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OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DA BAHIA

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Academic year: 2021

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OBSERVATÓRIO

DO

TRABALHO

DA

BAHIA

BOLETIM

TEMÁTICO

Diagnóstico da desocupação e informalidade no mercado de

trabalho da Bahia: subsídio para a proposição de medidas de

geração de renda para os baianos durante a pandemia da Covid-19

Integra o Produto 2.1 do Plano de Trabalho

Contrato Nº 010/2020 – SETRE / DIEESE

ABRIL DE 2020

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Contrato de Prestação de Serviços Nº. 010/2020 – SETRE-BA e DIEESE

EXPEDIENTE DA SECRETARIA DO TRABALHO, EMPREGO, RENDA E ESPORTE DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

RUI COSTA

Governador

JOÃO LEÃO

Vice-Governador

DAVIDSON DE MAGALHÃES SANTOS

Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte

JURENIAR DE OLIVEIRA

Chefe de Gabinete

MARCELO BRITO DA SILVA

Superintendente de Desenvolvimento do Trabalho

MILTON BARBOSA DE ALMEIDA FILHO

Superintendente de Economia Solidária

GILSON DAS MERCÊS LIMA

Diretor-Geral

FREDERICO FERNANDES

Coordenador do Observatório do Trabalho da Bahia

SETRE – Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte

Endereço: 2ª Avenida, nº 200, Plataforma III - 3º andar, Sala 306 – CAB Salvador - Bahia – Brasil - CEP: 41.745-003

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Contrato de Prestação de Serviços Nº. 010/2020 – SETRE-BA e DIEESE

EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE

Direção Técnica

Fausto Augusto Jr – Diretor Técnico

Patrícia Toledo Pelatieri – Diretora Técnica Adjunta José Silvestre Prado de Oliveira – Diretor Técnico Adjunta

Coordenação Geral do Projeto

Patrícia Toledo Pelatieri – Diretora Técnica Adjunta

Ana Georgina Dias – Supervisora do Escritório Regional do DIEESE na Bahia Flávia Santana Rodrigues – Técnica Responsável pelo Projeto

Técnica Responsável pelo Estudo

Flávia Santana Rodrigues

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Rua Aurora, 957 – Centro – São Paulo – SP – CEP 01209-001 Fone: (11) 3821 2199 – Fax: (11) 3821 2179 –

E-mail: institucional@dieese.org.br Site: http://www.dieese.org.br

Observatório do Trabalho da Bahia

Rua do Cabral, nº 15, Sindicato dos Metalúrgicos – Nazaré Salvador - Bahia – Brasil - CEP: 40.055-010

Fone: (71) 3242 7880 – E-mail: observatorioba@dieese.org.br

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Contrato de Prestação de Serviços Nº. 010/2020 – SETRE-BA e DIEESE

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ... 5

SÍNTESE DOS RESULTADOS ... 7

1. QUADRO COMPARATIVO DA BAHIA NO BRASIL: SITUANDO GRANDES NÚMEROS DO MERCADO DE TRABALHO... 11

2. CARACTERÍSTICAS DOS DESOCUPADOS E TRABALHADORES INFORMAIS NA BAHIA ... 13

3. O CRESCIMENTO DA COVID-19 NA BAHIA E AS MEDIDAS DE CONTENÇÃO DA CRISE ECONÔMICA IMINENTE ... 22

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APRESENTAÇÃO

Este boletim tem o objetivo de mapear como o mercado de trabalho da Bahia tem se organizado ao longo dos últimos 8 anos1, dando ênfase na participação que a desocupação e atividades informais possuem em sua estrutura ocupacional. Conhecer as características das pessoas desocupadas e ocupadas no segmento informal de trabalho é relevante para pensar alternativas que preservem a saúde e a segurança do trabalhador e assegurem o emprego e a capacidade de sustento financeiro das pessoas, em suma, que garanta em última instância a preservação vida da população, diante da grave crise econômica que está sendo formada pelos impactos da pandemia do Coronavírus (Covid-19) na Bahia. Os desocupados e trabalhadores informais são grupos sociais2 bastante vulneráveis no atual cenário de pandemia da Covid-19, porque em grande medida não são assalariados, portanto, não têm uma renda regular e permanente, pelo contrário, sua renda mensal é variável, não têm acesso a benefícios previdenciários3 ou direitos trabalhistas4 e quando são assalariados (trabalhadores sem carteira assinada) auferem uma renda insuficiente e também estão descobertos dos direitos trabalhistas, além de não ter garantia de manutenção do seu posto de trabalho, com a paralisia da atividade econômica e outras situações restritivas impostas pelas medidas de desaceleração do contágio da Covid-19. Para traçar um panorama da desocupação e informalidade é preciso tomar como ponto de partida que o mercado de trabalho baiano caracteriza-se pela grande heterogeneidade em sua estrutura ocupacional, tendo elevada representatividade dos trabalhadores assalariados, seja por meio do emprego com carteira ou sem carteira assinada e pelas ocupações dos trabalhadores autônomos, por conta própria. Este mercado também é marcado pelos baixos níveis de escolaridade e renda e pela pouca proteção social. Nos anos 2000, houve um processo de fortalecimento do mercado de trabalho no país, sendo que o mercado de trabalho do estado foi estimulado pelo crescimento econômico

1 O período selecionado abrange o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual, com término em 2018 e, Trimestral, até o quarto trimestre de 2019.

2 Além deles, a população de rua e os beneficiários de programas de assistência social são grupos, que têm uma situação de vida precária e estão mais expostos à crise provocada pelo Covid-19.

3 Após a Reforma da Previdência (EC 103/2019) só são considerados benefícios previdenciários aposentadorias e pensões. Deixaram de existir a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade. 4 Como direitos trabalhistas destacam-se 13° salário, férias e descanso semanal remunerados, FGTS, vale transporte, seguro desemprego, licenças maternidade e paternidade, horas extras, aviso prévio, adicional noturno, entre outros.

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mais intenso do período entre 2004 e 2009, o que proporcionou o aumento do nível geral de empregos formais na Bahia, bem como a retração generalizada do desemprego. Em particular, estes indicativos também foram reforçados com a elevação do rendimento do trabalhador. Com efeito, foi possível vivenciar um duplo movimento de ampliação dos empregos formais e redução da informalidade na primeira década dos anos 2000. Não obstante, a proporção de trabalhadores informais (trabalhadores sem carteira assinada e conta própria) no total de ocupados ainda era bastante significativa na Bahia em 2010 (44,6%) e essa informalidade era maior ao considerar os 11,7%, formado por pessoas ocupadas na autoprodução e não remuneradas, que não tinham rendimento algum proveniente do trabalho.

Já na segunda década dos anos 2000, se observou um processo de reversão das melhorias alcançadas pelo trabalhador baiano e nos primeiros anos desse período a geração de emprego formal começou a desacelerar, passando a cair o estoque de empregos celetistas, além disso, a informalidade passou a aumentar e a renda do trabalhador começou a cair. Todos esses movimentos foram intensificados a partir do final de 2014, sendo impulsionados pela recessão econômica dos anos 2015 e 2016.

Nos anos seguintes, embora o nível de atividade tenha voltado a crescer, foi em um patamar de baixo crescimento, não conseguindo estimular a retomada dos empregos formais. Ademais, com a aprovação da reforma trabalhista, através da Lei 13.467/2017, novos tipos de contratos precários passaram a surgir como alternativas de trabalho. Em paralelo, o contingente de trabalhadores desocupados no estado foi ampliado pela desestruturação promovida pela Operação Lavajato, que paralisou grandes obras, fechou empresas de grande porte e prejudicou a atividade de setores como o de engenharia, petróleo e gás, construção naval e civil. Após o ingresso de novas pessoas desocupadas o nível de desocupação no estado fica ainda mais elevado, sobretudo, em Salvador, retroalimentando a inserção dessas pessoas em ocupações informais, por exemplo, como motoristas de aplicativos de transporte de passageiros e similares, que se tornou uma alternativa de obtenção de renda e sustento para muitos profissionais que não estavam conseguindo se reinserir no mercado de trabalho.

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SÍNTESE DOS RESULTADOS

O presente boletim caracterizou a desocupação e a informalidade no mercado de trabalho da Bahia no período recente, com o objetivo de identificar quem são as pessoas desocupadas e qual a participação das atividades informais e precárias na estrutura da ocupação estadual. Para tanto, analisou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC trimestral), entre o 1º trimestre de 2012 ao 4º trimestre de 2019, e da Pnad Contínua anual, envolvendo os anos de 2012 a 2018, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Reconhecer quem e quantos são os trabalhadores desocupados e informais é fundamental para formular estratégias que possam incluir esses grupos como beneficiários das políticas públicas de trabalho, emprego e renda da Setre. Também auxilia na formulação de medidas que possam combinar e articular as ações da Setre, com políticas de outras áreas governamentais, como a assistência social, direitos humanos, saúde, educação, entre outras.

Sinteticamente, os indicadores analisados envolveram a análise desses contingentes populacionais. Assim, na Bahia, os resultados no 4º trimestre de 2019 (período final da série histórica selecionada) foram:

14,875 milhões de população residente; 5,809 milhões de trabalhadores ocupados; 1,141 milhões de trabalhadores desocupados;

352 mil trabalhadores desocupados, com 2 anos ou mais de procura de trabalho; 1,989 milhões de pessoas desalentadas;

3,555 milhões de trabalhadores informais (empregados do setor privado, exclusive trabalhador doméstico sem carteira assinada; conta própria; trabalhador doméstico sem carteira assinada; empregado do setor público sem carteira assinada e trabalhador auxiliar familiar);

2,342 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.

Espera-se que as ações e políticas que podem ser propostas consigam atenuar os impactos das crises sanitária e econômica causada pela Covid-19 para os grupos sociais aqui analisados. Em especial, foi possível mensurar quantos e quem são os trabalhadores

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desocupados, bem como se verificou a participação elevada que os trabalhadores informais têm no total dos ocupados na Bahia. A taxa de desocupação da Bahia no 4º trimestre de 2019 foi de 16,4% e a participação dos informais no total dos ocupados nesse mesmo período foi de 61,2%.

Com efeito, o alto nível da taxa de desocupação e o seu crescimento ao longo da série histórica analisada, assim como a alta participação da informalidade no mercado de trabalho da Bahia são elementos relevantes para se pensar em um cenário futuro, após o controle da pandemia da Covid-19. Com a crise econômica que se avizinha é provável que a taxa de desocupação e as ocupações informais continuem crescendo.

A caracterização dos desocupados demonstrou que este é um grupo heterogêneo e que uma política que os contemple deve levar em conta que as mulheres, pessoas negras (pretas e pardas) e pessoas mais jovens são as mais vulneráveis, devendo ser privilegiados pelas ações.

Uma segunda razão para que as mulheres sejam incluídas em medidas de proteção e auxílio nesse período de crise, é que se verificou que parte significativa delas são responsáveis pelo domicílio no total da população residente baiana, sendo preciso reconhecer que, nesses casos, elas acumulam uma dupla responsabilidade, com o cuidado dos filhos, além de uma dupla jornada, com os afazeres domésticos, que se sobrepõe ao trabalho remunerado.

Especificamente em relação à informalidade, foi possível verificar o seu crescimento entre os vínculos do setor público, através de novos contratos sem carteira assinada. Para o trabalho doméstico, outro segmento populacional bastante prejudicado pela crise com a Covid-19, percebeu-se que a maior parcela do trabalhador doméstico baiano não tem carteira assinada, e assim possui uma renda baixa e precária, porque está desprovida de direitos trabalhistas e benefícios previdenciários. Além de ter menores salários, os trabalhadores domésticos, que em sua maioria são mulheres, estão muito prejudicados pela medida de proteção sanitária de isolamento social. Uma ação protetiva para esses trabalhadores pode ser uma campanha de conscientização dos patrões domésticos para a manutenção dos vínculos de trabalho e de continuidade do pagamento dos salários, durante o período da crise.

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No que se refere à desocupação, um segmento que deve ser especialmente considerado é o de desocupados com o maior tempo de procura de trabalho. Viu-se que os desocupados com 2 anos ou mais de tempo de procura é o segundo mais significativo na Bahia. Quanto aos idosos, procurou-se dimensionar sua participação tanto na PIA, quanto no total da população residente, visto que uma parcela deles está presente na força de trabalho, seja como ocupado, desocupado, desalentado ou atuando em atividades informais. Por ser o grupo etário mais vulnerável ao risco de desenvolver os quadros mais graves da Covid-19, também deve ser considerado por medidas e políticas de emprego, trabalho e renda.

Adicionalmente, dois grupos devem ser considerados em medidas que envolvam políticas públicas de trabalho, emprego e renda nesse momento de crise, são eles: os Microempreendedores Individuais (MEIs) e os motoristas cadastrados em aplicativos de transporte em Salvador.

O MEI é um grupo que tende a crescer quando há desestruturação do mercado de trabalho, com crescimento de ocupação por conta própria, taxa de desocupação elevada e desemprego de longa duração. Uma das razões é que o registro como MEI oferece uma série de vantagens, com a aquisição do CNPJ, com simplificação tributária e direito a benefícios previdenciários. Na Bahia, segundo informações do portal do empreendedor, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) existiam mais de 370 mil MEIs na Bahia em abril de 2020.

Segundo informações do Sindicato dos Motoristas por Aplicativos e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia (Simactter), existem quase 25 mil motoristas cadastrados em aplicativos de transporte em Salvador, sendo que desses, 21 mil estão em atividade.

Os entregadores de aplicativos de alimentos IFood, Rappi e Uber Eats de bicicleta e motocicleta constituem um grupo de trabalhadores informais em amplo crescimento na Bahia, sobretudo, em Salvador. Entretanto, a identificação desse segmento é de difícil mensuração, porque é um contingente que está no limiar da desocupação e da informalidade, realizando atividade de natureza muito precárias, com jornadas de trabalho extensas e expostos a inúmeros riscos de saúde e segurança no trabalho.

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Para além da análise dos indicadores da desocupação e informalidade, buscou-se no primeiro capítulo traçar um quadro comparativo dos indicadores mais gerais da Bahia, comparados às demais Unidades da Federação como forma de situar o porte de sua economia e de seu mercado de trabalho.

No terceiro capítulo foi feita uma sistematização de diversas medidas propostas pelas representações de trabalhadores, empresariais, governamentais, elencando alguns projetos de lei e de medida provisória, apresentadas pelo Governo Federal, bem como destacar diversas medidas já em curso na Bahia, por autoria do Governo do Estado e, em Salvador, por parte da Prefeitura.

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1. QUADRO COMPARATIVO DA BAHIA NO BRASIL: SITUANDO GRANDES NÚMEROS DO MERCADO DE TRABALHO

A Bahia tem uma posição relevante no cenário nacional, sendo um estado com um dos maiores mercados e nível de atividade econômica e com um mercado de trabalho de tamanho expressivo. Quanto à renda domiciliar per capita, a desigualdade regional se torna aparente. Ademais, apresenta uma série de desafios quanto à forte heterogeneidade ocupacional, em concomitância com um elevado nível de desemprego e renda do trabalho relativamente baixa na maioria de seus postos de trabalho.

Com base nos dados mais recentes das contas regionais do IBGE, na comparação com os outros 25 estados e Distrito Federal, a Bahia registrou o sétimo maior PIB do país em 2017, no valor de R$ 268,661 bilhões, representando um decréscimo em relação ao ano anterior (R$ 258,739 bilhões), quando ocupava a sexta posição no ranking nacional. Em 2019, a população baiana foi estimada aproximadamente em 14,873 milhões de pessoas, quarto maior contingente populacional do país, atrás apenas de Rio de Janeiro (com 17,265 milhões e 3ª posição), Minas Gerais (com 21,169 milhões e 2ª posição) e São Paulo (com 45,919 milhões e 1ª posição). Um dos indicadores do porte do mercado de trabalho, de acordo com dados da Pnad contínua trimestral, demonstram que a Bahia tinha o quarto maior contingente de pessoas ocupadas do país no quarto trimestre de 2019, de 5,809 milhões de trabalhadores, atrás, novamente, apenas de Rio de Janeiro (com 7,651 milhões de ocupados), Minas Gerais (com 10,243 milhões) e São Paulo (com 22,779 milhões).

Segundo estimativas de rendimentos do IBGE para o ano de 2019, o rendimento nominal domiciliar per capita da Bahia foi de R$ 913, situando-a na vigésima posição no total do país, enquanto o Distrito Federal (com R$ 2.686) e São Paulo (com R$ 1.946) tinham os maiores resultados. O valor do rendimento nominal domiciliar per capita na Bahia foi maior somente do que os de alguns estados da região Norte (Acre, com R$ 890; Amapá, com R$ 880; Amazonas, com R$ 842 e Pará, com R$ 807) e Nordeste (Piauí, com R$ 827; Alagoas, com R$ 731, e Maranhão, com R$ 636).

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A comparação de alguns indicadores que caracterizam o mercado de trabalho, evidenciam uma maior desestruturação das condições ocupacionais na Bahia em relação às demais Unidades da Federação e Distrito Federal.

Definindo o trabalhador formal pelo conjunto de empregado e trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada, militar, funcionário público estatutário, conta própria e empregadores que contribuíam para a previdência social, no tocante à proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência em trabalhos formais, verificou-se que a Bahia tinha 43,3% de seus trabalhadores ocupados na formalidade, ocupando o 20º lugar no ranking nacional, com base na Pnad contínua. Essa proporção foi a mesma na Paraíba e Acre, maior do que a do Pará (35,2%) e Maranhão (35,1%), com as duas menores proporções de trabalhadores formais do país, mas bem menor do que a de Santa Catarina (77,3%), Rio Grande do Sul (69,6%) e Distrito Federal (69,0%), com as três primeiras posições no ranking nacional.

Ainda observando o segmento mais estruturado do mercado de trabalho, tem-se que o rendimento médio real habitual do trabalho principal das pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência em trabalhos formais na Bahia foi de R$ 2.055 em 2018, representando um dos menores valores auferidos pelos trabalhadores formais no total do país. A Bahia ocupou a 25ª posição no ranking nacional, acima apenas do Maranhão (R$ 1.983) e Alagoas (R$ 1.982). Já os rendimentos médios reais mais significativos foram apresentados no Distrito Federal (R$ 4.441), Roraima (R$ 3.233) e São Paulo (3.213).

Já no que concerne aos dados da Pnad contínua trimestral do quarto trimestre de 2019, referentes à taxa de desocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade, na semana de referência, observa-se que a Bahia destacou-se com a maior proporção, de 16,4% de pessoas desocupadas, com 14 anos ou mais de idade na PEA, seguida pelos estados do Amapá (15,6%), Roraima e Sergipe (ambos com 14,8%). As menores taxas de desocupação foram apresentadas em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,4%) e Mato Grosso do Sul (6,5%).

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2. CARACTERÍSTICAS DOS DESOCUPADOS E TRABALHADORES INFORMAIS NA BAHIA

A Bahia atingiu uma população residente de mais de 14 milhões de pessoas, que se expandiu de 14,423 para 14,793 milhões entre 2012 e 2018. Essa população era predominantemente formada por indivíduos do sexo feminino, atingindo sua proporção mais elevada em 2016, com 51,8% do total de residentes (Gráfico 1).

GRÁFICO 1

Distribuição absoluta e participação percentual da população residente, por sexo

Bahia, 2012 a 2018

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Anual.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

Ao examinar o comportamento de diversos indicadores gerais do mercado de trabalho da Bahia entre o 1º trimestre de 2012 ao 4º trimestre de 2019, tem-se que a proporção da População em Idade Ativa (PIA), com 14 anos ou mais de idade, no total de residentes girava em torno de 80,0%. A pressão exercida pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade no mercado de trabalho era revelada por uma taxa de participação de cerca de 60,0%. Já a taxa de inatividade estava em um patamar de cerca de 40,0%. Diferente da relativa estabilidade dos outros indicadores ao longo do período analisado, o comportamento da taxa de desocupação foi instável, tendo ampliado a taxa de 11,5%, no 1º trimestre de 2012, para 16,4% no 4º trimestre de 2019. Cabe pontuar que a taxa de desocupação atingiu seus maiores resultados nos 1º trimestres de 2017 (18,6%) e de 2019 (18,3%) (Gráfico 2).

48,3 51,7 48,9 51 48,3 48,7 48,2 48,4 48,4 ,1 51,7 51,3 51,8 51,6 51,6 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 Homens (%) Mulheres (%) 14.486

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GRÁFICO 2

Proporção da população em idade ativa na população residente e taxas de participação, desocupação e inatividade

Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Anual.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

A taxa de desocupação, por sexo, revela que as mulheres estavam mais presentes entre os desocupados baianos, enquanto as taxas de desocupação masculinas ficaram abaixo da média estadual em todo o período selecionado (Gráfico 3).

Contudo, observou-se que a taxa de desocupação dos homens cresceu mais do que a feminina entre o 1º trimestre de 2012 e o 4º trimestre de 2019, reduzindo um pouco a desigualdade de gênero no que tange à desocupação. Assim, a taxa masculina aumentou de 8,7% para 13,9%, 5,2 pontos percentuais (p.p.), e a feminina passou de 15,3% para 19,5% 4,2 p.p. no período selecionado.

GRÁFICO 3

Taxa de desocupação, por sexo

Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 1º t ri m est re 2012 2º t ri m est re 2012 3º t ri m est re 2012 4º t ri m est re 2012 1º t ri m est re 2013 2º t ri m est re 2013 3º t ri m est re 2013 4º t ri m est re 2013 1º t ri m est re 2014 2º t ri m es tr e 2 014 3º t ri m est re 2014 4º t ri m est re 2014 1º t ri m est re 2015 2º t ri m est re 2015 3º t ri m est re 2015 4º t ri m est re 2015 1º t ri m est re 2016 2º t ri m est re 2016 3º t ri m est re 2016 4º t ri m est re 2016 1º t ri m est re 2017 2º t ri m est re 2017 3º t ri m est re 2017 4º t ri m est re 2017 1º t ri m est re 2018 2º t ri m est re 2018 3º t ri m est re 2018 4º t ri m est re 2018 1º t ri m est re 2019 2º t ri m est re 2019 3º t ri m est re 2019 4º t ri m est re 2019

% PIA/Pop residente Taxa de participação Taxa de desocupação Taxa de inatividade

5 10 15 20 25 1 º tr im e s tr e 2 0 1 2 2 º tr im e s tr e 2 0 1 2 3 º tr im e s tr e 2 0 1 2 4 º tr im e s tr e 2 0 1 2 1 º tr im e s tr e 2 0 1 3 2 º tr im e s tr e 2 0 1 3 3 º tr im e s tr e 2 0 1 3 4 º tr im e s tr e 2 0 1 3 1 º tr im e s tr e 2 0 1 4 2 º tr im e s tr e 2 0 1 4 3 º tr im e s tr e 2 0 1 4 4 º tr im e s tr e 2 0 1 4 1 º tr im e s tr e 2 0 1 5 2 º tr im e s tr e 2 0 1 5 3 º tr im e s tr e 2 0 1 5 4 º tr im e s tr e 2 0 1 5 1 º tr im e s tr e 2 0 1 6 2 º tr im e s tr e 2 0 1 6 3 º tr im e s tr e 2 0 1 6 4 º tr im e s tr e 2 0 1 6 1 º tr im e s tr e 2 0 1 7 2 º tr im e s tr e 2 0 1 7 3 º tr im e s tr e 2 0 1 7 4 º tr im e s tr e 2 0 1 7 1 º tr im e s tr e 2 0 1 8 2 º tr im e s tr e 2 0 1 8 3 º tr im e s tr e 2 0 1 8 4 º tr im e s tr e 2 0 1 8 1 º tr im e s tr e 2 0 1 9 2 º tr im e s tr e 2 0 1 9 3 º tr im e s tr e 2 0 1 9 4 º tr im e s tr e 2 0 1 9

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Contrato de Prestação de Serviços Nº. 010/2020 – SETRE-BA e DIEESE

O rendimento médio real do trabalho principal, por sexo, demonstra que as mulheres auferiam rendimentos menores do que os homens, em todo o período analisado, sendo que os valores ficaram sempre abaixo da média estadual (Gráfico 4).

O comportamento do rendimento médio do trabalho principal foi marcado por variações ao longo da série histórica analisada, sendo que o rendimento médio dos homens era de R$ 1.564 e o das mulheres era de R$ 1.255, no 1º trimestre de 2012, e aumentou para, respectivamente, R$1.675 e R$ 1.327, no 4º trimestre de 2019. Com isso, aumentou a desigualdade de gênero, porque enquanto as mulheres recebiam 80,2% do que era pago aos homens no início do período, passaram a receber menos (79,2%) ao término do período.

O 1º trimestre de 2018 foi o momento em que o rendimento médio real auferido pelos homens foi maior (R$ 1.738). Para as mulheres, o momento mais favorável foi no 3º trimestre desse mesmo ano (R$ 1.453).

GRÁFICO 4

Rendimento médio real do trabalho principal, por sexo Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

Nota: O rendimento está deflacionado para o mês do meio do último trimestre de coleta divulgado.

Verificando a composição da taxa de desocupação, por grupo de idade, nota-se que quanto menor é a idade maior é a taxa de desocupação. Portanto, havia uma maior proporção de pessoas de 14 a 17 anos de idade no conjunto de desocupados baianos, seguido pelos jovens de 18 a 24 anos, 25 a 39 anos, 40 a 59 anos e 60 anos ou mais (Gráfico 5).

1.000 1.250 1.500 1.750

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Contrato de Prestação de Serviços Nº. 010/2020 – SETRE-BA e DIEESE

Entre o 1º trimestre de 2012 e o 4º trimestre de 2019, as taxas de desocupação que mais se elevaram foram as pertencentes às pessoas de 14 a 17 anos e de 18 a 24 anos.

No 1º trimestre de 2012, a taxa de desocupação das pessoas de 14 a 17 anos era de 27,2%, para os grupos de 18 a 25 anos (23,5%), 25 a 39 anos (10,4%), 40 a 59 anos (6,3%) e 60 anos ou mais (2,3%). Já no 4º trimestre de 2019, essas taxas passaram para, respectivamente, 41,7%, 34,1%, 15,3%, 11,2% e 5,6%.

A despeito das taxas de desocupação das pessoas de 14 a 17 anos já serem muito significativas, atingiram seu ápice no 4º trimestre de 2018, quando 52,6% desse grupo etário estava desocupado na Bahia. A taxa de desocupação mais expressiva dos jovens de 18 a 25 anos foi registrada no 1º trimestre de 2017 (34,8%).

GRÁFICO 5

Taxa de desocupação, por grupo de idade Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

A taxa de desocupação, por cor ou raça, era muito mais expressiva para as pessoas pretas e pardas, influenciando na taxa de desocupação média do estado, devido à grande representatividade que esses segmentos possuem na população total. Em, praticamente, toda a série histórica analisada a taxa de desocupação deles foi maior do que a das pessoas que se autodeclararam brancas, exceto no 1º trimestre de 2014, quando os valores das taxas quase se sobrepuseram (Gráfico 6).

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Na comparação das taxas de desocupação entre as pessoas de cor ou raça preta e parda, viu-se que o primeiro segmento tem uma condição mais desfavorável no mercado de trabalho, quase sempre apresentando taxas mais elevadas.

Ao longo do período de análise, houve crescimento maior da taxa de desocupação para as pessoas pardas do que para as pessoas pretas. Para elas, o aumento foi de 5,3 p.p. e para as pessoas pretas (4,4 p.p.) Já as pessoas brancas, além de ter taxas de desocupação menores, estas quase não se alteraram no período (0,4 p.p.). No 1º trimestre de 2012, as pessoas de cor ou raça preta tinham uma taxa de desocupação de 12,8%, as pardas (11,7%) e as brancas (9,3%). No 4º trimestre de 2019, as taxas de desocupação das pessoas de cor ou raça preta e parda quase equivaleram, com respectivamente, 17,2% e 17,0%. Já as pessoas brancas revelaram uma taxa de 13,2%.

GRÁFICO 6

Taxa de desocupação, por cor ou raça Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

Examinando a participação percentual das pessoas desocupadas, por tempo de procura de trabalho, percebe-se que os desocupados com 1 mês a menos de 1 ano de procura de trabalho tinham a participação mais elevada no total de desocupados, seguidos por aqueles com o maior tempo de procura (2 anos ou mais). A participação dos desocupados com 1 ano a menos de 2 anos de procura por trabalho e com menos de 1 mês foram as

0 5 10 15 20 25 1º tr ime str e 2012 2º tr ime str e 2012 3º tr ime str e 2012 4º tr ime str e 20 12 1º tr ime str e 2013 2º tr ime str e 2013 3º tr ime str e 2013 4º tr ime str e 2013 1º tr ime str e 20 14 2º tr ime str e 2014 3º tr ime str e 2014 4º tr ime str e 2014 1º tr ime str e 2015 2º tr ime str e 2015 3º tr ime str e 2015 4º tr ime str e 2015 1º tr ime str e 2016 2º tr ime str e 2016 3º tr ime str e 2016 4º tr ime str e 2016 1º tr ime str e 2017 2º tr ime str e 2017 3º tr ime str e 2017 4º tr ime str e 2017 1º tr ime str e 2018 2º tr ime str e 2018 3º tr ime str e 20 18 4º tr ime str e 2018 1º tr ime str e 2019 2º tr ime str e 2019 3º tr ime str e 2019 4º tr ime str e 20 19

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menores e eram muito próximas, tendo alternado suas posições em alguns momentos do período de análise (Gráfico 7).

No 1º trimestre de 2012, a participação dos desocupados com 1 mês a menos de 1 ano de procura de trabalho era de 44,2%, com 2 anos ou mais (27,1%), com menos de 1 mês (15,8%) e com 1 a menos de 2 anos (12,9%). Já no 4º trimestre de 2019, essas proporções passaram para, respectivamente, 38,9%, 30,9%, 17,6% e 12,6%. Com efeito, no período, só houve declínio da proporção dos desocupados com 1 mês a menos de 1 ano de procura de trabalho e, de forma mais leve, na participação dos desocupados com o tempo de 1 ano a menos de 2 anos de procura no total dos desocupados.

GRÁFICO 7

Participação percentual das pessoas desocupadas, por tempo de procura de trabalho

Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

No que tange às posições na ocupação e categoria do emprego, tem-se que havia mais participação dos empregados no setor privado, exclusive trabalhador doméstico no total dos ocupados, seguido pelo trabalhador por conta própria, empregado no serviço público, trabalhador doméstico, trabalhador auxiliar familiar (trabalhadores não remunerados em ajuda a membro do domicílio) e empregador (Tabela 1).

Na evolução dos quatro trimestres de 2019, houve pequenas variação nos resultados de cada categoria ocupacional, sem que fossem alteradas as suas posições na estrutura total da ocupação. Comparando-se os últimos trimestres de 2012 e 2019, tem-se que houve acréscimo de 42,4% para 43,3% na participação dos empregados do setor privado, exclusive o trabalho doméstico, o mesmo ocorreu para os conta própria, passando de

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 1 º tr im e s tr e 2 0 1 2 2 º tr im e s tr e 2 0 1 2 3 º tr im e s tr e 2 0 1 2 4 º tr im e s tr e 2 0 1 2 1 º tr im e s tr e 2 0 1 3 2 º tr im e s tr e 2 0 1 3 3 º tr im e s tr e 2 0 1 3 4 º tr im e s tr e 2 0 1 3 1 º tr im e s tr e 2 0 1 4 2 º tr im e s tr e 2 0 1 4 3 º tr im e s tr e 2 0 1 4 4 º tr im e s tr e 2 0 1 4 1 º tr im e s tr e 2 0 1 5 2 º tr im e s tr e 2 0 1 5 3 º tr im e s tr e 2 0 1 5 4 º tr im e s tr e 2 0 1 5 1 º tr im e s tr e 2 0 1 6 2 º tr im e s tr e 2 0 1 6 3 º tr im e s tr e 2 0 1 6 4 º tr im e s tr e 2 0 1 6 1 º tr im e s tr e 2 0 1 7 2 º tr im e s tr e 2 0 1 7 3 º tr im e s tr e 2 0 1 7 4 º tr im e s tr e 2 0 1 7 1 º tr im e s tr e 2 0 1 8 2 º tr im e s tr e 2 0 1 8 3 º tr im e s tr e 2 0 1 8 4 º tr im e s tr e 2 0 1 8 1 º tr im e s tr e 2 0 1 9 2 º tr im e s tr e 2 0 1 9 3 º tr im e s tr e 2 0 1 9 4 º tr im e s tr e 2 0 1 9

Menos de 1 mês De 1 mês a menos de 1 ano

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29,6% para 30,0%, para os empregados no setor público houve aumento de 12,2% para 12,8%, para o empregador, o percentual aumentou de 3,3% para 3,5%, assim como para o trabalhador auxiliar familiar, que cresceu de 3,0% para 3,2%. Em relação ao trabalhador doméstico, observou-se redução de sua participação no total das ocupações nesse período, caiu de 7,4% para 7,2%. Ressalte-se que mesmo com o intervalo de oito anos, a participação das posições ocupacionais foi mantida na estrutura ocupacional, exceto para a posição entre o trabalhador auxiliar familiar e empregador, que se inverteu.

A maioria dos empregados do setor privado tinha carteira assinada, ao contrário do trabalhador doméstico, onde havia um predomínio de contratações sem carteira assinada. Já os empregados do setor público eram predominantemente formados por militares e funcionários públicos estatutários. No 4º trimestre de 2019, os empregados do setor privado com carteira assinada representavam 25,5% do total de ocupados, o trabalhador doméstico sem carteira correspondia a 5,9% e os militares e funcionários públicos estatutários eram 8,2% do total.

Dimensionando a participação dos trabalhadores informais no total da ocupação, leva-se em conta a soma da participação do empregado do setor privado, exclusive o trabalhador doméstico sem carteira assinada, com o trabalhador por conta própria, empregado do setor público sem carteira assinada, trabalhador doméstico sem carteira e trabalhador auxiliar familiar. No 4º trimestre de 2019, esse conjunto de trabalhadores informais totalizava 3,555 milhões de pessoas e representava 61,2% do total dos ocupados na Bahia. No 4º trimestre de 2012, esse percentual era ligeiramente maior (61,5%).

TABELA 1

Distribuição percentual das pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, por posição na ocupação e categoria do emprego no

trabalho principal

Bahia, trimestres de 2012 e trimestres de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico 43,0 42,3 42,5 42,4 44,3 44,2 43,7 43,3

Com carteira de trabalho assinada 25,5 25,1 24,4 25,0 25,6 25,4 25,1 25,0

Sem carteira de trabalho assinada 17,6 17,2 18,1 17,4 18,7 18,8 18,6 18,3

Trabalhador doméstico 7,0 6,9 7,2 7,4 6,9 7,1 7,0 7,2

Com carteira de trabalho assinada 1,2 1,0 1,1 1,2 1,3 1,2 1,3 1,3

Sem carteira de trabalho assinada 5,8 5,9 6,1 6,2 5,6 5,9 5,7 5,9

Empregado no setor público 12,8 12,8 13,5 12,2 13,0 13,0 13,6 12,8

Com carteira de trabalho assinada 1,4 1,5 1,7 1,4 1,3 1,1 1,2 0,8

Sem carteira de trabalho assinada 3,4 3,7 4,1 3,3 3,6 3,8 4,7 3,8

Militar e funcionário público estatutário 8,1 7,6 7,7 7,5 8,1 8,1 7,8 8,2

Empregador 3,5 3,5 3,4 3,3 3,6 3,2 3,1 3,5

Conta própria 29,7 29,5 28,6 29,6 29,3 29,4 29,3 30,0

Trabalhador familiar auxiliar 4,0 4,9 4,9 5,0 3,0 3,1 3,3 3,2

2012 2019

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A evolução da participação do empregado do setor privado, exclusive trabalhador doméstico revela que houve aproximação das contratações com e sem carteira assinada ao final do período selecionado, sobretudo, a partir do 1º trimestre de 2017. Cabe salientar, que houve um duplo movimento no setor privado do mercado de trabalho baiano, com o crescimento da informalidade, associada à redução dos vínculos formais (Gráfico 8).

GRÁFICO 8

Participação percentual de empregados do setor privado, exclusive trabalhador doméstico, segundo a categoria do emprego

Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

A evolução da participação do trabalhador doméstico demonstra que embora o segmento sem carteira tenha registrado oscilações em sua trajetória, a informalidade continuou prevalecendo entre os vínculos dessa posição ocupacional, que permaneceu em proporção semelhante à do início do período no 4º trimestre de 2019 (Gráfico 9).

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 1º t ri m est re 2012 2º t ri m est re 2012 3º t ri m est re 2012 4º t ri m est re 2012 1º t ri m est re 2013 2º t ri m est re 2013 3º t ri m est re 2013 4º t ri m es tr e 2 013 1º t ri m est re 2014 2º t ri m est re 2014 3º t ri m est re 2014 4º t ri m est re 2014 1º t ri m est re 2015 2º t ri m est re 2015 3º t ri m est re 2015 4º t ri m est re 2015 1º t ri m est re 2016 2º t ri m est re 2016 3º t ri m est re 2016 4º t ri m est re 2016 1º t ri m est re 2017 2º t ri m est re 2017 3º t ri m es tr e 2 017 4º t ri m est re 2017 1º t ri m est re 2018 2º t ri m est re 2018 3º t ri m est re 2018 4º t ri m est re 2018 1º t ri m est re 2019 2º t ri m est re 2019 3º t ri m est re 2019 4º t ri m est re 2019

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico

Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico - com carteira de trabalho assinada Empregado no setor privado, exclusive trabalhador doméstico - sem carteira de trabalho assinada

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GRÁFICO 9

Distribuição percentual do trabalhador doméstico, segundo a categoria do emprego

Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

A evolução da participação do empregado do setor público, segundo suas categorias de emprego, evidencia que o predomínio dos vínculos de militares e funcionários públicos estatutários foi mantido de forma relativamente estável durante o período selecionado. A informalidade, por seu turno, cresceu, principalmente a partir do 1º trimestre de 2017 (Gráfico 10).

GRÁFICO 10

Distribuição percentual de empregado no setor público, segundo a categoria do emprego

Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Trimestral.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 1º t ri m est re 2012 2º t ri m est re 2012 3º t ri m est re 2012 4º t ri m est re 2012 1º t ri m est re 2013 2º t ri m est re 2013 3º t ri m est re 2013 4º t ri m est re 2013 1º t ri m est re 2014 2º t ri m est re 2014 3º t ri m est re 2014 4º t ri m est re 2014 1º t ri m est re 2015 2º t ri m est re 2015 3º t ri m est re 2015 4º t ri m est re 2015 1º t ri m est re 2016 2º t ri m est re 2016 3º t ri m est re 2016 4º t ri m est re 2016 1º t ri m est re 2017 2º t ri m es tr e 2 017 3º t ri m est re 2017 4º t ri m est re 2017 1º t ri m est re 2018 2º t ri m est re 2018 3º t ri m est re 2018 4º t ri m est re 2018 1º t ri m est re 2019 2º t ri m est re 2019 3º t ri m est re 2019 4º t ri m est re 2019

Trabalhador doméstico Trabalhador doméstico - com carteira de trabalho assinada Trabalhador doméstico - sem carteira de trabalho assinada

0,0 5,0 10,0 15,0 1º t ri m est re 2012 2º t ri m est re 2012 3º t ri m est re 2012 4º t ri m est re 2012 1º t ri m est re 2013 2º t ri m est re 2013 3º t ri m es tr e 2 013 4º t ri m est re 2013 1º t ri m est re 2014 2º t ri m est re 2014 3º t ri m est re 2014 4º t ri m est re 2014 1º t ri m est re 2015 2º t ri m es tr e 2 015 3º t ri m est re 2015 4º t ri m est re 2015 1º t ri m est re 2016 2º t ri m est re 2016 3º t ri m est re 2016 4º t ri m est re 2016 1º t ri m es tr e 2 017 2º t ri m est re 2017 3º t ri m est re 2017 4º t ri m est re 2017 1º t ri m est re 2018 2º t ri m est re 2018 3º t ri m est re 2018 4º t ri m es tr e 2 018 1º t ri m est re 2019 2º t ri m est re 2019 3º t ri m est re 2019 4º t ri m est re 2019

Empregado no setor público

Empregado no setor público, exclusive militar e funcionário público estatutário - com carteira de trabalho assinada Empregado no setor público, exclusive militar e funcionário público estatutário - sem carteira de trabalho assinada Empregado no setor público - militar e funcionário público estatutário

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3. O CRESCIMENTO DA COVID-19 NA BAHIA E AS MEDIDAS DE CONTENÇÃO DA CRISE ECONÔMICA IMINENTE

A doença conhecida como coronavírus (Covid-19), provocada pelo novo tipo de coronavírus SARS-CoV-2, foi notificada pela primeira vez na China em 31 de dezembro de 2019 e desde então tem se propagado em inúmeros países e regiões do mundo, sendo de difícil controle devido ao seu alto poder de contágio, com um ritmo de crescimento geométrico da infecção. A Covid-19 se manifesta com sintomas semelhantes ao da gripe, mas pode causar dificuldade e até insuficiência respiratória nos casos mais graves. A doença tem um grau de letalidade, que foi considerado relativamente baixo, inicialmente, superando o causado pela gripe e alguns outros tipos de vírus, como o sarampo. Entretanto, assim como a pandemia da Covid-19 está em curso, diversos estudos e pesquisas sobre o novo coronavírus estão sendo desenvolvidas e o próprio entendimento sobre a doença tende a mudar no futuro, com base na observação dos casos confirmados e na letalidade real. Como a Covid-19 se dissemina rapidamente no conjunto da população, pode, assim, atingir os percentuais de casos graves e letais. Além disso, o grau de letalidade cresce entre os idosos e pessoas com outras comorbidades (como diabetes e hipertensão). Segundo informações da OMS, enquanto o grau de letalidade entre jovens é de 0,5%, sobe para 15,0% entre os idosos.

Com efeito, um dos problemas críticos criado pela Covid-19 é o risco efetivo de colapso do sistema geral de saúde dos países, porque como o contágio é rápido, muitas pessoas contaminadas e com os sintomas mais graves podem acessar o sistema ao mesmo tempo, necessitando de leitos de UTI e aparelhos mecânicos de respiração, que não existem em quantidade suficiente.

Diante da experiência vivenciada na China e em diversos países nos quais a pandemia da Covid-19 chegou primeiro, o Brasil tem estabelecido uma série de diretrizes e ações, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. No entanto, não há uma estratégia unificada por um plano do Governo Federal, que coordene as diversas medidas adotadas pelos governadores e prefeitos brasileiros. Dentre as medidas já implementadas, o controle da circulação de pessoas é a principal recomendação da OMS para controlar e retardar o contágio da Covid-19, tendo

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repercussões diretas na queda do nível geral de atividade econômica. Cabe salientar que essa medida de controle sanitário está sendo aplicada no mercado de trabalho por meio do fechamento parcial e até total dos estabelecimentos, ligados a diversos setores. Vários procedimentos estão sendo aplicados, com impactos distintos para o trabalhador, sendo os mais usuais: teletrabalho; trabalho em casa (homeoffice); redução de jornada; revezamento de equipes por turnos; redução do horário de funcionamento; férias coletivas e demissões.

Entretanto, o afastamento do ambiente de trabalho é parcial para a população, possível apenas para os trabalhadores assalariados, ligados ao setor público e privado, que não estão diretamente contratados em áreas de atuação essencial no combate à Covid-19 ou que precisam continuar ativos para garantir o funcionamento do convívio social. Desse modo, os trabalhadores dos setores de saúde, segurança, dos serviços de coleta pública de lixo, aviação, serviços industriais de utilidade pública (transporte coletivo, água, luz, telefone e gás), entre outros, não podem participar do isolamento social.

Estão à margem das medidas de isolamento social parte considerável dos trabalhadores brasileiros, que atuam em inúmeros trabalhos informais e precários, estão desocupados ou integram grupos de risco social, como a população em situação de rua e a população carcerária. No caso da Bahia o isolamento social é ainda mais comprometido, porque a maioria de seus trabalhadores está na informalidade e estrato de pessoas desocupadas também é um dos mais elevados do país, conforme já demonstrado no segundo capítulo. De fato, o cenário atual impõe desafios imediatos para os governantes, acerca dos impactos provocados na saúde pública, economia e na vida social das pessoas. Entretanto, é preciso pontuar que a economia brasileira já vinha registrando níveis reduzidos de atividade econômica, com revisões de redução das expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) sendo feitas antes da pandemia da Covid-19 se tornar uma preocupação real no país. Além disso, o fraco desempenho econômico ficava pressionado pelos níveis elevados de desemprego e informalidade, que só aumentaram nos últimos anos, principalmente, após a aprovação da reforma trabalhista.

É necessário, portanto, pensar em alternativas para combater a crise econômica, estimular o crescimento da economia, assegurar condições de saúde e segurança aos trabalhadores,

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a manutenção do emprego, garantindo condições de vida, de subsistência e assistência aos mais fragilizados durante a pandemia.

Para sintetizar as ações já propostas pelo Governo Federal, representações empresariais, as Centrais Sindicais, Banco Central e instituições financeiras e outros organismos internacionais, o DIEESE analisou diversas medidas de combate à crise provocada pela Covid-19, através de uma série de notas técnicas5.

No pacote de medidas do Governo Federal anunciado até o momento, sobressaíram-se três Projetos de Lei (PL), a saber: PL 702/2020, voltado para a dispensa do atestado médico do trabalhador infectado, permitindo ao mesmo o afastamento do posto laboral por sete dias; PL 786, que altera o programa nacional de alimentação escolar, garantindo a segurança alimentar dos estudantes e suas famílias, que poderão receber cestas básicas a partir de alimentos usados na merenda escolar, e a compra pelas prefeituras dos produtos da agricultura familiar e PL 9.236/2017, aprovado em 26 de março de 2020, que estabelece uma renda mínima emergencial no valor de R$ 600 por pessoa, limitada até o número de duas pessoas por família, podendo chegar a R$ 1.200. Esse último valor também será fornecido para mulheres, na posição de chefe de família.

Essa renda mínima emergencial será fornecida por três meses, podendo ter esse prazo estendido, sem a necessidade de nova votação no Congresso Nacional. O público alvo serão os microempreendedores individuais, os contribuintes individuais do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e trabalhadores cadastrados no CadÚnico. Além desses critérios, há um recorte de renda, sendo preciso ter uma renda mensal per capita de ½ salário mínimo (R$ 522,5) ou uma renda familiar de até três salários mínimos (R$ 3.135). Como critério de exclusão, a pessoa não pode ter vínculo celetista ou no serviço público, não pode ser beneficiário de programa previdenciário ou assistencial e não pode ter declarado uma renda tributável superior a R$ 28.559,70 (equivalente a 2,3 salários mínimos em 2018) à Receita Federal. Assim, o programa contempla os trabalhadores não assalariados, informais, desempregados, idosos que não estão aposentados e não recebem o BPC e os beneficiários do Programa Bolsa Família (DIEESE, 2020).

5 O DIEESE tem produzido diversas notas técnicas que discutem impactos setoriais e medidas de combate à Covid-19. Além delas, é possível consultar o Boletim de conjuntura mais recente, intitulado A pandemia de coronavírus e a necessidade de mudanças estruturais. Disponíveis em www.dieese.org.br.

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O critério do recorte mínimo de renda mensal per capita de até ½ salário mínimo ou renda familiar de até 3 salários mínimos foi vetado pelo Presidente da República ontem, 02 de abril de 2020, voltando ao critério de até ¼ do salário mínimo ou R$261,25. O Senado ainda pode derrubar o veto. Com essa mudança, a medida de transferência de uma renda emergencial, que precisa ter celeridade para que o recurso chegue o quanto antes nas mãos dos trabalhadores informais e demais pessoas que estão mais vulneráveis à crise econômica causada pela pandemia da Covid-19, se torna mais demorada.

Ressalte-se que a participação e pressão dos movimentos sociais, instituições representativas da sociedade civil organizada, atuação dos governadores, conselhos regionais de classe profissional, como a OAB, Centrais Sindicais, instituições de pesquisa, professores de centros de pesquisa de universidades públicas e privadas, Fiocruz, OMS, organismos internacionais, entre outros, foi fundamental para que o Governo Federal tenha criado esses PLs. No que tange à concessão de renda mínima emergencial para os grupos sociais de risco, a proposta inicial do Governo foi lançada em 18 de março e envolvia a concessão de auxílio emergencial em um valor de apenas R$ 200 por pessoa, valor que representa 1/3 do que foi aprovado no PL 9.236/2017 (DIEESE, 2020).

O Governo Federal foi muito questionado também ao lançar a Medida Provisória nº 927, em 22 de março de 2020, porque dentre seus 32 artigos, continha um em específico que permitia às empresas a suspensão de contratos de trabalho por quatro meses, sem o pagamento de remuneração ao trabalhador nesse período, ficando a cargo do empregador a concessão de uma bolsa qualificação sem o estabelecimento de quaisquer regras para a definição do valor. Após inúmeras críticas, esse artigo foi suprimido. Não obstante, essa MP continua com diversos artigos que flexibilizam as condições de trabalho em desfavor do trabalhador, em meio a uma das mais graves crises sanitárias e econômicas da história do país (DIEESE, 2020a).

Cabe salientar que, até o momento, o Governo Federal ainda não garantiu a transferência de recursos financeiros para a população, sejam eles voltados aos trabalhadores informais, desocupados, desalentados, desassistidos socialmente ou para as micro, pequenas e médias empresas. Um grande impedimento dos gastos governamentais na economia é a Emenda Constitucional nº 95/2016 (EC 95). Tal emenda foi promulgada em dezembro de

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2016 e desde então é responsável pelo congelamento dos gastos públicos primários6 por 20 anos, que só serão corrigidos anualmente, independentemente do nível de atividade econômica, levando-se em conta a inflação acumulada do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para flexibilizar a possibilidade de gastos emergenciais, o Governo Federal poderia revogar a EC 95, entretanto, preferiu lançar Decreto, aprovado pelo Senado em 20 de março de 2020, que reconhece que o país está em calamidade pública até 31 de dezembro do mesmo ano, por conta da pandemia da Covid-19, estado em que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) permite à União realizar gastos públicos que superam o necessário para o cumprimento das metas fiscais previstas no orçamento.

As principais considerações apontadas pelas Centrais Sindicais são: garantir segurança de emprego para os trabalhadores formais, como, por exemplo, condicionar a disposição de recursos e benefícios para as empresas, à manutenção do emprego; diminuir o número de trabalhadores expostos em atividades em que o distanciamento social não é possível; redução da jornada, sem redução do salário; mudança do regime de trabalho, sem prejuízo à segurança do trabalhador; considerar a necessidade de produção, evitando a exposição dos trabalhadores ao risco de contaminação; preservar os trabalhadores em seus postos de trabalho; realizar o controle dos efeitos da quarentena sobre o consumo e a renda da população e garantir a segurança alimentar para o enorme contingente de trabalhadores informais, desocupados e desalentados, através do pagamento de uma renda emergencial durante o período da pandemia da Covid-19 (DIEESE, 2020b).

Dentre as medidas das instituições financeiras destacam-se: suspensão da cobrança de tarifas pelas transferências bancárias (DOC e TED) por 90 dias, podendo prorrogar esse prazo, mediante avaliação do estágio de contágio da Covid-19 no país; suspensão de cobrança de juros ou tarifas adicionais e de cobrança de compromissos financeiros imediatos de famílias e empresas como pagamentos de contas, impostos e prestações de impostos, enquanto perdurar a crise; concessão de crédito para micro, pequenas e médias empresas (DIEESE, 2020c).

6 Compreendem os gastos com pessoal, custeio e investimento, desconsiderando as despesas financeiras (pagamento de juros e amortização da dívida pública), que consomem aproximadamente 45% do orçamento geral da União. Nesse sentido, ficam congelados gastos com benefícios da previdência, benefícios assistenciais vinculados ao salário mínimo (como abono salarial e seguro desemprego) e serviços públicos ofertados para a sociedade, como educação e saúde, por exemplo.

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Na Bahia, o primeiro caso confirmado da Covid-19 ocorreu no dia 06 de março de 2020, no município de Feira de Santana. Desde então, esse número vem se expandindo e sendo divulgado em boletins epidemiológicos diários pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Segundo a Tabela 1, até a data de hoje, 02 de abril de 2020, são 267 casos confirmados de Covid-19, distribuídos em 34 ou 8,2% dos 417 municípios baianos, sendo a maior concentração deles em Salvador (167), Feira de Santana (21), Lauro de Freitas (11), Porto Seguro (10), Ilhéus (8) e Itabuna (4). Foram relatados três óbitos em Salvador.

A despeito da quantidade relativamente pequena de 34 municípios baianos com a presença de casos confirmados da Covid-19, o coronavírus está majoritariamente distribuído no território do Estado, atingindo 16 ou 59,3% dos 27 Territórios de Identidade da Bahia (Tabela 2)

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TABELA 2

Distribuição absoluta e relativa dos casos confirmados da Covid-19 Territórios de Identidade e municípios baianos, 02 de abril de 2020

Fonte: Sesab.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

Notas: O total inclui um caso confirmado, notificado em Lauro de Freitas, cujo indivíduo reside no Rio de Janeiro e um dos casos confirmados em Feira de Santana, pertence a uma pessoa que reside no Piauí. Dados atualizados, conforme os resultados confirmados de casos testados.

Territórios de Identidade Nº

municípios Nome município

Nº de casos confirmados Dist. % casos confirmados 1 Salvador 167 62,5 1 Dias D'Ávila 1 0,4 1 Lauro de Freitas 11 4,1 1 Camaçari 4 1,5 1 Candeias 1 0,4 1 Pojuca 1 0,4 Subtotal 6 185 69,3 1 Conceição do Jacuípe 1 0,4 1 Feira de Santana 21 7,9 Subtotal 2 22 8,2 1 Coaraci 1 0,4 1 Ilhéus 8 3,0 1 Itajuípe 3 1,1 1 Itabuna 4 1,5 Subtotal 4 16 6,0 1 Barra do Rocha 1 0,4 1 Itagibá 1 0,4 1 Ipiaú 1 0,4 1 Jequié 1 0,4 Subtotal 4 4 1,5 1 Conde 1 0,4 1 Alagoinhas 3 1,1 Subtotal 2 4 1,5 1 Teixeira de Freitas 2 0,7 1 Medeiros Neto 1 0,4 1 Prado 3 1,1 1 Itamaraju 1 0,4 Subtotal 4 7 2,6 1 Belmonte 1 0,4 1 Porto Seguro 10 3,7

1 Santa Cruz Cabrália 2 0,7

Subtotal 3 13 4,9

Irecê 1 Canarana 1 0,4

Velho Chico 1 Barra 1 0,4

Sertão Produtivo 1 Brumado 5 1,9

Bacia do Rio Grande 1 Barreiras 1 0,4

Médio Sudoeste da Bahia 1 Itororó 1 0,4

Sertão do São Francisco 1 Juazeiro 2 0,7

Semi Árido Nordeste II 1 Nova soure 1 0,4

Sisal 1 São Domingos 1 0,4

Sudoeste Baiano 1 Vitória da Conquista 1 0,4

Subtotal 9 14 5,2 Total 34 267 100,0 Costa do Descobrimento Portal do sertão Litoral Sul Extremo Sul

Litoral Norte e Agreste Baiano Metropolitano de Salvador

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Na Bahia, está havendo um esforço para aplicar as medidas de controle da circulação de pessoas e de isolamento social, sobretudo, em Salvador e nos municípios em que existem casos confirmados da Covid-19. Há um trabalho articulado entre o Governo do Estado e a prefeitura de Salvador.

Dentre as diversas medidas adotadas pelo Governo do Estado7, destacam-se: a ampliação da rede de hospitais destinados ao atendimento de pessoas infectadas com a Covid-19, compreendendo a abertura de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs); ampliação do número de leitos; compras de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os profissionais de saúde e de respiradores mecânicos para os novos leitos; reabertura do Hospital Espanhol, para abrigar pessoas que contraíram a Covid-19; adequação de hotéis para instalação de leitos e para servir de dormitório aos profissionais de saúde que apresentem os sintomas da Covid-19 e precisem se isolar dos demais membros da família; pedido de estado de calamidade pública e contenção de despesas com pessoal; controle do transporte coletivo, rodoviário e hidroviário intermunicipal; suspensão de eventos com mais de 50 pessoas; abertura de centros de acolhimento para recebimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social e contaminadas com a Covid-19; fiscalização dos transportes intermunicipal e interestadual pela polícia militar e Agerba, campanha de prevenção, pagamento de contas de água para famílias que constam no cadastro social da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e tenham consumo de água até 25m³ de água no mês e isenção de pagamento da conta de energia durante três meses para os baianos com consumo até 80 kilowatt (kw) por mês.

A prefeitura de Salvador lançou um programa, chamado Salvador Por Todos, para concessão de um auxílio de emergência, visando ajudar na sobrevivência de trabalhadores informais soteropolitanos, durante o período de combate à pandemia da Covid-19, através do Projeto de Lei nº 51/2020, com a destinação de R$105 milhões (recursos próprios do município) para trabalhadores informais. Através dele, será concedido R$ 270 por pessoa, por três meses.

Serão contemplados 20.485 trabalhadores informais, cadastrados na prefeitura, nas seguintes categorias ocupacionais: 12.000 ambulantes, 3.639 taxistas, 1.290 baleiros,

7 Maior detalhamento das medidas adotadas pelo Governo do Estado da Bahia contra a pandemia da Covid-19 está disponível em: http://www.secom.ba.gov.br/2020/03/152898/Entenda-as-medidas-de-combate-ao-coronavirus-na-Bahia.html. Consulta feita em: 31 de março de 2020.

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646 baianas de acarajé e vendedoras de mingau, 400 beneficiários do aluguel social, 354 catadores, 122 guardadores de carros, feirantes, trabalhadores do camelô, auxiliares de taxistas, mototaxista, motorista de aplicativos, com mais de 60 anos, barraqueiros de praia e recicladores. Segundo fala do prefeito ACM Neto para lançamento do programa na imprensa, a fixação do valor foi feita com base no valor de um bujão de gás (em torno de R$ 70), mais o valor de duas cestas básicas.

O valor que será destinado para compra de alimentos no programa Salvador por Todos, no entanto, está abaixo do custo da cesta básica em Salvador no mês de março. O DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, onde acompanha mensalmente o custo da cesta básica em 15 capitais brasileiras. Em Salvador, com a alta registrada no mês de março, a cesta básica na capital baiana passou a custar R$ 408,06 (DIEESE, 2020d).

Pensando em fornecer elementos para a proposição de novas medidas de amparo à população baiana durante o combate à Covid-19, serão apresentadas algumas análises dos indicadores abaixo e reforçando alguns resultados apresentados no segundo capítulo. Segundo a Pnad Contínua trimestral, a Bahia contava com uma População em Idade Ativa (PIA), de 14 anos ou mais de idade de 11,989 milhões no 4º trimestre de 2019. Desse contingente, 6,950 milhões faziam parte da força de trabalho ou População Economicamente Ativa (PEA), principalmente, como ocupados (5,809 milhões) e desocupados (1,141 milhões). Complementando a PIA, tem-se a população inativa (5,039 milhões). Assim, a PEA representava 58,0% e os inativos correspondiam a 42,0% da PIA. Vale destacar que mesmo com a maioria da PEA estando ocupada (83,6%), 16,4% é uma taxa de desocupação bastante significativa. No conjunto de pessoas desocupadas, a maioria (444 mil ou 38,9%) possuíam de 1 mês até menos de 1 ano de tempo de procura de trabalho, 352 mil ou 30,9% levavam 2 anos ou mais procurando trabalho e 144 mil ou 12,6% tinham de 1 ano até menos de 2 anos de tempo de procura por trabalho (Tabela 3). Segundo o IBGE, a população desalentada é composta por pessoas de 14 anos ou mais de idade, que na semana de referência não estavam ocupadas nem desocupadas, mas possuíam um potencial de se transformarem em força de trabalho. Na Bahia, havia 1,989 milhões de pessoas desalentas, que equivaliam a 10% da PIA. O estado contava com 2,342 milhões de idosos de 60 anos ou mais de idade, o equivalente a 19,5% da PIA.

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TABELA 3

Números absolutos de categorias de mercado de trabalho selecionadas Bahia, 4º trimestre de 2019

(Em mil)

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Anual.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

A proporção de pessoas idosas com 60 anos ou mais de idade no total da população é outro indicador relevante para a análise, visto que esse é o público com maior risco de morbidade em caso de contaminação com a Covid-19. Entre o 1º trimestre de 2012 e o 4º trimestre de 2019, nota-se uma expansão acentuada da participação deles no total da população residente na Bahia, saindo de 11,7% para 15,7%. Essa é uma tendência que deve se expandir com o crescimento do envelhecimento geral da população, acompanhado pela diminuição da taxa de natalidade (Gráfico 11).

GRÁFICO 11

Proporção de pessoas com 60 anos ou mais de idade na população residente Bahia, 1º trimestre de 2012 a 4º trimestre de 2019

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Anual.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

Categorias de mercado de trabalho 4º trimestre 2019

População em idade ativa 11.989

População na força de trabalho 6.950

População ocupada 5.809

População desocupada 1.141

População inativa 5.039

Populaçao desalentada 1.989

Pessoas com 60 anos ou mais de idade 2.342

Desocupados com 1 mês até menos de 1 ano de procura de trabalho 444

Desocupados com 1 ano até menos de 2 anos de procura de trabalho 144

Desocupados com 2 anos ou mais de procura de trabalho 352

10 11 12 13 14 15 16 1º tr ime str e 2012 2º tr ime str e 2012 3º tr ime str e 2012 4º tr ime str e 2012 1º tr ime str e 20 13 2º tr ime str e 2013 3º tr ime str e 2013 4º tr ime str e 2013 1º tr ime str e 2014 2º tr ime str e 2014 3º tr ime str e 2014 4º tr ime str e 2014 1º tr ime str e 2015 2º tr ime str e 2015 3º tr ime str e 2015 4º tr ime str e 2015 1º tr ime str e 2016 2º tr ime str e 2016 3º tr ime str e 2016 4º tr ime str e 2016 1º tr ime str e 2017 2º tr ime str e 2017 3º tr ime str e 2017 4º tr ime str e 20 17 1º tr ime str e 2018 2º tr ime str e 2018 3º tr ime str e 2018 4º tr ime str e 2018 1º tr ime str e 2019 2º tr ime str e 2019 3º tr ime str e 2019 4º tr ime str e 2019 60 anos ou mais (%)

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No total da população residente, filho ou enteado constitui a principal condição dos indivíduos nos domicílios baianos, seguidos por pessoas que são responsáveis pelo domicílio, cônjuge ou companheiro(a) e outras condições. Entre 2012 a 2018, houve a redução da participação dos filhos ou enteados de 37,7% para 35,5% no total de residentes no domicílio. De modo contrário, cresceu a participação de pessoas residentes responsáveis pelo domicílio de 31,4% para 33,9%. Houve pequena variação da participação de cônjuge, de 19,0% para 19,7%, enquanto a proporção de outras condições cai de 12,0% para 10,9% no período analisado (Gráfico 12).

Ao pensar em adotar medidas de proteção para a população contra a pandemia da Covid-19 é importante ter a dimensão de como as pessoas residentes se distribuem em relação à sua condição no domicílio. Somando as participações do responsável com cônjuge ou companheiro(a), nota-se que eles representavam 53,6% das pessoas residentes dentro do domicílio em 2018. Em termos absolutos, totalizavam 7,935 milhões de pessoas.

GRÁFICO 12

Participação percentual da população residente, por condição no domicílio Bahia, 2012 a 2018

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Anual.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

No tocante à participação das pessoas que são responsáveis pelo domicílio, segundo o sexo, verificou-se que embora a proporção de homens como chefes do domicílio fosse maior do que a feminina, com 59,8% contra 40,2% em 2012 e tenha permanecido parecida até 2014, em 2015, essa diferença aumentou, com o crescimento da participação de

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homens subindo para 61,9%. Não obstante, de 2016 até 2018, a participação de mulheres como responsáveis pelo domicílio cresceu, atingindo 45,8% contra 54,2% (homens) (Gráfico 13).

GRÁFICO 13

Participação percentual das pessoas na condição de responsável pelo domicílio, por sexo

Bahia, 2012 a 2018

Fonte: IBGE. Pnad Contínua Anual.

Elaboração: Observatório do Trabalho da Bahia. DIEESE

59,8 59,2 59,4 61,9 56,7 55,5 54,2 40,2 40,8 40,6 38,1 43,3 44,5 45,8 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Homens/reposnsável (%) Mulher/responsável (%)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIEESE. O projeto de renda básica de emergência para enfrentar o coronavírus aprovado na Câmara dos Deputados. Nota Técnica 230, DIEESE: 2020, São Paulo, 30 de março de 2020, 8 páginas.

DIEESE. Medida Provisória 927: crise do coronavírus cai na conta do trabalhador. Nota Técnica 226, DIEESE: 2020a, São Paulo, 23 de março de 2020, 7 páginas.

DIEESE. A pandemia do coronavírus e a anemia da economia brasileira. Nota Técnica 223, DIEESE: 2020b, São Paulo, 19 de março de 2020, 9 páginas.

DIEESE. Medidas emergenciais adotadas pelo Sistema Financeiro Nacional devido à pandemia do coronavírus - Covid-19. Nota Técnica 225, DIEESE: 2020c, São Paulo, 23 de março de 2020, 9 páginas.

DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Nota à imprensa. Salvador: 20202d. 30 de março de 2020. 5 páginas.

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