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Análise das Condições de Vida no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA MESTRADO ACADÊMICO EM ECONOMIA RURAL

MARIA DE JESUS GOMES DE LIMA

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE VIDA NO TERRITÓRIO RURAL PLANÍCIE LITORÂNEA NO ESTADO DO PIAUÍ

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MARIA DE JESUS GOMES DE LIMA

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE VIDA NO TERRITÓRIO RURAL PLANÍCIE LITORÂNEA NO ESTADO DO PIAUÍ

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia Rural, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Economia Rural. Área de Concentração: Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural Sustentável.

Orientador: Prof. Dr. José Newton Pires Reis

Co-orientadora: Prof.ª Drª. Edivania Gomes de Assis

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Pós-Graduação em Economia Agrícola

_____________________________________________________________________________________ L699a Lima, Maria de Jesus Gomes de

Análise das condições de vida no território rural planície litorânea / Maria de Jesus Gomes de Lima.- 2014.

79 f.: il. color., enc.; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Economia Agrícola, Programa de Pós-Graduação em Economia Rural, Fortaleza, 2014.

Área de Concentração: Avaliação de Políticas Públicas. Orientação: Prof. Dr. José Newton Pires Reis.

1. Território Rural. 2. Planície Litorânea. 3. Condição de Vida. 4. Piauí. I. Título.

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MARIA DE JESUS GOMES DE LIMA

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE VIDA NO TERRITÓRIO RURAL PLANÍCIE LITORÂNEA NO ESTADO DO PIAUÍ

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia Rural, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Economia Rural. Área de Concentração: Políticas Públicas e Desenvolvimento Rural Sustentável.

Orientador: Prof. Dr. José Newton Pires Reis Co-orientadora: Prof.ª Drª. Edivania Gomes de Assis

Aprovada em: 09/05/2014

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Dr. José Newton Pires Reis (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________ Prof.ª Drª. Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima

Universidade Federal do Ceará (UFC) (Membro Interno)

______________________________________ Prof.ª Drª. Nájila Rejanne Alencar Julião Cabral

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A Deus.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por todas as oportunidades concedidas e, especialmente, pelas pessoas especiais que colocou no meu caminho, cada um com as suas peculiaridades, mas que são membros imensamente importantes na minha história.

À segunda família a me adotar, minha amiga e mais que irmã Elaine e tia Altair pela atenção, solidariedade, carinho, amor e paciência durante a minha estada em Fortaleza. Sem o apoio de vocês eu não tinha conseguido chegar à reta final. Obrigada por tudo. Vocês foram de extrema importância na minha caminhada durante o mestrado.

A minha amiga e vizinha Ana Célia e sua família pelo apoio e incentivo a mim e principalmente ao meu filho. Se não fosse você a minha saída de Parnaíba não teria se concretizado, obrigada por tudo.

Agradeço também a minha colega Silvana Lira pelo apoio incondicional.

A Marinalva que foi mais que uma mãe, vibrou junto comigo, me incentivou e me apoiou em todas as dificuldades: o meu muito obrigada.

Ao meu grande irmão que ganhei nesse mestrado que teve direto comigo, sofremos noites a fios juntos e me escutou em todos os momentos de dificuldades e com toda paciência me ensinou tudo e mais um pouco de economia, estatística, etc. A você, James, o meu muito obrigado e em especial a amiga que ganhei, Ionara, pela força, incentivo e ensinamentos das disciplinas e, ao meu amigo Diogo que teve a paciência de repassar seus conhecimentos, a Kaliny, Ana Cristina que também chegaram de mansinho e ganharam um lugar especial no meu coração.

Agradeço aos amigos de Parnaíba não citarei nomes, pois são muitos que ficaram na torcida.

Agradeço ao meu professor Dr. José Newton Pires Reis, orientador desta dissertação, pela sugestão deste tema de pesquisa, pela confiança depositada em mim, pela atenção despendida em conversas, orientações e discussões referentes à dissertação.

A co-orientadora Drª Edvania de Assis, por me adotar, pelos ensinamentos, contribuições na orientação deste trabalho e o carinho recebido.

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Aos professores do Mestrado Acadêmico em Economia Rural pelos ensinamentos. Professor Natanael da UFPI, meu grande amigo. Sua contribuição no meu projeto para a seleção do mestrado foi essencial, obrigada. A Heliana Quitino que me incentivou a participar da seleção do mestrado, Ariosto (UFPI) que vibrou com a minha vitória, sei o quanto ele torce por mim.

Enfim, sem o apoio dessas pessoas tão especiais e que me ajudaram tanto não teria conseguido essa vitória. Ela é minha e de vocês também.

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RESUMO

O termo Condição de Vida é um conceito eminentemente subjetivo, uma vez que, na sua concepção, estão aspectos relacionados com o atendimento de necessidades vitais básicas. O atendimento dessas necessidades garante aos indivíduos melhores condições de vida e bem-estar. Portanto, a condição de vida refere-se aos fatores externos ao sujeito que proporcionam seu bem-estar. Então, há necessidade de se avaliar as políticas públicas para o desenvolvimento, se está surtindo efeito sobre a ótica do produtor no Território Rural Planície Litorânea. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo analisar as condições de vida no território rural Planície Litorânea, bem como sua caracterização socioeconômica, verificação dos fatores, características e efeitos do desenvolvimento no território e o índice de condição de vida (ICV). Como metodologia, os dados utilizados na pesquisa foram obtidos com a aplicação de questionários junto aos domicílios rurais, visando identificar, segundo a percepção dos atores locais, o Índice de Condição de Vida (ICV). Para construção do Índice de Condição de Vida (ICV) utilizou-se o excel e o IBM SPSS para analisar as características socioeconômicas. Dentre os principais resultados, pode-se destacar que a população se caracteriza com quantidade de membros por família que está na média nacional; a taxa de analfabetismo é elevada (50%); condições de saneamento básico são precárias e o acesso à água potável também. Houve melhorias econômicas, sendo perceptível em virtude do acesso a bens de consumo e aumento da renda; constataram-se dois tipos de domicílios: com produção e sem produção, onde o ICV obtido no território foi 0,491 (domicílios com produção) e 0,537 (domicílios sem produção), ambos considerados Médios segundo a base de cálculo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A variável que teve maior contribuição foi a permanência das famílias na unidade de produção (20,6%). Conclui-se, portanto, que as políticas públicas de desenvolvimento territorial estão surtindo efeitos, de acordo com a percepção dos produtores inseridos no território rural Planície Litorânea.

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ABSTRACT

The term living conditions is a highly subjective concept, since, in their design, are aspects of the provision of basic necessities of life. The under-standing the needs of these individuals to ensure better living conditions and well-being. Therefore, the condition of life refers to the external subject who provide their well-being factors. So no need to evaluate public policies for the development, it is having an effect on the view of the producer Coastal Plain Rural Planning. This study aimed to examine the living conditions in rural areas Coastal Plain, as well as their socioeconomic characterization, verification of factors, characteristics and effects of development in the area and the living conditions index (LCI). As methodology, the data used in this study were obtained with the use of questionnaires with rural households, to identify, according to the perceptions of local actors, the Condition Index (LCI). For construction of Condition Index (LCI) used the excel and IBM SPSS to analyze the socioeconomic characteristics. Among the main results, it can be noted that the population is characterized with quantity of members per family which is the national average; the illiteracy rate is high (50%); sanitation conditions are poor and access to drinking water as well. There was economic improvements, with noticeable because of access to consumer goods and increased income; found two types of households: with production and no production, where the ICV obtained in the territory was 0,491 (households with production) and 0,537 (households without production), both considered Midi according to calculation basis of the Ministry of Agrarian Development (MDA). The variable with the greatest contribution was the residence of the families on the farm (20.6%). Therefore it is concluded that the public territorial development policies are having effects, according to the perception of the producers inserted in rural areas Coastal Plain.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição do Produto Interno Bruto dos municípios que compõe o Território Planície Litorânea, no Piauí (2013) ... 32 Tabela 2 - Legenda dos valores padronizados do ICV... 39 Tabela 3 - Distribuição absoluta e relativa da quantidade de pessoas do domicílio que

moram neste estabelecimento/domicílio no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 40 Tabela 4

- Distribuição absoluta e relativa da quantidade de indivíduos maiores de 15 anos que são alfabetizados no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 41 Tabela 5

- Distribuição absoluta e relativa da quantidade de adultos que completaram o ensino fundamental (Primeiro Grau) no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 42 Tabela 6 - Distribuição absoluta e relativa das quantidades de crianças e adolescentes

em idade escolar que estão matriculados e frequentam regularmente as escolas existentes no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 42 Tabela 7 - Distribuição absoluta e relativa do acesso à energia elétrica, água e banheiro

pelos moradores do Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2013... 43 Tabela 8 - Distribuição absoluta e relativa da quantidade de Fogão a gás, geladeiras,

telefones e computadores encontrados nos domicílios do Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 49 Tabela 9 - Distribuição absoluta e relativa da Produção agrícola / pecuária / pesqueira /

extrativista própria no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 50 Tabela 10 - Distribuição absoluta e relativa da renda oriunda do trabalho não-agrícola

oriundo de serviços, comércio ou indústria no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 50 Tabela 11 - Distribuição absoluta e relativa do trabalho oriundo do artesanato e

manufatura no Território Rural Planície no Estado do Piauí, 2014... 51 Tabela 12 - Distribuição absoluta e relativa dos números de aposentadorias ou pensões

das famílias entrevistadas no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 51 Tabela 13 - Distribuição absoluta e relativa dos programas de transferências de rendas:

bolsa família auxílio pesca, auxílio barragem etc. pesquisados no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 52 Tabela 14 - Distribuição absoluta e relativa do arrendamento das áreas pelos produtores

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Tabela 15 - Distribuição absoluta e relativa das remessas financeiras advindas de familiares, amigos etc. no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 53 Tabela 16 - Distribuição absoluta e relativa das outras fontes de renda detectadas no

Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 54 Tabela 17 - Distribuição absoluta e relativa da renda dos indivíduos do Território Rural

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Relação entre fatores, características e efeitos e a abordagem das capacitações... 30 Figura 2 - Divisão Territorial da Planície Litorânea do Estado do Piauí – 2007... 31 Figura 3 - Fotografia do Transporte de Água dos Rios para a População Rural do

Território Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 45 Figura 4 - Fotografia do transporte de água dos reservatórios para a população rural do

Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 45 Figura 5

- Fotografia dos banheiros de palha encontrados nos domicílios pesquisados no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 47 Figura 6 - Fotografia dos banheiros de papelão encontrados nos domicílios pesquisados

nos domicílios no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014... 47 Figura 7 - Fotografia do Fogão a carvão no Território Rural Planície Litorânea no

Estado Piauí, 2013... 48 Figura 8 - Fotografia do Fogão à lenha no Território Rural Planície Litorânea no Estado

do Piauí, 2013... 48 Figura 9 - Fatores que condicionam o desenvolvimento do Território Rural Planície

Litorânea no Estado do Piauí... 59 Figura 10 - Características do Desenvolvimento do Território Rural Planície Litorânea

no Estado do Piauí... 63 Figura 11 - Efeitos do Desenvolvimento do Território Rural Planície Litorânea no

Estado do Piauí dos Domicílios sem Produção... 66 Figura 12 - Efeitos do Desenvolvimento do Território Rural Planície Litorânea no

Estado do Piauí dos Domicílios com Produção... 69 Figura 13 - Biograma representativo do ICV dos domicílios com produção do Território

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QUADROS

Quadro 1 - Instâncias e indicadores de desenvolvimento rural e das condições de vida dos domicílios rurais... 34 Quadro 2 - Escores atribuídos aos indicadores de desenvolvimento, segundo a avaliação

dos domicílios pesquisados... 35 Quadro 3 - Contribuição de cada indicador para a média da instância 1... 55 Quadro 4 - Contribuição de cada indicador para a média da instância 2... 61 Quadro 5 - Contribuição de cada indicador para a média da instância 3 dos domicílios

sem produção... 64 Quadro 6 - Contribuição de cada indicador para a média na instância 3 dos domicílios

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AG Aglomerado

CEPRO Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICV Índice de Condição de Vida

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada

MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento

SDT Secretária de Desenvolvimento Territorial

SGE Sistema de Gestão Estratégica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16

1.1 Justificativa e delimitação do problema ... 16

2 OBJETIVOS ... 18

2.1 Objetivo Geral ... 18

2.2 Objetivos Específicos ... 18

3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 19

3.1 Enfoque Territorial ... 19

3.1.1 Abordagem Territorial ... 19

3.1.2 Gestão Territorial e Sociedade ... 23

3.1.3 Gestão Territorial e Políticas Públicas ... 24

3.1.4 Desenvolvimento Econômico e Condições de Vida ... 26

4 METODOLOGIA ... ... 31

4.1 Área Geográfica de Estudo ... 31

4.1.1 População e Dimensão da Amostra ... 33

4.2 Métodos de Análise ... 34

4.2.1 Análise Tabular e Descritiva ... 34

4.2.2 Determinação da Contribuição dos Indicadores de Desenvolvimento Rural ... 34

4.2.3 Cálculo do Índice de Condição de Vida ICV ... 37

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 40

5.1 Caracterização socioeconômica dos domicílios residentes nas áreas do Território Rural da Planície Litorânea do Estado do Piauí ... 40

5.2 Verificação dos fatores que favorecem o desenvolvimento no Território Rural Planície Litorânea ... 55

5.3 Verificação das características do desenvolvimento com destaque para as condições ambientais de cada domicílio inserido no Território Rural Planície Litorânea ... 60

5.4 Verificação dos efeitos do desenvolvimento no Território Rural Planície Litorânea ... 64

5.4.1 Impacto dos efeitos do desenvolvimento dos domicílios sem produção ... 64

5.4.2 Impacto dos efeitos do desenvolvimento nas famílias com produção ... 67

5.5 Índice de Condição de Vida – ICV ... 70

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5.5.2 Índice de Condição de Vida para os domicílios com produção ... 71

CONCLUSÕES E SUGESTÕES ... 73

REFERÊNCIAS ... 74

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa e delimitação do problema

As condições de vida da maioria da população brasileira revelam quadro preocupante de destituição e pobreza. As precárias condições de vida estão atreladas a uma significativa parcela da população, e esse número de pessoas e famílias vivendo em situação de pobreza caminham lado a lado, no Brasil, com os altos índices de desigualdade de renda.

A região Nordeste do Brasil, considerada a mais carente economicamente, apresenta os mais elevados níveis de pobreza do País. Em termos sintéticos, o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH mostra que, no Nordeste, as condições de vida são mais precárias do que as das demais regiões (PNUD, 2013). Nesse contexto de desigualdades, o Nordeste situa-se como uma região onde prevalecem condições sociais precárias para a grande maioria da população que é carente de saúde, educação e renda. Carências estas que refletem de sobremaneira nas condições de vida da população.

Já o Estado do Piauí, segundo o PNUD (2013), encontra-se entre os 10 estados mais pobres do Brasil, no ranking de terceiro lugar e com 58,1% da população considerada pobre. A

proporção de renda domiciliar “per capita” é igual ou inferior a R$ 255,00 mensais, o que caracteriza como primeiro nível de pobreza.

Assim, o Estado do Piauí se destaca por ser um dos estados mais pobres da federação brasileira e essa pobreza é bastante nas áreas rurais. Devido a isso, a situação do desemprego é um ponto em destaque que impossibilita o Homem do campo (rural) a melhorar sua condição de vida, especificamente das famílias inseridas no Território Rural Planície Litorânea, objeto de estudo da presente investigação.

Em relação aos valores médios do PIB do Brasil, do Estado do Piauí e do Território estudado, existe disparidade econômica entre regiões. Segundo dados do IBGE (2011), no Brasil, o PIB alcançou, aproximadamente, R$ 4.143.013.337,00 enquanto o Piauí atingiu R$ 24.606.833,00 e o território estudado R$ 1.598.319,00.

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Caraúbas - 0,505 (Baixo); Caxingó – 0,488 (Muito baixo); Cocal- 0,497 (Muito baixo); Cocal dos Alves – 0,498 (Muito baixo) e Murici dos Portelas – 0,530 (Baixo).

Seguindo as diretrizes do MDA (2007), o estado do Piauí através da Secretaria de Planejamento, organizou as suas macrorregiões a partir do modelo de regionalização proposto pelo Estado, sendo este modelo considerado referência geográfica às unidades definidas como Territórios de Desenvolvimento, que se fundamentam em características ambientais; vocações produtivas e dinamismo das regiões; relações socioeconômicas e culturais estabelecidas entre as cidades; regionalizão político-administrativa e malha viária existente.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar as condições de vida nos domicílios no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí.

2.2 Objetivos Específicos

 Caracterizar socioeconomicamente os domicílios localizados nas áreas do Território Rural da Planície Litorânea do Estado do Piauí;

 Verificar os fatores que favorecem o desenvolvimento no território rural;

 Estudar as características do desenvolvimento no território rural com destaque para as condições ambientais de cada família inserida no território;

 Compreender os efeitos do desenvolvimento no território rural;

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Enfoque Territorial

3.1.1 Abordagem Territorial

No Brasil, a abordagem territorial vem ganhando rápido interesse, especialmente no âmbito dos planejadores e formuladores de políticas públicas. A partir dos anos 90, a abordagem territorial norteou os processos de reflexão acerca das ações necessárias para a revitalização de áreas economicamente decadentes ou, ainda, estimulou o potencial produtivo em áreas já dinâmicas (TAPIA, 2005). O entorno dessas áreas, assim como a identificação de agentes considerados fundamentais nesse processo, adquire relevância para os estudiosos e formuladores de políticas públicas e fundamentam os pressupostos da abordagem territorial (LOPES; AMARAL, 2008).

No que se refere ao “mundo rural”, a percepção da necessidade de uma nova

abordagem para a questão do desenvolvimento ganhou fôlego especialmente por meio da proliferação de ideias e noções que foram importadas para o Brasil por pensadores e estudiosos (SCHNEIDER, 2004).

Não se pode desconsiderar que o uso conceitual do território é reivindicado por uma disciplina, a Geografia. Segundo alguns geógrafos, a integração do território no campo da

Geografia é relativamente recente ocorrendo nas décadas de 1970 e 1980 e ocorreu

concomitante com a abertura desta ciência na direção de outras Ciências Sociais, da Sociologia (produção dos espaços urbano e rural), da Economia (efeito econômico da localização da produção) e da Ciência Política (territorialização do poder e das políticas públicas) (CAZELLA; BONNAL; MALUF, 2009).

Segundo alguns geógrafos citados abaixo, o território aborda os seguintes

conceitos: segundo Guy Di Méo (1998), afirma que “o território é uma construção social, um

processo de interação das relações cotidianas e na co-presença de pessoas entre elas, com os

lugares e os objetos”. Já Raffestin (1993) define o território como um “conjunto de relações

mantidas pelos homens, enquanto membros de uma sociedade, com a extensividade e alteridade

mediante a ajuda dos mediadores”. Como se percebe, para ambos os autores, o território

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A abordagem territorial, segundo Saquet (2007), permite, sem modismo e denominações maquiadas, compreender elementos e questões, ritmos e processos da sociedade e da natureza exterior ao Homem. O uso da abordagem para Saquet (2009), enquanto suporte teórico-metodológico permite que os estudos geográficos reconheçam, simultaneamente, características fundamentais dos processos de apropriação, dominação e produção do território assim como as relações de poder, as identidades simbólico-culturais (traços comuns), as contradições, as desigualdades (ritmos lentos e rápidos), as diferenças, as mudanças (descontinuidades), as permanências (continuidades), as redes de circulação, de comunicação e a natureza interior e exterior ao homem como genérico (biológica e socialmente).

A abordagem multidimensional, relacional e processual do território desenvolvida em Saquet (2009) reconhece a unidade dos tempos históricos e coexistentes as descontinuidades e continuidades, a unidade ideia matéria que está nas relações espaço-tempo e que produzem as territorialidades. Nesse sentido, o autor busca delimitar alguns processos fundamentais do entendimento dos territórios que devem ser maximizados em favor da justiça social, da preservação da natureza, da distribuição das riquezas, da valorização dos saberes populares e da autonomia (CARVALHO, 2012).

Na abordagem territorial, o foco das políticas é o território, pois ele combina aproximidade social, que favorece a solidariedade e a cooperação, com a diversidade de atores sociais, melhorando a articulação dos serviços públicos, organizando melhor o acesso ao mercado interno, chegando até ao compartilhamento de uma identidade cultural, que fornece uma sólida base para a coesão social e territorial, verdadeiros alicerces do capital social (BRASIL, 2003).

Por isso, o significado de Território conforme Santos (2005) possui uma diversidade de conceitos que têm sido explorados em vários campos do conhecimento, desde o território como agente de agregação de valores, quanto em sua atuação como na visão de construção de identidades.

Numa primeira aproximação, um território pode ser concebido como “um pedaço

de espaço cujos elementos constitutivos são organizados e estruturados pelas ações dos grupos

sociais que o ocupam e o utilizam” (RENARD, 2002). Como já foi citado, território não é,

portanto, só uma realidade geográfica, mas uma realidade humana, social, cultural e histórica

(CAZELLA; BONNAL; MALUF, 2009).

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divisões jurídico políticas, suas heranças históricas e seu atual conteúdo econômico, financeiro, fiscal e normativo. É desse modo que ele constitui, pelos lugares, aquele quadro da vida social onde tudo é interdependente (SANTOS, 2002), Já Furtado; Furtado, (2008), definem que o território é considerado a base da existência social.

Segundo Carvalho (2012) apud Hasbaert (2004), o território também pode ser interpretado de acordo com essas três vertentes; política (relacionada às relações de espaço-poder em geral) ou jurídico - política (relativa também a todas as relações espaço – poder institucionalizadas), cultural ou simbólica - cultural (prioriza a simbologia e a subjetividade) e outra econômica (ressalta as relações econômicas, embate entre classes, o território é entendido como fonte de recursos).

Segundo Brasil (2010):

O território é a unidade que melhor dimensiona os laços de proximidade/identidade entre as pessoas, grupos sociais e instituições; é mediador entre a dimensão do município considerando suas especificidades, a dimensão micro territorial e a dimensão territorial [...].

De acordo com esse conceito, o território traz consigo essa proximidade e identidade para que haja uma sinergia entre os atores sociais e os espaços geográficos abrangendo suas especificidades. Então nessa perspectiva, o território, passa a ser constituído, visando o desenvolvimento, possui função atuante e deixa de ser concebido como resultado, a abordagem territorial do desenvolvimento apresenta semelhanças com as concepções regionais e locais, relacionando novos elementos (CARVALHO, 2012).

Por isso é visto como uma área que sintetiza e materializa num determinado espaço geográfico um processo social, econômico, ecológico e cultural complexo, em interação com outros espaços diferenciados (BRASIL, 2010).

No Brasil, a incorporação desse enfoque concretizou-se institucionalmente pela criação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), ligada ao Ministério de Desenvolvimento Agrário (BRITO, 2012 apud SCHNEIDER, 2004).

As políticas públicas têm como estratégia impulsionar o processo de dinamização econômica e social, possibilitando uma articulação interinstitucional capaz de gerar um ambiente inovador para o desenvolvimento sustentável através do acesso a serviços e a recursos que possam materializar, no território, os resultados do trabalho, garantindo tanto a geração de riqueza quanto sua apropriação mais equitativa.

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dos territórios rurais e desses com o restante da economia nacional, sua revitalização e reestruturação progressiva, assim como a adoção de novas funções e demandas (MDA, 2005). E ressurge no contexto agrário brasileiro com o objetivo principal de enfrentar os entraves clássicos para o acesso às políticas públicas voltadas ao meio rural.

A Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apresenta iniciativas e objetivos que tomam a pobreza rural e a dimensão espacial do processo de desenvolvimento como elementos importantes para a formulação de alternativas. Os documentos de orientação da SDT trazem à luz das políticas territoriais como desafio do país, em especial, do meio rural, banir a fome e a miséria e se concentram no combate à pobreza como justificativa maior de mudanças necessárias nas estratégias e eixos de desenvolvimento. Para que tais mudanças ocorram e promovam alterações nas condições de vida das populações em estado de miséria, é proposto o avanço em direção a novos paradigmas da relação estabelecida entre Estado e Sociedade, desenvolvendo políticas públicas duradouras, com instrumentos de intervenção que foquem nas mudanças pretendidas e que estimulem novas formas de governança (FREITAS; DIAS; FREITAS, 2010).

Neste contexto, apresenta-se aqui a importância de considerar a criação dos territórios rurais, a partir da instituição da SDT, como um programa de governo dirigido para a melhoria das condições de vida e trabalho no meio rural.

3.1.2 Gestão Territorial e Sociedade

A discussão de gestão social ganhou contornos mais nítidos a partir dos processos de democratização e descentralização político-administrativo. O processo de democratização tem como elemento a percepção da possibilidade da inovação, entendida como participação ampliada de atores sociais de diversos tipos em processos de tomada de decisão (FREITAS; FREITAS; DIAS, 2010).

(25)

Segundo Tenório (1998), a gestão social sinaliza para a discussão do conceito de cidadania deliberativa, focando na constituição de espaços de participação onde a sociedade assuma uma postura ativa, na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas.

O conceito de gestão social também pode ser entendido como o processo gerencial dialógico onde a autoridade decisória é compartilhada entre os participantes da ação, os colaboradores. Não obstante, é possível inferir que todas elas surgiram e se desenvolvem a partir do aparecimento de uma nova configuração do padrão das relações entre Estado e sociedade (FRANÇA, 2008).

De maneira mais geral, a gestão social é entendida como um processo no qual o Estado, sem perder a centralidade, deixa de ter o monopólio do poder para – juntamente com a Sociedade Civil – planejar, traçar diretrizes e tomar decisões capazes de potencializar as riquezas, em sentido amplo, do local (CARRION; CALOU, 2008).

A prática da gestão social pressupõe a organização, com muito mais força, da presença da sociedade civil no processo de construção e tomada de decisões no interior do Estado. Ampliam-se a transparência e os mecanismos participativos, que se materializam através da construção de espaços públicos na esfera pública comunicativa.

A participação social na gestão de políticas públicas se constituiu uma temática relevante no Brasil, tendo origem em diversas experiências e proposições de mecanismos de democratização das esferas públicas decisórias sobre políticas e recursos públicos, alternativas às práticas tradicionais autoritárias e centralizadoras do Estado (SILVA, 2008).

As perspectivas de construção de novas formas de relação entre Estado e sociedade foram motivadas no seio da sociedade civil pelo contexto sócio-político dos anos oitenta, na luta contra o centralismo autoritário do regime militar. No período, também surgiram experiências municipais de gestão participativa nas políticas públicas.

Com a introdução da Constituição da República Federal que consolidou e estruturou o novo sistema de controle da administração pública assegurou-se o direito ao exercício do poder por parte do cidadão.

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Levando-se em consideração o conceito de gestão social, que tem a função de gerir assuntos públicos, em particulares políticas e iniciativas voltadas para a promoção do desenvolvimento das áreas urbanas e rurais e para ocorrer de maneira eficaz, são necessários dois requisitos: um ambiente marcado pela descentralização política administrativa e desenhar ações que conduzam ao empoderamento da sociedade.

Conforme o MDA (2005), o desenvolvimento harmônico do meio rural se traduz também com crescimento e geração de riquezas em função de dois propósitos superiores:

a) a coesão social, como expressão de sociedades nas quais prevaleça a equidade, o respeito à diversidade, à solidariedade, à justiça social, o sentimento de pertencimento e inclusão;

b) a coesão territorial como expressão de espaços, recursos, sociedades e instituições imersas em regiões, nações ou espaços supranacionais, que os definem como entidades cultural, política e socialmente integradas.

O desenvolvimento é um processo dinâmico de melhoria que implica em mudança, evolução, crescimento e avanço para que ocorra todo esse processo existe a necessidade dessa coesão social, territorial projetando assim um desenvolvimento harmônico e sustentável no meio rural, e assim, segundo Abramovay (2000), o município é uma importante unidade administrativa de um território. O território representa uma trama de relações com raízes históricas, configurações políticas, identidades que desempenham um papel pouco conhecido no desenvolvimento econômico.

Conforme Graziano; Marc; Bianchini (2001), trazer a participação popular no processo político para a esfera municipal, além de aproximá-la da população mais diretamente envolvida, permite que essa arena se democratize cada vez mais, ampliando a participação de outros atores e não somente aqueles representantes da elite local, urbana ou rural.

3.1.3 Gestão Territorial e Políticas Públicas

(27)

sido reduzido pelas transformações mundiais econômicas, políticas e sociais (CARVAHO, 2012).

Com o aprofundamento e expansão da democracia, as responsabilidades do Estado se diversificaram. Atualmente, é comum se afirmar que a função do Estado é promover o bem-estar da sociedade, para tanto, ele necessita desenvolver uma série de ações e atuar diretamente em diferentes áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente, para atingir resultados em diversas áreas e promover o bem-estar da sociedade, assim os governos se utilizam das Políticas Públicas que podem ser definidas da seguinte forma segundo Teixeira (2002):

“Políticas públicas” são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas de financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos. Nem sempre, porém, há compatibilidade entre as intervenções e declarações de vontade e as ações desenvolvidas. Devem ser consideradas também as “não-ações”, as omissões, como formas de manifestação de políticas, pois representam opções e orientações dos que ocupam cargos.

As Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. São certas de que as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade (SEBRAE, 2008).

O Estado contemporâneo está ainda mais sensível às manifestações da sociedade civil organizada. Embora, quando centralizador e autoritário o Estado sempre estivesse articulado e influenciado pelos interesses das classes sociais, principalmente, as economicamente dominantes, na atualidade as disputas pelo direcionamento das suas ações, através das políticas públicas se intensificaram, por meio do estabelecimento de instituições de poder mais democráticas.

Conforme Feijó (2005), as políticas públicas se traduzem no seu processo de elaboração, efetivação e, sobretudo, em seus resultados e meios que o poder público nas esferas municipal, estadual e federal busca para viabilizar as mais variadas formas de acesso e exercício à cidadania.

(28)

significa que cada território encerra uma diversidade de atores e de interesses, sendo alguns na distribuição espacial da ocupação do solo no interior dos mesmos e nas regiões envolvidas.

Então, conforme os autores citados, a perspectiva territorial do desenvolvimento rural sustentável permite a formulação de uma proposta centrada nas pessoas, que leva em conta os aspectos de interação entre os sistemas socioculturais e os sistemas ambientais, e que considera a integração produtiva e a utilização competitiva dos recursos produtivos como meios que permitem a cooperação e corresponsabilidade ampla dos atores sociais.

No estudo das políticas de desenvolvimento territorial, as alternativas apresentadas pelas políticas vêm considerando os territórios rurais como estratégia de ação que amplia as

possibilidades de êxito na execução das ações do Estado. Essa “nova” perspectiva e olhar sobre

o processo de desenvolvimento e sobre o rural brasileiro surgem e se legitimam nas agendas das políticas públicas (FREITAS; FREITAS; DIAS, 2010).

Esse desenvolvimento territorial promove a superação da visão da participação como condição para a obtenção de compensações, pondo em destaque a cooperação, a corresponsabilidade e a inclusão econômica e social. Promove esquemas de cooperação que se adaptem às demandas diversas da população e atores dos territórios. E favorecendo uma concepção multidimensional, na qual o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, o político e as instituições interagem sobre o território (BRASIL, 2003).

Dessa maneira, supera a visão de que a economia rural se reduz a uma economia agrícola e favorece uma economia territorial. Estimula a diversificação econômica dos territórios, supera a visão convencional do capital, destacando a importância do capital humano, como a capacidade transformadora inerente aos conhecimentos das pessoas.

3.1.4 Desenvolvimento Econômico e Condições de Vida

De acordo com Ré; Schneider; Rambo (2012), até a contribuição de Sen ser publicada em seu livro Desenvolvimento como Liberdade, em 2000, as perspectivas teóricas existentes consideravam que a medida do desenvolvimento de determinado país ou região resumia-se exclusivamente a indicadores econômicos, ou seja, os números do PIB (Produto Interno Bruto) e da renda per capita, eram o que determinava se as nações configuravam-se, ou não, como desenvolvidas.

(29)

aperfeiçoamento das condições de trabalho, à melhoria das condições habitacionais, ao maior acesso à saúde e à educação, e à melhor qualidade de vida (DICIONÁRIO DE DIREITOS HUMANOS, 2005).

É importante destacar a diferença entre desenvolvimento econômico e crescimento econômico. Sendo desenvolvimento econômico um conceito mais amplo que necessita não apenas de indicadores quantitativos, mas de indicadores que meçam a qualidade de vida das pessoas, enquanto crescimento econômico é medido apenas por indicadores de quantidade como produto interno bruto, produto interno bruto per capita, renda. De acordo com Lemos (2008), o crescimento econômico refere-se às expansões da escala física, ou seja, do aumento da produção. Desenvolvimento econômico são as transformações econômicas, sociais, estruturais, por meio da melhoria qualitativa e do equilíbrio ao meio ambiente.

O desenvolvimento econômico define-se como um aumento contínuo de produção aliado a chances de mobilidade social e melhoria nas condições de vida da população (NUNES; DIAS; GONDIM, 2011).

Assim, para Souza (2005) o conceito de desenvolvimento pode ser entendido: [...] pela existência de crescimento econômico continuo, em ritmo superior ao crescimento envolvendo mudanças de estruturas e melhorias de indicadores econômicos, sociais e ambientais. Ele compreende um fenômeno de longo de prazo, implicando o fortalecimento da economia nacional, a ampliação da economia de mercado, a elevação geral da produtividade e do nível de bem-estar do conjunto de população, com a preservação do meio ambiente.

Com a adoção do desenvolvimento econômico foi possível identificar a necessidade de desenvolver regiões, devido às diferenças culturais, econômicas e sociais, surgindo neste momento o desenvolvimento regional onde as políticas públicas são de extrema importância para a eficiência desse modelo.

De acordo com Schneider e Tartaruga (2004), a ideia de que a maior proximidade dos atores que atuam em determinado espaço geraria ações coletivas e cooperadas (troca de experiências, redes de colaboração) que ampliariam a espessura e a densidade das relações sociais e, como consequência, favoreceriam o surgimento de oportunidades inovadoras de desenvolvimento. Nesse contexto, a abordagem territorial aparece como uma noção que permitiria explicar o papel do contexto e do espaço social como fator de desenvolvimento.

(30)

segundo circunstâncias históricas e geográficas” (COULERT; PECQUEUR, 1994). Neste caso,

o espaço não é um simples suporte, mas ele se torna território, que é o ponto de reencontro dos atores do desenvolvimento, o lugar onde se organizam formas de cooperação entre empresas, onde se decide a divisão social do trabalho. Enfim, o lugar de reencontro entre as formas de mercado e as formas de regulação social. O território torna-se um componente permanente do desenvolvimento.

Portanto, começou a ser discutida com mais ênfase, a partir da década de 1994, uma avaliação comparativa entre o desenvolvimento e as condições de vida de uma determinada sociedade em virtude da constatação do processo de crescimento econômico que ocorrera em vários países, sobretudo nos subdesenvolvidos, por não ser acompanhado de uma melhoria na qualidade de vida da maioria da população.

Assim o conhecimento em qualidade de vida subjetiva se expressa como uma área multidisciplinar de conhecimento que engloba além de diversas formas de ciência e conhecimento popular, conceitos que permeiam a vida das pessoas como um todo. Nessa perspectiva, lida com inúmeros elementos do cotidiano do ser humano, considerando a percepção e expectativa subjetivas sobre a vida (ALMEIDA; GUTIERREZ; MARQUES, 2012).

Conforme sugere a Organização Mundial da Saúde (2008), a percepção dos indivíduos é refletida a partir do momento em que as suas necessidades estão sendo satisfeitas ou, ainda, que lhes estão sendo negadas oportunidades de alcançar a felicidade e a autorealização, com independência de seu estado físico de saúde ou das condições sociais e econômicas. Trata-se de um conceito subjetivo, complexo e multidimensional que depende de fatores intrínsecos e extrínsecos dentro da realidade de cada pessoa (ROCHA; FELLI, 2004).

Portanto, condições de vida é um conceito eminentemente subjetivo, uma vez que, na sua concepção estão aspectos relacionados com o atendimento de necessidades vitais básicas tais como: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte, dentre outras. O atendimento dessas necessidades garante aos indivíduos melhores condições de vida e bem-estar (RIBEIRO; BARBOSA, 2006).

(31)

Além da multidimensionalidade, trabalha-se também a proposta trazida por Kageyama (2008) que é baseada em três dimensões, a primeira se refere aos condicionantes ou fatores do desenvolvimento rural, a segunda são as características do desenvolvimento rural e a terceira pressupõe os efeitos dos processos de desenvolvimento.

De acordo com Rambo et al (2012), essas dimensões estão pautadas na concepção de Sen (2000), qual seja, um processo que consiste na remoção das restrições que limitam as escolhas e oportunidades das pessoas, um processo de alargamento das liberdades. Sendo assim, essas instâncias acima citadas aproximam-se da abordagem das capabilities (capacitações), a qual propõe avaliar a capacidade – ou melhor, a liberdade – de escolha dos indivíduos, de realização de ações ou do alcance de estados considerados desejáveis. O que propõe, então, é um modelo que possibilite aos indivíduos terem acesso ao tipo de vida que gostariam de ter (RAMBO et al, 2012).

Então na abordagem de Sen (2000), a liberdade é a condição central, os fins e os meios do desenvolvimento. Para que seja atingida e para que todos sejam incluídos no espaço público de debate e definição das capacitações e funcionamentos, cinco liberdades instrumentais precisam ser garantidas, conforme Sen (2000):

1) Liberdades políticas 2) Facilidades econômicas 3) Oportunidades sociais 4) Garantia de transparência e 5) Segurança protetora.

(32)

De acordo com a Figura 1:

Figura 1 – Relação entre fatores, características e efeitos e a abordagem das capacitações

Fonte: Rambo et al, 2012.

Ao agregar a abordagem das representações sociais e instrumentais, então se observa como o Índice de Condições de Vida auxilia na compreensão das dinâmicas territoriais de desenvolvimento rural. Ao compreender, por exemplo, como os atores territoriais interpretam o real, é possível entender como e por que esses se comportam e agem de determinada forma (RAMBO et al, 2012).

A condição de vida refere-se aos fatores externos ao sujeito que proporcionam seu bem-estar (alimentação, moradia, educação, saúde, segurança, habitação etc.). Nível de vida compreende os recursos necessários para desenvolver as condições de vida, tais como emprego, a produção, a tecnologia etc. (COSTA; COSTA, 2011).

FATORES que condicionam

o desenvolvimento CARACTERÍSTICAS do desenvolvimento

EFEITOS econômicos, sociais, político-institucionais, cultura e ambiental do desenvolvimento

Intitulamentos Elementos de conversão Capacitações e funcionamentos

Percepções

(33)

4 METODOLOGIA

4.1 Área Geográfica de Estudo

A área geográfica de estudo abrange os 4 municípios: Caxingó, Parnaíba, Ilha Grande e Cocal e que compõe o Território da Planície Litorânea e localiza-se na zona norte do Estado do Piauí. O TPL é composto por dois Aglomerados: AG 1, formado por: Cajueiro da Praia, Ilha Grande, Luís Correia e Parnaíba e AG 2: Bom Princípio do Piauí, Buriti dos Lopes, Caraúbas do Piauí, Caxingó, Cocal, Cocal do Alves, Murici dos Portelas.

O Território Rural Planície Litorânea abrange uma área de 6.194 km², sendo a população total no ano de 2010 de 265.422 habitantes distribuídos nos 11 municípios (IBGE, 2010), dos quais 75.551 vivem na área rural, o que corresponde a 28,49% do total da população e densidade demográfica de 42,85 (hab/ km²). No que se refere à dinâmica populacional, observa-se considerável concentração em dois municípios, são eles: Parnaíba e Luís Correia, ambos concentram 65,65% da população do TPL. Parnaíba possui 145.705 habitantes, e Luís Correia 28.406 habitantes (IBGE, 2010). A Figura 2 destaca a divisão territorial do Território Planície Litorânea para o ano de 2010, segundo dados do Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí–CEPRO, 2010.

Figura 2 – Divisão Territorial da Planície Litorânea do Estado do Piauí – 2007

(34)

Destacam-se algumas características dos municípios da Planície Litorânea como: Parnaíba apresenta densidade demográfica de 334,52 hab./km², sendo a maior densidade em relação aos outros municípios, é o segundo centro econômico do Estado com um PIB de ordem R$ 1.040.166,00 (IBGE, 2011), enquanto Bom Princípio do Piauí apresenta a mais baixa densidade demográfica do Território: 10,17 hab./km². O município de Cocal dos Alves se destaca com o menor PIB na ordem de R$ 23.108,00 (IBGE, 2011).

De acordo com a Tabela 1, o Produto Interno Bruto (PIB) do Território Rural Planície Litorânea somou segundo o IBGE (2011) R$1.598.319,00, ocupando o 2º lugar no ranking dos territórios com o maior PIB do Estado do Piauí (CEPRO, 2012). O setor de serviços teve a maior contribuição nos 11 municípios que compõe o território, seguido da indústria e agropecuária. Esse setor é responsável por 70,66%, enquanto a indústria contribui com 13,71%, seguido da agropecuária com 7,5%. O produto total do Estado do Piauí soma R$ 24.606.833,00, sendo que a participação do PIB do território da Planície Litorânea equivale a 7,24% desse total.

Tabela 1 – Composição do Produto Interno Bruto dos municípios que compõe o Território Planície Litorânea, no Piauí (2013)

MUNICIPIOS PIB PIB

Agrícola PIB Industrial PIB Serviços Parnaíba Cajueiro da Praia

Ilha Grande Luís Correia Bom Princípio Buriti dos Lopes

Caraúbas Caxingó

Cocal Cocal dos Alves Murici dos Portelas

1.040.166 31.240 41.568 138.125 32.130 94.996 26.755 25.463 109.939 23.108 34.829 23..056 4.572 7.730 20.079 11.166 16.029 5.735 4.946 15.406 4.251 7.045 159.808 4.156 4.598 17.288 2.047 10.500 2.373 2.317 11.366 1.840 2.964 753.419 21.274 27.322 93.185 17.208 63.947 17.223 17.223 78.287 16.111 23.704

Total 1.598.319 120.015 219.257 1.129.272

Fonte: IBGE, 2011.

(35)

4.1.1 População e Dimensão da Amostra

Os municípios estudados foram os seguintes: Parnaíba com IDHM de 0,687 (Médio), Ilha Grande – IDHM de0,563 (Baixo), Caxingó – IDHM de 0,488 (Muito baixo) e Cocal – IDHM de 0,497 (Muito baixo), observando os dois mais desenvolvidos e dois menos desenvolvidos nessa hierarquia de valores, motivando assim a escolha para o estudo, então, trabalhou-se com o número de domicílios rurais de acordo com o IBGE (2010). A estimativa inicial da amostra foi calculada de acordo com Fonseca e Martins (1996):

= � . �−1 +� . .� . . .� (1)

Sendo:

n = tamanho da amostra (n=365)

� = nível de confiança escolhido, expresso em numero de desvio (2 desvios). p = % com o qual o fenômeno se verifica (p = 0,5)

q = % complementar (q=0,5)

N = tamanho da população (N= 7.022) e = erro máximo permitido (e = 5%)

Considera-se a população finita, haja vista, uma quantidade determinada de famílias inserida no Território Planície Litorânea, a população que compõe o TPL alcança 19.143 habitantes, então foi trabalhada uma amostra não aleatória intencional em que consiste selecionar um subgrupo de população que, com base nas informações disponíveis, possa ser considerado representativo, de toda a população. Esse subgrupo foi composto por uma população de 7.022 habitantes.

Para a análise das condições de vida dessa população rural, foram entrevistados 186 domicílios, de uma amostra de 365, sendo assim corresponde a 26,48% dos 7.022 domicílios que estão inseridos nos quatro municípios escolhidos do território.

Assim, durante a coleta de dados no período de outubro a novembro de 2013, observou-se a ocorrência de saturação o que, segundo Glaser; Strauss, 1976 apud

Thiry-Cherques, 2009, p. 23, representa que: “nenhum dado adicional é encontrado que possibilite ao

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1976 apud THIRY-CHERQUES, 2009, p. 23). Nesse caso, segundo Maia (2013), ao conjunto das respostas apresentadas pelos entrevistados, pouco ou nada foi acrescentado em termos de substancialidade aos tópicos abordados e o pesquisador pode encerrar a etapa de coleta de dados.

A pesquisa considerou domicílios com produção e sem produção agrícola, devido à realidade do trabalho de campo que indicou que nem todos os domicílios pesquisados possuíam produção agrícola, os domicílios encontrados sem produção na maioria viviam basicamente das aposentadorias, comércio ou bolsa família.

4.2 Métodos de Análise

4.2.1 Análise Tabular e Descritiva

A análise descritiva dos dados obtidos foi realizada por meio de técnicas estatísticas, mais especificamente tabelas de distribuição de frequências e gráficos. A estatística descritiva permite ao pesquisador uma melhor compreensão do comportamento dos dados por meio de tabelas (FÁVERO et al, 2009). Essa técnica adotada na pesquisa tem também o propósito de sistematizar as informações coletadas junto às famílias do Território Rural Planície Litorânea para a análise quanto às características socioeconômicas como, idade, escolaridade, principais fontes de renda, condições ambientais etc.

4.2.2 Determinação da Contribuição dos Indicadores de Desenvolvimento Rural

A análise dos indicadores do desenvolvimento no território rural foi realizada considerando-se três instâncias, sendo cada uma delas composta por oito indicadores (Quadro 1). Essa segmentação seguiu o MDA (2011).

Quadro 1 – Instâncias e indicadores de desenvolvimento rural e das condições de vida dos domicílios rurais

Instâncias Indicadores

Fatores que favorecem o desenvolvimento

(intitulamentos)

Mão de obra familiar em atividade dentro ou fora da unidade Área da unidade de produção familiar

Escolaridade

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Acesso a mercados

Acesso a políticas públicas (Pronaf, bolsa-família). Acesso a crédito e assistência técnica

Presença de instituições que favorecem o desenvolvimento rural

Características do desenvolvimento

(elementos de conversão)

Renda familiar

Produtividade do trabalho Produtividade da terra

Diversificação da produção agrícola

Pluriatividade, diversificação nas fontes de renda familiar. Uso e proteção dos recursos naturais: água

Uso e proteção dos recursos naturais: solo

Uso e proteção dos recursos naturais: vegetação nativa

Efeitos do desenvolvimento

(capacitações e funcionamentos)

Estar bem alimentado / nutrido Ter boa saúde

Permanência dos membros da família da unidade de produção Percepção sobre as mudanças na situação econômica da família Percepção sobre as mudanças na situação ambiental da unidade Participação social (cooperativas associações)

Participação política (eleições, conselhos, assembleias).

Participação cultural (grupos de expressão cultural, outras atividades).

Fonte: MDA, 2011

O quadro 2 apresenta os escores atribuídos aos indicadores de desenvolvimento de acordo com a avaliação nos domicílios pesquisados, de acordo com o anexo I:

Quadro 2 – Escores atribuídos aos indicadores de desenvolvimento, segundo a avaliação dos domicílios pesquisados

Atributo do Indicador Escore equivalente

Péssimo 1

Ruim 2

(38)

Boa 4

Ótimo 5

Fonte: MDA, 2011

O tratamento matemático que permitiu a análise do nível de desenvolvimento territorial em cada uma das instâncias estudadas consistiu na aplicação da expressão:

�� =∑= (2)

Onde:

�� = média aritmética dos escores recebidos pelos indicadores componentes da w-ésima

instância

w= instâncias analisadas (w = 1,2,3)

�= média aritmética do i-ésimo indicador da w-ésima instância, expresso por:

� = ∑= � (3)

Onde:

i =indicadores que compõe a w-ésima instância (i =1, ..., k) Instância 1; i = 1,...,8

Instância 2; i = 9,...,16 Instância 3; i = 17,...,24

� = números de indicadores que compõem a w-ésima instância

� = Escore atribuído pela j-ésima família entrevistada, ao i-ésimo indicador da w-ésimainstância

(39)

4.2.3 Cálculo do Índice de Condição de Vida ICV

As condições de vida da População Rural do Território Planície Litorânea foram analisadas a partir de um índice agregado composto por indicadores inseridos em três dimensões que buscam descrever o desenvolvimento a partir de três aspectos:

i) Fatores do desenvolvimento,

ii)Características do desenvolvimento e iii)Efeitos do desenvolvimento.

Segundo Gomes et al (2012), as três dimensões do índice são chamadas de

“instâncias”: a primeira busca entender os condicionantes do desenvolvimento rural, na qual, se procura identificar as diferentes bases territoriais sobre as quais se desenrola o processo de desenvolvimento rural. Na segunda, busca-se identificar as possíveis diferenças nas trajetórias do desenvolvimento. A terceira dimensão pressupõe os efeitos dos processos de desenvolvimento, admitindo que as características junto à base territorial diversa – ou seja, juntos aos fatores – produzem resultados econômicos e sociais também diversos.

O índice em questão, denominado ICV – Índice de Condições de Vida foi inicialmente elaborado por pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, requisitado pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) e com contribuições da pesquisadora Ângela A. Kageyama sucede uma primeira experiência da equipe do PGDR com o projeto de validação do Índice de Desenvolvimento Sustentável (IDS) e sua representação gráfica na forma de um biograma (Seu principal objetivo é apreender os efeitos das ações territoriais nas percepções do público alvo. Além de permitir análises comparativas (GOMES et al, 2012).

O que se vai buscar é a percepção desses indivíduos ou famílias sobre a condição de vida deles no Território Rural Planície Litorânea e as respostas são anotadas em escalas de valor pré-estabelecidas. Foram considerados os indicadores conforme o anexo I.

Portanto, não se vai perguntar o valor da renda familiar, mas se a renda é suficiente para viver de forma adequada. Em vez de perguntar qual a produtividade da área naquele ano específico, é indagado se, para ele, a produtividade da área está boa. As respostas são claramente subjetivas, mas expressam as percepções dos indivíduos sobre cada um dos 24 indicadores que compõe o ICV. O que importa é o ponto de vista dos entrevistados e a avaliação feita por eles sobre os diversos aspectos que compõem o instrumento de captação de dados.

(40)

ICV = 3 d +d +d

(4)

Onde:

ICV = índice de condição de vida

d1 = média dos indicadores da instância 1 d2 = média dos indicadores da instância 2 d3= média dos indicadores da instância 3

As médias dos indicadores e o ICV são representados em gráficos do tipo biograma (RÉ; RAMBO; SCHNEIDER, 2012).

Vale mencionar que, para o cálculo do ICV, os escores atribuídos aos indicadores de cada dimensão foram reescalonados (padronizados) e alcançaram valores entre 0 e 1, de modo a possibilitar a construção do índice (WAQUIL, 2012). Esse reescalonamento, ou seja, essa padronização é feita conforme Lemos (2001), apud Cunha et al (2008), a partir da expressão:

�� = � − ��

�− �� (5)

Sendo:

�� = Valor padronizado do indicador i para a j-ésima família entrevistada.

� = Valor do escore atribuído ao indicador i para a j-ésima família entrevistada.

�� = Valor do escore atribuído ao indicador i, correspondente à pior situação observada entre

n famílias entrevistadas.

�� = Valor do escore atribuído ao indicador i, correspondente à melhor situação observada

entre n famílias entrevistadas.

(41)

Tabela 2 - Legenda dos valores padronizados do ICV

0,00 – 0,20 Baixo

0,20 – 0,40 Médio Baixo

0,40 – 0,60 Médio

0,60 – 0,80 Médio Alto

0,80 – 1,00 Alto

Fonte: MDA, 2011.

De acordo com os resultados da pesquisa de campo percebeu-se que nem todos os domicílios rurais possuem produção. Logo o ICV foi obtido em duas situações:

 Sem produção

 Com produção familiar

(42)

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Caracterização socioeconômica dos domicílios residentes nas áreas do Território Rural da Planície Litorânea do Estado do Piauí.

De acordo com a análise dos dados da pesquisa, é possível apresentar o perfil da população estudada. A Tabela 3 mostra a quantidade de pessoas que moram no estabelecimento/domicílio. Constatou-se que 27,4% das famílias possuem 3 membros, 25,8% são constituídas de 4 membros e 3,8% estão acima de 6 membros. Esse dado indica que o investimento em políticas públicas de controle à natalidade no território está surtindo efeito, considerando que a média de filhos por mulheres no Brasil, segundo os dados da Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010) é de 3,1 estando assim às famílias do TPL dentro da média nacional.

Tabela 3 – Distribuição absoluta e relativa da quantidade de pessoas do domicílio que moram neste estabelecimento/domicílio no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014

Quantidade de pessoas residentes por

domicílios Frequência absoluta Frequência relativa (%)

1,00 12 6,5

2,00 30 16,1

3,00 51 27,4

4,00 48 25,8

5,00 18 9,7

6,00 13 7,0

7,00 7 3,8

8,00 6 3,2

9,00 1 0,5

Total 186 100,0

Fonte: LIMA, 2014.

(43)

Esse valor não é considerado bom, pois a taxa de alfabetização dos jovens de 15 a 24 anos de idade é um dos indicadores recomendados pelas Nações Unidas para avaliar o cumprimento do segundo Objetivo do Desenvolvimento do Milênio - ODM. Portanto, o desafio de erradicar o analfabetismo nessa faixa etária requer iniciativas direcionadas aos jovens das regiões menos desenvolvidas do país, como o Território Rural Planície Litorânea no Piauí.

No Brasil, apesar do analfabetismo estar concentrado na população adulta, principalmente, entre os idosos constatam-se que o sistema educacional brasileiro ainda não conseguiu erradicá-lo entre os jovens. Para ampliar a efetividade do processo de alfabetização de jovens e adultos, surge à estratégia de implementação do programa Brasil Alfabetizado.

Com abrangência nacional, o programa priorizará os municípios que detêm taxas de analfabetismo superiores a 35%, concentrados principalmente na região Nordeste, e os jovens analfabetos de 15 a 29 anos. De acordo com o percentual que foi revelado pela pesquisa o ideal seria que essa política tenha mais eficácia no Território, pois seu objetivo primordial é de melhoria da educação básica, mas falta mais eficácia por parte do Programa para alcançar os 50% não alfabetizados e reduzir essa porcentagem tão expressiva no Território.

Tabela 4 – Distribuição absoluta e relativa da quantidade de indivíduos maiores de 15 anos que são alfabetizados no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014

Quantidade de indivíduos alfabetizados e

não alfabetizados maiores de 15 anos Frequência absoluta Frequência relativa (%)

Não 93 50,0

Sim 93 50,0

Total 186 100,0

Fonte: LIMA, 2014.

A Tabela 5 mostra que 93,5% dos adultos que moram nos domicílios pesquisados não completaram o ensino fundamental e somente 12,5% completaram. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, na região nordeste, 50% dos que concluem a quarta série do ensino fundamental abandonam os estudos antes de completar o ensino fundamental.

(44)

fatores têm colaborado para a persistência desse quadro indesejável, entre os quais estão relacionados às condições de oferta de serviços e a situação socioeconômica dos estudantes.

Conforme Khan (2002) apud Sousa (2005), mais que um instrumento de geração de renda, a educação é, essencialmente, um fator indispensável para a conquista da cidadania, participação da vida política com maior senso de responsabilidade e maior eficiência na relação terra, capital e trabalho.

Tabela 5 – Distribuição absoluta e relativa da quantidade de adultos que completaram o ensino fundamental (Primeiro Grau) no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014

Adultos que completaram o ensino

fundamental Frequência absoluta Frequência relativa (%)

Não 174 93,5

Sim 12 6,5

Total 186 100,0

Fonte: LIMA, 2014.

Na Tabela 6, observa-se que 41,4% dos filhos dos produtores encontram-se matriculados regularmente nas escolas, o que lhes permite ter acesso ao programa do governo

federal “bolsa família”. Somente 8,1% das crianças e adolescentes em idade escolar não estão matriculados. E os 50,5% restantes são os domicílios em que não há crianças e jovens em idade escolar.

Tabela 6 – Distribuição absoluta e relativa das quantidades de crianças e adolescentes em idade escolar que estão matriculados e frequentam regularmente as escolas existentes no Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2014

Quantidades de crianças e adolescentes matriculados Frequência absoluta Frequência relativa (%)

Não 15 8,1

Sim 77 41,4

Não se aplica NSA 94 50,5

Total 186 100,0

Fonte: LIMA, 2014.

(45)

O programa Bolsa Família tem um impacto positivo na vida escolar das famílias na zona rural. Essas condicionalidades impostas, a obrigação de manter os filhos matriculados e estudando contribui para diminuir o número de crianças e adolescentes fora da sala de aula. Então, nesse sentido, o programa Bolsa Família traz consigo o compromisso dos pais manterem os filhos na escola, pois há um acompanhamento da frequência escolar dos mesmos. Ainda assim, o número de 8,1% não deve ser aceito pacificamente, pois de acordo com as metas do objetivo do milênio é de garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um ciclo completo do ensino básico.

A Tabela 7 mostra a quantidade de domicílios que possuem energia elétrica, água dentro e próximo aos domicílios e banheiros. Como se pode observar 96,2% possui energia elétrica nos domicílios. Esses dados positivos estão atrelados ao Programa Luz para Todos, do governo federal.

Tabela 7 – Distribuição absoluta e relativa do acesso à energia elétrica, água e banheiro pelos moradores do Território Rural Planície Litorânea no Estado do Piauí, 2013

Acesso à energia, existência de água

dentro e próximo de casa, banheiro Frequência absoluta Frequência relativa (%)

Acesso à energia 179 96,2

Existência de água Banheiro

177 122

95,2 65,6 Fonte: LIMA, 2014.

Em novembro de 2003, o Governo Federal lançou o Programa Luz para Todos, cujos objetivos incluíam a garantia do acesso ao serviço público de energia elétrica pela parcela da população rural ainda não atendida.

De acordo com o seu Manual de Operacionalização, o Programa Luz para Todos deveria também se integrar a diversos programas sociais e de desenvolvimento rural implementados pelo Governo Federal e pelos Estados. Essa integração objetivava assegurar que a eletrificação do campo resultasse em incremento da produção agrícola, proporcionando o crescimento da demanda por energia elétrica, o aumento da renda e a inclusão social da população beneficiada (BITTENCOURT, 2010).

Imagem

Figura 1  –  Relação entre fatores, características e efeitos e a abordagem das capacitações
Tabela  1  –   Composição  do  Produto  Interno  Bruto  dos  municípios  que  compõe  o  Território  Planície Litorânea, no Piauí (2013)
Tabela 2 - Legenda dos valores padronizados do ICV  0,00  –  0,20  Baixo   0,20  –  0,40  Médio Baixo  0,40 – 0,60  Médio  0,60 – 0,80  Médio Alto  0,80 – 1,00  Alto  Fonte: MDA, 2011
Tabela 3  –  Distribuição absoluta e relativa da quantidade de pessoas do domicílio que moram  neste  estabelecimento/domicílio  no  Território  Rural  Planície  Litorânea  no  Estado  do  Piauí,  2014
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