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J. Pediatr. (Rio J.) vol.91 número1

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JPediatr(RioJ).2015;91(1):1---3

www.jped.com.br

EDITORIAL

A

sequel

of

the

International

Study

of

Asthma

and

Allergies

in

Childhood

or

a

prelude

to

the

Global

Asthma

Network?

,

夽夽

Uma

sequência

do

Estudo

Internacional

de

Asma

e

Alergias

na

Infância

ou

um

prelúdio

da

Global

Asthma

Network?

Luis

Garcia-Marcos

a,b,∗

e

Rosa

Pacheco-González

a,b

aUnidadesdeAlergiaeMedicinaRespiratória,HospitalUniversitárioInfantilArrixaca,UniversidaddeMurcia,Múrcia,Espanha

bInstitutodePesquisaIMIB-Arrixaca,Múrcia,Espanha

Aasmaéumadasdoenc¸ascrônicasmaisprevalenteseafeta maisde334milhõesdepessoasemtodoomundo.1Foi

des-critaumadistribuic¸ãomuitodiferentedessaprevalênciaem

todo o mundopelo Estudo Internacional de Asma e

Aler-giasnaInfância(Isaac).2,3Essegrandeprogramadepesquisa

estudouaprevalênciae osfatoresderiscodaasma,

rino-conjuntivitee eczemaem todoo mundopor trêsdécadas

eforneceumuitasinformac¸õesepidemiológicas,quedevem

trazernovaspistassobreaetiologiadessasdoenc¸as.

Con-tudo,aúltimapesquisa,aFaseTrêsdoIsaac,foifeitadez

anosatrásedesdeentãonenhumaoutrafoifeitaemtodoo

mundo.Felizmente,algunspesquisadoresusaramamesma

metodologiaparaestudaressasdoenc¸aslocalmentee

com-DOIssereferemaosartigos:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2014.09.001,

http://dx.doi.org/10.1016/j.jpedp.2014.05.014 夽

Comocitaresteartigo:Garcia-MarcosL,Pacheco-GonzálezR. A sequel of the International Studyof Asthma and Allergies in Childhoodora preludetotheGlobal AsthmaNetwork?JPediatr (RioJ).2015;91:1---3.

夽夽VerartigodeSoléetal.naspáginas30---5.

Autorparacorrespondência.

E-mail:lgmarcos@um.es(L.Garcia-Marcos).

pararamosnovosdadoscomosanteriores,sehouvesse.4-11

Soléet al.atualizaram esses dados em umaregião muito

ampla,oBrasil.12

Seuestudoforneceinformac¸õesvaliosassobrea

preva-lênciadeasma,rinoconjuntiviteeeczemaemadolescentes

brasileiros. Em comparac¸ão com os dados de nove anos

atrás,aprevalênciaderinoconjuntiviteeeczemacontinua

aumentando,aocontráriodadeasma,quedemonstrouuma

tendência de reduc¸ão.13,14 Infelizmente, apenas sete dos

21centrosdoISAACbrasileirosparticiparamdesseestudo.

Seosresultadosgeraistivessemvindodetodosos21centros,

poderiatersidodiferente,atémesmosignificativamente.

Oaumentodaprevalênciadaasmadeveriatersido

espe-rado nessa faixa etária do estudo acima, considerando a

altaproporc¸ão(24,4%)decrianc¸asdeseisaseteanoscom

sintomasdeasmanaFaseTrêsdoIsaac,hánoveanos.13,14

Contudo,nãoocorreuumefeitodecoorte.

Os autores discutem alguns fatores diferentes em seu

ambientenosúltimosanos,oquepoderiaterlevadoa

pre-valênciadeasmaadiminuir.Algumasdessasmudanc¸asestão

relacionadasàdisseminac¸ãodoconhecimentosobreaasma,

comoaimplementac¸ãodeprogramasdegestãooua

difu-sãodediretrizesmédicasedeclarac¸õesdeconsentimento.

Essespoderiamserfatoresassociadosàfrequênciacadavez

(2)

2 Garcia-MarcosL,Pacheco-GonzálezR

maiordediagnósticoseàreduc¸ãodesuagravidade,como

os autores declaram. Além disso, esses fatores poderiam

ser,também,responsáveispelaestabilizac¸ãoda

prevalên-ciadeasmadevidoaoreforc¸onaprevenc¸ãoprimária.Como

também é discutido, a padronizac¸ão da terapia de asma

poderiaser umfatorde protec¸ão da morbideze

mortali-dadeporasmacadavezmenores,porémnãodareduc¸ãona

prevalência.

Outro fator interessante, discutido pelos autores, é a

melhoria na economia brasileira. O fator econômico foi

proposto na Fase Três do Isaac para explicar as grandes

diferenc¸as de prevalência entre os centros

colaborado-res. Essa hipótese surgiu quando a prevalência de asma

era considerada maior em países socioeconomicamente

desenvolvidos, principalmente países de língua inglesa,

e menor em países em desenvolvimento.

Surpreendente-mente, atendência deaumentoobservada nos paísesem

desenvolvimentonãofoiconstatadanosdesenvolvidos.

Con-sequentemente, foi proposto que a prevalência de asma

havia atingido um nível de estabilizac¸ão em países de

alta renda (com maior prevalência), ao passo que nos

de baixa renda (com menor prevalência) o nível ainda

estavaaumentando.13,15 O fato dea prevalência de asma

tercontinuadoa diminuirnosúltimosnove anosenquanto

aeconomiabrasileiraaumentavaconsideravelmente

pode-riaindicar queaprevalência deasmaatingiuumnívelde

estabilidade nesse país, da mesma forma que em países

dealta renda na Fase Três do Isaac. Contudo, essefator

nãoparece explicar completamente a situac¸ão. É

impor-tantedestacarque,aocontráriodahipótesegeraldoestudo

Isaac,Malloletal.observaram,emumestudoemdiversos

centrosdaAméricaLatina,queumaprevalênciamaiordos

sintomasdaasmaeraencontradaemáreasdepiorsituac¸ão

socioeconômica.16Assim,onívelsocioeconômicopareceser

umfatorrelacionadoàetiologiadaasma.Contudo,comoos

dadosderenda nãoestão disponíveisem nível individual,

seu efeito real não pode ser elucidado. É possível que a

situac¸ãosocioeconômicasejaapenasummarcadordo

ambi-enterural/urbanodessaregião. Omesmogrupo brasileiro

confirmou,emestudosanteriores,queviveremum

ambi-enteruraleraumfatordeprotec¸ãodaasmanoBrasil.14-17

AFaseTrêsdoIsaacapresentououtrosfatoresderisco

quepoderiaminfluenciaraprevalênciadedoenc¸as

alérgi-cas,comoapoluic¸ãoambiental.Contudo,Andersonetal.18

nãopuderamrelatarumaumentonaprevalênciadeasma,

rinoconjuntiviteeeczemarelacionadoaosníveisdepoluic¸ão

doaremumaanálisemundial.Contudo,Soléetal.12

suge-rem,em seu artigo, que a poluic¸ão poderiaser umfator

relacionadoaoaumentodaprevalênciaderinoconjuntivite

e eczema em sua região com base em seu estudo

ante-rior,em que constataram umaassociac¸ão entre os níveis

depoluentes e a prevalênciade asma,rinoconjuntivite e

eczema.19 Comprovandoseuestudo,outroestudofeitoem

Alta Floresta (sudeste da Amazônia) concluiu que a

pre-valênciadeasmanessaregião é umadas maioresdopaís

(21,4%),oquepoderiaestarligadoàaltaconcentrac¸ãode

queimasdebiomassanaárea,emboraesseargumentonão

tenha sidoconfirmado.4 Solé etal.12 tambémmencionam

queapoluic¸ãodo arfoimonitorada emduas regiões

bra-sileirasnosúltimosanose,consequentemente,foiatingida

melhorqualidadedoar.Issodeveriatersidoconvertidoem

umareduc¸ão naprevalênciaderinoconjuntiviteeeczema

nessasduasáreas,porémnãonasoutras,deacordocoma

explicac¸ãodosautores.Contudo,osresultadosnãomostram

essatendência.Ainfluênciadapoluic¸ãoambientaldeveser

analisadacommaisdetalhesparaverificarsuacontribuic¸ão

paraessasdoenc¸as.Outrofatorquepoderiaestarassociado

à origemdessas doenc¸as são oshábitos alimentares. Fast

foodpareceserumfatorderiscoparaaasma,aopassoque

frutasevegetaisparecematuarcomoprotetores.20

Infeliz-mente,Soléetal.nãoanalisaramessapossibilidadeemseu

artigo.

Resumindo, o artigo de Solé et al., publicado nesta

edic¸ãodoJornaldePediatria,émuitointeressante,

atuali-zouosdadossobreaprevalênciadeasma,rinoconjuntivite

eeczemanoBrasil.Estudos semelhantesdevemserfeitos

emmaisregiõesemtodoomundoparacomparardadoscom

astendênciasanterioreseverificartodososfatoresderisco

ouprotec¸ão relatados.Felizmente, agoraque o programa

Isaacfoiencerrado,aRedeGlobaldeAsmaforneceráesses

dadosnofuturopróximo.Nesseínterim,Soléetal.12

previ-ramumagrandequantidadededadosepidemiológicosque

podemajudaraexplicarosfatoresambientaislocaise,até

mesmo, esclarecer a situac¸ão de incerteza sobrea causa

dessasdoenc¸asalérgicas.Aindaassim,nãosepodedeixar

deperguntar:issoéumasequênciadoEstudoInternacional

de Asmae Alergiasna Infância(Isaac) ouum prelúdioda

RedeGlobaldeAsma(GAN)?

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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