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BOLETIM

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ê 3 Z

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

ILêí N.* 1.1M — 1950, ut. U, « V )

E L E I T O R A L

A N O X X V I I | B R A S Í L I A , J U N H O D E 1978 N.° 323

Presidente:

Ministro Rodrigues de Alckmin Vice-Presidente:

Ministro L e i t ã o de Abreu Ministros:

Cordeiro Guerra D é c i o Miranda J o s é N é r i d a Silveira J o s é Boselli

Firmino Ferreira Paz Procurador- Geral:

Prof. Henrique Fonseca de A r a ú j o S e c r e t á r i o do T r i b u n a l :

Geraldo da Costa Manso

T R I B U N A L S U P E R I O R E L E I T O R A L

J u r i s p r u d ê n c i a

Secretaria

L E G I S L A Ç Ã O

N o t i c i á r i o

Í N D I C E

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

J U R I S P R U D Ê N C I A

ACÓRDÃO N . ° 6.292

Recurso n . ° 4.851 — Classe I V — Agravo — Amazonas ( M a u é s )

Agravo provido para que seja processado o recurso especial.

Vistos, etc.

Acordam os Ministros do T r i b u n a l Superior E l e i - toral, d a r provimento ao agravo de instrumento, con- t r a os votos dos Senhores Ministros Relator e C o r - deiro Guerra, n a conformidade das notas t a q u i g r à f i - cas em apenso, que ficam fazendo parte integrante da d e c i s ã o .

S a l a das Sessões do T r i b u n a l Superior Eleitoral.

Brasília, 19 de abril de 1977. — Rodrigues de Alckmin, Presidente. — Leitão de Abreu, Relator de- signado. — Henrique Fonseca de Araújo, P r o c u r a - d o r - G e r a l E l e i t o r a l .

Publicado no D . J . de 30.6.78.

BKLATORIO

O Senhor Ministro Firmino Ferreira Paz (Rela- tor) — Carlos J o s é Esteves, candidato a Prefeito M u - n i c i p a l de M a u é s , Estado do Amazonas, manifestou o presente recurso de Agravo de Instrumento c o n t r á r i o

• despacho do Exmo. Sr. Desembargador Presidente

do Egrégio T r i b u n a l Regional Eleitoral daquele E s - tado, por que lhe negara recebimento de recurso es- pecial interposto de julgamento de outro agravo de instrumento reformativo, este, de decisão de p r i m e i - ra i n s t â n c i a que negara provimento à i m p u g n a ç ã o formulada por Carolino Dias dos Santos à candidatu- ra do ora agravante Carlos J o s é Esteves ao cargo de Prefeito M u n i c i p a l de M a u é s .

O respeitável despacho agravado é concebido nos termos seguintes, verbis: (fls. 20/21. L e r ) .

Perante este Colendo T r i b u n a l Superior Eleito- ral, emitiu parecer a douta Procuradoi i a - G e r a l E l e i - toral, em que o ilustre Procurador V a l i m Teixeira, com a a p r o v a ç ã o do eminente Professor Henrique Fonseca de Araújo, pronunciou-se assim, verbis: (fls.

364/366. L e r ) .

Após o parecer d a douta Procuradoria-Geral Eleitoral, apresentou-me memorial o agravante C a r - los J o s é Esteves, por seu ilustre advogado, em que acresce ao agravo de instrumento as seguintes alega- ções, no principal e em resumo: o) que ao ilustre Presidente do Egrégio T r i b u n a l Regional Eleitoral, nos termos d a L e i Complementar n» 5, de 29 de abril de 1970, faltam poderes de resolver, in limine, a a d - missão ou i n a d m i s s ã o do recurso especial a este C o - lendo T r i b u n a l Superior Eleitoral; donde, pois, sua i n validade j u r í d i c a ; b) fosse válido o despacho agra- vado, mero ato administrativo processual, n ã o en- frentara ele todos os fundamentos do recurso espe- c i a l ; c) o a c ó r d ã o especialmente recorrido é nulo, por haver cerceado a defesa do agravante, julgando.

3

B I B L I O T E C

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28S B O L E T I M E L E I T O R A L N * 323 Junho de 1973 desde logo, o recurso o r d i n á r i o agravado, porque nao

abrira oportunidade ao ora agravante de contra-ra- z o á - l o . Outras alegações formuladas no referido me- morial constam do presente agravo de instrumento.

É bem lembrar, todavia, que essas quatro alega- ções do agravante n ã o foram objeto do presente agravo de instrumento sub judice.

É o r e l a t ó r i o .

VOTO

Inicialmente, considero juridicamente impossível apreciar m a t é r i a posta e m memorial das partes l i t i - gantes, que, previamente, n ã o constitui:a objeto, seja do recurso especial, seja do próprio agravo de i n s t r u - mento a ser julgado. Importaria em reabarir prazo de novas alegações, sem audiência da parte c o n t r á r i a , e à m í n g u a de poder jurídico para tanto. Importaria, a l é m disso, em admitir a l t e r a ç ã o , por acréscimo, dos fundamentos do especial recurso ou do agravo de ins- trumento, com plena subversão d a ordem j u r í d i c a processual.

Dessas razões, data venia, n ã o posso apreciar ou Julgar m a t é r i a estranha ao objeto de recursos m a n i - festados nos autos.

Cumpre acentuar que o recurso especial, de se- guimento indeferido pelo respeitável despacho agra- vado, fundou-se no artigo 276, I, o), do Código E l e i - toral, por entender o recorrente que o respeitável a c ó r d ã o recorrido fora proferido contra as expressas disposições do artigo 276, I, 5 1», do Código Eleitoral, artigo 10 d a L e i Complementar n? 5, de 29 de a b r i l de 1970, e artigo 45 d a Resolução n? 10.049, de 19 de julho de 1976. (*) E m todos esses dispositivos legais s ã o previstos prazos a interposição de recursos.

Essa, portanto, limitada, a m a t é r i a objeto do re- curso especial do agravante Carlos J o s é Esteves.

A vista do relatório, que o vimos, tem-se, de p o n - to nuclear da controvéérsia posta nos autos, o saber se a s e n t e n ç a que julgara improcedente a impugna- ç ã o à candidatura do agravante Carlos J o s é Esteves, proferida n a Zona Eleitoral de Parintins, posto per- tencesse, originariamente, o processa eleitoral à 5*

Zona, sediada em M a u é s , domicilio eleitoral do i m - pugnante, podia, ou n ã o podia ser publicada, p a r a efeito ou de t r â n s i t o em julgado, no Juízo Eleitoral de P a r i n t i n s , 4a Z o n a .

A respeito, decidiu o venerando acórdão especial- mente recorrido, resumidamente, que se vê d a res- pectiva ementa, verbis:

"Agravo de Instrumento. Cabível para re-, formar despacho do Juiz Eleitoral que denegou o recurso. Registro de candidato. S e n t e n ç a prolatada em J u í z o diverso d a Zona de inscrl- (*) In B E . n ' 300/582.

ção do candidato. Prazo para recurso. Deve ser contado a partir d a a p r e s e n t a ç ã o d a sen- t e n ç a no C a r t ó r i o onde foi requerido o regis- t r o " (Ementa, f l s . 317).

O prazo de recurso, nos termos do respeitável aresto recorrido, era de ser contado do reingresso dos autos no C a r t ó r i o d a 5* Zona Eleitoral de M a u é s ; n ã o p o r é m , d a 4' Zona Parintins, muito distante do car- tório perante o qual foi feita a i m p u g n a ç ã o à candi- datura do agora agravante Carlos José Esteves.

fi bem sinalar que, por via telegráfica, o agrava- do Carolino Dias dos Santos, ao ter notícia da deci- s ã o indeferitória d a i m p u g n a ç ã o que formulara, i n - te-pusera o respectivo recurso ao Tribunal Regional E l e i t o r a l . O telegrama recursal fora expedido aos 4 de outubro, e recebido aos 6 de outubro de 1976.

# « . « .E n t e n d e ° ,a?ravante Q"e, assim sendo, fora re- ferido recurso_ interposto a destempo, contado o p r a -

d e v° l u ç a o dos autos, pelo D r . J u i z Eleitoral; ao c a r t ó r i o eleitoral de Parintins, 4» Z o n a . Assim, po- S^ ' ^ ™ -Io lV l m?s n â 0 e n l* n d e u o venerando a c ó r - d ã o especialmente recorrido.

Acerca do prazo em pedido de registro de candi- datos, dispõe a L e i Complementar n? 5, de 29 de abril de 1970, verbis:

" A r t . 10. Nos pedidos de registro de can- didatos a eleições municipais, o Juiz Eleitoral correr desse momento o prazo de 3 (três) dias dias após a conclusão dos autos, passando a correr desse momento o prazo de Ztrés) dias para a interposição do recurso para o Tribunal Regional E l e i t o r a l " .

Significa que, concedido ou denegado o registro, por qualquer causa, a apresentação da sentença em cartório, concessiva ou denegatória do pedido, marca- r á o inicio do prazo recursal.

No mesmo sentido, dispôs a Resolução tí> 10.049, de 19 de julho de 1976, verbis:

" A r t . 45. O J u i z apresentará a sentença em cartório t r ê s dias após a data em que os a u - tos lhe foram conclusos e a partir desse mo- mento passará a correr o prazo de três dias p a - r a a interposição de recurso para o Tribunal Regional E l e i t o r a l " .

Entende o agravante que esse cartório é o do Juiz Eleitoral de Parintins; que é o de Maués, 5* Zona, entenderam o venerando acórdão especialmente re- corrido e o agravado Carolino Dias dos Santos.

Busquemos, a seguir, no sistema jurídico eleito- r a l , à luz do direito objetivo, elemento indicativo de qual seja o cartório em que se processa a publicação, no caso, d a s e n t e n ç a indeferitória do pedido feito n a i m p u g n a ç ã o d a candidatura em referência.

A substituição de J u i z por outro, ou de Escrivão por outro, d á - s e com a vlnculação do substituto ao lugar onde h á de exercer as respectivas funções.

No caso, a substituição, por ato desiemativo do Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amazonas, foi, apenas, tão-só, do D r . Juiz Eleitoral.

C o m efeito, dispõe o Código Eleitoral, verbis:

" A r t . 34. Os juizes despacharão todos os dias na sede da sua zona eleitoral".

Parece-me evidente, ante os termos da lei, ainda que substituto, era dever do D r . Juiz, quando menos, se n ã o se fizesse presente à sede da sua zona eleito- r a l , dar a conhecer às partes interessadas os seus despachos no cartório d a sede d a zona em que deve- ria despachar.

Ao dever de prestar atos judiciais n a sede d a zo- n a eleitoral corresponde, necessariamente, o direito subjetivo das partes interessadas a que a prestação de tais atos seja feita, t a m b é m , na sede da zona elei- toral. Dessa sorte, via de lógica e jurídica conse- qüência, a p r e s t a ç ã o de atos judiciais fora da sede da zona n ã o produz efeito jurídico vinculativo das partes ao ato judicial, a t é que ele passe a ser conhe- cido na sede d a zona eleitoral, onde a i , e só ai, se opera esse efeito jurídico vinculativo.

O lugar do despacho judicial — a sede da Zona Eleitoral —, que na regra j u r í d i c a se prevê, é ele- mento do fato jurídico de que predita vincuuação e demais efeitos jurídicos exsurgem para as partes f i - gurantes n a relação j u r í d i c a processual. Ê nele, lpualmente, que se d á a publicação do ato judicial, e, só a partir da entrada do ato em cartório, efica- se o jurídico poder, sendo o caso, de interposição de recursos.

A meu ver, portanto, n a espécie sob julgamento, antes do ingresso ou reingresso dos autos de impug- n a ç ã o da candidatura do agravante em c a r t ó r i o da 5a Zona Eleitoral, n ã o se havia Iniciado o prazo de recurso do agravado Carolino Dias dos Santos.

Objeta o agravante, verbis:

"Alegar como alegou o agravado, e foi sur- preendentemente aceito pelo Egrégio Tribunal Regional Eleitoral, que a s e n t e n ç a teria que ser apresentada n ã o no cartório do Juízo da 4*

Zona Eleitoral — Parintins, mas sim no car-

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J u n h o de 1978 B O L E T I M E L E I T O R A L N» 323 287

OU:

tório do Juízo d a 5» Zona Eleitoral — Maués, eqüivale contundir os atos foiense de prorroga- ção ou a m p l i a ç ã o de competência e jurisdição, com o de remoção situações exdruxulas, por- que como bem decidiu o Tribunal de Justiça, da Guanabara ( . . . ) :

" O juiz, em virtude de remoção, per- de o exercício da função judicante n a co- marca em que servia, sendo n u l a a senten- ç a que lavra após a assunção do poder j u - risdicional nac omarca p a i a a qual foi re-

movido" (fls. 9/10 dos autos).

N ã o se operou, n a espécie, prorrogação ou am- pliação de competência, por força dessa substituição oriunda de força maior (doença do magistrado).

Note-se que, no caso sob julgamento, o D r . J u i z Eleitoral de Parintins, 4* Zona Eleitoral, decidindo a impugnação do ora agravado, fê-lo n a qualidade de substituto do D r . Juiz Eleitoral da 5° Zona, que adoecera e n ã o pudera pronunciar-se nos autos. Sen- do substituto, pondo-se no lugar do substituído, p a - rece-me claro que sentenciou n a qualidade de J u i z Eleitoral da 5' Zona; n ã o , evidentemente, da 4* Zona Eleitoral de P a r i n t i n s .

Não h á por que falar-se em prorrogações de com- petência, seja voluntária, seja legal. T a l n ã o ocor- reu.

A substituição de u m Juiz por outro, firmada a competência do J u i z substituído, n ã o elide, n ã o apa- ga, n ã o afasta o principio da perpetuação da juris- dição.

Ensina o eminente Moacyr A m a r a l Santos, ver-

" F i r a i a d a a competência de u m juiz, ela perduraa t é final d a demanda. £ a isso que se chama perpetuação da jurisdição — perpetua-

tio iurisdictionis. O juiz competente para co- nhecer e decidir de uma ação c o n t í n u a compe- tente a t é que se esgote a sua função jurisdl- cional com a decisão da causa, ou com a exe- cução da s e n t e n ç a " . (Primeiras Linhas de Di- reito Processual Civil, I, 229, tí> 217, ed. 1977).

O ato designativo do D r . J u i z Eleitoral de P a - rintins pelo Egrégio Tribunal Regional n ã o alterou a competência em razão da m a t é r i a ou da hierarquia, o que seria, a todas as luzes, gritante absurdo.

Dessas razões, n ã o se podia e n ã o se pode a t r i - buir ao ato^indeferltório d a i m p u g n a ç ã o do agravado o ser exercício de poder jurisdiclonal do D r . Juiz Eleitoral de Parintins, dada a intransferibllidade d a competência do D r . J u i z Eleitoral de M a u é s .

E m quanto ao m é r i t o do recurso especial, n ã o pode ele ser apreciado, se n ã o conhecido o agravo de instrumento, sendo incensurável, que o é, de seus fundamentos, a respeitável decisão especialmente re- corrida.

Nego provimento ao agravo, Ê o meu voto.

(O Senhor Ministro Cordeiro Guerra votou com o M i n . R e l a t o r ) .

(vencidos)

O Senhor Ministro Leitão de Abreu — Senhor Presidente, dou provimento ao agravo para que seja examinado o recurso diante da violação do artigo 14.

p a r á g r a f o único, da L e i Complementar n» 5

• • •

O Senhor Ministro Dedo Miranda — Senhor Z^Siente, t a m b é m dou provimento ao agravo para mandar subir 0 recurso, mas em termos mais a m -

Re^ní^Lfíf^^ P0 1 at o d 0 T r i b u n a l

« e g i o n a l Eleitoral, designado para responder pela 5»

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P O n d e i l t e B Maués- N â 0 fie trata pote, a meu ver, de u m a s u b s t i t u i ç ã o , o J u í z o Eleitoral de

M a u é s , a partir deste momento, instalou-se n a sede do Juízo. Eleitoral de P a r i n t i n s . Se se tratasse de uma substituição natural, a u t o m á t i c a , prevista uma na l e i , dir-se-ia que t a l s i t u a ç ã o n ã o se teria con- cretizado.

Tenho que, nessas condições, a s e n t e n ç a deste J u i z é publicada no c a r t ó r i o onde tem sede o seu J u í z o . N ã o se pode lecusar esta assserção, em se t r a - tando de processo eleitoral, em que h á instantanei- dade do início do prazo de recurso com o momento de prolação da s e n t e n ç a . E n t ã o , proferida a senten- ça, foi ela publicada no Juízo de Parintins e a í a p a r - te devia opor o recurso cabível.

Seria impraticável a constante ida e volta do processo, entre as duas Comarcas. O Juiz proferiu decisão em Parintins, voltaria o processo a M a u é s para eventual recurso, voltaria a Parintins para f a - zer subir o recurso. Parece-me impossível este regi- me no processo eleitoral.

Demais, tratando-se de uma designação oficial e pública, como disse, e n ã o de uma substituição auto- maticamente prevista em l e i , dela estariam, necessa- riamente, cientes as partes interessadas do ato pro- cessual eleitoral. Conhecendo a instantaneidade dos recursos no Juízo onde se deveria proferir a senten- ça, teriam que estar preparadas para a l i interpor o recurso.

O fato de se tratar de candidato de outro m u n i - cípio, isto é, de eleição em outro município que n ã o aquele em cuja sede se proferiu a decisão, parece-me irrelevante, porque o mesmo ocorre quando o m u n i - cípio n ã o é sede de comarca. Os interessados dos municípios que n ã o s ã o sede de comarca acompa- n h a m no da sede d a comarca a prolação d a senten- ça, independentemente de p u b l i c a ç ã o .

Assim, no município que deixou de ser sede do Juízo Eleitoral para determinado feito, as partes t ê m de acompanhar o processo no Juízo onde se profere a decisão, Juízoe ssea ntecipadamente designado.

A ida desses autos ao cartório d a sede da Zona Eleitoral somente seria necessária para atos n ã o - j u - diciais, n ã o para o curso do processo. P a r a atos a d - ministrativos — ai, sim, admito —, eventualmente, transitada em julgado a decisão do Juiz, haveria ne- cessidade de se enviarem os autos ppara que o escri- vão do Juízo Eleitoral originário tomasse p r o v i d ê n - cias a respeito das a n o t a ç õ e s cabíveis.

Por essas razões, dou provimento ao agravo, e o faço em extensão maior porque, se o agravo é proce- dente nos termos que estou enunciando, intempestivo realmente era o recurso oposto muitos dias após o decurso do prazo no outro Juízo, e consequentemen- te, n ã o podia o Tribunal recorrido — o T R E do A m a - bonas — dele conhecer sob o pressuposto de se t r a - tar de recurso tempestivo.

Dou provimento ao agravo.

O Senhor Ministro Presidente em Exercido, Ro- drigues de Alckmin — E u queria pedir licença para uma observação ao Senhor Ministro Déclo M i r a n d a .

E s t á em julgamento u m agravo de instrumento.

Esse agravo de Instrumento provido ensejará, ou o processamento do recurso especial ou a apreciar-se o m é r i t o do recurso especial para ai, dizer se o a c ó r d ã o decidiu m a l a questão. E n t ã o , parece-me que, no m o - mento, seria de discutir o provimento do agravo ape- nas,p ara, se for provido, depois decida a T u r m a se examina desde logo o méritoo u se manda processar recurso especial.

O Senhor Ministre^ Décio Miranda — Senhor Presidente, sim, acolho a sugestão de V . E x a . , para facilitar o julgamento e "ad cautelam". Porque, n a realidade, o meu fundamento bastaria para resolver desde logo o recurso denegado.

O Senhor Ministro Presidente em Exercício, Ro- drigues de Alckmin — No momento, anoto o voto de V . E x a . apenas, como dando provimento ao agravo.

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288 B O L E T I M E L E I T O R A L N» 323 Junho de 1978 A G R A V O

O Sr. Ministre* José Néri da Silveira: — Senhor Presidente. Estou em que, no presente caso, incide a n o r m a do artigo 14, p a i á g r a f o único, da L e i Comple- mentar n? 5, de 29.4.1970, que, dispondo a propósito do processamento do recurso especial em m a t é i i a de inelegibilidade de candidatos, reza:

" P a r á g r a f o ú n i c o . Apresentadas as contra- razões, ou decorrido o prazo sem elas, s e r ã o os autos remetidos, no d i a seguinte, ao T r i b u n a l Superior E l e i t o r a l . "

Trata-se de regra específica, no que concerne ao recurso especial, em m a t é r i a de inelegibilidade, diver- sa, sem d ú v i d a , d a disciplina desse mesmo recurso constante do artigo 278, e parágrafos, do Código E l e i - toral, onde, explicitamente, se admite possa o Presi- dente do T r i b u n a l pronunciar-se acerca do cabimen- to e admissibilidade do recurso especial.

Assim, o artigo 278 estabelece:

" A r t . 278. Interposto recurso especial c o n - t r a decisão do T r i b u n a l Regional, a p e t i ç ã o se- rá juntada nas 48 (quarenta e oito horas) se- guintes e os autos conclusos ao Presidente den- tro de 24 (vinte e quatro) horas.

<S iv O Presidente, dentro em 48 (quarenta e oito) horas do recebimento dos autos conclu- sos, p r o f e r i r á despacho fundamentado, a d m i - tindo o u n ã o o recurso.

4 2? Admitindo o recurso, s e r á aberta vista dos autos ao recorrido para que, no mesmo p r a - zo, apresente as suas r a z õ e s .

'§ 3? E m seguida serão cs autos conclusos ao Presidente, que m a n d a r á remetê-los ao T r i - bunal S u p e r i o r . "

Parece, nessa m a t é r i a , n ã o poderia, efetivamente, o ilustre Presidente do T R E ter exarado o despacho ora agravado, em que examinou, t a l qual o faria, à vista do disposto no artigo 278, do Código Eleitoral, d a admissibilidade, ou n ã o , do recurso especial, t a n - to que S . E x a . enfrentou aspecto de mérito, que se pode dizer o aspecto fundamental d a controvérsia, decidida pelo T r i b u n a l Regional, com base n o artigo 10, da L e i Complementar n? 5, e, por entender que a decisão regional guardava conformidade com a n o r m a em foco, i n a d m i t i u o apelo, negando, em c o n - seqüência, segulmento ao recurso.

Estou de inteiro acordo, pois, com o voto do emi- nente M i n i s t r o Leitão de Abreu, no sentido de pro- ver o agravo.

O Senhor Ministro Presidente, Rodrigues de Alckmin — Consulto os S r s . Ministros Leitão de Abreu, Décio M i r a n d a e Néri d a Silveira, se t a m b é m d ã o provimento para que seja processado o recurso especial ou se pretendem o exame do m é r i t o do re- curso.

O S r . M i n i s t r o Néri da Silveira — Quanto a m i m , Senhor Presidente, acho que o S r . M i n i s t r o Relator é quem poderia esclarecer ao T r i b u n a l se h á condições de j u l g a r .

O Senhor Ministro Presidente — E u me permito, e n t ã o , um esclarecimento. Parece que h á uma a'e- gação, aqui, de que esse artigo 14 n ã o teria sido ob- jeto do recurso especial. E n t ã o W . Exas. concor- d a m em prover apenas o agravo?

O Sr. Ministro Firmino Ferreira Paz — Senhor Presidente, concordo em prover só o agravo. Acho que, assim de plano, n ã o h á condições de ser julgado.

E X T R A T O D A A T A

— J ^ - J ?9 4:8 5 1 — Agravco — A M — R e i . M i n . F i r m i n o Ferreira P a z .

Agravante: Carlos J o s é Esteves. candidato eleito para o cargo de Prefeito pela A R E N A- n

Decisão: D e r a m provimento ao agravo de i n s t r u - mento, contra os votos dos Senhores Ministros R e l a - tor e Cordeiro G u e r r a .

Presidência do Ministro Rodrigues de Alckmin.

Presentes os Ministros: Cordeiro Guerra, Leitão de Abreu, Décio Miranda, Néri da Silveira, José Boseüi, Firmino Ferreira e o D r . Henrique Fonseca de Araú- jo, Procurador-Geral E l e i t o r a l .

(Sessão de 19-4-77).

P A R E C E R

1. Decidiu o Egrégio T r i b u n a l Regional Eleitoral do Estado do Amazonas:

"Agravo de Instrumento, c a b í v e l para re- formar despacho do J u i z Eleitoral que denegou o recurso. Registro de candidato. S e n t e n ç a (prolatada em J u í z a diverso da Zona de ins- crição do candidato. Prazo para o recurso. D e - ve ser contado a partir d a a p r e s e n t a ç ã o d a s e n t e n ç a no C a r t ó r i o onde foi requerido o re-

gistro" (fls. '317).

2. Inconformado, Carlos J o s é Esteves, candidato eleito ao cargo de Prefeito do Município de M a u é s pela Sublegenda d a A R E N A I I , manifestou recurso especial, com fulcro no artigo 276, letra a, do Código Eleitoral, sustentando que o julgado recorrido, assim decidindo, teria violado o artigo 10, d a L e i Comple- mentar n» 5/70 e dispositivos d a Resolução n ú m e r o

10.049, de 19 de julho de 1976, do T r i b u n a l Superior Eleitoral.

3. Inadmltido o apelo interposto, (fls. 20-21) i n - siste o agravante, reiterando os termos do recurso, alegando que o despacho agravado n ã o poderia sub- sistir, pois, o aresto impugnado, em síntese, dera pro- vimento a recurso manifestado serodiamente, quando j á se operara a coisa julgada, sendo certo, ademais, que a petição recursal n ã o conteria as razões do pe- dido de reforma do julgado, e subscrita, ainda, esta- ria por pessoa estranha ao feito, eis que n ã o porta- dor do instrumento de p r o c u r a ç ã o . '

4. Parece-nos, data venia, que razão n ã o assiste ao agravante. Esclaiece o respeitável despacho agra- vado que, por d e t e r m i n a ç ã o do T r i b u n a l Regional Eleitoral, o Juiz d a 4% Zona, Parintins, passou a res- ponder, t a m b é m , pela 5? Zona, em que figurava o m u n i c í p i o de Maués, por motivo de doença do seu t i - t u l a r . O magistrado, ao proferir a s e n t e n ç a que j u l - gou improcedente a i m p u g n a ç ã o formulada e deferiu o registro do candidato ora agravante, fê-lo em P a - rintins, onde t a m b é m deixou transitar em julgado a decisão, sem que os interessados pudessem opor qual- quer recurso e mtempo oportuno. A nosso ver, o acórdão impugnado deu adequada i n t e r p r e t a ç ã o a lei, n ã o ensejando recurso especial ( S ú m u l a 400 do Supremo T r i b u n a l Federal), ao considerar que, pro- ferida a s e n t e n ç a em Parintins, deveria a mesma ser apresentada no C a r t ó r i o de Maués, local onde foi o registro Impugnado, devendo correr d a í o prazo re- cursal. Ora, se o feito só foi remetido para aquela comarca no d i a 4 de outubro de 1976, tempestivo era, por sem dúvida, o recurso manifestado no d i a se- guinte. Quanto à afirmada ausência de fundamen- tos d a respectiva petição, ponderou o aresto impug- nado que se tratava de questão de ordem pública, s u - ficientemente esclarecida no agravo.

5. P o r ultimo, quanto à questão referente à f a l - t a de filiação p a r t i d á r i a no município em que con- correu a prefeito o candidato ora agravante, o acór- dão impugnado, ao c o n t r á r i o do que se sustenta, co- locou-se em harmonia com a t r a n q ü i l a j u r i s p r u d ê n - cia do Tribunal Superior Eleitoral, que exige do c a n - didato nas eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e V e - reador o requisito d a filiação no Diretório M u n i c i p a l da legenda pela qual concorre, n ã o servindo para afastar o óbice em q u e s t ã o a simples filiação p a r t i - d á r i a realizada em D i r e t ó r i o Regional do P a r t i d o .

(5)

Junho de 1978 B O L E T I M ELEITORAL N? 323 289 6. Somos, pelo exposto, pelo n ã o provimento do

presente ag.avo de instrumento.

Brasília, D P , em 10 de m a r ç o de 1977. — A. G.

Valim Teixeira, Procurador d a República, Asste.

Procurador-Geral Eleitoral.

De acordo: Henrique Fonseca de Araújo, P r o - curador-Geral Eleitoral.

ACÓRDÃO N . ° 6.413

Recurso n.° 4.960 — Classe IV — Agravo

— S ã o Paulo ( S e r t ã o z i n h o )

Inelegibilidade que, se existente, preexistla ao registro do candidato. Como, além disst»

não se trata de matéria constitucional, conji- gurada se acha a preclusão. Agravo não pro- vido.

Vistos, etc.

Acordam os Ministros do T r i b u n a l Superior E l e i - toral, por unanimidade de votos, em negar p r o v i - mento ao agravo, n a conformidade do voto do R e l a - tor, que fica fazendo parte integrante d a decisão.

S a l a das Sessões do Tribunal Superior Eleitoral.

B r a s ü i a , 25 de abril de 1978. — Rodrigues de Alckmin, Presidente. — Leitão de Abreu, Relator. — Henrique Fonseca de Arajjo, Procurador-Geral-Elei- t o r a l .

(Publicado no D . J . de 13.6.78).

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Leitão de Abreu (Relator): — A douta Procuradoria-Geral Eleitoral, em paiecer do Procurador V a l i m Teixeiia, aprovado pelo eminente Procurador - G e r a l Eleitoral, Professor Henrique F o n - seca de Araújo, expõe e aprecia o caso nestes termos:

" O Diretório Regional d a A R E N A do E s t a - do de S ã o Paulo, inconformado com o despa- cho que inadmitiu o recurso especial que m a n i - festara (fls. 40), agrava para o Colendo T r i - bunal Superior Eleitoial, sustentando que o acórdão impugnado (fls. 26/28) teria sido pro- ferido contra disposição expressa de lei, pois o candidato eleito ao cargo de Prefeito do m u n i - cípio de Sertãozinho seria inelegível, pois e s t á sendo processado por crime contra o p a t r i m ô - nio, tendo sido a d e n ú n c i a recebida pela auto- ridade j u d i c i á r i a competente.

"Parece-nos, data venia, que razão n ã o as- siste ao agravante. Resulta esclarecido, do

exame dos autos, que o ora agravante argüiu, n a oportunidade da diplomação do candidato eleito, que o mesmo incidia n a inelegibilidade prevista no artigo 1», inciso I, letra n, d a L e i Complementar m 5/70. Considerou, entretanto, o acórdão impugnado, que a circunstância era preexistente ao registro e, n ã o alegada nesse

ensejo, tornou-se preclusa, por n ã o se tratar de m a t é r i a constitucional. A nosso ver, o julgado impugnado, ao c o n t r á r i o do que se alega, deu adequada aplicação aos dispositivos legais a t l - nentes à espécie, n ã o ensejando o recurso es- pecial inadmitido.

"Opinamos, pelo exposto, pelo n ã o provi- mento do presente agravo de instrumento" (fls.

60/61).

Ê o r e l a t ó r i o .

VOTO

Ní*<t P ™ J, fÍn l s í r o L t A t S* 1e Abreu (Relator): _ Decisão unânime.

E X T R A T O D A A T A

R e c . n» 4.960 — Agravo — S P — R e i . M i n . L e i - t ã o de Abreu.

Agravante: Diretório Regional d a A R E N A do E s - tado de S ã o Paulo, por seu delegado e Diretório M u - nicipal do mesmo Partido, de S e r t ã o z i n h o .

Decisão: Negaram provimento ao agravo, por vo- t a ç ã o u n â n i m e .

P r e s i d ê n c i a do Ministro Rodrigues de Alckmin.

Presentes os Ministros Leitão de Abreu, Cordeiro Guerra, Décio Miranda, Néri da Silveira, José Boselli, Firmino Ferreira Paz e o D r . Henrique Fonseca de Araújo, Procurador-Geral Eleitoral.

(Sessão de 25-4-78).

ACÓRDÃO N . ° 6.414

Recurso n . ° 5.034 — Classe IV — Rio Grande do Sul (Porto Lucena)

Propaganda eleitoral. Crime eleitoral. Inu- tilizar, alterar ou perturbar meio de propagan- da devidamente empregado. Art. 331 do Códi- go Eleitoral. A proteção penal tanto se aplica ao cartaz já regularmente afixado nos quadro?

ou painéis reservados a este fim, em locais in- dicados pelas prefeituras municipais para uti- lização de todos os partidos, quanto aos que se destinem a essa a fixação. Nc\ caso dos autos, este fundamento, embora adequado, não é su- ficiente para o êxito do recurso especial, eis que o acórdão recorrido também afirmou ma- téria de fato, a incerteza sobre a autoria do ato, incriminado.

Vistos, etc.

Acordam os Ministros do T r i b u n a l Superior E l e i - toral, por unanimidade de votos, n ã o conhecer do re- curso, n a conformidade das notas taquigràficas em apcnso, que ficam fazendo parte integrante d a deci- s ã o .

S a l a das Sessões do T r i b u n a l Superior E l e i t o r a l . Brasília, 25 de abril de 1978. — Rodrigues de Alckmin, Presidente. — Décio Miranda, Relator. — Henrique Fonseca de Araújo, Procurador-Geral E l e i - t o r a l .

(Publicado no D . J . de 13.6.78).

RELATÓRIO

O Senhor Ministro Décio Miranda (Relator) — Denunciado como incurso nas penas do art. 331 do Código Eleitoral, por ter sido surpreendido quando seu automóvel portava u m cartaz com a efígie do Presidente da República e com as palavras "vote M D B " onde antes se achava impresso "Vote

A R E N A " , o que se obteve pela colagem da sipla par- t i d á r i a " M D B " sobre a sigla " A R E N A " , foi R e l l y de Vlieger absolvido por s e n t e n ç a do Juiz Eleitoral d a Comarca de Santo Cristo, no R i o Grande do S u l , por n ã o haver prova de que os cartazes daquela espécie tivessem sido anteriormente "colocado^ em p a i n é s ou em quadros e de l á foram retirados, modificados e alterados", (fls. 44).

Houve recurso do Ministério Público e o T r i b u n a l Regional Eleitoral confirmou a sentença, sendo que, dos cinco votos proferidos, alguns acrescentavam que a absolvição t a m b é m teria lugar pela ausência de prova de ter sido o acusado o autor d a colocação do cartaz em seu carro.

Dessa decisão, opõe a representante do Ministério Público recurso especial, fundado n a alínea " a " do art. 276 do Códiffo Eleitoral, sustentando ter deixa- do de aplicar, o T r i b u n a l Regional, os arts. 331 e 364 do mesmo Código e, bem assim, o art. 381, inciso m , do Código P r o c . P e n a l . Infrígido o primeiro, por de-

(6)

290 B O L E T I M ELEITORAL N» 323 Junho de 1978 satender o a c ó r d ã o à ttpicidade d a infração, o segun-

do, por n ã o se ter aplicado subsidiariamente o Código P r o c . Penal, e o terceiro por n ã o indicar adequa- mente o aresto os motivos de fato e de direito em que se funda a d e c i s ã o .

Relativamente a este ponto, declara a recorrente que a s e n t e n ç a confirmada reconhecera n ã o ter h a - vido, por parte do acusado, negativa de autoria, mas findara por decretar a absolvição com fundamento no art. 386, V I , do C P C , isto é, por falta de provas, com o que se tornara Imprestável e deveria ter sido anulada pelo a c ó r d ã o ora recorrido.

O que resta, pois, é a vontrovérsia sobre a t i p i f i - cação, e, neste ponto, n ã o h á dúvida que os cartazes protegidos pela n o r m a legal do art. 331 n ã o s ã o ape- nas os já afixados no lugar próprio (quadros ou p a i - n é i s reservados pelas prefeituras municipais), mas t a m b é m os destinados a essa afixação. (fls. 89/94).

A Procuradoria-Geral oficia pelo conhecimento e provimento do recurso, (fls. 102).

Ê o r e l a t ó r i o

VOTO

O Senhor Ministro Décio Miranda (Relator): — Violação do art. 364 do Código Eleitoral, c/c a do a r t . 381, I I I , do C ó d . P r o c . P e n a l n ã o houve no c a - so, eis que o defeito a t r i b u í d o à s e n t e n ç a pelo recur- so especial n ã o fora Invocado no recurso dela inter- posto.

Quanto à tipicidade da figura penal descrita no a r t . 331 do Código Eleitoral — se, em relação a car- tazes, diz respeito apenas aos j á afixados em lugar p r ó p r i o , ou t a m b é m aos destinados à afixação — igualmente n ã o deve prosperar o recurso.

Ê que, embora o a c ó r d ã o tenha negado a segunda tese, t a m b é m afirmou incerteza sobre a autoria, por- que o acusado se queixara anteriormente a u m a das testemunhas de ter sido colocado por adversários o cartaz em seu carro, e manifestou o propósito de le- v a r o assunto ao J u i z Eleitoral. Pelo menos t r ê s j u i - zes, dos cinco que votaram, admitiram dúvida sobre a autoria, ou pelo menos ausência de dolo.

Assim, a l é m de confirmar a s e n t e n ç a pela tese errnea, o a c ó - d ã o acrescentou outro fundamento à decisão a b s o l u t ó r i a , a incerteza sobre a autoria, f u n - damento este n ã o enfrentado no recurso e, de res- to, insuscetível de consideração n a i n s t â n c i a especial, por dizer respeito a m a t é r i a de fato.

Isto posto, n ã o conheço do recurso.

Decisão unânime.

E X T R A T O D A A T A

R e c . n? 5.034 — R S — R e i . M i n . Décio M i r a n d a . Recorrente: Procuradoria Regional Eleitoral.

D e c i s ã o : N ã o conheceram do recurso, por votação u n â n i m e .

P r e s i d ê n c i a do Ministro Rodrigues de Alckmin.

Presentes os Ministros Leitão de Abreu, Cordeiro Guerra, Décio Miranda, Néri da Silveira, José Boselli, Firmino Ferreira Paz e o D r . Henrique Fonseca de Araújo, Procurador-Geral Eleitoral.

(Sessão de 25.4.78).

A C Ó R D Ã O N . ° 6.415

Recurso n . ° 4.973 — Classe IV — Agravo Minas Gerais (Monte Belo)

— Todos sabemos que o recurso especial não comporta reexame de fatos. Nesse pouco, são soberanos os Tribunais Regionais. Assim, os princípios e a jurisprudência.

— A interpretação do art. 272 do Código Eleitoral, tem-se que, antes da sessão do julga- mento e de feito o relatório da causa, nenhuma das partes figurantes na relação jurídica pro- cessual é titular do jurídico poder de susten- tar, oralmente, as conclusões Que tiver. Só ao curso da sessão e após o relatório, nasce esse poder jurídico. E só depois do exercício desse poder, pedindo a palavra, é que exsurge o di- reito subjetivo ao ato prestacional de concessão da palavra, porá a sustentaçãço oral.

Negado provimento ao agravo.

Vistos, etc.

Acordam os Ministros d T r i b u n a l Superior E l e i - toral, por unanimidade de votos, negar provimento ao agravo, n a conformidade das notos taquigràficas em a penso, que ficam fazendo parte integrante da decisão.

Sala das Sessões do T r i b u n a l Superior Eleitoral.

Brasília, 25 de a b r i l de 1978. — Rodrigues de Alckmin, Presidente. — Firmino Ferreiro Paz, R e - lator. — Henrique Fonseca de Araújo, P r o c . - G e r a l Eleitoral.

(Publ. no D . J . de 28-6-78).

RELATÓRIO

O Senhor Ministro Firmino Ferreira Paz (Rela- t o r ) : Juscelino Bonelli Maciel, candidato a Prefeito Municipal de Monte Belo, Estado de Minas Gerais, pela Sublegenda I , da Alianço Renovadora Nacional, a p ó s i m p u g n a ç ã o repelida pelo D r . J u i z Eleitoral da Zona Eleitoral respectiva, recorreu dos atos de diplomação dos candidatos eleitos, pelo fundamento ú n i c o de que o pleito fora viciado por abuso de poder econômico, inclusive durante a campanha eleitoral.

2. Fora regularmente processado o recurso con- t r á r i o à d p l o m a ç ã o em r e f e r ê n c i a .

3. A o julgamento do recurso de idplomação, o Egrégio Tribunal Regional Eleitoral de Minas G e - rais conheceu do recurso â unanimidade, mas lhe negou provimento, nos termos do voto do ilustre Relator, porque, no esssencial, verbis:

" ( . . . ) n a realidade, o recorrente não trouxe pora os autos nenhuma prova do que alega, p a r a se dar como v á l i d a a i m p u g n a ç ã o à d i p l o . m a ç ã o " (Voto, f l s . 6. G r i f a m o s ) .

4. H á , n o i autos, notícia de que o ora agravante Juscelino Boneli Maciel interpusera recurso especial, à base do previsto no art. 276, I , a), do Código E l e i - torol (Despacho, a f l s . 11).

5. Esse recurso especial fora, todavia, inadmitido pelo respeitável despacho do eminente Desembarga- dor Presidente do Egrégio T r i b u n a l Regional Eleitoral, porque, d i - l o o despacho inadmitente do especial apelo, fofa negado provimento ao recurso de diplo- m a ç ã o , verbis:

" ( . . . ) diante do inexistência nos autos, de qualquer prova idônea capaz de invalidar a diplomação (Despacho, f l s . 11. G r i f a m o s ) . Notícia, ainda, o despacho inadmitente do re- curso especial (cujo traslado n ã o se ocha nos autos), que o recorrente argulu, t a m b é m , lhe ter sido cer- ceada a defesa, porque, em Segunda I n s t â n c i a , " n ã o p ô d e fazer a s u s t e n t a ç ã o oral prevista no p a r á g r a f o único do a r t . 272, do Código Eleitoral, o p ° s a r de seu advogado achar-se regularmente inscrito para fazê-la e precente n a sessão de julgamento" (Despa- cho, fls. 11).

Mas, esclarece o eminente prolator do respeitável despacho referido, ceróis:

"Conforme se colhe da c e r t i d ã o de f l s . oferecida pelo próD io reco-rente, por u m lapso n ã o foi dada a palavra ao seu advogado. Este.

por sua vez, t a m b é m n ã o protestou para falar,

(7)

J u n h o de 1978 B O L E T I M E L E I T O R A L N ' 323 291 pela ordem, n e m antes, muito menos dep

que o advogado dos recorriaos fizero sua s u - t e n t a ç ã o .

Somente após o voto do E x m o . Juiz R e - visor é que fez sua r e c l a m a ç ã o que, àquela aitura do julgamento, n ã o poderia ser acolhid pelo p l e n á r i o " (fls. 11).

E concluiu, verbis:

"Não pode, agora, beneficiar-se de u m a nulidade a que, de certo forma, deu causa"

(fls. 12).

6. Desse despacho, o recorrente Juscelino Bonelli Maciel interpôs, para este Colendo Tribunal Superior Eleitoral o presente agravo de instrumento A/IS 2/4).

Na petição do agravo de instrumento, o agra- vante se limitou a alegar que: a) foro-lhe cerceada a defesa, ao julgamento do recurso o r d i n á r i o , e o), teria m a t é r i a nova capaz d ecomprovar a d e n ú n c i a de abuso de poder. E s ó .

7. Perante esto Superior Corte Eleitoral, emitiu vado pelo eminente Procurador V a l i m Teixeira, apro- vado pelo eminente Procurador-Geral Eleitoral, P r o - fessor D r . Henrique Fonseca de Araújo, n o sentido de n ã o ser provido o recurso de agravo (fls. 20).

£ o r e l a t ó r i o .

VOTO

IO Senhor Ministro Firmino Ferreiro Paz (Rela- tor): O venerando a c ó r d ã o especialmente recorrido, à falta de provas do alegado abuso de poder eco- nômico, à realização do pleito elentoral no município de Monte Belo, negara proviment ao recurso de di- plomação dos candidatos eleitos.

Assim, pois, o respeitável aresto recorrido apenos examinara matéria üe fato. Nenhuma tese, à inter- p r e t a ç ã o de l e i , c o n s t i t u í r a - l h e objeto. Dissera, t ã o - só, que o ora agravante nenhuma prova de abuso de poder econômico carreora aos autos do recurso de d i p l o m a ç ã o . D a í , pois, o improvimento do re- curso o r d i n á r i o de d i p l o m a ç ã o .

2. Todo? sabemos que o recurso especial n ã o comporta reexame de fatos. Neste pouco, são sobe- ranos os Tribunais Regionais Eleitorais. Assim, os princípios e a j u r i s p r u d ê n c i a .

Dessas razoes, tenho de bem negado o seguimento ao recurso especial.

3. Enquanto à alegada p r e t e r i ç ã o do poder de defesa, ao ensejo do julgamento do recurso o r d i - n á r i o de diplomação, í a ç o as considerações que se seguem.

C o m efeito, dispõe o Código Eleitoral, verbis:

" A r t . 272. N a sessão do julgamento, uma vez feito o relatório pelo relator, cada u m a dos partes poderá, no prazo improrrogável de dez minutos, sustentar oralmente as suas conclusões."

A leitura desse dispositivo legal, tem-se que constituem Jato juridtco: a) haver sessão de julga- mento e b) ser feito o relatório. Desse fato jurídico

— a) e b) —, nosce a cada uma das partes o poder jurídico de sustentar oralmente, as suas conclusões.

Considere-se que. no tempo, esse poder de sus- tentar, oralmente, as conclusões das partes, n ã o se pode irradiar do aludido jato mríaico s e n ã o ao mo- mento d a sessão de julgamento e depois de feito o relatório. Significa, logicamente, que ontes d a sessão e do relatório, nenhuma das partes figurantes n a

r e l a ç ã o j u r í d i c a processual é titular do poder de sustentar, oralmente, as conclusões que tiver, à m í n g u a do fato jurídico que lhe dá 6er. N ã o h á efeito sem causa.

4. Note-se, p o r é m , que esse poder j u r í d i c o de sustentor, oralmente, conclusões n ã ogera, por 1 só, direito subjetivo a que o Presidente do Tribunal, n a sessão de julgamento e a p ó s relatório, preste ato de

conceder a palavra a cada u m a das partes. Se n ã o h á dtdretto, n ã o h á o correspondente e lneliminável dever j u r í d i c o .

P a r a que n a s ç o o üireito ao ato prestacional, correspondente devido, de conceder a palavra a cada uma das partes, é preciso que ocorra u m fato. E te e s t á no exercício do poder de sustentar, oralmente, as conclusões que tiver o interessado. E esse exer- cício se exterioriza do d e c l a r a ç ã o de querer fazer a sustentação oral de suas conclusões.

Nerse instante, e n ã o antes, exsurgem, s i m u l t a - neamente, o dever e a obrigação de conceder a p a - lavra o Presidente do T r i b u n a l .

Assim, pois, em conclusão que me parece lógica, se a parte n ã o se declara pretendente o fazer sus- tentação oral, em sessão e após o relatório, n ã o h á como se lhe prestar o ato concessivo da palavra.

N ã o basta, portanto, que se vê, tenha sido o ilustre advogado do ogravante inscrito para falar, antes da sessão e do relatório. A inscrição, assim feita, somente é exercício de poder /ótico; n ã o , p o r é m , 7'un'dtco.

5. Se, n a norma legal (art. 272 do Código E l e i - toral), enuncia-se que a sustentação oral é depois do relatório, claro que n ã o n o podia ser depois do voto do D r . Juiz Revisor, que o pretender o agrovante.

Havia preclusão do poder de fazer s u s t e n t a ç ã o o r a l . 6. A meu ver, portanto, n ã o houve cerceamento de defesa, poderoso a criar nulidade do ato de j u l - gamento.

7. Ante os fatos e considerações exposats, nego provimento ao agravo.

£ o meu voto.

^Decisão Unânime.

E X T R A T O D A A T A

Rec. n ° 4.973 — M G — R e i . M i n . F i r m i n o F e r - reiro P a z .

Agravante — Juscelino Bonelli Maciel, candidato a prefeito de Monte Belo pela A R E N A - 1 .

Decisão — Negaram provimento ao agravo, por votação u n â n i m e .

Presidência do M i n i s t r o Rodrigues de Alckmin.

Presentes os M i n i s t i o s leitão nc Abreu, Cordeiro Guerra, Décio Miranda, Néri da Silveira, José Boselli, Firmino Ferreira Poz e o D r . Henrique Fonseca de Araújo, Procurador-Geral Eleitoral.

(Sessão de 25-4-78).

P A R E C E R

1. Opinamos no sentido de qu eseja negado pro- vimento ao presente agravo de instrumento, pois a afirmativa do o i a agravante, ae que ocoriera cercea-

• mento de defesa, de vez que se inscrevera regular- mente para fazer a s u s t e n t a ç ã o o r a l e n ã o se lhe dera a palovra, a l é m de estar e n t r e l a ç a d a com o exame de m a t é r i a de prova, constitue q u e s t ã o n ã o ventilada no a c ó r d ã o impugnado, descabendo o re- curso especial manifestado, nos termos das S i m Ias 282 e 356.

2 Ademais, como bem observado pelo re"peitável despacho agravaio (fls. V-12). s* A. -e^erida Irre- gularidade realmente existiu, é induvldoso que o agravante para ela contribuiu, nada « c l a m a n í k como lhe competia, na oportunidae adequada.

3. Somos, pois, pelo n ã o provimento do ogravo de instrumento.

Brasília, D . F . , em 25 de maio de 1977. — A. G.

Valim Teixeira, Procurador d a República, Asste.

Procurador-Geral E l e i t o r a l .

Aprovo: — Henrique Fonseca de Araújo, P r o - curador-Geral E l e i t o r a l .

(8)

292 B O L E T I M E L E I T O R A L N? 323 j u n h o de 1978 A C Ó R D Ã O N . ° 6.416

R e c u r s o n . ° 4.990 — C l a s s e I V — R i o de J a n e i r o ( V a l e n ç a )

— JVos termos do previsto no artigo 276, ti, a), do Código Eleitoral, sendo terminativas as decisões dos Tribunas Regionais, não cabe recurso oillinário do acto de diplomação de candidatos em eleições municipais.

— O não cabimento de recurso qualquer acarreta-lhe, lógica e juridicamente, o não co- nhecimento E, assim sendo, não se eficacizam direito e dever à prestação de acto judicial postulado pelo recorrente.

Recurso não conhecido.

Vistos, etc.

Acordam os Ministros do r i b u n a l Superior E l e i - toral, por unanimidade de votos, n ã o conhecer do tecurso, n a conformidade das notas t a q u i g r à f i c a s em apenso, que ficam fazendo parte integronte d a de- c i s ã o .

S a l a das Sessões do T r i b u n a l Superior Eleitoral.

B r a s í l i a , 2 de abril de 1978. — Rodrigues de Alckmin, Presidente — Firmino Ferreira Paz, Relator

— Henrique Fonseca de Araújo, P r o c . - G e r a l E l e i - t o r a l .

( P u b l . n o D . J . de 28-6-78).

RELATÓRIO

O Senhor Ministro Firmino Ferreira Paz (Rela- t o r ) : O Movimento D e m o c r á t i c o Brasileiro — M D B

—, pelo Presidente do Diretório M u n i c i p a l de V a - lença, Estado do R i o de Janeiro, pelo Delegado R e -

gional respectivo, e por seu advogado, formulou, aos 7 de dezembro de 1976, perante o D r . J u i z E l e i - toral d a 111* Zona Eleitoral daquel eEstado, impug- nação antecipada a ato de diplomação do; candidatos

à Prefeito e V i c e - P i e i e i t oo Município de Valença, d a Aliança Renovadora Nacional, respectivamente, S r s . Fernando Pereira G r a ç a e José Garloggini Q u a - glia, ao fundomento de que referidos candidatos arenistas "comprometeram a normalidade da e l e i ç ã o "

à p r á t i c a de atos característicos de abuso do p o i e r econômico, de c o r r u p ç ã o , de influência no exercício de cargo ou função aaministrativa pública, consoante o previsto n a L e i Complementar n ° 5, de 29 de abril de 1970, A r t . Io, a l í n e a L , dequelhes r e s u l t a r á a ine- legibilidade ( P e t i ç ã o , em anexo, fls. 2/6).

Após requerer as diligências necessárias à apura- ç ã o dos fatos indicado: n a petição impugnativa, o

M D B pediu que os candidatos arenistas fossem, ver- bis: "declarados inelegíveis (Lei Complementar n ' 5, art. 1', inciso I, letra L ) e nulos os votos que lhe fo- r a m dados ei 4» do art. 175 do C E ) , retificando-se a a t a geral e diplomando-se o candidato o Prefeito do M D B , eleito legitimamente, com o qxis e s t a r á V . E x a . mais u m a vez fazendo j u s t i ç o " (fls. 6, in fine, do anexo).

Essa i m p u g n a ç ã o fora indeferida, liminarmente, das razões e nos termos seguintes, verbis:

" A . O Código E'eitoral n ã o ampara a pre- t e n s ã o manifesta. N ã o se pode impugnar diplo- m a ç ã o inexistente. A p o s t u l a ç ã o para sustar a realização d a diplomação; j á designada, n ã o se coaduna com a lei eieitoral. Diante disto, indefiro, liminarmente, a i m p u g n a ç ã o proposta.

I " (fls. 2 do anexo).

Aos 11 de dezembro *e 1976. o Movimento Demo- c r á t i c o Brasileiro — M D B — Interpôs recurso do ato de diplomação dos candidatos arenistas aos cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito do Município de V a - lença, Estado do R i o de Janeiro, bem assim, do de~- pacho que indeferira, i n Umine, a i m p u g n a ç ã o acima referida (fls. 3/17).

Esre recurso o r d i n á r i o fora manifestado à base do previsto nos artigos 175, 8 4°, 222, $ 2°, 237, 262, I e I V , e 299 do Código Eleitoral, a l é m do art. 1°, I, L, da L e i Complementar n° 5, de 29 de abril de 1970, e, mais a r t . 151, I e I I L da Constituição Federal.

A o decidir o recurso o r d i n á r i o , fê-lo o Egrégio Tribunal Regional Eleitoral, à unanimidade, negan- do-lhe provimento, verbis:

" ( . . . ) u m a vez que a a p u r a ç ã o das fraudes consistentes em interferência do poder econô- mico e desvio ou abuso do poder de autoridade compete ao Corregedor Regional, no caso, onde j á tem curso processo específico, conforme as ..inclusas notas t a q u i g r à f i c a s " (Acórdão, a

fls. 83).

O acórdão em referência está assim, ementado.

verbis:

" I m p u g n a ç ã o à d i p l o m a ç ã o . Esta é i n c a - bível se depender de fraudes objeto de processo especial (art. 2337 do Código Eleitoral).

C o n f i r m a ç ã o de s e n t e n ç a que denegou a sustação de diplomação" (Ementa, fls. 83).

Aí, pois, resumidamente, os fundamentos do vene- rando a c ó r d ã o recorrido.

Irresignado, o Movimento D e m o c r á t i c o Brasileiro i n t e r p ô s o presente recurso ordinário, fundado ao pre- visto no artigo 276, n , a ) , do Código Eleitoral (fls.

113/117).

As razões do recurso o r d i n á r i o , o recorrente, pre- liminarmente requereu a quem fosse Relator neste T r i b u n a l Superior Eleitoral, que, verbis:

" ( . . . ) determine, com base no artigo 270 do Código Eleitoral, com a nova r e d a ç ã o que lhe foi dada pelo artigo 55 d a L e i 4.961,, de 4 de maio de 1966, a realização das provas reque- ridas nas alíneas " a " e "e" e requerimento final a fls. 5 5e 6 do processo de i m p u g n a ç ã o em apenso ao presente e cuja petição faz parte inte- grante, em todos os seu; termos do recurso contra a expedição de diloma nos termos do i t e m 20" (fls. 113-114).

Esse requerimento consiste do pedido de s u s t a ç ã o do acto de d i p l o m a ç ã o dos candidatos arenistas.

I n t i m a ç ã o de empresas a que depo i t e m em c a r t ó r i o t a l o n á r i o s de notas fiscais e de vendas. Ofício ao B N H , a que informe de proposta de aquisição de casa p r ó p r i a por i n t e r m é d i o do candidato a Prefeito.

Abertura de vista ao Ministério Público, para ofere- cimento de denuncia por crime eleitoral. Diligência apra a p u r a ç ã o dos factos fundamentais d a impug- n a ç ã o (fls. 5/6 do anexo).

Enquanto ao m é r t o do apelo o r d i n á r i o , o recor- rente sustenta que o venerando a c ó r d ã o recorrido pa sou a considerar "letra m o r t a " os artigos 222, 223,

§§ Io e e 262, I e I V , do Código Eleitoral. A d i u que o facto do artigo 237 do Código Eleitoral "ermitir a investigação n ã o quer dizer que n ã o haja possibi- lidade de recurso contra a d i p l o m a ç ã o " . Culminou por dizer que lhe fora indeferido pedido de a n e x a ç ã o do do presente processo ao de investigação formulada ao S r . Corregedor. P o r derradeiro, o recorrente pediu que lhe fosse provido o o r d i n á r i o recurso (fls. 116/117).

Perante este Colendo Tribunal Superior E eitoral, pronunciou-se a douta Procuradoria-Geral Eleitoral pelo n ã o conhecimento do presente recur o ordi..ário, em parecer da lavra do ilustre D r . Procurador V a - l i m Teixeira, o qual mereceu aprovação do eminente Procurador Geral, Professor Henrique Fonseca de Araújo (fls. 128/129).

A o parecer da douta Procuradoria-Geral Eleitoral, mostra-se incabível o presente recurso ordinário, de vez que n ã o se cura de eleição estadual ou federal, o qual, fosse cabível, permitiria o reexame d a prpova.

Invoca decisão desta Superior Corte Eleitoral, por que que n ã o cabe recurso ordinário, sobre diplomação, em eleições municipais (fls. 128/129) .

Referências

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