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ARQUITETURA DE TERRA : o desenho para a durabilidade das construções

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ARQUITETURA DE TERRA :

o desenho para a durabilidade das construções

MARIA MANUEL CORREIA COSTA DA PONTE

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Arquitetura

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra Departamento de Arquitetura

Coimbra, Dezembro de 2012

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ARQUITETURA DE TERRA:

o desenho para a durabilidade nas construções

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AGRADECIMENTOS

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A sociedade encontra-se numa época de mudança. Existe uma consciência maior sobre os problemas resultantes do modelo de desenvolvimento atual. Ao nível da construção, estes aspetos traduzem- !" #$ % ! ### #!&

menos desperdiçadora de recursos. É neste contexto que a terra regressa como um material de

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atuais aliadas às novas ambições arquitetónicas, fazem com que a terra seja vista como um material limitado; é no confronto com a água e grandes esforços mecânicos que as construções manifestam algumas fragilidades. Ao mesmo tempo, ao observar as construções ancestrais, não existem dúvidas 4" #!%" &$!"# 5# #6!7

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É feita uma análise geral sobre as diferentes abordagens contemporâneas, baseada em exemplos internacionais e na realidade do Alentejo.

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ABSTRACT

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costruzioni in <% (" 6 * ) / " '" X9 /9 /\/\ */K )/

RIASSUNTO

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(13)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

11 CAPÍTULO I

O MATERIAL_a terra

61 CAPÍTULO II A TÉCNICA _a taipa

115 CAPITULO III

A ARQUITETURA_o desenho na durabilidade

217 CONSIDERAÇÕES FINAIS 225 CONCLUSÃO

233 ANEXOS 269 BIBLIOGRAFIA

281 FONTES DE IMAGENS 295 ÍNDICE GERAL

(14)
(15)

1

INTRODUÇÃO

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A sociedade encontra-se numa época de mudança. A consciência dos problemas resultantes do modelo de desenvolvimento atual é quase generalizada; no entanto, a mudança é lenta. Ao nível

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arquitetura mais adaptada ao lugar e menos desperdiçadora de recursos; ao mesmo tempo, que

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É neste contexto que a terra volta à arquitetura, como um material capaz de responder às necessi- dades contemporâneas.

Ao nível internacional, a terra aparece associada a grandes desenvolvimentos tecnológicos. Em Por-

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alentejana, que a arquitetura de terra recomeça a manifestar-se, aliando a ecologia e o conforto, em formas que fogem cada vez mais à tradição. Contudo, independentemente do local e dos processos, as construções apresentam-se frágeis e limitadas na sua durabilidade, principalmente perante a água & # "€"/! "!8 > # # de metodologias complexas e que, muitas vezes, se mostram inadaptados à sua natureza. Por outro

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do tempo; o Homem era capaz de se adaptar às condições do local, recorrendo apenas aos únicos

# 6!7# % & /K " " # # arquitetónicas vernaculares capazes de tornar a terra mais resistente e durável; manifestações de

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a durabilidade nas construções?

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3

2. Estado da arte e limitações

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……=% 6!" # $""/ "# ! - sentam quase manuais de construção, incluindo normas internacionais e experiência de campo.

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marco para a divulgação das obras contemporâneas no país, assim como da situação portuguesa ao & # /K # 6!%" " !

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e concetuais aliadas a uma indústria da construção em desenvolvimento. Entre estes, evidenciam- # "!‡% ‘? K ’ K"

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internacionais publicados sobre o assunto, grande parte deles baseados no recurso a metodologias

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Rute Eires, pela ação da água, Daniel Parreira e Maria Gomes, pela ação sísmica, assim como as atas # 9 #& & - & /3 ! $#$##! !’"

compreensão da química dos materiais. Por outro lado, encontram-se algumas limitações no que diz respeito ao estudo da durabilidade e do seu confronto com a arquitetura contemporânea, seja em relação à taipa ou a outra técnica de construção em terra. Este aspeto deve-se com certeza, ao facto & 6 # !""###  "/#%

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en la arquitectura actual”.

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5

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3. Metodologia

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$""#)% +! 4"# '!"!Œ9 # Seminário 2010: 6º Seminário de Arquitectura De Terra em Portugal e 9º Seminário Ibero-Americano " #9 % "#! ‡" !"%! ##!#

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˜ ) # +! 4"K’ %#)"#& "- # %! #! * !( +! %# # " )%K9 % ## #"! ) da construção em terra e defesa do património construído, nomeadamente em Itália. A esta experi-

(20)
(21)

7

Sanna, onde foram aprendidos conceitos de química e de interação entre os elementos, desde os materiais naturais, como a terra e a cal, aos mais industriais, como o betão e os polímeros. Parte das +! 4"!"# ) !/

˜# & *%"#* " #! ! - ‚"/#%#&#% "8 &#" #!- râneas, em parte divulgadas na obra “Arquitetura de Terra em Portugal”. Para além do importante

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4. Organização do texto

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"/$# # # & % "!"!!" % essenciais para a sua compreensão e futura manipulação.

” &"!793=7 " 6"#! ! "" "- secas, principalmente no que diz respeito às formas contemporâneas de atuar. É feita uma primeira aproximação à construção contemporânea em taipa no Alentejo.

3 " "!7Kœ’=99’K7$ (/" ! "

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do material e da técnica. São analisados vários exemplos atuais de arquitetura de terra, nacionais e & % #" !! ( /

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11

CAPITULO I O MATERIAL

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2. Muralha da China

1.Çatal Huyuk, Turquia

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1. A Terra

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3 )/ "%!## # 5# # "&" - dentarizou2% " "#& ( !/"#

terra que constrói a sua casa, cria o seu alimento, delimita o seu terreno. Dá-se início à civilização.3

1.1 A Terra na História

É no Médio Oriente que nascem as primeiras civilizações arquitetónicas erguidas com o próprio

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arqueológicas com aproximadamente 10 mil anos, de cidades inteiras construídas em terra,

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/ " #! #(#! !#‡‡" &"# / Todas as grandes civilizações do Médio Oriente usaram as técnicas do adobe e da taipa,4 não só

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fortalezas e obras religiosas.5

1 TORRES, Cláudio - A Memória da Terra. In “Arquitectura de Terra em Portugal”. P.12 2 As primeiras sociedades agrícolas surgem entre 12.000 e 7.000 anos a.C.

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4 Técnicas explicadas neste capítulo, no ponto 3.

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(28)

3. Mapa de distribuição geografica de arquitetura de terra

(29)

Na Península Ibérica, a introdução destas técnicas relaciona-se com a entrada dos Fenícios,

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sua difusão e aperfeiçoamento.6 Em Portugal, foi a entrada dos Fenícios que levou a um maior

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das paredes em taipa, adobe ou tabique, passa a ser generalizada. A predominância da taipa no ‡&4! $ * %! !#‡ ("%"#

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3 %# # !!# # ‚"" # em países em vias de desenvolvimento, este valor representa mais da metade.8 - de, qualidade e durabilidade são comprovadas pelos inúmeros exemplares resistentes ao longo

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autores, entre os mapas de localização das zonas de maior densidade de construção em terra, com outros indicadores de zonas de maior pluviosidade, temperatura ou risco sísmico, concluem + 9 - o Homem tem mostrado a capacidade de se adaptar a

"& &("% "8 ! ## 6"8 "/10 Hoje em dia, a terra regressa à construção, independentemente do local, e com metodologias

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1.2 Um Futuro

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de Terra em Portugal. P. 19

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10 Apesar de distantes e sem qualquer contacto, as técnicas de construção em terra foram sendo desenvolvidas contemporaneamente pelos povos ao longo dos /#% & # " "# 7  $ !& #" "# ª

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da arquitectura. P. 22-33.

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&%& ""#" #! %&("!"8 que resolvam as necessidades do mundo atual. A procura de soluções mais ecológicas é uma

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% ‚"!%#"" Œ ")%# "!"!/13 De qualquer forma, existe uma consciência mais alargada sobre os problemas da sociedade atual, "‡&"%"# "‡#" #% #! ! 6"

da terra pelas suas vantagens.14

De uma maneira geral, sabe-se que a terra é um material ecológico, económico, resistente ao fogo "!) !# " # ‚"% * $#"15%"#"™"

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próprio local, o material de construção com menor impacto ambiental que existe.19 No entanto, a sua manipulação envolve muito para além de questões meramente ambientais, principalmente as zonas mais desfavorecidas: a revalorização das técnicas a nível global, faz com que estas deixem de ser desprezadas pelos povos, evitando a perda da diversidade cultural e do KLL de cada população; por outro lado, ao se basearem em métodos artesanais facilmente apropriáveis, a construção com terra pode se tornar uma forma de contornar alguns problemas de precariedade

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""## %! "# % # da produção local, em detrimento das indústrias de construção. Apesar do preconceito associado

12 CARVALHO, Eduardo; FREIRE, Francisco; GAMA, Luis - Arquitecturas de Terra. P. 2.

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15 De uma maneira geral, a terra é capaz de proporcionar um conforto térmico interior em climas quentes, devido à inercia térmica do material. Ver anexo 1.

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# #!"" #!: " " &/M “Arquitectura de terra em Portugal”. P. 233.

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19 &'”%Q=@53=‘Q%#9 #! #" # #!"" #!: " " &/=Œ #

Ibérico Americano de Construção com Terra, 9, Coimbra, 2010”. P. 232

20 Esta questão é bastante mais complexa, devido aos preconceitos da população aos quais estas técnicas são bem familiares. Este aspeto será mais desenvolvido no ponto 3 deste capítulo.

(32)
(33)

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populações.21” 5Š:%22 na construção da cidade de Nova Gourna no Egipto

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No entanto, é antagónico pensar que estas mesmas vantagens resultam da simplicidade da maté- ria. O facto de ser um material débil, disponível, aliado a métodos cada vez mais mecanizados e inovadores, fazem da terra algo mais do que um simples material de construção. 24 Oferece uma

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+ ## !/" # & "## % numa união entre tradição e a modernidade.25

Atualmente, o regresso destas técnicas tradicionais não se deve à carência de recursos económicos ou de materiais de construção, como em épocas passadas de crise26 ou de pré industrialização:

deve-se antes à carência de recursos naturais, de água, de ar, de solos, e de uma vida mais justa e equilibrada para todos. A terra é apenas um material que se enquadra na vontade de revolução "% "!) "#!# (- tetura. É esta consciência de uma necessidade, a necessidade de mudança, que traz a terra de

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1.3 A realidade do presente

"( $ /K " !"!# "##"- "# " "# #$% 28 gerando preconceitos. Apenas os que

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23FATHY, Hassan - Arquitectura para os Pobres.

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‡&" "‡#"% &† %!!!8 #! ! * !Š +/  com maior profundidade no capítulo 2; #!#$#! #%! ! #!‡ &†

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Ž ‹9”% + 7 "" #!€ */MŒ " #&//~£@9”K†Q%Š @Q=Q=%7 de avaliação da durabilidade das construções em terra. P. 1

(34)

6. Casas Hakka Toulus, China 5. Cidade de Ait Ben haddou, Marrocos

4. Cidade de Shibam, Iémen

(35)

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pobre, e que não resiste às agressões da Natureza, como foi possível construir e manter até aos * " #­ # ˆ(&/¥‰%"5??9ˆ(&/‰%"- dade Ait Benhaddou em"ˆ(&/£‰ª A sua durabilidade é comprovada pela passagem dos

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densa e compacta que inspirou já arquitetos contemporâneos como Foster, para o seu projeto #/30

5??% ‚" & #$" # " # através da técnica da terra compactada. As suas espessas paredes com poucas aberturas cons- # %"!) ! ""8 !! &ˆ ¥ ! ‰# + #!

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Por outro lado, este preconceito prevalece em zonas mais pobres e subdesenvolvidas, onde a " "‡#")"# ! !!# "

aos materiais industriais, deixando os recursos locais para os mais desfavorecidos. Os povos acabam por rejeitar a sua própria cultura e adotar modelos e produtos ocidentais, muitas vezes " % # ("#!!"/9"# $Š*)%

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contextos de subdesenvolvimento.35

As sociedades de consumo, apesar de responsáveis por grande parte dos problemas que enfren-

#* #%4#!" "8 ! * / ! - volvidos36 mostrarem como as construções em terra podem ter uma imagem contemporânea e

# #%!# " &%

para assim conseguirmos um mundo que respeite o Homem, o ambiente e a cultura que os une.37 No entanto, para ser aceite enquanto material de construção, a terra deverá alcançar muitas outras vitórias.

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estes países não se encontram preparados para ultrapassar as consequências desta modernização forçada, trazendo impactos ambientais com os quais não sabem lidar.

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35 Tais como o esgotamento de recursos, ao produção de lixo, etc. M$

36 Existem muitos arquitetos que se dedicam a esta renovação de tradições, em zonas em que estas são cada vez mais esquecidas em detrimento dos materiais / ! ™®””$+"%" " " %5 & K"!

Africanos, entre muitos outros.

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(38)
(39)

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Num contexto onde as técnicas de construção em terra são as mais simples e não incorporam senão a mão-de-obra e o solo local, 39"# (" #&%! " " !- nidade para o desenvolvimento de tecnologias, técnicas ou materiais de maior valor acrescenta- /3 % "#& #"## )%!

!# # $ "! & # técnicas.40”" "# "# +! $""!"!

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a produção, a compra e o transporte, e muitas vezes a mão-de-obra (por potenciar a autocons- ("4"‰%&&$" /#%""

terra é um material que se encontra desatualizado. 41

A falta de Leis ou critérios estandardizados que regulem os projetos ou as performances do ma- terial42%"#(" *"%"# " ! !(%

("! !‡!!!/43 Por outro lado, a terra não é um material standard - a

" "#!# # "!"%#"## % que depende do 3LL44 do construtor - logo é o conjunto de fatores que contribui para a (!/45 No entanto, existem já alguns países que possuem regulamentação, sendo na maioria países com bastantes recursos económicos ou de grande tradição nas técnicas, e cuja necessidade ou consciência, conseguiu fazer da terra um material de construção como / ! Š #% # # desenvolvimento e divulgação das técnicas:

##!# ! " #%46 mas que apenas se tornaram

¤ 3%& 7”"6" # 7 #!/=Œ " #&//~¦¦/

39 Nestes países não se encontra generalizado o uso de modelos de taipa mecanizada ou a venda de terra já preparada para a construção.

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42 Os ensaios de avaliação ou as misturas, não seguem uma norma reguladora, logo apresentam resultados que variam segundo a receita e as condições.

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Este país tem vindo a ser uma boa fonte de informação a nível mundial, dispondo de uma vasta

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França é também, desde muito cedo, uma referência importante a nível mundial. Depois da && #%4 + "" ("#!" #$

construção com terra estabilizada e em estado natural.48Atualmente, o país possui algumas normas

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das técnicas.

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Apesar do esforço cada vez maior na revalorização deste material, existe ainda um longo pro-

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exemplo, a falta de regulamentação faz com que a terra seja considerada apenas como material "# # /51 Talvez este processo comece pela divulgação, modernização # "‡#"$"" %"## !"% &! #- samente.52$# ( %$ " # ! ""!) "%

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suas potencialidades.

2. O que é a terra?

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GUILLAUD, Hubert - CRATerre... P. 159.

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49 Uma fundação de pesquisa e formação que procura desenvolver e divulgar o tema da construção com terra..

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51 9”K†Q%Š/" "@=K%K /†/@Q=Q=%7"# //Ž¥/

Ž3%& 7”"6" # 7 #!/=Œ " #&//~¦£~¦¦/9"#3 México, nos EUA, onde as normas surgiram dado o aumento da construção ilegal em terra. HOUBEN, Hugo; GUILLAUD, Hubert - CRATerre...

¤Š”39=3%Q @3†K%K#‹€ //~¤/Œ% 69 % & " "#‡ "‡&"! '

(42)

7. O ciclo natural da construção e os vários horizontes

(43)

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recurso não renovável, os produtos secos ao sol podem ser naturalmente devolvidos à terra,

#!" # & #%"#! #""ˆ(&/¦‰/3 + ! #! %# #( # %"#!! ‚"-

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&# %" ! #! )%#$"" ! "("%!4"!! - dades diversas. A terra é o resultado de um conjunto de pequenos materiais.54

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formam pequenos detritos que nem sempre permanecem no seu ponto de formação, muitas vezes são transportados ao longo de cursos de água, gelo e vento, podendo sofrer alterações das suas propriedades químicas, mineralógicas e granulométricas, tanto ao longo deste percurso como na sua posterior bacia de sedimentação. Assim, a composição e as propriedades da terra, ! #Œ!!š" " #.55 $#$#"!

elementos gasosos, principalmente de ar, líquidos, na sua maioria água, e sólidos, a matéria mineral e orgânica.56

2.1.1 Horizontes

3 ##$ "$!6"/" "# - %& # 4"#!"! " ! #) ,57 camadas # " &%$" +ˆ(&/¦‰/58

## & %) ! %"!## #$-

&€"ˆ%#% # "#!‰ # %$ 6"%!

suas propriedades.59! "# + !" 6!

! """ # %#$ ) ! +" 4"%" #""& ‡&" ##/9 / 54 M$P. 107.

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- Arquitectura de Terra em Portugal. P. 69.

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de matéria orgânica e de um pH ácido é propenso à formação de fungos e bactérias.

(44)

9. Curva de distribuição granulométrica 8. Frações granulometricas da terra

(45)

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odor peculiar, estendendo-se cerca de 50 cm abaixo do solo.60 Abaixo desta camada encontra-se ) ‹%"! # "#"" "#" ‚" / Estes, por sua vez, por terem sido sujeitos a longos e complexos fenómenos de adaptação ao ambiente externo, são caracterizados por uma grande dureza e estabilidade. É precisamente aqui " !"%"### "#/61”)

%" ! ) "# % "#" # decomposição.62

2.1.2 Granulometria

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& # ) ##/63

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!! "# # / $ peneira, para os elementos com dimensão superior a 0.06 mm, e como o teste da sedimentação para os siltes e as argilas65ˆ(&/¨‰/ +!"!¤ "!.

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"#!# /#%"! " ! #!"/

& # !"!! # %"*"" "!"! # relacionadas com a presença de um elemento em abundância: a terra orgânica, onde existe

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britas e uma aparência rude de um betão pobre; a terra arenosa, com elevada presença de areia, # #&#@ "%"#! 4" #%!""

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62 M.

63 M P. 102.

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(46)

10. A argila como ligante

(47)

de água.66

2.2 Betão de argila

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??/ $+67*W ?4 5?D?X?= >+68

O termo betão69$ & $"/! "## # ! "("%

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granular, aglomerado através da ação de um ligante. Assim, tal como o cimento é o ligante do % %$& ""# # &- das frações. 70

& # & & "71" #"ˆ"#& ‰72 # )@ !š"! #! # " " & #"

&#!ˆ#&%" !"!"‰ #!

cursos de água, onde se mesclam com outros elementos químicos, dando origem a argilas com #" ‚" ˆ#(%!"##!‰/73 ( - sulta na sobreposição de várias lamelas que, combinadas de diversas formas, dão origem a uma estrutura lamelar, como páginas de um livro sobrepostas74ˆ(&/~‰ + #! &75 que, tal como referido anteriormente, dependem do percurso que a formou. Contudo, tal como qualquer betão, a terra não pode prescindir dos seus restantes elementos, os agregados. Estes "# "#!!&# " # # &%

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!# #ž"# Ÿ/ $# !)%&&# ! &/ ) parte da grande família de materiais granulares, assim como o seu primo próximo o betão: é de facto um betão de argila!” Tradução livre.

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73 No seu percurso, as moléculas podem-se associar ao ferro, magnésio, água ou outros sais como o sódio e o potássio. As argilas estão sujeitas a forças capilares

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75 Muito comummente a palavra argila é incorretamente confundida com terra; na verdade, a argila é apenas um dos componentes que engloba todo este sistema.

# # #!%$ #&!%" +# #& #$"%"#"#!8 # ‡&" % torna mais correto falar de argilas - o nome apenas se refere uma fração granulométrica.

(48)

11. Terra em estado plástico, material de altas performances

(49)

mãe, ao contrário do que acontece com as argilas.76 Os siltes não são nada mais do que pequenas

8 #(/77

&"#& !) "% "- &#!! ##! "#" !" /78 Quando se

# " %&! & % ! lamelas da argila, provoca o aumento de volume. Quando a água evapora, a distância interla- melar diminui, as lâminas acomodam-se paralelamente devido às forças de atração elétricas, e o material contrai de volume.79 #!"  % a manipulação, atribuindo rigidez e resistência no estado seco.80 No entanto, a água nunca se evapora totalmente do material, mantendo as lamelas unidas entre si. Assim, um muro de terra

" "#! # "%"" "&% # ! - " "## + /81

O betão convencional e o betão de argila diferem principalmente em questões de durabilidade,82 podendo, no entanto, ser analisados segundo a mesma lógica de pensamento, na procura de

# "" "/3 %"#(#K %! #- )"# $"" "#!" #"& #%"#"8 ideais à invenção do betão armado.833 &# %& & !"#

explorar as potencialidades da terra como se faz com o betão, agindo sobre as suas propriedades.

+ #!%’ ?! % # " +! 4"#!

) # !"%"#"# ! #" %84 através de um perfeito planeamento da granulometria do material. Desta forma, a terra em estado plás-

"! )"" # %"#!# % muros em cofragem, lajes, podendo também ser reforçada interiormente com ferro.85(&~~%

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79 M$ P. 14.

80 M. P. 34.

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(50)

12. Texturas de diversos tipos de terra

(51)

$# ‚""## #! #" "# /86

2.3 As propriedades

A terra é um material complexo, cujo comportamento é determinado por um conjunto de fatores ##! (/# "€" + "6 - # % # %& #6!! "%

# % # ! (/‡$ " "# $!

"("! "#!# # # % * "# % tal como no exemplo anterior.

2.3.1 Textura

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# #! %&% % &! #"# $ & #

&("$ ) /87 A textura é um fator decisivo pois está diretamente ""#! #" # "€"# 7! ! % % "#!"7#"# ! (%" #!4"#

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relacionada com a água e argila presentes. A terra pode apresentar quatro estados de consis- tência - estado %!"% #‡ ‡/ " ! " ! ! "4"% %" "X &% ("#! "$ #

# ˆ"#& ‰ ## "! /88

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%" !" % "" ) ! /# # através de ensaios de laboratório:89# )ˆQQ‰$! " & # &!

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(52)
(53)

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!" ˆ=²QQ7Q‰/90

Como acontece com todos os ligantes, a presença de água em excesso pode penalizar o sistema.

‡#! $ #"#!#

Natureza da fração argilosa, tendo também em conta que a cada aplicação serve um estado de consistência.91

2.3.3 Coesão

" # +!# "!" !š" # #

!"# / ! &%#"#

&/" # ‡! "#! ! - #" !" &/92

2.3.4 Retração e expansão

A terra varia naturalmente de volume. No entanto, os processos de retração e expansão, podem

" &# ! (# /#* %$!

& & !" # % $"š

‚"/œ  !% " # # #(/

8 ! ("! # # &93 e dão origem a certas patolo- gias que contribuem para a degradação e perda de resistência do material. 94

## & % ! & (8 "$##&#

%! #& & %!‡& ! 8 #! /# ")6 # /

”# ˆQK‰$ # !# ! sólido com retração, para o estado sólido sem retração. A retração de um material pode também ser prevista através de testes de laboratório ou de campo.95

2.3.5 Compactação

A terra tem a capacidade de reduzir de volume, depois de sujeita a uma energia de compac-

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(54)

13. Humidade ótima de compactação

(55)

tação.96 Esta consiste na aplicação de uma força mecânica, que age diretamente sobre a sua

! %# ! #" # "€"(/97 Nem todas as técnicas de construção em terra recorrem a esta força, sendo a taipa a técnica de terra compactada

#)# /

" & "#!"#+#% ! % + # ‡#

& ! # !š"# # % *%## ! "- (" "/# ‡# "#!"! # #‡%$

ensaio de Proctor, comparando diferentes provetes de terra compactada com variados níveis de

# /983(&~¤, através de uma tangente à curva é possível perceber qual a densidade

#! # %! ! "%# " ! % *%# ‡# "#!"/

2.3.6 Densidade

$! ( # "* # "

!/’# " # " ## ~Ž~?&°#Ž/

é compactado, como acontece na técnica da taipa, a densidade aumenta consideravelmente até

~¦°ŽŽ?&°#Ž%! # #! " #& &&/99 Como referido anteriormente, o aumento da densidade promove a durabilidade e a resistência mas, ao mesmo tempo, leva à diminuição da capacidade de retenção do calor, pela redução dos espaços vazios - quanto mais ligeiro é o material, maior é a sua capacidade isolante e quanto

#™#%# $ .

2.3.7 Porosidade

! # "" "! &/”!! #- #! # + ‚"%!# #

"# ˆ #! %# % "/‰/100 Por outro lado, a porosidade ! # & #'! # & !š" #%101

¨£+ #! "#!"'"#!" " €#"/ $ "#!" " !"#6"#! % a dinâmica é feita por vibração.

¨¦=3J%† 7 "" 9 //Ž/

98 M$

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~#! # %$# "!! ( " "# & # "# + %

#" # # # /=3J%† 7 "" 9 //¤£/”#! " #$#

"#"!" "" & & %# ‡# +!""!¤/

101 Como por exemplo, sais que a água possa transportar.

(56)
(57)

além de diminuírem a resistência mecânica do material.

”!" # # "#%! # #$! - sença de variadas granulometrias. Assim, os espaços vazios criados entre as frações maiores,

"#! ! "! !š" # # %## ##

compacto, e logo com maior resistência mecânica e às agressões externas. Esta é precisamente

# #‡&""# % & &)" #&%

# # ! # /102 ! %  !

! %$  %! ! " ‡# "-

! #+# /#%$! " &## % mesmo em estado líquido não sofra retração ao secar.103

3. Materialização

*W6E6=<"6 Q<6^

$+104

"# $# !!‡!3 )/ )%"#(##

‹)%#" "# 105 e talvez por isso, de rápida compreensão. As técnicas são

"# !! ! " # $ / !"- dade e a imaginação, têm dado origem às mais variadas formas. No entanto, apesar de envolver

"" "% (! # "#! +%!

#7 %&%7 & + 7#%"#% "/ !‡- xima entre o Homem e o material, e na compreensão das suas propriedades, que se encontram !! #!( /

3.1 Os Testes

"$"" "" ! #"* "" "## / + #!%$"" #&# #( &% $

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~¤Š”39=3%Q @3†K%K#‹€ //~~¥~~/

~¥‹K9†3=3%7=!\ &//¥¤/Œ9‡"# ## % #"# % # ! " " ! 6 mão-de-obra, é quase uma perfeita imitação da natureza.” Tradução livre.

~Q†K=%$!+« « //ŽŽ¤¤/

(58)
(59)

#! # !"%"# ) ( " # /106 Estes são apenas alguns dos fatores intervenientes. Assim, para saber se determinada terra é adaptada 6"% " +! ‡% ( #!!

# ! /‡ !$! ! &"#/107

3.1.1 Testes de campo

*M7"?Q-

#87 764Q$:

/"

?"6N"6

$+108

Designam-se testes de campo ou empíricos, às provas que se fazem no local da extração da terra, )! 7% 7 " # #!#- rios. A avaliação é feita através de premissas simples que se lidam no dia-a-dia. Na primeira visita +%$*! ! " ! + % " "

! #€" (& &# !š" " ! #

! &%& % # & & /109 Outros

! #"(#! &' ! # ! de sustentação, em princípio, será a argila que segura os elementos; se existem de torrões de # ! ! "@ " ! #% &$

transportada até às margens, etc. 110

Após esta primeira análise, fazem-se os testes de campo que se considerem necessários para a

"" " /# " ##&("%

"&# & ! "/111! "

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109 M$ P. 13.

~~‹K9†3=3%7=!\ &//¥/

~~~”## +¤?&/#! ! &## &/3%$// 7 de Controle em Construção com Terra. P. 13.

(60)

15. Teste da sedimentação-terra sedimentada, Portugal 14. Teste da sedimantação - terra não sedimentada, Sardenha

(61)

dimensões112ˆ(&/~‰

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#" "" !ˆ#&%#" ‰%"

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amostra rica em limo, mas se uma película de terra permanecer agarrada, é porque estamos perante amostra argilosa.

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~~Ž#‡% + #! $""! # ! % !#&# . Em exames rigorosos

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& /#% # #! ")"# "#!/3 )

!" # ""! '# # # (" +4" &@ ! posteriormente comprovado com o teste da lavagem, em que as mãos saiam limpas depois de lavar.

~~¥" ##! " !"/

(62)

18. Teste da relação entre a água, a ação mecânica e a argila em cada tipo de terra, Sardenha 17. Teste do rolo, Sardenha 16. Teste da resistência a seco, Sardenha

(63)

(" &$!!!"/115 É também realizado um teste muito se-

# % ("# ‡# "#!"$""! , neste caso, # (" !###%# )

ˆ# ‰" # " " ~#/116

&‰9 4" "7 " 6 #(%) # !"#

cerca de 1cm de espessura e 2 a 3 cm de diâmetro. Depois de estas terem secado, tentar esmagar

!"##/(" " ) 6! 4"

& 6!‡! ˆ(&/~£‰/

‰9 7 (" &/#8 #(%)-

-se um rolo com cerca de 20cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro. Desliza-se o cordão na #! ‚" !% # ( # $"

ˆ(&~¦‰/”# &# $" &/117 Segundo Obede Faria, este teste é muitas vezes usado para a construção em taipa: se o segmen- ##  "#&(" @  "# ~Ž"#

$ @ #! !~Ž"#% #& # +" /118

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# & # !$ @ ! " - 8 # "€" &@"# ($! &#

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! 7 #"! ! 119ˆ(&/~ ‰/

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#Œ! % !" !4"%! 4"# % assim como a introdução de outros elementos.120#&#% ("

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~~=3J%† 7 "" 9 //Ž¦@

116 NEVES, Célia M. M. 7 #"#9 //Ž¦/$3 $Faz referência a outro teste onde, em vez de deixar

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(64)

21. Provetes de terra compactada para muro de taipa, Sardenha 19 e 20.Taipais de prova: Propriedades Horizontais e Adega de Cuba

Referências

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