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Tributação de indenização por perdas e danos SC (COSIT) 455/ /2

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Academic year: 2021

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INFORMATIVO DE NOVEMBRO/2017 APRESENTAÇÃO

O informativo Meira Valente e Fregolente Advogados é um meio de comunicação pelo qual buscamos informar aos nossos clientes as principais notícias jurídicas nos ramos do direito tributário e do direito civil. Tem caráter apenas genérico e informativo, não constituindo opinião legal para qualquer operação ou negócio específico.

NESTA EDIÇÃO LEGISLAÇÃO

Tributação de indenização por perdas e danos SC (COSIT) 455/2017...1/2 Receita autoriza crédito de PIS e COFINS sobre terceirização: SD (COSIT) 29/17...2 IN 1.761/17: Nova obrigação digital...2/3 JULGADOS

Cobrança do adicional de 1% da Cofins-importação...3 STJ exclui crédito presumido de ICMS da base de cálculo do IRPJ e CSLL...3/4 Tributação de IR sobre a atividade rural por arrendamento...4 ARTIGOS

Consumidor que rescinde contrato de compra de imóvel na planta...5 Protestar título que não pode mais ser pago causa dano moral...5/6

TRIBUTAÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS: SC (COSIT) 455/2017 Foi publicada a Solução de Consulta nº 455/2017 (SC 455), que tratou da incidência de IRPJ, CSLL, PIS cumulativo e COFINS não-cumulativo, sobre valores recebidos por empresa optante pelo Lucro Real, mediante ação judicial, designados de indenização pelas perdas e danos ocasionadas por veículo de sua propriedade.

Na ação, houve o pagamento de importâncias destinadas (i) a reparar danos causados ao veículo e (ii) ao ressarcimento de metade da carga de madeira que estava acondicionada nesse veículo.

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COFINS não-cumulativo). Nesse sentido, a indenização pressuporia a recomposição do patrimônio nos exatos limites da perda ocorrida, para fins de não tributação do valor recebido pela empresa.

Tal valor, para o Fisco Federal, só comporia a base de cálculo dos tributos em referência se, no regime de apuração do Lucro Real, ele fosse deduzido como despesas com a reparação do veículo acidentado e com os custos relacionados à perda da carga, posteriormente recuperadas. Destaque-se que, no entendimento da RFB, o valor de indenização que exceder o efetivo dano patrimonial configuraria receita nova e deveria compor a base de cálculo do IRPJ, CSLL, PIS-não cumulativo e COFINS-PIS-não cumulativo. Por fim, a RFB analisou que o valor relativo à correção monetária e juros legais contados a partir da citação do processo, vinculados à indenização por dano patrimonial, caracterizaria receita financeira, devendo ser computado na base de cálculo dos tributos analisados.

Esta SC 455 traz o posicionamento da RFB quanto à tributação dos valores recebidos a título de indenização por danos patrimoniais.

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RECEITA AUTORIZA CRÉDITOS DE PIS E COFINS SOBRE TERCEIRIZAÇÃO: SD

(COSIT) 29/17

Foi publica a Solução de Divergência Cosit nº 29/2017 (SD 29), que dispõe que os gastos incorridos com a contratação de mão-de-obra terceirizada geram créditos de PIS e COFINS, no sistema não-cumulativo (alíquota total de 9,25%). Tal SD 29 vem para encerrar conflitos de interpretações sobre tal matéria entre as regiões fiscais do país.

Nessa SD 29, a Receita Federal do Brasil (RFB) entendeu que, na modalidade insumos (arts. 3º,

II, das Leis nºs. 10.833 e 10.637), o gasto com a contratação de pessoa jurídica fornecedora de mão-de-obra para trabalhar nas atividades-fim da contratante gera direito a crédito de PIS e COFINS.

Na época, a análise foi feita levando em consideração que a legislação trabalhista apenas permitia a contratação de mão-de-obra para utilização na atividade-fim de forma temporária. Hoje, pode-se defender que, com a alteração da legislação trabalhista, já há uma permissão para contratação de mão-de-obra para utilização na atividade-fim, sem ser de forma temporária. Por isso que esta SD 29 é importante, notadamente se considerarmos o impacto financeiro de tomada de crédito de 9,25%, bem assim a possibilidade, na atual legislação trabalhista, de terceirização da atividade-fim, para contratação ainda que de forma não temporária.

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IN 1.761/17: NOVA OBRIGAÇÃO DIGITAL Foi publicada a Instrução Normativa nº 1.761/17 (IN 1761), que disciplina a obrigação de prestar informações à Receita Federal (RFB), por meio de Declaração de Operações Liquidadas com moeda em Espécie (DME), de valor recebido em espécie, por pessoa jurídica ou física localizada no Brasil, igual ou superior a R$ 30.000,00 por mês.

A DME diz respeito a operações liquidadas, total ou parcialmente, em espécie, decorrente de alienação ou cessão onerosa ou gratuita de bens e direitos, de prestação de serviços de aluguel ou de outras prestações que envolvam transferência de moeda em espécie.

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(i) pela entrega extemporânea de até R$ 1.500,00 (pessoa jurídica) e R$ 100,00 (pessoa física) por mês ou fração; ou

(ii) pela não apresentação ou apresentação com informação omitida, inexata ou incompletas de até 3% do valor da operação (pessoa jurídica) e 1,5% do valor da operação (pessoa física). Essa medida possibilita à RFB cobrir a lacuna existente em relação à identificação de operações liquidadas em espécie.

A IN 1761 entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2018.

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COBRANÇA DO ADICIONAL DE 1% DA COFINS-IMPORTAÇÃO

A Justiça Federal da 4º Região já proferiu duas decisões sobre o adicional de 1% da COFINS-Importação: (i) uma favorável ao seu não recolhimento pelo contribuinte, pelo fato de a lei que o instituiu ter sido revogada (MP 744); e (ii) outra favorável à cobrança, mas respeitando o prazo de 90 dias (princípio da anterioridade). O acréscimo de um ponto percentual na alíquota de 7,6% da COFINS-Importação para alguns produtos da TIPI surgiu com a Lei nº 12.715/2012, ao incluir o §21 no artigo 8º da Lei nº 10.865/2004. Assim, as empresas importadoras desses produtos passaram a recolher a COFINS-Importação a uma alíquota total de 8,6%.

Em março de 2017, foi editada a Medida Provisória nº 774 (MP 774) que expressamente revogou o §21 no artigo 8º da Lei nº 10.865/2004, afastando o recolhimento do adicional de 1% da COFINS-Importação.

Antes que a MP 744 caducasse, o Governo Federal revogou todos seus dispositivos por meio da MP 794, publicada em agosto deste ano. A

partir disso, a RFB ajustou o seu sistema para voltar a cobrar o adicional de 1% da COFINS-Importação, por entender que, com a revogação incorrida pela MP 794, estaria restabelecida a exigência do §21 no artigo 8º da Lei nº 10.865/2004.

Daí a possibilidade de se discutir no Judiciário a cobrança do adicional de 1% da COFINS-importação, dado que:

(i) é questionável que a revogação da MP 774 pela MP 794 poderia ter como resultado o restabelecimento do adicional de 1% da COFINS-Importação. Isso porque seria defensável que, uma vez revogado o dispositivo, ele não poderia voltar a produzir efeitos, a menos que uma nova lei instituísse essa obrigação, ainda que tal revogação tivesse se dado por Medida Provisória que tem vigência precária. Esse argumento tem fundamento no fato de que não seria admitido o fenômeno da repristinação do §21 do artigo 8º da Lei n° 10.865/2004 pelo nosso ordenamento jurídico (§3º do artigo 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro);

(ii) há fundamentos para sustentar que a retomada da exigência do adicional de 1% da COFINS-Importação deveria se dar 90 dias após a publicação da MP 794, para fins de se respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal, previsto no artigo 195, §6°, da Constituição Federal.

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STJ EXCLUI CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSLL O Superior Tribunal de Justiça (STJ), no ERESP nº 1.517.492, por meio de sua 1º Seção, decidiu que não incide IRPJ e CSLL sobre crédito presumido de ICMS.

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subvenção governamental de custeio, o que comporia o resultado operacional da empresa. Pois bem. O crédito presumido de ICMS é um mecanismo utilizado pelos Estados e pelo Distrito Federal para desonerar o contribuinte da carga tributária incidente nas operações praticadas. Entendeu a Corte Superior que esse benefício fiscal não deveria ser caracterizado como lucro da pessoa jurídica, mas sim como incentivo estatal para que a atividade da empresa fosse melhor desempenhada.

Acrescentou, ainda, o STJ que se houvesse a tributação de IRPJ e CSLL, a União estaria buscando para si receita que seria de outro ente estatal, o qual teria renunciado em favor do contribuinte como instrumento de politica de desenvolvimento econômico.

Daí a decisão do STJ de afastar a inclusão do valor do crédito presumido de ICMS na base de cálculo do IRPJ e CSLL.

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TRIBUTAÇÃO DE IR SOBRE A ATIVIDADE RURAL POR ARRENDAMENTO O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), no processo administrativo nº 15868.720213/2013, entendeu que o produtor rural, que atua por meio de arrendamento de terras com empresa agrícola exploradora de atividade rural, quando não suportar os riscos do negócio, deve informar seus ganhos, referentes ao arrendamento do imóvel, na Declaração de Pessoa Física de Imposto de Renda e tributar a integralidade de tal rendimento como aluguel pelo Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) --- tributação esta que pode atingir até 27,5% do rendimento bruto.

No caso analisado, o contribuinte afirmava que a

1 Na visão do Tribunal Administrativo, no arrendamento há ausência de risco do negócio e há recebimento de retribuição fixa,

relação jurídica pactuada com a empresa agrícola era de parceria, e não de arrendamento. A parte queria se valer do benefício previsto no artigo 18 da Lei 9.250/95, que possibilita ao produtor, que explore atividade rural por meio de parceria e assuma os riscos da atividade, tributar seu rendimento:

(i) mediante escrituração no Livro Caixa, considerando a dedução, do ganho obtido, de despesas e investimentos realizados; ou (ii) na ausência de Livro Caixa, mediante arbitramento de que a base de cálculo do imposto corresponderia a 20% do rendimento bruto.

Se se encaixasse nesse benefício, o contribuinte não precisaria tributar, pelas alíquotas progressivas do IRPF, a integralidade do rendimento recebido.

Todavia, segundo o CARF, o rendimento recebido pelo produtor rural não era decorrente de uma parceria, mas sim de arrendamento previsto no artigo 21 da Lei 4.506/64 (simples aluguel), uma vez que o produtor rural, pelos contratos analisados: (i) não participava das decisões tomadas pela empresa agrícola quando da exploração da atividade; e (ii) recebia um preço pré estabelecido pela produção, corrigido apenas em função do índice da inflação, não assumindo riscos inerentes à oscilação de preços no mercado internacional1.

Esta decisão é importante para se pensar na melhor forma de se estruturar a relação do produtor rural no arrendamento rural.

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CONSUMIDOR QUE RESCINDE CONTRATO DE COMPRA DE IMÓVEL NA PLANTA Nos últimos anos, o Brasil assistiu a uma verdadeira revolução na compra de imóveis na planta. De fato, no início dos anos 2000, com a economia em franca expansão, a venda de imóveis na planta superou todas as expectativas; as construtoras não paravam de construir e os consumidores, ávidos, não paravam de comprar esse tipo de bem.

Infelizmente, com o início da crise econômica que começou a dar sinais já no final da década passada, muitos consumidores, atingidos por essa mesma crise, viram-se impossibilitados de cumprir com o pagamento dos imóveis que tinham comprado.

Ao pedir a rescisão dos contratos firmados com as construtoras/incorporadoras, com a devolução do valor que tinham pago até então, tais consumidores foram surpreendidos com valores que beiravam o absurdo. Eram tantos os descontos constantes no contrato que, muitas vezes, o consumidor ainda ficava devendo para a construtora.

Inconformados, muitos consumidores procuraram o Poder Judiciário por entender que havia abusividade nas cláusulas contratuais que estipulavam tantos descontos.

Pois bem, ao analisar tais casos, o Poder Judiciário firmou o entendimento de que, nessas situações, o consumidor tem direito à devolução integral do que pagou até a data da rescisão, devidamente atualizado por índice oficial, descontando-se, apenas, um percentual entre 10% e 20% (a depender de cada caso), que ficaria retido pela construtora/incorporadora, a título de despesas administrativas.

Dessa forma, hoje em dia, até mesmo o Superior Tribunal de Justiça adotou essa tese e o Tribunal de Justiça de São Paulo editou 3 súmulas no mesmo sentido, acrescentando, ainda, que o

valor deve ser restituído ao consumidor em parcela única.

Assim, quando da rescisão do contrato de venda e compra de unidade na planta, o consumidor deve exigir que lhe seja restituído todo o valor que pagou, devidamente atualizado até a data do efetivo pagamento, em parcela única, sendo retido pela vendedora, no máximo, 20% do valor pago. Caso a vendedora não queira fazer dessa forma, o consumidor deve procurar os meios legais.

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PROTESTAR TÍTULO QUE NÃO PODE MAIS SER PAGO CAUSA DANO MORAL.

Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o protesto indevido de um título de crédito causa dano moral.

No caso, o credor protestou o título, que se tratava de uma nota promissória, apenas nove anos depois a data do vencimento, sendo que, pela Lei, o prazo para protesto é de três anos. Nesse passo, o devedor ingressou com uma Ação pedindo a declaração da inexigibilidade da dívida, bem como cancelamento do protesto e indenização por danos materiais e morais. O caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça, que entendeu que não haviam dúvidas de que o protesto foi realizado de forma extemporânea, ou seja, muito além do prazo que a lei prevê. Afirmou a Corte Superior que o dano moral tem sido entendido como lesões a atributos da pessoa, enquanto ente ético e social que participa da vida em sociedade, estabelecendo relações intersubjetivas em uma ou mais comunidades. Ou ainda, o dano moral consiste em “atentados” à parte afetiva e à parte social da personalidade.

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nessa situação, se caracteriza independentemente de comprovação do abalo psicológico que o devedor teve em razão de seu nome ter sido irregularmente indicado no ato do protesto.

Referências

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