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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO PARA A BACIA HIDROGRAFICA DO MATO GROSSO DO SUL

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Academic year: 2021

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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO PARA A BACIA HIDROGRAFICA DO MATO GROSSO DO SUL

Amaury de SouzaI; Hamilton Germano Pavão I ;Giancarlo Lastoria II ; Sandra Garcia GabasII; Antonio Conceição Paranhos FilhoII; Guilherme Henrique Cavazzana III;

I

Depto de Física, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, caixa postal 549, CEP 79070-900, Campo Grande-MS, Brasil, amaury@nin.ufms.br; pavão@nin.ufms.br; IIDepto de Hidráulica e Transportes, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, caixa postal 549, CEP 79070-900, Campo Grande-MS Brasil, lastoria@nin.ufms.br; sandragabas@nin.ufms.br; paranhos@nin.ufms.br; III Mestrando do Programa de Pós Graduação em Tecnologias Ambientais, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil.

RESUMO: O presente trabalho é uma caracterização da dinâmica climática para o Estado de Mato Grosso do Sul. Foram selecionados os dados diários de precipitação entre os anos de 1979 e 2008, tornando possível a identificação e análise de variáveis como os totais anuais e as médias pluviométricas, bem como sua distribuição sazonal e espacial, ocorrência de veranicos, além do início e término das estações (chuvosa e seca). Para a identificação dos períodos secos, utilizou-se como metodologia a contagem de períodos superiores a 75 dias sem a ocorrência de precipitações e sem a ocorrência de chuvas significativas (precipitações acima de 2,5 mm, valor inferior à evapotranspiração potencial diária do período). Na confecção dos balanços hídricos, utilizou-se a metodologia proposta por THORNTHWAITE (1948). Conclui-se que o clima predominante na microrregião estudada é semelhante àquele de toda a região do centro-oeste brasileiro e de grande parte do sudeste, com uma alternância de duas estações ao longo do ano: verão quente e úmido e inverno seco com temperaturas mais amenas.

PALAVRA-CHAVE: microrregião, período seco, precipitação.

CHARACTERIZATION OF THE CLIMATIC DYNAMIC FOR THE MATO GROSSO DO SUL STATE

ABSTRAT: The present work presents the climatic dynamic characterization of the Micro region of the Mato Grosso do Sul State. The precipitation data were selected from daily enters from 1979 to 2008, in order to obtain the annual total and the rainfall averages, its seasonal and space distribution, occurrence of days without rain, as well as the beginning and ending of the rainy and the dried station. For the identification of the drought periods, the counting of periods with more than 75 days without the precipitation and without the significant rain occurrence (precipitations above of 2,5 mm, inferior value to the daily potential evapotranspiration of the period) was used, as proposed by THORNTHWAITE (1948). In conclusion, the predominant climate in the micro region studied is similar to all the Brazilian center-west and to the most of southeastern part, with an alternation of two stations throughout the year: hot and humid summer and dried winter with mild temperatures.

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INTRODUÇÃO: A água é um bem insubstituível à manutenção da vida e a sua circulação na Terra ocorre sob um processo natural conhecido como ciclo hidrológico. A precipitação é a fase deste ciclo responsável pelo transporte das águas da atmosfera à superficie terrestre. O conhecimento quantitativo da sua variabilidade espacial sobre as regiões, ou bacias hidrográficas, deve ser entendido como imprescindível ao eficiente planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. No caso da escassez prolongada, geralmente imposta pelas longas estiagens, os órgãos gestores têm recorrido às ações prioritárias que visam à mitigação do cenário, utilizando medidas alternativas de suprimentos, algumas vezes em avançados estágios de calamidades, principalmente nos locais onde o clima é seco. Por outro lado, os excessos dos volumes precipitados historicamente, revelaram situações de sinistros, com constatações de graves prejuízos à vida e ao patrimônio público e privado. Por se tratar de um fenômeno natural aleatório, a distribuição espacial da precipitação não se repete exatamente a cada período anual sob o aspecto quantitativo, embora aponte, com certo grau de certeza, os locais onde se deve esperar que chova mais ou menos. Por outro lado, os locais onde ocorrem as disponibilidades hídricas nem sempre são os que no momento demandam maiores consumos emergenciais. Para isto, a Engenharia Hidrológica desenvolve modelos que visam aperfeiçoar as tomadas de decisão para o controle mais eficaz do manejo hídrico. Sendo assim, este conhecimento passa então a constituir uma ferramenta importante, desde que utilizadas séries pluviométricas com qualidade e densidade que atendam aos limites satisfatórios, métodos de interpolação de precisão comprovada, e, finalmente, uso de programas computacionais avançados. De acordo com AYOADE (2001), “o clima sobre uma localidade é a síntese de todos os elementos climáticos em uma combinação de certa forma singular, determinada pela interação dos controles e dos processos climáticos”. Entre estes elementos estão a temperatura e a precipitação, variáveis utilizadas nas análises do presente estudo, determinadas, principalmente, por fatores como a circulação das massas de ar, influência da altitude e da continentalidade, entre outros fatores de menor amplitude; porém não menos significantes. O conhecimento da variabilidade espacial da precipitação é determinante para o processo de planejamento de atividades primordiais da vida do homem, como: os projetos agrícolas, projetos de proteção e conservação de solos, planejamento de atividades turísticas e de lazer, construção de barragens e reservatórios, previsão de enchentes, obras de regularização de vazões e controle de estiagens, além de uma infinidade de atividades nas quais a precipitação tem uma interferência menos direta, mas não menos importante. O planejamento das ações que determinam algumas decisões em vários setores da economia requer uma análise temporal e espacial da precipitação sempre associada a uma probabilidade, visto que o comportamento da precipitação tem caráter eminentemente aleatório e de grande complexidade e diversidade. De acordo com Lanna (1997), para quantificar uma variável hidrológica deve ser percebido que os processos hidrológicos desenvolvem-se no tempo e no espaço. Por exemplo, a chuva tem uma variação temporal e, por isso, uma variável que a quantifique deve assumir valores distintos ao longo do tempo. Ela também varia ao longo do espaço, ou seja, a variável representativa deveria assumir valores distintos em função das coordenadas do ponto geográfico de interesse. Guerra (1988) concorda que estas variáveis têm em comum uma dupla característica: são aleatórias já que os valores numéricos observados podem variar consideravelmente de um ponto a outro no espaço ; são espaciais e porque apesar de muito variáveis dentro do espaço, os valores numéricos observados não são inteiramente independentes. Nos fenômenos espaciais estruturados, como a pluviometria de uma região, destacam-se duas características comuns que, aparentemente sem ligação são, no entanto, a razão da aplicação dos modelos probabilísticos e, em particular, dos modelos das funções aleatórias: em primeiro lugar, são entidades que se distribuem no espaço de um modo não aleatório, isto é, com uma certa estrutura; em segundo lugar, as amostras e observações disponíveis sobre aqueles fenômenos

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espaciais são, na sua maioria, parceladas, discretas e normalmente escassas, o que faz com que ao seu conhecimento global esteja sempre associada uma determinada incerteza (Soares, 2000). Landim & Sturaro (2002),afirmam que a geoestatistica calcula dentro de um contexto regido por um fenômeno natural com distribuição no espaço e, desse modo, supõe que os valores das variáveis, consideradas como regionalizadas, sejam espacialmente correlacionados. Desta forma, conforme citam Carvalho & Vieira (2001), a análise da estrutura espacial deve ser vista como um passo fundamental, mas não final, que precede as técnicas de estimação, de qualquer valor em qualquer posição da área em estudo, sem tendência e com variância mínima. O problema básico a resolver com a geoestatística é o da caracterização da distribuição espacial das grandezas (quantidade e qualidade de recursos naturais) e o da avaliação de medidas de incerteza, tendo em conta a maior ou menor variabilidade do fenômeno espacial, a qualidade das amostras e observações, o tipo de modelo geoestatístico escolhido e o maior ou menor grau de conhecimento que se tem do fenômeno (Soares, 2000). Na teoria fundamental da geoestatística tem-se sempre a esperança de que, na média, as amostras mais próximas no tempo e no espaço sejam, de certo, mais similares entre si do que as que estiverem mais distantes (Isaaks; Srivastava, 1989). O semivariograma é uma ferramenta básica de suporte às técnicas de krigagem, que permite representar quantitativamente a variação de um fenômeno regionalizado no espaço. O semivariograma é fundamental na decisão para aplicação da geoestatística, porque determina,

sobretudo, a dependência espacial entre as amostras. De acordo com Isaaks & Srivastava (1989) a Krigagem é um procedimento de interpolação de valores em uma superfície contínua. Difere dos outros métodos de interpolação por fazer uso explicitamente da variância entre os valores observados, o variograma. Baseia-se na combinação linear ponderada dos dados disponíveis, aplicada ao modelo de variograma adotado. O objetivo básico do método geoestatístico, por meio da krigagem, é interpolar valores de pontos ou áreas que não são amostradas, usando dados de pontos amostrados adjacentes (Phillips,1992). Em seu estudo, Tabios & Salas (1985) compararam vários métodos para estimar aluíram que os métodos geoestatísticos foram melhores que os polígonos de Thiessen, interpolação polinomial e o método de inverso da distância ponderada. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo fundamental a análise, discussão e avaliação do comportamento da variabilidade espacial da precipitação mensal provável do estado do Mato Grosso do Sul, considerando o nível de 75% de probabilidade, bem como, a análise do ajuste das séries amostrais de precipitação mensal ao modelo teórico de distribuição gama de probabilidade.

MATERIAIS E MÉTODOS: Os dados diários, mensais e anuais pluviométricos do período compreendido entre os anos de 1979 e 2008, foram fornecidos pelo INEMET, que permitiram analisar o comportamento das chuvas no decorrer do tempo. A partir dos dados diários e mensais de precipitação, foi possível a identificação e análise de variáveis, bem como sua distribuição sazonal e espacial e períodos secos. Para a identificação dos períodos secos, utilizou-se como metodologia a contagem de períodos superiores a 75 dias sem a ocorrência de precipitações e/ou sem a ocorrência de chuvas significativas (precipitações acima de 2,5 mm, valor inferior à evapotranspiração potencial diária do período). Na confecção dos balanços hídricos, utilizou-se a metodologia proposta por THORTNTHWAITE (1948), com Capacidade de Armazenamento (CAD) igual a 125 mm. A partir dos registros, por meio de ro tinas de programação, procedeu-se à leitura dos dados, a detecção de dados faltantes e o tamanho das séries, selecionando, desta maneira, as estações pluviométricas a serem utilizadas neste estudo. O tamanho das séries históricas selecionadas foi determinado, em função da real existência dos dados e de forma a conter, minimamente, elementos meteorológicos com período superior a 20 anos de registros, uma vez que o nível de

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informações disponíveis, relativo ao escopo e a área determinada para este estudo, são ainda muito escassos. Melhor estudo seria possível, notadamente, com séries de dados extensas, no entanto, por ser uma região de colonização muito recente, os dados e informações são também precipuamente recentes. No entanto, conforme salienta Bailey (1990), para um bom estudo da necessidade de irrigação de uma dada região devem ser analisados os elementos meteorológicos de um período de aproximadamente vinte anos. Os dados faltantes, nas referidas séries, foram preenchidos por meio de uma rotina de programação computacional, utilizando-se, para isso, o Método de Ponderação Regional. Para a área experimental adotada, do Estado do Mato Grosso do Sul, foram selecionadas as séries mensais históricas de 08 estações pluviométricas, Considerou-se, entre as 08 estações, 10 estações de entorno da área experimental com o propósito de melhorar a cobertura no processo de interpolação e conseqüentemente gerar mapas mais homogêneos e precisos dentro da área de estudo. Foram utilizadas, no presente estudo, as ferramentas da estatística clássica e da geoestatística. A estatística clássica foi aplicada quando, a partir das séries mensais, procedeu-se a um ajuste para o modelo probabilístico teórico denominado modelo gama de distribuição de probabilidades. Para a devida validação do ajuste foram utilizados os testes de aderência de Kolmogorov-Smirnov e Qui-quadrado, com significância de 5% de probabilidade. Para consecução dos referidos testes foi elaborada uma rotina de programação computacional utilizando-se o software MATLAB R12, versão 6.0. A análise geoestatística, preponderante neste estudo, foi devidamente aplicada para a análise da variabilidade espacial dos dados de precipitação. Para a referida análise, os registros das séries históricas foram todos devidamente georreferenciados no espaço, sendo a partir das informações iniciais convertidos os dados de coordenadas geográficas das estações pluviométricas selecionadas para coordenadas cartesianas no sistema Universal Transversa de Mercator. Para o estudo da variabilidade das séries mensais foi utilizado o estimador clássico de Matheron, por meio da função semivariância, utilizada com o propósito primeiro de medir a dependência entre os pontos amostrais, que se encontram distribuídos em um sistema espacial de referência e na seqüência para a interpolação dos valores com o objetivo da construção dos mapas. A análise dos semivariogramas individuais para as séries mensais foi realizada para identificar e definir a estrutura básica de variabilidade espacial dos dados. Para cada série mensal foram calculadas as semivariâncias e o respectivo ajuste dos modelos dos semivariogramas. Para tanto, considerou-se como distância máxima para cálculo da semivariância (cut off) um valor equivalente a 50% da distância máxima entre observações. As etapas para a realização dos procedimentos necessários para o cálculo dos semivariogramas e seus conseqüentes ajustes oc orreram de forma seqüencial e exigiram o uso do software geoestatístico Gama Design 5.0.3 (GS+). O método utilizado para verificação da qualidade do modelo do ajuste do semivariograma é intrínseco ao software utilizado e adota a metodologia dos mínimos quadrados utilizando como critérios: o coeficiente de determinação (R²) que é uma relação entre a soma de quadrados devido ao modelo ajustado e a soma de quadrados total, e que quanto mais próximo da unidade estiver o valor R² melhor será o modelo ajustado; e a Soma de quadrados de resíduos (RSS) considerando que quanto menor for o valor do RSS, melhor será o modelo de semivariograma ajustado (Guimarães, 2001). Da mesma forma, para a construção dos mapas foi utilizado o software Gama Design 5.0.3(GS+).

RESULTADOS E DISCUSSÕES: A partir das séries mensais, com as falhas devidamente preenchidas, procedeu-se o ajuste para o modelo probabilístico teórico denominado distribuição gama de probabilidades por estação. Todas as séries mensais, relativas às estações em estudo, determinam uma excelente qualidade de ajuste, constatada por meio dos valores relativos aos testes de aderência Qui-quadrado (

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Para a avaliação da tendência direcional, foram utilizados gráficos do tipo post plotem função de sua caracterização como ferramenta importante na análise deste fenômeno. A escala de classificação da precipitação, neste tipo de gráfico, baseia-se nos valores relativos aos seus quartis e desta maneira, figuras idênticas, utilizadas como simbologia de caracterização dos quartis, quando indicam tendência de concentração em posições específicas da área dos referidos gráficos correspondem sempre à existência de uma tendência direcional dos dados em estudo. A análise destes gráficos post plot confirmaram a inexistência de tendências direcionais para as séries relativas aos meses de Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio,Agosto, Setembro, Novembro e Dezembro, uma vez que, não verificou-se tendência de concentração de valores em posições específicas dos referidos gráficos. Para tanto, os dados podem ser considerados isotrópicos, o que indica, para essa variável, que as hipóteses necessárias para o uso da geoestatística no estudo da variabilidade espacial foram satisfeitas. No entanto, nas séries relativas aos meses de Junho, Julho e Outubro verificou-se uma tendência direcional dos dados. Os valores mais altos do referido percentil, na série de Junho, apresentaram-se na parte inferior do gráfico, ao passo que nas séries relativas aos meses de Julho e Outubro os valores mais altos apresentaram-se na parte inferior direita dos gráficos, confirmando assim, para as devidas séries, a condição de anisotropia para os referidos dados, o que determinou a utilização de técnicas para eliminação das referidas tendências.

Os mapas de contorno, para os valores da precipitação provável associada ao nível de 75% de probabilidade, para cada mês, foram construídos considerando-se como base os parâmetros de ajuste e os modelos ajustados dos semivariogramas, para análise do comportamento espacial das séries em estudo. Os mapas relativos às séries correspondentes aos meses de abril, maio, junho, julho e dezembro, respectivamente representados pelas figuras 05, 06, 07, 08 e 13, considerando-se a condição de independência espacial dos referidos dados, foram construídos a partir do processo de interpolação pelo método do inverso do quadrado da distância, enquanto que os mapas para as séries correspondentes aos meses de janeiro, fevereiro, março, agosto, setembro, outubro e novembro, respectivamente representados pelas figuras 02, 03, 04, 09, 10, 11 e 12 foram construídos a partir do processo de interpolação pelo método da krigagem.

Na Figura 02, está configurado o comportamento espacial da precipitação mensal provável da série de janeiro, que apresentou variabilidade da precipitação com redução da intensidade no sentido noroeste-sudeste. Observou-se também uma intensidade de precipitação maior sobre a região sul do mapa, com predominância, nesta mesma região, para o sentido oeste-leste. A série do mês de fevereiro, visualizada na Figura 03, apresentou comportamento espacial semelhante à precipitação relativa à série de janeiro, inclusive guardando semelhança nos respectivos valores, porém, caracterizando ainda mais a variabilidade no sentido noroeste-sudeste. A Figura 04 representa o mês de março, no qual o comportamento espacial da precipitação ocorreu de forma pouco diferenciada relativamente aos meses de janeiro e fevereiro, com a concentração dos valores maiores no centro-sul da região e predominância de redução de intensidade para o sentido sudeste-noroeste, a partir do centro-sul. Observou-se também uma certa homogeneidade nos valores no sentido centro-leste do referido mapa, ocorrendo assim a maior variabilidade na direção norte-sul com aumento da intensidade a partir do centro-sul, no sentido norte. A série relativa ao mês de abril, apresentada na Figura 05, coincide com o início do outono e se caracteriza por relativo decréscimo na intensidade da precipitação provável. Essa série apresentou comportamento espacial similar a dos meses anteriores, todavia, com o surgimento de intensidades pontuais isoladas e diferenciadas ao longo de toda a região, fato justificado pela ocorrência do efeito pepita puro. Para a série relativa ao mês de maio, de acordo com a Figura 06, o comportamento espacial da precipitação provável apresentou-se de forma bastante variável, com os maiores valores ocorrendo no centro-leste da região e aumentando radialmente para os extremos, exceto para

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o sentido sudeste, a partir do centro, visto que, neste sentido, os valores de precipitação guardaram uma certa homogeneidade, apresentando assim, uma variação menor.Também nesta série ocorreu o surgimento de intensidades pontuais isoladas e diferenciadas ao longo da região, motivadas pela ocorrência do efeito pepita puro. Para o mês de junho, que representa o final do outono e o início do inverno, conforme Figura 07, o comportamento espacial da precipitação provável apresentou tendência de concentração dos valores maiores na região centro-norte do mapa, ao passo que os menores valores concentraram-se na região sul-sudeste e extremo leste do mesmo. A dispersão de intensidades pontuais isoladas ao longo da região ocorreu por conta do efeito pepita puro, identicamente ao caso da série relativa ao mês de maio. Na série relativa ao mês de julho, apresentada na Figura 08, o comportamento espacial da precipitação provável apresentou tendência de concentração dos menores valores na região norte-noroeste e sul do mapa. A maior variabilidade observada ocorreu na direção norte-sul. Por conta do efeito pepita puro, portanto, da independência espacial entre os dados,também esta série apresentou intensidades pontuais dispersas. Os menores valores da precipitação provável apresentaram-se no mês de agosto, visualizados na Figura 09, e ocorreram no norte da região. O comportamento espacial neste mês variou no sentido norte-sul,aumentando 100% de um extremo ao outro. A Figura 10, relativa à série do mês de setembro, já no final do inverno, demonstra uma variabilidade no comportamento da precipitação provável no sentido noroeste-sudeste, bem caracterizado, com crescimento da intensidade neste sentido. Na série relativa ao mês de outubro, mostrada na Figura 11, o comportamento espacial da precipitação provável apresentou-se com a concentração dos menores valores nas regiões extremas do mapa, exceto para a região leste, e por meio de isolinhas concêntricas os valores aumentaram até o centro da região, onde ocorreu uma concentração dos maiores valores de intensidade. O comportamento espacial da precipitação provável para a série relativa ao mês de novembro, observado na Figura 12, demonstrou uma variabilidade com a apresentação dos maiores valores no centro-leste da região crescendo radialmente no sentido norte e sul mais intensamente, a partir do centro e, do mesmo modo, no sentido leste e oeste, porém, de forma menos intensa. Observou-se ainda que no sentido sudeste, a partir do centro, ocorreu relativa homogeneidade no comportamento dos valores de precipitação. O mês de dezembro, apresentado na Figura 13, representa o início do verão e o término da primavera, em que o comportamento espacial da precipitação provável, para este mês, apresentou-se de forma mais homogênea, visto que a diferença entre o maior e o menor valor não ultrapassou a 18%. A sua intensidade ocorreu de forma pontual e mais intensa no centro-norte da região e a maior variabilidade ocorreu no sentido leste-oeste. A dispersão de intensidades pontuais isoladas ao longo da região ocorreu de forma idêntica às séries relativas aos meses de abril, maio, junho e julho, em razão da independência espacial entre os dados. Por meio da análise elaborada para cada série, concluiu-se que as séries relativas aos meses de janeiro, fevereiro e março - que correspondem à estação de verão - guardam entre si uma relação de similaridade no comportamento espacial da precipitação provável, com variação extremamente bem definida no sentido noroeste-sudeste, com os menores valores ocorrendo no setor noroeste e os maiores valores no setor sudeste da região. As séries mensais de abril, maio e junho – que correspondem à estação de outono - apresentaram um comportamento espacial diferenciado sob o aspecto geográfico na apresentação das isolinhas da precipitação provável no âmbito da região e, notadamente, um comportamento similar com relação à intensidade da referida precipitação . Com referência aos meses de julho, agosto e setembro, meses correspondentes à estação de inverno, o comportamento espacial caracterizou-se pela diferença considerável en tre as séries, do ponto de vista das isolinhas, sobretudo, para os meses de julho e agosto. Essa estação caracterizou-se pela ocorrência dos menores valores de precipitação provável do ano. As séries relativas a outubro, novembro e dezembro, meses correspondentes à estação de primavera, comportaram-se espacialmente de maneira similar com relação à apresentação

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geográfica dos maiores valores da precipitação provável no mapa, no entanto, com uma grande diferenciação para os menores valores. A série relativa ao mês de dezembro caracterizou-se diferencialmente das séries de outubro e novembro pela ocorrência de intensidades pontuais isoladas. Contudo, pode-se salientar que o comportamento espacial da precipitação mensal para a mesoregião em estudo, como de outras regiões, pode ser avaliado pelos mapas de contorno (Figuras 02 a 13), cujas informações, contidas nestes mapas, são muito úteis para melhor entender a variabilidade das propriedades da precipitação pluvial. O comportamento espacial das séries mensais de precipitação possui uma estreita correlação com a variação temporal - como constatado por Gomes (2001) onde afirma que considerando os padrões de comportamento encontrados, pôde-se avaliar que os locais com menores índices do percentil 75 da precipitação decendial são variáveis de acordo com os níveis temporais - e a variação altimétrica como constatado por Carvalho & Queiroz (2002), no seu estudo sobre o estado do Paraná, onde concluem que a correlação linear entre altitude e precipitação é altamente significativa, indicando que é plausível usar altitude com variável colocalizada na distribuição espacial de precipitação. A distribuição da precipitação nas quatro estações do ano, considerando-se a média do percentil 75 da precipitação mensal provável, determinou, para a região em estudo, para o período de verão 28,21% de disponibilidade hídrica pluvial, para o período de outono 21,16%, para o período de inverno 15,45% e para o período de primavera 35,18%, caracterizando, desta forma, uma estação seca que corresponde aos meses de abril a setembro (36,6%) e uma estação chuvosa que corresponde aos meses de outubro a março (63,4%), com ocorrência de maior precipitação para os meses de Outubro, Novembro e Dezembro. Também Ribeiro & Lunardi (1997) em seu trabalho sobre a Precipitação Mensal Provável para Londrina – PR, através da Função Gama, observaram que 66% do total de chuva do ano concentrava-se nos meses de outubro a março e que dezembro caracterizava-se como o mês mais chuvoso representando 14,5% da chuva anual e agosto o mês menos chuvoso com apenas 3,3% de precipitação. Da mesma forma Assad & Rodrigues Castro (1991) em seu trabalho Análise Frequencial da Pluviometria para a Estação de Sete Lagoas - MG. afirmaram que a distribuição da precipitação se concentra nos meses de outubro a março, sendo que os meses mais chuvosos são novembro, dezembro e janeiro. Brath, Montanari & Toth (2004) em seu estudo afirmam que os maiores eventos de precipitação ocorrem de outubro a abril. Os aspectos que envolvem o comportamento espacial da precipitação pluvial através do estudo da variabilidade foram observados por vários autores e em vários períodos diferentes, como: a variabilidade interanual, estacional, mensal, decendial e até mesmo a variabilidade diária para algumas regiões do país. Este estudo tratou da variabilidade mensal e considerou os totais mensais de precipitação de séries históricas de pelo menos 20 anos. É fato que todos os fenômenos que influenciam a variabilidade da precipitação em períodos maiores que o período mensal influenciam também a variabilidade desse período.

De acordo com NIMER(1979), esta microrregião apresenta certa uniformidade climática no que diz respeito aos mecanismos atmosféricos, o que faz com que a diversificação térmica regional se dê em função de fatores geográficos como o relevo, a latitude e a longitude. Os fatores climáticos estáticos, tais como o relevo, agem sobre o clima de determinada região em interação com os sistemas regionais de circulação atmosférica, o que demonstra a importância de conhecer os sistemas de circulação que atuam sobre a região no decorrer do ano para, assim, entender a dinâmica climática da área de estudo. ASSUNÇÃO (2002) argumenta que as principais massas de ar que exercem influência sobre o clima regional são a Tropical Continental (Tc), a Tropical Atlântica (Ta) e a Polar Atlântica (Pa). Durante o período

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considerado seco, que vai de abril a setembro, o domínio regional é exercido pelas massas de ar Tropical Atlântica e a Polar Atlântica. A massa Tropical Atlântica, ao penetrar em direção ao continente, encontra uma barreira formada pelo relevo (Serra do Mar), perde parte de sua umidade por condensação, provocando chuvas na orla marítima, chegando, portanto, ao interior do continente mais seca. A massa Polar Atlântica, em seu avanço, também pode ser responsabilizada pelas chuvas no litoral, nesse período do ano, principalmente quando há o encontro com a Tropical Atlântica. Desse modo, pode-se afirmar que, durante o período considerado seco, que coincide com a estação do inverno, as precipitações, nas raras ocasiões que acontecem, são motivadas pela ação da massa polar. No verão (quente e úmido), que abrange o período de outubro a março, prevalece o domínio da massa Tropical Atlântica, todavia, sem a interferência ativa da massa Polar (ASSUNÇÃO, 2002). As temperaturas médias na região mostram-se elevadas na primavera-verão, sendo setembro e outubro os meses mais quentes (médias acima de 23°C) e, amenas, no outono-inverno, mas que raramente são menores do que 18°C, em média, sendo junho e julho os meses com médias térmicas mais baixas, entre 18°C e 21°C. NIMER (1979) define bem o regime térmico anual da Região Centro-Oeste ao observar que a grande variação de temperaturas ao longo do ano deve-se, principalmente, à continentalidade da região, que impede a interferência marítima, e à conjugação do relevo com a latitude que, no inverno, responde pelo decréscimo de temperatura nesta região, quanto à distribuição sazonal e espacial das precipitações,são devido às características do terreno que não oferece grandes barreiras aos sistemas de circulação atmosférica, que definem o regime pluviométrico da Região Centro-Oeste. A altura média da precipitação durante o ano sobre o Mato Grosso do Sul apresenta uma distribuição de um núcleo mais chuvoso ao norte, Coxim com 1.492 mm com decréscimo para E e W. No extremo W, o regime cai a 1.117mm, Corumbá, no Pantanal Sul-Mato-Grossense, e na região sul onde apresenta os maiores valores de 1660 mm, Ponta Porã. Essas precipitações não se distribuem igualmente através do ano. Em quase toda região, mais de 70% do total de chuvas acumuladas durante o ano se precipita de novembro a março, sendo geralmente mais chuvoso o trimestre, novembro-janeiro. Durante esse trimestre chove em média 45 a 55% do total anual. Em contrapartida, o inverno é excessivamente seco. Nessa época do ano as chuvas são muito raras, havendo, em média, geralmente, 4 a 5 dias de ocorrência deste fenômeno por mês, sendo mais raras no setor oeste de Mato Grosso do Sul, onde, pelo menos um mês, não registra sequer 1 dia de chuva. A seca acontece no trimestre de inverno, ou seja, junho-julho-agosto. Os valores das temperaturas médias mensais e anuais registrados levam ao entendimento de que a variação espacial e sazonal desta variável climática segue as características da região, sendo a altitude e a continentalidade, assim como a ação das massas Tropical Atlântica, Tropical Continental e Polar Atlântica as responsáveis pelas principais variações observadas. As maiores médias térmicas são observadas entre os meses de outubro a março, que correspondem ao verão no domínio dos climas tropicais no Hemisfério Sul, sendo o mês de outubro o que apresenta as maiores médias, visto que este se caracteriza pela transição entre o período seco e chuvoso. Assim, as mudanças nos padrões de circulação atmosférica, os altos índices de evapotranspiração, as baixas velocidades médias dos ventos e as precipitações incipientes, como a baixa umidade do ar, favorecem a elevação das temperaturas, que indicam o início do verão. Desta forma, chega-se a conclusão de que apenas estas características não são suficientes para determinar se estes municípios são aptos ou não a determinados cultivos, sendo necessário analisar outras variáveis, embora seja possível afirmar que as características térmicas observadas nas microrregiões oferecem condições tidas como ideais e/ou próximas do ideal ao cultivo de determinados produtos que necessitam de médias térmicas mais amenas (entre 19 e 23 ºC) para apresentar bons níveis de produtividade, o que é obtida graças as maiores altitudes que condiciona temperaturas menores. A distribuição das médias pluviométricas anuais e mensais na região é uniforme no espaço e no

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tempo, visto que a maior e a menor média total foram aferidas nos municípios, o que leva a crer que apenas fatores topográficos não possuem papel condicionante na distribuição espacial destas variáveis, visto que as condições de circulação atmosférica são praticamente as mesmas para toda a porção do estado de Mato Grosso do Sul. Em uma escala macro, as principais massas de ar que influenciam a variação e a distribuição sazonal das precipitações na região são a Tropical Atlântica e a Polar Atlântica (no inverno) e a Massa Tropical Atlântica (no verão). Assim, em uma escala de abrangência mais localizada, as variações espaciais são de responsabilidade de fatores como a topografia e a continentalidade, bem como pode sofrer a influência da direção predominante das massas de ar. É possível observar a média pluviométrica regional é de 1.446 mm, com uma variação na precipitação média anual entre 1.117 mm (Corumbá) e 1.660 mm (Ivinhema). No que diz respeito à variação sazonal dos índices de precipitação, observa-se que no decorrer do ano as chuvas seguem a regra geral observada na região dos cerrados, apresentando duas estações bem definidas: um verão quente e chuvoso e um inverno seco, com temperaturas mais amenas. A estação chuvosa (outubro a março/abril) concentra mais de 85% das chuvas anuais, sendo que dezembro e janeiro contribuem com mais de 35% da precipitação anual. Já a estação seca que em alguns anos tem início no mês de abril e se estende até o início de outubro, tem como característica uma redução sensível nos índices pluviométricos sendo que, no trimestre mais seco do ano (junho-agosto), as chuvas representam, em média, menos de 2% do total anual. Durante a estação seca é possível observar longos períodos sem ocorrência de chuvas e/ou com chuvas insignificantes, bem abaixo da evapotranspiração (Etp) diária e que não altera a condição de secura do ambiente. Esses períodos, não raro chegam a superar os 100 dias. Durante o período de análise, a quantidade de anos e a média de dias seguidos que ocorreram tais períodos secos prolongados, tendo como referência aqueles superiores aos 75 dias consecutivos. Também se observa que as médias de dias, nos anos em que ocorreram longos períodos secos acima do limite mínimo da pesquisa foram de 105 dias, e a média de dias sem chuvas significativas (menor que 2,5 mm) é de 110 dias e que praticamente metade dos anos apresenta um longo período sem chuvas superando os 75 dias ininterruptos. Tal período coincide com a época do ano da estação seca, sendo mais comum sua ocorrência nos meses de junho, julho e agosto podendo chegar até em meados de setembro. O cálculo do balanço hídrico do solo é de fundamental importância no processo de caracterização do clima regional, além de ser uma importante ferramenta para o planejamento e à gestão de atividades agrícolas, já que a técnica permite conhecer o comportamento da água no solo no decorrer das estações do ano. A partir de dados de precipitação e temperatura média de cada estação, é possível precisar a quantidade de água que entra no solo via precipitação, a quantidade que é retirada via evapotranspiração e, partindo desta relação, chega-se à quantidade de água que fica retida no solo (excedente hídrico) e a quantidade que o solo necessitaria para anular esta relação, expressa em forma de déficit hídrico. O déficit hídrico pronunciado entre os meses de maio e outubro e a probabilidade de ocorrência de déficits nos meses de fevereiro, março e abril (em função da ocorrência de veranicos) indicam a necessidade do uso de técnicas de irrigação, ao menos em regime emergencial ou suplementar (durante a estação chuvosa), condição necessária para garantir o pleno desenvolvimento das culturas e a manutenção dos índices de produtividade. Na pecuária, é preciso considerar, também, a necessidade de construção de silos e outras formas alternativas de suplementação alimentar (capineiras) ou até mesmo o confinamento do rebanho durante a estação seca, visto que, em alguns anos o déficit hídrico acentuado, resseca por completo as pastagens. Em média, a deficiência hídrica possui uma variação local entre 15 mm (Campo Grande) e 331 mm (Corumbá). Entre maio a setembro é verificado o maior índice mensal de DEF. Nesse período a probabilidade de ocorrer DEF no solo é superior a 80% dos meses, sendo que em algumas localidades nos meses de junho, julho e agosto a probabilidade de haver DEF chega aos 100% dos meses. A observação de

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DEF nos meses de janeiro e fevereiro deve-se a ocorrência de veranicos (intervalos de dias consecutivos sem chuvas durante a estação chuvosa). Já nos meses de novembro e dezembro, sua ocorrência está ligada a atrasos nos início do período chuvoso. Os maiores excedentes hídricos (EXC) médios mensais distribuem-se entre os meses de dezembro e março. Nesse período a probabilidade de verificação de EXC chega a superar os 80% dos meses, sendo que em dezembro e janeiro este índice é superior a 90% dos anos analisados. Os excedentes médios variam espacialmente de acordo com as características climáticas de cada município, embora as variações sazonais sejam semelhantes, com exceção de Corumbá que apresenta EXC zero. Durante a estação seca, especialmente no trimestre junho-setembro, não foi verificado a ocorrência de EXC, pois nesse período as chuvas são muito reduzidas ou nem mesmo são registrados sua ocorrência. É interessante observar que, mesmo o período chuvoso iniciando em outubro, em mais de 50% dos anos estudados este mês apresentou deficiências hídricas, mesmo com médias pluviométricas consideráveis. Por esse motivo, afirma-se que o mês de outubro, na área em questão, corresponde a uma transição entre o período seco e o período chuvoso do ponto de vista hidrológico. A mesma conclusão pode ser estendida ao mês de abril, pois em determinados anos há uma antecipação da estação seca, como pode ser o contrário, com um prolongamento da estação chuvosa até o respectivo mês.Cabe ressaltar que, para o cálculo do balanço hídrico do solo, utilizou-se um índice de capacidade de armazenamento de água no solo (CAD) de 125 mm, ideal para cultivos permanentes.

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CONCLUSÃO: Com relação ao ajuste para um modelo probabilístico teórico foi possível constatar que as séries de precipitações mensais da mesoregião oeste do estado do Paraná, para cada uma das estações, podem ser adequadamente representadas pela função de distribuição gama de probabilidade. Com relação à variabilidade espacial da precipitação provável associada ao nível de 75% de probabilidade, para a região estudada, concluiu-se que: A distribuição espacial da precipitação provável sofreu variações de acordo com os níveis temporais pressupostos e o comportamento, tendo em vista os mapas de contorno das séries mensais, demonstrou semelhança entre as mesmas, com exceção para a série de junho, que apresentou diferença de padrão relativamente às demais séries. A série relativa ao mês de junho apresentou variabilidade na intensidade da precipitação provável no sentido noroeste-sudeste, com concentração dos maiores valores no setor noroeste do mapa, enquanto as demais séries apresentaram-se com concentração dos maiores valores no setor sudeste do mapa. Os menores valores da precipitação provável ocorreram no setor noroeste-norte da mesoregião em estudo. As séries mensais da precipitação provável, da região em estudo, apresentaram, para as séries relativas aos meses de fevereiro e agosto forte dependência espacial ao tempo em que, para as séries relativas a janeiro, março, setembro, outubro e novembro apresentaram moderada dependência espacial e para as séries relativas aos meses de abril, maio, junho, julho e dezembro independência espacial dos dados.

A partir da análise das variáveis expostas, é possível compreender que as características climáticas se mostram como um dos condicionantes para que as microrregiões do Mato Grosso do Sul sejam uma das mais importantes para a economia agropecuária do estado, aliando-se à fertilidade dos solos e às características topográficas para proporcionar os altos índices de produtividade da região. As maiores altitudes verificadas localmente é um ponto favorável aos cultivos, pois determinam um menor volume de DEF nos solos, além de favorecer uma redução na temperatura média o que proporciona a realização de cultivos realizados apenas em locais de climas mais amenos. O conhecimento da variação temporal e espacial no comportamento de elementos como precipitação, temperatura, veranicos, períodos secos, excedentes e deficiências hídricas são de grande importância ao planejamento e à gestão de atividades agropecuárias, seja na previsão de safras (plantio, colheita, manejo e produtividade), na previsão de períodos de seca prolongada que afetem a pecuária (produção de silos, armazenamento de água, planejamento de confinamentos, entre outros.) ou mesmo na gestão de desastres climáticos (secas, geadas, granizo, excesso de chuvas) ou outros fenômenos adversos.

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 CGRDE  CORUMBA  COXIM  DOURADOS  IVINHEMA  PARANAIBA  P PORA  T LAGOAS 

Mês P (mm) P (mm) P (mm) P (mm) P (mm) P (mm)  P (mm) P (mm) Jan 243 207 249 136 177 283 173 215 Fev 187 123 208 127 166 163 169 166 Mar 145 138 158 136 138 182 166 142 Abr 101 78 111 109 102 82 125 83 Mai 111 53 82 113 102 60 135 70 Jun 45 30 26 73 72 36 85 32 Jul 46 29 25 51 23 31 55 30 Ago 40 32 47 51 86 21 69 36 Set 81 47 55 106 113 53 105 65 Out 130 82 113 159 267 123 175 128 Nov 110 144 173 164 153 153 212 135 Dez 229 154 245 179 213 269 191 200

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