Instituto Politécnico de Setúbal
Escola Superior de Ciências Empresariais
A perceção interna dos colaboradores
sobre as razões que levam a empresa a
praticar ações de Responsabilidade Social:
um estudo de caso
Joana Frescata
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau
de
Mestrado em Ciências Empresariais
–
Ramo Gestão Logística
Professora Doutora Maria Teresa Costa
A presente investigação tem como objetivo verificar a perceção que os colaboradores tem no
que concerne a RSE, na empresa estudada.
No presente, as empresas optam cada vez mais modificar a sua filosofia e posicionamento no
mercado, passando assim a adotar novas medidas de gestão socialmente responsáveis, enquanto no
passado a prioridade era essencialmente a maximização do lucro para os acionistas.
Atualmente a Responsabilidade Social passou a fazer parte da estratégia da grande maioria
das empresas, nomeadamente através da integração voluntária de preocupações económicas, sociais
e ambientais, contribuindo assim cada vez mais para o desenvolvimento sustentável das empresas.
Por outro lado, existem empresas que hoje em dia decidem criar as suas próprias fundações,
de forma a dar seguimento aos projetos de carácter social, com o objetivo de prestar o seu contributo
há sociedade.
A União Europeia tem promovido e acompanhado de forma bastante ativa e atenta, a
responsabilidade social nas empresas, tem conseguido assim assegurar o valioso contributo para a
sociedade acima mencionado, sendo que as empresas têm vindo a evoluir positivamente nesta
dimensão.
As empresas pretendem valorizar cada vez mais a responsabilidade social internamente,
envolvendo os seus recursos humanos na filosofia da organização, procurando iniciativas que possam
motivar e disseminar o espírito de pertença e simultaneamente permitir à organização melhorias
significativas nas dimensões competitividade e rentabilidade.
No que diz respeito há visibilidade, esta continua a ser uma preocupação. A imagem da
empresa no mercado é um elemento fulcral para o sucesso. No entanto, esta, apenas conseguirá
transmitir um forte vínculo no que diz respeito há responsabilidade social, se os seus colaboradores
sentirem que a empresa aposta nessa realidade, por isso a preocupação inicial e mais importante deve
ser incutir nos seus funcionários este propósito.
A empresa que será estudada pertence ao sector de comércio a retalho de artigos de desporto,
de campismo e lazer, em estabelecimentos especializados, sendo a segunda líder de mercado, no
entanto por motivos de sigilo terá um nome fictício.
O principal objetivo deste estudo consiste em compreender a perceção que os colaboradores
Especificamente, o estudo pretende compreender a perceção dos colaboradores
relativamente às ações de responsabilidade social da empresa, nas dimensões económica, social e
ambiental, de forma breve.
A metodologia utilizada para execução desta dissertação remete-nos para uma investigação
de um estudo de caso único, recorrendo a um inquérito por questionário que foi gentilmente aceite
pelos colaboradores da empresa. Após recolha, os dados obtidos foram tratados em programa
informático Excel, com o objetivo de interpretar a informação proveniente, com vista a encontrar
resultados que validem a temática de estudo proposta para este trabalho.
Os resultados estarão disponíveis ao longo da dissertação, expressos em gráficos que
transmitem as opiniões dos funcionários, bem como análises que suportam todas as informações
relativamente a cada dimensão estudada. Os resultados obtidos no trabalho realizado ilustram a
perceção dos funcionários daàe p esaà NívelàCe to , no que diz respeito aos mecanismos e processos
para aplicar as ações de responsabilidade social por parte da organização, sendo esta, a forma de
entender o que realmente pensam os colaboradores sobre a empresa nesta área especificamente.
As principais conclusões deste estudo, de acordo com a pergunta de partida, revelam que na
grande maioria os colaboradores consideram que a empresa têm falhas na dimensão social, uma vez
que os resultados obtidos são maioritariamente não se aplica, enquanto na dimensão ambiental e
económica são concordo e concordo totalmente.
Palavras-chave – Responsabilidade Social Corporativa, Sustentabilidade e Vantagem
Abstract
The present research aims to verify the perception that employees have regarding RSE, in the
company used in this study.
These days, companies are choosing to change their philosophy and its position in the market
by adopting new management measures socially responsible, whereas in the past the main concern
was essentially to maximize profits for the shareholders.
Currently the Social Responsibility has become part of the strategy for a large majority of
companies, mainly through the voluntary integration of economic, social and environmental concerns,
contributing more and more for the sustainable business development.
On the other hand, there are companies that in our days, have decided to create their own
foundations, in order to follow up social projects, with the main goal of offering their contribution to
the society.
The European Union have been promoting and following in a very active and careful way, the
social responsibility in the companies, ensuring this way the valuable contribution to the society,
therefore the companies have been evolving positively in this dimension.
Companies are learning to appreciate the value of social responsibility internally by involving
their human resources in the philosophy of the organization, looking for initiatives that can motivate
and spread the spirit of belonging and at the same time allowing the organization significant
improvements in the competitiveness and profitability dimensions.
As far as visibility, this continues to be a concern. The image of the company in the market is
an important element for their success and to achieve that reality, employees have to feel that a
company cares about social responsibility, and more important wants to instill that notion in the
company.
The company that is the focus for this research belongs to the retail sector of sports, camping
and leisure, in specialized establishments, and is also the second leader of the market, however, for
confidential motives the name will be fictitious.
Specifically, the study aims to understand the perception that employees have on the subject
of the social responsibility of the company, in economic, social and environmental areas, in a briefly
way.
The methodology used in the execution in this work leads us to an investigation of a specific
case, using a questionnaire that was kindly accepted by the company employees. After collecting the
information, the data were processed in Excel, with the purpose of understand the information in
order to find results that validate the study of the present work.
The results will be available throughout this work, represented in graphics that will reveal the
opinions of the employees, as well as the analysis that support all the information concerning each
area studied. The results obtained in this work reveals the perception of the workers of the company Nívelà Ce to ,à ega di gà theà e ha is sà a dà p o essesà toà appl à i à theà a tio sà ofà theà so ialà responsibility for the organization, which is, how to understand what the employees really think about
the company in each specific area.
The conclusion of this study, according with the starting question, reveals that most employees
think that the company as problems in the social area, but according to the results, in the
environmental and economic areas they agree with the results.
Palavras-chave – Social Responsability, Companies Social Responsability, Sustainability,
Agradecimentos
A elaboração da presente dissertação de Mestrado que foi assumida com sentido de
responsabilidade, tendo como objetivo reconhecimento pessoal e profissional, não teria sido possível,
sem o grande apoio dos meus pais, em particular da minha mãe e do meu namorado. Assim, um
agradecimento especial há minha família, colegas e amigos.
Agradecimento especial também para a minha orientadora, Professora Dr.ª Maria Teresa
Costa, pela forma como me acompanhou, pela dedicação, apoio e disponibilidade.
À Nível Certo, pela permissão e ajuda prestada na realização desta investigação, em especial a
Diretora, pela constante amabilidade e prestabilidade;
A todas as pessoas que me acompanharam direta ou indiretamente ao longo destes meses, na
prossecução de mais uma etapa.
Às minhas origens.
"O homem é do tamanho do seu sonho."
Acrónimos
AA1000 - Norma Accountability 1000;
APEE- Associação Portuguesa de Ética Empresarial;
GRI - Global Reporting Iniciative;
ISEA - Institute of Social and Ethical Accountability;
ISO - International Organization for Standardization;
IPQ - Instituto Português da Qualidade;
ISR- Investimentos Socialmente Responsáveis;
PME- Pequenas e Medias Empresas;
NP 4469-1 - Sistema de Gestão da Responsabilidade Social;
Norma SA 8000 - Social Accountability 8000;
RSC - Responsabilidade Social Corporativa;
RS -Responsabilidade Social;
RSE - Responsabilidade Social das Empresas;
Glossário
Shareholder - Acionista
Stakeholders – Partes interessadas direta ou indiretamente pela organização.
Turnover - Relação entre admissões e demissões ou à taxa de substituição de trabalhadores antigos
Índice Geral
CAPÍTULO I-INTRODUÇÃO ... 1
1.1. APRESENTAÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DO TEMA: ... 1
1.2. OBJETIVOS E METODOLOGIA: ... 2
1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO: ... 3
CAPÍTULO II–ENQUADRAMENTO TEÓRICO ... 4
2.1. ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ... 4
2.2. RESPONSABILIDADE SOCIAL: ... 7
2.3. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL ... 8
2.4. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL COMO VANTAGEM COMPETITIVA ... 12
2.5. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL VERSUS VOLUNTARIADO EMPRESARIAL ... 13
2.6. ABORDAGENS À RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL ... 14
2.6.1. Teoria Neoclássica ... 14
2.6.2. Teoria dos Stakeholders ... 15
CAPÍTULO III–ESTUDO EMPÍRICO ... 18
3.1. METODOLOGIA ... 18
3.2. ESTRATÉGIA METODOLÓGICA ... 18
3.3. TIPOLOGIA DE ESTUDO DE CASO ... 18
3.4. RECOLHA DE DADOS ... 19
3.5. TRATAMENTO DE DADOS ... 20
CAPÍTULO IV–ESTUDO DE CASO ... 21
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA... 21
4.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 22
4.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 33
CAPÍTULO V-CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 35
Í
NDICE
I
LUSTRAÇÕES
Ilustração 1- Pirâmide de Responsabilidade Social da Empresa ... 10
Í
NDICE DE
G
RÁFICOS
Gráfico 1 - Distribuição dos inquiridos relativamente ao género ... 24
Gráfico 2 - Distribuição dos inquiridos relativamente à faixa etária ... 25
Gráfico 3 - Distribuição dos inquiridos relativamente às habilitações literárias ... 25
Gráfico 4 - Distribuição dos inquiridos relativamente à função desempenhada ... 26
Gráfico 5 - Perceção dos inquiridos relativamente às variáveis da dimensão social ... 27
Gráfico 6 - Perceção dos inquiridos relativamente às variáveis da dimensão ambiental ... 29
1.1.
Apresentação e justificação do tema:
A responsabilidade social empresarial (RSE), atualmente tem vindo a ganhar cada vez mais
notoriedade e uma crescente relevância a nível global. Relativamente ao contexto europeu, esta
situação verifica-se, devido ao contributo da Comissão Europeia, no que concerne ao desenvolvimento
de várias orientações que permitem promover a RSE.
A crescente preocupação com RSE está intrinsecamente associada ao facto de na atualidade,
vivermos cada vez mais numa sociedade global, onde as exigências ao nível da competitividade e do
impacto das empresas na sociedade são cada vez maiores.
Neste sentido, a Comissão Europeia disponibiliza no Livro Verde a definição de
responsabilidade social, com o objetivo de promover um quadro Europeu para a responsabilidade
social das empresas, onde as mesmas encontrarão indicações para atingirem melhores índices de
produtividade e rentabilidade, desejando no futuro próximo, empresas mais competitivas.
A dissertação de mestrado acaba por conferir um sentido tríptico, revelando que as empresas
podem ser socialmente responsáveis, contribuindo assim, para o desenvolvimento económico da
sociedade (Rego et al. 2003).
A escolha do tema inerente à realização da presente dissertação, suporta-se em alguns pilares
que permitiram a criação deste trabalho. Antes de mais, o tema responsabilidade social é algo que me
desperta bastante interesse, pois na minha vida profissional está presente esta realidade
regularmente, com criação de algumas iniciativas associadas a outras empresas que permitem prestar
um contributo positivo há sociedade.
Estando ligada a esta atividade, existe naturalmente o interesse em entender qual a perceção
dos indivíduos que colaboram na realização de iniciativas associadas a responsabilidade social, assim o o,àe te de à ualàoàse ti e toàdosà ola o ado esàdaàe p esaà Nível Ce to ,àaoàexecutarem este tipo de ações. Também se reveste de capital importância entender a motivação das empresas no que
1.2.
O
BJETIVOS E METODOLOGIA
:
Objetivo Geral:
O presente trabalho, consiste em compreender a perceção dos colaboradores relativamente a
orientação da empesa Nível Ce to , no que concerne à responsabilidade social.
Objetivos Específicos:
1º Compreender a perceção dos colaboradores relativamente às ações de
responsabilidade económica da empresa;
2º Compreender a perceção dos colaboradores relativamente às ações de responsabilidade
social da empresa;
3º Compreender a perceção dos colaboradores relativamente às ações de responsabilidade
ambiental da empresa.
Metodologia:
A dissertação de mestrado apresentada incide num estudo de caso referente a uma empresa
real, no entanto por motivos de sigilo terá um nome fictício,àoà o eàse à Nível Certo .àT ata-se de
um estudo exploratório com o objetivo de analisar a perceção que os colaboradores da empresa têm
no âmbito da responsabilidade social, de forma a ilustrar um caso em específico na realidade
empresarial portuguesa.
A metodologia utilizada para a recolha de dados será o inquérito por questionário,
acompanhado de análise documental. Após a recolha e análise dos dados, os mesmos serão tratados
através de um estudo qualitativo.
Segundo Coutinho (2005, pág.208,à A nível conceptual, o objeto de estudo numa investigação
não são os comportamentos, mas as intenções e situações, ou seja, trata-se a de investigar ideia, de
descobrir significados nas ações individuais e nas interações sociais a partir da perspetiva dos autores
intervenientes no pro essoà … .
A escolha desta temática, suporta-se no facto de ser um tema que têm vindo a evidenciar-se
1.3.
E
STRUTURA DO TRABALHO
:
O seguinte trabalho de dissertação de mestrado, é constituído por cinco capítulos.
Após a introdução, no primeiro capítulo iremos descobrir a apresentação e justificação do
tema selecionado para execução do presente trabalho, bem como os objetivos e a metodologia
utilizada.
No segundo capítulo é feito um enquadramento teórico, apresentando-se os conceitos de
responsabilidade social, nomeadamente ética, responsabilidade social empresarial, responsabilidade
social empresarial como vantagem competitiva. É ainda efetuada a diferença entre responsabilidade
social empresarial e voluntariado empresarial. Posteriormente será exposta a Teoria Neoclássica e
Teoria dos Stakeholders.
No terceiro capítulo, o foco incide sobre a análise realizada ao estudo empírico, bem como a
justificação do tema que leva a criação do presente trabalho. O objetivo do estudo, procedimentos
metodológicos e metodologia utilizada serão então esclarecidos mais detalhadamente.
No quarto capítulo é feita a caracterização da empresa em estudo e também apresentado o
caso, sendo que no quinto capítulo serão alvo de análise e consequentes elações concluídas na
execução da dissertação, referimos nos a uma análise critica.
Desta forma será possível compreender, qual a perceção dos colaboradores da Nível Certo
relativamente há RS que a empresa tem vindo a desenvolver, uma vez que as empresas optam cada
vez mais por políticas sustentáveis, sempre com o principal objetivo, a maximização de lucro para o
acionista.
Em suma, através deste estudo foi possível aferir a perspetiva que a generalidade dos
colaboradores têm sobre a RSE na empresa estudada, sendo que, de um modo geral, é um tema que
C
APÍTULO
II
–
E
NQUADRAMENTO
T
EÓRICO
2.1.
Ética e Responsabilidade Social
Segundo a ISO 26000 a ética nas organizações tem como base estudar os valores e princípios
que a organização adota de forma a desenvolver e potenciar a sua estratégia, quer numa perspetiva
empresarial, quer numa perspetiva humana.
De acordo com o quadro de desenvolvimento da ISO 26000, cada país criou respostas de modo
a fazer face à sua realidade, com o objetivo de preparar e dotar as organizações de instrumentos que
conseguiam adaptar e implementar a Responsabilidade Social. No decurso desta iniciativa, surgiu a
norma portuguesa NP 4469-1 - Sistema de Gestão da Responsabilidade Social. A norma específica os
requisitos que se podem desenvolver e potenciar, para um sistema de gestão de responsabilidade
social que permita à organização desenvolver e implementar uma política de objetivos.
Por outro lado, a ISO 26000 recomenda que as organizações modifiquem o seu
comportamento de acordo com as normas, diretrizes ou regras de conduta que estejam de acordo
com os princípios, sendo estes os seguintes:
Prestação de contas e responsabilidade;
Transparência;
Comportamento ético;
Respeito pelos interesses das partes interessadas;
Respeito pelo estado de direito;
Respeito pelas normas internacionais do comportamento;
Respeito pelos direitos humanos.
Ao estudarmos a ética de uma dada organização é possível compreender as suas ações no
passado, permitindo assim uma antevisão para o futuro. Na grande maioria dos casos é estabelecida
a interligação entre a ética e a responsabilidade social, partindo do princípio que este processo tem
por base valores e aspetos morais.
Segundo Zenone (2006) a responsabilidade social é entendida como um compromisso e
esforço das empresas em adotarem comportamentos éticos, na relação com os seus colaboradores e
famílias, contribuindo assim para o aumento da qualidade de vida no meio laboral, na relação com os
seus clientes, na criação de produtos e serviços de qualidade, na relação com a comunidade envolvente
aspetos. Assim podemos aferir que existe uma interligação entre a responsabilidade social e a ética,
nomeadamente a ética nos negócios.
Portanto, a responsabilidade social está intrinsecamente associada à ética, ou seja, é através
da ética de uma dada organização, que esta pode ser responsabilizada pelo impacto que pode causar
no meio em que está inserida, nomeadamente, impacto ambiental, social e económico.
Assim sendo, a responsabilidade social é considerada uma estratégia de gestão da própria
organização, que tem como fim incorporar essa mesma responsabilização nas operações e atividades
diárias. Atualmente, um dos pontos fortes da maioria das organizações passa por criar valor não só
para o acionista shareholder, mas também para todas as partes interessadas, ou seja, os stakeholders,
criando ainda vantagem competitiva face à concorrência.
No âmbito da ética e da responsabilidade social empresarial, foram criadas e implementadas
algumas normas, certificações e até mesmo instrumentos que permitem verificar e avaliar o
cumprimento, ou não, por parte das empresas a todos os níveis, sejam estes de higiene, qualidade,
segurança, ambiental, e responsabilidade social, entre outras. Assim sendo identificam-se
sucintamente algumas das normas e certificações mais utilizadas no âmbito da RS.
Norma SA 8000
A Norma SA 8000 (Social Accountability 8000) foi desenvolvida em 1997 pela Social
Accountability International (SAI), sendo esta uma organização sem fins lucrativos. A Norma SA 8000 fu io aà o oàum sistema pa aà elho a àoàdese pe hoàso ialàdasàe p esas à Regoàetàal.,à ,àp.à 212). Tendo por objetivo facultar o modelo de conduta no que diz respeito aos direitos humanos e às
condições de trabalho, esta norma deve ser aplicada a qualquer empresa, através de mecanismos de
verificação externa (SAI, 2011).
Norma AA 1000
A Norma Accountability 1000 (AA1000) foi criada em Novembro de 1999 pelo Institute of Social
and Ethical Accountability (ISEA), constituindo um padrão de referência, no entanto não inclui
certificação, porém a empresa poderá utilizar para cumprir de forma ética com os seus compromissos
Norma ISO 14000
A norma internacional ISO 14000, foi lançada pela International Organization for
Standardization (ISO), e pretende ser uma referência no que diz respeito ao desempenho ambiental,
procurando assim, ajudar as empresas a identificar os impactos ambientais das atividades
desenvolvidas e a estabelecerem mecanismos de controlo. Para que uma empresa seja certificada é
necessário, que atuem em conformidade com o Standard ISO 14001, requerendo assim a
implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, de forma a auxiliar as empresas a irem de
encontro aos objetivos que foram estabelecidos previamente, de modo a avaliarem o seu desempenho
ambiental (ISO, 2011a).
Norma ISO 9000
A norma internacional ISO 9000 foi lançada através da ISO, tendo por base diretrizes para uma boa
gestão da qualidade. O Standard da ISO 9001 estabelece os requisitos que a empresa deve cumprir
relativamente ao seu Sistema de Gestão da Qualidade.
NP 4469-1:2008: Sistema de Gestão da Responsabilidade Social
A norma portuguesa 4469-1:2008 foi criada pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ),
estabelecendo assim as linhas mestras de orientação e os requisitos para a utilização de um Sistema
de Gestão de Responsabilidade Social, com base na norma Internacional de Responsabilidade Social
ISO26000 (IPQ, 2011a).
NP 4460-1:2007 – Ética nas Organizações
A norma portuguesa 4460-1:2007, publicada pelo IPQ, define as linhas de orientação para a
elaboração e implementação dos códigos de ética e de mecanismos de avaliação e controle da sua
eficácia (IPQ, 2011b).
Relatórios de Responsabilidade Social
Os relatórios de responsabilidade social nos dias de hoje são um dos instrumentos utilizados
pelas empresas, no que diz respeito à divulgação das suas práticas no âmbito económico, ambiental e
2.2.
Responsabilidade Social:
O conceito de responsabilidade social surgiu nos Estados Unidos, na década de 50, e
posteriormente na Europa, nos anos 60. No entanto, foi na segunda metade do século XX, que este
conceito se tornou mais visível perante a sociedade. Deixando de ser uma simples curiosidade,
transformando-se assim num novo campo de estudo. A responsabilidade social, foi adquirindo uma
expressão crescente, conseguindo grandes avanços e progressos, nas sociedades atuais, através de
vários mecanismos políticos - sociais, permitindo o progresso cultural e revelando-se assim, um fator
decisivo para o desenvolvimento e crescimento das empresas. Por este motivo é considerado como
um dos pontos fulcrais na visão estratégica das empresas.
Em 2001, a Comissão Europeia publicou o LIVRO VERDE,à i tituladoà P o ove à u à uad oà
Europeu para a responsabilidade social dasàe p esas . Nesta obra consta a seguinte definição de RSE: áà espo sa ilidadeàso ialàdasàe p esasà ,àesse ial e te,àu à o eitoàsegundo o qual as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais
limpo. Numa altura em que a União Europeia procura identificar os seus valores comuns através da
adoção de uma Carta dos Direitos Fundamentais, são cada vez mais numerosas as empresas europeias
que reconhecem de forma gradualmente mais explícita a responsabilidade social que lhes cabe,
considerando-a como parte da sua identidade à COM,à ,àp.à .à
Por outro lado, as empresas devem apostar cada vez mais no capital humano, no meio
ambiente, entre outros fatores que podem ser diferenciadores no âmbito da gestão de qualquer
organização.
Desde modo, o conceito RSE é constituído por várias dimensões, não se restringindo apenas à
dimensão económica, mas também à dimensão social e ambiental.
No entanto, a responsabilidade social nas empresas não pode ser considerada como uma
substituição da regulação ou legislação, sobretudo no que diz respeito aos direitos sociais ou a normas
ambientais.
Segundo Carlos Cabral-Cardoso (2002) o conceito de responsabilidade social deve ser
compreendido em dois níveis. O nível interno está relacionado com os trabalhadores, enquanto o nível
externo está relacionado com as ações de uma organização sobre os seus componentes externos,
nomeadamente, o ambiente.
No contexto atual, e dado o processo de globalização versus transformação industrial, vão
públicas e dos investidores. De um modo geral, o consumidor ao longo do tempo tem vindo a adquirir
novos hábitos preferindo as embalagens amigas do ambiente, produtos ecológicos, entre outros
produtos que minimizem o impacto ambiental.
Atualmente, a maioria das empresas aposta no desenvolvimento sustentável e na
responsabilidade social. Estes dois conceitos fazem parte da estratégia da empresa, sendo um
elemento basilar no que concerne ao posicionamento da mesma.
A responsabilidade social avança na medida em que a globalização acirra a competição entre
as empresas, afirmando se como um fator primordial para ganho de produtividade e respeito do
público (ASHLEY, 2006).
2.3.
Responsabilidade Social Empresarial
A Responsabilidade Social das Empresas, foca-se essencialmente nas preocupações sociais e
ambientais, económicas, no seu meio envolvente. Assim sendo, a RSE tem como principal objetivo
contribuir de forma positiva para a sociedade, gerindo os impactos sociais e ambientais na
organização, permitindo assim aumentar a competitividade face à concorrência.
Segundo Melo (1999), a responsabilidade social empresarial é como um compromisso das
empresas em contribuir para o desenvolvimento económico e sustentável, contribuindo assim para o
trabalho em equipa dos colaboradores com as suas famílias, a comunidade local e a sociedade em
geral para melhorar a qualidade de vida.
Uma organização que seja socialmente responsável deve ter em consideração, não só os
valores da empresa, mas também a forma como está inserida na comunidade e também o seu impacto
no meio envolvente.
Segundo o INSTITUTO ETHOS, (2008) a RSE é a forma de gestão que se define pela relação ética
e transparência da empresa com todos os públicos com os quais se relaciona e pelo estabelecimento
de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando
recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a
redução das desigualdades sociais.
Parece pois ser consensual que, quando se implementa a responsabilidade social numa
empresa, seja ela ambiental, ética, legal ou económica, na grande maioria dos casos será um
contributo positivo tanto para a empresa como para a sociedade em geral, permitindo ainda mudanças
Para a INSTITUTO ETHOS (2008), a responsabilidade social é um processo que nunca se esgota.
Não é possível afirmar que uma empresa chegou ao limite de sua responsabilidade social, pois existe
sempre algo mais a fazer, seja interna ou externamente.
No entanto, a RSE, é essencialmente promovida por multinacionais ou grandes empresas,
deixando um pouco à parte as pequenas e médias empresas (PME). Contudo, a RSE deve fazer parte
integrante da visão estratégica de qualquer empresa, independente da sua dimensão ou sector.
Qualquer empresa pode definir a sua RSE, sendo este muito mais do que uma obrigação legal,
relativamente às condições de trabalho ou até mesmo à proteção ambiental, nomeadamente através
de ações voluntárias que permitiam o desenvolvimento da sociedade através da educação, cultura e
melhoria das condições de vida, entre todos os aspetos sociais adjacentes.
Para além da importante dimensão social e ambiental da RSE, afirmar- se um novo paradigma
na área lucrativa e social, contribuindo assim para a eliminação de barreiras entre ambas. Assim sendo,
no presente, as empresas estão obrigadas a criar valor através da produção de bens e serviços que a
sociedade deseja, para que seja rentável a curto e a longo prazo.
Carroll (2004) identifica precisamente quatro componentes distintas da RSE, sendo estas;
responsabilidade económica, responsabilidade legal, responsabilidade ética e responsabilidade
Ilustração 1- Pirâmide de Responsabilidade Social da Empresa
Fonte: Carroll,1999
O modelo de Carroll apresenta algumas lacunas, geralmente este tipo de representações
piramidais são caracterizadas pela hierarquia de importância, onde o que se encontra no topo é mais
importante do que está na base. Neste caso, especificamente, os quatro domínios chave estão
inter-relacionados, nenhum domínio será mais importante que outro. Existe uma outra limitação, que está
relacionada com a responsabilidade filantrópica, uma vez que este domínio está diretamente
associado ao voluntariado, não sendo fácil distinguir o filantrópico do ético. Existem também algumas
deficiências, sobre os critérios de classificação das empresas no âmbito da sua atividade, a nível
económico, legal ou ético, dado que a gestão das empresas tem como principal objetivo a maximização
do lucro, o cumprimento da legislação em vigor, entre outros.
Através do LIVRO VERDE (COM, 2001) é possível compreender os desafios colocados às
empresas no que concerne à RSE, sendo essencial o envolvimento de um conjunto de stakeholders
relevantes. Assim as empresas sublinham a natureza voluntária da RSE, preocupadas com eventuais
tentativas de regulamentação. Os sindicatos têm manifestado especial interesse, por um
enquadramento regulamentar mínimo e uma avaliação externa das práticas que envolva todos os
stakeholders. Já os investigadores invocam a necessidade de melhorar a informação e a transparência das práticas, dos critérios de rating social e da gestão dos investimentos socialmente responsáveis
(ISR). E, finalmente, as organizações de consumidores exigem mais e melhor informação sobre as
Responsabilidades Filantrópicas
Ser um bom cidadão
Responsabilidades Éticas
Fazer o que é correcto e justo
Responsabilidades Legais
Cumprir as leis e regulamentos
Responsabilidades Económicas
condições éticas, sociais e ambientais da produção e comercialização dos bens e serviços, para
orientarem as opções de compra.
No entanto parece ser consensual que os benefícios mais frequentes da RSE, (COM, 2001) são:
A aquisição de vantagens competitivas;
O fortalecimento do valor da marca;
O aumento da eficácia das políticas de recursos humanos;
A diminuição dos riscos associados aos conflitos legais e laborais;
A melhoria dos processos operacionais e a redução da utilização de recursos num perspetiva de sustentabilidade, em particular, da redução da sua fatura energética;
A motivação do cliente interno (colaboradores);
A melhoria do clima organizacional;
A posição influente nas decisões de compras;
A influência positiva na cadeia produtiva;
O reconhecimento dos dirigentes como líderes empresariais;
A vantagem competitiva.
Também de acordo com a comissão europeia (COM, 2001), asào ga izaçõesà espo s veis à segue àu à odeloàdeàgest oà aseadoà oàt ipleà otto àli e,àdesig adoàpelosà àP’s,àouàseja,à àfeitaà uma análise tripartida, tendo em consideração o impacto económico (profit), social (people) e
ambiental (planet), inerente a todas as atividades da empresa. Assim o impacto económico das
empresas, tem por base medir os seus recursos humanos, fornecedores e a sociedade, em geral.
Exemplo desta situação é o relatório de contas, que é feito anualmente, onde se dá enfâse
normalmente aos lucros ou à rentabilidade da empresa. O impacto social das empresas, tem influência
direta na dimensão social das pessoas com que interagem, ou seja, nos seus colaboradores,
consumidores, fornecedores, entre outros. Esta dimensão reflete-se, nos direitos dos trabalhadores,
apoio à formação, etc. O impacto ambiental, enquadra-se nas implicações das atividades da empresa
junto do meio ambiente, nomeadamente nos sistemas naturais, ecossistemas, solos, ar ou água, os
recursos naturais.
Hoje em dia, já existem inúmeras empresas em Portugal, que desenvolvem projetos no âmbito
da responsabilidade social, estando assim a implementar políticas de gestão sustentável. Assim sendo,
as empresas consideradas socialmente responsáveis não desenvolvem apenas este tipo de projetos
para o seu próprio benefício e respetivas necessidades, mas também para o bem-estar das gerações
2.4.
Responsabilidade Social Empresarial como Vantagem
Competitiva
Segundo Porter (1986) a estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e
sustentável contra as forças que determinam a competição industrial. Deste modo, a empresa deve
criar um contexto ambiental em que as competências e recursos da mesma possam produzir vantagens
competitivas, face à concorrência.
Recorrendo novamente ao autor acima citado, devemos ter em conta os fatores estruturais
relacionados com a competitividade das empresas, em que se determinam as cinco forças de Porter,
sendo estas:
1. Novos concorrentes;
2. Produtos substitutos;
3. Poder negocial dos clientes;
4. Poder negocial dos fornecedores;
5. Rivalidade entre os concorrentes atuais.
Porter (1986) descreve estratégia competitiva como um conjunto de ações ofensivas ou
defensivas para criar uma posição estável num determinado sector da indústria ou grupo estratégico,
de modo a enfrentar as cinco forças competitivas e, assim, obter um retorno sobre o investimento
realizado, em termos de capital para a empresa.
A vantagem competitiva pode ser entendida, como um fator diferenciador de uma empresa
face à concorrência, então, podemos ver essa mesma diferença através do seu desempenho ou rácio
económico. Pode dizer-se que uma empresa tem vantagem competitiva, quando reúne um conjunto
de características que lhe permitem uma diferenciação no mercado em que atua, criando assim ainda
mais valor para os seus clientes e acionistas, quando comparado com a sua concorrência direta.
Nos dias de hoje, a grande maioria das empresas, adota comportamentos que potenciem a
responsabilidade social, tentando-se diferenciar da concorrência, com este plano de ação, a empresa
ambiciona imputar notoriedade na marca, junto dos seus clientes.
De acordo com Maslow (1943), quanto maior for o número de recursos disponíveis numa
empresa, mais propensa está para promover e estimular a prática da RSE, partindo do pressuposto
que já consegue satisfazer as suas necessidades básicas. Assim sendo, a RSE, pode ser uma vantagem
Exemplificando, os protocolos com infantários ou ginásios que algumas organizações
assumem para usufruto dos seus trabalhadores, pode ter influência na produtividade da empresa, pois
pessoas mais motivadas e satisfeitas poderem oferecer mais de si. Também índices indesejados pela
organização como o turnover ou absentismo poderiam ser inferiores, justificando o capital investido.
No entanto, as empresas devem considerar as diferentes dimensões referentes à RSE, sejam
estas sociais, ambientais ou económicas. Os gestores de topo das organizações, devem sincronizar as
suas ações com a estratégia empresarial promovendo a RSE, preocupando-se não somente com a
obtenção de lucros, mas sim ser parte ativa na comunidade, dando assim continuidade à sua
existência.
2.5.
Responsabilidade Social Empresarial versus Voluntariado
Empresarial
Observando a cultura tradicional do voluntariado, tem sido recorrente associarmos expressões
como, por exemplo: caridade, solidariedade, bondade, espírito de sacrifício, gratuidade, religião,
altruísmo. No entanto, pode não ser tão imediata a associação entre voluntariado e conceitos como:
responsabilidades, profissionalismo, compromisso, direitos, deveres, etc. O desafio do voluntariado é
precisamente a integração destas novas ideias nos conceitos tradicionais e no que estes têm de
positivo e de universal.
O voluntariado empresarial pode ser entendido como um conjunto de ações, que têm como
objetivo incentivar e envolver os funcionários de uma organização, em atividades que visem
acrescentar valor a uma comunidade, estes benefícios, advém de comportamentos levados a cabo pela
organização, de modo a mitigar o impacto da sua atividade beneficiando assim a população local.
Atualmente, algumas das empresas adotam o voluntariado empresarial, sendo que este é
considerado uma atividade fora do âmbito laboral, surgindo assim de uma escolha e vontade individual
de cada um. No entanto, existem empresas que permitem que os seus colaboradores façam
voluntariado dentro do seu horário laboral.
Os fatores que levam ao voluntariado empresarial, são diferentes dos fatores de voluntariado i dividual,à o eada e te,àasà otivaçõesàalt uístas,à e o pe sas ,àe t eàout os.àOsà e efí iosàdeà ambos são diferentes, no caso das empresas, existe outro tipo de apoios e benefícios, enquanto
individualmente, os benefícios são mais em termos de redes sociais, reconhecimento, recompensa
Cada vez mais a sociedade em geral, espera que as organizações correspondam socialmente,
com o principal objetivo de obter em longo prazo a maximização dos lucros. Por outro lado,
pressupõem-se que as empresas contribuam em prol da comunidade onde se inserem, de modo a
favorecer os seus negócios.
A responsabilidade social das empresas foca-se essencialmente na estratégia empresarial, que
deve conciliar os interesses sociais e os internamente estabelecidos, com a necessidade da empresa
ser lucrativa e sustentável.
2.6.
Abordagens à Responsabilidade Social Empresarial
2.6.1. Teoria Neoclássica
Tal como já foi referido anteriormente, o conceito de responsabilidade social surgiu em 1950,
a sua origem está intimamente ligada a questões éticas, que por sua vez, estabelecem a relação entre
as empresas e a sociedade numa perspetiva filantrópica empresarial.
A responsabilidade social tem vindo a ganhar notoriedade por parte das empresas ao longo
dos anos. A grande maioria das empresas antigamente preocupava-se apenas em maximizar os lucros,
independente das consequências negativas das suas atividades, nomeadamente a degradação
ambiental, a exploração do trabalho, abuso do poder económico ou até mesmo uma concorrência
desleal.
Desde modo, as empresas, sentem-se na obrigação de minimizar os impactos negativos que
advém das suas atividades económicas, envolvendo-se cada vez mais em atividades sociais de modo a
beneficiar a comunidade.
Por outro lado, a responsabilidade social, levanta grandes questões em termos sociais e
ambientais. Estes aspetos podem afetar positivamente ou negativamente a competitividade das
empresas, face à concorrência.
Atualmente, as empresas incorporaram na sua estratégia de negócio questões sociais e
ambientais que vão para além da obrigação legal, este procedimento acarreta custos adicionais e
minimiza o lucro das empresas. Por sua vez, o objetivo das empresas na ótica de qualquer acionista,
será a maximização do lucro em curto prazo e também definir planos para alcançar o mesmo propósito
em longo prazo, esta será uma forma de rentabilizar o capital investido, sempre de forma sustentável.
Na realidade, são ideias de certa forma opostas, mas, no entanto necessárias para qualquer
empresa face ao consumidor, dado que este pode garantir a sobrevivência de uma empresa apenas
com o simples procedimento de aquisição do produto fabricado pela organização.
2.6.2. Teoria dos Stakeholders
Segundo Freeman (1984), um stakeholder pode ser considerado como um grupo ou indivíduo que pode afetar ou ser afetado pela concretização dos objetivos da empresa, nomeadamente na
obtenção de benefícios.
No seguimento anterior, Freeman; Wicks e Parmar (2004) defendem que um bom gestor é um
dos stakeholders mais relevantes, dado que este deve defender e potenciar os relacionamentos, de forma a inspirar os restantes stakeholders.
Um dos aspetos importantes sobre os stakeholders está associado ao seu relacionamento com
as empresas e o impacto cultural, que estes exercem de uma forma ética, no que diz respeito há criação
e manutenção de relações profundas e extensas com stakeholders.
Jallat e Wood (2005) afirmam que existe uma correspondência entre a cultura interna e
externa dos stakeholders, posto que as organizações estejam aptas a desenvolver e manter as relações que têm com os stakeholders. No entanto, a cultura que é defendida pelos stakeholders poderá ser
entendida como um forte elemento para compreender a forma que estes e as empresas podem
cooperar para conseguirem ganho mútuo (Freeman, 1984).
Principalmente desde os anos 90 que se tem vindo a desenvolver estudos organizacionais,
nomeadamente no que diz respeito há relação que existe entre as organizações, consumidores,
fornecedores, colaboradores e acionistas. Uma organização que opte por uma gestão tendo como base
a teoria dos stakeholders, pressupõe que exista uma alocação dos recursos organizacionais tendo em
conta os vários grupos de interesse, quer seja dentro ou fora da organização.
Assim sendo, Freeman (1984) e Maslow (2007), defendem que o conceito stakeholders se pode subdividir em 2 grupos (primários e secundários), de acordo com os direitos estabelecidos nos recursos
Fonte: Rego,2003
Maessen, (2007) distingue stakeholders primários de secundários da seguinte forma. Os
stakeholders primários, podem ser considerados como os acionistas e investidores, visto que possuem
estabelecidos quais os direitos legais sobre os recursos organizacionais. Enquanto os stakeholders
secundários fazem parte da comunidade, funcionários, consumidores, entre outros), ou seja, são
aqueles cujo direito sobre os recursos organizacionais são menos estabelecido pela lei, ou por outro
lado podem ser baseados em critérios de lealdade ou em obrigações éticas.
A teoria dos stakeholders, tem como pressuposto que o resultado final de uma atividade,
executada por uma organização empresarial tenha em consideração os possíveis retornos, sejam estes
económicos financeiros, ou mesmo em capital humano, potenciando assim os resultados de toda a
rede envolvida no processo produtivo, e não apenas os resultados dos acionistas.
Observado o modelo da teoria dos stakeholders, os acionistas constituem uma parte
fundamental no que corresponde à parte financeira da empresa, os mesmos possuem sobre a forma
de ações ou quotas da organização, as quais tem geralmente retorno financeiro. Estes podem variar,
ou seja, uma empresa o acionista pode ser o próprio gestor e colaborador, já no caso de uma grande
empresa ou multinacional, derivado há sua grande dimensão, podemos encontrar acionistas de toda
ordem. Os mais influentes, serão sempre os que possuem a maior parte do património e por
consequência, determinam de acordo com as estratégias definidas, o capital da organização
(Rocha,2010).
Colaboradores Investidores
Accionistas
Estado
Clientes
Comunidade Local Concorrentes
Fornecedores
Também os fornecedores, são considerados vitais para o bom desempenho da organização,
dado que na cadeia de abastecimento são as matérias-primas que irão determinar a qualidade e o
preço final dos produtos. No entanto, o bem mais precioso e necessário para uma organização são os
clientes, estes usufruem dos produtos ou serviços gerados, dando em troca os recursos financeiros
que são fundamentais para o desenvolvimento e sobrevivência da organização. Finalmente, no que diz
respeito à comunidade local, esta permite que a organização se sedie em determinado local, ou seja,
consente que sejam construídos os imobilizados para executar a sua atividade laboral como, plantas
industriais, escritórios, recebendo em troca os benefícios de taxas e contribuições da organização.
Neste sentido a organização age no sentido de, cuidar e valorizar a comunidade onde se insere, de
modo a não gerar as externalidades negativas causadas aos residentes, como por exemplo em aspetos
Capítulo III
–
Estudo Empírico
3.1.
Metodologia
Neste capítulo, serão apresentadas todas as vertentes relacionadas com a metodologia
utilizada para a construção da presente dissertação. O propósito será descrever a estratégia utilizada,
enquadrar o estudo de caso de acordo com a sua tipologia, bem como transmitir ao leitor, como foi
realizada a recolha dos dados e o seu tratamento.
3.2.
Estratégia Metodológica
O presente estudo apresenta um processo de pesquisa de estudo de caso único. A escolha
deste método enquadra-se com a necessidade de compreender o fenómeno como um todo, e com
maior profundidade possível.
Segundo Gil (2010) e Stake (2007), para garantir a profundidade necessária ao estudo, o estudo
de caso requer a utilização de múltiplas técnicas de recolha de dados, de modo a conferir uma maior
credibilidade dos resultados e originando uma possível associação, que contribui assim para a validade
do estudo presente.
Neste estudo é realizada a revisão bibliográfica de artigos científicos, através da base de dados
da B-On, Proquest, Repositório do Minho, consulta de obras literárias sobre o tema em estudo e o
acesso a documentação relativa a procedimentos intrínsecos da organização, de modo a sustentar a
pesquisa sobre o tema.
3.3.
Tipologia de Estudo de Caso
Segundo Yin (2003) um estudo de caso, é uma investigação que se baseia principalmente no
trabalho de campo estudando uma pessoa, um programa ou uma instituição na sua realidade,
utilizando para isso, entrevistas, observações, documentos, questionários e artefactos.
Citando o mesmo autor, um estudo de caso consiste numa pesquisa empírica, que investiga
um fenómeno contemporâneo no seu contexto natural, utilizando múltiplas fontes de evidência. O
objetivo é compreender todas as situações existentes e interpreta-las de modo a encontrar a uma
conclusão plausível de acordo com os factos. Todos estes acontecimentos ou fontes geram
A metodologia aplicada na realização da dissertação de mestrado tem como base a
investigação de um estudo de caso único, este estudo tem como objetivo primordial analisar a
perceção que os colaboradores têm relativamente a orientação da empresa no que concerne à RSE.
3.4.
Recolha de Dados
Segundo Yin (2003) um dos dois princípios para a recolha de dados:
a) Usar múltiplas fontes de evidências
O uso de múltiplas fontes de evidência, permite o desenvolvimento da investigação em várias
perspetivas e investigar vários aspetos em relação ao mesmo fenómeno. As conclusões e retiradas são
assim mais convincentes e sólidas, já que advêm de um conjunto de análises e confirmações. Além
disso, as potenciais problemáticas e questões sobre a validade e viabilidade do estudo são atendidos,
pois as conclusões nestas mediante estas condições, são validadas através de várias fontes de
evidência.
b) Construir, ao longo do estudo, uma base de dados
Embora no estudo de caso a separação entre a base de dados e o relato não seja vulgarmente
encontrada, sugere-se que essa separação aconteça para garantir a legitimidade do estudo, uma vez
que os dados encontrados ao longo do estudo são armazenados, possibilitando o acesso de outros
investigadores. Os registos encontram-se disponíveis através de notas, documentos e narrativas,
podendo estas ser (interpretações e descrições dos eventos observados, registados...).
Assim sendo, dando continuidade ao estudo de caso, é fundamental para a investigação
recorrer a várias técnicas de pesquisa e recolha de dados, deste modo, a utilização várias fontes de
informação nomeadamente, documentais, observação e inquérito por questionário, ou até
entrevistas.
Relativamente à análise da e p esaà NívelàCe to , a recolha de informação para o presente
estudo, foi realizado através de recolha documental de inquérito por questionário e de observação
direta.
Na elaboração do questionário, foi utilizado um tipo de escala de um a seis, de modo a medir
a intensidade/ opinião para cada conjunto de respostas das três dimensões em estudo, diretamente
associadas há temática responsabilidade social, sendo essas áreas a dimensão social, ambiental e
económica. Estas são utilizadas de modo a que o inquirido possa emitir o seu parecer, relativamente
3.5.
Tratamento de Dados
Relativamente ao tratamento e análise de dados, é fundamental ter em conta três aspetos
essenciais, sendo estes: descrição, análise e interpretação. A descrição é o resultado que advém da
escrita dos textos resultantes dos dados primários obtidos pelo investigador. A análise faz parte do
processo de organização dos dados, onde se deve constar os aspetos essenciais e identificar quais os
fatores chave. Por fim, a interpretação corresponde ao processo de obtenção de significados e
conclusões a partir dos dados obtidos.
Segundo Gil (2010), a redação do relatório do estudo de caso reveste-se da particularidade dos
dados serem geralmente numerosos e obtidos de diferentes formas, sendo necessária a sua seleção e
organização não só para a análise, como também para apresentação dos resultados. Sendo possível
adotar várias estruturas para a construção do relatório de estudo de caso, neste caso será utilizada
uma estrutura clássica.
Por outro lado, a redução e simplificação dos dados diz respeito ao processo de selecionar,
simplificar e organizar todos os dados obtidos durante a investigação. A apresentação dos dados
refere-se ao momento em que a informação é organizada e compactada, de modo a que o investigador
obtenha uma ideia clara do estudo.
Por fim, o último momento corresponde à extração de todas as conclusões, ou seja,
informação recolhida, organizada e reformulada, de modo a se poder retirar o maior número de
Capítulo IV
–
Estudo de Caso
4.1.
Caracterização da Empresa
A empresa Nível Certo , insere-se na rede Oxycerto, sendo que esta engloba várias filiais. A
empresa atualmente dispõe de 22 lojas e um centro de abastecimento regional localizado em Setúbal,
tendo a sua sede na Amadora, dispondo ainda de um centro de armazenamento e logístico composto
por 120 pessoas.
A história da empresa Nível Certo teve início no norte de França, Lille, em 1976. Após uma
década, surge a primeira fábrica de produção e conceção de artigos, com o objetivo de assegurar a
produção para marca Oxycerto . Após a primeira loja Nível Certo em França, surge outra loja em
Dortmund na Alemanha.
E assim, se foi expandindo a empresa, sendo que em 1988, a empresa internacionaliza-se e
abre o seu primeiro centro de produção na Ásia. A empresa sediou-se em Portugal passados 19 anos.
Em 1995 a sua produção começa a desenvolver-se em território português, abrindo a sua delegação
no Porto.
Em 1997, a Nível Certo procede há criação das suas primeiras marcas: tribornaut , para os
desportos de água e a quechuten para os desportos de montanha. Atualmente a quechuten é uma
das marcas da empresa, e assume 30% do volume de negócio da empresa, durante o outono e o
inverno.
No ano 2000 surge assim a primeira loja Nível Certo em Portugal, ou seja, na Amadora, onde
está sediada a empresa em Portugal.
Em 2008 foi concebida a rede de empresas que atualmente existe em Portugal, que engloba
um conjunto de várias insígnias entre elas a Nível Certo , criadas ao longo dos anos todas elas são
especialistas na conceção, produção e venda de artigos referentes ao sector de comércio e retalho de
artigos desportivos.
A Nível Certo têm como missão:
Despo tistas Satisfeitos é a nossa missão.1
No que concerne há dimensão recursos humanos, a Nível Certo Portugal tem cerca de 1000
funcionários com idade média de 25 anos, sendo maioritariamente do género masculino, mais
especificamente 60%, ou seja 600 homens e os restantes do género feminino, sendo esta, a força de
trabalho da organização. Nos cargos de direção da empresa todos os recursos humanos têm um nível
de formação superior, no que se refere ao universo operacional as habilitações académicas em média
situam-se no 12º de escolaridade obrigatória. Estes dados são relativos há realidade portuguesa.
Existe uma preocupação relativamente à formação contínua dos colaboradores, não só a nível
operacional e técnico, mas também com ações de formação no âmbito da saúde, segurança, incêndios,
sendo estas áreas fulcrais para a dinâmica de trabalho contemporâneo.
A política de recrutamento e seleção da empresa Nível Certo , suporta-se em pré-requisitos
específicos, quando os candidatos apresentam a sua candidatura, terão efetivamente de reunir no
mínimo duas características, ser estudante ou praticante de desporto.
É notório a aposta no recrutamento interno por parte da empresa, permitindo assim a
progressão a nível interno na carreira, não tendo na maioria das situações de recorrer ao exterior,
aproveitando assim as competências internas.
Trabalhar numa loja Nível Certo significa aprender uma função, mas também fazer parte de
uma equipa de entusiastas do desporto. O ambiente de trabalho é pouco formal, mas o forte
investimento pessoal e a capacidade de trabalho de cada colaborador são colocados em prática todos
os dias.
4.2.
Análise dos resultados
Em qualquer estudo realizado, torna-se fundamental apurar resultados para fundamentar
todas as conclusões obtidas, desta forma serão validas e transforma-se em facto, possibilitando a
oportunidade de atuar no sentido da resolução do fenómeno estudado.
Neste capítulo estão presentes os resultados que foram aferidos neste estudo, nomeadamente
os resultados que foram extraídos das respostas fornecidas pelos inquiridos nas diversas questões
subdivididas pelas três dimensões, Social, Ambiental e Económica.
Assim sendo, definiu-se a escala a ser utilizada neste inquérito, a escala de Likert, de acordo
com as seguintes hipóteses:
1. Discordo Totalmente;
2. Discordo;
3. Indiferente;
4. Concordo;
5. Concordo Totalmente;
Na análise dos dados aplicou-se a estatística descritiva, de modo a resumir um conjunto de
dados, que foram recolhidos através do inquérito por questionário, em seguida, reorganizados através
de tabelas e gráficos.
Desta forma, foram utilizadas tabelas de frequências, com o propósito de agrupar e sintetizar
toda a informação recolhida. Estas tabelas são bastante úteis quando as observações são numerosas
e sobretudo, quando se repetem, sendo referido na literatura como discretas, ordinais ou nominais,
(FORTIN, 1999).
Neste estudo foram consideradas um conjunto de variáveis nominais, ordinais e qualitativas,
sendo as mesmas uma forma de agrupar a informação.
Caracterização do Universo
A estatística descritiva tem como principal objetivo estudar um conjunto total de valores ou
amostras, sobre as quais é possível retirar conclusões acerca de um determinado estudo. Esta ciência
foca-se na recolha, análise e interpretação de dados, de forma a conseguirmos extrair os dados
principais.
Por outro lado, podemos ainda resumir ao máximo toda a informação obtida, recorrendo a
cálculos de estatística descritiva e gráficos.
O universo é de 120 pessoas que fazem parte do centro de armazenagem e logística, onde o
inquérito por questionário foi aplicado.
No presente estudo, foram inquiridas 30 pessoas, o mesmo número de respostas validas, a
média de idade dos inquiridos é entre os 20 aos 25 anos, sendo esta a faixa etária predominante.
Dimensão Amostra
A dimensão da amostra corresponde a 25%, num total de 120 pessoas que pertencem ao corpo
de trabalho da empresa. Este inquérito foi aplicado no armazém central, uma vez que é onde estão
inseridos o maior número de colaboradores.
áà va i velà i depe de teà à aà va i velà a ipuladaà peloà i vestigado à o à aà fi alidadeà deà estudar os seus efeitos na variável depende te à FORTIN,à ,àp. .àásàva i veisàsó ioàde og fi asà
são importantes não só na caracterização da amostra. Considerando assim como variáveis
Variáveis demográficas presentes neste inquérito são:
Qualitativas nominais:
Variáveis que não seguem qualquer ordem, sendo atributos:
Género
Qualitativas ordinais:
Variáveis que seguem uma ordem, como o próprio nome indica:
Habilitações Literárias
Função Desempenhada
Quantitativa:
Variável que permite ordenação e quantificação de dados:
Faixa Etária
A junção destas duas classes perfaz o total de 30 indivíduos envolvidos neste inquérito, ou seja,
uma amostra de 25% das 120 pessoas que trabalham na empresa.
O total de homens presentes nesta amostra é de (47%), enquanto o total de mulheres é de
(53%), em termos percentuais.
Resulta da análise destes dados, um equilíbrio relativo entre os seus dois componentes, com
ênfase para o sexo feminino que inclui mais 6% de elementos do que o grupo constituído pelos
homens.
Gráfico 1 - Distribuição dos inquiridos relativamente ao género
53% 47%
Sexo
Feminino
Analisando todos os dados presentes no histograma relativos à variável demográfica faixa
etária, podemos referenciar várias conclusões em relação as pessoas presentes no inquérito.
Pessoas com idades compreendidas entre os 20 e os 25 anos, representam 66% da amostra,
por outro na faixa etária 26 aos 31 anos é de 31%, dos 32 aos 37 anos é de 3%, relativamente a pessoas
com idade inferior a 20 anos e também 38 anos ou superior, a percentagem de inquiridos neste estudo
é nula. Podemos então concluir, que os participantes neste inquérito são maioritariamente jovens, o
que talvez seja uma caraterística da organização, proceder a recrutamento de pessoal jovem tornando
assim a força de trabalho juvenil.
Gráfico 2 - Distribuição dos inquiridos relativamente à faixa etária
Gráfico 3 - Distribuição dos inquiridos relativamente às habilitações literárias Menos de 20
0% 20-25 66% 26-31 31% 32-37 3% 38-44 0% mais de 45
0% Menos de 20
20-25
26-31
32-37
38-44
mais de 45
0%3% 7%
67%
23% 0%0% Doutoramento
Mestrado
Pós-Graduação
Licenciatura
10º a 12º anos
5ª a 9º ano
No que respeita às habilitações literárias, foi possível apurar 100% de respostas, ou seja 30
inquiridos manifestaram-se.
Após a análise do gráfico acima representado, verifica-se que 77% do total da amostra
analisada neste inquérito, frequentaram com êxito cursos superiores. Uma pequena percentagem, ou
seja, 3%, correspondendo a um inquirido, são titulares de mestrado. Também duas pessoas
manifestaram ter uma pós – graduação, correspondendo a 7%. Por outro lado, quando falamos em
licenciatura, 67% o que significa 20 indivíduos respondem ser detentores desta habilitação.
Finalizando, com uma percentagem de 23%, ou seja, sete inquiridos compõem o grau ensino
secundários. Assim sendo, poderemos concluir que na generalidade, os inquiridos possuem
licenciatura ou estão a frequentar com aspirações futuras de conclusão.
No que respeita à função desempenhada, constatou-se que os 30 indivíduos inquiridos neste
estudo representam predominantemente a função de operador logístico sendo 87%, o que
corresponde a 26 indivíduos, na generalidade a empresa recruta pessoas que possuem uma
licenciatura, investido assim no capital humano da mesma, possibilitando ascensão interna dentro da
empresa.
Em menor quantidade, percecionamos a função de responsável de secção com apenas 10%, o
que corresponde a três indivíduos inquiridos, o cargo de diretor corresponde a 3%, uma vez que só
existe uma pessoa com esse cargo na empresa nível certo, o que de certa forma é a realidade de quase
todas as organizações, a base ou parte operacional é bastante superior em relação ao vértice.
Gráfico 4 - Distribuição dos inquiridos relativamente à função desempenhada
87% 10%3%
Função desempenhada
Operador Logístico
Responsável de Secção
Nesta dimensão, é possível entender como os colaboradores percecionam o apoio prestado
há comunidade local, onde está inserida a empresa Nível Certo", seja apoio social e bem-estar, bem
como outras ações que minimizem o impacto da sua atividade no meio envolvente.
Para avaliar a perceção dos inquiridos relativamente aos aspetos da dimensão social, foram
formuladas as seguintes questões:
Pa ti ipa osàe àp ojetosàso iaisàdi igidosàaà o u idade à Q
Osà e a is osàdeàdi logoà o àosàfu io iosàs oàdi icos? à Q )
E iste àpla osà o ple e ta esàdeà efo aàpa aàosàe p egados? à Q
ál àdeà u p i à o àasàsuasào igaçõesàlegais,àaàe p esaàp eo upa-se em oferecer aos seus colaboradores um ambiente físico agradável, seguro e que respeite as
condições de higiene, saúde, eàest à e etivaàaàsugestõesàdeà elho ia? à Q
Oà espeitoà pelosà di eitosà dosà o su ido esà à u à ei oà p io it ioà daà gest oà daà e p esa? à Q
àáàe p esaàpot iaàações de voluntariado aos seus colaboradores? à Q )
àáàe p esaà ealizaàpa e ias com instituições e desenvolve projetos que mobilizam a o u idade? à Q