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Desempenho da carpa comum (Cyprinus carpio var. specularis) submetida a manejos alimentares diferenciados no sistema de produção até três meses Recria

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Desempenho da carpa comum (Cyprinus carpio var. specularis) submetida a manejos alimentares diferenciados no sistema de produção até três meses – Recria

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REDVET - Revista electrónica de Veterinaria - ISSN 1695-7504

Desempenho da carpa comum (Cyprinus carpio var.

specularis) submetida a manejos alimentares diferenciados no sistema de produção até três meses – Recria

Álvaro Graeff2; Gisele Bitencourt3

2Médico Veterinário CRMV SC-0704 Esp. Nutrição/EPAGRI Estação de Piscicultura de Caçador E-mail: agraeff@epagri.sc.gov.br

3Médica Veterinária –CRMV-ES-01625 VP - IDAF ES/Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espirito Santo- Guarapari-ES

Fone: 55 49 3561-2000 Caixa Postal 591 CEP 89500- Caçador, SC BRASIL

Resumo – O presente trabalho foi realizado para avaliar qual o melhor momento da carpa comum (Cyprinus carpio var. specularis) ser submetida a manejos alimentares diferenciados no sistema de produção até três meses.

Foi realizado na Unidade Experimental de Piscicultura da Epagri de Caçador- SC, utilizando-se um sistema de criação em aquários de 1000 litros, com entrada e saída de água controlada. O experimento teve duração de 90 dias para cada período de povoamento que começou em agosto até outubro, testando-se os oito tipos de arranjos de ração e adubação orgânica com cinco repetições. Pelos resultados obtidos, conclui-se que Carpa comum na fase de recria tem o melhor desempenho quanto ao sistema de produção preconiza o uso de ração até três meses. E o melhor sistema de produção para recria com fertilização orgânica até três meses para Carpa comum é onde se inicia com adubação no primeiro mês, segue-se no segundo e terceiro mês com ração.

Palavras-chave: Alevino, carpa comum, nutrição, sistema de produção

Abstract - The present study was conducted to evaluate the best moment of common carp (Cyprinus carpio var. Specularis) be subjected to different feeding strategies on the production system up to three months. Was conducted in the Experimental Fish Culture Epagri Caçador-SC, Brazil using a system created in 1000 liter tanks with inlet and outlet water control. The experiment lasted 90 days for each period of settlement that began in August through October, testing the eight types of arrangements of feed and organic fertilizer with five repetitions. From the results, we conclude that common carp in the growing phase has the best performance on the production system advocates the use of feed up to three months. And the best production system for rearing with organic fertilization up to three months for common

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2 carp is where fertilization begins with the first month, followed by the second and third month with rations.

Keywords: Common carp, fingerlinger, nutrition, production system

Introdução

Devido à sua rusticidade, crescimento rápido, regime alimentar omnívoro, desova natural em tanques e viveiros e outras qualidades desejáveis, esta espécie encontra-se hoje com uma área de criação amplamente distribuída no mundo inteiro. Segundo Silva (1983), “Já se cultivam carpas há mais de 3000 anos, na Ásia e no Oriente Médio, e á cerca de 600 anos na Europa”.

No Brasil, a carpa foi introduzida em 1882 (Nomura, 1984), sendo trazida dos Estados Unidos para o Rio de Janeiro (Silva, 1984). Em São Paulo, chegou ao ano de 1904, segundo Makinouchi (1980), o qual sugere que novas amostras da Alemanha foram enviadas para o município de Piracicaba, transferindo-se, em 1932, para Pindamonhangaba. No ano de 1934, implantou-se o sistema de produção de alevinos de carpa e sua distribuição para interessados, dando início à criação da carpa em água parada no Brasil.

A piscicultura no estado de Santa Catarina encontra-se em franca expansão sendo a Carpa comum (Cyprinus carpio L.) ainda uma das espécies mais cultivada. Apesar de sua carne não ser a melhor em termos culinários, mostra-se ascendente para a comercialização através de seus derivados e embutidos (Graeff et al., 2007). A aquicultura se constitui em uma atividade pecuária promissora de grande importância, tanto econômica quanto nutricional. Esta atividade responde hoje em países asiáticos a 85% da produção mundial (em quilos) e a 75% em valor financeiro (FAO, 1999).

A preocupação com o aumento da produtividade piscícola tem se intensificado em todo mundo, especialmente nas duas ultimas décadas em que um grande número de trabalhos foi desenvolvido procurando-se identificar melhores formas de manejos, sejam eles de temperaturas, densidades, alimentação, fertilização e policultivos.

Uma das principais exigências para qualquer espécie aquática é o conforto térmico para poder ter seu crescimento não comprometido, pois disto faz parte seu consumo ser maior ou menor de alimentação (Woynarovich, 1985). Estas dietas são essenciais para a manutenção, crescimento e reprodução. A energia dietária para os peixes, provém do uso da proteína, lipídeos e carboidratos, sendo, que o uso de cada classe desses nutrientes varia, normalmente, de acordo com o balanço da dieta, das exigências do peixe e da espécie em questão (Pezzato, 1997). A criação de carpas em tanques constitui-se em um método promissor e eficaz para a produção de peixes. O emprego de rações balanceadas possibilita elevada densidade de

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3 estocagem, permitindo melhores técnicas de criação intensiva de peixes (Szumiec, 1979). Castagnolli et al. (1982) verificou significativo acréscimo na produção orgânica em todos os tratamentos no período do verão usando fertilizantes orgânicos e inorgânicos. Graeff (2003) determinou um método de multiplicação de algas (Chlorella minutissima) para alimentação inicial de um sistema de produção de peixes fitoplantofagos para induzir ao aumento da biomassa natural nos viveiros. Justo et al. (1983) concluiu que a utilização de fertilização e ração comportou um aumento da densidade com maior produção de peixes por área. Também Graeff e Pruner (2000) nesta linha de trabalhos de densidade na fase de engorda com carpa comum (Cyprinus carpio L.) concluíram que no verão as adubações químicas e orgânicas favoreceram o crescimento dos peixes com densidades maiores, diferentemente de Justo et al. (1983), que obteve com densidades menores. Não podemos deixar de nos preocuparmos com a importância das diferentes características físicas e químicas dos ambientes aquáticos que propiciam diferenças na qualidade e quantidade de organismos aquáticos e constituem-se em verdadeiras barreiras para produção de peixes (Castagnolli, 1992). Casaca et al. (2005) em definição de policultivos de peixes integrados no modelo do oeste de Santa Catarina preconiza que devam ser alojados peixes com hábitos alimentares diferenciados para evitar competição entre os mesmos, também que deva ser a espécie principal o que melhor aproveita o uso de fertilizantes orgânicos. Kubitza (2000) citando os sistemas de produção de tilápias (Oreochromis niloticus) em fases, alem de definir a densidade como ponto principal para definir os modos, classifica entre outros, viveiros somente adubados, adubados e com alimento suplementar e de baixa renovação de água e ração completa. Hepher e Pruginin (1989) definindo os métodos de cultivo lembra que são muito importantes as considerações biológicas (taxa de crescimento, densidade, tempo de cultivo), considerações econômicas (rações, fertilizações e alimentos) e métodos de manejo (Policultivo, monocultivo, por fases) para ser bem sucedido na produção de peixes.

Portanto neste trabalho tem-se como objetivo determinar qual o melhor momento a ser iniciado o uso de ração completa ou adubação orgânica no sistema de criação de carpa comum (Cyprinus carpio L.) nos primeiros três meses de cultivo – recria.

Material e método

O experimento foi conduzido na Unidade de Piscicultura da EPAGRI na Estação Experimental de Caçador no período de agosto a outubro perfazendo 90 dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualisado com oito tratamentos onde R é ração e A é adubação no mês (t1 o sistema de alimentação será RAR (três meses), t2 o sistema de alimentação será RRA, t3 o sistema de alimentação será RAA, t4 o sistema de alimentação será RRR, t5 o sistema de alimentação será ARR, t6 o sistema de alimentação será ARA, t7 o sistema de alimentação será AAA e t8 o sistema de alimentação será AAR) e repetidos por cinco vezes. Para cada tratamento serão utilizados quatro

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4 aquários de 1000 litros, sendo abastecidos por água corrente e povoados com alevinos de carpa comum (Cyprinus carpio L.) na quantidade de nove unidades por repetição com idade de 21 dias e peso médio de 9,46 ± 0,04g e comprimento médio de 8,55 ± 0,22cm. Amostras da água, que provém de um tanque de abastecimento, foram coletadas e analisadas semanalmente para as variáveis: pH com peagâmetro marca Corning (PS-30); oxigênio dissolvido, nitrito, amônia total, dureza, alcalinidade, turbidez e gás carbônico no Laboratório de Qualidade de Água/EPAGRI – Caçador. As observações da temperatura da água foram realizadas diariamente com termômetro eletrônico - Thies Clima, sempre às 09h00min, momento no qual os peixes recebiam a alimentação. A alimentação que depende dos tratamentos a ser fornecida será a mesma que se preconiza para a fase de recria, ou seja, ração comercial com 41% de proteína bruta no primeiro mês na forma farelada na quantidade de 5% do peso do lote, 34% de proteína bruta no segundo mês na forma granulada na quantidade de 3% do peso do lote e 28% de proteína bruta na forma de pelet na quantidade de 1% do peso do lote no terceiro mês, em uma vez por dia quando o tratamento assim o desejar. A adubação orgânica com origem no dejeto de suíno será na proporção de 100 quilos de matéria seca por hectare por dia nos meses que os tratamentos exigirem (depende dos tratamentos) que neste caso será de 10 gramas por unidade experimental.

As avaliações dos peixes foram realizadas a cada 30 dias utilizando-se 100% dos peixes estocados, tomando-se as medidas de comprimento total através de um ictiômetro e o peso individual em uma balança eletrônica, com precisão de 0,01g, marca Marte. Para a realização destas atividades, os peixes foram sedados com 0,5ml de quinaldina para 15 litros de água.

Ao final do experimento, foram efetuadas avaliações quantitativas, compreendendo as evoluções de crescimento em peso e comprimento, conversão alimentar aparente, sobrevivência.

Resultado e discussão

A temperatura da água durante o período experimental (agosto a fevereiro) manteve-se entre um mínimo de 18,10C e um máximo de 25,30C, ficando a média do período em 21,00C. Note-se que as temperaturas não estavam próximas às relatadas por Makinouchi (1980) para carpas comum (Cyprinus carpio L.), Kubitza (2000) para as tilápias (Oreochromis niloticus) e Graeff et al. (2008) para jundiás (Rhamdia quelen), que afirmaram haver um melhor crescimento dos peixes tropicais entre 24,00 e 28,00C. Na avaliação da qualidade da água, os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, gás carbônico, dureza total, alcalinidade, amônia total e nitrito estavam dentro do preconizado por Arana (2004) e Tavares (1994), para a criação de Carpa comum (Cyprinus carpio L.).

Os resultados de desempenho de peso e comprimento das carpas comum encontram-se na Tabela 1 e 2. Com relação ao ganho de peso total

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5 houve um aumento de 16,05; 13,58; 11,36; 18,24; 16,72; 10,64; 7,97 e 13,06 respectivamente nos tratamentos de 1 a 8. O melhor resultado foi o tratamento quatro com sistema de produção usando 100% de ração no período, com acréscimo de 194% de peso com referência ao peso inicial.

Houve efeito significativo (P<0,05) entre os tratamentos. O pior tratamento, como se era de esperar e confirmou-se foi o de número sete com sistema de produção totalmente desenvolvido com fertilizações orgânicas, mas ainda assim teve um incremento de 84% no peso inicial. Embora a moderna aquicultura não possa se basear somente no alimento natural proveniente de fertilizações introduzidas, ainda assim, este alimento se constitui numa importante fonte de muitos nutrientes e proteínas exigidos pelos peixes (Milstein et al, 1985). As exigências em proteína e aminoácidos dos peixes são muito importantes nas fases iniciais dos cultivos. Kubitza (2000) cita que quanto mais jovem o peixe maior a exigência em proteína. Lembrando que precisam ingerir, através dos alimentos, pelo menos 10 aminoácidos essenciais, ou seja, os aminoácidos que eles não conseguem sintetizar no próprio organismo, ou cuja síntese é limitada. Já Hepher e Pruginin (1989) afirmavam naquela época que as taxas de crescimento de carpas pequenas dependiam em grande parte da alimentação natural e não respondiam muito bem ao alimento complementar e sim, com uma dieta completa, como acontecem com carpas maiores. Isto esta demonstrado com os tratamentos que iniciam com ração neste experimento, ratificando a tese de Kubitza (2000). Alem do que para ter uma alimentação natural, Castagnolli et al.

(1982) em trabalho sobre a influência da estação do ano e fertilizantes conclui que a produção final é influenciada pela variação sazonal tendo sido nitidamente superior no período do verão onde a incidência de radiação solar é maior. Quanto a resultados melhores em ganho de peso, Sobue (1980) já definia como importante a densidade de peixes por metro quadrado e Graeff e Spengler (2003) definiam que o tamanho inicial do alevino também era importante. Portanto estes fatores não interferiram neste experimento, pois as condições de densidade e tamanho inicial dos alevinos foram todos iguais em todos os tratamentos.

Tabela 1 – Peso médio inicial em gramas (Pmi), peso médio final em gramas (Pmf) e ganho de peso mensal em gramas (Gpm) e ganho de peso total em gramas (GpT) da Carpa comum (Cyprinus carpio L.) em sistemas de produção diferenciados onde R é ração e A é adubação orgânica.

Tratamentos Agosto Setembro Outubro Final

Pmi Pmf Gpm Pmf Gpm Pmf Gpm GpT

1- RAR 9,4 9,62 0,22Rc 19,12 9,50Aa 25,45 6,33Rab 16,05abc

2- RRA 9,4 9,77 0,37Rc 20,49 10,72Ra 22,98 2,49Ab 13,58abcd

3- RAA 9,4 10,25 0,85Rbc 17,94 7,69Aab 20,76 2,82Ab 11,36bcd

4- RRR 9,4 11,47 2,07Ra 21,97 10,50Ra 27,64 5,67Rab 18,24a

5- ARR 9,4 10,31 0,91Abc 18,62 8,31Rab 26,12 7,50Ra 16,72ab

6- ARA 9,4 10,75 1,35Aab 17,47 6,72Rb 20,04 2,57Ab 10,64cd

7- AAA 9,4 10,41 1,01Abc 15,89 5,48Ab 17,37 1,48Ac 7,97d

8- AAR 9,4 9,86 0,46Ac 15,57 5,71Ab 22,46 6,89Rab 13,06abcd

Médias na coluna, seguidas de letras minúsculas iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

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6 Com relação ao ganho em comprimento total de 2,17; 2,19; 1,76; 2,30;

1 ,67; 1,84; 1,56 e 1,75cm respectivamente dos t1 a t8 houve efeito significativo (P<0,05) com relação aos sistemas de produção adotados neste trabalho. Teve um crescimento em comprimento melhor, do sistema de produção com 100% de ração (2,30 cm), e foi, o tratamento sete (1,56 cm), acompanhando o resultado para ganho de peso total (GpT) com o pior desenvolvimento. Em todas parciais, do ganho de comprimento mensal, não houve efeito significativo (P<0,05).

Tabela 2 – Comprimento médio inicial em centímetros (Cmi), comprimento médio final em centímetros (Cmf) e ganho de comprimento mensal em centímetros (Gcm) e ganho de comprimento total em centímetros (GcT) da Carpa comum (Cyprinus carpio L.) em sistemas de produção diferenciados onde R é ração e A é adubação orgânica.

Tabela 2 – Comprimento médio inicial em centímetros (Cmi), comprimento médio final em centímetros (Cmf) e ganho de comprimento mensal em centímetros (Gcm) e ganho de comprimento total em centímetros (GcT) da Carpa comum (Cyprinus carpio L.) em sistemas de produção diferenciados onde R é ração e A é adubação orgânica.

Tratamentos Agosto Setembro Outubro final

Cmi Cmf Gcm Cmf Gcm Cmf Gcm GcT

1 - RAR 8,5 9,55 1,05Ra 9,90 0,35Aa 10,67 0,77Ra 2,17ab

2 - RRA 8,5 9,60 1,10Ra 10,27 0,67Ra 10,69 0,42Aa 2,19ab

3 - RAA 8,5 9,67 1,17Ra 9,89 0,22Aa 10,26 0,37Aa 1,76bc

4 - RRR 8,5 9,25 0,75Ra 10,20 0,95Ra 10,80 0,60Ra 2,30a

5 - ARR 8,5 9,37 0,87Aa 10,07 0,70Ra 10,17 0,10Ra 1,67bc

6 - ARA 8,5 9,47 0,97Aa 10,12 0,65Ra 10,34 0,22Aa 1,84bc

7 - AAA 8,5 9,07 0,57Aa 9,84 0,77Aa 10,06 0,22Aa 1,56c

8 - AAR 8,5 9,10 0,60Aa 9,45 0,35Aa 10,25 0,80Ra 1,75bc

Médias na coluna, seguidas de letras minúsculas iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

Ocorreu diferença significativa (P<0,05) para conversão alimentar entre todos os tratamentos (Tabela 3). A melhor conversão alimentar aparente foi de 2,29 quilos de ração para um quilo de peixe para o tratamento quatro (RRR) em que a ração foi ofertada em todo período experimental. Boyd (1997) relata que fazendas comerciais, em condições normais, em geral obtêm taxas entre 2,0 e 2,4:1, enquanto taxas menores que 1,5 a 1,3:1, possa ser obtida quando os peixes são muito bem alimentados e a qualidade da água é mantida dentro dos padrões ideais. Quando se adotar o sistema de produção onde a adubação orgânica é importante o melhor tratamento é o cinco (ARR) onde se inicia com adubação no primeiro mês na quantidade proporcional de 100 quilos de matéria seca por hectare por dia, segue-se no segundo mês com ração de 34% de proteína bruta na forma granulada e quantidade de 3% do peso do lote e no terceiro mês utiliza-se ração com 28%

de proteína bruta na forma de pelet na quantidade de 1% do peso do lote.

O pior resultado foi do tratamento sete (AAA) com 13,4 quilos de matéria seca (dejeto suíno seco) por quilo de peixe em que o dejeto orgânico foi ofertado em todo período experimental. Lanna et al.(1997) em trabalhos de consorcio de Tambacus e suínos concluiu que houve uma necessidade

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7 mínima de 2,2% do peso dos peixes em ração para melhores resultados de peso final e ganho de peso dia, mesmo fornecendo dejetos suínos. Resultado semelhante ocorreu neste trabalho no tratamento oito (AAR) onde houve uma conversão alimentar aparente de 6,96 quilos de matéria seca (dejeto suíno seco + ração comercial de 28% PB) por quilo de peixe.

Não houve efeito significativo (P<0,05) dos tratamentos para a taxa de sobrevivência média dessa espécie nos sistemas de produção diferenciados (Tabela 3). Todos os tratamentos tiveram 100% de sobrevivência durante o período experimental.

Tabela 3 – Sobrevivência média e conversão alimentar aparente de carpa comum (Cyprinus carpio L.) em sistemas de produção diferenciados onde R é ração e A é adubação orgânica.

Tratamentos Sobrevivência média

(%)

Conversão alimentar aparente (kg/kg)

1 - RAR 100a 4,09ab

2 - RRA 100a 4,40ab

3 - RAA 100a 7,49b

4 - RRR 100a 2,29a

5 - ARR 100a 3,33ab

6 - ARA 100a 9,37bc

7 - AAA 100a 13,40c

8 - AAR 100a 6,96b

Médias na coluna, seguidas de letras iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

Conclusão

O melhor sistema de produção com ração até três meses para recria de Carpa comum (Cyprinus carpio L.) é o uso de ração desde o inicio do cultivo.

O melhor sistema de produção com fertilização orgânica até três meses para recria de Carpa comum (Cyprinus carpio L.) é onde se inicia com adubação no primeiro mês, segue-se no segundo e terceiro mês com ração.

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REDVET: 2013, Vol. 15 Nº 1

Recibido 12.12.2013 / Ref. prov. DIC1305_REDVET / Revisado 22.12.2013 Aceptado 28.12.2012 / Ref. def. 081314_REDVET / Publicado: 01.01.2014 Este artículo está disponible en http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n010114.html

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