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ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS PARA A COMPRA DE CALÇADOS: ESTUDO DE CASO NA APAE-JAHU

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Academic year: 2021

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III Encontro Científico do GEPro

Grupo de Estudo de Produção

ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS PARA A COMPRA DE CALÇADOS:

ESTUDO DE CASO NA APAE-JAHU

Lucélia Aparecida da Silva Lipi1; Rosemary Aparecida Valentim2; Rosangela Monteiro dos Santos3

123 Faculdade de Tecnologia de Jahu – FATEC-JAHU lucelialipi@hotmail.com

Resumo

O presente estudo teve como objetivo analisar se pessoas portadoras de necessidades especiais (portadoras deficiência física) têm facilidade para comprar calçado. Foi realizada uma pesquisa descritiva, através de questionários na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE )– Jahu, com mulheres hemiplégicas. Verificou-se, que as participantes consideram diversos atributos em calçados femininos, porém não tem facilidade para comprar os calçados desejáveis.

Palavras Chave: CALÇADOS; HEMIPLEGIA; ACESSIBILIDADE.

Abstract

The present study aimed to examine whether people with special needs (disability carriers) have facility to buy footwear. We performed a descriptive research using questionnaires in APAE - Jahu with hemiplegic women. It was found that the participants consider several attributes in women's shoes, but has no facility to buy footwear desirable.

Keywords:FOOTWEAR; HEMIPLEGIA; ACCESSIBILITY.

Introdução

O portador de restrição física motora é um dos indivíduos que mais encontra dificuldades de acessibilidade em locais urbanos, escolas, espaços de lazer e para usabilidade de produtos em gerais. De acordo com o IBGE (2010) 23,9% dos brasileiros apresentam alguma deficiência (auditiva, visual, motora ou mental) e desses 7% dos brasileiros (13,2 milhões de pessoas) apresentam deficiência motora.

Há muita controversa sobre o termo portador de deficiência física. Neste artigo será considerado portador de restrição física todos os termos referentes as citações sobre deficiência motora, deficiência física, deficiência física motora e pessoa com mobilidade reduzida.

Quando se fala em acessibilidade, logo se pensa em romper barreiras arquitetônicas para apoiar a inclusão, na educação não formal e modificações curriculares no ensino, em cotas nas empresas e universidades, em vagas especiais em estacionamentos, entre inúmeras alternativas. Porém entre elas dificilmente encontram alterações na modelagem de vestimentas (MAFFEI, 2010).

O presente estudo se propõe a analisar os tipos de dificuldades encontradas por esta população para a compra de calçados com os atributos pessoais desejáveis.

Objetivos

Analisar se pessoas portadoras de necessidades especiais com hemiplegia têm facilidade para comprar calçado e investigar se há possibilidade das participantes escolher o modelo, o design, a cor e o tamanho adequado para seu pé.

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Grupo de Estudo de Produção

Metodologia

Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre satisfação das pessoas portadores de restrição fisíca e uma pesquisa descritiva sobre compra de calçados por portadores restrição fisíca com hemiplegia. Na revisão bibliográfica, foram analisados artigos científicos sem critério do ano de publicação sobre vestuários para portadores de restrição física publicados em portais científicos nacionais e internacionais com as palavras chaves hemiplegia, calçados para inclusão social e moda inclusiva.

Foi realizada uma pesquisa descritiva com nove pessoas do sexo feminino que apresentavam sequela motora hemiplegia/hemiparesia, com idades entre treze e setenta e cinco anos, sendo quatro pessoas que utilizam órtese para posicionamento do tornozelo e cinco que não utilizam que fazem tratamento na APAE - JAHU. Antes de participar da pesquisa todas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com o Comitê de Ética/Resolução 96/96. Para a coleta dos dados foi elaborado um questionário pela própria pesquisadora sobre a facilidade e os fatores considerados importantes para a compra de calçados. O questionário foi composto de dez perguntas, sendo quatro de identificação pessoal, seis sobre calçados, distribuídas em cinco questões fechadas e uma aberta.

Na aplicação do questionário, primeiramente, a pesquisadora lia a pergunta e as alternativas de respostas, após a leitura, a pesquisadora verificava se a participante entendeu a questão.

Se houvesse duvida, a pesquisadora a sanava. Após a compreensão e a resposta emitida pela participante a pesquisadora assinalava no questionário.

Revisão Bibliográfica

A revisão bibliográfica será apresentada pelos temas: Hemiplegia, Padrão do andar hemiplégico e Acessibilidade.

O Decreto n. 5.296/04 traz o conceito de pessoa com mobilidade reduzida, para fins de proteção e sua aplicação, sendo aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção.

A deficiência física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (NETO, 2013). Dentre os tipos de sequelas motoras citadas, a hemiplegia é a mais frequente.

Hemiplegia

A hemiplegia é uma disfunção funcional que paralisa um lado do corpo, ocasionando um déficit sensorial e motor, podendo ocorrer outros sintomas que produzam incapacidades (BOBATH,1990).

As principais sequelas motoras são: o tronco posteriorizado no lado hemiplégico, com flexão lateral para o mesmo lado. O membro inferior, no padrão extensor, tem a pelve posteriorizada no lado afetado e elevado; o quadril estendido, aduzido e internamente rodado. O joelho é estendido, há flexão plantar com inversão, os dedos são fletidos e aduzidos (CAILLIET, 1981).

A hemiplegia pode ser manifestada tanto em crianças como em adultos. Nas crianças geralmente, são caracterizadas por ser um dos tipos de paralisia cerebral. A paralisia cerebral é definida como uma encefalopatia crônica não progressiva da infância é uma desordem do movimento e da postura provocada por uma lesão do cérebro imaturo (BOBATH, 1984).

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A hemiplegia em adultos geralmente ocorre como uma sequela do Acidente Vascular Cerebral (AVC) mais popularmente chamado de derrame. Existem dois tipos de AVC: o hemorrágico e o isquêmico (causados por um baixo fluxo sanguíneo cerebral).

O AVC é um derrame resultante da falta ou restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, que pode provocar lesão celular e alterações nas funções neurológicas. As manifestações clínicas subjacentes a esta condição incluem alterações das funções motora, sensitiva, mental, perceptiva, da linguagem, embora o quadro neurológico destas alterações possa variar muito em função do local e extensão exata da lesão (SULLIVAN e SCHMITZ, 1993).

Dentre várias alterações motoras na hemiplegia, o pé se deforma em pé equino varo.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma alteração que atinge o sistema nervoso central, provocando um déficit focal ou global súbito com sintomas que duram mais de 24 horas ou que levam a morte. Dependendo do déficit neurológico podem existir limitações nas atividades da vida diária, sejam básicas cotidianas ou básicas instrumentais e na qualidade de vida desta população (DUNCAN, 1994). O déficit neurológico decorrente do AVC caracteriza-se por manifestações clínicas e estágios de recuperação, onde cada paciente pode atingir um platô em qualquer fase, dependendo das características individuais e da lesão, tais como o tipo, a extensão, a localização e o tempo de evolução. De forma geral, após um AVC manifestações clínicas são observadas, que evidenciam o comprometimento dos diversos sistemas corporais. Estas manifestações clínicas envolvem comumente alterações motoras e sensitivas, que afetam a função física. Além disso, déficits na função cognitiva, perceptiva, emocional e continência podem estar associados à condição após o AVC. Desta forma, todos os sintomas anteriores em conjunto, limitam a funcionalidade no andar do hemiplégico durante os diferentes estágios da recuperação neurológica e funcional. Estas limitações restringem a capacidade para realizar as tarefas funcionais contribuindo com o isolamento social.

De acordo com Bobath (1990) os hemiplégicos adotam diversas estratégias compensatórias para manter a postura ereta e movimentar o centro de gravidade sobre uma base de suporte estreita, utilizando as reações de endireitamento, equilíbrio e os ajustes posturais automáticos do membro não parético (perda parcial do movimento). Assim, a maior descarga de peso na região plantar de hemiplégicos ocorre no pé não afetado. Isto ocorre devido ao fato dos indivíduos se adequarem para que consigam equilíbrio, havendo uma mudança no eixo gravitacional.

A deformidade do pé parético proporciona um desequilíbrio da pressão plantar elevado, representando um déficit na propulsão do solo podendo resultar em quedas. A queda é um dos fatores de maior preocupação, pois aumenta a debilidade além de interferir na auto segurança do indivíduo. De acordo com Freitas (2010) a incidência de quedas em hemiplégicos é maior do que em idosos.

Outro motivo que reforça a necessidade de calçados específicos para tal população. Um calçado adequado que os auxilie a compensar o déficit na propulsão do solo pode auxiliar na correção da deformidade podal interferindo positivamente no controle dos movimentos das extremidades inferiores e consequentemente, nos demais movimentos compensatórios anormais do membro inferior. Para tanto, todas as partes do calçados devem ser confeccionadas com planejamento adequado e análise de todas as partes dos pés.

Padrão de andar no hemiplégico

O padrão do andar em pacientes hemiplégicos/paréticos caracteriza-se por ser estereotipado e por apresentar múltiplas alterações entre e intra-indivíduos, possivelmente na procura de encontrar novas alternativas para realizar a marcha apesar das restrições físicas. Estas mudanças no controle postural dos hemiplégicos levam a um alinhamento anormal e ao estabelecimento de diversas estratégias compensatórias para manter a postura ereta e movimentar o centro de gravidade sobre uma base de suporte estreita, utilizando as reações de endireitamento, equilíbrio e os ajustes posturais automáticos do membro não parético (BOBATH, 1975).

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De acordo com Segura (2005) geralmente durante o andar, o braço se movimenta pouco e permanece numa postura com a escápula em depressão, adução ( o movimento que leva o membro inferior para dentro e aproxima-o do plano de simetria do corpo. ) e rotação inferior.

O ombro fica relativamente fixo em adução e rotação interna, com o cotovelo e mão flexionados em graus variados. O tronco apresenta múltiplas variações, por exemplo, durante o apoio médio pode ficar em flexão deslocando anteriormente o centro de gravidade. Em outros casos, o tronco fica em extensão quando a pelve está retraída posteriormente. Outra compensação no tronco é a inclinação lateral em direção ao membro não parético utilizada para facilitar o balanço da extremidade afetada.

Os estudos sobre o padrão de marcha, realizados com pacientes hemiplégicos fundamentaram a classificação das adaptações dinâmicas na postura do tronco, pelve, quadril, joelho e tornozelo durante o andar. No primeiro padrão compensatório, predomina a sinergia extensora. A Figura 1 apresenta a representação esquemática de algumas compensações observadas no padrão de marcha em hemiplégicos. Na fase de suporte do lado menos comprometido, os movimentos compensatórios de nível proximal no lado parético podem ser de elevação e inclinação anterior da pelve, circundução (movimento circular de um membro em volta do eixo do corpo) com adução e rotação interna do quadril para retirar o pé do chão e propulsionar a extremidade afetada para a fase de balanço, e assim, compensar a diminuição na flexão de quadril, joelho e tornozelo. Durante a fase de suporte de peso sobre o lado parético, ocorre inclinação lateral do tronco e báscula da pelve. Entretanto, o joelho pode ficar em hiperextensão ou em semi-flexão rígida com o tornozelo em plantiflexão e em alguns casos em inversão e flexão dos dedos do pé (dedos em garra) durante parte da fase de apoio e de balanço.

Figura 1. Representação esquemática dos padrões compensatórios na marcha

Fonte: O andar de pacientes hemiplégicos no solo e na esteira com suporte total e parcial de peso (SEGURA, 2005)

Para reconquistar a capacidade de andar com mais equilíbrio é necessário um tratamento de profissionais da área de saúde e de auxílio de tecnologias provenientes da engenharia e design para garantir a locomoção e a acessibilidade.

Acessibilidade

A acessibilidade consiste na eliminação de barreiras que são qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade das pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação, sendo elas urbanísticas, nas edificações, nos transportes e nas comunicações, além daquelas sociais ou atitudinais, estas duas ultimas não expressamente tratadas pelo Decreto ao classificar as barreiras (NETO, 2013).

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De acordo com o autor supracitado a exclusão e o preconceito são os maiores inimigos na inclusão da pessoa com deficiência. Muitas das iniciativas nos últimos dez anos, além de incluir a pessoa com deficiência, lutam contra os preconceitos e a exclusão e são pontos importantes no caminho de uma sociedade melhor e, na qual concretamente as políticas de inclusão funcionem. A inclusão da pessoa com necessidades especiais deve observar, especialmente, sua adequação, operabilidade, praticidade, completude e particularidades.

Assim, não adianta apenas instalar uma rampa, se as medidas não permitem que seja utilizada; de forma semelhante, a consciência em relação à pessoa com deficiência e com necessidades especiais deve ser culturalmente colocada, naturalmente fazer parte dos indivíduos, para que ocorra uma ampla e efetiva inclusão.

As pessoas portadoras de deficiência física têm direito a acesso a todos os tipos de serviço e também acesso a todo produto que desejar. As pessoas que apresentam sequelas neurológicas não tem acesso a diversos tipos de produtos devido à falta de preparação do mercado em atender tal demanda. Tal falta de preparação do mercado para atender os portadores de necessidades especiais nos mais diversos produtos é um problema universal.

Diante de tal problema criou-se uma área para fabricação de produtos para atender essa população chamada de tecnologia assistiva. Os recursos de tecnologia assistiva estão cada vez mais acessíveis, atualmente são fabricados produtos de diferentes utilidades tanto para atividades rotineiras como para tarefas mais específicas. O intuito é propiciar bom desempenho e funcionalidade para os portadores de necessidades especiais e condições de participação social com qualidade de vida. Existem diversos tipos de tecnologias assistivas, desde os produtos mais rudimentares aos mais sofisticados. Uma tecnologia assistiva utilizada a muito tempo é a órtese. A órtese é um dispositivo externo aplicado ao corpo com a finalidade de dar suporte aos músculos paralisados, tem como objetivo o aumento de movimentos específicos ou correção de deformidades musculoesqueléticas.

Muitos hemiplégicos utilizam órtese nos pés, o que pode dificultar o calce do calçado.

O calçado representa mais que proteção aos pés. De acordo com Castilho e Martins (2005) o calçado mostra o reflexo dos valores pessoais e preocupações socioculturais. Assim, o calçado está extremamente relacionado com a personalidade do usuário portador de necessidades especiais ou não. Portanto, além do aspecto anatômico é necessário considerar o fator estético na confecção de calçados para pessoas com deformidades podais. Contudo, as pessoas que apresentam deformidades podais decorrentes de sequelas neurológicas não tem acesso a calçados ergonômicos e nem com design atrativo devido à falta de preparação do mercado em atender tal demanda.

Resultados e Discussão

Os resultados serão descritos através de gráficos foram entrevistados 9 participantes.

O Gráfico 1 apresenta as idades das participantes. Do total de participantes 2 têm a idade entre 13 e 26 anos, 4 entre 27 e 50 e 3 entre 51 e 75 anos.

Gráfico 1 – Idades dos participantes.

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4

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13 a 26 27 a 50 51 a 75

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O Gráfico 2 apresenta qual origem da hemiplegia. Do total de participantes 4 tiveram Acidente Vascular Cerebral (AVC), 4 Paralisia Cerebral (PC) e 1 Esclerose Múltipla.

Gráfico 2 – Origem da Hemiplegia.

O Gráfico 3 apresenta se as participantes se locomove independentemente. Do total de participante 2 se locomovem de muleta e bengala e 7 se locomovem sozinho.

Gráfico 3 – Tipos de locomoção.

O Gráfico 4 apresenta se as participantes gostam de comprar calçados. Do total de participantes 7 gostam bastante, 2 gostam razoavelmente.

Gráfico 4 – Participantes que gostam de comprar calçados.

Nota-se que todas as participantes gostam de comprar calçados. O calçado é um dos produtos que proporcionam prazer, principalmente para as mulheres. De acordo com Löbach (2001) os produtos possuem três funções: A função prática – relações entre o

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AVC PC EM

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Cadeira roda Andador Muleta / Bengala Sozinha .

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gosto bastante gosto razoavelmente nunca gosto

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produto e seus usuários no nível fisiológico de uso; função estética – relação entre o produto e usuário no nível dos processos sensoriais, um aspecto psicológico da percepção sensorial durante o uso; e função simbólica – determinada pela capacidade psíquica e social de fazer conexões entre a aparência percebida sensorialmente e a capacidade mental de associação de idéias (símbolos).

O Gráfico 5 apresenta onde e como as participantes costuma comprar calçado. Do total de participantes 4 vão até a loja para comprar, para 3 participantes outra pessoa compra para ela e 2 de outras formas ( Fabricação exclusiva).

Gráfico 5 – Onde costuma comprar calçados.

Observa-se que 4 participantes vão a loja comprar, mas relataram que encontram dificuldades e muitas vezes precisam comprar dois pares de calçados idênticos com numerações diferentes para calçar adequadamente cada pé. Os responsáveis por 3 participantes escolhem e compram o calçado por elas, porque não se locomovem com muita facilidade e as lojas não são adaptadas para receber essa população, e apenas duas participantes encomendam exclusivamente o calçado personalizado, estas possuem tal privilégio por ter pessoas próximas (parentes e amigos) que têm fabrica e disponibilidade para a fabricação.

O Gráfico 6 demostra se o participante tem facilidade para comprar calçados de sua preferência. Do total de participantes 1 sempre acha com facilidade para comprar, 4 as vezes encontram para comprar e 4 nunca acham para comprar calçados.

Gráfico 6 – Facilidade de comprar calçados.

As participantes que nunca encontram calçados para comprar relatam que utilizam órtese e isto, agrava o fato, pois a órtese exige que elas encotrem calçados com a numeração diferenciada para cada pé. As participantes que as veses tem facilidade para comprar calçado, são as que encontram calçados masculinos, que são de numeração maior e com

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vai ate a loja alguem compra para voce outros ( fabricação exclusiva)

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Sempre As vezes Nunca

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facilidade de colocar e tirar do pé, e a participante que tem facilidade para comprar é a que tem fábrica de calçado.

O Gráfico 7 mostra a frequência que as participantes compram calçados. Do total de participantes, 3 compram um par de calçado a cada seis meses e 6 compram um par de calçado por ano.

Gráfico 7 – Frequência de compra de calçado.

Observa-se que as participantes compram calçado no mínimo uma vez por ano. Ressalta-se que a maioria relata não comprar com mais frequência por falta de opção.

O Gráfico 8 apresenta qual das características são importantes no calçado para atingir a expectativas das participantes. De um total de 9 participantes 7 disseram que o modelo é importante, 7 a cor, 5 o solado, 3 o design, 8 moda.

Gráfico 8 – Características importantes em um calçado.

Para as participantes todas as características de moda do calçado são importantes. De acordo com Roncoletta (2008) é justamente neste território estético-simbólico que proporciona prazer e conforto, neste sentido a moda atua como linguagem social podendo através do design de calçados proporcionar maior inclusão social aos portadores de restrições físicas.

O Gráfico 9 mostra a possibilidade das participantes escolher o modelo no ato da compra, no total de participantes 1 sempre encontra o modelo e 8 nunca encontra o modelo.

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Mensalmente semestral Anual Mais de um ano

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Modelo Cor Solado Design Moda

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Gráfico 9 – Facilidade de encontra o modelo do gosto.

O Gráfico 10 mostra a possibilidade das participantes escolher o a cor no ato da compra, no total de participantes 1 sempre encontra a cor, 2 as vezes e 6 nunca encontra.

Gráfico 10 – Facilidade de encontrar a cor de calçado.

O Gráfico 11 mostra a possibilidade das participantes escolher o design no ato da compra, no total de participantes 1 sempre encontra o design e 8 nunca encontra.

Gráfico 11 – Facilidade de encontrar o design no calçado na compra.

O design de moda é por princípio um design de produtos voltado para a indústria do vestuário. Para Iida e Mühlenberg (2006:5) “o designer de moda utiliza-se intensamente dos fatores emocionais nas formulações de novos produtos”, portanto as funções estético- simbólicas nos artigos de moda são mais acentuadas que as qualidades técnico-funcionais.

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O Gráfico 12 mostra a possibilidade das participantes escolher a moda atual no ato da compra, no total de participantes, 2 as vezes encontram modelos da moda e 7 nunca encontram.

Gráfico 12 – Facilidade de encontrar calçado na moda atual.

O Gráfico 13 mostra a possibilidade das participantes encontrarem para comprar o tamanho certo para seus pés. No total de participantes, 3 as vezes encontram o tamanho certo e 6 nunca encontram.

Gráfico 13 – Facilidade de encontrar o tamanho.

O Gráfico 14 mostra a possibilidade das participantes achar calçados confortáveis para comprar, no total de participantes, 1 sempre acha para comprar calçados confortáveis 3 as vezes encontram e 4 nunca encontram.

Gráfico 14 – Facilidade de encontrar calçados confortáveis.

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O Gráfico 15 mostra se os calçados para pessoas portadoras de necessidades físicas precisam ser melhorados. Do total de participantes 8 disseram que os calçados precisam melhorar completamente e 1 disse que não precisa melhorar.

Gráfico 15 – Precisa melhorar os calçados para pessoas portadoras de necessidades físicas.

É possível inferir, de acordo com os Gráficos 9, 10, 11, 12, 13,14 e 15 que o mercado não está pronto para atender esta população e que há muito o ser feito em produtos inclusivos na área de calçados.

A última questão foi uma pergunta aberta sobre quais características deveriam melhorar na oferta de calçados. Na opinião dos pesquisados, deveria ter fábricas e lojas que fabricassem e vendessem calçados para pessoas com necessidades especiais, cada modelo fabricado para cada tipo de pé, que são bem fora de padrão. As participantes mostraram-se indignadas pela cidade natal ser a capital do calçado feminino e não conseguirem comprar calçados. De acordo com Norman (2000 apud Roncheneta, 2008) é importante relembrar que os produtos de Moda utilizam-se dos fatores emocionais intensamente, estes por sua vez são associados à estética. O prazer físico, para Jordan é derivado da relação do objeto com os órgãos sensoriais. Por exemplo, a textura de um objeto, o cheiro de um carro novo.

No calçado, os componentes materiais são responsáveis por este tipo de prazer.

Conclusões

Através da análise sobre acessibilidade a compra de calçados em hemiplégicas verificou-se que a maioria não têm facilidade para adquirir os calçados desejáveis e as participantes que conseguem comprar, encontram calçados muitas vezes masculinos e sem as características que almejam. Foi possível perceber, que as participantes consideram diversos aspectos relacionados a moda, mas não encontram opções. Conforme IBGE 2010 existem 1.625.654 mulheres portadoras de deficiência motora só no estado de São Paulo, portanto, o investimento no setor de calçados para pessoas com deficiência física seria lucrativo. Visto, e comunmente aceito pelo senso comum, que mulheres consomem mais que homens.

Assim sendo, mulheres com hemiplegia não consomem por falta de opções no mercado.

Referências

BOBATH, K. Uma base neurofisiológica para o tratamento da paralisia cerebral. 2ª ed.

São Paulo: Manole; 1984.

BOBATH, B. Hemiplegia no adulto: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 1990.

CASTILHO, K.; MARTINS,M. Discursos da Moda: semiótica, design e corpo. Cap. 1. A comunicação de moda por meio do design. Ed. Anhembi Morumbi, São Paulo, 2005.

CAILLIET, R. O Ombro na hemiplegia. São Paulo: Manole, 1981.

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Precisa melhorar

completamente Precisa melhorar pouco Não precisa Melhorar

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DUNCAN, P.W. Stroke Disability. Physical Therapy, Alexandria, v. 74, n. 5, p. 399-407, 1994.

MAFFEI, S.T.A. O Produto de moda para o portador de deficiência física: Análise de desconforto.(Dissertação) Programa de Pós Graduação em Design. Unesp, Bauru, 2010.

NETO, A.R. Pessoa com deficiência, necessidades especiais e processo - apontamentos acerca dos mecanismos de igualdade e o projeto de novo código de processo civil. disponível em:< http://por-leitores.jusbrasil.com.br/noticias/3154136/pessoa- com-deficiencia-necessidades-especiais-e-processo> acessado em 10/04/2013.

O'SULLIVAN, S. B., SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2. ed. São Paulo: Manole, 1993.

RONCOLETTA, M.R. Aspectos do conforto e prazer no design de calçados para mulheres portadoras de restrições físicas. IN: IV Colóquio de Moda, FEEVALE –Novo Hamburgo, 2008.

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