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PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE PELE PREVENTION AND EARLY DETECTION OF SKIN CANCER

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Academic year: 2021

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DO CÂNCER DE PELE

PREVENTION AND EARLY DETECTION

OF SKIN CANCER

Daniele dos Santos Rossi1, Aline Grimaldi Lerias1, Camila Carvalho Ritter1,

André Luiz da Silva2,3

1 Acadêmico de Medicina da Associação Turma Médica 2018 da Escola

de Medicina da PUCRS 2 Médico de Família e Comunidade 3 Professor da

Escola de Medicina da PUCRS

RESUMO

Introdução: O câncer de pele é o câncer mais comum no mundo todo. Ele se divide basicamente em melanoma e não melanoma. Este trabalho se propôs a promover o conhecimento e a conscientização sobre as estratégias de prevenção e detecção precoce de câncer de pele disponíveis na literatura. Métodos: Foram realizadas pesquisas na base de dados Pubmed para revisões sistemáticas sobre detecção precoce e prevenção de câncer de pele publicados nos últimos 5 anos. Dos artigos encontrados, foram sele-cionados aqueles que apresentavam as palavras-chave no título e que de fato consistiam em revisão sistemática.

Resultados: Foram selecionados 11 artigos para leitura na íntegra. A principal estratégia de prevenção do câncer de pele é evitar exposição UV. Mudanças comportamentais como evitar exposição solar, queimadura

(2)

solar, bronzeamento artificial, uso de filtro solar, chapéus, óculos ou rou-pa com proteção UV são medidas aconselhadas. As pessoas apresentam resistência em aderir a comportamentos de proteção solar. Estratégias de quimioprofilaxia, tanto primária quanto secundária, para o câncer de pele têm sido exploradas. A avaliação de lesão pela regra do ABCDE é indicada em pacientes de alto risco de câncer de pele para a sua detecção precoce. Estudos sobre o rastreamento do câncer de pele na população em geral não demonstraram redução na mortalidade.

Conclusão: Mudanças comportamentais pró-proteção solar e quimiopro-filaxia são estratégias de prevenção do câncer de pele. Os artigos apontam seus benefícios, mas carecem de maior nível de evidência.

Palavras-chave: prevenção, detecção precoce, câncer de pele.

ABSTRACT

Introduction: Skin cancer is the most prevalent, but also preventable. This work is conducive to a quick knowledge and awareness about

pre-vention strategies and early selection available in the literature.

Methods: The Pubmed database was searched for systematic reviews on the early detection and prevention of skin cancer published in the last 5 years. From the articles found, we selected those who presented the keywords in the title and that in fact consisted of a systematic review.

Results: Eleven articles were selected for full reading. The main prevention strategy for skin cancer is to avoid UV exposure. Behavioral changes such as avoiding sun exposure, sunburn, tanning, using sunscreen, hats, glasses or clothing with UV protection are recommended measures. People have resistance in adhering to sun protection behaviors. Strategies for both primary and secondary chemoprophylaxis for skin cancer have been explored. Assessment of injury by ABCDE rule is indicated in high-risk

(3)

patients of skin cancer for its early detection. Studies on the screening of skin cancer in the general population did not show a reduction in mortality

Conclusion: Behavioral changes pro-sun protection and chemopro-phylaxis are strategies for the prevention of skin cancer. The articles point to its benefits, but lack a greater level of evidence.

Keywords: prevention, early detection, skin cancer.

INTRODUÇÃO

O câncer de pele é o câncer mais comum no mundo todo. Ele se divide basicamente em melanoma e não melanoma, sendo os mais comuns, entre os não melanomas, o carcinoma  espinocelular e o basocelular. (1) No Brasil, a estimativa, para cada ano do biênio 2018-2019, é que ocorram 6.260 casos novos de melanoma (2.920 em homens e 3.340 em mulheres), e 165.580 casos novos de câncer de pele não melanoma (85.170 em homens e 80.410 em mulheres). As maiores taxas do Brasil são encontradas na região sul. (2)

Devido a elevada incidência do câncer de pele não melanoma, apesar da sua baixa letalidade, os números de óbitos são semelhantes entre os cânceres de pele melanoma e não melanoma. No Brasil, no ano de 2015, ocorreram 1.794 óbitos por câncer de pele melanoma (1.012 em homens e 782 em mulheres), e 1.958 óbitos por câncer de pele não melanoma (1.137

óbitos em homens e 821 em mulheres). (2)

O câncer de pele pode ser prevenido, mas para tanto é importante que a população seja engajada a adotar comportamentos de proteção solar. (3,4) Este trabalho se propôs a avaliar artigos de revisão sistemática sobre prevenção e detecção precoce de câncer de pele a fim de promover o conhecimento e a conscientização sobre as estratégias disponíveis.

(4)

MÉTODOS

Os artigos utilizados nesta revisão foram selecionados nas bases de dados PubMed e Scielo. A busca foi realizada com os descritores “prevention and skin cancer” e “early detection of skin cancer”, e com os filtros de revi-são sistemática e publicação nos últimos 5 anos. Dos artigos encontrados, foram selecionados apenas aqueles que apresentavam as palavras-chave no título. No Pubmed, para “prevention and skin cancer” foram encontra-dos 80 artigos e, após critério de título, restaram 12 artigos; para “early detection of skin cancer” foram encontrados 21 artigos e, após critério de título, restou 1. Destes 13 artigos, um consistia na realidade em um estudo transversal, e outro não estava disponível para download pelo acesso da PUCRS. Assim, o total de artigos selecionados para este trabalho foram 10 artigos sobre prevenção e 1 sobre detecção precoce de câncer de pele.

RESULTADOS

Prevenção comportamental do câncer de pele

O principal fator de risco para o câncer de pele é a exposição à radiação ultravioleta (UV), assim como fototipo claro, história pessoal ou familiar de câncer de pele, idade acima de 65 anos, presença de sinais atípicos e ocor-rência de mais de 100 sinais. (1,4) Os raios UV agridem diretamente a estru-tura do DNA provocando alterações estruestru-turais e oxidação. (5) A principal estratégia de prevenção do câncer de pele é, portanto, evitar exposição UV. Mudanças comportamentais, como evitar exposição solar, queimadura solar, bronzeamento artificial, uso de filtro solar, chapéus, óculos ou roupa com proteção UV são medidas aconselhadas a fim de evitar o câncer de pele. (4,6) É de conhecimento geral que a exposição solar pode ter consequ-ências como câncer de pele, e que a proteção solar é a melhor maneira para evitá-lo. Porém, as pessoas apresentam dificuldades em aderir a comportamentos de proteção solar - inclusive pacientes com histórico de

(5)

melanoma. (6) A associação câncer de pele e proteção solar acaba sendo relacionada majoritariamente a crianças, praia, férias, banhos de sol e camas de bronzeamento. A exposição solar do cotidiano e das atividades ao ar livre são, em geral, desvinculadas da percepção de risco. A pele bronzeada é relacionada com atividades esportivas e ao ar livre, sendo aceita como algo saudável e atraente. Os adultos tendem a se proteger menos, e os homens, já que o autocuidado é visto culturalmente como algo feminino, se protegem menos ainda. Custos, inconveniência e desconforto também são apontados como barreiras à proteção solar. (7)

A exposição solar durante o trabalho também é um desafio pela dissociação da percepção de risco, tanto por parte dos trabalhadores quanto empregadores. É visto aumento da incidência de câncer de pele em profissionais como militares, guias de montanhas e esqui, e agricul-tores. O fornecimento de equipamentos de proteção solar e programas de conscientização são medidas que podem ser implementadas a fim de reduzir o risco ocupacional. (8,9)

As campanhas de conscientização são importantes para estimular mudanças de hábito em relação a proteção solar. Com o intuito de abranger um maior número de pessoas, novas estratégias têm se mostrado eficazes. O envio de mensagens de texto com informações educativas demonstrou eficácia para promover tanto o conhecimento sobre o câncer de pele quan-to o comportamenquan-to pró prevenção. (10) O engajamenquan-to de auquan-toridades ou figuras importantes da sociedade, como pais, professores, médicos e treinadores, têm impacto relevante na promoção de prevenção. (4,7)

Quimioprofilaxia de câncer de pele

Estratégias de quimioprofilaxia para o câncer de pele têm sido ex-ploradas. É sabido que o estado pró-inflamatório está associado com o desenvolvimento tumoral, e que há aumento da expressão da enzima cicloxigenase 2 (COX-2) nos cânceres de pele, em especial o

(6)

epidermoi-de. A partir disso, viu-se que a Aspirina em baixas doses diárias (até 150 mg/dia) se mostrou eficaz como profilaxia primária do câncer de pele, e Celecoxib como profilaxia secundária. (1,11) Uma estratégia de profilaxia primária, que tem se mostrado promissora, é a aplicação tópica de enzimas de reparo de DNA (OGG-1, endonuclease V, e fotoliase), que são capazes de reverter os danos causados pelos raios UV (5).  Em relação a profilaxia secundária, o uso de nicotinamida e difluorometilornitina demonstraram eficácia na prevenção do câncer de pele em pacientes de alto risco. (11)

Detecção precoce do câncer de pele

Sobre detecção precoce do câncer de pele, um método tradicional de grande valia é a regra do ABCDE. Na avaliação de uma lesão é importante a observação de cinco características: A = lesão assimétrica, B = borda irregu-lar, C = variabilidade de cor, D = diâmetro (suspeito se maior que 6mm), E = evolução ou alteração de padrão. No entanto, a avaliação apenas dos critérios A e C podem ser mais favoráveis ao diagnóstico de melanoma. Isso porque o critério mudança não é muito específico para melanoma e o critério diâ-metro pode deixar passar lesões menores que 6mm. Existe recomendação para que profissionais da saúde realizem exame clínico da pele com base nas regras ABCDE ou AC em pacientes de alto risco. O autoexame da pele deve ser incentivado com a finalidade de estimular proteção solar e diagnóstico precoce. Tecnologias utilizadas na detecção precoce do câncer de pele con-sistem na dermatoscopia e fotografia corporal total, métodos já consagrados, e teledermatologia, método promissor. (12) A detecção precoce do câncer de pele não é favorecida pelo seu rastreamento. (13)

CONCLUSÃO

As mudanças de comportamento pró-proteção solar, apesar de al-tamente recomendadas, ainda encontram resistência na população. Os artigos apontam seu benefício, mas carecem de maior nível de evidência,

(7)

principalmente pela dificuldade de observação a longo prazo de uma grande população e de avaliação objetiva de intervenções e desfechos. Mesmo assim, com a intenção de se prevenir o câncer de pele, campanhas de conscientiza-ção são importantes, assim como a participaconscientiza-ção de figuras significativas da sociedade tem impacto relevante na educação e incentivo sobre o assunto. O câncer de pele é altamente evitável. Estratégias de prevenção pri-mária e secundária podem afetar positivamente a incidência dessa doença. Por isso, estudos sobre quimioprofilaxia tem ganhado espaço. O uso de Aspirina como quimioprofilaxia primária, assim como o uso de Celecoxib, Nicotinamida e difluorometilornitina como quimioprofilaxia secundária, demonstraram eficácia na prevenção do câncer de pele.

A avaliação de lesão pela regra do ABCDE é indicada em pacientes de alto risco para detecção precoce do câncer de pele. Havendo, portanto, a recomendação de que médicos fiquem atentos a essa população. Estudos sobre rastreamento rotineiro do câncer de pele na população em geral não demonstraram redução na mortalidade.

REFERÊNCIAS

1. Zhu Y, Cheng Y, Luo RC, Li AM. Aspirin for the primary prevention of skin cancer: A meta-analysis. Oncol Lett. 2015;9(3):1073–80.

2. INCA. Estimativa 2018-Incidência de câncer no Brasil. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. 2017. 130 p.

3. Henrikson NB, Morrison CC, Blasi PR, Nguyen M, Shibuya KC, Patnode CD. Behavioral Counseling for Skin Cancer Prevention. Jama. 2018;319(11):1143. 4. Blasi PR. Evidence Synthesis Number 161 Behavioral Counseling for Skin

Cancer Prevention : A Systematic Evidence Review for the U . S . Preventive Services Task Force. 2015;(161).

5. Kabir Y, Seidel R, McKnight B, Moy R. DNA Repair Enzymes: An Important Role in Skin Cancer Prevention and Reversal of Photodamage- A Review of the Literature. Vol. 14, Journal of drugs in dermatology : JDD. 2015. p. 297–301.

(8)

6. Nahar VK, Allison Ford M, Brodell RT, Boyas JF, Jacks SK, Biviji-Sharma R, et al. Skin cancer prevention practices among malignant melanoma survivors: a systematic review. J Cancer Res Clin Oncol. 2016;142(6):1273–83.

7. Lorenc T, Jamal F, Cooper C. Resource provision and environmental change for the prevention of skin cancer: Systematic review of qualitative evidence from high-income countries. Health Promot Int. 2013;28(3):345–56. 8. Riemenschneider K, Liu J, Powers JG. Skin cancer in the military: A systematic review of melanoma and nonmelanoma skin cancer incidence, prevention, and screening among active duty and veteran personnel. J Am Acad Dermatol. 2018;78(6):1185–92.

9. Zink A, Koch E, Seifert F, Rotter M, Spinner CD, Biedermann T. Nonmelanoma skin cancer in mountain guides: high prevalence and lack of awareness warrant development of evidence-based prevention tools. Swiss Med Wkly. 2016;146(December):w14380.

10. Finch L, Janda M, Loescher LJ, Hacker E. Can skin cancer prevention be improved through mobile technology interventions? A systematic review. Prev Med (Baltim). 2016;90:121–32.

11. Swami M, Case AA, Brain N, Fleming G, Rajagopal P, Poorvu P, et al. LHRH Agonists vs Ovarian Ablation in Breast Cancer Effective Palliative Care : 2018. 12. Loescher LJ, Janda M, Soyer HP, Shea K, Curiel-Lewandrowski C. Advances in

skin cancer early detection and diagnosis. Semin Oncol Nurs. 2013;29(3):170–81. 13. Brunssen A, Waldmann A, Eisemann N, Katalinic A. Impact of skin cancer screening and secondary prevention campaigns on skin cancer incidence and mortality: A systematic review. J Am Acad Dermatol. 2017;76(1):129–139.e10.

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