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ANJOS DA ENFERMAGEM UMA FORÇA DE TRABALHO DA ENFERMAGEM: Relato de Experiência.

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Academic year: 2022

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ANJOS DA ENFERMAGEM UMA FORÇA DE TRABALHO DA ENFERMAGEM: Relato de Experiência.

Autoras: Daniele Domiciano Silva¹ / Maria José Guerra de Santana Cavalcanti².

1-Enfermeira Pós Graduanda em Saúde da Mulher pela Agência de cursos

2-Enfermeira Graduada pela Universidade Salgado de Oliveira- UNIVERSO. COREN-PE: 400901.

RESUMO: Os Anjos da Enfermagem levam a cada visita hospitalar o que tem de melhor para transformar esse ambiente de tristeza e dor, em alegria, com brincadeiras, músicas, carinho, amizade e confiança, ou seja, tenta transformar o espaço de adoecimento e cuidado através do lúdico e da criatividade no cotidiano do cuidado hospitalar. O principal objetivo deste projeto é transformar o brincar, enquanto arte, tendo a possibilidade de transformar a dor, a tristeza, o medo, a agitação em momentos bons, mais tranquilos, promovendo um pouco a transformação da triste realidade da hospitalização, aproveitando o momento prazeroso e divertido do lúdico. Trata-se de um estudo com base nas experiências sobre a atuação dos anjos da enfermagem de Pernambuco 2012- 2015, que atuaram no projeto voluntário sem fins lucrativos pelo COFEN/COREN-PE, realizado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, com crianças internas no setor de oncologia em Recife. Os resultados apontam, para o desafio em reinventar o espaço do lúdico, é uma força de trabalho positiva na enfermagem, observada na liberdade em que as crianças se soltam, mostram-se livres para imaginação e expressam suas emoções sejam positivas ou negativas. Dentre as possíveis estratégias de atuação do grupo anjos da enfermagem para estas crianças, utilizam-se: a brinquedo terapia, a musicoterapia, além de atividades direcionadas como arte em balões, mágicas, desenhos e leituras pelas quais estas crianças hospitalizadas, exercitam suas atividades, tornando-se mais confiantes e aumentando sua autoestima. No entanto, durante o trabalho com estas crianças, o grupo de acadêmicas de enfermagem dos Anjos, vem observando, o fortalecimento do conceito de humanização a saúde, assim como amadurecendo as ideias de inovação na satisfação de ter contribuído para aquele momento harmonioso e saudável que

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podem estar presente nos espaços do cuidar hospitalar, onde na possibilidade de oferecer o lúdico, mesmo quando não há possibilidades de perceber a felicidade de algumas crianças em algumas atividades. Portanto, é de extrema importância o que este projeto possui na vida destes Anjos da enfermagem, e também na vida destas crianças, família e unidade hospitalar. Tem sido importante inesquecível e fortalecedor o conceito de humanização para todos estes integrantes que compuseram o cuidado e o cuidar, pois ultrapassaram os significados e significantes do ambiente hospitalar.

Descritores: Anjos da enfermagem, lúdico, crianças em oncologia.

INTRODUÇÃO

A hospitalização é ruim para qualquer pessoa, mas na vida de uma criança é bem pior podendo ser traumática. Esse ambiente hospitalar é um local difícil, triste e doloroso de se conviver, principalmente para as crianças, pois implica em uma mudança de rotinas diárias, com a distância da casa, muitas vezes dos profissionais, dos amigos, da escola, de seus brinquedos, seu quarto. Os Anjos de Enfermagem de Pernambuco 2012-2015, levavam a cada visita hospitalar o que tinham de melhor para transformar esse ambiente de tristeza e dor, em alegria, com brincadeiras, musicas, carinho, amizade, confiança, ou seja buscavam transformar o espaço do adoecimento e cuidado através do lúdico e da criatividade no cotidiano

O presente estudo tem como objetivo principal deste projeto dos anjos de enfermagem, transformar o brincar, enquanto arte, tendo a possibilidade de mudar a dor, a tristeza, o medo, a agitação em bons momentos, mais tranquilos, promovendo um pouco a transformação da triste realidade da hospitalização, aproveitando o momento prazeroso e divertido do lúdico. Além de contribuir direta ou indiretamente no fortalecimento dos trabalhos da enfermagem.

Segundo Brito et al., (2009, p.803) o brincar ainda reduz tensão, raiva, frustração, conflito, ansiedade e funciona como atividade entre a criança e o profissional, pois facilita atingir os objetivos estabelecidos.

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Buscou-se a cada visita apoiar não apenas as crianças, mas também seus familiares e a equipe de saúde, visando a melhoria da qualidade de vida, mesmo que por algumas horas. Muitos dos parentes e profissionais também interagiram brincando ou estimulando a criança a participar e divertiram recordando suas infâncias.

É brincando que a criança explora e compreende o mundo ao seu redor, pela curiosidade descobre coisas e situações nova, desse mundo real e tão assustador ao mesmo tempo. Interagindo ludicamente com o mundo real, por meio de desenhos, pinturas, danças, cantos, rabiscos, bagunça, brincadeiras, entre outras, a criança estabelece uma harmônica sintonia entre os seus dois mundos, onde então acontece o aprendizado, o desenvolvimento e o crescimento infantil (MOTTA,RAVELLI, 2005,p.611).

O principal objetivo desse estudo foi relatar a experiência vivenciada pelos dos anjos de enfermagem de Pernambuco 2012-2015, e suas contribuições na força de trabalho da enfermagem.

MÉTODO

Trata-se de um estudo com base nas experiências sobre a atuação dos Anjos de Enfermagem de Pernambuco 2012-2015, que atuaram no projeto voluntario sem fins lucrativos pelo COFEN/COREN-PE, realizado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, com crianças internas no setor de oncologia, na cidade do Recife.

Sendo este grupo inicialmente formado por 08 acadêmicos de enfermagem da universidade Salgado de Oliveira- UNIVERSO-PE, dos turnos tarde e noite, cursando do 3° ao 7° período de enfermagem, no período de 2012-2014. Os Anjos são assim nomeados a fim de oferecerem uma identidade com as crianças, estabelecendo um elo com o lúdico: Flor, Mose, Jujuba, Surubim, Peteca, Moranguinho, Chocolate e Coração.

Após, 2014-2015 o grupo anterior passa os trabalhos aos 08 novas voluntárias também da UNIVERSO-PE, dos turnos matutino, vespertino e

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noturno, cursando do 4°ao 8° períodos de enfermagem. As anjas criaram nomes lúdicos para identificação com as crianças, sendo: Florzinha, Docinho, Xuxu, Chaveirinho, Amora, Malukinha, Risadinha e Leleca.

Esse trabalho trará o relato de experiência e atuação destes anjos, nesse projeto de humanização, dedicação e amor ao próximo, contribuindo assim para fortalecer os trabalhos da enfermagem.

O projeto iniciou como extensão universitária em 2003 “Anjos da enfermagem”, inspirado no filme “ O amor é contagioso” do conhecido Patch Adams. Esse projeto foi uma maneira encontrada pela fundadora de levar o lúdico aos hospitais, minimizando o sofrimento vivenciado por muitas crianças e ate mesmo por seus familiares. O mesmo focalizou crianças oncológicas, levando-as alegria, diversão, prazer, sensação de liberdade e vida. E o que parecia atender apenas a turma infantil, contagiou familiares que viviam tensos, preocupados e tristes com a dor dos filhos, assim como muitos funcionários, que se divertiam na alegria espalhada por onde os anjos da enfermagem passavam.

Parece ser um trabalho fácil e rápido mais é preciso cautela, e estratégias de atuação, não é só fantasiar-se de palhaço e chegar a criança.

Precisa-se ganhar a confiança dos pequenos, para isso discutimos nossas atuações em reuniões semanais, de como e quando devemos utilizar das seguintes estratégias: brinquedo terapia, contação de histórias, arte em balões, pintura e artes, jogos, musicoterapia e mágica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro encontro no setor de oncologia é mais difícil tanto pela dificuldade da primeira conquista quanto a realidade das crianças com câncer, antes talvez imagináveis a grandiosidade da dor, da perda da imagem infantil assim como o risco de vida constante no dilema de cada criança. A equipe encontra o desafio de transformar o espaço sombrio, frio e triste, utilizando do lúdico conseguem fazer que as crianças aos poucos se soltem, mostrem-se livres para imaginação e emoções.

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Desde a década de 1970, estudos referem que algumas manifestações da criança são comuns durante a hospitalização: regressões, diminuição do ritmo do desenvolvimento, insatisfação, desordens do sono e da alimentação, dependência, agressividade, apatia, individualismo, estados depressivos, fobias e transtornos de comportamento em geral (BAR-MOR apud BRITO et al., 2009, p.803). Algumas vezes fazem isso para chamar atenção dos adultos, outras apenas para mostrar sua insatisfação, dor e duvidas, sim duvidas de que há algo de errado mas que não sabe nem esclarecem o que seja.

Logo, visando mudar essa situação os anjos buscaram através das estratégias como: brinquedo terapia, musicoterapia, arte em balões, mágica, desenhos, leituras, a mudança do ambiente, da criança, dos familiares e ate mesmo da equipe do hospital a alegria que vibra forte entre o meio. E assim como diz Cunha (1994) apud Furtado e Lima, (1999 p.365), ao brincar a criança libera sua capacidade de criar e reinventa o mundo, libera afetividade e através do mundo mágico do “faz-de-conta” explora seus próprios limites e parte para uma aventura que poderá levá-lo ao encontro de si mesma. É assim que muitas sentem-se, passando para o grupo da felicidade, confiança, aumentam sua auto-estima, criam, inventam, divertem-se, inovam idéias, liberam a imaginação e energia.

Do ponto de vista da criança, o lúdico promove o desenvolvimento físico, psicológico, social e moral, ajuda-o a perceber o que ocorre consigo, libera tremores, raiva, frustração, ansiedade. Ajuda a criança, ainda a revelar seus pensamentos e sentimentos, promovendo satisfação, diversão e espontaneidade, favorecendo o exercício de suas potencialidades (BRITO et al., 2009,p. 804). Isso tudo se faz presente nas visitas do grupo, um simples brinquedo tem o poder de mudar um rostinho sofredor, longe ou triste, em um sorriso esperançoso, divertido e de amor. Talvez, alguns não passaram essa mesma alegria que lhe foi proporcionada, outros levarão para sempre o que conviveram de bom com o grupo.

Durante o trabalho com crianças de oncologias observou-se do grupo de acadêmicos de enfermagem dos Anjos, o fortalecimento do conceito de humanização a saúde, as idéias de inovação na satisfação de ter contribuído

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para aquele momento harmonioso e saudável que pode estar presente nos espaços de cuidado hospitalar, e a possibilidade de oferecer o lúdico, mesmo quando não há possibilidades de perceber a felicidade de algumas crianças em algumas atividades.

Neste sentido, “o cuidar humanizado implica, por parte do cuidador, a compreensão e a valorização da pessoa humana enquanto sujeito histórico e social” (BACKES; LUNARDI FILHO; LUNARDI V.L. apud FAQUINELLO et al., 2007,p.610).

Portanto, para os anjos da enfermagem, tem sido uma experiência, inesquecível e de grandes contribuições para o aprendizado dos graduandos de enfermagem, que caracterizam este projeto como encantador para o processo de amadurecimento do exercício profissional da enfermagem. Logo, o que parecia apenas “palhaçada” e “brincadeira”, torna-se sem dúvida um espaço de grande satisfação para a humanização do cuidar, refletida na alegria, realização e conquista de carinho, amor e dedicação ao outro.

É considerável como amadurecimento das personalidades do grupo, um viver diferente da realidade desse jovens que não sofre com uma doença incurável, nem ao menos vivi com a dor da perda tanto quanto a família das crianças oncologicas. Logo, o mais justo seria propor o que tem de melhor, onde para os anjos seria a alegria, o lúdico e a esperança de mais um dia feliz, deixando para os pequeninos a expectativa de um novo dia, em uma nova visita, e porque não de um novo olhar sobre o espaço hospitalar.

CONSIDERAÇOES FINAIS

Portanto, o dilema para as crianças em tratamento de câncer no Hospital Oswaldo Cruz é sofredor e triste, são crianças que sofrem a cada quimioterapia, radioterapia, a cada baixa da imunidade, além da gravidade do adoecimento, os momentos de perda de um colega de quarto, as idas e vindas ao hospital somado ao medo de morrer a qualquer momento.

Infelizmente a criança e seu cuidador estão vulneráveis a todo esse sofrimento, que se tornam estressantes, angustiante, pavoroso e triste a maior parte dos seus dias. Entretanto nas visitas dos Anjos isso muda, ou ao menos

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é esquecido por horas, pois é realizando estas visitas que algo muito esperado a cada semana, acontece no espaço frio e sério do ambiente hospitalar de cuidado a criança com câncer.

Para a enfermagem e os acadêmicos, hoje como enfermeiros, o que ficou não foi apenas a experiência vivida, mas as marcas nas vidas dos Anjos da Enfermagem, das crianças, dos familiares, da unidade hospitalar e da enfermagem, da importância do trabalho, dos momentos inesquecíveis, da força, inovavação, alegria, desabafos, confiança, carinho, respeito, expectativas de reverem o grupo e aprendizados de vida. Sendo assim, não é apenas um projeto e sim possibilidades de cuidar que ultrapassam os significados e significantes do ambiente hospitalar, demonstrando a importância do ser humano neste processo de tratamento e/ou cura digno e humanitário, e que o grupo soube cultivar.

REFERÊNCIAS

BRITO,T. R. P; RESCK,Z. M. R; MOREIRA, D.S; MARQUES,S. M. As praticas lúdicas no cotidiano do cuidar em enfermagem pediátrica. Esc. Anna Nery Rev. Enfern. 2009 out-dez;13(4):802-808.

FAQUINELLO, P; HIGARASHI, I.H; MARCON, S.S. O atendimento humanizado em unidade pediátrica: Percepção do acompanhante da criança hospitalizada. Texto Contexto Enferm. Florianópolis, 2007 out-dez; 16(4).

FURTADO, M. C C; LIMA,R. A. G.Brincar no hospital:subsídios para o cuidado de enfermagem. Rev. Esc. Enf. USP,v33, n.4,p.364-369, dez 1999.

MOTTA, M. G. C; RAVELLI, M. P. X. O lúdico e o desenvolvimento infantil: um enfoque na música e no cuidado de enfermagem. Rev. Bras. Enferm. 2005, set-out, 58(5) : 611-613.

TRONCOSO, M. P; SUAZO, S. V. O cuidado humanizado: umdesafio para lãs efermeras em los servicios hospitalarios. Acta Paul Enferm. 2007; 20(4); 499- 503.

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