• Nenhum resultado encontrado

CHÁ VERDE E COSMÉTICOS ANTI-ENVELHECIMENTO: USOS E PERSPECTIVAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CHÁ VERDE E COSMÉTICOS ANTI-ENVELHECIMENTO: USOS E PERSPECTIVAS"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

CHÁ VERDE E COSMÉTICOS ANTI-ENVELHECIMENTO: USOS E PERSPECTIVAS

Silvete Pontes1, Maria Luiza F. Rodrigues2

1 Acadêmica do curso de Tecnólogo em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR).

2. Doutora em Química Orgânica. Professora Orientadora Adjunto da Universidade Tuiuti. Endereço para correspondência: silvetepontes@hotmail.com

___________________________________________________________________________ RESUMO: A fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas ações na cura de doenças, na recuperação e manutenção da saúde. Camellia sinensis, planta medicinal consumida no oriente há mais de quatro mil anos e popularmente conhecida como chá verde, está entre as mais conhecidas plantas com uso fitoterápico pelos seus grandes benefícios. Além de auxiliar no tratamento de várias enfermidades, é rica em flavonóides e substâncias antioxidantes que ajudam a neutralizar radicais livres, que são responsáveis pelo envelhecimento celular precoce. Assim, o objetivo deste trabalho é demonstrar os usos e perspectivas de estudo do chá verde em cosméticos anti-envelhecimento, através de revisão bibliográfica. Dentre os fatores causais do envelhecimento, os radicais livres estão entre os mais conhecidos, e, portanto, os antioxidantes, presentes amplamente no chá verde, podem agir diretamente na neutralização da ação destes radicais livres ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função, contribuindo na preservação da pele. Porém,sugere-se estudos mais aprofundados sobre o efeito anti-envelhecimento do chá verde para que possamos garantir o desenvolvimento e uso de produtos cosméticos com evidência científica, necessitando uma maior atenção para poder-se usufruir de todos os reais benefícios oferecidos pelo chá verde.

Palavras-chave: chá verde, envelhecimento cutâneo, polifenóis, cosmética.

___________________________________________________________________________ ABSTRACT: Phytotherapy is the study of medicinal plants and their actions in curing diseases, rehabilitation and health maintenance. Camellia sinensis is a medicinal plant consumption in the east for more than four thousand years and popularly known as green tea, is among the best known plants with herbal use by their great benefits. Besides helping the treatment of various diseases, is rich in flavonoids and antioxidants which help neutralize the free radicals that are responsible for early cellular aging. The objective of this work is to demonstrate the uses and perspectives of study of green tea in cosmetics anti-aging, through literature review. Among the causal factors of aging, free radicals are among the best known, and thus, antioxidants, widely present in green tea may act directly in neutralizing the action of free radicals or indirectly participate in enzymatic systems with this role, contributing the preservation of the skin. However, studies suggest further investigation into the anti-aging effect of green tea so we can ensure the development and use of cosmetic products with scientific evidence, requiring greater attention to be able to enjoy all the benefits offered by real green tea.

(2)

__________________________________________________________________________ INTRODUÇÃO

As plantas, desde os primórdios dos tempos, são fundamentais tanto na alimentação quanto na cura de enfermidades. Seu uso é uma prática generalizada baseada em crença popular e nas várias formações culturais que as usam como recurso terapêutico (CHECINEL-FILHO e BRESOLIN, 2003). Mais recentemente, vêm sendo realizados muitos estudos e pesquisas sobre plantas medicinais, para saber quais são seus reais benefícios e comprová-los cientificamente. O chá verde, conhecido também como green tea, banchá ou chá da Índia (Camellia sinensis), pertencente à família Theaceae, está entre as plantas mais populares e que tem sido amplamente estudado atualmente.

Segundo SCHMITZ et al. (2005), os chás são ricos em compostos biologicamente ativos (flavonóides, catequinas, alcalóides, vitaminas, sais minerais) que contribuem para a prevenção e o tratamento de diversas doenças. Estes compostos podem ser encontrados nas folhas do chá verde, apresentando cerca de 30% de compostos polifenólicos. Os flavonóides e as catequinas são os principais componentes químicos terapêuticos dessa planta, sendo potentes antioxidantes, seqüestradores de radicais livres, quelantes de metais e inibidores da

lipoperoxidação (SCHMITZ et al., 2005; COOK E SAMMAN, 1996; ANGHILERI E THOUVENOT, 2000; SIMÕES et al., 2004).

O chá surgiu na China em 2375 a.C., durante o império de Sheng Nung, e é comumente utilizado até os dias de hoje. Além do Chá Verde, ouve-se falar muito nos chás preto e branco, o que os diferencia é o método de tratamento das folhas, uma vez que todos são obtidos da mesma planta, a Camellia sinensis. (TREVISANATO, 2000). No chá preto, as folhas são fermentadas assim grande parte de seus princípios ativos é alterada ou destruída. Por outro lado, no chá verde as folhas são expostas ao vapor da água e colhidas logo depois, secando naturalmente, preservando os polifenóis naturais que variam numa proporção de 45-90% em relação às propriedades biológicas (NAKACHI; et al., 1998; SABU, 2002). Já no chá branco, as folhas são colhidas ainda jovens, o que possibilita a manutenção de uma maior proporção de polifenóis (JÚNIOR, 2007). De acordo SCHMITZ et al. (2005), o chá preto é responsável por 75% do chá consumido no mundo e o chá verde, por apenas 22%.

(3)

espécies como proteção natural aos radicais livres formados pela radiação UV necessária à fotossíntese. Alguns desses compostos encontrados e extraídos de vegetais são polifenóis, os flavonóides, que formam o maior grupo de antioxidante extraído de vegetais, neutralizando a reatividade radicalar (F´GUYER et al., 2003; NIKOLIC, 2006) e são estes componentes que conferem benefícios dermatológicos (BAUMANN, 2007)

As propriedades terapêuticas do chá verde estão sendo cada vez mais exploradas pela indústria da beleza, muitas vezes sem a fundamentação científica necessária. Neste contexto, o objetivo deste artigo é apresentar, através de revisão bibliográfica, o uso e perspectivas de emprego do chá verde na cosmética anti-envelhecimento.

Envelhecimento Cutâneo

O envelhecimento é um processo sistêmico global que todo ser vivo está sujeito com o avançar da idade, tendo como conseqüência várias alterações que podem ser perceptíveis ou silenciosas. Além de modificações internas como mudanças do biorritmo de todos os sistemas orgânicos, a aparência externa também fica comprometida, com a pele sofrendo alterações visíveis (MAGALHÃES, 2000; SCOTTI E VALASCO, 2003).

O processo de envelhecimento tem grande parcela ocasionada por agressões que o organismo sofre do meio ambiente, este é o chamado de envelhecimento extrínseco e, variáveis como poluentes ambientais, álcool, tabaco e sol são alguns dos principais fatores causais.

Além deste, existe um processo natural, que se traduz pelo decaimento das funções vitais do corpo, índice reduzido de renovação celular, comprometimento do fluxo sanguíneo, respostas imunológicas ineficientes e demais comprometimentos do bom funcionamento do corpo (MAGALHÃES, 2000). Esse é o envelhecimento intrínseco, que também ocorre na pele e é evidenciado pela diminuição da síntese de colágeno, de elastina e de outras macromoléculas; menor regeneração celular; diminuição das defesas antioxidantes; espessamento dos vasos; fibras de colágeno quebradiças e fibras de elastina fragmentadas, dentre outras alterações.

(4)

Dentre os fatores causais do envelhecimento, os radicais livres estão entre os mais conhecidos, sendo responsáveis também pelo surgimento de algumas doenças degenerativas associadas à pele (CADENAS e DAVIES, 2000; PUJOL et al., 2007). Assim, os antioxidantes podem agir diretamente na neutralização da ação destes radicais livres ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função (EVANS, 2000; SHAMI e MOREIRA, 2004; PUJOL et al., 2007).

Segundo VIGLIOGLIA (1997), existe no organismo um sistema antioxidante que limita o crescimento de radicais livres, evitando danos celulares, alterações protéicas e o desenvolvimento de patologias. A defesa natural do corpo protege também a pele da formação de radicais estimulada pelos raios UV, porém progressivamente perde-se esse potencial antioxidante natural. As radiações UVA e UVB são responsáveis pela diminuição de sistemas antioxidantes cutâneos, bem como pelo aumento de sistemas oxidantes, por diversos mecanismos, alterando assim o balanço redox celular e, conseqüentemente, a homeostasia cutânea (JURKIEWICZ e BUETTNER, 1996; YASUI e SAKURAI, 2000). As duas radiações estimulam a formação de radicais livres, porém ainda não se tem certeza qual das duas provoca mais o

aparecimento dessas moléculas (SHAATH, 1997; MAGALHÃES, 2000).

Uma das maiores causas do envelhecimento cutâneo é a desorganização desse mecanismo de defesa antioxidante, provocando doenças na pele, resultado das condições causadas por esse desequilíbrio e que são conseqüências de danos a estruturas nela presentes, como lipídios, proteínas e DNA. Estima-se que cerca de 80% dos sinais visíveis causados no envelhecimento são provocados pelos raios ultravioletas e pelos radicais livres formados devido à exposição a estes (BUCHLI, 2002).

Embora tanto as mudanças anatômicas quanto fisiológicas estejam sendo investigadas por muitos anos, o conhecimento permanece fragmentado e ainda não é possível explicar todas as mudanças observadas, levando em conta os mecanismos bioquímicos que as produzem. (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2002; ALVES et al., 2005).

Chá verde: ação anti-envelhecimento O chá verde, extraído da espécie Camellia sinensis, constitui um extrato vegetal rico em antioxidantes. Existe uma grande variação na sua composição, mas de forma geral, apresentam catequinas

como a epigalocatequina,

(5)

responsáveis por controlar e prevenir certas doenças (ZHONG; et al. 2004).

No chá também encontramos flavonóides (quercetina, kaempferol, myricintina), cafeína, teofilina, alcalóides (teobromina), ácido polifenólicos e ácido gálico (F´GUYER et al., 2003).

As catequinas correspondem a, aproximadamente, 26,7% dos compostos presentes no chá verde, das quais 11% são constituídos de EGCG (epigalocatequina-galato)10% de EGC (epigalocatequina) 2,5% EC (epicatequina) e 15% de polifenóis não identificados (RICE-EVANS et al., 1996). As catequinas são poderosos antioxidantes pela inibição da lipoperoxidação e dos danos causados ao DNA pelas Espécies Reativas de Oxigênio, a inibição da imunossupressão e da inflamação cutânea induzida pela radiação UV (ALÉXIS; JONES, al 1999; PUJOL et al., 2007).

Os flavonóides são compostos, contendo unidades C6C3C6, e fazem parte do metabolismo secundário de plantas. São encontrados em leguminosas, frutas, flores e folhas (HARBORNE e WILLIAMS, 2000; MARTÍNÉZ, 2002; PUJOL et al., 2007). Eles atuam como antioxidantes na inativação dos radicais livres, em ambos os compartimentos celulares lipofílico e hidrofílico (HARTMAN e SHANKEL, 1990; PUJOL et al., 2007).

De acordo com BIANCHI E ANTUNES (1999), os compostos fenólicos como flavonas e flavonóis podem inibir os processos de oxidação em certos sistemas, mas isso não significa que eles possam proteger as células e os tecidos de todos os danos oxidativos. Esses compostos também podem apresentar atividade pró-oxidante em determinadas condições. Eles também são marcantes em sua capacidade de estabilizar o colágeno tipo II e III.

Os extratos polifenóis do chá verde são agentes quimioprotetores efetivos para muitos efeitos nocivos do sol na pele humana, e podem ser utilizados como agentes naturais de fotoproteção (ELMETS, et al, 2001).

(6)

estudos de SEVIN et al. (2007), o efeito protetor da EGCG (epigalocatequina-galato) ocorre quando é aplicado topicamente antes da exposição aos raios UVA. Porém, estudos revelaram não haver nenhum efeito benéfico quando aplicado após a exposição.

Estudos recentes em ratos após administração oral de chá verde e submetidos à radiação UV demonstrou redução dos danos oxidativos e menor indução de metalonoproteinases (MMPs), prevenindo danos oxidativos provocados pela radiação UV (VAYALIL et al., 2004).

A aplicação tópica de antioxidantes reduz os danos oxidativos induzidos pela radiação UV. Porém, essa proteção será mais eficaz se ocorrer penetração destas substâncias antioxidantes em camadas mais profundas do estrato córneo. Estudos recentes descobriram que o chá verde em creme melhora o sistema de defesa das células contra os raios ultravioletas do tipo B. Ao reduzir a inflamação causada por essa radiação, aumentaria a proteção contra o câncer de pele.

Os antioxidantes naturais são promissores na prevenção do câncer de pele, pois muitos já mostraram seus efeitos anticarcinogênico e antimutagênico, além de baixa toxidade (AFAQ et al., 2002). Os polifenóis do chá também exibem efeito quimiopreventivo contra agentes de iniciação, promoção e progressão no

desenvolvimento de cânceres (VERHOEVEN, et al., 1997).

Chá Verde: Cosmecêuticos

As propriedades anti-envelhecimento do chá verde têm atraído fortemente a atenção da Indústria Cosmecêutica. Há muitos cosméticos hoje no mercado que possui, em sua formulação, extrato de chá verde, baseando-se nos estudos de suas propriedades terapêuticas. Assim, já existem várias marcas cosméticas comercializadas nacionalmente que desenvolveram produtos a base de chá verde, podendo destacar: Natura, Adcos, O´Boticário, Valmari, Racco, entre outras marcas.

(7)

metabolismo; Zen Máscara; Chikara Serum e o Shin Serum.

As outras empresas nacionais citadas que comercializam produtos cosmecêuticos à base de chá verde não retornaram o pedido de maiores informações sobre seus produtos.

METODOLOGIA

A metodologia aplicada na realização deste trabalho foi uma revisão bibliográfica baseada em uma pesquisa de artigos científicos já publicados, livros da Universidade Tuiuti do Paraná – Campus Sidney Lima,e sites de busca.

Para as pesquisas foram utilizadas as seguintes palavras – chave: chá verde, envelhecimento cutâneo, polifenóis, cosmética. Sendo realizado o cruzamento posterior das mesmas.

Os artigos foram pesquisados na língua portuguesa e inglesa e compreendidos entre 1990 a 2010, visando um amplo estudo sobre o uso do chá em cosméticos anti-envelhecimento. Foram descartados os artigos que não correspondiam aos objetivos do trabalho e incluídos aqueles relacionados com o uso do chá verde em tratamentos anti-envelhecimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de demonstrar a importância

do uso do chá verde no tratamento anti-envelhecimento, onde para isso foi abordado o envelhecimento cutâneo e a ação do chá verde presente em cosméticos sobre este envelhecimento.

O desenvolvimento de produtos cosméticos com base botânica, em geral, é complexo e existem poucos produtos que fundamentam evidência científica (THORNELDT, 2005). Além disso, a maioria dos estudos sobre o chá verde utiliza modelos animais, o que limita a evidência científica dos resultados para a população humana.

Porém, apesar das dificuldades, os estudos das propriedades anti-envelhecimento das substâncias ativas vegetais vêm despertando muito interesse de pesquisadores, considerando o aumento da expectativa de tempo de vida observado nas ultimas décadas e a busca da qualidade de vida durante o processo de envelhecimento (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2004).

(8)

Estudos que fundamentam o emprego de extrato de chá verde com função anti-envelhecimento em formas alternativas aos cosméticos são propostos por diversos autores. AN et al. (2005) sugere a ingestão de chá verde como suplemento alimentar, além de cosmético, para se beneficiar dos efeitos protetores para a pele. Por outro lado, BATCHELDER et al. (2004) demonstraram que na absorção transdérmica, através de adesivos “patches”, com extrato de chá verde, pode-se obter concentrações pode-semelhantes à ingestão oral.

Diversos estudos descritos na literatura abordam o uso de antioxidantes oriundos de produtos naturais. A eficácia de antioxidantes provenientes de produtos naturais é investigada, principalmente frente aos efeitos da radiação UV. Segundo evidências investigadas, a ingestão de alguns alimentos e suplementos via oral contendo antioxidantes contribuem para retardar o estresse oxidativo que causa o envelhecimento cutâneo (SOUZA, 2004; PUJOL et al., 2007). Porém há controvérsias com relação ao benefício da suplementação, pois os estudos com frutas e hortaliças apresentam resultados mais significativos no que diz a respeito da proteção da saúde que estudos com nutrientes isolados.

A importância de estudos de agentes antioxidantes está relacionada a freqüente associação entre danos teciduais e liberação de radicais livres, causadores do envelhecimento cutâneo. Entre os antioxidantes que têm recebido maior atenção, por sua ação benéfica no envelhecimento estão os flavonóides (RODRIGUES et al., 2003; SOUZA, 2004; YEUM et al., 2004; PUJOL et al., 2007), um dos principais componentes do chá verde.

Depois de estudos que produziram resultados afastarem muitos mitos, também confirmaram alguns benefícios importantes para a saúde (BLOCK et al. 1992; GRAHAM, 1992). Hoje o chá verde é considerado alimento funcional que consumidos na alimentação cotidiana ou aplicada topicamente pode trazer benefícios fisiológicos e específicos, graças aos seus componentes ativos (HAM, 2004).

(9)

experimentações em modelos animais, enquanto que estudos epidemiológicos em humanos são apenas sugestivos e não conclusivos. É importante ressaltar que a forte atividade anticarcinogênica do chá e de seus componentes fenólicos em animais tem sido observada em concentrações baixas, usualmente consumidas por humanos. A preponderância das evidências sugere que o chá, através de seus componentes, pode atuar de várias maneiras: como moduladores do metabolismo de carcinógenos; como antioxidante, protegendo o DNA de danos oxidativos; por último, como agentes inibidores da proliferação celular.

O papel do chá verde na prevenção de neoplasias malignas foi baseado em estudos epidemiológicos in vitro e in vivo. NAKACHI E EGUCHI (2003) realizaram um estudo de corte durante 13 anos, em uma população com idade inferior a 79 anos. Observaram uma diminuição no número de mortes por câncer e doenças relacionadas com o envelhecimento em pacientes que consumiam quantidades elevadas de chá verde. Perspectivas de estudos futuros geram expectativas de extrapolar estes efeitos para a população em geral, sugerindo que o consumo diário de chá verde auxilie a prolongar a vida, evitando uma morte prematura, particularmente causada pelo câncer.

A eficácia do uso de antioxidantes na pele pode ser medida por uma série de parâmetros físico-químicos e com diferentes objetivos, dependendo da finalidade do emprego. Por ser um assunto muito amplo, os resultados podem demonstrar um problema clínico imediato ou ser suporte para pesquisas científicas, as quais exigem um alto grau de detalhamento (VERTUANI et al., 2003).

Desde que a Organização Mundial de Saúde incentivou e regulamentou a prática de fitoterapia nos sistemas públicos de saúde pela edição da resolução CIPLAN No 8 de 08.03.88, que foi renovada em 2006 pela portaria 971 de 03/5/2006 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006), evidenciou-se um significativo aumento de estudos de plantas tradicionalmente conhecidas como medicinais, com objetivo de avaliar cientificamente os benefícios da utilização de medicamentos fitoterápicos e de conhecer, ao mesmo tempo, os riscos de seu uso indevido (JUNIOR et al., 2005). A busca pelo tratamento e utilização de produtos naturais e o emprego da fitoterapia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) gera perspectivas de aumento do incentivo de pesquisa científica na área botânica, favorecendo o uso racional de fitoterápicos e o desenvolvimento aprimorado de fitocosméticos.

(10)

O consumo de plantas e chás coincide com o desenvolvimento da humanidade, inclusive com a sugestão de que o processo de envelhecimento celular é inevitável. Com essa percepção, passa a ser destaque a busca por alternativas em retardar o envelhecimento, assim, em especial nos últimos anos, o chá verde tem ganhado destaque por suas propriedades terapêuticas. Estudos demonstram que o chá verde pode ser considerado um potente auxiliar contra o envelhecimento cutâneo ao agir com efeito anti-radical livre.

O uso de substâncias antioxidantes pode auxiliar os sistemas endógenos de proteção da epiderme, além de contribuir para prevenção de outros problemas em longo prazo. Neste aspecto, a indústria cosmecêutica tem focado atenção para o desenvolvimento de formulações que acompanhem esta tendência de uso. Porém, o aumento de produtos no mercado não necessariamente vem acompanhado de estudos suficientes. Por isso, sugere-se estudos mais aprofundados sobre o efeito anti-envelhecimento do chá verde para que possamos garantir o desenvolvimento e uso de produtos cosméticos com evidência científica.

REFERÊNCIAS

ALÉXIS, A.F.; JONES, V.A.; STILLER, M.J., Potential therapeutic applications of tea in dermatology. Int. J. Dermatol., v.38, p.735-743, 1999.

ALVES, J.A.N.R.; LUZ, J.; GUERRA, K.A.; SANTELLO, L.C.; ZERWES, N.; SANTOS, R.S.A. Envelhecimento Normal. 2005.

AFAQ, F.; ADHAMI, V.M.; AHMAD, N.; MUKHTAR, H. Front. Biosci. 7, d784, 2002. AN, BJ et al. Physiological activity of irradiated green tea polyphenol on the human skin. Am J

Chin Med. 33(4):535-46, 2005.

ANGHILERI, L.J.; THOUVENOT, P. Natural polyphenols-iron interaction: its biological importance. Biological Trace Element Research, Clifton, v.73, p.251-258, Mar. 2000.

BATCHELDER, RJ.; CALDER, RJ.; THOMAS, CP.; HEARD, CM. In vitro transdermal delivery of

the major catechins and caffeine from extract of Camellia sinensis. Int J Pharm. Sep

28;283(1-2):45-51, 2004.

BAUMANN, L. Botanical Ingredientes in csmeceuticals. J Drugs Dermatol. Nov; 6(11): 1084-8, 2007.

BIANCHI, M.L.P.; ANTUNES, L.M.G., Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Ver. Nutr., v.12, n.2, p.123-130, 1999.

BLOCK, G., et al., Fruit, vegetables and cancer prevention: a review of the epidemiological evidence. Nutr. Cancer, v.8, p.1-29, 1992.

BUCHLI, L. Radicais livres e antioxidantes. Cosmet. Toiletries, Ed. Port., São Paulo, v.14,n.2,p.54-57, 2002.

CECA – Centro de Estudos de Cosmetologia Aplicada – www.valmari.com.br. Av. Indianápolis, 260 – Moema – SP. Tel: 5051 49 77. Outras Localidades: 0800 13 8484.

CADENAS, E.; DAVIES, K. Mitochondrial free radical generetion, ixidative stress, and aging. Free Radical biol. Med., v.29, n.4 p.222-230, 2000. COOK, N.C.; SAMMAN, S. Flavonoids-Chemistry, metabolism, cardioprotective effects, and dietary sources, Journal of Nutritional Biochemistry, Stoneham, v.7, n.2, p.66-76, Sep. 1996.

(11)

ELMETS, C.A. et al. Cutaneous photoprotection from ultraviolet injury by green tea polyphenols. J Am Acad Dermatol. Mar;44(3):425-32, 2001. EVANS, W.J. Vitamin C and exercice. Am. J. Clin. Nutr., v.72, n.2, p.647-652, 2000.

F´GUYER, S.; AFAQ, F.; MUKHTAR, H. Photochemoprevention of skin câncer by botanical agents. Photodermatol. Photoimmunol. Photomed. v.19, n.1, p.56-72, 2003.

GRAHAM, H.N., Green tea composition, consumption and polyphenol chemistry. Prev. Med, v.21, p.334-350, 1992.

HAM, D-W., et al., Effectsof green tea polyphenol on preservation of human saphenous vein. J. Biotechnol. v.110, p.109-117, 2004. HARBONE, J.B.; WILLIAMS, C.A. Advances in flavonoid research since 1992. Phytochemistry, v.55, n.6, p.481-504, 2000.

HARTMAN, P.E.; SHANKEL, D.M. Antimutagens and anticarcinogens: a survey of putative interceptor molecules. Environ. Mol. Mutagen., v.15, n.3, p.145-182, 1990.

HIDRATA, L.L.; SATO, M.E.O.; SANTOS, C.A.M, Acta Farm. Bonaerens, v.23, n.3, p.418-424, 2004.

VALMARI DERMOCOSMÉTICOS.- Informações dadas por Gisele Deodato, analista de atentimento SAC. sac@valmari.com.br.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasil em síntese. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/populac ao04.htm>. Acesso em: 27 março 2010.

JUNIOR, J.F.L.; VIEIRA, L.B.; LEITE, M.J.V.F.; LIMA, K.C. O uso de fitoterápicos e a saúde bucal. Saúde em revista. v.7, p.11-17, 2005. JÚNIOR, W.R.; Chá Branco. Revista Viva Saúde Online. v.43, março/2007. Disponível em: <http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/43/arti go45592-1.asp>. Acessado em: 08 abril 2010. JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. JURKIEWCZ, B.A.; BUETTNER, G.R. Photochem. Photobiol. v.64, 918. 1996.

KATIYAR, S.K.; ELMETS, C.A. Green tea polyphenolic antioxidants and skin photoprotection. Internacional Journal of

Oncology. Athens, v.18, n.6, p.1307-1313, Jun. 2001.

KATIYAR, SK; AHMAD, N; MUKHTAR, H. Green tea and skin. Arch Dermatol. Aug;136(8):989-94, 2000.

MAGALHÃES, J. O uso de cosméticos através dos tempos, envelhecimento cutâneo. In:. Cosmetologia: com questões de avaliação. Rio do Janeiro: Rubio, p.33-42, 61-145, 2000.

MARTINÉZ, S.; Nutri. Hosp., v.17, n.6, p.271-278, 2002.

Ministério da Saúde. Saúde faz balanço das principais ações de 2006. Disponível em <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Ag %C3%Aancia%2020BALAN%C3%87O%2022006 %20-%20texto.pdf> Acessado em: 13 abril 2010. NAKACHI, K.; EGUCHI, H.; IMAI, K. Can teatime increase one´s lifetime? Ageing Research Reviews, Kidlinton, v.2, p.1-10, Jan. 2003.

NAKACHI, K., et al., Influence of drinking green tea on breast cancer malignancy among Japanese patients. Jap. J. Cancer Rev. v.89, p.254-261, 1998.

NIKOLIC, K.M. Theoretical study of phenolic antioxidants properties in reaction with oxygen-centered radicals. J. Mol. Struct. THEOCHEM, v.774, n.1, p.95-105, 2006.

PUJOL, A.P.; BELING, D.; ANDRADE, V.O., Antioxidantes para a prevenção do envelhecimento cutâneo: uma revisão. 2007. Revista Brasileira – Farmacognosia 2006. Scielo Brasil. Disponível em <www.scielo.br> Acessado em: 20 abril 2010.

RICE-EVANS, C.A.; MILLER, N.J.; PAGANGA, G. Structure-antioxidant activity relationchips of flavonoids and phenolic acids. Free Radical Biology & Medicine, New York, v.20, p.933-956, 1996.

RODRIGUES, H.G. et al. Suplementação nutricional com antioxidantes naturais: efeito da rutina na concentração de colesterol-HDL. Rev. Nutr., v.16, n.3, p.315-320, 2003.

(12)

SCOTTI, L.; VELASCO, M.V.R.; Envelhecimento cutâneo à luz da cosmetologia: estudo das alterações da pele no decorrer do tempo e da eficácia das substâncias ativas empregadas na prevenção. 1ed, São Paulo: Technopress, 2003.

SHAATH, N.A. The chemistry if suncreens. In: LOWE, N.J.; SHAATH, N.A.; PATHAK, M.A. (Eds.) Sunscreens, development, evaluation and regulatory aspects. Cosmetic science and technology series, v.15, p.263-283, New York, 1997.

SHAMI, N.J.I.; MOREIRA, E.A.M. Licopeno como agente antioxidante. Ver. Nutr., v.17, n.2, 2004.

SCHMITZ, W.; YUKIO, A; ESTEVAO, D.; SARIDAKIS, H.O. O chá verde e suas ações como quimioprotetor. Semina – Revista cultural e cientifica da Universidade de Londrina: Ciências Biológicas e da Saúde. V. 26, n. 2, p. 119-130, jul./dez. 2005.

SEVIN, A et al. Effects of polyphenols on skin damage due to ultraviolet A rays: an experimental study on rats. J Eur Acad Dermatol Venereol. May; 21(5), p. 650-6, 2007.

SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R. Farmacognosia, Da Planta ao Medicamento. Editora da UFRGS/Editora da UFSC, Porto Alegre, Florianópolis, 5ª Edição, 2004.

SOUZA, V.M. Ativos dermatológicos: guia de ativos dermatológicos utilizados na farmácia de manipulação para médicos e farmacêuticos. 2 ed. São Paulo: Tecnopress, 2004.

STEENVOORDEN, D.P.T.; VAN HENEGOUWEN, G.M.J.B. The use of endogenous antioxidants to improve photoprotection. J. Photochem. Photobiol B. v.41, n.2, p.1-10, 1997.

TING, W.W.; VEST, C.D; SONTHEIMER, R. Pratical and experimental consideration of sun protection in dermatology. Int. J. Dermatol., v.42, n.7, p.505-513, 2003.

THORNELDT, C. Cosmeceuticals containing

herbs: fact, fiction, and future. Dermatol Surg.

Jul;31(7 Pt 2), p. 873-80, 2005.

TREVISANATO, S.I.; KIM, Y.I. Tea and Health. Nutrition Rewiews, New York, v.58, p.1-10, Jan, 2000.

VAYALIL, P.K.; MITTAL, A.; HARA, Y.; ELMETS, C.A.; KATIYAR, S.K. Green tea polyphenols prevent ultraviolet light-induced oxidative damage and matrix metalloproteinases expression in mouse skin. J. Invest. Dermatol., v.122, n.6, p.1480-1487, 2004.

VERHOEVEN, D.T.H., et al., A review of mechanisms underlying anticarcinogenicity by brassica vegetables. Chem. Bio. Interactions. v.103, p.79-129, 1997.

VERTUANI, S.; ZIOSI, P.; SALAROLLI, N.; BUZZONI, V.; CARLI, M.; LUCCHI, E.; VALGIMIGLI, L.; BARATTO, G.; MANFREDINI, S. Skin Res. Technol. 9, 245, 2003.

VIGLIOGLIA, P.A. Cosmiatria III. Buenos Aires: Rubin Americana de Publicaciones, 1997.

YANG, C.S.; WANG, Z.Y. Tea and cancer. Journal of National Cancer Institute, v.85, p.1038, 1993.

YEUM, K.J. et al. Biomarkers of antioxidant capacity in the hydrophilic and lipophilic compartments of human plasma. Arch. Biochem. Biophys., v.430, n.1, p.97-109, 2004.

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho tem como objetivo fazer uma breve leitura semântica do soneto “Desejos vãos” que se encontra no Livro de Mágoas, o primeiro livro de poesia de Florbela Espanca..

[r]

Resultado da parceria entre o Instituto Avon e o ELAS Fundo de Investimento Social, o Fundo Fale Sem Medo apoia, desde 2012, ações de grupos e organizações da sociedade

Como resultado, tem-se uma classe onde os pixels não mudaram entre as duas datas, uma classe representativa de mudança do uso inicial para o atual como água decorrente da

***Não haverá reembolso para pagamentos de IPVA efetuados diretamente pelo arrematante, caso isto ocorra, o arrematante não terá o direito da solicitar o valor pago à Cia ou

Meu trabalho tenta considerar o conjunto destes debates para fornecer, a partir de contribuições teóricas e metodológicas distintas daquelas usualmente aplicadas ao tema,

Factores de risco que contribuem para o aparecimento de diabetes tipo 2... MENOS MÚSCULO MAIS PESO MAIS COMIDA MENOS ACTIVIDADE FISICA RESISTÊNCIA À ACÇÃO DA INSULINA MAIS

SANDRO MABEL (PMDB - GO) – Eu só gostaria de perguntar para o senhor o seguinte: o senhor disse que errou em Pasadena e que a Dilma também errou e que ela deveria, como