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ANÁLISE ESTRATÉGICA ORGANIZACIONAL EM UMA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

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Academic year: 2022

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ANÁLISE ESTRATÉGICA ORGANIZACIONAL EM UMA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

Nathália Costa Maia nathaliacmaia11@gmail.com Myslane Kalyne de Farias myskalyne@gmail.com Yuri Carvalho Peixoto yuricps@gmail.com IVANILDO FERNANDES ARAUJO ivanildo ivanildofaraujo@gmail.com

Os enfoques deste artigo tratam do diagnóstico do ambiente externo de uma empresa, através da análise macro e micro ambiental, onde foram identificadas as cinco forças competitivas propostas por Porter (1980), os métodos competitivos adotados pela organização, a caracterização do setor e uma análise PEST (Política, econômica, social e tecnológica). Esse estudo ocorreu em uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos situada em Campina Grande na Paraíba e traz a importância da adoção de um planejamento estratégico que mostra ser fundamental para resultados positivos da mesma dentro do mercado local.

Palavras-chave: Planejamento estratégico, Métodos competitivos, Forças de Porter

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2 1. Introdução

O Brasil vive, ao longo de quase duas décadas, um importante ciclo de estabilidade econômica e política, o que tem gerado efeito positivo no desenvolvimento econômico nacional e aumento do processo expansionista e ascensão das classes sociais ao mercado de consumo, que por sua vez torna o mercado cada vez mais competitivo principalmente no setor de comercialização de medicamentos, que é marcado por um conjunto de peculiaridades a exemplo do controle de preços e para uma empresa sobreviver nesse setor, é necessário traçar estratégias competitivas a partir do conhecimento e da análise dos aspectos externos e internos inerentes ao meio que está inserida.

Segundo Porter (2004), a essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma empresa ao seu meio ambiente, ou seja, observar o mercado em que ela compete. Para isso, a empresa através de um plano estratégico, deve indicar a forma como irá trabalhar, definir metas e como alcançá-las, qual o segmento do mercado que irá atuar, perfis dos clientes, entre outros.

O planejamento estratégico organizacional deve ser realizado por toda e qualquer empresa, independente do seu setor, tamanho e tempo de atuação, pois é o que permite a organização se manter no mercado.

Para tanto, esse trabalho tem por objetivo, realizar um diagnóstico do ambiente externo de uma empresa, através da análise macro e micro ambiental, onde serão identificadas as cinco forças competitivas propostas por Porter (1980), os métodos competitivos adotados pela organização, a caracterização do setor e uma análise PEST (Política, econômica, social e tecnológica).

A empresa a ser analisada é a distribuidora de produtos farmacêuticos situada em Campina Grande na Paraíba, para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa junto aos gerentes e administradores da organização.

2. Referencial teórico

2.1. Planejamento estratégico

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3 Atualmente, o número de empresas que se aproveitam de algum oportunismo de mercado para promover e assegurar seu lugar de forma permanente cresce substancialmente. Essas organizações, com o anseio de estabilidade de mercado, resolvem não aplicar uma das ferramentas mais importantes em qualquer organização ou empreendimento de sucesso: o planejamento. A busca incansável por lucros é tão grande que elas próprias nascem esquecendo ou deixando de lado fatores importantíssimos. Se a empresa está buscando lucros, sobrevivência no mercado, retorno do capital investido, programas de crescimento ou participação de mercado, isso deve estar bem definido previamente em qualquer negócio.

O planejamento estratégico é o processo de integração das pessoas juntamente com a empresa com a pretensão de mobilizar e definir diretrizes para construir e escolher o futuro adequado para a empresa. Nos dias atuais, apesar da globalização vigente, esse planejamento ainda é facilmente adquirido pelas empresas. A visão ampla do negócio ocorrerá quando estratégias desconhecidas e nem sempre convencionais forem consideradas. Para que isso não ocorra é necessário que a organização obtenha uma política de planejamento e que medidas estratégicas passem a ser implementadas na empresa, utilizando-se ferramentas de auxílio.

Nas empresas ativas no mercado, uma importante condição para sua manutenção no mesmo, está ligada à clara definição de seus objetivos e ao preparo antecipado dos possíveis caminhos a serem seguidos para atingi-los.

De acordo com Drucker (1987, p. 47) “Quando a empresa traça objetivos e metas, e busca alcançá-los, ela tem claramente definido do porque ela existe, o que e como faz, e onde quer chegar”. Esses são os questionamentos base para a elaboração e implementação dessa ferramenta.

Segundo Kotler (2000, p. 67) “o segredo das empresas bem-sucedidas no mercado se deve ao fato de praticarem frequentemente a arte do planejamento estratégico”. Diferente de uma crença natural no mundo corporativo, no qual muitos acreditam que a aplicação do planejamento estratégico só é necessária em grandes empresas, planejar e traças metas organizacionais não só é necessário em empresas de grande porte, mas faz também para toda e qualquer organização, seja ela de pequeno, médio, ou grande porte, pois, dificilmente uma organização sem o mínimo planejamento permanecerá competitiva no mercado.

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4 2.2.1. Forças e métodos competitivos

Porter (1980) desenvolveu um modelo que mostra o grau de concorrência em uma indústria depende de cinco forças competitivas e pode ser utilizada como uma ferramenta que auxilia a definição de estratégia da empresa considerando o ambiente interno e externo.

Esse modelo identifica os pontos fortes e os pontos fracos mais importantes da empresa e explica as áreas de potenciais mudanças estratégicas que apresentem um maior retorno, as oportunidades e ameaças presentes. A figura 1 mostra o modelo proposto pelo autor.

Figura 1 – As cinco forças

Fonte: Adaptado de Porter (1980)

Os métodos competitivos são componentes que detalham as estratégicas genéricas ou grupos estratégicos (Robinson e Pearce, 1988). Segundo Silva e Melo (1998), são as variáveis observáveis que permitem apontar uma estratégia ampla. A proposta de Robinson e Pearce (1988) é analisar o comportamento competitivo das organizações através da utilização de métodos competitivos e propõe e sugerem um modelo com 22 métodos competitivos, no qual se adequam ao tipo de ambiente competitivos.

3. Metodologia

Esse artigo teve como objetivo realizar um diagnóstico do ambiente externo de uma empresa, através da análise macro e micro ambiental compondo o planejamento estratégico

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5 organizacional de uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos situada em Campina Grande – Paraíba.

Foi realizada uma pesquisa qualitativa quanto à natureza e descritiva quanto aos objetivos. No que se refere aos procedimentos técnicos foi realizada uma pesquisa bibliográfica detalhada e o levantamento de dados a partir de uma entrevista semiestruturada com os gerentes comerciais, colaboradores do processo produtivo e supervisor de distribuição.

No roteiro da entrevista, procurou obter-se dados em relação ao plano estratégico adotado pela empresa em relação ao mercado local e que posteriormente foram diagnosticados. Para a análise do planejamento estratégico na empresa foram identificadas as cinco forças competitivas propostas por Porter (1980), os métodos competitivos adotados pela organização, a caracterização do setor e uma análise PEST (Política, econômica, social e tecnológica).

O diagnóstico do plano estratégico permitiu definir dados relevantes a serem coletados, mapear a estratégia utilizada pela empresa e propor melhorias para o crescimento estratégico frente ao mercado.

4. Análise e discussão dos resultados

4.1. Definições dos elementos estratégicos da empresa

 Missão: Distribuir uma grande variedade de produtos farmacêuticos que prezam pela satisfação dos nossos clientes para atender desde pequenas farmácias até grandes centros hospitalares de nossa cidade e região;

 Visão: Ser uma distribuidora reconhecida pelas indústrias farmacêuticas e demais clientes como a melhor parceira em distribuição de medicamentos da região pela qualidade, agilidade e rapidez, e perante a sociedade, prezar pela ética, transparência e responsabilidade dos nossos serviços;

 Valores: Ética, transparência, Comprometimento, Agilidade, Responsabilidade Social.

4.2. Análise macro ambiental

a) Evolução: O setor de distribuição e logística de medicamentos e fármacos teve um maior desenvolvimento no final da década de 90 com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Segundo o IMS Health (2015) de 2010 para o ano de 2015 o Brasil passou de 10º para 7º maior mercado mundial farmacêutico. Este crescimento impulsionou o setor de

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6 distribuição e logística de medicamentos e fármacos que devido a alta na demanda de armazenamento e distribuição de medicamentos em todo o país, aliado a isso a alta do Dólar frente ao Real também gerou uma crescente demanda de farmacêuticas estrangeiras a procura de distribuidores no Brasil para distribuição e consequentemente a venda de seus produtos no mercado brasileiro que ainda depende muito de importações.

b) Características e particularidades: O setor farmacêutico já pode ser considerado único em se tratando de investimento em P&D, inovação além de sua relevância social, podemos dizer o mesmo do setor de distribuição e logística de medicamentos e fármacos, que tem regulamentações específicas.

Uma distribuidora de medicamentos tem um papel muito importante para a cadeia produtiva farmacêutica, pois a mesma precisa levar o medicamento das indústrias e distribuir ao comércio e hospitais, garantindo que o medicamento na prateleira tenha a mesma qualidade que tinha no momento que saiu do laboratório.

Os programas do Governo como o “Farmácia Popular” e “Brasil Sem Miséria” tem uma grande participação no aumento da demanda no setor de distribuição e logística de medicamentos e fármacos.

4.3. Análise macro ambiental

Com o objetivo de melhor entender e posicionar no mercado a empresa em estudo, realizou-se a análise Macro Ambiental utilizou-se da ferramenta PEST, para entender os aspectos que não estão sob controle da empresa e assim criar condições para que a empresa seja eficaz na tomada de decisões diante das ameaças e oportunidades relativas ao ambiente, lembrando que, essas variáveis indicam a necessidade de um diagnóstico conjunto visando o desenvolvimento de panoramas que descrevam o ambiente onde a distribuição de medicamentos e fármacos encontra-se envolvida.

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Quadro 1 – Análise PEST

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Fonte: Autoria própria

4.4. Análise micro ambiental

De acordo com esse modelo, podemos analisar a situação da empresa A. Costa diante das cinco forças e com isso desenvolver estratégias consistentes e efetivas em relação às

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9 concorrentes do setor de distribuição de produtos farmacêuticos. A análise é apresentada a seguir:

a) Poder de negociação dos fornecedores: Grandes fornecedores podem exercer ameaças ao desempenho da empresa, através da elevação dos preços, redução da qualidade da matéria prima, e assim diminuindo a rentabilidade da organização.

No setor de distribuição de medicamentos, a empresa contacta diretamente várias indústrias que possuem produtos com a mesma composição, sendo o único diferencial a marca, que não é um ganhador de pedido diante do mercado de medicamentos.

Assim, não há um fator que aumente o poder de barganha entre os fornecedores para a empresa A. Costa Ltda, já que possuem diversas opções de compra no mercado.

Esses fatores que reduzem o poder de barganha para a A. Costa Ltda. são:

 Baixo Custo de Mudança: Possui baixo custo, pois existem diversas empresas fornecedoras no mercado e não há dificuldades de mudança;

 Pouca diferenciação dos Insumos: existem diversas marcas que mantém a mesma composição, mas isso não é perceptível pelo consumidor;

 Dispersão dos fornecedores: Os fornecedores de medicamentos, em geral não são associados, não tendo força coletiva;

 Volume: O volume é importante para a diminuição do preço de compra para a empresa A. Costa Ltda.;

 Pouco impacto dos insumos no custo final: A compra dos insumos (medicamentos) tem alto impacto no custo final do produto;

 Pouco impacto dos insumos na diferenciação: Há um grande impacto dos insumos na diferenciação, pois quanto maior a variedade de produtos, maior será a diferenciação em relação às outras distribuidoras.

Os fornecedores da empresa A. Costa Ltda. têm baixo poder de negociação, pois, através das licitações, ganha o pedido aquele que tiver o menor preço, melhor forma de condição de pagamento e ser mais eficiente na entrega.

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10 b) Poder de negociação dos compradores: Na empresa A. Costa LTDA, os compradores são grandes hospitais e farmácias varejistas. Para a análise se faz necessário entender quais fatores determinam o aumento ou diminuição do poder de barganha dos compradores.

Fatores que aumentam o poder de barganha:

 Baixo custos de mudança: Pela alta quantidade de concorrentes na região, fica fácil a mudança de empresa pelos compradores, ganha aquele que tiver o menor preço;

 Existência de produtos substitutos: Não existem produtos substitutos para remédios;

 Capacidade de “empurrar” produtos: Os compradores (hospitais e farmácias) necessitam de receitas para vender os produtos ou de uma condição de necessidade do cliente;

 Baixa diferenciação na oferta: A diferenciação da oferta no mercado é alta, as empresas de distribuição de medicamentos utilizam o preço para adquirir seus produtos;

 Poucas marcas fortes: As distribuidoras da região são equivalentes em relação a expressão no mercado nacional ou regional.

Fatores que diminuem o poder de barganha diante dos consumidores da empresa:

 Pouca concentração de compradores: As farmácias negociam de forma individual e não associativa diretamente com a empresa de distribuição e os hospitais realizam licitações em forma de pregão para adquirir os produtos;

 Volumes Baixos: São comprados grandes volumes de produtos pelos compradores;

 Compradores com conhecimento do produto: Os compradores dos medicamentos detêm um grande conhecimento sobre o produto;

 Sensibilidade ao preço: Grandes ofertas realizadas pela empresa são bem vistas pelos compradores;

 Pouca possibilidade de integração para trás: Geralmente a empresa adquire o poder de venda a determinados hospitais obtendo exclusividade.

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11 A partir da análise, os compradores da empresa A. Costa Ltda. possuem um alto poder de negociação, pois ganha o pedido aquela empresa que oferecer as melhores condições de venda e menor custo para o cliente.

c) Ameaça de novos entrantes: Esse fator refere-se a entrada de novas empresas no mercado e concorrer por clientes. Novas distribuidoras de medicamentos no mercado aumentam a concorrência em relação a venda dos produtos e o poder de compra dos consumidores. Assim, será feito uma análise das possibilidades de aumentar ou diminuir as barreiras de entrada de novas empresas. Os fatores que podem aumentar as barreiras de entradas, são:

 Requisitos de capital moderado: Esse fator aumenta a barreira de entrada, de modo que é necessário um grande investimento para a compra em alto volume dos produtos e assim manter a confiabilidade da empresa no mercado dispondo de uma grande variabilidade para os compradores;

 Política governamental: A grande regulamentação por parte do Governo e órgãos como a ANVISA e ANTT por terem uma série de exigências a serem cumpridas, somado a burocracia envolvida no processo acabam por dificultar a entrada de novos concorrentes, além da alta carga tributária imposta pelos governos estaduais e federal;

Já os fatores que reduzem as barreiras, são:

 Requisitos de capital moderado: O investimento em tecnologia nesse setor é baixo, além de inicialmente não ser necessário a alocação de um espaço grande e rebuscado, esses fatores diminuem as barreiras de entrada;

 Pouca economia de escala: Existem grandes variações no custo médio dos produtos à medida que o volume de compra aumenta. Quanto maior for o volume, menor será o custo médio do produto e isso aumenta a lucratividade da empresa;

 Poucas marcas fortes: Existem poucas distribuidoras na região e essas possuem um nome estável no setor e isso pode estimular novos entrantes;

 Fácil acesso ao canal de distribuição: Nesse setor, a confiabilidade e ética da empresa de distribuição se faz necessária para as indústrias repassarem seus

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12 produtos. É necessário adquirir uma boa reputação no mercado para ter fácil acesso ao canal de distribuição;

 Curva de aprendizado não exclusiva: Não há dificuldades ou aprendizados diferenciados para ser intermediário entre o setor de indústria e clientes.

 Facilidade de acesso aos insumos: Não há muitas dificuldades em adquirir novos insumos com os fornecedores;

 Pouca possibilidade de retaliações da concorrência: A entrada de uma nova distribuidora de medicamentos no mercado poderia provocar uma reação mais forte no setor se essa oferecer um preço melhor que as demais.

Conclui-se que a ameaça de novos entrantes no mercado é um ponto fraco para a empresa, pois os fatores que diminuem as barreiras de entrada são maiores em relação ao que aumentam.

d) Ameaça de produtos substitutos: Um dos fatores de concorrência no mercado é a possibilidade de existir serviços ou produtos substitutos. As empresas de distribuição de produtos farmacêuticos exercem um serviço no mercado que há possibilidade de haver um outro que substitua ou a própria indústria fornecer os insumos diretamente aos clientes da empresa. O que pode acontecer no cenário é a diferenciação no formato do serviço de distribuição e gerar concorrência dentro do setor. Como a agregação de serviços pode-se ter algumas modalidades de distribuição, como por exemplo a entrega expressa, mas essa só seria viável para a entrega de pequenos lotes, não produtos em massa. É um serviço padronizado e diante desses atributos é perceptível a rara possibilidade de aparecer um substituto.

e) Rivalidade entre as empresas: A última força analisada é a rivalidade entre as empresas concorrentes do setor de distribuição farmacêutica na região. Será avaliado fatores que podem aumentar ou diminuir a concorrência entre eles. Os fatores que aumentam a rivalidade são:

 Setor em expansão: A partir do que foi relatado pelos gerentes da empresa, observa-se que o setor está em crescente expansão nos últimos anos;

 Baixo valor agregado: A distribuição de medicamentos não possui valor agregado;

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 Baixa diferenciação: O serviço oferecido pela distribuidora A. Costa Ltda., possui o diferencial de oferecer remédio controlado aos clientes (hospitais e farmácias), tendo apenas uma concorrente direta na cidade que oferece esse produto;

 Poucas empresas fortes: Nesse setor não possui empresas fortes que dominam o mercado, isso agrega atributos como a baixa de preços nos produtos e como consequência diminui a rentabilidade da empresa;

 Baixos custos de saída: Não há barreiras que impeçam a saída da empresa do mercado. Caso seja decidido, será necessário esperar a finalização dos contratos com os clientes;

 Determinação dos clientes: Nesse setor é comum as empresas trabalharem com contratos de longo prazo com os clientes, tornando-o fixo por um determinado tempo. Isso gera uma rivalidade entre as empresas para determinar seus clientes.

A rivalidade entre as concorrentes é um ponto fraco para a empresa no mercado. Pois, observa-se na análise que há muitos fatores que aumentam a rivalidade e nenhum que diminua. O Quadro 2 mostra resumidamente os principais fatores determinantes de cada uma das cinco forças competitivas, ilustrando a análise realizada na empresa de distribuição de produtos farmacêuticos A. Costa Ltda. e assim como a figura 2 que determina quais são os pontos fortes (+) e os pontos fracos (-) dentre as forças.

Quadro 2 – Forças competitivas e fatores

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Fonte: Autoria própria

4.4. Métodos competitivo

Para melhor entender o ambiente em que a empresa distribuidora de medicamentos A. Costa Ltda. está inserida é necessário analisar o comportamento da mesma através dos métodos competitivos. Será utilizado o modelo proposto por Robinson e Pearce (1988). O modelo enumera vinte e dois métodos competitivos e assim foram avaliados, juntamente com os gestores, por uma escala do tipo likert de cinco pontos, onde: 1 - Nenhuma ênfase; 2 - Muito limitada a ênfase; 3 - Alguma ênfase; 4 - Considerável ênfase; 5 - Maior e constante ênfase. O período considerado na pesquisa é nos últimos dois anos.

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Quadro 3 – Métodos competitivos da empresa

Fonte: Autoria própria

Observamos que dos vinte e dois métodos elencados no Quadro 3, onze (escalas 5 e 4) são os mais adotados e sete (escalas 1 e 2) são menos adotados pela empresa, os demais são considerados métodos neutros.

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16 Os métodos que possuem maior e constante ênfase, adotados pela empresa, são: (1) manter o preço inferior ao dos concorrentes; (3) Ampliar a gama de produtos; (4) manter elevada a capacidade de distribuição; (6) Empregar rígidos procedimentos de qualidade do produto; (7) Aplicar reforço contínuo na redução de custo operacional; (8) manter altos níveis de estoque;

(12) Manter forte influência sobre os canais de distribuição; (13) Aumentar esforço para assegurar disponibilidade de matéria-prima; (15) Atender a um mercado geográfico específico; (18) Aplicar reforços para alcançar uma reputação no setor; e (21) Mediar produto em segmentos de mercado de preços altos.

Os métodos (1), (7) e (21) são relacionados com o lucro que a empresa irá obter e ao manter o preço inferior das concorrentes ela adquire vantagem competitiva diante das concorrentes regionais e consequentemente consegue o maior número de clientes, por isso, se apresenta como tendo maior e constante ênfase.

O (3), (4), (8), (12), (13), demonstram métodos que diferenciam a capacidade da empresa de expansão e crescimento dentro do mercado. São fatores que se relacionam com os objetivos de desempenho da distribuidora. Ter um produto em estoque e manter a variedade de medicamentos disponibilizados aos clientes, consequentemente pode aumentar a confiabilidade, rapidez e qualidade do serviço, objetivos que aumentam a reputação da A.

Costa Ltda. diante do cenário de distribuição de medicamentos da região.

Como se trata de uma empresa distribuidora de medicamentos é de extrema importância que a empresa (método 6) empregue rígidos procedimentos de qualidade do produto. Esses procedimentos se referente ao controle de atributos de qualidade, como a data de validade, local e condições de armazenagem.

Ao garantir a existência de todos esses métodos a empresa está (18) aplicando reforços para alcançar uma reputação no setor e ser a principal e maior empresa de distribuição de medicamentos da cidade de Campina Grande e região considerando o método (15) de atender a um mercado geográfico específico.

Entre os métodos que possuem nenhuma ênfase, adotados pela empresa, são: (2) desenvolver novos serviços; (9) limitar a gama de produtos; (14) elevar gastos nos processos de capacitação de pessoal referentes ao processo de distribuição; (16) investir em promoção e

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17 publicidade acima da média do setor; (17) enfatizar o oferecimento de serviços especializados; (19) inovar no processo de serviços; (20) mediar produto em segmentos de mercado de preços baixos;

O setor em que a empresa atua é bastante específico, padronizado e já existem clientes pré- definidos, então, não há possibilidade de adotar métodos como o (2), (16) e (17). O método (9) é extremamente contrário ao que a empresa necessita para se manter no mercado. Ter uma gama de produtos para oferecer aos clientes constrói a vantagem competitiva dela no mercado e conquistar um maior número de clientes.

O método (14) refere-se ao treinamento de pessoas para o processo de distribuição e a pouca ênfase atribuída a esse método se dá pelo número reduzido de funcionários presente na empresa. Então, os que já atuam nessa área detêm um forte conhecimento sobre o serviço, não sendo necessário o treinamento.

Por fim, o método (20) não é interessante para a empresa pois ao mediar seus produtos em mercados de preços baixos, consequentemente a empresa irá diminuir sua rentabilidade atual.

A figura 3 mostra a relação dos métodos competitivos mais usados pela empresa A. Costa Ltda. com as cinco forças competitivas aqui analisadas.

Figura 2 – Relação métodos vs. forças competitivas

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Fonte: Autoria própria

5. Conclusão

A empresa A. Costa Ltda. para garantir seus clientes, mantém seu preço acessível no mercado, prestando um serviço satisfatório com agilidade da entrega e dispondo de estoque suficiente para atender a demanda o mais rápido possível do que é solicitado nos pedidos. A empresa está cada vez mais inserida no mercado de compras públicas, garantindo contratos com prefeituras distantes da cidade onde a empresa é instalada, fazendo assim que a capacidade de distribuição seja sempre a mais eficiente possível para conseguir suprir necessidades dos clientes. Esta conduta adotada pela empresa relaciona-se com as forças 1, 3 e 5 que são, respectivamente, rivalidade entre os concorrentes, poder de barganha dos compradores e ameaças de novos produtos e bens substitutos, assim garantindo a empresa

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19 estabilidade no mercado na qual está inserida. A empresa também prioriza uma boa relação com os fornecedores para facilitar compras e ter abertura para, caso precise, realizar compras de urgência para atender uma demanda inesperada no menor espaço de tempo possível, tornando mais eficiente ainda para o cliente. Esta estratégia relaciona-se com a força 4 (poder de barganha dos fornecedores), visando o estreitamento empresa/fornecedor. A Empresa procura sempre obter os melhores produtos para os seus clientes, prezando pela qualidade de seus fornecedores para que a relação empresa e cliente seja estável. A reputação, que está relacionada com a força 2 (Barreiras a entradas de concorrentes) é primordial, pois mesmo sendo um mercado no qual não se tem facilidade de entrada de novos rivais, os mesmos que estão dentro do mercado concorrem em serviços paralelos à venda direta.

REFERÊNCIAS

DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor (Entepeneurship) Prática e Princípios. São Paulo, Pioneira, 1987.

IMS HEALTH. IMS Health: Why we need generic medicines. 2015. Disponível em: . Acesso em: 20 agost.

2017.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10ª Edição, 2000.

PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência. Rio de Janeiro:

Campus, 1980.

PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 17. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

ROBINSON, R. B.; PEARCE, J. A. Planned patterns of strategic behavior and their relationship to business-unit performance. Strategic Management Journal, VOL. 9 p.43- 60, 1988.

SILVA, Jorge Ferreira; MELO, Maria Angela. Tipologias estratégicas concorrentes: Um teste Empírico na Industria Brasileira de Seguros, 1998.

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