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O ENSINO DE ENGENHARIA ELÉTRICA NO RIO GRANDE DO NORTE: CARACTERÍSTICAS E PERSPECTIVAS

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Academic year: 2021

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O ENSINO DE ENGENHARIA ELÉTRICA NO RIO GRANDE DO NORTE: CARACTERÍSTICAS E PERSPECTIVAS

Adaildo Gomes d’Assunção

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Caixa Postal 1655 59072-970 Natal, RN Tel./Fax: (084) 215-3731 e-mail: adaildo@ct.ufrn.br

José Bernardo de Medeiros Maia

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Tecnologia, 59072-970 Natal, RN Tel./Fax: (084) 215-3731

RESUMO

O domínio de tecnologias é de fundamental importância para o desenvolvimento de um país [1]-[3]. Acrescente-se, a propósito, que grande parte das conquistas tecnológicas recentes está diretamente relacionada com avanços obtidos em alguma das principais sub- áreas da engenharia elétrica: a) eletrônica, b) eletrotécnica, c) telecomunicações e d) controle e automação.

No Estado do Rio Grande do Norte, o ensino de engenharia elétrica teve início há 30 (trinta) anos com a criação do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Este curso é, portanto, pioneiro e, até esta data, único no Estado do Rio Grande do Norte. Dentre os objetivos principais de sua criação, destacava-se a necessidade de formação de profissionais em engenharia elétrica: engenheiros, administradores, professores e pesquisadores.

Em sua fase inicial, o Curso de Engenharia Elétrica da UFRN tinha apenas uma opção: Eletrotécnica. Com o passar dos anos e, geralmente, em resposta à demanda da sociedade, foram criadas, seguidamente, as opções de: Eletrônica, Telecomunicações e Controle e Automação. Iniciado em uma Escola de Engenharia (1969), o curso foi integrado à estrutura de um Centro Acadêmico (1976), em função de reforma administrativa ocorrida na UFRN. Nos anos iniciais, investiu-se na melhoria das condições de ensino, trabalhando-se a grade curricular, a infraestrutura de bibliotecas e laboratórios (com a aquisição de equipamentos) e a capacitação de seu corpo docente.

Ao longo dos anos, os esforços foram mantidos sendo grande parte dos objetivos de sua criação alcançados. Seu corpo docente, atualmente, é constituído por 20 Doutores, 19 Mestres, 8 Especialistas e 1 Engenheiro. Em relação à sua grade curricular, desde a modificação introduzida em 1996, forma engenheiros eletricistas, que podem aprofundar seus conhecimentos em uma das seguintes linhas curriculares: Eletrônica, Eletrotécnica, Telecomunicações e Controle e Automação. A avaliação do curso pelo MEC, através do ENC-98, atribuiu os conceitos: B (ENC) e A (titulação).

O Curso de Engenharia Elétrica da UFRN tem formado, ao longo dos anos,

profissionais de reconhecida competência. Uma das consequências principais foi a criação,

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em 1982, do Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica da UFRN, que recentemente obteve pontuação 5 (cinco), valor máximo para Cursos de Mestrado, na avaliação da CAPES.

1. APRESENTAÇÃO

O curso de Engenharia Elétrica da UFRN foi criado em 1969 e reconhecido pelo Decreto Federal n

o

77.688 de 26 de maio de 1976. O objetivo buscado é a formação de engenheiros eletricistas capazes de responder às demandas da profissão nas sub-áreas de:

Eletrotécnica, Eletrônica, Telecomunicações e Controle e Automação

A propósito, destaque-se que uma das principais características da engenharia elétrica é a sua crescente e contínua evolução, com aplicações e repercussões rápidas e importantes na sociedade e em seus hábitos e costumes [1], [4]. Essa característica requer do profissional de Engenharia Elétrica uma atualização constante e uma educação continuada.

No Rio Grande do Norte, apenas a UFRN possui o Curso de Engenharia Elétrica, que oferece atualmente 90 (noventa) vagas no concurso vestibular anual, que são distribuídas em duas entradas semestrais.

2. O ENSINO DE GRADUAÇÃO

No período 96.1 foi implantado o novo currículo do curso de Engenharia Elétrica.

Essa implantação se deu após um criterioso processo de avaliação do curso nos anos anteriores e da realização de discussões, de âmbitos local e nacional, acerca do ensino de engenharia. Como resultado, obteve-se um currículo moderno e flexível, em consonância com as exigências do mercado de trabalho atual.

O aluno do curso deve obter um mínimo de 268 créditos dentre disciplinas obrigatórias e complementares, distribuídas ao longo de 10 semestres letivos (cinco anos), havendo a possibilidade de conclusão em 9 semestres letivos (quatro anos e meio). O tempo médio de integralização curricular dos alunos das turmas concluintes de 1996 a 1998, com solenidades de colação de grau semestrais, foi de 6 anos (12 semestres letivos).

Ao ingressar no curso, o aluno deve cumprir um elenco de 55 disciplinas obrigatórias de formação básica, geral e profissional, as quais atendem às exigências legais e proporcionam uma base sólida nas principais sub-áreas de Engenharia Elétrica. Concluído este ciclo inicial, o aluno terá à sua disposição um elenco de disciplinas complementares, dentre as quais escolherá aquelas que melhor se adeqüem à(s) área(s) de atuação por ele pretendida(s).

Durante o curso, o aluno tem ainda a oportunidade de participar de eventos científicos (simpósios, congressos, etc.) locais, nacionais e internacionais, cursos de extensão e projetos de pesquisa sob a orientação de professores do curso.

As atividades de natureza prática são desenvolvidas em quatro laboratórios

principais, localizados no Núcleo Tecnológico do Centro de Tecnologia, e em empresas

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conveniadas da área de Engenharia Elétrica para a realização de Estágios Supervisionados.

Dentre as empresas conveniadas estão: TIM, TELEMAR, COSERN, PETROBRÁS, INPE e outras.

3. ESTÁGIO SUPERVISIONADO

O aluno do curso de Engenharia Elétrica é obrigado a realizar um estágio de 180 h, no mínimo, em empresas do setor, no sentido de complementar a sua formação acadêmica e de lhe permitir por em prática os conhecimentos adquiridos na Universidade. A aprovação nesse estágio é obtida a partir da defesa pública do seu relatório que é examinado por uma banca constituída por dois professores e um representante da empresa. Nessa avaliação, também são efetuadas avaliações pelo orientador (pela UFRN) e pelo supervisor (pela empresa) do estágio. Com o estágio supervisionado, o curso tem uma carga horária igual a 4.200 horas-aulas.

A realização do estágio supervisionado tem contribuído para a inserção profissional dos alunos e para a conscientização da necessidade de uma educação continuada na área.

4. PERFIL PROFISSIONAL

O profissional de Engenharia Elétrica formado pela UFRN obtém uma formação generalista, sendo capaz de especificar, conceber, desenvolver, implementar, analisar, adaptar, produzir, industrializar, instalar e manter sistemas nas sub-áreas de: Eletrotécnica, Eletrônica, Telecomunicações e Controle e Automação.

5. O DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

A maioria das disciplinas da grade curricular do curso de Engenharia Elétrica é de responsabilidade do Departamento de Engenharia Elétrica (DEE), que foi criado em 1976, a partir do desmembramento do Departamento de Engenharia Civil, em função de uma reforma institucional. Seu quadro docente é formado atualmente por 48 professores, sendo 20 Doutores, 19 Mestres, 8 Especialistas e 1 Graduado.

O DEE oferece aos alunos do curso de Engenharia Elétrica a oportunidade de candidatar-se a bolsas de monitoria, de apoio técnico e de iniciação científica, sendo estas últimas oferecidas por grupos e bases de pesquisa.

Nos últimos anos, o DEE participou da organização de eventos nacionais e internacionais, em cooperação com sociedades científicas brasileiras. Assim, foram realizados, nas sub-áreas de Microondas, Optoeletrônica e Telecomunicações, os seguintes eventos:

• III Simpósio Brasileiro de Microondas, Natal, RN, 1988.

• XI Simpósio Brasileiro de Telecomunicações, Natal, RN, 1993.

• I Seminário Brasileiro de Microondas e Optoeletrônica: Brasil-Horizonte 2000,

Natal, RN, 1996.

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• 1997 SBMO/IEEE MTT-S International Microwave and Optoelectronics Conference, Natal, RN, 1997.

A organização dos eventos acima permitiu uma excelente aproximação do DEE com a Sociedade Brasileira de Microondas e Optoeletrônica (SBMO) e a Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBT). No caso do evento internacional, surgiu também a possibilidade de interação com a Microwave Theory and Techniques Society (MTT-S), do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE).

A promoção dos eventos citados acima despertou grande interesse entre os professores e alunos do curso de engenharia elétrica da UFRN, além de contribuir para o estabelecimento de cooperações com outras instituições. Em consequência, desde então, têm sido intensos o desenvolvimento de estudos e a atividade de pesquisa em Telecomunicações na UFRN.

6. INFRAESTRUTURA DE LABORATÓRIOS

As aulas práticas e a realização de trabalhos experimentais são efetuadas nos principais laboratórios do DEE, listados abaixo.

• Laboratório de Eletrônica.

• Laboratório de Eletrotécnica.

• Laboratório de Engenharia de Computação e Automação.

• Laboratório de Telecomunicações.

A despeito das dificuldades enfrentadas, decorrentes da limitação de recursos orçamentários, esses laboratórios vêm cumprindo os seus objetivos, possibilitando a complementação da formação do aluno, com a comprovação de fenômenos físicos e o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e de aplicação tecnológica. Registre-se, entretanto, que esses laboratórios necessitam de uma urgente reposição e atualização de equipamentos.

O aluno tem também à sua disposição salas e laboratórios de microcomputadores do Centro de Tecnologia, para dar suporte às atividades desenvolvidas nas diversas disciplinas do curso. O uso da internet tem-se intensificado, trazendo grande benefício. Nesse sentido, foi vital o apoio recebido pelo Centro de Tecnologia da UFRN, através do Subprograma REENGE, do Programa de Desenvolvimento das Engenharias – PRODENGE.

7. O ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Na UFRN, a atividade de pós-graduação stricto-sensu foi iniciada em 1982, com a

criação do Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica e do Programa de Pós-graduação em

Engenharia Elétrica (PPgEE). Esse programa tem como objetivo principal a preparação de

educadores e pesquisadores, capacitando-os para o eficiente desempenho de atividades

relacionadas com o setor tecnológico e científico. Eventualmente, são também oferecidos

cursos de Especialização em temas específicos de suas áreas de atuação.

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O Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica da UFRN recebeu a primeira turma em março de 1983, tendo formado os três primeiros mestres já em 1985, com o desenvolvimento de trabalhos na área de Telecomunicações.

Atualmente, o curso de Mestrado em Engenharia Elétrica da UFRN possui três áreas de concentração, que são listadas abaixo.

• Engenharia de Computação e Automação

• Sistemas de Energia Elétrica

• Telecomunicações

8. PRINCIPAIS RESULTADOS

O ensino de Engenharia Elétrica no Rio Grande do Norte, além de formar e capacitar profissionais, promoveu o desenvolvimento de conhecimento na área, como se pode observar dos dados apresentados a seguir:

• A formação de 663 engenheiros eletricistas (desde 1972, ano da colação de grau da 1ª turma concluinte).

• A formação de 52 mestres em engenharia elétrica (desde 1985).

• O estabelecimento de parcerias com empresas privadas.

• O estabelecimento de parcerias com outras instituições de ensino, tanto do país como do exterior.

• A capacitação docente (realizada na UFRN e em outras instituições de ensino).

• O treinamento de profissionais de empresas em cursos de especialização.

• O desenvolvimento de muitos Projetos de Engenharia, uma atividade opcional para os alunos do curso de graduação.

• Uma avaliação positiva do Curso de Engenharia Elétrica no ENC-98 [5].

• Uma avaliação positiva do Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica através da CAPES [5].

9. CONCLUSÃO

A experiência de ensino de Engenharia Elétrica na UFRN tem sido bem sucedida, apesar das dificuldades enfrentadas. Registre-se que apesar da duplicação no número de vagas para o vestibular, ocorrida recentemente, a procura pelo curso é de 4 candidatos por vaga, número semelhante aos dos melhores cursos de engenharia elétrica (com conceitos iguais a A ou B, no ENC-98) da região Nordeste do Brasil.

Os egressos do Curso de Engenharia Elétrica da UFRN trabalham hoje nas diversas

empresas do setor do país, e muito especialmente naquelas que atuam no Rio Grande do

Norte. Esses ex-alunos são hoje, na maioria, profissionais liberais, administradores,

professores e pesquisadores, que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento

da área no Rio Grande do Norte, com atuações destacadas nos setores de telecomunicações

e energia.

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O principal desafio para a UFRN, e portanto para os professores, alunos e funcionários desse curso, é mantê-lo atual e afinado com as necessidades da sociedade, adequando-o em seus diversos aspectos (diretrizes curriculares, grade curricular, corpo docente, corpo discente, laboratórios, bibliotecas, …).

A modernização do ensino de Engenharia Elétrica na UFRN permitirá que o Rio Grande do Norte possa continuar formando, de maneira responsável, engenheiros eletricistas criativos, competentes e empreendedores, prontos para atender às exigências do próximo milênio.

REFERÊNCIAS

[1] CHIGANER, L. e BIONDI, L. NETO, “O Novo Perfil do Engenheiro Eletricista”.

Anais do COBENGE 97, Vol. 2, págs. 751-765, Salvador, BA, Outubro, 1997.

[2] MASSOTE, A. A., “FEI – Formando Engenheiros para os Novos Desafios”. Anais do COBENGE 97, Vol. 2, págs. 966-981, Salvador, BA, Outubro, 1997.

[3] KHOURY, R. N. N., PINHEIRO, P. C. C., e DUARTE, H. V., “Reflexões sobre o Ensino de Graduação em Engenharia”. Anais do COBENGE 96, Vol. 1, págs. 105- 115, Manaus, AM, Outubro, 1996.

[4] WALDMAN, H., “Desafios Educacionais em Telecomunicações”. Anais do COBENGE 96, Vol. 2, págs. 135-144, Manaus, AM, Outubro, 1996.

[5] Exame Nacional de Cursos – Síntese 1998, 257 p., INEP, MEC, Brasília, DF, 1998.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

UFRN CT DEE

Natal, 25 de Junho de 1999 Ilma. Sra.

Profa. Dayse da Mata O. Souza Secretária do COBENGE 99 Natal, RN

Prezada Senhora,

Segue em anexo a versão completa do Trabalho: O Ensino de Engenharia Elétrica no Rio Grande do Norte: Características e Perspectivas (A.G. d’Assunção e J.B.M. Maia), que submeto para apresentação no COBENGE 99, a se realizar de 12 a 15 de Setembro de 1999, em Natal, RN.

Agradecendo a sua atenção, coloco-me à sua disposição para outras informações.

Atenciosamente,

Prof. A. G. D’Assunção

UFRN - CT - DEE, C.P. 1655, 59072-970 Natal, RN Tel./Fax: (084) 215-3731 E-mail:adaildo@ct.ufrn.br

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