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MINERAÇÃO, MINÉRIOS E EDUCAÇÃO CTSA: UM ESTUDO DO PIBID QUÍMICA, A PARTIR DO DESASTRE DE MARIANA

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Trabalho Completo II CECIFOP – 2019

ISSN: 2526-7485 (V. 2 -2019)

Página 1157 de 2382

MINERAÇÃO, MINÉRIOS E EDUCAÇÃO CTSA: UM ESTUDO DO PIBID QUÍMICA, A PARTIR DO DESASTRE DE MARIANA

Ana Paula Rodrigues Da Silva (1); Isabella Alcântara Galdino (2); Isadora Karla Silva De Sousa Ferreira (3); Milena De Jesus Santos (4); Nília Oliveira Santos Lacerda (5)

Universidade Estadual de Goiás (UEG) - Câmpus de Anápolis Ciências Exatas e Tecnológicas - Henrique Santillo, anapaula.rodsilva12@gmail.com (1), isabellaalcantarag@gmail.com (2), 359isakarlasousa@gmail.com (3), miasantos6262@gmail.com (4), nilliaprof@gmail.com (5)

Eixo 4: CTSA no Ensino de Ciências

Resumo: Este projeto foi realizado por três bolsistas e uma voluntária do Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid), do curso de Química Licenciatura da UEG – Campus Anápolis-GO, com duas turmas de 2ª ano do Ensino Médio, sujeitos da pesquisa. Nosso objetivo foi analisar e compreender quais seriam as contribuições, entendimentos, percepções e mudanças de posicionamentos dos alunos envolvidos no projeto, a partir dos estudos realizados sobre mineração, na perspectiva CTSA. Para a construção dos dados, utilizamos uma entrevista e um questionário online, com perguntas relacionadas aos conhecimentos sobre minerais, mineração e a sociedade, o ponto de vista em relação ao desastre de Mariana (MG) e as concepções relacionadas aos pressupostos Ciência-Tecnologia-Soceidade-Ambiente (CTSA). A partir da análise dos dados obtidos, percebemos uma maior reflexão sobre o assunto, perceptível durante a aplicação do conhecimento, em que os alunos realizaram um júri simulado, com o intuito de apresentar o estudo realizado, o uso de argumentos para o julgamento da empresa, e , a partir daí, ficou visível a importância de se trabalhar, no projeto, os temas ciência- tecnologia-sociedade-ambiente. Observamos que os alunos, de fato, conseguiram atingir o objetivo proposto e desenvolveram o pensamento crítico e argumentativo em relação ao uso e descarte de restos de minérios e como isto pode afetar o cotidiano da sociedade.

Palavras-Chave: Educação CTS; Mineração; Desastre de Mariana.

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Página 1158 de 2382 Introdução

O objetivo principal da Educação Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente (CTSA) é possibilitar a apropriação do conhecimento científico, a partir da construção de conhecimentos, habilidades e valores importantes e necessários para a tomada de decisões responsáveis. (SANTOS; SCHNETZLER, 2000). E, especificamente, no Ensino de Química, temos uma mudança da apresentação da ciência, que deixa de ser neutra e passa a ser caracterizada por uma visão interdisciplinar, com o uso de contextos de pesquisa científica e suas consequências sociais (COSTA; SANTOS, 2015). Assim, a Educação CTS, tem a intenção de promover a alfabetização científico-tecnológica, em uma perspectiva ampliada, de maneira que os cidadãos tenham condições de tomar decisões responsáveis na sociedade contemporânea (AULER; BAZZO, 2001).

A escola pretende formar cidadãos para atuar na sociedade, e assim permitem a associação da compreensão pessoal do mundo científico com o mundo construído pelo homem na forma de tecnologia e o seu dia-a-dia. É neste contexto que surge a necessidade e importância de se trabalhar com metodologias diferenciadas de ensino na escola (BORGES;

et al., 2010).

A partir desses primeiros entendimentos sobre os objetivos da educação CTSA, nosso problema de pesquisa é: quais os entendimentos, percepções e mudanças de posicionamentos podem ser identificados, a partir de um projeto que envolva o tema mineração, minérios e as relações CTSA envolvidas? Assim, nosso objetivo de pesquisa é analisar e compreender quais serão as contribuições, entendimentos, percepções e mudanças de posicionamento dos alunos envolvidos no projeto, a partir dos estudos realizados sobre mineração, na perspectiva CTSA.

Para compreender nossas inquietações, trabalhamos com duas turmas de segundo ano, do período noturno, do Ensino Médio do Colégio campo do Pibid, com o tema mineração; utilizamos os três momentos pedagógicos: problematização inicial, orientação do conhecimento e aplicação do conhecimento, (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002).

Elegemos essa temática, mineração e seus impactos sociais e ambientais, a partir do diagnóstico realizado no colégio campo, dos estudos teóricos e das reuniões realizadas com a

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Página 1159 de 2382 supervisora. Tal tema instigava a curiosidade dos alunos, e, portanto, poderia estimular a criticidade, já que era um assunto presente no cotidiano e havia informações sobre os impactos ambientais e sociais. Abordamos, assim, a importância dos minerais e a mineração, sua utilização no cotidiano, impactos sociais e os pontos negativos, durante todo o processo de extração, ou seja, os impactos ambientais.

Abordamos abaixo as possíveis contribuições e mudanças de concepções sobre os impactos da mineração, o desastre de Mariana e as relações com a educação CTSA.

Percurso Metodológico

Este projeto foi elaborado por 3 bolsistas e 1 voluntária do Programa Institucional de Bolsa e iniciação à docência (Pibid), com duas turmas de segundo ano, num total de 62 alunos, do Novo Ensino Médio do Colégio campo.

Para planejar e realizar as atividades do projeto, utilizamos a metodologia dos três momentos pedagógicos, que segundo Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002) consistem: a) problematização inicial - cuja finalidade é expor questões ou situações reais que os alunos já conhecem e presenciam no cotidiano e que estão envolvidas; b) organização do conhecimento - momento em que são apresentados conceitos importantes para a compreensão dos temas e da problematização inicial; e por último, na aplicação do conhecimento, ocorre a abordagem sistemática do conhecimento, em que há o envolvimento dos alunos, como protagonistas, em ações e propostas, que abordem questões e problemas sociais.

A problematização inicial aconteceu por meio de debates, com o auxílio de vídeos e slides sobre o desastre de Mariana e os danos causados, além dos perigos da mineração para o ambiente. Já a organização do conhecimento ocorreu por meio de aula expositiva dialogada, realização de questionários, orientações para o júri simulado e atividades experimentais - a produção de cristais e identificação de alguns minerais.

E no terceiro momento, a aplicação do conhecimento, que, para nós, numa análise crítica, fora superficial, pois não conseguimos realizar o projeto, conforme desejávamos. Mas, mesmo assim, os alunos foram protagonistas na atividade do júri simulado e apresentaram posicionamentos divergentes sobre a Samarco, a mineradora responsável pelo desastre de Mariana, o que consideramos como o segundo momento da organização do conhecimento.

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Página 1160 de 2382 A metodologia da pesquisa se configura numa abordagem qualitativa, e utiliza dos seguintes instrumentos para construção de dados: observações diretas, vídeos, anotações do caderno de bordo, gravações de áudios, fotos, entrevista e questionário eletrônico.

As gravações de áudio e as fotos foram utilizadas durante as aulas para perceber como os alunos se portavam diante das atividades propostas e se posicionavam diante das problemáticas dos vídeos apresentados, e, também, para auxiliar-nos no momento da escrita do projeto e caderno de bordo. As anotações foram o registro de todas as etapas realizadas, as observações e as reflexões que surgiram durante todo projeto. O questionário online foi utilizado com o objetivo de trazer as compreensões a respeito do conteúdo, e também, para garantir maior participação dos alunos, já que foram elaboradas 8 perguntas referentes ao projeto, que foram enviadas por um link nas redes sociais.

Além do questionário, fizemos também uma entrevista com 3 perguntas, cuja gravação de áudio, no dia da culminância geral dos projetos, foi o registro das percepções dos alunos em relação aos trabalhos realizados.

Resultados e Discussão

Durante o projeto, utilizamos diversos recursos como vídeos, aulas expositivas dialogadas, questões problematizadoras e aulas experimentais. Nas três primeiras aulas, por meio das questões problematizadoras, notamos que os alunos tinham um certo receio em expor seus conhecimentos, mas com o tempo, houve uma participação efetiva. Um exemplo ocorreu na problematização da discussão dos danos causados pela mineração, em que fizemos a seguinte pergunta ―Quais os danos causados na sociedade, em decorrência da mineração?‖, resposta da Aluna Ana Clara: ―Destruição da natureza; Contaminação de rios; Falta de alimentos devido a destruição da natureza; deixa muitas famílias desabrigadas; Causa a extinção de animais”.

A problematização inicial foi caracterizada, de forma mais expressiva, nas três aulas iniciais, mas isso não impediu que permeasse todos os encontros. Naqueles primeiros encontros, passamos vídeos sobre o desastre de Mariana e seus impactos ambientais e trabalhamos as questões relacionadas a possíveis causas do desastre, a importância dos minerais e os perigos ao meio ambiente, em decorrência da mineração.

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Página 1161 de 2382 Na primeira aula, procuramos saber o que os alunos7 sabiam sobre o desastre, que ocorrera em 2015 e teve grande impacto no Brasil. Cerca de 5 alunos responderam: Desastre de Mariana; em seguida, perguntamos o que sabiam a respeito deste desastre e obtivemos 3 respostas: aluna Bianca ―O desastre matou várias pessoas‖, aluna Alice ―Matou vários animais‖ e aluna Clara ―Destruiu grande parte da natureza‖. Foi possível assim, observar a importância deste momento, já que acabou estimulando os alunos a participarem, além de despertar o interesse, e, é, neste momento, que de acordo com Freire (1987), os alunos são desafiados a expor seus conhecimentos prévios sobre determinados assuntos.

A organização do conhecimento ocorreu em 6 encontros. No primeiro, trabalhamos com uma aula expositiva dialogada, em que foram mostrados os diferentes tipos de minerais, suas propriedades e onde eram usados, no dia-a-dia dos alunos. Ao verem, os discentes fizeram diversas perguntas e entre as que mais se repetiram foram: ―Por que os minerais tinham cores diferentes?‖; ―Por que os minerais possuíam formas diferentes?‖ E ―Por que alguns minerais tinham duas cores?‖; o que nos levou a perceber um maior interesse em conhecer as propriedades dos minerais. É importante relatar que além de ver imagens dos minerais, levamos também dois kits para que os alunos tivessem a oportunidade de observá- los de perto.

Ainda dentro da organização do conhecimento, trabalhamos três aulas experimentais, sendo uma para a identificação de minerais e suas propriedades, e duas, foram destinadas a produção de cristais. Na primeira, os alunos apenas observaram, pois não tínhamos material para toda a turma; mas mesmo assim, fizeram questão de analisar bem de perto o experimento acontecer, e, no fim, queriam levar o cristal para casa para mostrar para suas famílias. Na segunda, utilizamos a aula para explicar solução saturada, insaturada e supersaturada.

Para a segunda aula de produção de cristais, os bolsistas conseguiram comprar reagente para que a turma realizasse o experimento e produzisse o seu cristal. Durante a produção, os alunos permaneceram bem atentos e participativos e, notamos certa tristeza, quando dissemos que para finalizar e obter o cristal, a solução deveria ficar em repouso durante uma semana. Quando voltamos à turma, a primeira pergunta foi se eles poderiam ver

7 Utilizamos em todo o trabalho nomes fictícios dos alunos do Ensino Médio participantes do projeto.

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Página 1162 de 2382 os cristais; percebemos, aí, que é possível fazer com que os alunos queiram aprender mais, pesquisar mais e conhecer mais a respeito dos conteúdos propostos.

Na organização do conhecimento, trabalhamos com o júri simulado - o julgamento da Samarco. Esta atividade fez com que os alunos pesquisassem mais informações em casa e, também, tiveram que assistir diversos documentários. Vale ressaltar que as turmas com que trabalhamos eram conhecidas por não apresentarem trabalhos e deveres, e isto deixou a equipe receosa de que não se preparassem, mas, então, no dia da apresentação, surpreendemo- nos com os resultados; os discentes realmente haviam pesquisado, usaram uma linguagem e uma postura formal, ou seja, prepararam-se e se organizaram.

A advogada de acusação iniciou sua fala, dizendo a seguinte frase ―Boa noite, senhores juízes e todos do tribunal. Estamos aqui para decidir se a Samarco é ou não culpada por um Desastre que matou pessoas, contaminou rios e destruiu cidades.‖ A partir desta fala, observamos que além de incentivar uma turma, faz-se necessário acreditar em seu potencial;

enfim, esta aula fez com que a equipe aprendesse a acreditar e a trabalhar, a fim de fazer com que o aluno se esforce e se interesse por cada atividade realizada no colégio.

Ainda na organização do conhecimento, realizamos uma exposição no fim do projeto, que foi a culminância de três projetos do Pibid, no colégio campo. Montamos uma sala de vídeo para passar uma pequena reportagem sobre o Desastre de Mariana e organizamos, também, duas mesas: uma com os cristais produzidos pelos alunos e outra com os minerais identificados por eles.

Durante essa exposição, foi feita uma entrevista para analisar a visão dos alunos em relação ao projeto, mas devido ao curto tempo, conseguimos entrevistar apenas 4 alunos, cujas falas foram gravadas.

Para essa entrevista, utilizamos as seguintes questões, de acordo com o quadro 2:

Quadro 2. Entrevista estruturada

1. Participar desse projeto contribuiu para mudar sua posição e seus conhecimentos? Em relação a quais aspectos?

2. O que foi mais importante para você, ao final desse projeto?

3. O que foi o projeto para você, em uma palavra?

Em relação à questão 1, observamos que os alunos abordaram mais a respeito dos minerais, sobre o desastre de Mariana e a produção de cristais, conforme respostas abaixo:

Claro! Porque depois que a gente descobriu mais do desastre de Mariana, ficamos sabendo mais do que realmente aconteceu, e que quase ninguém foi punido, isso fez

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Página 1163 de 2382 a gente mudar a nossa cabeça em ver como essas coisas tão sérias são tratadas com tão pouca causa (ALUNA ANA CLARA)

Nesse projeto, a gente aprendeu muita coisa sobre o desastre de Mariana e sobre minerais (ALUNO LUCAS)

Mais conhecimento sobre coisas novas, sobre os minerais e tudo isso (ALUNO GABRIEL)

Sim, sobre o desastre de Mariana, sobre os cristais, que eu acreditava não ser possível fazer artificialmente (ALUNA BIANCA)

Diante das respostas, notamos que o desastre de Mariana causou um certo impacto nos alunos, que entenderam a importância dos minerais no âmbito social e econômico; a aluna Clara chega a destacar que a mineração deveria ser tratada com um olhar mais criterioso, devido a sua importância e aos danos, que pode causar.

Nessa perspectiva, levar uma discussão de tal grandeza para a sala de aula faz com que os alunos se sintam como cidadãos, como parte de tudo que ocorre a sua volta; e, a partir daí, conscientizá-los de que todos podem e devem participar das decisões, que afeta a todos de alguma forma, tornando-os mais críticos e interessados em entender o que se passa no mundo atualmente.

O discente Geovani disse que não sabia ser possível produzir cristais artificiais; isto mostra a importância de se levar experimentos para sala de aula, pois ao relacionar os conteúdos com o que não é visto ou discutido em sala de aula, faz com que a turma se torne curiosa e participativa.

Em relação às respostas da questão 2, observamos que as aulas dinâmicas são importantes, pois tiram os alunos da zona de conforto e elevam o interesse para as atividades a serem realizadas. Como vemos na resposta do aluno João, que respondeu da seguinte forma

―Esse projeto foi muito bom porque todos os alunos da sala tentaram fazer alguma coisa, se dedicaram bastante, na nossa sala a gente nunca viu essa dedicação‖.

Além da entrevista, trabalhamos também, com um questionário online, mas apenas 8 alunos responderam, já que esta etapa ficou para o último encontro e aqueles que já haviam atingido as notas para aprovação, não foram mais as aulas.

Para esse questionário, utilizamos as seguintes questões, conforme quadro 2. A análise das respostas ocorreu por meio de um recorte, a partir das questões 1, 2,3 e 7, por considerarmos serem as mais pertinentes para auxiliar com nosso problema de pesquisa.

Quadro 2. Perguntas do questionário online Perguntas

1. A partir de todas as discussões realizadas durante o projeto, comente sobre a mineração no Brasil.

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Página 1164 de 2382 2. Descreva, a partir do seu entendimento, quais são as relações entre mineração, os minérios e a

química.

3. Quais relações você consegue perceber entre a mineração com a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente.

4. Durante realização do projeto ao longo do semestre, indique quais foram as atividades mais relevantes para você. Por que estas foram as mais relevantes?

5. Comente sobre a participação dos bolsistas do Pibid - Química - UEG na escola, ao longo do desenvolvimento do projeto

6. Descreva em um parágrafo... o que foi esse projeto para você?

7. Faça seus comentários pessoais sobre o projeto.

8. A partir de todas as discussões realizadas durante o projeto, comente sobre a mineração no Brasil.

9. Comente sobre o que você sabia antes do projeto em relação ao desastre de Mariana. Descreva sobre como o projeto mudou seu entendimento sobre esse assunto.

Na análise da questão 1, dentre as 8 respostas, escolhemos 4 para serem analisadas. Aluno Lucas: ―Em questão das vítimas, onde as consequências do desastre foram muito maiores do que noticiado. ‖; aluna Bianca: ―O Que sabia antes do desastre de Mariana era muito pouco, com o desastre vim saber o que era aquela cidade. ‖; aluna Clara: ―Eu não lembrava do desastre, mas, o projeto me mostrou coisa que as pessoas passaram‖; aluno Diogo: ―Só sabia que foi um rompimento da barragem que provocou uma enxurrada de lama. Foram centenas de desalojados e atingiu diversos municípios que circundavam a barragem. Áreas residenciais, plantações, pastagens, rios, córregos foram destruídos, quando do acontecimento do desastre e nos dias seguintes, à medida que a enxurrada avançou por mais de 600 quilômetros até atingir o mar‖.

De acordo com essas respostas, observamos que os alunos tinham um conhecimento delimitado, e só sabiam o que era falado pela sociedade, não possuíam uma certa curiosidade em pesquisar mais a fundo sobre o desastre; assim o projeto ampliou o conhecimento, uma vez que trabalhou as possíveis causas do desastre e os danos causados, e, tornou possível que os alunos refletissem sobre como evitar um desastre desta grandeza, como extrair os minerais sem causar tantos problemas ou, até mesmo, substituir o uso destes minerais por um material com uma eficiência similar, mas com uma fonte de extração, que não cause tantos desgastes sociais.

Já na questão 2, alunos destacaram a importância da mineração para a economia do Brasil e os avanços obtidos nesta área, como os diversos recursos, que facilitaram o nosso dia a dia. Precisamos aqui ficar atentos ao entendimento linear e ingênuo das relações CTS, pois,

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Página 1165 de 2382 isto é, frequente e precisa ser trabalhado com os alunos, justamente para que a criticidade diante desses fatos seja prioridade.

Na análise da questão 3, percebemos que ainda é preciso trabalhar muito a compreensão entre mineração, minérios e química e as relações CTSA, pois as respostas ainda são muito confusas e superficiais. Mas, considerando que este foi o primeiro contato com estas relações, podemos inferir que houve avanços e mudanças de postura e posicionamento, mesmo que de forma inicial; e, que outros trabalhos e aprofundamentos precisam ser feitos para que as concepções das relações CTSA sejam entendidas de forma crítica. De modo geral, nesta questão, percebemos que o entendimento ainda ficou apenas no campo conceitual, como podemos ver com a resposta do aluno João: ―Dentro da mineração, existe a extração de minérios que podem ser: o ferro, ouro, pedras preciosas e etc. Que tem uma forte relação com a química que estuda suas proporções, como é para o que esses minérios podem nos ajudar no dia a dia.‖.

Ao responder à questão 6, os alunos descreveram em um parágrafo, o que o projeto representou; dentre as palavras que mais se repetiram estão: importante, experiências, conhecimento, interessante, aprender, aprendizado e mineração. Sobre esse resultado, podemos inferir que o projeto foi uma novidade para os alunos, um momento diferente, em que os discentes puderam participar como protagonistas.

Isso favoreceu o desenvolvimento espontâneo, criativo, e, consequentemente, atraiu mais ainda a atenção para o conteúdo de química. Isto é percetível na fala do aluna Maria, que diz: ―Foi algo que me trouxe muita sabedoria, foi algo diferente, teve aulas diferentes, aulas que me fizeram prestar mais atenção e me prender mais no assunto‖; o Aluno Geovani relata ainda: ―Bem interessante, aprendi muita coisa que não fazia ideia, trouxe mais conhecimento futuramente, os cristais, desastre de Mariana e outros!‖.

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Página 1166 de 2382 Figura 1: Nuvem de palavras referente a questão 7 do questionário online.

Em nosso trabalho não foi possível realizar a aplicação do conhecimento, em que os alunos seriam protagonistas, no que tange a uma ação social. Sendo assim, uma das atividades que mais se aproximou deste momento foi o Júri simulado, em que houve a prática por parte dos discentes.

Considerações finais

Após a conclusão deste projeto sobre mineração e o desastre de Mariana, percebemos a importância de se trabalhar com a perspectiva CTSA, já que ficou evidente a necessidade de aprofundar e trabalhar com os alunos as visões ingênuas e lineares em relação ao desenvolvimento da ciência e tecnologia.

Ressaltamos a importância dos três momentos pedagógicos, pois a cada etapa, aconteceram aprendizados importantes, como a problematização inicial, que foi aprofundada, a partir de vídeos relacionados a problemas na sociedade e no ambiente; a organização do conhecimento com aulas expositivas e questionários e, por fim, a aplicação do conhecimento, que foi realizada, a partir do questionário e experimentos feitos em sala.

Para finalizar, os discentes desenvolveram um júri simulado, em que se dividiram e argumentaram contra e a favor da empresa responsável pelas barragens, em especial, a da cidade de Mariana, localizada Minas Gerais. Para a construção destes argumentos, foi necessário que estudassem e aprendessem sobre o assunto tratado no júri e, assim, foi possível

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Página 1167 de 2382 perceber que os alunos, por meio das atividades trabalhadas, ao logo do projeto, conseguiram propor argumentos reais e fazer um júri convincente.

Referências

AULER, D. BAZZO, W. A. Reflexões Para a Implementação do Movimento CTS no Contexto Educacional Brasileiro. Ciência & Educação, v.7, n.1, p.1-13, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132001000100001>.

Acesso: 25 jan. 2019.

BORGES, C. O.; BORGES, A. P. A.; SANTOS, D. G.; MARCIANO, E. P.; BRITO, L. C.

C.; CARNEIRO, G. M. B.; NUNES, S. M. T. Vantagens da Utilização do Ensino CTSA Aplicado à Atividades Extraclasse. XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ) – Brasília, DF, Brasil – 21 a 24 de julho de 2010. Disponível em:

<http://www.sbq.org.br/eneq/xv/resumos/R0277-1.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2019.

COSTA, E. O. SANTOS, G. C. O. Uma Proposta para o Ensino de Química Através da Abordagem CTSA: Uma Sequência Didática para a Temática Água. 5º Encontro Regional de Química & 4º Encontro Nacional de Química, Volume 3, número 1, nov, 2015.

Disponível em: <http://www.proceedings.blucher.com.br/article-details/uma-proposta-para-o- ensino-de-qumica-atravs-da-abordagem-ctsa-uma-sequncia-didtica-para-a-temtica-gua- 22060>. Acesso em: 21 jan. 2019.

DELIZOICOV, D. ANGOTTI, J. A. PERNAMBUCO, M. M. Docência em formação ensino fundamental: Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

SANTOS, W. L. P. SCHNETZLER, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania. 2. ed. Ijuí: Unijuí, 2000.

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