqueza de caráter, possessão mística, representação do mal, ausência de perspectivas,

necessidade de isolamento, onde o cuidado deverá “corrigir” esses comportamentos.

Ausência de rede de apoio sócio familiar.

Ações de saúde desarticuladas.

Comorbidades.

ASPECTOS NEGATIVOS NA ABORDAGEM AO USUÁRIO DE SPAS

(46)

Políticas de Políticas de

Drogas no Drogas no

Brasil Brasil

Das políticas às práticas de cuidado

(47)

Contexto

• Modelo proibicionista de enfrentamento ao uso de drogas EUA

• Foco na abstinência

• crime (polícia) ou doença (saúde)

• Modelos tradicionais de cuidado: Metodologia dos 12 passos, modelo Minissota, CT

• Problemas relacionados ao modelos tradicionais de enfrentamento – alternativas

• Duas grandes abordagens no acompanhamento:

Abstinência e Redução de Danos

• Guerra ao Drugo

(48)

Reflexões sobre a política de drogas no Brasil

• O modelo proibicionista no Brasil

• Drogas injetáveis e AIDS – Novos rumos

• Avanços e recuos na redução de danos

• Novos atores, novas ações em atenção ao uso de drogas

• Políticas de drogas e atenção básica a saúde

• Drogas e políticas públicas

(49)

Fundamentos das práticas de cuidado à saúde

• Diretrizes do SUS

• Políticas públicas de saúde

• Política Nacional de Saúde Mental

• Política Nacional de Atenção Integral ao Usuário de Álcool e outras Drogas

• Portaria 3.088/2011 - CUIDADO EM REDE

Rede de atenção psicossocial aos usuários de crack, álcool e outras drogas SUS– AB, NASF, CAPS, UPA, Hospitais Gerais, SAMU, Pontos de Acolhimento

.

• Diálogo com a política de drogas (Ministério da

Justiça) e outras políticas públicas

(50)

Política Nacional de Saúde Mental

• Consonância com a Reforma Psiquiátrica Brasileira - tratamento em liberdade;

• Institui os Centros de Atenção Psicossociais

(CAPS) como dispositivo estratégico de cuidado ao portador de transtornos mentais, incluindo os decorrentes do abuso de substâncias

psicoativas;

• CAPSad – Dispositivo específico de cuidado e matriciamento;

• Norteia os princípios da clínica psicossocial

(51)

Princípios da Clínica Psicossocial

• Acolhimento

• Vínculo

• Território

• Trabalho em rede

• Equipe multidisciplinar

• Co-responsabilização

• Autonomia

• Cotidiano-socialização

(52)

Política Nacional de Atenção Integral ao Usuário de Álcool e outras

Drogas

• Consonância com a Reforma Psiquiátrica

• Estabelece uma linha de cuidado para os usuários álcool, crack e outras drogas;

• Estabelece a Redução de Danos como importante estratégia de cuidado à

saúde

• Norteia os princípios da clínica de

redução de danos

(53)

Política Nacional para Atenção Política Nacional para Atenção

Integral às Pessoas que Usam Integral às Pessoas que Usam

Drogas Drogas

 OBJETIVOS:

◦ Garantir o acesso e o tratamento adequado de pessoas usuárias de drogas, tendo em vista sua exclusão social histórica e a complexidade e magnitude do fenômeno das drogas;

◦ Reduzir as consequências sociais e de saúde decorrentes do uso indevido de drogas.

(BRASIL, 2003)

(54)

Estabelece a necessidade da adoção de uma perspectiva de cuidado voltada às pessoas usam drogas e ao seu contexto social, com propostas de ações, metas e diretrizes que contemplem a diversidade e a complexidade da pessoa humana.

Aborda o consumo dentro de um contexto histórico, social e cultural, com a valorização da autonomia e das singularidades de cada indivíduo

Política Nacional para Atenção Política Nacional para Atenção Integral às Pessoas que Usam Integral às Pessoas que Usam

Drogas

Drogas

(55)

REDUÇÃO DE DANOS - Evolução do conceito

Redução de Danos é uma política de saúde

cujos princípios e práticas têm como

objetivos reduzir os prejuízos de natureza

biológica, social, psíquica e econômica

relacionados ao uso de drogas, construída

com o outro no respeito às suas

possibilidades e ao direito às suas drogas

de consumo.

(56)

Educação - PrevençãoEducação - Prevenção Tratamento - ReabilitaçãoTratamento - Reabilitação Abordagem ao Tráfico-RepressãoAbordagem ao Tráfico-Repressão Redução de DanosRedução de Danos

Dos 04 pilares da atenção ao uso de drogas

Dos 04 pilares da atenção ao uso de drogas

(57)

Educação - PrevençãoEducação - Prevenção Tratamento - ReabilitaçãoTratamento - Reabilitação Abordagem ao TráficoAbordagem ao Tráfico

Para 03 Pilares sobre o mesmo alicerce Para 03 Pilares sobre o mesmo alicerce

REDUÇÃO DE DANOS REDUÇÃO DE DANOS

(58)

Tratamento dependêncide

a

(59)

Princípios da Redução de Danos

• Conjunto de conhecimentos e práticas voltadas para redução dos riscos e danos associados ao uso de substâncias psicoativas para pessoas

que não podem, não querem ou não conseguem parar de usar drogas;

• Respeito a liberdade de escolhas;

• Não exigir abstinência;

• Ruptura com a criminalização do usuário;

• Estilo ético, estético e político de cuidado

• Documentário - RD

(60)

Cuidado em Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)

Eixo 1: Ampliação do acesso à rede de atenção integral à saúde mental;

Eixo 2: Qualificação da rede de atenção integral à saúde mental;

Eixo 3: Ações intersetoriais para reinserção social e reabilitação;

Eixo 4: Ações de prevenção e de redução de danos.

(61)
(62)

Atenção a saúde de pessoas que Atenção a saúde de pessoas que

usam álcool e outras drogas usam álcool e outras drogas

Rede de atenção psicossocial SUAS – CRAS, CREAS

Comunidades Terapêuticas, Ambulatórios

Especializados, Projetos, Organizações civis e

ONGs.

(63)
(64)

CAPSad CAPSad

Serviço público de saúde aberto

Atendimento especializado

Nível secundário de atenção a saúde

Dispositivo extra-hospitalar de cuidado intensivo

Modelo assistencial prioritário da Saúde Mental no Brasil

Porta de entrada da Saúde Mental – retaguarda da Atenção Básica à Saúde

Referência para determinada população (território)

Centro promotor de vida e cuidado

(65)

CAPSad CAPSad

Realizar acolhimento universal e incondicional a pessoas usuárias de drogas;

Produzir, em conjunto com o usuário e seus familiares, um PTS

Estabelecer profissionais de referência para cada usuário

Realizar desintoxicação

Ofertar cuidados à família de usuários mesmo

sem a vinculação deste ao serviço

(66)

Realizar atenção regular à usuários em crise ou fora da crise.

◦ Realizar busca ativa dos casos de abandono de tratamento.

Realizar ações de matriciamento

Devem constituir espaços de convivência para os usuários que desenvolveram processos de ruptura de sua rede social.

Devem desenvolver oficinas e grupos terapêuticos, atendimentos individuais e em grupo.

CAPSad

CAPSad

(67)

Desenvolver atividades orientadas pela redução de danos dentro do serviço e para além do seu espaço institucional;

Estabelecer parcerias com a rede de atenção às urgências, hospitais e outros pontos de atenção.

Desenvolver redes intersetoriais com objetivo de promoção de vida, socialização, e oferta de

atividades de esporte, cultura, lazer, inserção mercado de trabalho e outras.

CAPSad

CAPSad

(68)

CAPSad III CAPSad III

Portaria 130 de 26 de janeiro de 2012

Municípios com população acima de 200 mil hab.

Objetivo: intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para prevenção, promoção da saúde e redução de riscos e danos associados ao consumo de drogas

Funciona 24h por dia, todos os dias da semana,

inclusive feriados.

(69)

CAPSad III CAPSad III

Acolhimento noturno, considerando-se os seguintes critérios:

◦ Desintoxicação, necessidade de observação, repouso, proteção e manejo de conflitos

Distribuição de até 4 refeições diárias

Um mesmo paciente deve permanecer em acolhimento noturno por até 14 dias

Após este período o(a) usuário(a) deve ser

encaminhado à Unidade de Acolhimento

(70)

Associação direta do usuário com violência e criminalidade.

Tratamento pautado unicamente na abstinência.

Aplicação de protocolos de cuidados rígidos desconsiderando a singularidade da pessoa e o seu contexto.

Mitos sobre usuários de spas – fraqueza de caráter, possessão mística, representação do mal, ausência de perspectivas,

necessidade de isolamento, onde o cuidado deverá “corrigir” esses comportamentos.

Ausência de rede de apoio sócio familiar.

Ações de saúde desarticuladas.

Comorbidades.

ASPECTOS NEGATIVOS NA ABORDAGEM AO USUÁRIO DE SPAS

(71)

Clínica da redução de danos - estratégias.

Acolhimento e vínculo.

Avaliação e flexibilização das estratégias de cuidado em saúde = PTS.

 Sujeito autônomo, protagonista no tratamento.

Mobilização e articulação da rede de saúde e sócio comunitárias.

Orientação e apoio às famílias.

Trabalho interdisciplinar.

Educação em saúde e trabalho de campo.

Suporte e orientação para a equipe de saúde – supervisão clínica, educação continuada.

ASPECTOS POSITIVOS NA ABORDAGEM AO USUÁRIO DE SPAS

(72)

Práticas de atenção e cuidado à saúde

Grupo de Relaxamento

Grupo de Alcoolistas

Grupo para Familiares

Grupo de Práticas Integrativas (acupuntura, yoga, meditação, musicoterapia, cromoterapia, reik)

Grupo de Tabagismo

Grupo de Redução de Danos

Oficina de Arte e Cultura: musica, artesanato, pintura

Oficina de Esportes

Oficina de Sonhos

Oficinas Profissionalizantes em parceria com SENAC, SEBRAE, ONGs, SESC, UNIVERSIDADES;

Oficina de manejo de crise

Atendimentos multiprofissionais Compartilhados – CAPS e AB

Acompanhamento Terapêutico (AT)

Feiras de Saúde e parceria com organizações e universidades

Visitas domiciliares

Suporte em situação de crise e apoio a família

(73)

Experiências em progresso...

• Projetos Terapêuticos Singulares

• Comissão de representantes dos usuários do CAPS;

• Assembleias continuadas e envolvimento com a comunidade

• Realização de pesquisa de satisfação;

• Trabalho em rede fortalecido com Atenção Básica – Saúde da Família – Grupos virtuais

• Atividades de Geração de renda

• Supervisão clínica, trabalho em equipe, educação continuada

• Atividades voltadas para saúde do trabalhador

• Intercâmbio entre profissionais – fortalecendo a rede de atenção psicossocial

• Espaço de encontro de usuários de CAPSad

• Pesquisas

• Telessúde Mental

(74)

Algumas questões, muitos desafios...

Embaraços da rede de atenção psicossocial

Municípios sem CAPS

Municípios com CAPS sem CAPSad;

Municípios com CAPS I, II, ou III com CAPSad;

Internação involuntária e Internação compulsória;

Comunidades Terapêuticas;

Co-morbidades psiquiátricas e suporte terapeutico;

Usuários de drogas em cumprimento de medida educativa – como acolher?

Usuário de drogas específicas e usuário de múltiplas drogas;

O cuidado do usuário de drogas na atenção básica a saúde;

Desconforto na produção de cuidado

Abordagem de campo – ACS

Atenção ao usuário de drogas infanto-juvenil

(75)

A questão imaginária das drogas – mitos e estigmas

“Sociedade adicta – lidando com as frustrações”

A questão do limite no mundo contemporâneo

O manejo das “crises”

Dificuldades de comunicação da equipe

A burocratização do processo laboral x humanização do cuidado

Psicodinâmica do trabalho – saúde do cuidador

Autonomia do usuário - muitas questões

Vulnerabilidade das famílias e de populações específicas

Avaliação do impacto das ações desenvolvidas

Pesquisas

Relações do setor saúde MS (SUS) e justiça MJ (SENAD)

Conselhos Estadual de Drogas

Medida Educativa e Legalização-Discriminalização das drogas

Algumas questões, muitos

desafios...

(76)

Receituário Sortido

Carlos Drummond de Andrade

Calma.

É preciso ter calma no Brasil, calmina

calmarian calmogen calmovita.

Que negócio é esse de ansiedade?

Não quero ver ninguém ansioso.

O cordão dos ansiosos enfrentemos:

Ansipan!

Ansiotex!

Ansiex ansiax ansiolax Ansiopax, amigos!

Serenidade, amor, serenidade.

Dissolve-se a seresta no sereno?

Fecha os olhos: serenium, Serenex...

Dói muito o teu dodói de alma?

Em seda e sedativo te protejas.

Sedax, meu coração, sedolin

sedotex sedomepril.

Meu bem, relaxe por favor.

Relaxan relaxatil.

Batem, batem à porta? Relax-pan.

(...)

(77)

E fique aí tranqüilo tranqüilinho bem tranqüil

tranqüilid tranqüilase tranqüilan tranqüilin

tranqüix tranqüiex tranqüimax

tranqüisan

e mesmo tranxilene!

Estás píssico, talvez,

de tanto desencucarem tua cuca?

Estás perplexo?

Não ouves o pipilar: psicoplex?

psicodin psiquim psicobiome psicolatil?

Não sentes adejar: psicopax?

Então morre, amizade. Morre presto,

morre já, morre urgente,

antes que em drágea cápsula ampola flaconete

proves letalex mortalin

obituaran homicidil

thanatex thanatil thanatipum!

(78)

OBRIGADO!

OBRIGADO!

ALIANÇA DE REDUÇÃO DE DANOS – FATIMA CAVALCANTI - UFBA CAPSad Gregório de Matos – 3283-5547

gerfson@gmail.com

(79)

Referências Referências

BRASIL. A política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Nacional DST/AIDS. Brasília; 2003.

______. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Ministério da Saúde. Brasília, DF, 2004.

______. Cadernos de Atenção Básica. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica, n 34. Saúde mental / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações. Programáticas Estratégicas.

Brasília, 2013, 176 p.

______. Portaria 130 de 26 de janeiro de 2012. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0130_26_01_2012.html . Acesso em 20 de fevereiro de 2014.

(80)

Referências Referências

BRASIL. Portaria 3088 de 23 de dezembro de 2011. Disponível em:

http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/111276-3088.html. Acesso em 22 de fevereiro de 2014.

______. Portaria 131 de 26 de janeiro de 2012. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0131_26_01_2012.htm l. Acesso em 20 de fevereiro de 2014.

BRASIL. A Reforma Psiquiátrica e a Política de Saúde Mental no Brasil.

Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental : 15 anos depois de Caracas. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.

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