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DIFERIMENTO DE PASTAGENS: ESTRATÉGIAS E AÇÕES DE MANEJO Dilermando Miranda da Fonseca 1 Manoel Eduardo Rozalino Santos 2

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FONSECA, D. M. ; SANTOS, M. E. R. . Diferimento de pastagens:

estratégias e ações de manejo. In: Flávio Faria de Souza; Antônio

Ricardo Evangelista; Jalilson Lopes; Dawson José Guimarães Faria;

Andreia Krystina Vinente; Caio Augustus Fortes; José Libêncio

Babilônia. (Org.). VII Simpósio e III Congresso de Forragicultura e

Pastagens. 1 ed. Lavras: , 2009, p. 65-88.

DIFERIMENTO DE PASTAGENS: ESTRATÉGIAS E AÇÕES DE MANEJO

Dilermando Miranda da Fonseca1

Manoel Eduardo Rozalino Santos2

1

Professor Associado do Departamento de Zootecnia, UFV. Bolsista do CNPq

2

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, UFV

1. Introdução

A utilização de pastagens como principal fonte de alimento para o rebanho é, indubitavelmente, uma das principais características consideradas quando se analisa a pecuária bovina brasileira. Nesse sentido, aspectos positivos e negativos podem ser atribuídos à pastagem como componente do sistema de produção. Dentre as vantagens do uso de pastagens destaca-se o alto potencial produtivo das gramíneas tropicais utilizadas para sua formação, além do baixo custo do produto animal nessas condições. Ademais, a quantidade de resíduos orgânicos com potencial de poluição ambiental é menor em pastagens do que em sistemas confinados. Estas também oferecem melhores condições de bem-estar animal e possibilidade de obtenção de produto animal de excelente qualidade. Já as desvantagens do uso de pastagens para produção animal são, essencialmente, o baixo valor alimentício na grande maioria das condições e a estacionalidade de produção das forrageiras tropicais.

Com relação à produção estacional de forragem nas pastagens, deve ser ressaltado que, no Brasil, seus efeitos são bem menos acentuados do que em alguns países de pecuária mais desenvolvida e, portanto, esse fato não pode servir de argumento para justificar a limitada produtividade da pecuária brasileira. Em verdade, existem várias alternativas para contornar esse problema, devendo-se escolhê-las de acordo com o perfil do sistema de produção. Nesse contexto, o

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diferimento do uso de pastagens destaca-se como estratégia de manejo relativamente fácil, de baixo custo e apropriada para esse fim.

No Brasil, pesquisas sobre o diferimento de pastagens não são recentes. Rolim (1976) e Moura (1976), citados por Corsi (1994), procuraram determinar, em São Paulo, a melhor utilização dos capins de Rhodes cv. Callide, Brachiaria decumbens e grama-estrela em um sistema de pastejo diferido. Entretanto, alguns aspectos relacionados às ações de manejo em pastagens diferidas ainda precisam ser mais bem estudados.

Neste capítulo serão avaliadas as potencialidades e limitações da estratégia de diferimento do uso de pastagens, bem como as possíveis ações de manejo que podem ser adotadas para maximizar a produção animal em pastagens diferidas. Adicionalmente, procurar-se-á abordar, quando pertinente, aspectos de ecofisiologia de plantas forrageiras que estão sendo considerados atualmente para nortear de forma racional e otimizada o manejo do pastejo de gramíneas tropicais.

2. Concepções sobre o diferimento do uso de pastagens

O significado do verbo diferir pode ser, dentre outros, “adiar, retardar e delongar, demorar”. Desse modo, o diferimento, também denominado de pastejo diferido ou protelado, “vedação” da pastagem e “produção de feno em pé”, pode ser entendido como o adiamento de sua utilização pelo animal. Realmente, o diferimento do uso de pastagens é estratégia de manejo que consiste em selecionar determinadas áreas da propriedade e excluí-las do pastejo, geralmente no fim do verão e, ou, no outono. Dessa maneira, é possível garantir acúmulo de forragem para ser pastejada durante o período de sua escassez e, com isso, minimizar os efeitos da sazonalidade de produção forrageira (Santos et al., 2009a). O estoque de forragem gerado com o diferimento da pastagem constitui-se mecanismo de tamponamento do sistema pastoril (Barioni et al., 2003).

Além de constituir uma reserva de forragem, as plantas florescem e produzem sementes durante o período de diferimento, contribuindo para a regeneração e sustentabilidade da pastagem. De fato, em pastagens nativas, o diferimento é adotado para revigorar a cobertura vegetal e permitir que as espécies de maior aceitação pelo animal aumentem sua capacidade de competição, por meio do aumento da área da coroa e da maior produção de sementes (Maraschin, 1994).

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Filosoficamente, o diferimento do uso da pastagem consiste em estratégia de manejo do pastejo na medida em que, nesse manejo, o próprio animal é quem realiza a colheita de forragem produzida no pasto diferido através do pastejo. Esse conceito ainda não é aceito por muitos técnicos, pecuaristas e pesquisadores, que compreendem o diferimento da pastagem como estratégia de conservação de forragem, tal como a fenação ou ensilagem. De fato, conforme já discutido, um dos objetivos com o diferimento da pastagem é garantir forragem no período de entressafra, mas isso não significa que a forragem diferida foi conservada, pois durante o período de diferimento o pasto fica submetido aos efeitos do clima e permanece em desenvolvimento. Isso não ocorre quando se faz o feno ou a silagem, por exemplo, onde a forragem não é colhida pelo animal e é armazenada em local apropriado para sua preservação ou conservação.

Embora seja considerada uma modalidade do método de pastejo em lotação intermitente (Pedreira et al., 2002), em que determinados piquetes do sistema são submetidos a um maior período de descanso, que corresponde ao período de diferimento, o pastejo diferido também pode ser empregado quando se utiliza o método de lotação contínua (Figura 1). Nesse caso, é necessário subdividir a área da pastagem a ser diferida na época de início do diferimento e, após o uso do pasto diferido, essa subdivisão pode ser desfeita. Atualmente, a utilização de cercas eletrificadas, inclusive móveis, facilitam essa estratégia.

O diferimento da pastagem é uma das estratégias para aumentar o período de pastejo com base em três princípios técnicos: acúmulo de forragem possível de ser obtido no terço final do período de crescimento de verão; decréscimo mais lento da qualidade das gramíneas forrageiras tropicais à medida que estas crescem na fase final do período de verão; e elevada eficiência de utilização da forragem acumulada (Corsi, 1986). Este último princípio técnico é questionável, pois há indícios de que, durante o período de pastejo, as perdas de forragem podem ser altas, sobretudo em pastagens diferidas por maiores períodos (Costa et al., 1981; Filgueiras et al., 1997; Santos, 2007).

Corsi (1986) também afirmou que o diferimento da pastagem tem a desvantagem de não possibilitar grandes mudanças nas taxas de lotação das pastagens, uma vez que o vigor da rebrotação durante o “período seco” é limitado

por fatores ambientais. Segundo Martha Júnior & Balsalobre (2001),

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caracterizados por taxas de lotação animal raramente superiores a 1,5 a 2,0 UA/ha.ano, o que limita seu uso em sistemas produtivos em fase inicial de intensificação. Rolim (1994) afirmou que o diferimento da pastagem seria a primeira técnica de manejo a ser adotada visando minimizar os efeitos da estacionalidade da produção forrageira e intensificar o sistema de produção.

As áreas em cinza correspondem aos piquetes diferidos; as setas indicam a movimentações dos animais nos piquetes.

Figura 1. Inserção do diferimento da pastagem nos métodos de pastejo.

3. Características de pastagens diferidas

Normalmente pastos diferidos são associados à presença de grande quantidade de forragem, porém de baixa qualidade, que é denominada vulgarmente como “macega”. Contudo, as estimativas de produção de forragem em pastagens diferidas são variáveis, principalmente em virtude das épocas de diferimento e utilização das pastagens. Nesse contexto, Menezes (2004), em revisão de literatura, encontrou resultados de produtividade, máxima e mínima, iguais a 10.253 e 1.700 kg/ha de MS em pastagem de B. brizantha. Ademais, a produção de forragem

Lotação intermitente: Lotação contínua:

Período das “águas” Período de diferimento

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diferida é muito dependente das condições climáticas e, portanto, variações entre anos para uma mesma região provocam diferenças significativas em produção de forragem (Santos et al., 2009b) (Figura 2).

Ŷ = 887,21 + 95,9311*D R2 = 0,89 Ŷ = 1365,19 + 59,9598*D R2 = 0,89 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 18.000 50 75 100 125 150 175 200

Período de dif erimento (dia)

k g /h a d e M S ANO 1 ANO 2

Figura 2. Massa de forragem no início do período de utilização de pastos de

capim-braquiária sob períodos de diferimento (D) na região de Viçosa, MG, em 2004 (Ano 1) e 2005 (Ano 2). Adaptado de Santos et al. (2009b).

Em pastagens diferidas, a estrutura do pasto também pode ser limitante ao desempenho animal em decorrência do maior período de tempo de crescimento da forrageira. Durante período de diferimento, grande parte dos perfilhos vegetativos desenvolve-se em perfilhos reprodutivos e estes, por conseguinte, passam à categoria de perfilhos mortos, seguindo o ciclo fenológico normal de uma gramínea (Figura 3, A). Nesse processo, perfilhos vegetativos de menor tamanho são sombreados e mortos durante o período de diferimento devido à competição por luz com os perfilhos mais velhos e de maior tamanho, haja vista que maior quantidade de assimilados é alocada para o crescimento de perfilhos já existentes em detrimento do desenvolvimento de novos perfilhos, quando em situação de sombreamento (Pedreira et al., 2001), que é condição comum em pastos diferidos. Adicionalmente, menor luminosidade na base das touceiras pode inibir o perfilhamento basal (Langer, 1979); e a reduzida razão vermelho:infravermelho, característica comum à luz que chega nos estratos inferiores do pasto, também causa atraso no desenvolvimento das gemas em novos perfilhos vegetativos (Deregibus et al., 1983).

No que tange a massa dos componentes morfológicos, durante o período de diferimento há redução na massa de folha viva, aumento nas massas de material

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morto e colmo vivo (Figura 3, B), com decréscimo na relação folha/colmo. A competição entre os perfilhos das plantas por luz durante a rebrotação resulta no alongamento do colmo na tentativa de expor as folhas num plano mais alto no dossel (Lemaire, 2001). Já um período de crescimento demasiadamente longo compromete a produção líquida de forragem devido à intensificação, tanto das perdas por senescência quanto das perdas respiratórias de carbono (Parsons et al., 1983). A 0 400 800 1200 1600 2000 2400 73 103 131 163

Período de diferimento (dia)

P e rf ilh o /m ²

Vegetativo Reprodutivo Morto

B 0 2000 4000 6000 8000 10000 73 103 131 163 Período de diferimento (dia)

k g /h a d e M S LV CV LM CM

LV: lâmina foliar viva; CV: colmo vivo; LM: lâmina foliar morta; CM: colmo morto.

Figura 3. Densidade populacional das categorias de perfilhos (A) e massa dos

componentes morfológicos da forragem (B) no início do período de utilização de pastos de capim-braquiária sob períodos de diferimento na região de Viçosa, MG. Adaptado de Santos et al. (2009c).

O tombamento de perfilhos é outra característica estrutural importante em pastos diferidos, comumente chamados de “acamados”. Costa et al. (1981) ressaltaram o possível efeito negativo do “acamamento” do pasto sobre o consumo e as perdas de forragem durante o pastejo. Esta condição está associada a

pastagens que tiveram longo período de diferimento (Figura 4) e,

(7)

Y = - 0,3856 + 0,023**D R2 = 0,88 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 73 103 131 163

Período de diferimento (dia)

Ín d ic e d e t o m b a m e n to

Figura 4. Índice de tombamento em pastos de capim-braquiária sob períodos de

diferimento (D) na região de Viçosa, MG. Adaptado de Santos et al. (2009c).

As características estruturais do pasto diferido tornam este menos predisponente ao consumo e ao desempenho animal durante o período de pastejo. Em geral, nesse período, há redução da massa de forragem e, principalmente, da massa de lâmina foliar verde, bem como diminuição no número de perfilhos vegetativos. No entanto, ocorre incremento no número de perfilhos mortos e na massa de material morto. Com isso, o valor nutritivo do pasto piora (Figura 5). Em verdade, durante o período de pastejo dois processos contribuem para o decréscimo do valor nutritivo do pasto, quais sejam, senescência e consumo preferencial de folha verde pelos bovinos. Dessa foram, os teores de proteína bruta são geralmente inferiores a 7 %, o que não atende às exigências em compostos nitrogenados dos microrganismos do rúmem (Van Soest, 1994) e compromete a utilização dos substratos energéticos disponíveis, como a fibra do pasto.

0 2 4 6 8 10 0 20 40 60 80 100

Período de paste jo (dia)

%

P

B

Disponível Pastejo simulado

0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100

Período de pastejo (dia)

%

F

D

N

Disponível Pastejo simulado

0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100

Período de pastejo (dia)

%

F

D

N

i

Disponível Pastejo simulado

0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100

Período de pastejo (dia)

% M S p o D

(8)

PB - proteína bruta; FDN - fibra em detergente neutro; FDNi - FDN indigestível; MSpoD - matéria seca potencialmente digestível

Figura 5. Composição química das forragens disponível e obtida por simulação de

pastejo em pastagens de capim-braquiária diferidas. Adaptado de Santos et al. (2009d).

Realmente, em pastagens diferidas, o fator qualitativo é, provavelmente, o mais limitante à produtividade animal. Por isso, as categorias animais mais indicadas para uso dessa forragem são as de menor exigência nutricional. Assim, categorias de bovino manejadas para elevado desempenho individual não são indicadas para o consumo exclusivo de forragem diferida. No entanto, se a forragem diferida é suplementada com concentrados, animais mais exigentes podem ser mantidos em pastagens diferidas, sem comprometer o desempenho almejado, conforme será discutido posteriormente.

É importante considerar a possibilidade de inserção da estratégia de diferimento da pastagem no sistema de produção de forma holística, onde sua utilização ocorre acompanhada do emprego de outras estratégias, tais como pastejo em lotação intermitente e contínua, uso de volumosos e concentrados suplementares, banco de proteínas, dentre outros. Nesse contexto, Euclides (2001) constatou ser possível triplicar a capacidade de suporte da área utilizando-se intensivamente durante o período das águas parte das pastagens, mantidas com reposição anual de N-P-K, micronutrientes e calagem, e produzindo forragem diferida, suplementada durante o período seco. Esse sistema era constituído por três pastagens com três gramíneas distintas, com a seguinte composição: 30 % da área de capim-tanzânia, 35% de capim-marandu e 35 % de B. decumbens. Durante o período das águas, o capim-tanzânia foi utilizado intensivamente, enquanto as pastagens de braquiárias foram subutilizadas e vedadas ao pastejo a partir de fevereiro. Durante o período seco, a utilização das pastagens foi modificada, ou seja, as braquiárias foram utilizadas intensivamente e o capim-tanzânia foi subpastejado.

Com relação à capacidade de suporte, Santos & Bernardi (2005) realizaram uma simulação para determinar os limites da estratégia de diferimento da pastagem quanto à taxa de lotação. Pela simulação, a taxa de lotação potencial no Brasil Central seria de 1,24; 1,55 e 1,86 UA/ha, enquanto na Região Norte seria de 1,78; 2,23 e 2,68 UA/ha para solos de baixa, média e alta fertilidade, respectivamente.

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Considerando que a taxa de lotação média no Brasil é de 0,6 UA/ha, o diferimento da pastagem constitui tecnologia promissora para aumentar a capacidade de suporte das pastagens.

Constata-se ainda que pastagens diferidas são, geralmente, caracterizadas por elevada massa de forragem com valor nutritivo limitado, bem como pasto de estrutura não predisponente ao consumo, o que resulta em nulo ou modesto desempenho animal. Entretanto, esse conceito não deve ser generalizado, porque ações de manejo adotadas no pastejo diferido têm efeito preponderante sobre o valor nutritivo e a estrutura do pasto. Assim, ações adequadas de manejo podem e devem ser realizadas para melhorar a produtividade vegetal e animal em pastagens diferidas.

4. Ações de manejo em pastagens diferidas

A percepção das vantagens do diferimento da pastagem como estratégia eficiente para conviver com a realidade da estacionalidade de produção das gramíneas tropicais motivou técnicos e pecuaristas a recomendá-la e adotá-la efetivamente, porém sem critérios bem definidos, principalmente no que diz respeito ao seu manejo. Nesse contexto, é comum surgirem dúvidas quanto às corretas ações de manejo empregadas no diferimento da pastagem. Vale destacar que muitas dessas dúvidas são oriundas da ausência de pesquisas inovadoras na área de diferimento de pastagens. Atualmente, as respostas para essas dúvidas são formuladas com base no bom senso e em hipóteses tidas como verdadeiras, que ainda precisam ser testadas pela experimentação.

Talvez, pelo fato dessa estratégia de manejo da pastagem ser simples e, aparentemente, exigir pouco planejamento, os pesquisadores têm se limitado, em geral, a determinar apenas as épocas mais adequadas de diferimento e de utilização dos pastos diferidos para as distintas espécies forrageiras e regiões do país. Embora a escolha destas épocas seja importante, os fatores de manejo que podem influenciar os resultados obtidos quando se realiza o diferimento da pastagem são bem mais diversos (Figura 6).

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Figura 6. Ações de manejo que podem se utilizadas em pastagens diferidas.

Existem inúmeras possibilidades de interferência, via manejo, para otimizar a produção animal no pastejo diferido, dentre as quais destacam-se: a duração do diferimento, a altura do pasto no início do diferimento, o tipo de forrageira, a dose de adubo, a subdivisão da área a ser diferida (diferimento parcial) e a suplementação do pasto (Figura 6). Cada ação de manejo é usada para fins específicos, sendo que existem interações ente as mesmas que ainda são pouco exploradas pelos pecuaristas.

4.1. Escolha da espécie forrageira

A primeira recomendação de manejo que deve ser seguida no pastejo diferido consiste na avaliação das características morfológicas e agronômicas da espécie e, ou, cultivar de forrageira que será utilizada. Da mesma forma que existem gramíneas mais indicadas para o método de pastejo em lotação contínua e em lotação intermitente, também há gramíneas com características desejáveis para o diferimento da pastagem (Figura 7).

Do ponto de vista morfológico, recomenda-se usar gramíneas de porte baixo, com colmo delgado e alta relação folha/colmo, pois essas características conferem melhor valor nutritivo à forragem diferida e estrutura de pasto adequada ao consumo animal. De fato, plantas de menor altura têm, em geral, colmos mais delgados, o que concorre para aumento da relação folha/colmo. Maior relação folha/colmo é desejável pelo fato da folha ser o componente morfológico do pasto de melhor valor

Ações de manejo no

pastejo diferido

Altura do pasto no início do diferimento Período de diferimento Adubação nitrogenada Diferimento

parcial do pasto diferido Suplementação

Escolha da espécie forrageira

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nutritivo (Santos et al., 2009d), de mais fácil apreensão e preferencialmente consumido pelo animal (Carvalho et al., 2001).

Figura 7. Características adequadas em uma forrageira para uso diferido.

As forrageiras indicadas para o diferimento também devem possuir bom potencial de acúmulo de forragem durante o outono, época em que normalmente os pastos permanecem diferidos e as condições de clima começam a desfavorecer o crescimento das plantas. Além disso, forrageiras aptas ao pastejo diferido devem ter baixo ritmo de redução do valor nutritivo durante o crescimento, característica intimamente relacionada à sua época de florescimento (Santos & Bernardi, 2005). De fato, perfilhos em estádio reprodutivo são de pior valor nutritivo do que perfilhos em estádio vegetativo (Figura 7) e, sendo assim, deve-se dar preferência a forrageiras que não apresentem pico de florescimento no outono.

0 1 2 3 4 5 1

Categoria de perf ilho

% P B ( % M S ) Vegetativo Reprodutivo 69 70 71 72 73 74 75 76 77 1 Categoria de perfilho % F D N ( % M S ) Vegetativo Reprodutivo 24 26 28 30 32 34 1

Categoria de perf ilho

% F D N i ( % M S ) Vegetativo Reprodutivo

PB: proteína bruta; FDN: fibra em detergente neutro; FDNi: FDN indigestível.

Figura 7. Composição química de perfilho vegetativo e reprodutivo em pastos de

capim-braquiária diferido. Adaptado de Silva et al. (2008). Características desejáveis em forrageiras para uso diferido Reduzido florescimento durante o diferimento Boa produção de forragem no outono Colmo delgado Alta relação folha/colmo Menor redução no valor nutritivo com

o crescimento Menor

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Gramíneas do gênero Brachiaria (B. decumbens, B. brizantha cv. Marandu), Cynodon (capins estrela, coastcross e tifton) e Digitaria (capim-pangola) são boas opções para o diferimento. Euclides (2001) fez outras considerações: Brachiaria humidicola tem grande capacidade de acúmulo de forragem, porém, seu valor nutritivo é baixo em comparação ao das outras espécies de Brachiaria; as gramíneas de crescimento cespitoso, como as do gênero Panicum, Pennisetum e Andropogon, quando diferidas por períodos longos, apresentam acúmulo de colmos grossos e baixa relação folha/colmo, portanto, não são indicadas para o diferimento. Também não se recomenda diferir áreas de B. decumbens com histórico de infestação de cigarrinhas-das-pastagens.

Considerando a existência de extensas áreas de pastagens no País formadas com gramíneas do gênero Brachiaria com características apropriadas para o diferimento, este constitui estratégia com grande potencial de aplicação na exploração pecuária brasileira.

No tocante às características morfogênicas, pode-se inferir ainda que as forrageiras com maior duração de vida da folha ou que, para uma mesma condição de clima, levam mais tempo para alcançar o número máximo de folhas por perfilho (estabilização da produção teto por perfilho) são mais aptas ao pastejo diferido. De fato e teoricamente, quanto maior a duração de vida da folha, maior poderá ser a duração do período de diferimento do pasto, sem comprometer a produção colhível ou acúmulo de forragem (Figura 8).

Biomassa aérea

Dias de rebrotação

Tempo de vida das folhas 2

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Figura 8. Representação esquemática da evolução da produção primária ( ) e da

produção colhível de forragem em dois genótipos de acordo com o tempo de vida das folhas longo (1) e curto (2). Lemaire & Chapman, (1996).

4.2. Altura do pasto no início do diferimento

Condição de pasto inadequada no início do período de diferimento é fator interferente no seu valor alimentício. Frequentemente, ainda é comum encontrar pastagens diferidas que, na verdade, são pastagens contendo forragem de baixo valor nutricional, devido à sobra de pasto subutilizado no período “das águas” anterior. Nessas condições, é quase certo que o desempenho animal almejado não será concretizado ou que o potencial de performance do animal será limitado pelas características da forragem diferida, mesmo quando esta for suplementada.

Para evitar esse problema, uma estratégia de manejo recomendada consiste na realização de pastejo intenso, com categorias animais menos exigentes, imediatamente antes do início do diferimento da pastagem, com o objetivo de alterar a estrutura do pasto, removendo a forragem velha, senescente e de baixa qualidade, e melhorar a rebrotação subsequente (Paulino et al., 2001). Com o pasto mais baixo, há penetração de luz até a superfície do solo e estímulo ao aparecimento de novos perfilhos vegetativos e de melhor valor nutritivo (Blaser, 1994).

Entretanto, não há estudos para avaliar, de forma objetiva, a quantidade e a qualidade da forragem produzida, bem como a resposta do animal em pastagens diferidas sob distintas condições de pasto. Ainda é desconhecido, por exemplo, a(s) altura(s) do pasto apropriada(s) quando do início do diferimento de pastagens de gramíneas tropicais.

4.3. Período de diferimento

Ao adotar o diferimento da pastagem, o produtor quase sempre determina previamente o período de utilização do pasto, que ocorre comumente na época do ano mais crítica em recurso forrageiro na propriedade. Sendo assim, a única data passível de alteração para determinar a duração do período de crescimento do pasto é o início do diferimento, o que evidencia a sua importância.

Portanto, a duração do período de diferimento é um dos aspectos de manejo de maior efeito sobre as características do pasto diferido e, consequentemente, sobre o

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animal. A produção e o valor nutritivo da forragem, a estrutura do pasto, a eficiência de pastejo e o desempenho animal são intensamente alterados quando se utilizam períodos de diferimentos distintos (Quadro 1). As principais desvantagens da utilização de períodos de diferimento longos são o baixo valor nutritivo da forragem e a deterioração da estrutura do pasto, comprometendo a eficiência de pastejo e o desempenho animal, bem como limitando o perfilhamento na primavera. Por outro lado, períodos de diferimentos demasiadamente curtos resultam em baixa produção de forragem, que pode ser insuficiente para alimentação dos animais, mas com características qualitativas melhoradas.

De modo geral, recomenda-se o diferimento da pastagem no período de dezembro a abril e sua utilização entre junho e setembro (Santos & Bernardi, 2005). Ressalta-se que as recomendações de épocas de diferimento e de utilização da pastagem diferida não devem ser generalizadas, uma vez que cada região e propriedade possuem clima, solo e recurso forrageiro específicos. Desse modo, nos últimos anos, alguns grupos de pesquisa têm avaliado época(s) de diferimento e utilização das espécies forrageiras tropicais em várias regiões do País. Como alternativa à realização de experimentos dessa natureza, Santos & Bernardi (2005) sugeriram o uso de modelos de simulação semelhantes aos utilizados no zoneamento agrícola, como forma de agregar informações que permitam gerar recomendações práticas sobre as épocas de diferimento e uso das pastagens para as diferentes regiões do país.

Quadro 1. Efeitos da duração do período de diferimento sobre o pasto e o animal

Período de diferimento

Curto Longo

Maior número de perfilho vegetativo Maior número de perfilho reprodutivo e

morto Menor massa de forragem (kg/ha de

MS) Maior massa de forragem (kg/ha de MS)

Maior percentual de folha verde Maior percentual de colmo e material morto

Menor tombamento das plantas Ocorrência de tombamento das plantas

Forragem de melhor valor nutritivo Forragem de pior valor nutritivo

(15)

pastejo

Melhoria na eficiência de pastejo Redução na eficiência de pastejo

Utilização do pasto por mais tempo Subutilização do pasto

Desempenho animal satisfatório Limitação no desempenho animal

Boa rebrotação na primavera Atraso na rebrotação na primavera

Em tese, a duração do período de crescimento da forrageira dever ser fundamentado no conhecimento da rebrotação das mesmas, que é afetado por fatores climáticos e de manejo. Nos últimos anos, vários estudos sobre o acúmulo de forragem em pastagens tropicais têm sido desenvolvidos objetivando gerar recomendações de manejo eficientes e racionais. Nesse sentido, Carnevalli (2003) estudou a dinâmica do acúmulo de forragem do capim-mombaça sob pastejo em lotação intermitente e observou que, imediatamente após o pastejo, a rebrotação foi iniciada basicamente por meio do acúmulo de folhas e que, a partir dos 95% de interceptação luminosa pelo dossel, o processo de acúmulo sofreu mudança, caracterizada pela redução no acúmulo de folhas e pelo aumento acentuado no de colmo e material senescente. Essa mesma dinâmica do acúmulo de forragem foi descrita para Panicum maximum cv. Tanzânia (Barbosa, 2004), Brachiaria brizantha cv. Marandu (Da Silva, 2004) e cv. Xaraés (Pedreira, 2006). Esses estudos indicam que, sob lotação intermitente, a condição apropriada de pré-pastejo é aquela correspondente à interceptação de 95 % de luz pelo dossel (Figura 9, A) e isso significa, na prática, que a freqüência de desfolhação das gramíneas tropicais deve ser maior que a correntemente empregada.

Contudo, o uso desse critério de manejo é dificultado em pastagens diferidas, pois, a fim de garantir suficiente estoque de massa de forragem para uso durante o período “seco” do ano, é necessário adotar um período mais longo de descanso da pastagem. Dessa maneira, o período de diferimento da pastagem é, quase sempre, mais prolongado que o período de descanso dessa mesma pastagem manejada sob lotação intermitente durante o verão, por exemplo. Com isso, o início de utilização do pasto diferido (condição de pré-pastejo) ocorre, via de regra, quando o dossel intercepta mais de 95% de luz, situação na qual a senescência e morte de tecidos e o alongamento do colmo são acentuados (Figura 9, B).

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Figura 9. A - Filosofia de utilização do pasto sob lotação intermitente de acordo com

a dinâmica do acúmulo de forragem no pasto durante sua rebrotação;

B- filosofia de utilização do pasto diferido de acordo com a dinâmica do

acúmulo de forragem no pasto durante sua rebrotação; os números 1, 2, 3 e 4 representam as possibilidades de início de utilização do pasto diferido (condições de pré-pastejo).

Mesmo que, em geral, o início de pastejo em pastagens diferidas ocorra após a interceptação de 95 % de luz pelo dossel, é pertinente não prolongar o período de diferimento muito além desse ponto, como forma de aproveitar os benefícios de uma melhor estrutura do pasto diferido. Isso ocorre porque, depois que o pasto alcança a interceptação luminosa de 95 %, o mesmo continua se desenvolvendo, o que consequentemente gera modificações morfológicas inerentes, tais como elevação no número de perfilhos reprodutivos, nas massas de colmo e material morto e aumento na possibilidade de tombamento dos perfilhos, entre outros, conforme já mencionado. Assim, pastagens diferidas podem originar padrões de respostas distintos no tocante às produções primária e secundária, ainda que os pastos interceptem mais de 95 % de luz.

Dessa maneira, com base na Figura 9A, a condição de pré-pastejo 1 tende a produzir melhores resultados de produtividade animal do que a condição de pré-pastejo 4. O embasamento para essa assertiva é a menor diferenciação morfológica do pasto diferido na condição de pré-pastejo 1 em comparação à condição 4, resultando na utilização de pasto de melhor qualidade e com estrutura mais adequada ao consumo animal na primeira condição.

Como exemplo, pode-se considerar o experimento desenvolvido por Santos (2007), onde pastagens de B. decumbens cv. Basilisk foram avaliadas sob períodos de diferimentos contrastantes. Nesse trabalho, os pastos diferidos por 73, 103, 131 e

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163 dias no segundo ano (2005) apresentaram alturas médias de 37, 40, 29 e 33 cm após 29 dias de período de pastejo, respectivamente. Como houve o tombamento dos perfilhos nos pastos diferidos por maior período, esses valores de altura não refletem claramente o desenvolvimento dos pastos. Dessa forma, a análise dos valores de altura da planta estendida permite melhor inferência no tocante ao avanço no desenvolvimento dos pastos, já que maiores estádios de desenvolvimentos estão associados aos perfilhos velhos, mais pesados e compridos que, quando estendidos, conferem maior altura do pasto. Nesse sentido, obteve-se valores médios de 46, 63, 89 e 92 cm para altura da planta estendida em pastagens diferidas por 73, 103, 131 e 163 dias, respectivamente. Com base nesses dados de altura do pasto e altura da planta estendia, é possível realizar duas inferências. Primeiramente, é quase certo que todos os pastos diferidos, independentemente do período de diferimento a que foram submetidos, apresentaram interceptação de luz maior do que 95 % e, muito provavelmente, próximo de 100 %. Essa assertiva baseia-se no trabalho de Portela et al. (2008), que avaliaram a B. decumbens cv. Basilisk sob lotação intermitente e constataram que a altura do pasto correspondente à interceptação de 95 % da luz incidente foi de 17 cm. Este valor é inferior aos encontrados por Santos (2007) nos distintos pastos diferidos. A outra inferência que pode ser feita é que pastos sob períodos mais longos de diferimento encontravam-se em estádio de desenvolvimento mais distante da condição de 95 % de interceptação de luz.

Mesmo com todos os pastos sendo utilizados na condição pós-95 % de interceptação de luz, Santos (2007) verificou valores contrastantes na produção e nas características descritoras dos pastos diferidos, o que, por conseguinte, afetou o desempenho de bovinos de forma diferenciada. Realmente, pastos submetidos ao período de diferimento de 73 dias resultaram em forragem de melhor qualidade que quando suplementada (consumo diário de suplemento estimado em 0,26 % do peso corporal dos animais), permitiu a manutenção de cerca de 3 UA/ha durante três meses de inverno, com desempenho satisfatório (0,692 kg/animal.dia). Essas respostas foram superiores às obtidas, por exemplo, naqueles pastos diferidos por 163 dias, em que os bezerros de mesmo peso médio (195 kg) e grupo genético expressaram desempenho de 0,445 kg/animal.dia no mesmo período, com semelhante taxa de lotação e mesmo nível de suplementação concentrada. Esses resultados confirmam que pastos na condição de início de pastejo mais próxima de

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95 % de interceptação de luz geram melhor produtividade animal, consequência de características estruturais mais predisponentes ao consumo animal (Figuras 3 e 4).

Na prática, dentre as ações de manejo que podem ser empregadas para obter pasto diferido em condição de pré-pastejo mais próxima dos 95 % de interceptação luminosa, destacam-se a redução do período de diferimento, a diminuição da altura do pasto e a aplicação de menor dose de adubo no início do período de diferimento, assim como o diferimento feito de forma parcial. Salienta-se que essas ações de manejo podem ser empregadas concomitantemente para esse fim e, nesse caso, deve-se atentar para os efeitos interativos dessas ações sobre a produção e as características estruturais do pasto. Ressalta-se ainda que, em muitas situações, a altura do pasto no início do período de diferimento já é suficiente para garantir que o pasto intercepte mais do que 95 % da luz incidente, o que compromete a futura estrutura do pasto diferido.

4.4. Diferimento parcial da pastagem

Durante o período de utilização da pastagem diferida fica evidente que a quantidade de forragem, bem como seu valor nutritivo e a estrutura do pasto, alteram-se de forma substancial. Nesse período, constata-se a redução na massa e qualidade da forragem e a formação de uma estrutura do pasto menos favorável ao consumo. Como consequência, o desempenho de bovinos nessas pastagens diferidas, mesmo quando suplementadas, diminui (Figura 10), podendo-se, em alguns casos, ocorrer perda de peso animal no período final de utilização do pasto diferido. Ŷ = 0,8925 - 0,0048**P R2 = 0,64 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 30 60 90

Período de pastejo (dia)

k g /a n im a l. d ia

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Figura 10. Ganho de peso médio diário de bovinos em pastagens diferidas de

capim-braquiária durante o período de pastejo. Adaptado de Santos et al. (2009b).

Diante dessa situação, para reduzir as alterações indesejáveis nas características da forragem diferida durante o período de pastejo, uma opção interessante é a realização do diferimento da pastagem de forma parcial, ou seja, ao invés de diferir toda a área da pastagem em uma única época e utilizá-la também em uma só data, realizam-se diferimentos em épocas diferentes e, da mesma forma, utilizam-se as áreas diferidas em épocas distintas durante o período de escassez de forragem.

Com esse manejo, os animais têm acesso à forragem diferida de melhor qualidade por mais tempo e de forma menos heterogênea durante o período de utilização dos pastos, pois, quando a condição do pasto diferido tornar-se limitante ao consumo e desempenho animal, os animais serão manejados para outra área diferida mais tardiamente. Esta, por sua vez, apresenta forragem de melhor qualidade, o que, em princípio, poderia resultar em melhor desempenho dos animais a partir desse período (Figura 11). Com base nessa premissa, Euclides e Queiroz (2000) recomendam o diferimento das pastagens da seguinte forma: difere-se 40 % da área da pastagem no início de fevereiro para consumo de maio a fins de julho; e diferem-se os 60 % restantes no início de março para utilização em agosto a meados de outubro.

A grande vantagem do diferimento de forma parcial é a obtenção de pastos diferidos em condições de pré-pastejo mais próximas de 95 % de interceptação de

luz pelo dossel (condição de pré-pastejo 1 na Figura 9, B), o que resultaria em

pastos de melhor composição morfológica e qualidade, com estrutura mais adequada à eficiência de pastejo e ao consumo animal, além de melhor rebrotação no início da primavera subsequente.

(20)

A: início do período de pastejo; B: período de pastejo intermediário, no caso do diferimento parcial; C: término do período de pastejo.

Figura 11. Representação teórica dos efeitos do diferimento realizado de forma

única e parcial sobre o valor nutritivo do pasto e o desempenho animal durante o período de sua utilização.

4.5. Adubação nitrogenada

O uso de adubo nitrogenado em pastagens é recomendado principalmente durante o período de primavera e verão com o objetivo, entre outros, de intensificar o sistema de produção por meio da exploração do mérito genético das gramíneas tropicais. Entretanto, essa estratégia também pode ser adotada para garantir produção de forragem mais uniforme durante o ano. Adicionalmente, a adubação nitrogenada é uma prática de manejo da pastagem que pode permitir uma maior flexibilização quanto à determinação do início do diferimento da mesma, visto que altera a taxa de crescimento da gramínea e, consequentemente, a quantidade e qualidade da forragem produzida por meio do diferimento. Dessa forma, vislumbra-se a possibilidade de vislumbra-se obter produção de forragem similar, qualitativa e quantitativamente, mesmo adotando-se diferentes períodos de diferimento.

Esse benefício foi constatado por Santos et al. (2009e), ao avaliarem a produção de forragem e de seus componentes morfológicos em pastos de B. decumbens cv. Basilisk na região de Viçosa, MG. Esses autores verificaram, por exemplo, que o pasto diferido por maior período (116 dias) e sem adubação nitrogenada produziu semelhante massa de forragem (4.979 kg/ha) quando comparado àquele diferido por menor período (73 dias) e adubado com 80 kg/ha de

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N, que produziu 4.901 kg/ha de massa seca. Dessa forma, pode-se obter produção de forragem semelhante, mesmo adotando-se distintos períodos de diferimento (Figura 12).

Figura 12. Massa de forragem e de seus componentes morfológicos em pastagens

de B. decumbens cv. Basilisk submetidas a períodos de diferimento (73, 95 e 116 dias) e doses de nitrogênio (0, 40, 80 e 120 kg/ha). Adaptado de Santos et al. (2009e).

Contudo é importante destacar que a fertilização nitrogenada em áreas de pastagens, quando realizadas tardiamente na estação de crescimento, pode resultar em perdas de nitrogênio na forma de amônia por volatilização. E a época mais recomendada para realizar o diferimento da pastagem é justamente no fim da estação de crescimento (período de transição entre verão e outono), onde a umidade do solo pode ser reduzida e propiciar a volatilização do nitrogênio aplicado. Caso essas perdas aconteçam, o resultado esperado da adubação pode ser reduzido e, ou, não ocorrer, resultando em baixas eficiência e recuperação aparente do nitrogênio aplicado. Uma forma de contornar essa situação seria a realização da adubação nitrogenada quando o solo estiver em boas condições de umidade ou a utilização de fontes de fertilizantes nitrogenados menos susceptíveis à perda através da volatilização. Segundo Martha Júnior et al. (2004), fontes de adubo como o nitrato e o sulfato de amônio, resultam em menores perdas por volatilização do que a uréia. Além disso, tem sido proposto o uso de misturas de sais (geralmente sulfato ou cloreto) com a uréia objetivando-se reduzir as perdas de amônia por volatilização em comparação ao uso exclusivo de uréia (Laras Cabezas et al., 1989; Oliveira et al., 2003). Entretanto, ressalta-se que fontes de fertilizante nitrogenado ou de misturas

(22)

destas fontes carecem ser pesquisados e explorados para elevar a eficiência da adubação nitrogenada em pastagens destinadas ao diferimento.

Poder-se-ia também realizar adubação nitrogenada no início do diferimento da pastagem em diferentes partes na área para proporcionar acúmulo de forragem diferenciado em função das doses de N. Nessa situação, o emprego de diferentes doses de nitrogênio permite que o diferimento seja realizado em uma só época e, ainda assim, com possibilidade de utilizar cada pasto da área diferida em distintas épocas durante o inverno. Poderia-se recomendar, por exemplo, o diferimento de toda a área destinada à esse fim em março, sendo que 40 % desta área seria adubada com 80 Kg/ha de N e utilizada no início de junho até o fim de julho, e os 60 % restantes seria adubada com 40 Kg/ha de N para pastejo a partir do início de agosto até final de setembro. Nesse caso, explorar-se-ia o efeito do nitrogênio como fator que acelera a taxa de crescimento da planta forrageira no intuito de flexibilizar o manejo operacional da pastagem. Todavia, é relevante sublinhar que não existem pesquisas dessa natureza que permitam recomendar as combinações corretas de doses de nitrogênio e épocas de início e término de utilização dos pastos diferidos com as principais gramíneas e nas distintas regiões do país.

4.6. Suplementação do pasto diferido

Bovinos mantidos em pastagem diferida expressam desempenho moderado ou simplesmente mantêm seu peso corporal (Santos, 2000; Gomes Jr., 2000), uma vez que, em geral, a forragem diferida é de baixa qualidade. Portanto, quando se deseja obter maior desempenho animal em pastagens diferidas, adota-se a estratégia de suplementação da pastagem para atender às exigências dos animais e complementar o valor nutritivo da forragem disponível e, ou, melhorar a conversão alimentar para atingir o desempenho desejado (Euclides & Medeiros, 2005).

O tipo e a composição do suplemento utilizado influencia o desempenho animal e a utilização da pastagem diferida. Em grande parte, essas respostas decorrem dos efeitos associativos entre o pasto e o suplemento. Moore (1980) classificou os efeitos associativos em três tipos: efeito substitutivo: redução do consumo de energia digestível proveniente da forragem e aumento no consumo de concentrado, mantendo-se constante o consumo total de energia digestível; efeito aditivo:

(23)

aumento do consumo de energia digestível, em virtude do maior consumo de concentrado, de modo que o consumo de energia da forragem pode permanecer constante ou aumentar; e efeito combinado: redução no consumo de forragem associado ao aumento no consumo de concentrado, resultando em maior consumo de energia digestível total.

Euclides & Medeiros (2005), analisando resultados de experimentos sobre desempenho de bovinos de corte em pastos suplementadas durante o período seco do ano, constataram que o desempenho animal geralmente melhora quando se utilizam maiores quantidades de suplemento, que o maior efeito da suplementação é obtido em pastagens com maior disponibilidade de forragem e que o maior desempenho animal ocorre quando a forragem possui melhor valor nutritivo. Esses autores ressaltaram ainda que a capacidade de suporte da pastagem pode ser aumentada com o uso de suplemento, embora diminuição na taxa de lotação possa ocorrer como consequência do fornecimento de pequenas quantidades de suplemento. Esta última situação pode acontecer quando se corrigem as deficiências em nutrientes específicos na forragem, o que resulta em sua maior ingestão.

Nesse contexto, é necessário caracterizar o pasto diferido, bem como qualidade da dieta dele proveniente para definir a quantidade e o tipo de suplemento a ser fornecido aos animais. Porém, Reis et al. (2005) analisaram resultados de vários trabalhos com suplementação em pastagem no Brasil e verificaram que não existe, na maioria das pesquisas, preocupação de relacionar a quantidade e a qualidade da forragem ao tipo de suplementação a ser aplicada. Assim, a suplementação tem sido definida de forma isolada das características da forragem, fato justificado pela falta de um índice qualitativo que permita traçar um plano de suplementação.

Outra opção de manejo para manter ou aumentar o desempenho de bovinos durante o período de uso do pasto diferido é a alteração da quantidade e, ou, qualidade do concentrado a ser fornecido aos animais, isto é, este pode ser fornecido de forma diferenciada durante os meses de utilização da pastagem diferida. Como exemplo, pode-se aumentar a quantidade ou ofertar um suplemento mais concentrado em nutrientes nos meses finais de utilização da pastagem diferida com o objetivo de manter ou elevar o ganho de peso dos animais nesse período.

(24)

Vale ressaltar que, nesse caso, o custo de produção se elevaria e, portanto, uma análise econômica criteriosa da suplementação seria conveniente.

A evolução natural dos conceitos de suplementação de pastos será a adequação dos concentrados fornecidos aos animais de forma mais ajustada às características qualitativas e estruturais do pasto. Sob essa ótica, vislumbra-se a adequação de suplementos específicos para condições de pastos diferidos também particulares. Isso evitaria situações onde um mesmo tipo e quantidade de suplemento é utilizado, mas com geração de desempenho animal diferente em razão da não observância das características do pasto (Figura 13).

Ŷ = 0,8514 - 0,002906*D R2 = 0,72 Y = 0,60 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 70 90 110 130 150 170

Período de diferim ento (dia)

k g /a n im a l. d ia CSU GPD

Figura 13. Consumo de suplemento (CSU) e desempenho animal (GPD) em

pastagens sob diferentes períodos de diferimento (D); * Significativo pelo teste t (P<0,05). Adaptado de Santos et al. (2009b).

Ademais, os dados apresentados na Figura 14 confirmam que ações de manejo diferenciadas, caracterizadas pela duração do período de diferimento, geram respostas também distintas na produção animal em pastagens diferidas, havendo a necessidade da observância das características dos pastos quando da idealização da suplementação. De fato, os bezerros mantidos nas pastagens diferidas por 73, 103, 131 e 163 dias apresentaram desempenho ao longo de todo o período de

pastejo correspondente a 0,692; 0,518; 0,390 e 0,445 kg/animal.dia,

respectivamente. Assim, constatou-se variação de até 0,302 kg/animal.dia em resposta aos períodos de diferimento da pastagem, mesmo com consumo médio de suplemento estável em todas as pastagens diferidas (cerca de 0,600 kg/animal.dia) (Santos et al., 2009b).

Vale destacar ainda que muitas ações de manejo aplicadas ao pastejo diferido, em geral, são de baixo custo e podem determinar a eficiência e, ou, a lucratividade

(25)

da suplementação nessas condições. Por outro lado, essas ações, muitas das vezes, não são empregadas com freqüência pelos pecuaristas e, não raro, é comum que ações de manejo mais caras e de eficiência dependente de outras ações de mais baixo custo, tal como a suplementação do pasto diferido, recebam maior atenção.

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Referências

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