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Respiração e efeitos da composição da atmosfera

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Academic year: 2022

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(1)

Respiração e efeitos da composição da atmosfera

Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita Pós-graduação em Fruticultura

Instituto Superior de Agronomia Domingos P. F. Almeida

Taxas de respiração

Espargo, brócolo, cogumelos, ervilha fresca, espinafre, milho-doce

>60 Extremamente alta

Alcachofra, feijão-verde, couve-de- Bruxelas, flores cortadas

40 – 60 Muito alta

Morango, framboesa, amora, couve- flor, abacate

20 – 40 Alta

Damasco, banana, cereja, pêssego, nectarina, pêra, ameixa, figo, couve, canoura, alface, pimento, tomate 10 – 20

Moderada

Maçã, citrinos, uva, kiwi, cebola, batata

5 – 10 Baixa

Nóz, avelã, castanha, amêndoa, tâmara

<5 Muito baixa

Produtos Respiração

a 5 ºC (mg CO2.kg-1.h-1) Classe

(2)

Teor de açúcares em frutos

1,0 7,0

2,4 10,0

Pêra

Sacarose Frutose

Glucose Total

Fruto

8,2 23,7

32,0 61,0

Tâmara

7,3 8,2

14,8 Uva

7,9 1,4

2,3 12,3

Ananás

3,6 6,1

1,7 11,6

Maçã

1,2 1,6

2,8 Tomate

0,7 Lima

0,4 Abacate

(% peso fresco)

Kays (1997)

(3)

Conversões de carbohidratos

Amido à Glucose

Sacarose à glucose + frutose

Transporte fotoassimilados

A sacarose é o açúcar de transporte na maioria das plantas.

Sintetizada do citosol das células mesófilo.

Translocada no floema.

Utilizada nas células receptoras.

Mas alguns frutos não acumulam sacarose.

Para onde vai a sacarose ?

(4)

Invertase

Sacarose + H

2

O à glucose + frutose

Hidrólise irrevers ível.

Existem diversas formas de invertase, presentes em diversos compartimentos celulares:

Neuta

• Citoplasma

Ácida

• Vacúolo

• Parede celular - Fracamente associada

• Parede celular - Fortemente associada

Invertase (mRNA e actividade) durante o desenvolvimento do bago de uva

(Boss & Davies, 2001)

(5)

Sacarose sintase

Sacarose + UDP ßà UDP-glucose + frutose Reacção reversível, mas in vivo, a enzima

cataliza a degradação da sacarose.

Originalidades da mitocôndria vegetal Semelhante à dos animais em:

• Morfologia

• Composição de fosfolípidos nas membranas

• Cadeia de transporte de electrões via citocromo oxidase e fosforilação oxidativa

• Ciclo TCA

Diferente no que diz respeito a:

• Taxa de consumo de O2(por unidade de prote ína) muito maior nas mitocôndrias vegetais

• Capacidade para oxidar NADH na ausência de citocromo c

• Oxidação de ácidos gordos é muito baixa ou nula nas mitocôndrias vegetais

• Oxidação de ácidos orgânicos importante. Ciclo TCA pode ser alimentado por malato.

(6)

Glicólise e fermentação alcoólica

Glicose Hexoses-P F-1,6-BiP e

Trioses-P

Compostos C3 fosforilados

Piruvato

ATP ADP ATP ADP NAD

+

NADH + H

+

ADP

ATP ADP ATP

Ciclo TCA

Condições aeróbicas

Acetaldeído CO

2

Etanol

Condições anaeróbicas

Fosfofructocinase

Piruvato cinase

Regulação da glicólise

Fosfofrutocinase (PFK, EC 2.7.1.11)

PPi-fosfofrutocinase (PPK, EC 2.7.1.90)

Piruvato cinase (PK, EC 2.7.1.40)

Pi ADP BiP

- 1,6 - Frutose ATP

P - 6 - Frutose

PFK

 + +

→

 +

ATP Piruvato

ADP iruvato

Fosfoenolp +  →

PK

+

i BiP - 1,6 - Frutose PPi

P - 6 -

Frutose + ←  →

PPK

 + P

(7)

Ciclo dos ácidos tricarboxílicos

Citrato

cis-Aconitato

Isocitrato α-Cetoglutarato Succinato

Fumarato Oxaloacetato

Malato Piruvato Acetil-CoA

CO

2

CO

2

CO

2

NAD+ NADH NAD+ NADH NADH

NAD+

FADH2 FAD

GDP UQ GTP

Complexo I

Composição

Ácidos orgânicos

O teor em ácido málico decresce durante o amadurecimento O teor em açúcar aumenta (geralmente)

Kiwi Quínico

Amora Isocítrico

Espinafre Oxálico

Uva (~málico) Tartárico

Citrinos, ananás, morango, figo, hortícolas de folhas, tomate, batata Cítrico

Uva, maçã, pêra, banana, pêssego, ameixa, cereja, brócolo, cenoura, alface, cebola

Málico

(8)

Oxidação do malato

Piruvato

Malato Acetil-CoA

Oxaloacetato CO

2

Citrato

Malato desidrogenase

Enzima málica

Piruvato desidogenase

Citrato sintase

CO

2

PEP

Transporte de electrões

NADH

Complexo I (NADH desidrogenase)

Complexo III (Citocromo bc

1

) Complexo II

(Succinato desidrogenase) UQ

Citocromo c Complexo IV (Citocromo oxidase)

O

2

ADP + Pi ATP

0,5 ADP + 0,5 Pi 0,5 ATP

ADP + Pi ATP

Oxidase Alternativa

(9)

Efeito do etileno e cianeto na taxa de respiração

30 20

12 Cenoura

24 22

11 Beterraba

14 14

3 Batata

21 16

7 Limão

150 150

35 Abacate

18 16

6 Maçã

Cianeto Etileno

Controlo Produto

Libertação de O

2

em µL.g

-1

.h

-1

Kays (1997)

Cadeia de transporte de electrões na célula vegetal

(Siedow & Umbach, 1995)

(10)

Regulação do metabolismo em função da carga energética

Carga energética

Velocidade relativa

Anabolismo

Catabolismo

Carga energética

% total

ATP AMP

ADP

AMP ADP

ATP

ADP CE ATP

+ +

= + 0 , 5

ADP AMP

ATP + ← → 2

Adenilato cinase

Relação entre a carga energética e a incidência de acidentes fisiológicos internos em pêra

(Saquet et al, 2003)

(11)

Quociente respiratório

>> 1 C

6

H

12

O

6 à

2 C

2

H

6

O + 2 CO

2

+ 2 H

2

O

Fermentação

0,7 C

18

H

36

O

2

+ 26 O

2 à

18 CO

2

+ 18 H

2

O

Ácido esteárico

1,3 C

4

H

6

O

5

+ 3 O

2 à

4 CO

2

+ 3 H

2

O

Ácido málico

1,0 C

6

H

12

O

6

+ 6 O

2 à

6 CO

2

+ 6 H

2

O

Glucose

QR Equação da respiração

Substrato

Classificação de frutos com base no padrão respiratório durante o amadurecimento

Maracujá Meloa Mirtilo Nectarina Papaia Pêra Pêssego Tomate

Amora Ananás Azeitona Caju Cereja Kumquat Laranja Lima Limão Malagueta Melancia * Morango Pimento

Tomateiro arbóreo Toranja

Uva Abacate

Ameixa Banana Carambola Damasco Diospiro Feijoa Figo Fruta pão Goiaba Kiwi Litchi* Maçã Manga

Não-climactérico

Climactérico

(12)

Tamanho

“Janela de Oportunidade ”

Respiraç ão

Órgãos Climactéricos

Órgãos Não-climactéricos

(Exemplo da uva)

Tamanho

Respiraç ão Pintor

(13)

O papel do climactérico respiratório?

Energia necessária para a síntese de novas enzimas associadas ao

amadurecimento

Mas...

• As necessidades são inferiores à energia produzida durante o climactérico

• Frutos não-climactéricos

• É possível dissociar o climactérico respiratório de algumas alterações associadas ao amadurecimento

Resposta ao etileno?

Hipótese da quase-autonomia da mitocôndria?

Efeito da concentração de O

2

na taxa de respiração

86 127 45

52 12

15 Morango

Temperatura (ºC)

4 8

4 7

2 3

Cebola

4 6

3 4

5 6

Batata

12 30

6 15 -

- Tomate

25 33

11 19

7 13

Cenoura

30 40

18 20

10 10

Batata-primor

10 15

8 13 5

6 Pepino

45 80

25 31

15 16

Alface

60 126 45

45 14

20 Couve-flor

70 90

35 50

14 17

Couve-Bruxelas

75 127 45

63 25

28 Espargo

3% O2 Ar

3% O2 Ar

3% O2 Ar

20 10

Produto

0

Kays (1997)

Libertação de CO

2

em mg.kg

-1

.h

-1

(14)

Oxidases de elevado Km e de baixo Km

Equação de Michaelis-Menten

[ ] [ ] S

K S v V

m

+

=

max

Vmax

[S]

Km

½.Vmax

[ ] [ ] S

K S v V

= +

12 max

K1/2– Kmaparente

Oxidases de baixo Km

Citocromo c oxidase

K

1/2

= 0,25 – 5 % O

2

Aumenta com a temperatura

(15)

Exemplos de oxidases (e oxigenases) de elevado Km

Polifenol oxidase (PPO)

o-di-hidroxifenois + O2 à o-benzoquinonas + H2

O

Lipoxigenase (LOX)

• Motivo cis-cis-1,4-pentadieno

• R-CH=CH-CH2-CH=CH-R’ + O2àR-CH-CH-CH2-CH=CH- R’

• Ácido linoleico (18:2 ∆9, 12) e linolénico

ACC oxidase (ACO)

• ACC + ½ O

2 à

C

2

H

4

+ CO

2

+ HCN

Oxidase alternativa

OOH

(Saltveit, 2003)

Concentrações recomendadas de O

2

e de

CO

2

para algumas hortaliças

(16)

Concentrações recomendadas de O

2

e de CO

2

para hortaliças que apresentam diferenças na mesma espécie

(Saltveit, 2003)

Atmosfera controlada

1929 Atmosfera controlada comercial 1965 “Low oxygen” (2%)

1978 “Ultra low oxygen” (1,2%)

Será possível encontrar uma composição da

atmosfera óptima?

(17)

Etapas para a determinação da concentração de O 2 óptima

(Saltveit, 2003)

Respiração de alface e danos provados pela anaerobiose em atmosferas com diferentes concentrações de O

2

(Saltveit, 2003)

Nota: no caso da alface o limite inferior do nível de O2pode ser mais baixo do que o valor que induz fermentação pois os benefícios da redução do acastanhamento enzimático são maiores do que os efeitos indesejáveis no aroma.

(18)

“Atmosfera prática de segurança” e os benefícios da redução do O

2

Morango

K1/2(20 ºC) = 1,0 kPa O2 Fermentação < 1,2 kPa O2

Maç ã pré-climactérica + MCP K1/2(22 ºC) = 1,0 kPa O2

Fermentação < 1,5 kPa O2 Maç ã amadurecimento K1/2(22 ºC) = 9,0 kPa O2 Fermentação < 2,5 kPa O2

Dentro do intervalo de temperaturas relevantes do ponto de vista fisiológico, a velocidade das reacções biológicas aumenta 2 a 3 vezes por cada aumento de 10

o

C na temperatura.

Regra de Van’t Hoff e Q 10

1 2

10

1 2 10

T T

R Q R

 

 

=

1.0-1.5 30-40

1.5-2.0 20-30

2.0-2.5 10-20

2.5-4.0 0-10

Valores do Q

10

Intervalo de temperatura

(ºC)

(19)

Respiração: resumo

C

6

H

12

O

6

+ 6 O

2

à 6 CO

2

+ 6 H

2

O + 686 kcal

108 264

192 180

Massa (g)

6 6

6 1

Moles

H2O CO2

O2 C6H12O6

Atmosfera controlada e modificada

Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita

Pós-graduação em Fruticultura

Instituto Superior de Agronomia

Domingos P. F. Almeida

(20)

Atmosfera controlada

Vantagens

Inconvenientes

Produtos que beneficiam da utilização comercial da AC/AM

Variáveis que podem ser controladas

1. Duração do armazenamento 2. Temperatura

3. Humidade relativa

4. Concentração de O

2

5. Concentração de CO

2

6. Concentração de etileno

(21)

Evolução das recomendações para a maçã Cox’s Orange Pippin a 3,5 ºC em Inglaterra

1986 33

<1 1

1980 31

<1 1,25

1965 27

<1 2

1935 21

5 3

1920 16

5 16

- 13

0 21

Data aproximada Duração

armazenamento (semanas) CO2

(%) O2

(%)

(In Thompson, 1998)

Problemas na determinação da composição óptima da atmosfera

Variabilidade biológica

Tecnologia de sensores e controladores

Parâmetros mutuamente exclusivos

(22)

Elementos de uma câmara de AC

(além da câmara frigorífica)

Revestimento estanque

Dispositivos de:

Regulação da concentração de CO2

Regulação da concentração de O2

Limitação das variações de pressão

• Válvulas

• Balão de compensação

Analisadores

CO2

O2

Eventualmente

Gerador de N2

Sistema informático de gestão da atmosfera

Colocação em regime

Fecho da câmara quando estabelecido o equilíbrio térmico

Redução do nível de O

2

Respiração (lento)

Purga com N2 (rápido)

Elevação do nível de CO

2

Respiração

(23)

Sistemas de produção de N 2

Vantagens

Rápida colocação em regime

Desvantagens

Custo de investimento

Custo de funcionamento

Sistemas

PSA –

Pressure Swing Adsorption

Membranas fibras ocas

PSA – Pressure Swing Adsorption

(Wills et al., 1998)

(Mazollier & Millet, 2002)

Filtro molecular com

carvão activado que retém o oxigénio

(24)

Membranas de fibras ocas

(Wills et al., 1998; Mazollier & Millet, 2002)

Controlo do O 2

Adição de O

2

Ar atmosférico

Remoção de O

2

Limites de tolerância

Concentração < 2%: ±0,15%

Concentração > 2%: ±0,30%

(25)

Controlo do CO 2

Adição de CO

2

Respiração

Botijas

Gelo seco (durante o transporte)

Redução do CO

2

Sistemas não renováveis

• Cal

Capacidade: 1 kg cal absorve 0,4 kg CO2

Sistemas renováveis

• Carvão activado

• Filtro molecular: Silicato de aluminio cálcio

Tolerância:

±0,5%

O H CaCO CO

OH

Ca ( )

2

+

2

3

+

2

Sistemas hipobáricos

Armazenamento a pressão < p

atm

Cálculo da concentração de O

2

Pressões

Variável: 40-380 mmHg

Vantagem

Remoção do etileno

Problema

Controlo da perda de água

Manter o ar com humidade relativa ~100%

exterior câmara

O

p

DPV

p p 21

2

×

= −

(26)

Controlo da câmara

Analisador de CO

2

: Infravermelhos Analisador de O

2

: Paramagnético

(Mazollier & Millet, 2002)

Atmosferas modificadas

Embalagem em atmosfera modificada (MAP)

Geradas pelo produto de forma passiva

Modificadas activamente

(27)

Atmosfera modificada

(Moldão & Empis, 2000)

H

2

O

CO

2

O

2

H

2

O O

2

CO

2

Interior embalagem

Modificação da atmosfera

(28)

Permeabilidade de alguns filmes

Permeabilidade de filmes com 25 µm a 25 ºC

(cm3/m2/24h/atm)

50000 4900

12500 40-60

Copolímero EVA

7600 650

2600 Polietileno 7-10

PEad

42000 2800

7800 Polietileno 18

PEbd

CO2 N2

O2 Transmissão

de vapor de água (g/m2/24 h) 38 ºC/90% HR Filme

Referências

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