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Uma exposição sobre a concentração de renda no Brasil

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Academic year: 2021

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Uma exposição sobre a concentração de renda no Brasil

Fábio Goto1 Luciana Buchala1 Luis Junqueira1 Marcela Del Monde1

Introdução

O presente trabalho procura elaborar o tema “Distribuição da Renda”, o qual é amplamente discutido no âmbito mundial. Dada a sua importância na formação e no estudo da população e no impasse do desenvolvimento conjunto político e econômico de uma nação como um todo, não são poucos os pensadores que se dedicam hoje ao entendimento do mecanismo distributivo da renda.

Particularmente, esse assunto tem assumido enorme importância no cenário nacional, visto que a desigualdade é uma das características estruturais básicas da economia brasileira, condicionando o desenvolvimento social e político do país.

Assim, buscamos contribuir para o entendimento dessa realidade apresentando dados que descrevam a situação atual e a evolução da desigualdade no Brasil.

O trabalho está organizado em 6 partes. A primeira parte visa esclarecer os métodos adotados. A segunda seção procura mostrar como a distribuição de renda evoluiu desde a década de 60. Algumas observações sobre a metodologia de trabalho usada nesta parte serão ressaltadas na apresentação da mesma. O terceiro item analisa as características da distribuição de renda no Brasil

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referente ao ano de 1998, cujos dados são os mais recentes disponíveis. Em seguida, pretende-se comparar a desigualdade entre as regiões brasileiras. A última parte busca tecer considerações a respeito da distribuição de renda no Brasil e no mundo.

1 Conceitos

1.1 A expressão “distribuição de renda”

Inicialmente, é preciso definir o significado da expressão “distribuição de renda” que será adotada no trabalho. Rodolfo Hoffmann o faz da seguinte maneira:

“A expressão ‘distribuição de renda’ pode referir-se à maneira pela qual a renda nacional é repartida entre as várias categorias de pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para sua produção” (Hoffmann, s. d., p.1).

1.2 Medidas de desigualdade

A distribuição de renda pode ser medida de várias formas. Neste trabalho, serão usadas duas das mais comuns: as separatrizes da distribuição e o índice de Gini.

As separatrizes ou quantis da distribuição dividem a população em faixas e determinam a participação de cada uma na renda total. São eles:

percentis, decis, quartis, mediana, etc. Os percentis separam a população em cem partes iguais, sendo calculada a participação de cada parte na renda total.

Há, também os quartis, que dividem a distribuição em quatro partes, e os decis, os quais dividem-na em dez décimos. A mediana separa a distribuição em duas partes iguais. Para analisar a evolução da repartição, pode-se comparar a participação de alguns grupos estratégicos na renda total como os 40% mais pobres e os 10% mais ricos. É válido, ainda, ressaltar o uso correto dos termos das separatrizes uma vez que esses têm sido utilizados erroneamente em estudos

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para indicar uma parcela da população. Em uma distribuição de renda, o primeiro decil, por exemplo, é o valor da renda que delimita o décimo mais pobre (ou os 10% mais pobres). Desse modo, não há sentido referir-se à “renda média do primeiro deci”, mas à “renda média do primeiro décimo”.

Já o índice de Gini, proposto pelo italiano Conrado Gini, mede a concentração de renda através de um único número que varia de 0 a 1. O índice 0 corresponde à uma distribuição perfeita da renda, em que todos teriam a mesma renda. O índice 1 descreve uma situação de extrema desigualdade, ou seja, um indivíduo teria toda a renda do país e a renda dos outros seria nula.

Assim, quanto mais próximo de 0, menos concentrada está a renda, enquanto que a aproximação do índice ao número 1 demonstra uma grande concentração.

2 Evolução da distribuição de renda no Brasil no período de 1960 a 1998 2.1 Apresentação

Esta parte do trabalho tem como propósito demonstrar a evolução da distribuição de renda a partir da década de 60 até 1998, apresentando dados retirados do Censo Demográfico dos anos 60 e 70 e da PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – realizada pelo IBGE, contendo informações brutas manipuladas pelos pesquisadores Rodolfo Hoffmann (1998) e Paul Singer (1986). A partir de tais informações, os pesquisadores calcularam índices como Gini, Percentil e a Renda Média.

Dois pontos devem ser levados em consideração: os dados utilizados na análise desta evolução advêm de diferentes fontes, os dados referentes às décadas de 60 e 70 são provenientes do Censo Demográfico, ou seja, foram calculados apenas uma vez na década, considerando apenas a PEA – População Economicamente Ativa - com rendimento. Para a década de 70, dispomos de dados sobre a repartição da renda da PEA para os anos de 1970, 1972, 1976, 1979, 1980, 1981 e 1983. Para os anos de 1979 a 1997, dispomos de dados sobre a renda familiar. Devido à constante alteração nas fontes utilizadas,

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conclusões apresentadas nas décadas de 60 e 70 foram retiradas dos estudos de Paul Singer (1986), enquanto nas décadas restantes, baseadas em Hoffmann (1998).

O segundo ponto alude-se ao enfoque do trabalho. Não foi objetivo nosso estudar as possíveis causas e possibilidade de desenvolvimento com a concentração de renda do país. O texto limita-se à análise da evolução dos índices e, simplesmente ao serem citados, explicitamos algumas opiniões de especialistas no assunto, acima mencionados.

Ambos os pontos, no entanto, não impedem a compreensão e conseqüente noção do panorama geral distributivo da renda no Brasil. Embora o trabalho não apresente um caráter crítico.

2.2 Década de 60 – Deficiência de dados

“Para a década de 60, dispomos unicamente de dados sobre a repartição da renda na população economicamente ativa (excluída as pessoas economicamente ativas sem rendimento), nos anos censitários de 1960 e 1970. Os dados do censo demográfico de 1960 já revelaram a enorme distância que separava pobre e ricos” (Singer, 1986).

Tabela 1

Evolução da porcentagem da renda total dos 60% mais pobre e 10% mais ricos da PEA

1960 1970 1972 1976 1979 1981 1983

60- 24,9 20,9 16,8 18,3 18,6 19,1 17,7

10+ 39,6 46,7 52,6 50,1 48,2 46,7 47,9

Fonte: Singer (1986).

De acordo com os poucos dados que possuímos do censo de 1960, os 10% mais ricos se apropriavam de 39,6% da renda total, enquanto os 60% mais pobres recebiam 24,9%. A renda média dos 10% mais ricos era quase dez vezes maior que a dos 60% mais pobres.

Para uma análise apropriada, é conveniente comparar os dados de 60 com as décadas seguintes, que será feita no item a seguir.

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2.3 Década de 70 – Aumento e declínio da desigualdade

“Neste período há dados sobre a repartição da renda da população economicamente ativa (excluído os ativos sem renda) para os anos 1970, 72, 76 e 80, e sobre a repartição da renda das famílias para os anos 70, 76 e 80” (Singer, 1986).

Nessa década, houve um aumento da desigualdade. Os 10% mais ricos obtinham 46,7% da renda total, ao passo que os 60% mais pobres possuíam 20,9%. A renda média de toda a população cresceu em termos reais de 32,4%, embora demonstrando uma disparidade entre a renda dos mais pobres e a dos mais ricos de 13,4 vezes.

A “política de arrocho salarial e desvalorização do salário mínimo”

(Singer, 1986), praticada pelo regime militar, é uma das possíveis explicações para o aumento da desigualdade. Ao contrário das camadas mais abastadas, o consumo das classes mais baixas foi mantido mínimo. É necessário, no entanto, ressaltar que esta pode não ser a principal, e menos ainda única, causa da concentração.

Em suma, na década de 70, a pobreza absoluta aumentou, porém, a renda média cresceu quase um terço.

1970/76 – Milagre econômico

1970/72 – Expansão e ápice da concentração

“A repartição da renda da população economicamente ativa continuou a se concentrar” (Singer,1986). Já em 72, os 10% mais ricos detinham 52,6% e os 60% mais pobres, 16,8%. Nesse período de apenas dois anos, a renda real da população cresceu 40,8%, o que mostra uma imensa expansão econômica ocorrida durante o milagre econômico. Essa situação parece ter sido o grau máximo de desigualdade atingido pela repartição da renda no Brasil.

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1972/76 – Começo do declínio da desigualdade

Nestes cinco anos, a distribuição da renda tendeu a melhorar: em 1976, os 10% mas ricos possuíam 50,1% e os 60% mais pobres, 18,3%, como mostra a Tabela 1. A renda real continuou a crescer, embora em ritmo menos acelerado.

A mudança no comportamento da distribuição não se deve à política salarial e trabalhista, antes causa da progressão na concentração, uma vez que esta não se modificou. “A explicação, provavelmente, encontra-se no esgotamento do exército industrial de reserva, na medida em que o intenso crescimento da economia ia elevando o nível de emprego” (Singer, 1986), isto é, a mão de obra menos qualificada tornou-se escassa a tal ponto que as empresas passaram a disputá-las e, consequentemente, redistribuir a renda de modo espontâneo pois aumentou a porcentagem da remuneração do fator trabalho, o salário, em detrimento do lucro.

No entanto, a desigualdade ainda não se igualara àquela calculada pelo censo de 1970, apesar da melhora no padrão de vida e no poder aquisitivo da população em geral, decorrente do milagre econômico. A renda continua concentrada nas classes mais altas.

“Foi nessa época que se generalizaram os hábitos de passar férias no exterior, construir verdadeiras cidades de veraneio no litoral, e nas montanhas e utilizar bens de luxo, como carros esporte, lanchas de recreio, etc. Tudo isso, que antes tinha sido privilegio de uma minoria de milionários, tornou se parte do padrão de vida da chamada ‘alta classe media’, a principal beneficiaria do milagre econômico” (Singer, 1986).

1976/79 – Os anos pós-milagre

Durante esse período, como indica a tabela1, a tendência à redução da concentração se manteve: em 1979, os 10% mais ricos agora com 48,2% e os 60% mais pobres com 18,6%. A renda real dos 60% mais pobres aumentou 10,2%, ao passo que a dos demais extratos diminuiu tanto mais quanto maior fosse seu nível de renda: 1,8% a dos 30% médios, e 9,8% a dos 10% mais ricos.

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Conclui-se, então, que houve uma redução nos salários reais, sobretudo das classes médias e altas, o que teria acarretado uma redução das desigualdades, mas num contexto de empobrecimento geral.

2.4 Década de 80 – Década perdida?

“Os dados disponíveis são provenientes das PNADs de 79, 81, 83, e se referem às pessoas que naqueles anos tiveram rendimentos, inclusive as economicamente inativas” (Singer, 1986). A partir de 1983, passaremos a utilizar o índice de Gini calculado por Rodolfo Hoffmann, para os 10% mais ricos e os 50% mais pobres, através das PNADs anuais divulgadas pelo IBGE.

Tabela 2

Evolução da porcentagem da renda dos 50% mais pobres e 10% mais ricos das famílias residentes em domicílios particulares

1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988

50- 12,6 12,2 12,9 12,6 12,6 12,8 12,5 12,9 12,2 11,8

10+ 46,1 47,1 45,8 45,7 45,9 46,3 46,5 45,6 46,5 47,5

Fonte: Hoffmann (1998).

1979/83 – Crise econômica

Entre 1979 e 1981, a repartição da renda, tornou-se um pouco menos desigual. Em 1981, os 10% mais ricos possuíam 46,7% da renda total, e os 60%

mais pobres, 19,1%, como mostra a Tabela 1. O índice de Gini também demonstrou essa perspectiva de desconcentração. Em 1979, o índice apresenta o valor de 0,588, passando a 0,597, em 1980 e em 1981 a 0,584. Essa tendência à desconcentração da renda parece ser continuação daquela verificada entre 1976 e 1980, inclusive porque ocorre num contexto da queda da renda real. A renda media da população caiu 3,2%. Essa queda deve-se inteiramente a redução da renda real dos 10% mais ricos, embora a dos 60% mais pobres permaneça constante.

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Entre 1981 e 1983, a repartição se tornou mais desigual, invertendo a tendência dos cinco anos anteriores. Em 1983, os 10% mais ricos tinham 47,9%

e os 60% mais pobres, 17,7% (Tabela 1). A crise se agravou substancialmente nesse período, o que se traduziu em forte redução da renda média das pessoas, principalmente entre os pobres, acarretado pela legislação salarial e crise da construção civil (ramo que emprega ampla massa de trabalhadores de baixo ganho, dos quais grande parte foi lançada no chamado mercado “informal”).

Figura 1

Evolução da distribuição de acordo com o Índice de Gini

1983/88 – Estabilidade embora concentrada

No período de 1983 a 1988, o índice de Gini manteve-se inalterado, oscilando entre 0,59 e 0,60, ou seja, a distribuição da renda se manteve estável, embora ainda concentrada, apesar do relativo crescimento acelerado da economia. Os seguintes decis relativos aos anos de 1986 e 1988, respectivamente, demonstram, porém, um leve aumento na concentração da renda no período: entre os 10% mais ricos, o índice variou de 45,6% para 47,5%, e entre os 50% mais pobres, de 12,9% para 11,8%, variação exígua se considerado o período (Tabela 2).

0,54 0,55 0,56 0,57 0,58 0,59 0,6 0,61 0,62 0,63

1979 1981

1983 1985

1987 1989

1991 1993

1995 1997

Gini

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Esse fato pode causar espanto à primeira vista pois aponta para a inexistência de qualquer tendência da desigualdade de renda em aumentar ou diminuir sistematicamente com o crescimento econômico; ou mesmo de a desigualdade ter mais possibilidade de aumentar quanto mais rápido for o crescimento econômico. O corolário dessa evidência sugere que os fatores determinantes das variações na desigualdade de renda devem ser localizados no estilo de crescimento econômico e não na sua taxa de incremento.

2.5 Década de 90 – Abertura econômica

Nesta década, não usaremos apenas dados fornecidos por Hoffmann, baseados na análise do rendimento familiar, mas também dados tirados diretamente do IBGE, DIEESE, IPEA, além de uma coleta de opiniões diversas.

Tabela 3

Evolução da porcentagem da renda dos 50% mais pobres e 10% mais ricos das famílias residentes em domicílios particulares

1989 1990 1992 1993 1995 1996 1997

50- 11,2 11,7 13,7 12,9 12,6 12,2 12,3

10+ 48,3 46,4 43,8 46,5 45,8 46 45,9

Fonte: Hoffmann (1998).

1989/94 – Os anos pós-ditadura

Em 1989, os 10% mais ricos possuíam 48,3% da renda enquanto que os 50% mais pobres detinham 11,2% da renda familiar (Tabela 3). Essa situação, ápice da desigualdade das décadas de 80 e 90, nota-se uma brusca queda do índice de Gini. A partir de então, a situação tem melhorado gradativamente atingindo o ápice da igualdade encontrada na década de 90, constatada pelo índice de Gini de 1992 (0,567). Neste ano, os 10% mais ricos detinham 43,8%

da renda, enquanto que os 50% mais pobres, 13,7% (Tabela 3).

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Desde então, a renda desses mesmos ricos voltou a aumentar, enquanto a dos mais pobres tendeu a diminuir. O índice de Gini, consequentemente, aumentou até o ano de 1996.

1994/98 – Plano Real

A melhoria que ocorre a partir de julho de 1994, deve-se à queda da inflação, caindo de 929% para 22% no ano seguinte. Esta queda da inflação propiciou o aumento do poder aquisitivo dos estratos inferiores que antes tinham seu dinheiro desprotegido, fora dos bancos. Mas o efeito não seria duradouro se o rápido crescimento da economia, a queda das taxas de desemprego e a mudança de preços relativos em favor dos serviços não tivessem contribuído depois para a melhoria da distribuição de renda.

Com os efeitos do Plano Real, perceptíveis até 1996, a distribuição tendeu a melhorar. Apesar dos 10% mais ricos, por exemplo, possuírem 46,0%

da renda, os 50% mais pobres concentrarem apenas 12,2% da mesma (Tabela 3) e o índice de Gini permanecer estável (0,595), o Plano Real foi eficaz na queda da taxa de inflação, resultando no apoio popular a ele e conseqüente melhora no poder aquisitivo das classes, até então, menos favorecidas.

O ano de 1996 representa o retrocesso na trajetória redistributiva com o panorama de crescimento econômico pífio. A economia em marcha lenta, o desemprego elevado e a estagnação – e reversão - dos ganhos nos preços relativos de serviços esvaziam as causas da melhoria da distribuição de renda no período pós-real (Boletim DIEESE, set. 1997).

Em 1997, os 10% mais ricos, obtinham 45,9% da renda, ao passo que os 50% mais pobres, 12,3% (Tabela 3). Já o índice de Gini apresentava o valor de 0,593 e, no ano seguinte, 0,577, demonstrando uma nova queda decorrente da política de estabilização com base na âncora cambial e sob regimes abertura comercial, os preços de produtos concorrentes dos importados se estabilizaram rapidamente, resultando “numa transferência relativa de renda de assalariados médios da indústria e outros ramos, em benefício de profissionais liberais e de trabalhadores localizados na produção de não comercializáveis”, inertes à concorrência globalizada.

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2.6 Conclusão

Em suma, do que foi apresentado, conclui-se que:

– Já na década de 60, os dados mostravam uma “enorme distância que separava pobres e ricos.”(Singer, 1986)

– Na década de 70, no entanto, a concentração se agravou ainda mais, tornando o Brasil campeão mundial da desigualdade.

– No início dos anos 80, a desigualdade tendeu a se amenizar, muito embora já em 1987 a apropriação da renda tornou a se concentrar, chegando a seu ápice, em 1989.

– A partir de então, os dados existentes nos mostram uma nova queda do índice de Gini, embora de modo mais brusco. Chegamos então até o ano de 1992, em que chegamos ao menor índice de Gini da década.

– Desde 1994, a situação dirigiu-se a um patamar que então se estabilizou, até o final do período estudado.

3 Distribuição da renda no Brasil em 1998

Nesse trecho do trabalho faremos uma análise mais detalhada das características da distribuição da renda para o ano de 1998. Os dados utilizados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo IBGE na semana de 20 a 26 de setembro de 1998, quando o salário mínimo era R$130,00.

3.1 Distribuição do rendimento das Pessoas Economicamente Ativas

Após a expansão dos dados da PNAD chega-se a uma população economicamente ativa (PEA) de 76.885.732 pessoas. Desse total 75.756.642 pessoas declararam o rendimento de todas as fontes, das quais 18,6%

declararam ter rendimento nulo.

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Em nossa análise consideramos apenas as pessoas com declaração do rendimento de todas as fontes e que tenham renda positiva. Temos, então, 61.649.661 pessoas, cuja renda média mensal de R$561,00.

A Tabela 4 apresenta as principais características da distribuição do rendimento de todas as fontes das pessoas economicamente ativas com rendimento positivo, fazendo distinção entre homens e mulheres.

Tabela 4

Distribuição da renda da PEA com rendimento positivo (1998)

Estatística Total Homens Mulheres

Pessoas(1000) 61650 38378 23271

Rendimento médio (R$) 561 642 426

Percentil 10 100 108 80

40 220 260 180

50 280 310 230

75 565 620 426

90 1200 1400 950

99 4800 5180 3200

% da renda recebida pelos

40% mais pobres 9,3 9,3 10,3

50% mais pobres 13,8 13,7 15

20% mais ricos 63,1 63,3 61,1

10% mais ricos 47,2 47,6 44,8

5% mais ricos 33,8 34,1 31,3

1% mais rico 13,7 13,9 11,8

Relações médias 10+/40- 20,3 20,5 17,4

Índice de Gini 0,581 0,583 0,556

Fonte: Hoffmann (s.d.).

Como já foi dito o salário mínimo na época da PNAD era R$130,00 e pode ser observado na tabela que o 20o percentil é R$130,00, isso significa que 20% dessa população têm uma renda mensal igual ou inferior a 130 reais e que 80% dessa população ganha pelo menos um salário mínimo.

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Figura 2

Curva dos quantis para a distribuição da renda da PEA com rendimento positivo no Brasil em 1998

O 75o percentil é R$565,00, valor semelhante ao rendimento médio (R$561,00), então apenas 25% da PEA com rendimento ganham pelo menos R$565,00. Esse dado evidencia a alta concentração da renda no Brasil.

O índice de Gini para a distribuição do rendimento da PEA para o ano de 1998 é 0,581. Uma forma de interpretação do valor desse índice é imaginar uma distribuição de renda na qual parte das pessoas ficaria com renda nula e toda a renda fosse igualmente repartida entre o restante das pessoas. Essa distribuição é denominada “socialização parcial de Theil”. Nessa distribuição artificial seria necessário deixar 58,1% da PEA sem renda e distribuir toda a renda igualmente entre os 41,9% restantes para se obter um índice de Gini igual a 0,581.

A Tabela 4 também nos mostra que os 50% mais pobres da PEA com rendimento recebem quase a mesma porcentagem da renda total que o 1% mais rico.

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Os 40% mais pobres da PEA com rendimento, que totalizam 24.660.000 pessoas, detêm 9,3% da renda total e têm uma renda média mensal igual a R$130,43 (9,3 x 561/40 = 130,43). Já os 10% mais ricos dessa população, que totalizam 6.165.000 pessoas, detêm 47,2% da renda e sua renda média mensal é R$2647,92. Então, a relação entre a renda média dos 10% mais ricos e a dos 40% mais pobres é igual a 20,3.

Figura 3

Curva dos quantis para a PEA masculina e feminina no Brasil em 1998

Como já mencionado no início, a Tabela 4 apresenta dados separados para homens e mulheres. As mulheres são 37,75% da PEA com rendimento e possuem rendimento médio mensal igual a R$426,00, equivalente a 66,35% do rendimento médio mensal dos homens, que é R$642,00.

Todas as medidas de distribuição fornecidas pela tabela mostram que a desigualdade da distribuição do rendimento da PEA é menor entre as mulheres do que entre os homens. Entretanto não podemos dizer que a distribuição de renda dos homens é pior, pois os percentis masculinos são maiores que os femininos.

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3.2 Distribuição do rendimento das famílias residentes em domicílios particulares

A análise considera as famílias com declaração de rendimento residentes em domicílios particulares. São 44.123.030 famílias em uma população de 153.595.184 pessoas. O tamanho da família varia de 1 a 15 componentes, sendo o tamanho médio 3,48.

A Tabela 5 mostra as principais características da distribuição do rendimento familiar para famílias com declaração de rendimentos residentes em domicílios particulares, fazendo uma separação entre os domicílios rurais e urbanos.

O rendimento familiar médio mensal é R$883,00 e menos de 30% das famílias têm uma renda igual ou superior a esse valor, pois o 70o (R$800,00) é menor que o rendimento médio mensal.

Tabela 5

Distribuição da renda familiar para famílias com declaração de rendimentos residentes em domicílios particulares (1998)

Estatística Total Urbano Rural

Famílias (1000) 44123 35965 8158

Pessoas (1000) 153595 12272 31323

Tamanho médio (pessoas/fam.) 3,48 3,4 3,84

Rendimento familiar médio (R$) 883 994 395

Percentil 10 130 130 80

40 350 400 200

50 450 530 250

75 952 1098 410

90 2000 2200 749

99 6900 7380 3000

% da renda recebida pelos

40% mais pobres 8,2 8,7 11,4

50% mais pobres 12,7 13,4 17,1

20% mais ricos 62,7 61,4 57,3

10% mais ricos 45,9 44,5 42,3

5% mais ricos 32,1 30,9 30,9

1% mais rico 12,3 11,7 13,9

Relação média 10+/40- 22,3 20,5 14,8

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O 10o percentil (R$130,00) nos diz que 10% das famílias têm rendimento mensal igual ou inferior a um salário mínimo.

O índice de Gini é 0,587, então pela “socialização parcial de Theil”

para obtermos esse índice, 58,7% das famílias teriam renda nula e a renda total seria igualmente distribuída entre os 41,3% restantes.

A relação entre as rendas médias mensais dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres é igual a 22,3, ou seja, os 10% mais ricos ganham em média 22,3 vezes o que ganham os 40% mais pobres.

A Tabela 5 nos permite comparar a distribuição do rendimento familiar nas áreas rural e urbana. Nota-se que as famílias rurais, embora sejam em média maiores que as urbanas, têm um rendimento médio mensal igual a 39,74% do rendimento médio mensal urbano. Além disso, os percentis urbanos são muito maiores que os rurais.

Tabela 6

Renda média mensal por estratos das famílias, conforme situação do domicílio (1998)

Estratos Renda média mensal (Em R$)

Urbano Rural

40% mais pobres 216,20 112,57

50% mais pobres 266,40 135,10

20% mais ricos 3.051,60 1.131,68

10% mais ricos 4.423,30 1.670,85

5% mais ricos 6.142,92 2.441,10

1% mais rico 11.629,80 5.372,00

Fonte: Elaborada a partir dos dados de Hoffmann (s.d.)

3.3 Distribuição do rendimento familiar per capita

A análise da distribuição do rendimento familiar per capita é feita sobre cada indivíduo da família, incluindo as crianças, por isso é o mais abrangente dentre os três tipos de distribuição analisados.

O rendimento familiar per capitaé obtido dividindo-se o rendimento da família pelo respectivo número de componentes.

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A Tabela 7 exibe características da distribuição do rendimento familiar per capita e considera as famílias com declaração de rendimentos residentes em domicílios particulares. Como a Tabela 5, encontramos nessa tabela dados distintos para as áreas rural e urbana.

Tabela 7

Distribuição do rendimento familiar per capita (1998)

Estatística Total Urbano Rural

Pessoas (1000) 153.595 122.272 31.323

Rendimento médio (R$) 253,7 292,4 102,9

Percentil 10 28 37,5 16,2

40 96,5 119,3 45

50 126,7 150 60

75 262 306,7 112,5

90 555 637,5 200

99 2160 2373,3 818

% da renda recebida pelos

40% mais pobres 7,6 8,5 9,6

50% mais pobres 12 13 14,6

20% mais ricos 64,4 62,7 59,7

10% mais ricos 48 46,2 44,4

5% mais ricos 34,3 32,7 32,7

1% mais rico 13,9 13 15

Relação média 10+/40- 25,1 21,8 18,5

Índice de Gini 0,606 0,586 0,56

Fonte: Hoffmann (s.d.).

Os dados fornecidos nos mostram a absurda concentração da renda que ocorre no Brasil. O 1% mais rico da população detém 13,9% da renda total, essa população de 1.535.950 pessoas tem uma participação maior na renda que os 50% mais pobres, os quais detêm 12% da renda total. A renda média dos 10% mais ricos é 25,1 vezes a renda média dos 40% mais pobres.

O 50o percentil e o 75o percentil devem ser destacados, pois o primeiro indica que 50% da população brasileira vive com menos de um salário mínimo por mês. Enquanto o segundo mostra que apenas 25% da população brasileira tem renda superior à renda média.

(18)

Ao compararmos a área urbana e a área rural notaremos que a desigualdade da distribuição da renda é menor no campo, mas em compensação o rendimento familiar per capita é maior na cidade para faixas correspondentes.

Existem, não há dúvidas a respeito disso, problemas em comparar rendimentos rurais e urbanos, devido as diferenças entre o custo de vida. A alimentação básica é mais barata no campo, mas na cidade o acesso a serviços médico- hospitalares é mais fácil.

4 Panorama regional

O Brasil atravessou nas últimas cinco décadas um período de evolução econômica e de transformações estruturais. No entanto, não se observou melhora na questão dos desequilíbrios regionais devido ao estilo excludente de desenvolvimento econômico e social historicamente adotado por nosso país.

Persiste uma profunda diferenciação espacial em termos de qualidade de vida.

No Brasil, a desigualdade espacial da renda tem acompanhado a nossa evolução histórica desde a época colonial. Nota-se isso claramente nos ciclos de exportação de produtos primários vividos pela economia brasileira, cada um deles beneficiou regiões diferentes em épocas distintas. No século XIX, o Sudeste foi beneficiado pelo ciclo do café e por ser a região exportadora dinâmica no início do processo de industrialização, tornando-se o centro da produção industrial. Desde então essa região é a maior beneficiária do crescimento econômico.

Esse processo de industrialização brasileiro marcado por um padrão regional assimétrico de incorporação e difusão do seu progresso técnico gera perfis distintos de distribuição de produto e renda nas diversas regiões.

No presente trabalho examinaremos a desigualdade da distribuição do rendimento familiar per capita entre as regiões de acordo com os dados da PNAD do ano de 1998.

Observa-se na tabela que as regiões Norte e Nordeste, que abrigam 33,95% da população brasileira, têm um rendimento médio inferior ao

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rendimento médio nacional. O estado de São Paulo tem o maior rendimento médio do país, este é igual a 1,48 vez o rendimento médio do Brasil e a 2,73 vezes o rendimento médio nordestino, o qual é o menor do país.

Tabela 8

Número de pessoas, média e percentis da distribuição do rendimento familiar per capita (1998) Estatística Norte Nordeste MG+ES+

RJ SP Sul Centro-

oeste Total Pessoas (1000) 7.753 44.387 32.756 34.056 23.775 10.868 153.595 Rendimento médio (R$) 183,7 137,6 270,2 375,8 283,5 280,7 253,7

Percentil 10 25 17 36 65 42 40 28

50 93 65 136 215 155 130 127

75 192 130 273 401 305 267 262

90 395 275 587 800 602 600 555

99 1.500 1.362 2.228 2.760 2.187 2.500 2.160 Fonte: Hoffmann (s.d.).

A Tabela 9, nos fornece várias medidas de desigualdade para as seis regiões consideradas. As regiões Centro-Oeste e Nordeste possuem um índice de Gini maior que o brasileiro e o estado de São Paulo tem o menor índice de Gini entre as seis regiões.

Tabela 9

Medidas de desigualdade da distribuição do rendimento familiar per capita em seis regiões do Brasil (1998)

Estatística Norte Nordeste MG+ES+

RJ SP Sul Centro-

oeste Total

% da renda recebida pelos

40% mais pobres 8,3 7,9 8,7 10,2 9,5 8,4 7,6

50% mais pobres 12,8 12,1 13,2 15,4 14,4 12,7 12

10% mais ricos 47,1 51,6 47,1 42,7 44 49,9 48

5% mais ricos 34,1 38,6 33,5 29,8 30,9 36,4 34,3

Relação média 10+/40- 22,6 26,2 21,7 16,7 18,5 23,7 25,1

Índice de Gini 0,593 0,62 0,588 0,545 0,561 0,607 0,606

Fonte: Hoffmann (s.d.).

(20)

Nota-se que a região Sul e o estado de São Paulo possuem uma menor concentração da renda, tanto pelos seus índices de Gini quanto pela relação entre a renda média dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres.

A região Nordeste e o estado de São Paulo são extremos quando se trata da distribuição da renda por regiões, por isso apresentaremos as Curvas de Lorenz para a distribuição do rendimento familiar per capita do Nordeste e do estado de São Paulo.

Figura 4

Curvas de Lorenz da distribuição do rendimento familiar per capita no Nordeste e no estado de São Paulo, em 1998

5 Brasil e o mundo: uma comparação da desigualdade

Esta seção busca analisar a estrutura da distribuição de renda mundial a fim de contextualizar a posição do Brasil em relação ao cenário internacional.

(21)

Para tanto são apresentados dados de 1999 extraídos do World Development Indicators (2000), o qual é compilado pelo Banco Mundial.

No entanto, cabe ressaltar que os indicadores de distribuição não são rigorosamente comparáveis entre os países uma vez que as pesquisas por domicílio nas quais se baseiam os dados diferem em método e tipo de dado coletado.

De acordo com esses dados, a comparação internacional entre os coeficientes de Gini revela que o Brasil está entre os países com maior grau de desigualdade. O índice de Gini brasileiro, com valor próximo de 60,0, é superado apenas por Serra Leoa (62,9), República Centro-Africana (61,3) e Suazilândia (60,9). Já Eslováquia, Bielarus e Áustria mostram-se como os países menos desiguais do mundo, apresentando índices de Gini de 19,5; 21,7 e 23,1, respectivamente.

A observação das separatrizes da distribuição confirma a posição do Brasil revelada pelo indicador anterior. O grupo dos 10% mais ricos, por exemplo, apropriam-se, no Brasil, de 47,6% da renda. Só apresentam situações piores a República Centro Africana, onde essa porcentagem é de 47,7%, e Suazilândia, onde esse mesmo grupo detém 50,2% da renda. Os melhores indicadores pertencem a Eslováquia e Áustria, onde os 10% mais ricos possuem, respectivamente, 18,2% e 19,3% da renda.

Através do Gráfico 5, pode-se analisar também a situação dos países sul-americanos, com exceção da Argentina cujos dados não estão disponíveis.

Percebe-se que os países sul-americanos apresentam valores elevados para o índice de Gini, em um intervalo de 40,0 a 60,0.

Brasil e Paraguai são os países mais desiguais, com índices de 60,0 e 59,1, respectivamente. Já Guiana, Trinidad e Tobago e Bolívia possuem os melhores indicadores, sendo eles, na ordem 40,2; 40,3 e 42,0.

(22)

Gráfico 5

Índices de Gini nos países da América do Sul (1999)

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7

Brasil Paraguai Colômbia Chile Venezuela Peru Equador Uruguai Bolívia Trinidad e Tobago Guiana

Gini

Fonte: World Development Indicators (2000).

Enfim, os valores reportados nesta seção colocam o Brasil como um país distante de qualquer padrão razoável em termos de justiça distributiva.

Conclusão

Este trabalho procurou expor a realidade brasileira relativa à distribuição de renda por meio da descrição objetiva de dados referentes a evolução, a regiões, a outros países, etc.

Concluímos que o Brasil é um país extremamente injusto e desigual.

Sua desigualdade surpreende por sua intensidade posto que se encontra entre uma das mais elevadas do mundo. A situação torna-se ainda mais gritante

(23)

quando observamos o alto padrão de vida gozado por uma parcela bastante restrita da população, contrastando com a condição da maioria dos brasileiros.

Além disso, essa concentração manteve-se constante ao longo do período estudado, demonstrando um certo descaso por parte dos governos.

Infelizmente, essa triste característica da sociedade brasileira tem resistido às mudanças das últimas décadas, atravessando o regime militar, os governos democráticos e os vários planos econômicos.

Enfim, a redução da desigualdade, um desafio mundial da era moderna, adquire contornos urgentes no Brasil contemporâneo. Desta forma, é imperativo em nosso país a implementação de políticas que confiram prioridade à redistribuição de renda antes que o abismo entre ricos e pobres se torne intransponível.

Bibliografia

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HOFFMANN, Rodolfo. Distribuição de renda: medidas de desigualdade e pobreza.

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________. Distribuição da renda no Brasil: poucos com muito e muitos com muito pouco. Campinas: UNICAMP, s.d.

________. Desigualdade e pobreza no Brasil no período 1979/97 e a influência da inflação e do salário mínimo. Economia e Sociedade, Campinas, dez. 1998.

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_______. Repartição da renda: pobres e ricos sob o Regime Militar. 2 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986. 95p.

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Sites Consultados

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<http://www.dataterra.org.br/Documentos/relatorio2/anexo_1.htm>.

<http://www.worldbank.org/data/wdi2000/pdfs/tab2_8.pdf>.

Referências

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