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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A CONTRIBUIÇÃO DO SISTEMA LÍMBICO PARA AS FUNÇÕES COGNITIVAS E EXECUTIVAS NO CÉREBRO DA CRIANÇA

Lilian Cunha de Jesus

ORIENTADORA

Profª. Marta Pires Relvas

Rio de Janeiro 2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica.

Por: Lilian Cunha de Jesus

A CONTRIBUIÇÃO DO SISTEMA LÍMBICO PARA AS FUNÇÕES COGNITIVAS E EXECUTIVAS NO CÉREBRO DA CRIANÇA

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, que ao me presentear com a vida, me deu o privilegio de sonhar, me inspirou pensamentos abençoados a caminhar numa sociedade justa. Concedeu-me dons de opções para escolhas. Com seu grande amor, direcionou-me o caminho com perseverança, sensibilidade, para que eu seja uma pessoa digna, agradeço pela conquista.

A minha Família, pelos incentivos, apoios vindos para continuar mais esta jornada e pelo sonho realizado.

Aos professores que me ajudaram na ampliação dos conhecimentos de maneira carinhosa e atenciosa, pelas suas lições, transmitindo-me suas experiências, contribuições e incentivo a continuar o meu caminho.

A orientadora Marta Pires Relvas, que de imediato, deu todo o apoio para grande evolução desta pesquisa e valorizou o simples tema, colaborando magnificamente durante o percurso desta trajetória, contribuindo com incentivo e apoio.

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DEDICATÓRIA

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RESUMO

O Presente estudo tem como objetivo expor a contribuição do Sistema Límbico para as funções cognitivas e executivas no cérebro da criança, e como essas funções contribuem para o desenvolvimento da criança precisam ser conhecidos, compreendidos paradesenvolvimento intelectual que resulta da construção de um equilíbrio progressivo entre assimilação e acomodação, o que propicia o aparecimento de novas estruturas motoras. Com todo esse processo descrito, não basta dar estímulos aos alunos, crianças e até mesmo adultos, temos que saber como fazer acontecer todo esse caminho de forma suave e tranquila, que todos sem exceção, aprendam de formas diferentes. Mas, como isso ocorre?

Existe uma necessidade de criar harmonia (comunicação) com os alunos, conversando na mesma língua deles, a língua que eles entendam. Essa é a forma em que os mesmo interiorizam (interpretam), codificam as mensagens provindas do meio. Constatou-se que o cérebro é uma entidade que esta em constante interação com o meio através de estímulos que vem a facilitar ou dificultar a memorização. O cérebro está sempre querendo fazer conexões entre as memórias novas e as já existentes, trata-se de um sistema biológico aberto e flexível, que cresce e transforma a si próprio em resposta a desafios e que encolhe na falta de uso. Então não existem dois cérebros iguais, pois, uma vez que a aprendizagem modifica-o quanto mais uma pessoa aprende, mais diferenciado torna-se o cérebro. Sendo o cérebro uma entidade biológica com uma fenomenal plasticidade, devemos estimular os alunos a desenvolver o poder de memorização através de plano de aula que venha atender as necessidades, quanto ao armazenamento de informações (experiência) para quando associadas possibilitar a aprendizagem sempre respeitando a maturação e dificuldades do individuo.

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Logo foi de suma importância abordar a opinião de alguns dos grandes estudiosos sobre esse assunto, embasando a ideia principal deste estudo que é a funcionalidade do Sistema Límbico com a aprendizagem e as emoções.

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METODOLOGIA

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

A funcionalidade do sistema límbico 11

CAPÍTULO II

Funções cognitivas e executivas no cérebro da criança 23 CAPÍTULO III

A construção da aprendizagem em meio às emoções 35

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 49

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INTRODUÇÃO

Sabe-se que o Sistema Límbico está intimamente ligado à regulação dos processos emocionais, à regulação do sistema nervoso autônomo e também dos processos motivacionais essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo (fome, sede, sexo). Também está ligado ao mecanismo da memória e da aprendizagem, bem como à regulação do sistema endócrino fazendo do sistema límbico o responsável basicamente por controlar as emoções e as funções de aprendizado e da memória, localizado nas estruturas do cérebro tem formato de um anel cortical de cor acinzentada, formado por neurônios ele possuindo várias estruturas e cada uma delas tem suas funções. Entender como o cérebro se transforma, evolui e funciona, é primordial para as conquistas não só na aprendizagem como no ensino, áreas pedagógicas e áreas emocionais.

Os sentimentos e as emoções são, na maior parte das vezes provocadas pela visão, audição, odor de certos objetos ou seres. As emoções desencadeiam manifestações vivas, que tem sempre dois aspectos: motor e vegetativo, tais como o medo, cólera, desejo, etc. Quando temos uma emoção muito forte, a frequência cardíaca aumenta, os olhos enchem de lágrimas, ficamos pálidos e depois ruborizados. O responsável pela regulagem desses fenômenos é o Sistema Límbico, que se localiza na parte interna dos hemisférios cerebrais, funciona em conjunto com uma parte do lobo frontal para que nossas emoções e expressões afetivas estejam dentro dos limites “normais”.

As funções cognitivas são divididas em: memória, atenção, linguagem, percepção e funções executivas. O sistema cognitivo nada mais é do que a relação entre estas funções, desde os comportamentos mais simples até os de maior complexidade, que exigem muito mais do nosso cérebro.

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comer um pedaço de bolo ou abraçar um ente querido) pode ser mais difícil de controlar e até mesmo exigir um tipo diferente de mecanismo em comparação com condições emocionalmente neutras, as funções executivas são processos multidimensionais de controle cognitivo que se caracterizam por serem voluntários e exigir um alto esforço. Eles incluem a capacidade de avaliar, organizar e alcançar metas, bem como a capacidade de adaptar o comportamento com flexibilidade ao ser confrontado com novos problemas e situações.

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CAPÍTULO I

A FUNCIONALIDADE DO SISTEMA LÍMBICO

Há mais de um século realizam-se cruzadas para a terra prometida do cérebro, uma busca do Santo Graal emocional, a região ou rede cerebral que irá esclarecer de onde vêm a culpa, a vergonha, o medo e o amor.

Em meados do século, quando a teoria do sistema límbico para as emoções foi apresentada, o prêmio parecia finalmente estar ao alcance da mão. Esse conceito extraordinário explicava a vida emocional como uma rede que evoluíra no cérebro para promover as funções necessárias à sobrevivência do indivíduo e da espécie. A teoria do sistema límbico reivindicava nada menos do que a descoberta da origem física do id Freudiano, segundo Gall:

“Afirmava que um pensamento ou uma emoção não

acontece apenas em uma região, envolve todos os sentidos.” (FRAN JOSEPH GALL, 2001, p.69)

Contudo, no princípio da década de 80, raras eram as pesquisas sobre os mecanismos cerebrais da emoção. Sem dúvida a amplitude da revolução cognitiva (que excluía a emoção enquanto tópico de pesquisa) para a ciência do cérebro contribuiu para esse estado de coisas, mas o mesmo fez o aparente caráter definitivo da teoria do sistema límbico enquanto origem de emoção. Tudo indicava que o cérebro emocional, ao menos em linhas gerais, fora compreendido.

Não é possível superestimar o impacto do conceito de sistema límbico. Ele exerceu uma tremenda influência não apenas sobre a nossa maneira de considerar as funções emocionais, mas também a organização estrutural do nosso cérebro. A cada ano, legiões de estudiosos da neurociência aprendem onde se encontra e o que faz o sistema límbico. Infelizmente, porém, há um problema.

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cérebro emocional e alguns cientistas chegaram mesmo a afirmar que o sistema límbico não existia”. Assim, antes de ir além e apresentar-lhes a concepção do cérebro emocional, uma série de justificativas poderia ser oferecida, uma das delas, embora imprecisa, seria que o sistema límbico era uma expressão anatômica útil para definir áreas localizadas entre o hipotálamo e o neócortex.

Logo depois dos debates entre Gall e seus detratores, os pesquisadores do cérebro puseram-se a questionar localização funcional no cérebro, por meio da abordagem experimental.

A teoria da evolução de Darwin oferecera aos cientistas todas as razões para acreditarem na existência de uma continuidade entre a estrutura biológica (e até mesmo psicológica) do homem e a de outros animais, e os pesquisadores dedicaram-se ao estudo de outras espécies na esperança de chegarem a importantes conclusões sobre o cérebro humano e suas funções; tudo isso baseado no livro “A expressão das emoções no homem e nos animais”.

Uma das primeiras descobertas obtidas a partir de estudos experimentais do cérebro foi a de que a estimulação elétrica de determinadas regiões do córtex eliminava movimentos de partes especificas do corpo, e as lesões cirúrgicas nas mesmas regiões produziam déficit na realização de movimentos nessas partes. As áreas em questão localizam-se na região anterior do córtex, hoje conhecida como córtex motor, cuja participação fundamental no controle do movimento da medula espinhal que, por sua vez, envia mensagens que controlam o movimento dos membros e de outras áreas do corpo. A estimulação de regiões na parte posterior do córtex não produziu movimentos, mas a secção nessas áreas alterava a percepção normal das informações recebidas pelos olhos, ouvidos ou pele, deixando os animais cegos, surdos ou insensíveis ao toque, dependendo da localização das lesões. Atualmente essas áreas são conhecidas como regiões visual, auditivas e somato sensórias do córtex cerebral.

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psicologicamente primitivas para a psicologicamente elaborada. O hipotálamo, mais ou menos do tamanho de um amendoim no cérebro humano, situa-se na base do prosencéfalo e forma a interface entre o prosencéfalo psicologicamente complexo e as áreas inferiores mais primitivas.

Na época de Bard e Cannon, o hipotálamo era considerado o responsável pela regulação do sistema nervoso autônomo, e para eles parecia lógico que as reações físicas próprias de emoções fortes fossem controladas pelo hipotálamo, no prosencéfalo.

A teoria Cannon e Bard foi elaborada com base no fato bem conhecido de que os sistemas sensoriais, responsáveis pela assimilação de informações provenientes do mundo exterior, enviam-nas para regiões especializadas do córtex cerebral, informações dos olhos vão para o córtex visual, informações dos ouvidos vão para o córtex auditivo. Entretanto, em suas jornadas rumo às áreas corticais especializadas, as mensagens sensoriais fazem uma parada em regiões subcorticais nas estações de posta talâmicas. Assim como seus parceiros corticais, essas regiões talâmicas também são especializadas em processamento sensorial (o tálamo visual recebe sinais de receptores nos olhos e retransmite-os para o córtex visual, enquanto o tálamo auditivo recebe sinais acústicos de receptores nos ouvidos e retransmite-os para o córtex auditivo). Porém, acreditava-se igualmente que certas regiões talâmicas retransmitem mensagens sensoriais não para o córtex, mas para o hipotálamo. Em consequência, o hipotálamo deveria ter acesso a informações sensoriais praticamente ao mesmo tempo em que o córtex. E uma vez que esses sinais eram recebidos pelo hipotálamo, ele podia então estimular o corpo a produzir as respostas autônomas e comportamentais típicas das reações emocionais. Para Cannon e Bard, isso explicava porque a retirada do córtex não impedia a expressão das emoções e porque a teoria cortical de James Papez estava errada (as reações emocionais são controladas pelo hipotálamo e não pelo córtex motor, e as sensações poderiam ativar o hipotálamo diretamente, sem passarem pelo córtex sensorial).

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ligadas a emoção. Papez percebeu que as regiões eram conectadas, formando um circuito, conhecido hoje como ‘’Circuito de Papez”). Pesquisadores vinham estudando as regiões do cérebro que são mediadoras de alucinações visuais induzidas por drogas quando esbarraram com um conjunto extraordinário de observações sobre os efeitos de lesões nos lobos temporais de macacos. O córtex cerebral lateral pode ser dividida em quatro sub-regiões, conhecida como lobos. O lobo occipital situa-se na parte posterior e abriga o córtex visual, a parte de trás da cabeça, mais precisamente na região da nuca, que recebe todas as informações captadas pelos olhos; melhor dizendo, sua especialidade é a visão.

Obviamente, o lobo frontal situa-se anteriormente, logo acima dos olhos, assim chamado por localizar-se na parte frontal do crânio. Ele parece ser particularmente importante por ser responsável pelos movimentos voluntários e também por ser o lobo mais significante para o estudo da personalidade e inteligência. Entre lobos frontal e occipital estão os lobos temporal que possui uma área especial chamada córtex auditivo, como o próprio nome já diz, esta área está intimamente ligada a audição e parietal que está localizado na parte posterior do lobo frontal. Ele possui uma área denominada somatossensória, responsável pela percepção de estímulos sensoriais que ocorrem através da epiderme ou órgãos internos.

As pesquisas sobre a origem neurológica das emoções foram interrompidas pela II Guerra Mundial, mas retomadas com toda força em 1949, quando Paul MacLean recuperou e ampliou a teoria de Papez.

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produção de reações emocionais e na criação de manutenção de doenças psicossomáticas tais como hipertensão, a asma e as úlceras pépticas.

Ele sustentava que as emoções implicam a integração de sensações provenientes do meio ambiente externo com as sensações viscerais intrínsecas ao corpo, e que essa integração se dá no cérebro visceral. Sua teoria constituía, essencialmente, uma hipótese de feedback para a natureza das emoções, não muito distante da hipótese de James; isto é, estímulos emocionais do mundo externo produzem reações nos órgãos viscerais.

Em seguida, mensagens desses órgãos internos são transmitidas ao cérebro, onde são integradas às percepções atuantes do mundo externo. Essa integração dos mundos interna e externa foi classificada como o mecanismo gerados do sistema emocional.

Em 1952, três anos após a publicação da hipótese do cérebro visceral, MacLean introduziu a expressão “sistema límbico” como o novo nome para o cérebro visceral. Límbico origina-se da descrição feita por Broca para a borda do córtex medial, que posteriormente veio a chamar-se rinencéfalo. Mas ao contrário de Broca, MacLean tinha em mente a função, e não a estrutura quando envolveu o córtex límbico de Broca e relacionou as regiões corticais e subcorticais ao Sistema Límbico.

Baseado no neurocientista MacLean uma vez que adicionou às áreas do circuito de Papez regiões como a amígdala, o septo e o córtex pré-frontal no Sistema Límbico, propôs então que as estruturas do Sistema Límbico compreendesse uma evolução neurológica filogeneticamente primitiva que funciona de maneira integrada, na verdade como um sistema, promovendo a sobrevivência do indivíduo e da espécie. Esse sistema desenvolveu-se como um mediador das funções viscerais e comportamentos emocionais, inclusive alimentação, defesa, luta e reprodução. E é fundamental para a vida emocional ou visceral do indivíduo.

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analisar os cérebros de peixes, anfíbios, pássaros e repteis vivos para verificarmos que espécies de regiões corticais eles possuem e compará-las com as áreas presentes nas criaturas mais recentes, seres humanos e outros mamíferos. Ao se fazer o mesmo, no começo deste século, os anatomistas concluíram que os animais inferiores possuem apenas o córtex medial (primitivo), mas os mamíferos apresentam ambos os córtex, medial e lateral (recente).

MacLean propôs também que as áreas do Sistema Límbico fossem verificadas tomando como base sua participação nas funções viscerais. Embora seja verdade que certas áreas tradicionalmente incluídas no sistema límbico contribuem para o controle do sistema nervoso autônomo, considera-se atualmente que outras regiões, como o hipocampo, têm uma participação menor nas reações emocionais e autônomas do que na cognição, outros autores não incluem que as funções do Sistema Límbico (em especial os do tronco cerebral inferior),têm uma participação fundamental na regulação autônoma, que não representa, um elemento sugestivo para a identificação do Sistema Límbico. Maclean havia sugerido que o sistema teria uma participação nas funções emocionais primitivas, mas não nos de abstração superiores.

Evidentemente, o envolvimento com as funções emocionais tem sido considerado outra atribuição do Sistema Límbico. Se o Sistema Límbico é o sistema das emoções, estudos mostrando que áreas do cérebro estão vinculadas a da emoção deveriam esclarecer onde se situa o Sistema Límbico. Esse tipo estudo é secundário.

A teoria de o Sistema Límbico tem o objetivo de mostrar a localização das emoções no cérebro como base num certo conhecimento da evolução, emoção cerebral. Fazer uso da pesquisa sobre as emoções para descobrir o Sistema Límbico inverte esse critério. Os estudos sobre a emoção podem localizar sistema emocional no cérebro, mas não o Sistema Límbico.

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Um dos pontos mais importantes de MacLean foi a compreensão da importância da evolução do cérebro para o entendimento das emoções. As emoções foram qualificadas como funções cerebrais atuantes na sobrevivência do indivíduo e da espécie. Segundo a opinião mais favorável daqueles que o sucederam, o erro de Maclean foi concentrar todo o cérebro emocional e sua história evolutiva num único sistema. Creio que sua lógica da evolução emocional mostrou-se perfeita, só que ele a aplicou de maneira generalizada.

De fato as emoções constituem funções que têm sua participação na sobrevivência. Porém, as emoções diferentes serão associadas a diferentes funções de sobrevivência, a proteção contra o perigo, encontrar alimentos e companheiros, cuidar dos filhotes e assim por diante cada uma delas pode perfeitamente requerer diferentes sistemas cerebrais, cuja evolução obedece a diferentes razões. Por conseguinte, não pode haver um único sistema emocional no cérebro, mas sim vários.

A importância de se conhecer o Sistema Límbico reside no fato de que a linguagem corporal é, por excelência, a linguagem que revela as emoções básicas. É fundamental que compreendamos que o funcionamento de nosso sistema nervoso não abandona as estruturas mais antigas quando novas áreas e funções são acrescentadas. Nossa experiência humana é um complexo que engloba a cultura, mas que tem muito mais relação com o orgânico do que imaginamos. Para uma boa analise do comportamento não verbal é necessário entender que os processos emocionais básicos também regulam nosso comportamento, assim como uma grande parte de nossas crenças e valores conscientes que, por vezes, nos permitem superar os primeiros “arroubos” emocionais.

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cultura e da sua influência nas decisões humanas. Esse funcionamento “básico” ainda é muito poderoso. Ele é a unidade responsável pelas emoções, ele comanda certos comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos, interferindo positiva ou negativamente em todo o organismo, segundo LeDoux:

“Estudando a emoção através do cérebro, ampliamos

enormemente as oportunidades de novas descobertas, muito superiores as áreas que podem ser realizadas pela experiência psicológica apenas.” (JOSEPH LEDOUX,

2001, p.25)

Segundo Goleman, (2012, p.19) em “O cérebro e a Inteligência Emocional define a estrutura do sistema límbico sendo composta de: Tálamo que são lesões ou estimulações do dorso medial e dos núcleos anteriores que estão correlacionadas com as reações da reatividade emocional do homem e dos animais. A importância dos núcleos na regulação do comportamento emocional possivelmente decorre não de uma atividade própria, mas das conexões com outras estruturas do Sistema Límbico; O núcleo dorso-medial conecta com as estruturas corticais da área pré-frontal e com o hipotálamo. Os núcleos anteriores ligam-se aos corpos mamilares no hipotálamo (e através destes, via fórnix, com o hipocampo) e ao giro cingulado; giro do Cíngulo ele contorna o Corpo Caloso, ligando-se ao giro para-hipocampal, peça importante na fisiologia das emoções. Sua porção frontal coordena odores e visões agradáveis de emoções anteriores. Participa da reação emocional à dor e da regulação do comportamento agressivo. Ablação (cinguloctomia) em animais causa domesticação total. No homem já foi empregada, em psicóticos graves; tronco cerebral e a região responsável pelas reações emocionais. Na verdade, apenas respostas reflexas de alguns vertebrados, como répteis e os anfíbios”.

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continuam participando, não só dos mecanismos de alerta, vitais para a sobrevivência, mas também da manutenção do ciclo vigília-sono.

Área tegmental ventral é o grupo de neurônios localizados em uma parte do tronco cerebral. Uma parte dele secreta dopamina. A descarga espontânea ou a estimulação elétrica dos neurônios da região dopaminérgica na via mesolímbica produzem sensações de prazer, algumas delas similares ao orgasmo.

Os Indivíduos que apresentam, por defeito genético, redução no número de receptores das células neurais dessa área, tornam-se incapazes de se sentirem recompensados pelas satisfações comuns da vida e buscam alternativas "prazerosas" atípicas e nocivas como, por exemplo, alcoolismo, cocainomania, compulsividade por alimentos doces e pelo jogo desenfreado.

No tronco cerebral é possível encontrar os vários núcleos (origens reais) dos pares cranianos, bem como centros viscerais importantes para a manutenção da vida, como são o centro respiratório e o centro vasomotor. A ativação destas estruturas ocorre perante os diferentes estados emocionais. Esta ativação faz com que se dê uma resposta periférica das emoções como é o caso do choro, da sudorese, do aumento da frequência cardíaca, entre outros.

Baseado em Goleman, (2012, p. 31) “Nesta porção do Sistema Nervoso tem origem a via mesolímbica, via dopaminérgica, que se inicia ao nível da área tegmental do Mesencéfalo. Esta via projeta-se para a área pré-frontal e para o Sistema Límbico através da conexão com o núcleo Accumbens, a amígdala e o hipocampo. Está relacionada com a regulação de fenômenos emocionais, essencialmente associados ao prazer, recompensa e à aprendizagem”.

Giro Para-Hipocampal Localiza-se no lobo temporal em sua parte inferior. Esta área da córtex ladeando o hipocampo é ativada quando se observa cenas e lugares.

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Amígdala localiza-se no lobo temporal, armazena dados e aciona toda a experiência emocional, controlando o comportamento de acordo com a situação social. Lesão causa perda do sentido afetivo de percepção de uma informação vinda de fora. Ex.: a pessoa sabe quem está vendo, mas não sabe se gosta ou não dela (cegueira afetiva). Estimulação em animais causa agressividade e reações fisiológicas ligadas ao medo. A destruição mostra docilidade e sexualidade indiscriminativa.

O que está ligado a amígdala é mais do que afeição, qualquer paixão depende dela. Animais que têm essa região retirada, perde o medo, a raiva, o impulso de competição; a emoção fica embotada ou ausente. Pesquisas revelam que amígdala é a sentinela emocional, capaz de assumir o controle do cérebro. As pesquisas de Ledoux mostram que sinais sensoriais do olho e da orelha viajam no cérebro primeiro ao tálamo e depois, por uma única sinapse, para a amígdala. Somente depois é que o tálamo envia o sinal ao córtex.

Amígdala e Hipocampo servem, para discernir o papel da amígdala e do hipocampo, é só lembrar-se desse exemplo: o hipocampo é crucial no reconhecimento do rosto de uma colega de classe, mas a amígdala é a que te informa que você não gosta dela.

Embora a participação do sistema límbico, em especial do hipocampo e da amígdala, no processo de consolidação da memória recente e sua transformação em memória remota seja hoje geralmente aceita, não se sabe exatamente como isto se faz. A hipótese mais tradicional é que a memória recente é armazenada temporariamente no hipocampo e na amígdala, sendo depois transferida para o neocórtex para armazenamento permanente. Outra hipótese é que a memória recente já de início estaria no neocórtex, onde seria gradualmente consolidada e transformada em memória remota por ação do hipocampo e da amígdala, agindo através de suas conexões com o neocórtex.

A estrutura do Sistema Límbico é dividida da seguinte maneira:

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do orgasmo (outros acham que quem comanda é o hipocampo, amígdala e o núcleo caudado, em conjunto).

Lesões bilaterais da área septal em animais causam a chamada "raiva septal", caracterizada por uma hiperatividade emocional, ferocidade e raiva diante de condições que normalmente não modificam o comportamento do animal. Há também um grande aumento da sede. Estimulações da área septal causam alterações da pressão arterial e do ritmo respiratório, mostrando o seu papel na regulação de atividades viscerais. Por outro lado experiências de auto estimulação mostram que a área septal é um dos centros do prazer no cérebro.

Hipotálamo, núcleos mamilares dos corpos mamilares. A sua porção mediana estão mais ligada à aversão, desprazer e a tendência ao riso incontrolável.

A maioria das modificações do comportamento observadas em experiências com o hipotálamo de animais já foi também observada no homem, em experiências realizadas durante o ato operatório ou como consequência de traumatismos, tumores, lesões vasculares ou infecções desta região. Não resta, pois, dúvidas de que o hipotálamo exerce um importante papel na coordenação e integração dos processos emocionais.

O hipotálamo tem um papel preponderante como coordenador das manifestações periféricas das emoções. Sabe-se, entretanto, que a estimulação de certas áreas do hipotálamo do homem desperta uma sensação de prazer, o que sugere sua participação também no componente central, subjetivo, da emoção.

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Os núcleos habenulares, são pequenos grupos de neurónios situados internamente à extremidade posterior do tálamo, em relação com o trígono da habénula. Encontram-se unidos pela comissura habenular. Recebem aferências da amígdala através da stria medullaris (fita semi-circular) e enviam eferências para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo pela via habenulo-interpeduncular.

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CAPÍTULO II

FUNÇÕES EXECUTIVAS E COGNITIVAS NO CÉREBRO DA CRIANÇA

“Para entender o mecanismo de aprender é preciso saber um pouco sobre o funcionamento do Sistema Nervoso Central, o organizador do pensamento” (RELVAS, 2009 p.14).

A neurociência é um campo interdisciplinar que abrange um conjunto de disciplinas dentre outras: neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica, neuroimagem, genérica, farmacologia, neurologia, psicologia e psiquiatria. As neurociências procuram estudar as várias relações entre o comportamento e a atividade cerebral. Os primeiros estudos de neurologia continham descrições elaboradas das funções desempenhadas por várias partes do cérebro, contudo, pouco se conhecia acerca da fisiologia dos lobos frontais. Muito tempo se passou até que os neurocientistas pudessem atentar para a importância dos lobos frontais para a cognição. O cérebro é formado por componentes distintos que desempenham diferentes funções, contudo, os lobos frontais não são dotados da especificidade de apresentar uma função única, prontamente classificável.

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Conforme LEDOUX (2001 p.19), O desenvolvimento emocional envolve o aumento da capacidade de sentir, entender e diferenciar emoções cada vez mais complexas, bem como a capacidade de autorregulá-las, para que o indivíduo possa se adaptar ao ambiente social ou atingir metas presentes ou futuras. Muitas vezes, as crianças enfrentam situações em que devem escolher entre opções conflitantes, como terminar a lição de casa antes de brincar ou comer uma guloseima naquele momento, ao invés de esperar para ter uma refeição saudável. Ao tomar tais decisões, elas precisam conciliar o conflito entre escolhas disponíveis que se opõem no contexto de um conjunto específico de expectativas e regras, bem como controlar os impulsos para a gratificação imediata em benefício de uma escolha que é menos imediata e automática.

Esse tipo de controle comportamental e cognitivo está relacionado ao conceito das funções executivas. As funções executivas são processos multidimensionais de controle cognitivo que se caracterizam por serem voluntários e exigir um alto esforço. Eles incluem a capacidade de avaliar, organizar e alcançar metas, bem como a capacidade de adaptar o comportamento com flexibilidade ao ser confrontado com novos problemas e situações. As evidências do desenvolvimento cognitivo e da neurociência cognitiva do desenvolvimento têm demonstrado que o desenvolvimento da regulação da emoção é fortemente apoiado por diversas funções executivas essenciais, tais como o controle da atenção, a inibição de comportamentos inadequados, a tomada da decisão e outros processos cognitivos elevados que ocorrem em contextos emocionalmente exigentes.

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“O sistema nervoso tem mecanismo para bloquear as

informações sensoriais irrelevantes a cada momento da vida do indivíduo, permitindo que se concentre em apenas em um número de informações mais importantes que serão processadas pela percepção. Tudo passa pelo filtro das sensações.” (ROBERT LENT, 2004, pág. 25)

A função executiva do cérebro vem sendo definida como um conjunto de habilidades, que de forma integrada possibilita ao indivíduo direcionar comportamentos a objetivos, realizando ações voluntárias. Tais ações são auto-organizadas, mediante a avaliação de sua adequação e eficiência em relação ao objetivo pretendido, de modo a eleger as estratégias mais eficientes, resolvendo assim, problemas imediatos, e ou de médio e longo prazo. A função executiva é requerida sempre que se faz necessário formular planos de ação ou quando uma sequência de respostas apropriadas deve ser selecionada e esquematizada. Do ponto de vista da neuropsicologia a função executiva compreende os fenômenos de flexibilidade cognitiva e de tomada de decisões. Atualmente é sabido que os módulos corticais responsáveis pelas funções executivas se localizam nos lobos frontais direito e esquerdo.

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Nos primatas, humanos ou não, o córtex proe-frontal é anatomicamente dividido em três regiões: lateral, medial e orbital. Cada região é subdividido em diferentes áreas da citoarquitetura pré-frontal, organizadas em mapas, como os mapas Brodman. Contudo, não é possível atribuir eventuais funções fisiológicas para tais áreas, exceto a área 8 que é, em grande parte, dedicada ao controle do movimento ocular. Assim, uma vez que não pode ser funcionalmente subdividido em função de sua cito arquitetura, admite-se que o córtex pré-frontal realize, como um todo, seu papel na organização do comportamento e suas ações cognitivas.

O córtex pré-frontal é excepcionalmente bem conectado a outras estruturas cerebrais (corticais e subcorticais), e suas três regiões são mutuamente conectadas entre si, e como os outros núcleos anterior e dorsal do tálamo. As régios medial e orbital, adicionalmente, são conectadas ao hipotálamo e outras estruturas límbicas, sendo que algumas dessas ligações são indiretas. Ocorrendo por intermédio do tálamo. A região lateral envia conexões aos núcleos da base (estriado), além de ser profusamente conectada às regiões de associação dos córtices occipital, temporal e parietal. “O papel funcional preciso das conexões do córtex pré-frontal não é totalmente conhecido, mas pode ser inferido a partir do papel funcional das estruturas às quais ele se liga. Por exemplo: as conexões pré-frontal áreas límbicas estão envolvidas no controle do comportamento emocional, ao passo que as ligações pré-frontal-estriado estão envolvidas na coordenação e no planejamento do comportamento motor” segundo CAPOVILLA (2007, p. 60).

Outro conceito das funções executivas recentemente formulado. Um executor recebe responsabilidades, tais como levantar informações, impor organização, formular planos, fixar possibilidades e modificar objetivos planos de acordo com as mesmas, em estudos neuropsicológicos, as funções executivas têm sido demonstradas como sendo muito diferentes da inteligência geral e memória.

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executivas tornam-se progressivamente mais conectadas aos domínios do conhecimento para fatos, números, palavras e imagens (os aspectos de o que e onde do conhecimento) para o propósito de como, porque e quando utilizar tal conhecimento em comportamento dirigidos a metas. Por exemplo, como eu identifico e organizo os passos para completar um projeto independente; Como eu devo verificar meu progresso, de modo a avaliar o quanto falta fazer? Estas são questões que os educadores podem ouvir de tempos em tempos, mas elas revelam quais podem ser os processos fundamentais para a adaptação e realizações humanas nos gerenciando como aprendizes, desenvolvendo uma consciência quanto ao nosso conhecimento, tanto como à nossa falta de conhecimento, e sabendo como conseguir realizar vários objetivos usando habilidades executivas ou metacognitivas. Uma parte substancial das funções executivas consiste em desenvolver modelos mentais destes processos de “comos”, “porquês” e “quandos”.

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Dentro dessa classificação geral as tarefas podem ser divididas também de acordo com a função especifica objetivada, por exemplo, memória de trabalho, controle inibitório ou flexibilidade mental. No entanto, considerando o desenvolvimento prolongado da função executiva durante toda a infância, uma grande variedade de tarefas estão disponíveis, sendo elas apropriadas para crianças de uma determinada faixa etária ou nível de habilidade.

As evidências de diversos estudos indicam que o amadurecimento dos aspectos do funcionamento executivo, tais como o controle inibitório e a atenção executiva, está fortemente relacionado ao aumento da compreensão emocional (de se mesmo e dos outros) e à regulação. O desempenho das crianças em idade pré-escolar nas tarefas de laboratório que avaliam o controle inibitório correlaciona-se significativamente com sua capacidade de regular suas emoções. Além disso, as crianças com capacidade de controle de atenção superiores tendem a lidar com a raiva utilizando métodos verbais não hostis, ao invés de métodos claramente agressivos. Por maior autocontrole (em inglês “effortuful control”) também se correlaciona positivamente com a empatia.

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flexibilidade de atenção necessária para conectar os princípios morais, os sentimentos e as ações.

Além desses estudos, as linhas de pesquisa atuais estão investigando os fatores, tanto educacionais como constitucionais, que influenciam o desenvolvimento da função executiva. Os estudos de treinamento de diferentes em crianças em idade pré-escolar e em idade escolar têm demonstrado benefícios diretos nas habilidades ensinadas incluindo na atenção executiva, no raciocínio fluído, na memória de trabalho e no controle cognitivo.

Conforme CAPOVILLA (2007, p. 74), “todas as tarefas que diariamente realizamos necessitam da atividade cerebral. Para ler e compreender esse texto, anotar um recado para um colega, reconhecer alguém e lembrar seu nome, calcular o orçamento doméstico, conversar com uma pessoa, saber que amarelo é uma cor e que carro é um meio de transporte, lembrar o caminho de casa, são apenas alguns de uma infinidade de funções que nosso cérebro faz no dia a dia”. As principais funções cognitivas são: percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas. É a partir da relação entre todas estas funções que entendemos a grande memória dos comportamentos, desde o mais simples até as situações de maior complexidade, e que exige atividades cerebrais mais elaboradas.

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atenção, (ler um livro ao invés de assistir televisão, mesmo que esta esteja ligada e faça ruídos no fundo); Atenção dividida: Caracteriza-se pela capacidade do indivíduo em prestar atenção em mais de um estímulo ao mesmo tempo (conversar enquanto dirige um veículo, trabalhar no computador enquanto atende ao telefone).

Nossa capacidade de manter a concentração é restrita, e depende de inúmeros fatores, desde a falta de vontade ou ânimo por algum assunto, até as dificuldades específicas, como as presentes no TDAH que interferem na capacidade de atenção seletiva e dividida, ou seja, todos nós temos alguma dificuldade atencional. Se isso representa um problema a ser tratado, depende do grau de comprometimento e do número de sintomas.

Problemas de concentração podem ser resultantes de um distúrbio atencional simples, ou a uma inabilidade de manter o fofo de atenção intencional, ou até aos dois problemas ao mesmo tempo. No nível seguinte de complexidade, está o rastreamento mental que também é afetado por dificuldades atencionais. A preservação da atenção é um pré-requisito para atividades que requeriam, tanto concentração, como rastreamento mental. A habilidade de manter a própria atenção focada em um conteúdo mental fica diminuída, ou seja, pode-se ter dificuldade para se manter uma sequência de pensamentos simples, o que invariavelmente compromete a habilidade de solução de problemas mais complexos.

Elucidar a natureza dos problemas atencionais, depende não somente da complexa observação do comportamento geral do paciente, assim como o desempenho em testes específicos que envolvam concentração e trilhas mentais. Somente com a comparação entre as várias observação pode ser possível a distinção entre os déficits globais e aqueles mais discretos e normais presentes na maioria das pessoas.

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memória pode ser classificada de forma simples, e acordo com a duração e os tipos de informação envolvidos.

Memória de curto prazo: também conhecida como memória de trabalho, armazena (numa quantidade limitada) informações por alguns minutos. A memória de trabalho possibilita, por exemplo, uma pessoa discar um número de telefone que alguém acabou de lhe dizer ou repetir algumas frases de um texto lido naquele exato momento:

Memória de longo prazo: Ao contrário da anterior, a memória de longo prazo tem uma capacidade maior para armazenamento de informação, que permanecem com o indivíduo durante longos períodos, podendo até ficar guardadas indefinidamente. Por exemplo, as lembranças de fatos ocorridos na infância, o aprendizado de conteúdos escolares, a fisionomia ou o nome de alguém que ao se vê há tempos etc. dentro da memória de longo prazo, encontram-se os seguintes tipos; Memória episódica, fazem parte desse conjunto os eventos vivenciados pela pessoa que os recorda, em um determinado tempo e lugar, por exemplo, uma viagem de férias, o primeiro dia num emprego, o nascimento de um filho, ou até eventos negativos como uma situação de violência. Assim, a memória episódica é constituída por lembranças autobiográficas que representam um significado importante para o indivíduo; Memória procedural, esse tipo de memória é ligado ao conhecimento de procedimentos corriqueiros e automáticos, por exemplo, lembrar como se toca um instrumento musical, andar de bicicleta, vestir-se, etc.

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A linguagem é um processo que ocorre apenas se existir uma sequência coerente de símbolos (sons ou palavras). Assim, para uma comunicação ser satisfatória, o indivíduo precisa compreender uma determinada informação para entender a seguinte, e daí por diante até o fim de um texto ou uma conversa. Mesmo que a pessoa leia um texto com muita atenção e o compreensão, dificilmente as frases serão armazenadas exatamente iguais como aparecem no texto. Apenas as informações mais relevantes, como palavras-chaves e as ideias centrais, serão necessárias para a compreensão e armazenamento na memória de longo prazo.

Ainda LURIA afirma que “a leitura adequada é aquela que o sujeito organiza as palavras em grupos coerentes, dos quais será extraído um significado geral associado ao tema principal do texto”. A linguagem também é caracterizada pela sua constante evolução, pois embora as pessoas respeitem os limites de sua estrutura (gramática, ortografia), elas podem produzir novas elocuções a qualquer momento. Basta observar as mudanças ocorridas na escrita de certas palavras há algumas décadas, por exemplo, “pharmácia”.

A percepção é uma função cognitiva que se constitui de processos pelos quais o sujeito é capaz de reconhecer, organizar e dar significado a um estímulo vindo do ambiente através dos órgãos sensoriais. Por exemplo, se um indivíduo tem seus olhos vendados e lhe são oferecidos alguns objetos para tatear, ele é capaz de reconhecer e através de informações armazenadas – a textura (áspero ou macio, duro ou mole), a forma (quadrado, redondo, grande...) e depois nomear o objeto. O mesmo processo ocorre com os outros sentidos como o olfato (reconhecer que é cheiro de fumaça), a gustação (identificar se algo é doce ou salgado), a audição (saber que um som é do canto de pássaros), ou a visão (identificar um obstáculo ao dirigir um veículo e desviá-lo).

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cognitivas responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas. Elas incluem o raciocínio, a lógica, a estratégia, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Todos esses processos cognitivos são produzidos diariamente, pois uma série de problemas dos mais simples aos de maior complexidade ocorrem na vida do ser humano. Assim, independentemente do grau de complexidade do problema, o sujeito precisa estar apto para analisar a situação, lançar mão de estratégias, e antever as consequências de sua decisão. Existem três tipos de solução de problemas: Inferente é utilizada quando o indivíduo está frente a uma situação desconhecida e pela qual ainda não existem soluções disponíveis. Sendo assim, é necessário avaliar os elementos que compõem o problema e deduzir (inferir) qual a melhor estratégia para superar aquele problema ou pelo menos minimizar seus efeitos. Na medicina isso é bastante utilizado quando se tem um determinado quadro patológico desconhecido; Analógica é o uso de recursos anteriormente utilizados em situações semelhantes; Automática é o tipo que se caracteriza pela espontaneidade. Ocorre principalmente se a pessoa que o utiliza tem bastante prática no problema, por exemplo, um motorista experiente.

Como pode ser visto todas as funções cognitivas interagem entre si. A separação existe apenas para fins educativos, pois o ser humano é caracterizado por sua totalidade. As funções executivas reúnem todas as funções anteriores. Para resolver um determinado problema o sujeito precisa utilizar todas as funções cognitivas, por exemplo, ao detectar um cheiro de fumaça (atenção), ele vai reconhecer (percepção) de acordo com o que já foi aprendido (memória) que esse pode ser o sinal de incêndio; à partir de então ele busca estratégias para solucionar o problema como primeiro se certificar do que se trata, retirar as pessoas do local, e chamar por socorro (funções executivas), Segundo Vigostky:

“O professor deve ter consciência da sua importância

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O desenvolvimento emocional envolve uma maior compreensão das emoções do próprio indivíduo e de outros indivíduos, bem como o aumento da capacidade de regular as emoções baseando-se em metas atuais e regras compartilhadas socialmente. Na função hormonal, considera-se que as alterações desempenham um papel fundamental no ajustamento social e na competência escolar o desenvolvimento adaptável da emoção vinculado ao bem-estar da criança, enquanto que as dificuldades com a regulação emocional estão relacionadas a perturbações do humor e a problemas.

É possível que futuros estudos tenham o potencial de iluminar ainda mais a questão das funções executivas e do desenvolvimento emocional.

Segundo GOLDEBERG (2002, p,49) “Embora os estudos transversais possam ser muito informativos, os estudos longitudinais são necessários para excluir os possíveis efeitos originados da discrepância individual entre os grupos etários. Portanto, os estudos longitudinais podem fornece informações importantes sobre o desenvolvimento cognitivo e emocional típico e atípico”. Outra questão importante, mas ainda não resolvida, é até que ponto as intervenções educacionais destinadas a promover a função executiva podem produzir mudanças estáveis na eficiência desse sistema, tanto em nível estrutural como nos níveis funcionais, ao longo do desenvolvimento. No entanto serão necessários estudos adicionais para caracterizar ainda mais os benéficos do treinamento ao longo do tempo, e se os benefícios do treinamento da função executiva se transferem para as habilidades de regulação da emoção.

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CAPÍTULO III

A CONSTRUÇÃO DA APREDIZAGEM EM MEIO AS EMOÇÕES

A emoção não é uma ferramenta menos importante que o pensamento, e, portanto necessita de estímulos, de acordo com VYGOTSKY que Afirma:

“A educação sempre implica em mudanças nos

sentimentos e a reeducação das emoções vai na direção emocional inata" (VYGOTSKY, 2003 p2).

De acordo com Gardner, 1997, “diversas teorias da aprendizagem já publicadas, o processo de aprimoramento e fixação do conhecimento se baseia principalmente na concentração de aspectos emocionais de cada indivíduo dobre aquilo que está sendo introduzido em sua linha de raciocínio” , embora as escolas declarem que preparam seus alunos para a vida, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. As escolas devem favorecer o conhecimento de diversas disciplinas básicas que encorajem seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuas a partir da avaliação regular do potencial de cada um.

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suas necessidades básicas de vivência daquilo que almeja enquanto fator integrante no processo de desenvolvimento de seu espaço, seja escolar ou ambiental.

Segundo WALLON (1989 p.73) ”a educação seja ela no âmbito escolar ou em qualquer ambiente de aprendizagem, tem buscado aprimorar seus conceitos e metodologias no sentido de propiciar ao integrante do processo educacional a assimilação adequada daquilo que lhe é ensinado, fato que tem sido alvo de constantes discussões e reflexões entre agentes educacionais e teóricos do assunto que se consiga organizar o processo de aprendizagem de forma mais objetiva para a aquisição de conhecimento pelo indivíduo envolvido nesse processo”. A assimilação da aprendizagem e fator diretamente ligado ao emocional de quem integra o processo, dessa forma, podemos observar um envolvimento direto de fatores relacionados à capacidade de aprendizagem se promoveram através do envolvimento diretamente emocional do indivíduo com aquilo que está sendo ensinado, sendo que para ele a assimilação se processa diante daquilo que é relevante para sua vivência prática sobre esse conceito.

A importância de educar para a vida está em um contexto em que o indivíduo possa absorver o objeto de sua aprendizagem em sua vida cotidiana, reforçando assim o conceito aqui abordado de que para a concretização da aprendizagem é necessário que ocorra mais do que transmissão de conhecimento, mas também um envolvimento direto do indivíduo naquilo que lhe é ensinado, caracterizando assim um processo emocional vinculado à absorção do conhecimento. A partir de uma análise mais reflexiva da forma como ocorre a fixação do conhecimento no indivíduo podemos afirmar que o conhecimento para ser relevante a pessoa e com isso permanecer em seus reflexos mentais para a agrupar-se a seu processo de assimilação precisa ser relevante aos seus interesses para que ele possa absorver com precisão aquilo que lhe é repassado enquanto objeto de aprendizagem.

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que viabilizam sua inserção no processo emocional da pessoa, buscando assim a fixação do conhecimento enquanto parte integrante da vivência de cada um”.

Os sentimentos são parte integrante da nossa subjetividade e estão interligados às nossas cognições, aos nossos comportamentos e nossas reações corporais. Existem emoções naturais e fisiológicas que aparecem em todas as pessoas, elas podem ser alegria, desagrado, medo, raiva, surpresa e tristeza. São as chamadas emoções universais. Essas emoções são agradáveis ou desagradáveis, nos mobilizam para realizar atividades e fazem parte da comunicação interpessoal. Portanto, essas emoções atuam como poderosos motivadores da conduta humana e podem ter um importante papel no bem estar psicológico ou nos estados patológicos. Por isso é tão que crianças e os adolescentes saibam lidar com seus sentimentos, identificando e administrando bem suas sensações e pensamentos, podendo melhorar o reconhecimento do que sentem, aumentando seu autoconhecimento e o controle das emoções tendo mais condições de agir de forma mais saudável e proveitosa mas suas vivências diárias.

O trabalho com as emoções é essencial, pois prazeres e sofrimentos da vida estão profundamente envolvidos com os sentimentos. Além disso, grande parte das nossas condutas estão relacionadas com nossos sentimentos e o estabelecimento de nossos relacionamentos interpessoais ocorre a partir de algum tipo de sentimento (empatia, atração, desconforto, etc.). Desta forma, as emoções têm um importante papel no processo de ensino e aprendizagem pois atuam como definidoras do sentido subjetivo que é dado às experiências vividas e assim, atuam como organizadoras do nosso comportamento.

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aprender algo novo, explica-se que a memória é o continente da subjetividade e a plataforma da inteligência, do raciocínio e da criatividade.

Pesquisas e estudos na área revelam que as emoções podem favorecer a execução de uma tarefa de cunho intelectual. Uma pesquisa realizada na Universidade de Cornell comprovou que um humor alegre ajuda as pessoas a encontrar soluções mais criativas e eficazes para os problemas. Nesse estudo, três grupos de estudantes deveriam solucionar um desafio de dez minutos. Os estudantes que obtiveram maior êxito na resolução do desafio, foram do grupo que assistiu um filme cômico. Dados mostram que as emoções influenciam as habilidades cognitivas, as quais são indispensáveis no processo de aprendizagem e, portanto, o desenvolvimento da inteligência é inseparável da afetividade. Um exemplo disso é a diferença de desempenho da criança que “gosta” de matemática e da que não “Gosta”, onde nos dois casos o fator emocional influencia desde hábitos de estudo, até progressos ou dificuldades de aprendizagem.

Conforme LEDOUX (2001 p 21), “O aprendizado é uma função neural muito antiga do ponto de vista filogenético, tanto é que os primeiros experimentos que determinaram suas bases moleculares e renderam o prêmio Nobel ao cientista Eric Kendel, foram realizados em um molusco a lesma do mar”. Podemos definir o aprendizado como a modificação que ocorre em resposta a uma pressão exercida pelo meio. Dentro dessa linha de raciocínio, a principal característica do aprendizado é a aquisição é determinada pela intensidade dos estímulos, e nos humanos ela está ligada a fatores como estado emocional e motivação (LeDoux, 2001). Entretanto, tanto nos animais como nos seres humanos podemos identificar duas modalidades de aprendizado: o aprendizado não associativo (habituação e sensibilização) e o aprendizado associativo (ou condicionamento). P condicionamento pode ainda ser o condicionamento pode ainda ser o condicionamento clássico, onde se aprende a responder a estímulos anteriormente ineficazes (Pavlov, 1980), ou o condicionamento operante, onde um novo comportamento é aprendido através de reforço ou punição (Skinner, 1969).

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mesmas, desde os invertebrados até nós, humanos”. As informações aprendidas ficarão mais ou menos tempo retidas, dependendo dos reforços. Karl Lashley ficou conhecido pelos seus experimentos com ratos, mostrando que os animais, após várias sessões diárias de treino, eram capazes de aprender a sair de um labirinto complexo de quatro filas, sem cometer nenhum tipo de erro, mesmo após esses ratos terem várias partes do córtex cerebral retiradas cirurgicamente.

Parece que o que existe de diferente entre os diversos animais no que se refere ao aprendizado é a capacidade de reter e evocar as informações aprendidas, ou seja, o que difere talvez não seja o aprendizado em si, mais sim os sistemas de memória e como eles são gerenciados frente às pressões vindas do entorno. De fato, os resultados apresentados pela neurociência experimental sugerem que o aprendizado se dê em redes neurais altamente plásticas que se auto organizam em função dos estímulos externos. Isso é evolutivamente justificável, pois, se assim não fosse, talvez não houvesse como as espécies evoluírem se moldando ao meio ambiente. No ser humano, que representa o ápice da escala evolutiva, as redes neurais que formam a circuitaria do neocórtex são totalmente plásticas, dinâmicas e mutáveis sinapses se formam e deixam de existir em frações de segundos, durante todo o tempo, permitindo a nós, humanos, um potencial de aprendizado e resiliência talvez muito maior do que imaginamos possuir. Essa capacidade adaptativa profunda e instantânea que apresenta o cérebro humano serve como um possível arcabouço teórico para sustentar as teorias de aprendizagem na criança.

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as respostas se obterão, quando associados métodos cognitivos e práticas psicológicas na promoção do conhecimento.

A neurociência e o desenvolvimento humano são uma área do conhecimento que aos poucos ganha espaço e surge como um aporte na atuação interdisciplinar, agregando conhecimentos neurocientíficos e tendo seu foco nos processos neurológicos e no ensino e aprendizagem. Procura aliar as atividades pedagógicas à todas as ciências que possam contribuir para a aprendizagem do indivíduo de forma mais ampla.

Assim que agrega conhecimentos da psicologia e pedagogia, realiza um trabalho investigativo na promoção da aprendizagem, avaliando estímulos, respostas e sensações nos processos didáticos metodológicos para que o ensino e aprendizagem ocorram preventivamente, além de estudar como o cérebro aprende e armazena informações. Requer mudanças de paradigmas e práticas que vão além da aula expositiva, estimulando o cérebro a produzir aprendizagens.

Segundo LEDOUX (2001, p.19) “O cérebro é o órgão mais importante de nosso corpo e responsável pelas ações voluntárias e involuntárias do mesmo, as primeiras relacionadas com aquilo que podemos controlar, como comer, falar, brincar, entre outras, e àquelas como bater do coração, a respiração e outras voltadas à ações que independem da vontade do homem”. Assim sabemos que o cérebro necessita dos neurônios, que se utilizam do oxigênio, e trocam substâncias químicas, e que este conjunto precisa ser estimulado para que se obtenham respostas e ambientes enriquecidos de estímulos, com recursos materiais, atividades físicas e alimentação adequada, influenciando no desenvolvimento do cérebro e da aprendizagem.

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ativado movimenta inúmeras áreas do córtex cerebral favorecendo a aprendizagem numa ancoragem anterior; o cérebro responde positivamente aos estímulos visuais, dramatúrgicos e musicais e promover estas expressões motiva os educandos a uma resposta.

Aprender através da experiência, e dela o adulto fazendo, fortalecendo ações posteriores, pois estarão mais bem preparados para a tomada de decisões e a experiência já não será nova, sendo respaldada pelos fatos vividos. Assim a estimulação de dopamina é ativada e os envolvidos encontrarão prazer em agir.

Segundo SANTOS (2010 p.83), “evidencia-se que a neurociência contribui para o conhecimento das interferências de aprendizagem, dando a conhecer que os processos ambientais que em contrapartida influem nas questões biológicas”.

As pesquisas realizadas no estudo do funcionamento do cérebro têm contribuído para o entendimento de sua participação no processo cognitivo, tais como memória, alfabetização, leitura-escrita, aprendizagem, tomada de decisões, inteligência, interpretação textual, linguagem, raciocínio lógico, cálculos, interpretação de símbolos numéricos, sonhos e emoções.

As interpretações relativas a aprendizagem, no ambiente escolar, passam pelo olhar do profissional da educação que registra em seus pareceres que o educando não está adaptado, que é indisciplinado, que a família é omissa, que a mesma só se preocupa com os auxílios governamentais que recebe e, portanto, quanto mais filhos, mais ganhos financeiro. O que se sabe é que o discurso está mudando, pelo menos para aquele profissional com olhar mais acurado em relação aos seus pupilos, e a pergunta que se faz é: Por que não aprendem? Ou, por que tem mais dificuldade de concentração? Por que desafiam o educador a todo instante? Instigam posicionamentos e metodologias diferenciadas para que a aprendizagem ganhe espaço e promova conhecimento àqueles que ocupam os espaços educativos.

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contexto social e os efeitos causadores dos desvios comportamentais decorrentes do ambiente familiar.

Conforme VYGOTSKY (2007 p.103), ”A motivação para a aprendizagem passa pelas emoções e o resultado delas colore as avaliações e os rótulos aos educandos, desde as séries iniciais, traçando a trajetória escolar dos mesmos ao longo do processo de aprender”. Desta forma, é de suam importância reconhecer os espaços geográficos, torna-los agradáveis, equilibrar emoções para atender a demanda existente em nossos espaços geográficos, estabelecer vínculos sólidos, promovendo segurança, confiança e afeto, pois só desta forma as deficiências faltas serão, de alguma forma, dirimidas nos ambientes educacionais. Cabe ressaltar que o respeito em relação ao educando é importante pois somos modelos das ações dos mesmos.

Portanto, os objetivos a serem atingidos passam pelo domínio da cognição, domínio afetivo e psicomotor, envolvendo o conhecimento e a capacidade intelectiva; as emoções, gostos e atitudes e as decorrências destas práticas no que tange a psicomotricidade e outras que resultam do uso da força corporal para a realização de atividades na análise doo conjunto se ressalta as habilidades de memorização, compreensão, aplicação de análise, síntese e avaliação com o domínio do campo efetivo através da receptividade, resposta, valorização das potencialidades, organização e caracterização bem como organizar movimentos reflexos, habilidades perceptivas e físicas, comunicação discursiva e habilidades relacionais.

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Ambiente estressante gera ativação dos hormônios de noradrenalina e cortisol que segregam o cérebro em resposta a situações adversas ou de sobrecarga tensional afetando os processos de consolidação da memória e bloqueando o córtex, impedindo de dirigir e focar atenção experienciais de aprendizagem, que alteram a capacidade de resolução inteligente de conflitos, embotando habilidades fundamentais para a resolução dos mesmos.

Segundo PAIN (1989, p.13) “o cérebro é ativado em seu aspecto neuroquímico, biológico, anatômico, psicossocial, fisiológico, celular e emocional”. Nesse aspecto, a neurociência vem como aporte para a aprendizagem, auxiliando o educador em suas intervenções para melhor significar a cognição e interesse para que o cérebro guarde na memória de longo prazo o conhecimento promovido e, os recursos utilizados para tal, estimulando os canais sensoriais dos envolvidos nas “ensinagens”.

Portanto, um clima emocional auxilia na aprendizagem, e se o indivíduo não o tem em seu ambiente social, é possível que o tenha no ambiente educativo de suas aprendizagens, e aqui aporta o educador-pesquisador, ciente de seu compromisso com o outro e de sua responsabilidade com o outro, permanecem interligados emoção e atenção que fundamentam as bases cognitivas, estabelecendo relações essenciais entre interferência, afetividade, emoção e aprendizagem, segundo Robert Lent:

“A aprendizagem é uma modificação biológica na comunidade entre os neurônios, formando uma rede de interligações, que podem ser evocados e retomados com relativa facilidade e rapidez.” (ROBERT LENT, 2001, p.13)

O cérebro, a aprendizagem e a neurociência estão intrinsecamente ligados no que se refere aprendizagem e a forma como o cérebro responde aos estímulos ensinados através do encaminhamento de saberes e ações pela educação, utilizando a neurociência pedagógica abordando a neurobiologia e multidisciplinaridade sobre a complexidade cerebral em sala de aula.

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educador, de como áreas diversas fortalecem e fundamentam a aprendizagem, a educação e a própria neurociência num processo interdisciplinar. Desta forma, o cérebro se torna um mediador importante do conhecimento entre professor, pais e educadores, num reconhecimento das potencialidades e dificuldades no aprender.

Conforme Wallon (1989 p.27), “entende-se que o compromisso afetivo ultrapassa limites conceituais, mas atinge esferas profundas de comprometimento e responsabilidade com aqueles que necessitam desenvolver-se integralmente como seres partícipes do mundo em que habitam”. Auxiliar o ser em seu desenvolvimento é dar-lhe subsídios concretos de mundo, de vida, de emoções articuladas na parceria, solidariedade, resposta, valorização das potencialidades, organização e caracterização, bem como organizar movimentos reflexos, habilidades perceptivas e físicas, comunicação discursiva e habilidades relacionais.

É preciso reconhecer que a emoção é a centelha da vida, ou melhor, é o estímulo desencadeador e fixador da informação na memória. Em outras palavras, é através da emoção que o cérebro seleciona o que é importante ou não, transformando em uma aprendizagem significativa o tempo todo. Um professor “emocionado” demanda do aluno novas emoções e isto gera dúvidas, experimentações e aprendizagens. É o cérebro em plasticidade para aprender, criar competências.

Segundo Santos (2010 p.17), entende-se que não há separação entre emoção, afetividade, aprendizagem e cérebro, são todos elementos constituitivos das sinapses neuronais efetivadas pelos neurotransmissores que numa corrida desabalada enveredam pelos hemisférios cerebrais criando plasticidade e ativação dos lóbulos responsáveis pelas interações elencadas acima.

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problemas, minimizando dificuldade, compreendendo o processo de aprendizagem e encaminhando resultados.

Segundo VYGOTSKY (2007,p 56) “os déficits de aprendizado talvez sejam, na verdade, déficits executivos, relacionados, portanto, com a atenção, ou com a memória de trabalho, ou com o que uma criança ou um adulto apresentem uma dificuldade pura em aprender, já que até os moluscos aprendem”. O que supomos estar acontecendo com essa criança ou esse adulto é que eles talvez não estejam conseguindo usar o que aprenderam. Assim sendo, propõe-se que os sujeitos que apresentem suspeita de “déficit de aprendizagem” sejam submetidos a testes de função executiva, pois talvez aí resida a real origem do problema, e daí possa emergir alguma possibilidade de abordagem terapêutica.

Segundo Barros (2003), o desenvolvimento humano, então, se processa de forma gradual e constante e as respostas vão aparecendo de acordo com o oportunizado, e isto começa não só com o nascimento.

“A afetividade acompanha o ser humano desde a sua vida

intrauterina até a morte se manifestando como uma fonte geradora de potência e energia”.

A afetividade pode ser comparada ao alicerce sobre o qual se constrói o conhecimento racional e por isso deve ser prazerosa e ligada á ação afetiva.

Conforme PIAGET (1964, p19) “a afetividade se entrelaça com o saber, com o seu desenvolvimento e o indivíduo feliz reage positivamente a novas informações, pois sua autoestima está organizada e equilibrada, pronta para novos estímulos, sejam eles desafiadores, dramáticos, cômicos e físicos”.

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emoções, pode evitar ou minimizar a interferência de pressões externas que se convertem em estresse, melhorando a saúde psicológica e tendo mais chances de progredir tanto no trabalho acadêmico quanto social.

O educador de hoje tem funções muito além das obrigações pedagógicas em si e assume um papel de agente de transformação na construção do saber e da cidadania e quanto mais recursos tiver para propiciar esse desenvolvimento, mais chances terá de criar um contexto de aprendizagem saudável, motivante e criativo onde o saber e o afeto coexistem em harmonia. Segundo Marta Pires Relvas:

“O educador deve se preparar para encontrar a sua

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