CONTA
RECEITA
"e
DESPEZA
D A
CORDOARIA
NACIONAL
E
REAL
DE
LISBOA,
EDQS
ANNEXOS
ESTABELECIMENTOS
DE
BENEFICÊNCIA
E
RECLUSÃO
PERTENCENTE
AO
ANNO
DE 1820; EORÇAMENTO
DA
DESPEZAPARA
O
ANNO
DE i8ai,Apresentada aolllustrissimo e Excellentiss irnoSecretario dosNega, P
cios da Marinha na conformidadedasOrdensGeraes da Regência doReino,pelo actual
Inspector
domesmoEstabelecimento
O
CORONEL
GRADUADO
DA
BRIGADA
REAL DA
MARINHA
MARINO
MIGUEL
FRANZINI.LISBOA:
fíA
TYPOGRAFIA
DA
ACADEMIA REAL
DASSCIENCIAS
18
21.(?)
Ill.rao e Ex.mo Senhor.
JL
endo
satisfeitocom
a devida promptidão ao Aviso circular queme
foi expedido por V. Exc. a13 de Fevereiro,de
Ordem
da Regênciado Reino,
curapre-me agora levar á presença de V. Exc., para que chegue ao conhecimento damesma
Regência;luima conta circunstanciada do Estabelecimento que tenho a honra de dirigirdesde
Maio
de 18 18,e quepela sua importância deve merecer particular consi-deração ao
Augusto
Congresso Nacional, e aoPo-der Executivo. . _, . ,
Serei conciso nesta preliminar exposição,
jul-gando
inútil repetir o que circunstanciadamente seacha exposto nas
Notas
queacompanhão
as contasparticulares de cada
huma
das Officinas deste Esta-belecimento, as quaes dão as necessáriasexplicações para se formar
hum
juizo claro sobre a suaimpor-tância, e as causas que
tem
originado asua
deca-dência.
Convém
que antes de mencionar algumasdes-tas causas se estabeleça o principio fundamental de
que aCordoaria Nacional e Real não deve
simples-mente
considerar-secomo huma
manufacturaper-tencente ao Estado,
mas
simcomo huma
importan-te Officina
do
Arsenal daMarinha
,sem
a qual seriaimpossível armar asEsquadras que
devem
protegera
Marinha
Mercante. e manter a honra da BandeiraA
2(4)
Portugueza; pois que o
massame
e velame dequal-quer
Navio
formahuma
parte essencialUsimada-quella maravilhosa maquina,
sem
cujo auxilio se-ria
huma
massa inerte, incapaz demovimento
cperfeitamente inútil.
He
desnecessário citar os exemolos dasgran-des
Nações
Marítimas, que jamais entregarão i
disposição de especuladores particulares
as officinás aonde se preparao os meios de defeza Nacional.
Só
a França conta cinco Cordoarias,.que fornecem de
Enxárcias e Lonas os seus Arsenaes, e todas as
ou-tras
Nações
conservãocom
particular cuidado
hum
grande
numero
destas úteis e indispensáveisOíSci-nas.
Não
se admittindoeste principio fundamental ,e considerando-se erradamente este Estabelecimento
como huma
Fabrica ordinária, que ao Estado não
convém
manter, seguia-se necessariamente quepelomesmo
motivo se deveriãotambém
extinguir osArsenaes, as Fabricas da Pólvora, e asFundições
,
pois que existindo Estaleiros particulares, e
Fundi-dores,a esses se deverião encomendar a construcção dos Navios do Estado, e a'
fabricação de toda a
qualidade de armas e petrechos de guerra.
Foi indispensável discutir este ponto para
acla-rar o falsoraciocínio de alguns indivíduos, que
tal-vez illudidos peia excessiva generalidade
com
queapplicão á pratica os princípios theoricos de
Econo-mia
Politica,tem
procurado desacreditar autilida-de deste Estabelecimento, pertendendo que deveria entregar-se a
-hum
particularespeculador,que trans-formando-se
em
monopolista desteramo
deindus-tria
, poderia contratar
com
o Estado, impondo-lheos preços que mais lhe conviessem} eque por sua natureza são variáveis»
(O
Reconhecendo-se pois a necessidade de manter
huraa Cordoaria para o fornecimento da
Armada
Naval
,segue-se quebem
longe de resultarincon-veniente, seria pelo contrario
mui
vantajoso não sóao
Thesouro
Publico,mas
tambern á industriana-cional, que
.dando-se maior extensão a esses
traba-lhos, resultasse dahi avultado lucro cora a venda da Enxárcia excedente, e dos outros géneros alli manufacturados, o quejá.pormuitos annos se
veri-ficou nesta
mesma
Fabrica, nas épocas felizes.donosso
Commercio
, e dos seus trabalhos, chegandoeste lucro á notável
somma
de 8o contosde réisno
anno de 1802.
Pelos cálculos expostos neste Pvelatorio se
de-monstra que esta manufactura offerecia
em
18 19hum
lucro liquido de 20 por cento sobre os capitãesempregados noseucosteamento,
huma
vez que exis-tisse a devida proporção entre onumero
dosoperá-rios, e aquantidade de matérias primas, necessárias
paramanter os seus trabalhos.
Muitas são ascausas que
tem
concorrido paraa actual decadência desta Fabrica;
porem
aprinci-pal he
sem
duvida a falta daquelle equilibrio, quefoi progressivamente
augmentando
com
adiminui-ção nos fornecimentos dos materiaes para a sua
la-boração, os quaes
tem
quasi desapparecido dos seusarmazéns,desde que deixarão de ser independentes ,
e separados da administração geral da Fazenda da
Marinha,
os fundos desta Fabrica.Nos
annos dasua prosperidadepossuia esteEstabelecimento o seu
cofre particulary contratando directamense o
forne-cimento das matérias primas de que necessitava, e
só porestesystemaacreditando-senovamente no
pu-blico , se conseguirá abastecer os seus armazéns
,
CO
cado, e não cora os enormes accrescimos de
iõ
á30
por cento sobre aquelles preços,como
actual-mente
acontece, visto que os vendedores, incertossobre as épocas dos pagamentos,e por outros
mo-tivos
bem
conhecidos , recusao envolverem-seem
transacções
com
a Fazenda da Marinha.Outra causa não
menos
eíEcaz, derivada da an-tecedente, he a natural indifferençacom
quetem
sido olhado este importante Estabelecimento peia
autfcorid-ade que
tem
a seu cargo o fornecimento dos géneros, e aquem
estepouco interesse podeme-recer, não presenciando as suas diárias necessidades ò
nem
conhecendo omovimento
dos seus trabalhos, que nunca vè, achando-se por consequência o Chefe
desta Fabrica na mais rigorosa dependência para qualquer resolução, que ainda nos objectos de
me-nor importância, sópode alcançar á força dereoe-tidas instancias, requisições, informes, diligencias ,
e outras muitas formalidades, que servem somente
para demorar e paralisar a actividade de qualquer
individuo, aindaque possuído de decidido zelo peio
bem
do
serviço; accrescendo a tantos obstáculos osofrimento de
huma
interminável intriga fomentadapor
algum
subalterno, que sejulgavacom
o direitode fazer a sua vontade, confiado
em
injustasprotec-ções. Disto
tem
resultado a relaxação de algunsem-pregados, que confiados na impunidade, desprezao
os seus próprios deveres,não julgando o Chefe
do
Estabelecimentocom
authoridade necessária para osconter nos justos limites.
Ignorandoeu5
como
ChefedesteEstabelecimen-to , os contractos, eas condições
com
que oInten-dente da
Marinha
ajusta os génerosque remette pa*ra esta Cordoaria, achava-me na impossibilidade de
(7)
Reino, se as minhas particulares indagações
me
nãotivessem habilitado para este fim, auxiliado pelo systema de escrituração que estabeleci logo que tive
,a honra de ser encarregado destaInspecção,segundo o qual offerecimensalmente
em
hum
Mappa
impres-so, e
com
a maior individuação, o estadopessoal
e material deste Estabelecimento, os trabalhes
nel-le executados, valor das manufacturas, actividade dos operários, inventários dos armazéns, etç.,
cu-jo
Mappa
começou
desde o principiodo
anno de1819, e parece satisfazer plenamente aoseu objecto.
As
contas circunstanciadas que seseguem
, mostrarão evidentemente a realidade dosinconve-nientes expostos , devendo notar-se
com
attenção, que á Officina da Cordoaria e Lonas apenas se lhesforneceo
hum
quarto dos materiaes de quenecessi-tava para aproveitar o préstimo dos seus operários
,
e a Officina de algodão só recebeo
hum
quinto dos géneros de que carecia, não sendopor consequênciapara estranhar, que o final resultado
fosse desavan-tajoso ao Estabelecimento.
Reconhecida a necessidade da conservação da Cordoaria, e as utilidades que pode oíferecer ao
serviço naval, ao
Thesouro
publico, e á industrianacional, segue-se que paraisto ter lugar se fazem
necessárias algumas das seguintes providencias. Equilibrar o
numero
dos operárioscom
ostra-balhos
em
quepodem
ser empregados, o que se consegue diminuindo o seu actualnumero
, que so-be a 332 individues, não comprehendidos os Esta-belecimentos de Beneficência;ou
fornecer aoEs-tabelecimento os materiaes necessários para exercer a actividade dos operários existentes.
O
primeiro arbítrio alem de ser contrario aos sentimentos decon-(8)
"templadò tão avultado
numero
de artistasindus-triosos, os quacs por muitos annos se tem dedicado
ao Serviço do Estado
em
hum
trabalho quedifi-cultosamente poderião agora exercer por conta dos
particulares, visto o estado da decadência das nossas
Fabricas, seria impolitico e contrario
também
aosprincípios do actual systema. Peio segundo arbítrio voltaria a Fabrica ao seu primeiro estado de pros-peridade, não devendo recear-se que aenxárcia
na-cional deixasse de ser consumida pela marinha
mer-cante, pois que goza de decidida preferencia pela
sua^ superior qualidade, sendo então vantajoso que
se impuzesse
hum
direito addlcional sobre aenxár-cia estrangeira, a qual, naoobstanteasua
má
quali-dade, .innunda os mercados de Portugal e Brasil
,
convidando os compradores pelo seu baixo preço.
Este direito addicional, não se
oppondo
aosTra-tados, poderia
também
abranger as Lonas,quando
esta manufactura adquirisse
em
Portugal odesen-volvimento de que he susceptível.
Pelos cálculos transcriptos na 8.a
Nota,
ficarádemonstrado que a cada quintal de enxárcia
corres-pondem
25*00 rs.em mão
d'obra, alémdo
valor in-trínseco docânhamo
, o que equivale ahum
quintodo
valor total,somma
de grande vulto que sees-palharia pelos artífices nacionaes,
em
lugar de irmanter
a industria estrangeira.He
outrosim evidenteque a Cordoaria nãopo-derá prosperar , ainda quando o
Governo
forneçaos fundos necessários ao seu costeamento, se <estes forem administrados por indivíduos totalmente
es-tranhos á Fabrica, e
sem
immediata responsabilida-de; pelo queme
parece indispensável, que tendo-seorçado a despeza
do
corrente annoem
83:461^000
(9)
dos directamente á administração do
Estabeíeci-i ;at©,
com
as lerdes forma idades de estilo, era prestações mensaes de 7 contos de reis, deduzidasdos
Fundos
destinados para a despeza annual daMarinha
, ficando a cargo desta administração opagamento dos Ordenados e Ferias , inclusive os
Estabelecimentos de Beneficência, e o fornecimento
de todos os géneros necessários para a laboração das suas Officinas, o qual então sepoderá fazer
no
tempo
conveniente, e pelo maiscommodo
preço;autherizando-se ao
mesmo
tempo
o Chefedo
Esta-belecimento para que possa effeituar as reformas emelhoramentos que julgar convenientes ao
bem
do
serviço.
Só
por este meio se poderá restabelecer ocredito desta importante manufactura
desannexan-do-a da dependência da Rea^lJunta da Fazenda da
Marinha
, emui
principalmente da que lheimpõe
o Intendente da
Marinha,
cujo resultadotem
sidoa extineçao dos trabalhos, e quasi a total
decadên-cia da Fabrica.
Adoptado
estesystema,oqual regeem
todososoutros Estabelecimentos deste género,e cujas van-tagens se reconhecem no Arsenal das Obras
Milita-res, nas Obras Publicas, e ultimamente na adminis-tração da ilíuminaçao da Cidade, á qual se
conce-deo aconsignação de seis contos deréis mensaes
pa-ra a sua manutenção, resultando desta providencia
o progressivo erápido restabelecimento
do
creditoda repartição, pelo qual se conseguirá economizar mais de
hum
quinto da despeza, então a Cordoaria Nacionaltambém
poderá preencheros úteis finspa-ra que foi destinada, conservando-se este Edifício
sumptuoso no seu género,
com
grande proveito daFazenda
publica, e da industria nacional.Esta consignação deveria ser administrada pelo
B
( TO )
Inspector
com
a assistência cios OíHciaes decompía-bilidadejá existentes,,
dando
contas mensaes doem-pregodos
Fundos
não só ao Ministro de Estado da Repartição,mas
também
ámesma
Junta, ou aou-tra qualquer authoridade encarregada da
administra-ção daFazenda da
Marinha
,e ao publico pelomeio
da imprensa.A
Armada
Nacional e Real seriafor-necida abundantemente da Enxárcia, eLonas, e
ou-tros géneros de que necessitasse , calculados pelo preço corrente da praça, e o que sobrasse seria
ven-dido aos particulares, indicando o Balanço geral
do
anno a effectiva despeza pertencente ao Arsenal daMarinha
, e os lucrosdo
Estabelecimento.São estasas idéas que
me
sugerio a reflexão, ea experiência adquirida nesta Repartição, as quaes
submetto ás luzes de V. Exc. para que achando-as
dignas de attenção haja de levallas á presença da Regência
do
Reino, que determinará o queformais útil ao serviço publico.Deos
guarde a V. Exc. Cordoaria Nacional e("•)
Despeza da
Officinada Cordoaria,
eLonas
em
1020.Administração Geral
de todos osEstabeleci-mentos,
Inspector - - - Réis Ajudante
---Escripturario
;---Fiel e Pagador, inclusive o\Azeite parahuma luz. - j
Fiel do Armazém - - -
-Porteiro queservede Apontador
6oo$oool $99$ooo 3Ó0$0OO 376^400 | 182^500 - 2.063$900 14.6^000]
Officinas
da FiaçXo,
e Coxa.Mestre - 511$000 ^
2 Contramestres 547$5°o
Gratificaçãoao Contramestre
^ !
por 354 Peças de Lona.
V
- - 70^8001(Veja-se aNota 1.) -
3
2 Guardas nocturnos - - - - 219^000J ,348^)3.00 loo I 92 Ofíiciaes---
9.03 Oç 43 Trabalhadores- - - 3.2035 73 Aprendizes---
2.682-^700 3 Inválidos---
170^700)4 Reclusoseffectivos no trabalho 205$200*}
5 Collegiaesnafiação - - - i-]6$>%oo)
yi6.ti7$)SOO
> ij.087^200
382^000
( 12
)
Sc
mm
a da lauda antecedente - - - - _Officina das Lonas.
18.881$400
Mestre, inclusive a gratificação das
Lonas ÇNota 1
.)-.--_
_x 11 Officiaes - - -
-7 Mulheres - - -
-2 Aprendizes
---Eranqueaçlo de4309arráteis defiaa90reis - - -
-Idemde 764arráteis branqueados na
Fabrica a 34reis (Nota2.)
00"] 840$$00 I - - 260^800 - - 63$400 - - 387$8io > 1.355^300 1.349
Abogoaria.
(Nota
3.) H7<^4P '] Carreiro-.--___»_
Sêmeas 14Í Moios---
166^400 |" Fava j ditos ---57$220I Verde--_--___
. 62^400 f Palha 2J7 Pannos 61^700 ! Curativos---___
4^420 Azeiteparahumaluz- - - _ _ 16^400Troca dehumajunta de bois - - 38^400
Concerto do Garro - - - 14$400
Hum
rodeironovo - - - 29^0.^0.,
> 1.769&4S0
414^150,
d3)
Somma dalauda antecedente
.---.-.---
2i.2i8$óso Officinas ANNEXAS.Officina de Carpinteiros. (
Nota
4.) Pessoal. Mestre - -8 Officiaes -5 Aprendizes 328(^500) 86i$6oo > i.J90^70o"j 200^600J ] Materiaes. Taboado diverso Ferragens - -#000 1 49
MS
$100 >W7*0i
fòiocDito para o Engenho de serrar
ma-j deira
^UÒi
00J Oficina de Torneiro. Pessoal. 381$4°°I Mestre - -2 Aprendizes 2I9$000V
199^300) 4i8$300Officina de Pedreiros. (
Nota
5-. ) )> 928^600 Pessoal. Mestre aS5è$o°l 3 Officiaes---
372^300 2 a 3 Trabalhadores - - - 203$700 2 Aprendizes----
97<&J°°J Material.Cal 58 Moios - - - I42$2oc0
Tijolo, e telha
---
14^600 > i*7$i°°J Calceteiro, e Pedra - - - 3°$300J(14)
Somma da lauda antecedente - * « - s. > „ Diversidades.
(Nota
6.)Óleoe tintas para a pintura do
Edi-ficio
151^700]
Importância de 1300 vidros para as
|
janellas
----.-_.
202^500 > - - --Ferragem para a bomba dos
Incen-di™ 4^2oaJ
Importância da Administração, e mãodobra -"-''-_
NB.
O
numero
de individuos designados, heo
numero médio empregado
em
todo o anno,deduzi-do
dosMappas
mensaes . fazendo desapparecer asdesigualdades casuaes, cuja regra se observa a res-peito de todas as outras Oficinas, e
Estabelecimen-tos annexos.
- - <"4.524$7JO
3SS$40O
C.tf)
Géneros
empregados
, <? seu valor.Linho 1594Quintaes - -19.280*900^
Alcatrão 179 Barriz - - - 972*400
|
Sebo em pão - - - - 1126 Arráteis - - - 112*600!
Azeite l sAlmudes - - 21*600
>*°-436*900
Leniu 140 Quintaes - - 42*000
|
Cinzapara o nr.irrao - - - 1 Moio - - - 7$4°°J
Excesso de preçonacomprade 991 Quintaesde Linho. (Nota7.) 2.279*300
Importâncialiquida - - - 18.157*600
Importância da Administração, emão dobra - - - -
?±MiÈlíl
Total da despeza - - - 43.040^750
Valor das Fazendas manufacturadas
segundo ospreços correntes
na
fraca.Enxárciaalcatroada - - - 1677,81 Quintaes a 14*000 a34?.9<2&40° Dita branca - i,68 20*000 3
3*6oo
Sondaressa, e. Linha de Barca - 6,92 - - - 30*700^ 600*200
Linha, eMerlimalcatroado- - J7,i8 - " " ^$>6o° 95***00
Murrão -
>
29,41 " " " 12^°°
3?6f
°°
Fio de Vela 2 3,9i 50*000 i.i9J*40O
Lonascruas, 2 *8 Pecas- - - S9.04 - - - *4*ooo 3.192*000
Ditas branqueadas 109 dit. - -40,34 i7*°°o i.*S?d>ooo
Sarapilheiras 17 dit. 9,33 7*200
^122*400
Total
T977^
31.814*100Feitio de í2 Quintaes de EnxárciadoCairo parao Arsenal - 257*600 Dito 559 ditos de dita de Estivaparao dito- - 1.340*400
Dito 73 deEstiva branca - - 264*200
Dito 194 de Enxárcia para particulares - - - 300$-00 1joTaras de Alcatrãovendidas, ou restituídas"para o
Pinhal _ i6|°^2
Çi6)
Resumo.
Despeza daAdministração, eFeriados26jOperários' e Mestres
Rs.24.883$!ce Importância de 1594 quintaes de Linho, e deoutros Materiaes - 18.1/7$600
Total . 4J.040^7jo
Valor dos Géneros manufacturados, segundoos preços correntesdo
- \~ - - ih 982^900
Excesso da Despezasobre aReceita-
-Mercado
9.957^850
Conclusão.
Pelo resumo transcripto secollige que a totali-dade do
Linho
manufacturado não passou de 15-94Quintaes\ ou pouco mais de
hum
quartodo
queeíFe-ctivamente se podia manufacturar, pois esta Officina
necessita pelo
menos
de5-5-00Quintaes deLinho
pa-ra manter
em
moderada
actividade o actualnume-ro de Operários; e por tanto se a Fabrica tivesse sido^convenientemente fornecida, os resultados de-verião ter sido os seguintes.
Despeza da Administração,e Feria dos Mestres eOperários
R
s. 24.883^1JOImportância de 5.500 Quintaes de Linho, e deoutros
Ma-teriaes necessários, segundo os preços correntes doanno
R
s. 6 2.400^000Total da Despeza 87.283^150
Valor de 6.6co Quintaes queteriaproduzido osobreditoLinhoem Enxárcia
,Lonas,Fio de Veia &c. segundoospreçosdo Mercado 109.56o$ooo Lucroliquido - - 22276^850
(
17)
Igualmente se conclue que sea Fabrica tfce&e
féce-bido somente a diminuta quantia de
2730
Quintacsde
Linho
teria dcsapparecido a perda,equilibrando-se a Pespeza
com
a Receita.Nestas circunstancias a
Armada
Real teria sidofornecida
com
a melhor Enxárcia e Lonas, peíospreços correntes da Praça, e
sem
receber a dura lei que costumáo impor os fornecedores, lucrando mais a avultada quantia de22.000^000
rs., e facilitandoa subsistência de
260
Famílias nacionaes, entre asquaes se destribuia a quantia de quasi
25.000^000
rs., quedeixariao de sahir para Paizes Estrangeiros.
Não
será possível taxar de exagerados os cálcu-los acima referidos, pois queesta Fabrica na época da sua prosperidade,em
o anno de 1802, chegou a manufacturar até 22 mil quintáes de Enxárcia, eLonas
, do que resultouhum
lucro liquido de8o.©oo<&coo rs., cujo facto confirma o orçamento
(veja-se a nota
N.
8) deduzido de repetidasexpe-riências que fiz no anno de 1818, quando tive a
hon-ra de ser. encarregado desta Administração,.
Deve-se advertir que os operários desanimados
com
a falta de géneros para a manufactura, ecom
outras causas, fornecião no
mez
deMaio
de 1818,a diminuta quantia de 18 fios ou carreiras diárias,
mas
logo que forão excitadoscom
solidas razoesa
desempenharem
os seus deveres cresceo tãorapi-damente a producção
, que no
mez
deNovembro
,do
mesmo
anno forneciãosem
constrangimento 30fios diários
,
porém
bem
depressa se tornou inútiles-ta actividade pela falta total de materiaes
em
que se pedesse empregar.Deve-se igualmente notar que os géneros de
qualquer espécie, fornecidos ás Oficinas, são tedos
( iS )
Marinha,
sendo commettida a execução doscontra-ctos ao Intendente da
Marinha,
oqual'-extremamen-te cioso de exercer
ampla
authoridade sobre aadmi-nistração da Cordoaria, que conseguio collocar
de-baixo de rigorosa tutela , não participa ao Inspector
deste Estabelecimento ospreços dos ajustes
, por
cu-jo motivo seacharia este legalmente desonerado da
responsabilidade de satisfazer a conta pedida pela
Regência
do
Reino, a não ter alcançado por meiosindirectos as necessárias noções.
Neste Estabelecimentonío existeCofre
algum
,
e o
pagamento
das mais insignificantes despezas parao
tracto successivo dos seus trabalhos, depende da vontade do sobredito Intendente, que por natural
desafeiçao ao Estabelecimento contraria por quanto
cabe
em
sua influencia, qualquer útil projecto quelhe seja proposto pelo Inspector.
Os
limitados productosda venda de génerosef-fectuada na Fabrica são pontualmente entregues ao sobredito Intendente,
sem
que este admitta encontrocom
as dividas coutrahidas- pela Fabrica,do
quere-sulta o maior prejuízo, paraiisando-se a cada passo es mais importantes trabalhos. Este grave
inconve-niente, que
em
grande parte concorreo para a deca-dência da Fabrica, data da épocaem
que seincor-porou o Cofre da Cordoaria ao Cofre Geral da
Ma-rinha,Çi9
)Offigina
do AlgodXo.
Administração
Geral.- - 292$OCO
Feitor
Gratificado ao sobredito, por $54^
?c Pecas deLona
---
* Fiel, e Apontador - - - - -2 Guardas nocturnos - - - - -,00 668^200 Só$4°° í 21ÇI$CQ0 J Mestre---.
12 Trabalhadores- -9 Aprendizes - -7O
ficiaesda Fiação -5 Mulheres IdemCar
dação, e Fiação....---
4$8&oooT j---
97>èIO° | 274è4Q° >*- 5.138^400 - j.oa9<J&4°° - - - - 3Ó9$9°ojTm^
^
P*»»«
5 'Mantas,
Mestre---
- »**fc*°° IS Ofhciaes---
-M98&2OO
7 Mulheres30^200
Feitiode 398 Mantastecidas na Fa-1
J9
^
6oo brica de Cacilhas - - - - " X Costura de 6j.8 ditas - - -'- ~ *9$200 relevantar.0pcllo 7$9°°J )r t.tÔp^gOÔ Tecidos deMalha.
Mestre---Feitio de9517Pares de meias cur-1
tas
---
J % Mulheres ---292^000 571^000 y i.c 203<^8ooJC
Z(
20}
Somlna dalauda antecedente
----.„.
Branqueação
, e Tintura.Gratificação ao Mestre pela tintura")
cie 4.000arráteis de Fio - -
J
4°&ooo~|Anil, e outras drogas - - - «,
JBranqueação de 6.457 varasde-
Pati-no
---.__
Sommatotal <í.9t|^jQQ Ij4^400 l -,. r 32S&900 1 54&SOO •• • . . 7;ji2$200, Géneros empregados y_e seus valores.Algodãoemrama, e emfioexistente no Armazém
e nos teares, noprincipio doAnno, a9.600 reis
aarroba> - - Arrohas
134 Réis ,.ag4
^
5lDito que entrou em todo o anno 30Sacas ao
mes-mo
preço----____.
dita 217 6 Somma 351 6 1.980^900-J.26j$$00 Cardas de arame ----...
- 151^800^) Caçadeiras--.--....
*í<j>700.|Arame 13 arráteis
--.-,.'-.-
s#6ooI
Concertos, e Ferragens - -.,--'"- 94&400í
5 Quartolaspara forneceragoa nasOf- >.
ficinas
--*...__
,,*«'«•«,! Sebo 1 arroba -•>-.-"..'._.'«. - —-».:- â.2S^N-OQ 15$000 3$200 Azeite 3 almudes---_...
j Miudezas----_...
i$ooo I lèioo) Somma 3<490$9ooValor
dasFazendas manufacturadas
,se-gundo
os preços correntesda
Praça.arrob. arr.
Parma cru - - - 2887 Varasa 200reis com o pesode 34 14 577*4°°
Dito branqteado - 7625 ditas 230 76
H
* -7$5flS>75°'
Diro riscado - - 307 ditas $20 - - - 4 20 98*240
Mantas, N. 1247 - - - - 2300 i$<* 5 2.868*100
Cobertores parao
Hos-pital de Coimbra - 30 - 3000 - - - * - - 4 22
90*000-Cobertores finos - - 2 l * 19*600
Meiascurtas - - 9578 Pares 220 - - - í* 92.129*160 Torcidas de Algodão - - - 440
---
3 5 44*460Algodão em fio que ficou)
i2gQoaarroba y) JO I?9
^
oexistindo no fim do annoJ
Quebrado Algodãorecebido
---
4 lS " " ">S* 6 7.759*9*°
Feitiode 416 Mantas, e105 Peças dePannopara
a CasaPia, pesando -
---
- -arrob. 103. 513*00*Dito de 70 Mantas parao Hospital Militar, com
o peso de - - 12 58*700
Feitio de 109 arrobas deAlgodão departiculares para manufactura
de meias - - - -
__--__-.
- 559**0°SommaTotal 8.890*810
Resumo.
—
•
Importância do Algodão em rama
---
3.265*500Géneros diversos
---
- 225^400Somma 3.490*900
MãodeObra, e Administração
---
- 7.312*200Total 10.803*100
ValordosGéneros manufacturados
-,---
-^8.890*810 gxcesso da Despezasobre aReceita - >.---
Réis 1.912*290(22)
Observarão,
A
perda indicada neste balanço não pedia de*~xar ce acontecer reflectindo-se
cueem
tcdo o annoo.e id2o se não fcrneceo á cífkina mais do oue a
•insignificante, porção de 30 Sacas.d'aIgodâo
com
opeso de
217
arrobas, ou pouco mais dehum
quintoaa quantidade necessária para ter
em
continuoexer-cício es seus operarics; e esse
mesmo
algodão foicomprado
por precesmui
elevados, e talv°ezcom
oexcesso de 20 por cento sobre ospreces correntes
do
mercado
, peloque a não terem apparecido algumas
obras particulares , talvez ficassem ociosos os
ope-rários desta manufactura, por mais de cinco mezes
criginando-se o prejuízo de cessar aexportação
men-sal de
2coo
pares de meias para o Arsenal"Realdo
Exercito
, perdendo-se este útil
ramo
que deixahum
lucro liquido de 10 a 12 por cento, e çvepro-vavelmente não tornaria a voltar para esta officina.
Ainda
que a Fabrica não tenha lucradocom
esfei-tios do algodão de-particulares, nãoobstante sempre
recebeoa quantia ele1.130^.900rs. que de outra
ma-neira teria ainda, sobrecarregado a perda já an-nunciada, conservando por outra parte odireito ao
fornecimento das meias para
o
Exercito.—
Desejan-do
prover a Fabricacom
algodão necessária paraentreter os operários, e cuja falta ameaçava a ex-tineçao deste
ramo
de industria, que cccupa; a72
operários, e a mais de 15-0 mulheres do Baijtfó de
Belém,
procurei o seu remédio dirigindocareta-mente
as minhas supplicas á Cortedo Rio
def;
^ei-ró,
como
se pode rér no extracto do Officic p ins-,cripto na
Nota
que se segue, do que resultou a re-messa de Q2 Sacas de excellente algodád derernam-
"MB^HB^^^B
bnco entregue na OíKcina no fimdo
mez
de Janei-ro do correnée anno.Se a Officina tivesse recebido a quantidade
ne-cessária de algodão, os seus resultados teriao sido
es seguintes.
importância de 900 arrobas de algodão ao preço médio de 7.000 ,
réis aarroba, incluindo-seo algo jío daíndia, mui appropriado
para a manufactura das mantas - Réis 6.300^000
Importância damio dobra, eAdministração 7.312^200
Augmento damãodobra em maishumterço a beneficio dos
Em-preiteiros - - - s - - - 2-437$4QO
Despeza Total - - - 16.049^600
Valor das Fazendas produzidas, na proporção dasque se
manufactu-rarãono anno de1820 - - - 19.897*000 Lucro liquido - - 3.847$400
Deve
notar-se que neste calculo não se^attendera a muitas economias que se poderião estabelecer naad-ministração desta Officina, impossiveis
porém
de serealizarem
em
quanto se não conceder maiorinfluen-cia ao Chefe dó Estabelecimento.
Veja-se na pag. 28 a
Nota
citada no fim da(
H
3Pensões , e
Estabelecimentos annexos
a'Cordoaria.
Pensões.
i *
Excellentissimo Almirante Pedro de Mariz de Sousa Sar-1
mento., comoEx-Inspector da RealCordoaria - -
f
ReÍS *-oco$
000António JoséEarrozo, Fiel Reformado - - - - $6o&coo
José Gabriel
,Guarda do Presidiodo Porto Franco - - - 144^000
Somma }•504^000 Oficina de Instrumentos
Mathematicos.
Jacob Bernardo Haas, Mestre da Òffiçina - - - - 480^000
1
Francisco José Balbino, Aprendiz g6^4.00
f
$66è4Q° Somma 4.070^400Estabelecimentos
de
Beneficência3
e
Reclusão
Capella.
Capellao, inclusiveo Azeite parahumaluz. - - - 268^400
1
Sacrista'°
86^400 í
Cera 94arráteis 47&30O
Vinho 3I almudes
---_...
9^400 > 473$j°0Azeite paraduas luzes 32^800
í
Guizamentos _ 27^800
j
Miudezas
---_-_„_..
1^200)NB.
Os
géneros de que necessita a Capella são fornecidos aoReverendo
P. Capellaoem
^^mmmm^
(>?
)
Somnva da íauda antecedente
---Medico dostrêsEstabelecimentos, o Doutor João
Hen-riques de Paiva
---Cirurgião
---V
GrátisEste ordenado he satisfeito, metade pelo Cofre
do
Recolhimento, e outra metade pelo Cofre doCollegio, e Reclusos.
COLLEGIO DE
S. PEDRO. Director -j Guardas i}4$4CO 23 5r^20Q}
Aula
deprimeiras
letras.Professor
---
223^200Livros, Papeis, tinta, e alguns
uten-síliospara aAula
---
42$iC0369^600
265^300
Despeza com
amanutenção
de 51 Collegiaes9e
mais
três raçõespara
osGuardas,
Comestíveis,
---.---
2.129^100"|Combustível
---
n8$8oo
IBotica - 55^900 .
Lavagemde Roupa - - - 102^700l 3.447^000
Roupa, e utensílios
---
871^200Despezas diversas
---
35$oooRebate de 563^200dePapel Moeda')
a preços diversos - - - - -J 1
M®l
00J 473&500 I00$00O S7i$i°° Somma - - 4.081$900D
U6)
Sommadalaudaantecedente
--_,„.
\
4.081<&
Importância dos jornaes vencidos por 2 Collegiaes
effe-ctivos, que se empregarãoem todo o anno - - .
i76$8oo
Prestação gratcitado Estadoa beneficio desteEstabelecimTnto
" j.905c»100 Reclusos, - 222^600 j - 433$ooo '
Caboca Prizao, ordenado, e ração - .
'3 Guardas, idem
Azeite para as luzes da Prizão
, 7 Almudes, e l 7 Canadas
---,__,
fManutenção
de 30 Reclusos,numero médio
em
todo o anno, > Ó9i$4oa 32(3^50© Comestíveis - ,. _ Combustível - -Lavagem de roupa -Barbeiro - - _ _ Roupas, e utensílios i.opo^>6oo, | 59^400 42^100 454$8ooRebate de280^000 Papel Moeda a d^iversos preços 67
&
2oo)Importância dos Jornaes vencidos por 4 Reclusos-,>,
numero médio dos que se poderão empregarem
> - - .
todo o anno
---.__.
- _ JPrestação gratuitadoEstado
----....
> 1.765$400
20$$200
Recolhimento
de Santa
Margarida
de
cortona.
Administrador---
240^000^ Escrivão---
8o$ooo Regenta ioo$ooo ^ 552^000 Substituta --.-_-_-
6o$ooo | Porteira---
72^000JDespeza com
amanutenção
de 3Emprega-das, e
4 Annexas,
quevencem
ração,e
mais
3$ Reclusas,numero
mé-dioem
todo o anno.Comestíveis
---
-2.087^970 Combustivel---_____
161^420 Botica---_--.
124$300 Lavagem de roupa 100^560 ^ 2> g7g^
000 Roupa, e utensílios---
270^570 Despezasmiúdas---___-
30^120Rebate de 418^000 reisdePapelMoeda, a pre-") ços diversos
---j
'.
J
Prestação gratuitado Estado
----
- - 3430^.000Resumo
da Despeza
diária, quefez
cada
hum
dos indivíduos existentes nos trêsEstabelecimentos.
Coife-gio
Importância diáriadaração,naLei - - 114
Idemdovestuário,cama,e outras despezas $ 5
Total pordia
---
169 - Reclu-sos Recolhi-mento 105 146 56 161D
2 4i 187(28)
Na
sobredita importância não vai comprehen^dida a despeza dos
Empregados
nestesEstabeleci.
£
eí!K
enSVa° á
A cdu
/
ldos oslucros Produzidos pe-lo tiabalho dos indivíduos aelles pertencentes.
Extracto
do Officioatado na penúltima
Unha
âa
fag.
m,
âtrtgido ao Secretario doGoverno
en-carregado
da
Repartiçãoda
Marinha,
em
2<rde Setembro de i2io
peh
Inspectorda
Cordoa-ria
Marino
Miguel
Franzini.Tendo
procedido aos exames de queV
Exc
me
encarregou relativamente á quantidade dealgo-dão que poderia manufacturar-se
nesta Real
Fabri-^
K
'
à
\
çonAdm
q "CBO
5stado a
«uaK
empregando-se/o
indivíduos além de iyo mulheres que fazemmeias, poderia consumir mensalmente 2o
arrobas
ou por anno i.ooo arrobas,,
com
pOUca differença'
as quaes custao
em
Lisboa á Real Fazenda,
relu-íando-se pelos preços médios do
semestre passado
1
0.0000000
rs., ou a
10^000
rs.Por arroba. Este algodão-sendo
comprado
no Brasil,em
primeiramao,
e transportado insensivelmente nasEmbarca-ções da
Armada
Real, economisando-se os fretesseguros,commissoes, e lucros do vendedor
em
Lis-boa
, poderia importar
quando
muito a3&200
rs.porarroba, na supposiçâò de
hum
alto preço;o que
pouparia annuaímente á Real Fazenda, a avultada
quantia de
ó.Sooèooo
rs., ou os dous terçosdo
seu
custo actual, recahindo tudo
em
beneficio daReai
Fabrica, que poderia
em
consequência ampliar os.L o o o j o o O o e<i oo o 8 oo ocj- 8 o o ON CO 13 "@
^
^© *© *©^
§
J@ p— i o o o o o NO o ** £h
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o o § o o o o o O o O CO N o o o o o O o O i~-s oo CS CS vo o^
1y-v O VO oo 03 J2 .-o s tí 5 c 1? j© CS "r? 1? J© o VO ^© «© CS On o st -o O1-14
Õ r~-»/-* o '-? v©ov r^- VO s c G <iSõ
CS r^ «i^
4
r^-o *"" 8 o O o o G O o O s .2 o O o o O O O O "5 «/i euo
-* oo "+ O •§ c o o"V (3« ^
5
*
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o
"it o. o\ »-( "7 l~~ r^- Ov Sã d«s T14
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CS CS , CO rt I CL) o O 53 cl O O "bfl c c M O Oê
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CTJ -a o <: o -c [S 'o c 1'â
CU .2 -u tX3 03 E s cg o X CL> s 4) 1 pu
CU "oU
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"o u <u Pi o « E s g O 00 c3 .._,m
o
-3 cU
í
s iS -a _ J .2-0 c c 2 2|1
E P gcaI^MHHBHIH^^HI
r'
Mappa
do Estadopessoalda Real Cordoaria, referido aoulti-mo
dia do mez de Janeiro de 3821.11 Empregos II I .52 o "g D
u
rt -o RS c \BO
o ir; -o O<
o -o <S c õc
o •o c o o c 'B. rja
_c iaO
4. c cH
-8 u O (L) .£ a «1 ObservaçõesEscrivão, Fiel,eFeitor
Mestres . . . r . 3 i 2 1 2 9° 73 42 i 3 ai8 2 3 1 2 2O *5 IO 16 6 9 i íi 2 I 6 21 i S s
u
I 2 i 3 i 22
5 7 3 2 4 132 98 55 1 3 22 332 Contramestres .Porteiros . . . Recapitularão do Estado
Guardas nocturnos Ofiiciaes . . . Aprendizes . . Trabalhadores . iCarreiros . , Inválidos. . Pessoal
Cordoariaemais
Of-ficinas . . • 332
Estabelecimento de
Beneficência . . 55 Casas de Reclusão. 25
Total dos Indi-víduos . . .412 Mulheres . , . Sommas . . Entrarão
....
|Salmão....
Falecerão....
NB. Além destes
indi-víduos são empregadas mais 150 mulheres de
fora,na manufacturarão
das meias de agulha.
Estabelecimentos deBeneficência, e Reclusão
I Empregos 1 ._...,, Colíegio Prisão Reco-lhim.t0 Tot Empregados
....
Guardas . ; . . Collegiaes . , . . Indivíduos Reclusos . 2 3 i 3 7 i 13 10 7 50 13 Sommas . i 55 4 21 So(33)
Notas
rAUA a elucidação
dasContas
particu-lares das Officínas. .Oficina
da
Cordoaria.1. Nota.
XoR
ordem
da Real Junta foiconce-dida
huma
gratificação de200
rs. por cada peça deLona
manufacturada, ao Feitordo Algodão
, eracuia Officina se achão estabelecidos os teares.
O
Mestre da Officina das Lonas, e o Contramestre que dirige a fiação própria para este tecido, recebemtambém
amesma
gratificação.Branqueaçao
dofio de Lona.2. Observando ser
mui
avultada a despeza da branqueaçao, fiz pôrem
pratica omethodo
descn-pto nos
Annaes' das
Sciencias e Artes,Tom
3.pag. 194, sendo o resultado
mui
proveitoso, pois economisou 56 rs. por arrátel, ou quasi os doister-ços da despeza; ficando o fio
mui
superiorem
forçaao que se
obtém
pelomethodo
ordinário;porem
nãose continuou pela falta de Linho. Abogoaria.
3. São mantidas duas juntas de bois destinadas
a dar
movimento
áEstufa ouEngenho
de passaro
fio pelo alcatrão? o qual fiz refazer
an-(
34)
no
pelos Carpinteiros da Fabrica, aperfeiçoando-sea sua construcçáo; pois que no estado de ruina
em
que se achava apenas Fornecia 25- quintaes de£0
pordia•
podendo
actualmentealcatroar 80quintaes.
Carpinteiro.
4.
A
Officina deixou de fazer trabalhosimpor-tantes pela falta total dê madeiras e ferragens" que
se não poderão obter, pelo que a maior parte da
despeza dejornaes ficou infructifera.
O
grandeEn-genho
de serrar madeira,imaginado pelo célebrear-tista Jacob Bernardo
Haas,
Mestre daOfficina de
Instrumentos
Mathema
ticos, destinado parao
Pi-nhal de Leiria, e
em
grande parte já executado nes-ta Officina,com
avultada despeza, náo podeadian-tar-se neste anno pela falta mencionada, não
obstan-te as continuas reclamações quedirigi £ competente
authorjdade encarregada exclusivamente de fornecer todos os géneros necessários a este Estabelecimento.
Officina de Pedreiro.
f.
Os
Pedreiros recorrerão a maiorpartedoste-lhados deste vasto Edifício, os quaes exigião urgen-temente os necessários concertos para não progredir
o
deterioramento do tecto.Terminado
estetrabalhorefizerão as cimalhas, e rebocarão as paredes exte-riores, as quaes não tinhão sido reparadas desdea época
em
que forão construídas.Diversidades.
6.
Quando
em
Maio
de 181 8 passei a serencar-regado da administração da Cordoaria
HM^H
(
P
)Edifício no mais deplorável estado, podendo
fazer-se
huma
ideia das reparações de que carecia,refle-ctindo-se que
nem
hum
só vidro inteiro existia nas suas numerosas janellas, tendo por consequênciali-vreentrada as aguasda chuva, peloque foi necessá-rio repor até ao presente o
numero
de 3600 vidros, e ainda assimhum
grandenumero
de janellas carecedeste artigo.
A
despezaem
tintas ainda foi considerarei,ne-cessitando deste meio de conservação todas as
gra-des das janellas, é os doze portões de ferro, que não custarão ao Estado
menos
de doze contos de reis, e que ha mais de20 annos não tinhaosidopin-tados, achando-se por consequência carcuraidos de ferrugem que impossibilitava o
movimento
derota-ção, de que só três fazião excepção
em
meia porta. Dois trabalhadorestem
sido empregadosem
bater todos estes varões para lhes destacar os grossosex-tractos de ferrugemsobreposta, sendo depois
pinta-dos
com
a cor mais económica. Preçodo Linho.7.
Na
totalidade da sua importância vãocom-prehendidos 991 quintaes de
Linho
ao preço de1
2^500
rs. o quintal , oucom
hum
excesso de2^300
rs. por quintal sobre o preçoque entãocor-ria no mercado, julgo por se não acharem
vendedo-res que quizessem confiaro seu género á Real Junta por mais baixo preço; e por tanto lie necessário
di-minuir-se a quantia de
2.279&300
rs. do sobredito excesso, a fim de tornarcomparável a Despezacom
aReceita, visto ser calculado o valor das
manufa-cturas segundo os mais
commodos
preços correntesda Praça.
WÈÈÈÊÊÊ
(30
8.
Nota
Officio dirigido
d
Real Junta da
Fazenda
da Marinha.
Senhor.
Logo
que comeceino
exercido daAd-ministração da RealFabrica da Cordoaria, julguei
do
meu
dever averiguarcom
miudeza os differentesprocessos da
ma
nufacturação da Enxárcia, a fim de poder offerecer a V.Magestade
o resultado exactodestas averiguações, fazendo patente de
huma
ma-neira clara, e concisa os avultados lucros que pro-duz este
Real
Estabelecimento, aindamesmo
nas actuaes circunstancias, logo que osoperáriosdesen-volverão
huma
voluntária actividade,fazendo-se porisso
mesmo
dignos daquella Real Beneficência,com
que V.
Magestade
costuma animar os Artistasla-boriosos que se prestao
com
zelo e boa vontade aoseu Real Serviço.
O
resultado das minhas observações eexperiên-cias vai consignadonaConta junta
, podendo
asseve-rar que he fundado sobrefactos incontrastaveis,
ave-riguados repetidas vezes
com
asdevidas precauções,
pelo que as consequências deduzidas
podem
reputar-se
mui
exactas, equando
se notassealguma
peque-na diíFerença, seria sempre favorável ao lucrodedu-zido.
Julgando pois que este
Mappa
demonstrativo, poderá ser útil á Real Fabrica collocandoem hum
ponto de vista
mui
favorável aos interesses da RealFazenda
, eaobom
conceito de que se fazemmere-cedores os actuaes operários,
tomo
a liberdade de aenviar inclusa á Real Presença de V. Magestade. RealFabricada Cordoaria26 de
Novembro
de 1818.(37)
Estimativa
doslucros que produzio amanufactu-ra da Enxárcia
naReal
Fabricada
Cor-doaria,
em
Outubro
de 1818.Despezas da
mão
d'obra.1. Operação.
Preparação
do Linho
e sua fiaçãoem
2 rodas.2 Officiaes para sedarem 8 quintaes, 1 arroba,
4
ar-ráteis deLinho
a 360 rs. por dia . Rs. i<j&o8o21 Officiaes de fiação a 360
7è$6°
4 Trabalhadores para as rodas e sarilhos
a 300 I^)200
2 Rapazes aos fios a 100
&
2QQ
10^040
Produzem
os 21 Officiaes (ficandohum em
re-serva para suprir as faltas
momentâneas
dos 20ef-fectivos) a razão de 30 fiospor dia, ou 5-3 arráteis,
o total de 8,28 quintaes, ou
8-1-4,
e portan-to sahe cada quintal a Rs.
1&212
2. Operação.
Passagem
do
fio pela Estufa dealcatroar.A
Estufano
estado actual pode passardiaria-mente pela fieira 21 quintaes defio branco, que
dia-w
MÊ
(38)
riamente neste trabalho duas juntas de bois'
hum
carreiro? cinco trabalhadores, e dois quintaes de Lenha.
Sustento diário de duas juntas de bois . -.
1&600
Carreiro '
fa 20
5 Trabalhadores
1^600
Lenha
2 quintaes $5:80Total
...
4^100
Que
repartidos por 21 quintaes defio branco dá porquintal 195 rs.
3. Operação.
Coxa
da Enxárcia.Resultado da experiência feita sobre
huma
amarra de 21 pollegadasdo
peso de74
quintaes.Para urdir osfios
...
21homens
em hum
dia. Paracoxar osviradores 26 ditos.Pararecoxar os ditos .
45
ditos.Total . . 93
A
coxa podendo ser executada pelos trabalha-dores e reclusos, nãodevem
os jornaes calcular-sea mais de 300 rs., epor consequência importou amão
d'obra da coxa
em
rs. 380 por quintal de fioalca-tfoado,
ou
451 rs. por quintal de fio branco.Novas
experiências repetidas na coxa daEn-xárcia de diversos diâmetros, produzirão os
«MM
( 59 )
a seguinte serie da importância desta
mão
de obraem hum
quintal de fio branco.Coxa
d'amarra de 21 pollegadasDito dadita.. de 18 pollegadas
Cabos
de4
pollegadas . . . .Ditos
com
menos
de4 pollegadasResultado
médio
. . . • 45*1 rs. 42? rs. 364rs. 396 rs.409
Despezas
permanentes.Importão mensalmente os ordenados de oito
empregados: a saber, do Escripturario, Fiel,
Mes-tre, três Contramestres, Ajudante do Fiel, e
Por-teiro,
em
rs. 200^000.Suppondo
que seja necessária outra igualquan-tia para aconservaçãofdo edifício, e dasmaquinas
,
o que realmente lie excessivo
huma
vez que oedifí-cio esteja reparadodo quenecessita,ji que depois se
cuide attentamente na sua conservação, teremos
no
total, e mensalmente maisrs.
400^000,
querepar-tidos por
600
quintaes de producção mensal, queactualmente se pode obter
com
os Officiaesexisten-tes,
em
2$ dias de trabalho, arazão de 30 fios por
dia, dará
huma
despeza addicional de rs. 666 porcada quintal ; sendo evidente que esta despeza se
fará tanto
menor,
quanto maisavultada for a pro-ducção.HM
(4o)
Kecapitulaçao de todasas despezas
permanentes
,e de
mão
d
9obra, necessárias
para
semanu-facturar
hum
quintal de Enxárcia.Despezas permanentes
com
os empregados ,e conservação
do
edifício e maquinas Rs.&666
Fiação
1*212
Passagem
do
fio pela Estufa...
foiyçCoxa
•&410
Total . . .
2^483
Applicaçao dos resultados, acima estabelecidos,
pa-ra a averiguação
do
custo dehum
quintal deEn-xárcia manufacturada na Real Fabrica
com
oLi-nho
recentemente chegado da Rússia.Preçodo Linho rèmettidode S. Petersburgo per
intervenção do
Barão
de Teixeira.Segundo
as facturas e conhecimentos pareceque ocusto primitivo dos 5-600quintaes de
Linho
,que formão esta remessa, e que na Real Cordoaria
se receberão por5-533-»quintaes, abatidos os dois
ar-ráteis de
bom
pezoporcostal, foide rublos 181:636, que na supposiçlo de210
porrublo dão38:143^000
réis.
Despezas
addicionaes.Direitos
em
S. Petersburgo ,Despezas diversas . . . .
Commissão
eSello de LetrasFrete
5^
por 100^
(41
)
Seguro
Comraissao
em
Lisboa, quesuppo-nho
ser de 3Despezas de desembarque
em
Lisboa 7Total da Despeza
....
49
Por I0°
Do
referido resulta por aproximação que o pre-ço de cadahum
quintal posto noArmazém,
naocomprehendidos os direitos da Alfandega de
Lis-boa, será de Rs-
10*200
e o Costal sahirá a
i^è7$°
Importância de 103 quintaes de
Linho
a10*300
por Quintal1.060*900
NB.
Os
sobreditos 103 quintaesper-dem
3 nas operações dapreparação, e fi-cão reduzidos a 100.Mão
d'obra a2*483
...
248*300
Alcatrão
20
quintaes ou 1 1 barris, queao preço de
8*000
rs88*000
Sebo 10 arráteis a 140
...
1*400
Azeite i\canadas a
^60
rs1*400
Importância de 120 quintaes de Enxárcia
1:400*000
Sahe por tanto cada quintal ars. . .
11*667
Preço actual da Enxárcia das FabricasNacionaes •
14*000
Lucro
em
cada quintal...*
2<&333
x(
4* )Notas
relativas aosEstabelecimentos de
Beneficência
,,e
Reclusão.
o,
Reclusos.
s indivíduos reclusos nesta Fabrica erão
envia-dos por
ordem
da Intendência Geral de Policia\co-mo
vagabundos implicadosem
roubos- e perturba-doresdo
socego publico.O
tempo- da sua/detençao dependia da vontade daquella authoridade,deven-do-se notar que nesfa parte não houve abuso^-pois-todos. aquelles indivíduos., se achavão; foraeraenne implicados naquelles crimes, sendo, aliás de.
péssi-mos
costumes.Na
épocaem
que^comecei aminha
administra-ção os achei alojados
em
huma
prisãoimmun-da,
dormindo
sobre as taboas, e acorrentadosindis-tinctamente aos pares.
A
ração lhes era fornecidaem
géneros da peor qualidade, extrahidosdo
refu-go
dos Armazéns.,de.viveres daMarinha
/sendo en-tregues estes alimentos aoCabo
da Prisão, que os administrava a seu capricho; e nao obstante o pés-simo tratamento que soíFrião os reclusos poreíFeitodestesystema, despendia o Estado a avultada quan-tia de
260
rs. diários,em
que se incluía o Custo dehum
fardamento annual para cadahum
dos reclu-sos, cuja ;detenção excedia a
hum
anno. Nestascircunstancias, tão desfavoráveis á sorte dos
reclu-sos, e á economia da Fazenda da
Marinha,
expuz que seria proveitoso ao Estado, e de grande benefi-cio aos reclusos, que a despeza da suamanutenção
(+3
)se fizesse directamente neste Estabelecimento
á
se-melhança d. que se praticava
com
osalumno
do
Collegio de Santo António : parecendo-me
qm
se
Ha
ufficiente a prestação diária de*W£*£
individuo; resultando deste
novo
systema assegum
^
&$££
dantes se achavao cobertos defarrapos passarão a ter
bum
decentevestido^
qua-si todo manufacturado nesta Sabrtea,
e que^consta-va de 2 camisas, 2jalecos, 2 pares de calças,
e 2
servar
o
aceiò dos indivíduos, edo
alojamentoo
que se censeguio completamente, e a ponto deme-Iccra
approvaçâo de muitos indivíduos respea-veis, nacionaes^c estrangeiros, que
forao-ve,i*-car o que sediria geralmente
em *cmp
da novaad-ministração; sendo para notar que ate algumas Se-nhoras illustres desejarão -visitar;a prisão, o^ que
praticarão
sem
amenor
repugnancra testemunhandoSubitamente
a sua satisfação pelo inesperado aceioqu~
observarãoem
sefflcilisnte casa, enos prisionei-ros" os quaes forão todos alliviadosda cadea
com
que'se achavãoacorrentadosaospares, ficandotedes separados e-pela maior parte
sem
ferro,'conservan-^de-se-somente
huma
leve cadea aos mais turbulentosnara
ouepodessem
trabalhar no interior da Faorica,sem
risco deseevadirem, o que_algumasvezesacon-teceo não obstanteesta precaução.
-A
cadahum
dos reclusos se lhes forneceohu-ma
cama
,composta de barras de madeira,enxerga,
travesseiro e
huma
ou
duas mantas.A
ração d.ana constava dehum
pão de arrátel composto de duas partes de flor de farinha,e liuma de rolao, alem de maishum
quarto de pão alvo e verdurasuficienteC
44
)para a sopa,ou
~
de alqueire delegumes; ~ arrátel de carne fresca,com
o necessáriotoucinho, ou \
ar-rátel debacalháo nos dias de
magro
,com
oscom-petentes temperes; e para a cêa 6 onças d'arroz,ou -,4 de alqueire debatatas
, ou sardinhas.
Comião
sen-tados
em
torno de liumameza
coberta de toalha,tendo cada individuo
huma
sopeira, eprato defo-lha, colher e garfo,além das facas -necessárias para
o serviço geral, ena verdade pode-se asseverar
, que
a maiorparte daquelles indivíduos só estranhavao
o
acejo. edecência a que não estavão habituados.
Em
huma
palavra procurarão-se todos os meiosde asso-ciar a economiacom
obom
tratamento dosreclu-sos, cujo actode
humanidade
lhes he devido, econ-tribue efficazmente para lhes inculcar bons princi-pies, pondo-se
em
pratica por quanto permittião as circunstancias, e a localidade, os sábios e benéficosconselhos
do
illustreHoward
,como
elle ensinana
sua Historia
das
Prisões.Não
devoporem
deixar de notar quehum
dosprineipaes obstáculos que tive a vencer foi a repu-gnância tenaz de alguns dos guardas, acostumadosa
praticar as mais odiosas vexações sobre os reclusos
que ellesconsiderao
como
direitos inherentes ao seiícargo, sendo-me muito mais difficilconseguir a sua
emenda
pela~espécie de independência
em
que seachavão a
meu
respeito, não tendo a faculdade deos remover.
Para demonstração de que effectivamente se
conciliou a economia
com
obom
tratamento dospresos, bastará lançar os olhos sobre o
resumo
quese acha na:
conta da despeza, aonde sevê que tudo seconseguio
com
a quantia de 161 rs. diáriosem
lu-gar de
260
que d'antes se despendia© vivendoos re-clusos na maior indigência, sendo consequência des~(4)
)te
bom
tratamento que muitos dosreclusos depois delibertados, pedião
com
instancia serem conservadosna Fabrica
como
trabalhadores,e ainda hojeperma-nece
em
exercíciohum
dos sobreditos individuos na qualidade de Mestre dehuma
pequena OfEcina deÇapateiro, a qual fornece o calçado dos Collegiaes. Teria sido
porem
da maior utilidade, que ahum
simi-lhante tratamento seseguissehum
modera-do
e permânéíite trabalho, quedesterrando a ocio-sidade servisse de saudável correcção aos reclusos;porem
nesta parte forao baldadas todas as minhas,diligencias pela falta de occupação motivada na
escacez dos matcriaes, mostrando a conta de
despe-zâ da Officina da Cordoaria que apenas se poderão empregar dois
homeus
eflrectivosem
todo o annonão se
comprehendendo
nestenumero
os que seem-pregarão notransporte da agoa e no serviço interior
dos Collegios e Recolhimento.
He
este o motivo porque a despeza da manutenção dos reclusos, queem
alguns mezes chegarão aonumero
de42
,reca-hio toda
em
pura perda da Fazenda do Estado,pe-lo que repetidas vezes expuz a necessidade de
alli-viar a Cordoaria destes
homens
ociosos, que podiãoser utilmente aproveitados
no
serviço dosNavios
da
Armada
Real,
o que algumas vezes consegui,não obstante a geral repugnância que encontrei na
admissão deste projectoque tendia a diminuir o
nu-mero
de reclutas maritimas, evitando violentar-sehum
igualnumero
dehomens
livres, que podiãoempregar-se voluntariamente no serviço particular.
Recolhimento de
Santa
Margarida.
Foi creado este Estabelecimento
com
o fimdecorrigir asmulheres de vidalicenciosa
ex-C
46
•)periencia mostrou que se não conseguia o fim pro-posto, dando lugar a algumas injustiças e
arbitrarie-dades nor não serem
bem
definidas e dai-sificadas asculpas que mereciáo esta punição; e talvez pela dif-iculdade de se obterem provasiegaes, não se- ad-mittilò a defesa ac pessoas 'accusadas, pelo que não
poucas vezes aconteceoquepersonagens deinfluencia,
e talvez de rectas intenções, aliucinadas por
exage-rados e falsos escrúpulos,conseguirão fazer encerrar algemas infelizesque só pcdiaoseraccusadas de
fra-gilidade, e não de costumes escandalosos,.,
resultan-do-lhes desta prisão ficarem infamadas na suâ repu-tação, e totalmente perdidas no'conceito que antes
gosávão.
A
falta de maieriaesem
que podessem-exercer-alguma indusim,
limitou o seu trabalho ácosturae preparação de alimentos para o Çoilegio e
Reclu-sos deste Estabelecimento.
Tem
despendido o Estadocom
este Recolhi-mento, desde a época da sua creaçãoem
Dezembro
de 18 14 até
Dezembro
de 1820, a avultada quantia de 2 3:5'57<&Q20 rs., a qual sahio directamentedo
Erárioem
prestações annuaes de4:000^000
de rs.pagos a quartéis de
hum
conto de réis.*
'À
' soltura das Reclusas, e o tempo* da sua
detenção dependia inteiramente
do
arbítrio da Inten-dência Geral da Policia de cujas decisões não haviaappeliação.
-Se o Estado se achasse
em
circunstancias de-despender gratuitamente a quantia de4
contos dé-reis, parece-me seria muito mais útil e benéfico oestabelecimento" de
hum
hospital venéreo para a cu-ra destas desgraçadas, de cuia instituição resultariao maior beneficio- à humanidade, que reclama
justa-mente a creação de
hum
semelhante hospitali(47)
topelo contrario o
emprego
de tro avultadaquanth
somente
com
o fim de encarcerar algumas infelizespara as transformar
em
devotas forçadas liehum
projecto absurdo, de manifesta injustiça, e
total-mente inútil.
Collegio de Santo António, e S. Pedro.
No
tempo
da precedente administração existião2 Collegios,
hum
de <>o Órfãos da Casa Pia, eou-tro de rapazes vass bundos -enviados pela
Intendeu-.ciaGeral daPolicia,cujo
numero
indeterminadosu-bia então a 23. Os- primeiros era-o regidos pela ad-ministração
do
-Recolhimento prestando o Cofreda
Marinha
os fundos necessários para a suamanuten-ção, a razão de
200
rs.-diarios por cadahum,
além
.dos'ordenados dos empregados, sendo estes
Colle-giaes mantidos decentemente,. e alojados ern
sala
arqada, ainda que pouco espaçosa
em
proporçãodo
numero
; porem-ossegundos seachavãona maior
in-digência, e exactamente mantidos
etratadoscomoos
presos, acrescendo a sua infelicidade o horrível
alo-jamento
em
que estavãoencerrados', e'que constava dehuma
casa térrea-totalmente privada de luz e deventilação.- -Estes rapazes dormia odois a dois sobre
enxergas-podres
3 accumulando-se
osexcrementos
em
vasilhas de madeira d escubertas, que impestavão de seus miasmas aquelle limitado recinto, e deile
fa-ziao
huma
verdadeira cloaca, sendo provável ote-rem
escapado dehum
contagio geral, pela sahida
obrigada nos dias de trabalho, por cujo motivo se
transferião á Cordoaria,
em
cujo vasto recintores-piravao
hum
ar puro.Indignado