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Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

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Academic year: 2021

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Unidade 1

Rosivany Gomes

Introdução à Engenharia de

Segurança do Trabalho

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Unidade 1| Introdução

A segurança do trabalho é hoje uma atividade multidisciplinar que engloba um conjunto de normas e

procedimentos preventivos que tem como finalidade antecipar,

reconhecer e avaliar os riscos

existentes no ambiente ocupacional.

A história do prevencionismo vem

percorrendo uma longa estrada e tem

como principal objetivo a prevenção

de acidentes, doenças ocupacionais e

doenças do trabalho.

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Unidade 1| Objetivos

1. Compreender a evolução da engenharia de segurança do trabalho.

2. Entender aspectos econômicos, políticos e sociais.

3. Conhecer a história do prevencionismo.

4. Diferenciar entidades públicas e privadas.

(4)

1. A evolução da engenharia de segurança

Podemos chamar de trabalhadores todos os seres humanos, os homens e as mulheres que exercem uma

atividade que tenha por finalidade o seu sustento, estando inseridos no

mercado de trabalho mediante relação contratual que pode ser uma relação formal, quando o trabalhador tem um contrato de trabalho registrado por meio da carteira de trabalho pela

consolidação das leis do Trabalho – CLT

ou estatutário, quando seu contrato é

registrado em uma entidade pública.

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A relação do homem com o trabalho pode ser encontrada na história da humanidade de forma muito marcante em seus acontecimentos e

mudanças relacionadas tanto nas relações sociais entre os homens e na relação do homem com o meio.

A relação do homem com o meio é um importante registro da evolução da humanidade, portanto que Walter Bazzo (2006) analisa o

desenvolvimento das relações humanas.

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Na pré-história o homem apresenta uma relação extrativista com o meio e sua energia é consumida no trabalho de retirar do ambiente o fruto de sua

sobrevivência. Ele precisava ir a busca da caça, do alimento, do abrigo estando exposto a diferentes situações de risco e vulnerabilidade. Ainda na pré-história no período Neolítico o homem começa a buscar por PROTEÇÃO, por mais SEGURANÇA em relação ao meio com o qual ele interage.

Essa busca leva o homem a desenvolver habilidades em talhar a pedra e

posteriormente os metais para fabricar suas armas de caça e de proteção. É também neste momento histórico que o homem trabalha na terra, cultivando, domesticando animais e produzindo alimentos e se tornam sedentários, formando pequenos

grupos familiares com o mesmo objetivo (SILVA, 2019).

(7)

Podemos ver nesse momento que o trabalho para o homem é uma relação dele com o meio e com os outros. É pela força do trabalho que o homem constrói suas primeiras comunidades. A formação da comunidade também foi uma forma de gerar mais

segurança e conforto. Os homens agora saírem para caçar em bandos com as armas confeccionadas por eles enquanto as mulheres e crianças cultivavam a terra e cuidavam dos animais (SILVA, 2019).

No estudo do ambiente de trabalho é preciso avaliar os pontos de tensão e conflitos nos ambientes de trabalho que fazem com que os homens criem novas relações de trabalho.

Analisemos pela ótica do trabalho, partindo da pedra lascada, passando pelos metais até o domínio do conhecimento técnico, com construção de máquinas, ainda que

rudimentares. Agora por uma ótica social, partindo de uma sociedade

caçadora/coletora, passamos para uma sociedade rural até chegarmos em ambientes urbanos, com novas relações de produção para obter lucro e consumo capitalista.

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1.1. Evolução da formação profissional

Assim como as máquinas e os processos evoluíram, a formação profissional também precisou evoluir, saindo do assistente de segurança do trabalho, passando pelo auxiliar de segurança do

trabalho até chegarmos no técnico de segurança do trabalho e o

engenheiro de segurança do

trabalho.

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O auxiliar técnico de segurança no trabalho é o profissional responsável por promover a

segurança e prevenção de riscos. Ele orienta os funcionários a utilizar os EPIs de forma correta, estabelece normas de segurança, informa sobre meios de prevenção de acidentes, inspeciona áreas de trabalho a fim de verificar as condições do ambiente e verifica equipamentos usados para determinar possíveis fatores de risco. O profissional trabalha diretamente com a área de saúde e segurança em empresas. (Empregos.com.br, 2015)

Técnico de segurança do trabalho: o profissional de segurança do trabalho pode atuar em empresas, brigadas de incêndio e instituições públicas e privadas. Sua meta é preservar a segurança dos trabalhadores a partir de programas de prevenção, como a CIPA – sigla para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que visa a precaução de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. (BRASIL, on-line)

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A engenharia de segurança que vemos hoje esta inserida em uma nova cultura organizacional, que iniciou durante uma reunião em Londres em 1946, onde foi decidido pelos vinte e cinco países representantes criar uma organização

internacional, International Organization for Standardization (ISO) que tem como objetivo facilitar a coordenação de normas industriais.

A história da segurança do trabalho acompanha a Revolução Industrial nos países europeus e nos EUA e não seria diferente no Brasil. Porém, como nos

demais países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, a Revolução Industrial

no Brasil ocorreu de forma tardia, por volta de 1930 e não tardou para que o

país fosse um dos que registrava o maior número de acidentes e mortes no

trabalho (MACEDO, 2012).

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2. Aspectos econômicos, políticos e sociais

Inicialmente temos uma relação

harmônica entre os povos nômades e coletores, que depois desenvolveram a capacidade de confeccionar peças de forma artesanal até a chegada da Revolução industrial, na qual nos

dedicaremos mais detalhadamente no Capítulo 3. A Revolução Industrial

pode servir de marco no qual o

conhecimento técnico se torna um

diferencial nas relações de trabalho

(VIERA, 2019).

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Podemos dividir os aspectos econômicos em dois períodos, o período pré- industrial e pós-industrial, por isso é tão importante nos dedicarmos ao estudo da segurança do trabalho após a Revolução industrial.

No período pré-industrial morte ou acidentes nos ambientes de trabalho eram tão comuns devido aos inúmeros perigos enfrentados pelos

trabalhadores que eram tratados como fatos corriqueiros, sem grande

impacto econômico.

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Mas o que mudou na economia após a Revolução Industrial? Por que agora era economicamente viável investir em segurança? Como você, profissional de segurança do trabalho explicaria as vantagens de investir em condições mais seguras de trabalho e qualidade de vida?

Essa resposta pode ser dada entendendo que os investimentos feitos pelo

poder público no processo de industrialização têm como finalidade tirar

os países da condição de subdesenvolvimento.

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Uma sociedade industrializada que não investe nas condições de trabalho é uma sociedade com saldo negativo em relação aos custos com

acidentes e doenças do trabalho. Quando um trabalhador era afastado do sistema de produção havia uma redução na produção da empresa e

consequentemente dos lucros, além da paralisação da produção pelo

tempo que levasse o afastamento do acidentado ou que fosse treinado

outro para ficar em seu lugar.

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2.1. Aspectos políticos

Analisar os diversos aspectos que envolvem a segurança do trabalho é mostrar a evolução dos valores

morais e sociais dentro da cultura organizacional. Grande parte das mudanças organizacionais foi

impulsionada por pensamentos políticos atendendo as pressões de diversos fatores e agentes sociais, principalmente os aspectos

econômicos.

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Não diferente da abordagem econômica capitalista, que em principio

trata o trabalhador como a parte do processo produtivo, sem direitos

legais trabalhistas ou sociais, após a Revolução Industrial, junto com os

pensamentos marxistas o trabalho ganha valor politico social, podendo

acompanhar os movimentos operários que lutam contra a sociedade

industrializada capitalista. No entanto ambos, capitalismo e socialismo

falharam na construção de uma política prevencionista e protetiva ao

trabalhador.

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Os estudos socioeconômicos nos mostram que a Revolução Industrial gerou mais que uma sociedade mecanizada, mas também abriu novas fontes de trabalho, emprego melhorias e soluções tecnológicas. Mas como toda mudança, ela também apresenta aspectos negativos em

relação à industrialização que envolvem problemas sociais. As questões

econômicas de certa forma impulsionaram o avanço protecionista no

intuito de reduzir os custos com acidentes e doenças ocupacionais.

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3. A história do Prevencionismo

A história prevencionista pode ser descrita como envolvente e

reveladora que nos motivam cada vez mais conhecer e entender os

processos que envolvem um contexto histórico e também social,

principalmente quando evidenciamos saltos que envolvem os

conhecimentos técnicos científicos e transformações tecnológicas

inovadoras.

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O advento das máquinas foi apenas o primeiro marco dessa longa jornada, depois da primeira Revolução Industrial, tivemos ainda o descobrimento do poder energético dos combustíveis fósseis, o

surgimento dos bancos e processadores de dados até a incrível habilidade

de transformar uma imagem digital em produtos em 3D que atrelado à

inteligência artificial proporciona ao mundo um avanço nas relações com

o homem e com o meio.

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Como antecipar, reconhecer, avaliar e prevenir os novos riscos presentes nos ambientes de trabalho transformados pelas inovações tecnológicas?

Esse é o grande desafio do profissional prevencionista no mercado atual.

Há uma necessidade em desenvolver novas habilidades e competências

para adequar os novos postos de trabalho, automatizados, conectados,

globalizados sem abrir mão da humanização desses setores.

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3.1. Prevencionismo Pré-Revolução Industrial

Assim como a história do trabalho está diretamente ligada à história do homem, o mesmo podemos dizer que os acidentes de trabalho fazem parte da humanidade, assim como as

doenças ocupacionais fazem parte da história do trabalho e

consequentemente do homem.

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Ao longo da história o trabalho tem sido causador de acidentes, como os escravos a que era exigido o exercício do trabalho até a exaustão na

construção de cidades e monumentos, greco-romanos ou os antigos artesãos medievais que tinham suas mãos lesionadas na confecção e

modelagem de peças. Neste mesmo período podemos pontuar o registro em papiros egípcios e greco-romanos a ocorrências de doenças

ocupacionais, algumas ligadas aos agentes químicos e trabalhos manuais

e as tentativas de preveni-las.

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Os avanços nos conhecimentos científicos à aplicação de técnicas não

ocorreram em um único momento, muitos desses avanços estão ligados a filósofos e pensadores. Alguns marcos que podemos destacar são os

escritos de Hipócrates, Aristóteles e Platão referindo-se a trabalhadores das minas de estanho, doenças de corredores e deformações do

esqueleto em certas profissões, respectivamente.

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A Revolução Industrial é um marco nesta história e podemos usar como base divisória em um período de pré-revolução, em que não ações legais e jurídicas a favor da segurança do trabalhador e o período pós-revolução com os movimentos sociais gerando forte apelo e respostas politicas e legais para as condições de trabalho. O prevencionismo não é algo

estático, já criado que se estabelece com as atuais leis e normas, ele

precisa estar em constante atualização e adequação às novas formas de

relação de trabalho.

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4. Entidades públicas e privadas

Atualmente, a prevenção de acidentes de doenças do

trabalho está presente em diferentes setores de trabalho, com inúmeras leis criadas para garantir as condições de higiene, e segurança do trabalho. Vários setores estão envolvidos no processo de prevencionismo, todos com o objetivo de garantir e gerar melhorias nas condições de trabalho no Brasil.

As entidades públicas e privadas, segundo o código de

trabalho vigente em nosso país, apresentam direitos e

deveres do EMPREGADOR para a prevenção e reparação

de acidentes e doenças profissionais.

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4.1. O papel do Serviço Especializado em

Engenharia e Medicina do Trabalho - SESMT

A relação tripartite, governo, empresa e empregador que apesar de

investirem na saúde e segurança do trabalho, os trabalhadores ainda sofrem com as consequências à exposição aos agentes de riscos

ocupacionais em ambientes laborais assim como as condições inseguras que ainda são responsáveis por

acidentes no trabalho.

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As entidades públicas e privadas são obrigadas por lei a constituírem o Serviço de Engenharia e Medicina do Trabalho- SESMT para aquelas que estabelecem contratos de trabalho baseados na CLT, porém ficando

desobrigadas as entidades públicas com contratos não estabelecidos pela CLT a constituírem o SESMT.

Para que os trabalhadores possam atuar em seu ambiente de trabalho

que atenda as condições de saúde e segurança do trabalho é necessário

um constante processo de formação e informação acerca de direitos e

deveres para evitar a falta de saúde e segurança em detrimento ao lucro.

Referências

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