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Vírus de soja. Viroses respondem por perdas significativas na lavoura e devem ser controladas para manter a produção em nível rentável

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Academic year: 2021

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Soja

Soja

Soja

Soja

Soja

doenças

A

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A

A

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expansão da cultura da soja no Brasil deveu-se a vários fatores, tais como adaptação de novas cultivares a regiões de baixa latitude, e resistência a doenças. Assim, ob-servou-se uma evolução a partir do ano de 1970, passando de 1,5 milhão de toneladas para 27 milhões de toneladas em 1999.

A produção de soja representa 51% do total de todas as oleaginosas do mundo. No Brasil, a soja tem sido responsável por uma renda de 4,66 bilhões de dólares, o que re-presenta cerca de 11% do PIB.

A partir do momento em que o cultivo da soja se expandiu para novas áreas, no Brasil, começaram a aparecer sintomas de doenças, a maioria delas já conhecidas e descritas nos países tradicionalmente produtores desta le-guminosa. Os níveis de danos causados pelas doenças à soja têm sido muito variáveis, de-pendendo do patógeno envolvido e das con-dições climáticas. Dentre esses organismos causadores de doenças estão incluídos os ví-rus. Até o ano de 1970, cerca de sete viroses

estavam descritas no Brasil, infectando plantas de soja. Perdas estavam associadas ao efeito direto do vírus sobre as plantas, reduzindo o rendimento, bem como pela ação sobre a qua-lidade das sementes colhidas, obrigando ao descarte de lotes de sementes.

Outras viroses têm sido identificadas e muito pouco se conhece sobre os danos cau-sados à soja. A maior parte das viroses descri-tas no mundo, infectando a soja, encontra-se na Ásia, seguindo-se os EUA e América do Sul. Uma idéia da incidência de vírus em soja pode ser feita a partir da análise da tabela.

Mosaico comum

O vírus do mosaico comum da soja (VMCS) foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1955. Devido à transmissão pelas sementes é o vírus mais disseminado no país e no mundo. Em geral, as fontes de inóculos primários são as sementes contaminadas, as quais após a emergência servirão de fonte de inóculo para

os insetos vetores (pulgões).

Logo após a emergência já se pode obser-var plântulas infectadas que apresentam as fo-lhas primárias com forte sintoma de mosaico e ou distorções do limbo foliar. Essas plantas não se desenvolvem normalmente. Ao contrário, tornam-se anãs, apresentam retenção foliar e com baixa produção de vagens. As sementes originárias de plantas infectadas são mancha-das. O número de vagens que se desenvolvem também é reduzido. As sementes podem ter redução do peso e normalmente são mancha-das. Plantas infectadas produzem sementes com e sem manchas. Numa mesma vagem podem-se encontrar sementes totalmente, par-cialmente ou sem qualquer mancha.

O vírus do mosaico comum da soja (VMCS) pertence ao grupo dos potyvirus, caracteriza-do por ter partículas alongadas e flexíveis, medindo 710-750 nm x 12-15 nm.

Diversas espécies de pulgões, como, Myzuz persicae, Acyrthosiphon dirhodum, Hysteroneura setariae, Schizaphis graminum,

Vír

Vír

Vír

Vír

Vírus de soja

us de soja

us de soja

us de soja

us de soja

Viroses respondem por perdas significativas na lavoura e

devem ser controladas para manter a produção em nível rentável

Na foto:

Queima do broto causada por vírus da necrose branca do fumo

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O VMCS

dissemina-se

através de

sementes

contaminadas

Rhopalosiphum maydis e Dactninotus ambro-siae, transmitem o VMCS de forma não per-sistente. Outras espécies como Aphis cracci-vores e Rhopalosiphym padi também são ve-tores.

O VMCS dissemina-se através de semen-tes contaminadas. As semensemen-tes germinam e podem originar plântulas infectadas as quais se constituem na fonte de inóculo primário. A porcentagem de transmissão pelas sementes é bastante variável, mas os valores obtidos com cultivares suscetíveis ficam entre 0,5 e 7%. Nos testes de transmissão do vírus por sementes as porcentagens variaram com as cultivares e com a estirpe do vírus. Constatou-se que se-mentes sem manchas podem transmitir o vírus e originar uma plântula infectada. No entanto, nem todas as sementes manchadas originam plântulas infectadas.

É importante observar que no Brasil não há pulgões infestando soja. A transmissão ocor-re através de picadas de prova, de pulgões ala-dos, com pousos casuais sobre plantas infec-tadas, o que termina por disseminar o vírus de plantas infectadas para plantas sadias.

A constatação do efeito desse vírus na pro-dução, em condições de campo, foi feita no

Brasil. Dependendo da idade das plantas na infecção e da proporção de plantas infectadas, as perdas variaram de 20 a 80%.

Os prejuízos causados pelo VMCS podem também ser devidos ao descarte de sementes (valores maiores do que 5% de sementes com manchas). A maturação é atrasada e é comum se encontrar plantas verdes, no meio de plan-tas já amadurecidas. No entanto, devido ao aparecimento de estipes novas, ainda há cerca de 20% de cultivares comerciais suscetíveis. A resistência ao VMCS é condicionada por ale-los dominantes. Existem três loci que contro-lam a resistência, sendo que para o primeiro locus identificado existe uma série alélica Rsv, Rsv e rsv. Um segundo gene para resistência ao VMCS foi encontrado na cultivar Raiden e Designado Rsv2.

Diversos genótipos têm sido descritos no Brasil como sendo resistente ao VMCS. O con-trole deste vírus é obtido através do uso de cultivares resistentes.

Queima do Broto

A infecção se manifesta cerca de 20 a 30 dias após a semeadura. As plantas de soja in-fectadas apresentam o broto com curvatura, necrosado e facilmente

que-brável. Normalmente apre-sentam escurecimento da medula da haste principal, o que se constitui no prin-cipal sinal de diagnose des-ta doença. Após a morte do broto apical as plantas pro-duzem excessiva brotação axilar, com folhas afiladas e

de tamanho reduzido. O crescimento é parali-sado, com aspecto de planta anã, produzindo poucas vagens. Caso a infecção ocorra mais tarde (após 40-45 dias), os danos serão bem menores. As sementes formadas podem apre-sentar manchas associadas à ruptura do tegu-mento.

O Vírus da Queima do Broto da Soja (VQBS) tem partícula esférica com cerca de 25-30 nm de diâmetro e pertence ao grupo dos llarvírus.

O VQBS é transmitido por tripes do gêne-ro Frankliniella. Nos Estados Unidos as espé-cies F. schultzei e Trips tabaci foram citadas como vetoras. No Paraná, as espécies mais co-mumente encontradas nos campos são Frankli-niella sp. e Caliothrips phaseoli, este último considerado não transmissor. Recentemente, demonstrou-se que o VQBS é transmitido pelo pólem aderido ao aparelho bucal dos tripes, adultos ou larvas, em plantas de Chenopodium amaranticolor.

No Paraná, em áreas onde a doença é

en-dêmica, constatou-se a presença de uma hos-pedeira do vírus, conhecida por cravorana (Am-brosia polystachya), espécie pertencente à fa-mília das compostas. Outras espécies vegetais naturalmente infectadas pelo VQBS são algo-dão, tomate, girassol, picão, amendoim, Cro-talaria sp e fumo.

Os danos causados pelo VQBS à soja são variáveis, dependendo das condições climáti-cas (especialmente chuvas) como também do local onde se instala a cultura da soja. Em al-gumas regiões do estado do Paraná, a cultura ficou inviabilizada, pois os prejuízos eram to-tais. Em outras áreas tem-se notado que em anos secos ou quando as chuvas ocorrem em períodos bastante espaçados (grandes inter-valos), há aparecimento da doença, em níveis variáveis de infecção. Sabendo-se que a po-pulação de tripes era reduzida pela ação das chuvas, procurou-se estudar semeaduras atra-sadas, nas áreas consideradas de risco. Após cinco anos de pesquisas, verificou-se que se-meaduras tardias nunca apresentaram, em média, mais que 15% de plantas infectadas, com prejuízos desprezíveis.

O controle químico dos insetos vetores não forneceu controle, visto que os tripes virulífe-ros mantêm a migração durante longo perío-do, de fora para dentro das lavouras e conseguem in-fectar as plantas antes de morrer pelo efeito dos in-seticidas. As levas constan-tes de tripes requereram aplicações continuadas de inseticidas para que hou-vesse maior controle dos vetores.

Não foi possível, até o momento, encon-trar qualquer genótipo de soja resistente ao VQBS. Devido a isso, tem-se retardado a se-meadura com excelentes resultados.

Mosaico Cálico

O Vírus do Mosaico Cálico da Soja (VM-CaS) é transmitido por sementes de soja infec-tadas. As plântulas infectadas apresentam fo-lhas primárias com áreas amarelas. Nas fofo-lhas trifolioladas, os sintomas são variáveis ocor-rendo desde estrias amarelas até intensa clo-rose internerval ou cloclo-rose das bordas do tri-fólio, podendo sugerir fitotoxicidade ou até deficiência nutricional.

Fotomicrografias eletrônicas do VMCaS re-velam várias formas e tamanhos de partículas, variáveis desde partículas isométricas, com 18nm de diâmetro, até partículas baciliformes, com comprimentos de 58 a 36nm x 18nm.

Este vírus é transmitido por várias espéci-es de afídeos de maneira não persistente. A

Álvaro ensina quais as doenças viróticas que atacam a soja

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As plantas

infectadas pelo

vírus do mosaico

Anão são

geralmente anãs

transmissibilidade do VMCaS por sementes é uma característica muito importante na sua dis-seminação. O VMCaS infecta além de alfafa e soja, outras espécies como feijão, batata, to-mate, ervilha e fumo, além de Chenopodium amaranticolor, Chenopodium quinoa e Malva parviflora.

A taxa de transmissão observada entre al-gumas cultivares de soja variou de 0 a 11,2%, mas, em média, foi sempre inferior a 5%.

É necessário considerar que a transmissão do VMCaS através de sementes, produzidas em plantas infectadas, constitui-se em impor-tante fonte de disseminação do vírus. Normal-mente o vírus do mosaico cálico da soja (VM-CaS) causa pouca redução no desenvolvimen-to da planta. Em alguns casos, plantas infecta-das artificialmente exibem sintomas severos, recuperam-se e voltam mais tarde a exibir os sintomas de intenso mosaico amarelo.

Até o presente momento, o vírus foi de-tectado em baixa intensidade, apenas nos es-tados de São Paulo e Paraná. No entanto, por ser transmitido por sementes e facilmente trans-mitido por afídios de soja-a-soja, o vírus pode apresentar importância ocasionalmente.

O controle é feito por cultivares resisten-tes. Um gene dominante é responsável pela resistência. Genótipos que possuem as culti-vares Pérola e Planalto como ancestrais, são resistentes.

Mosaico Anão

As plantas de soja infectadas pelo Vírus do Mosaico Anão (VME) são geralmente anãs. Alem disso, apresentam também superbrota-mento com redução e deformação do folíolo.

A infecção somente é observada em plantas no estádio de floração. Em plantas mais velhas podem ser observados encarquilhamento do limbo foliar e mosaico. Em alguns casos ob-serva-se o aparecimento de bolhas.

O VME pertence ao grupo dos geminivi-rus, sendo constituído por duas partículas ge-minadas medindo 18 x 32 nm e possui ácido nucléico constituído de uma fita simples e cir-cular de ADN em cada partícula.

O vírus é transmitido através da mosca branca (Bemisia tabaci). Normalmente, duran-te o período de cultivo da soja, encontram-se, no campo ou ao redor dele, plantas de Eu-phorbia sp. infectadas com o vírus e que tam-bém hospedam a mosca branca, a qual, ao migrar para a soja, dissemina o vírus na lavou-ra. O vírus mais comumente isolado é o Vírus do Mosaico da Euphorbia (VME), planta

dani-nha conhecida como leiteiro ou amendoim bra-vo (Euphorbia heterophyla).

Os sintomas em soja são normalmente tar-dios. Uma das explicações é que o vírus multi-plica-se inicialmente na hospedeira H. hetero-phyla, conhecido por leiteiro. Dessa planta o vírus é transmitido às plantas de soja pelas moscas brancas. Por essa razão o VME em soja está associado à presença do leiteiro. Em anos favoráveis à multiplicação do vetor há maior incidência dessa virose. Além de várias cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris), o VME infecta a soja, alguns híbridos de fumo e Da-tura stramonium.

Não há estudos quantificando danos por este vírus na soja. No entanto, observações feitas em campo demonstram que plantas no-vas, quando infectadas, sofrem extrema redu-ção de porte e insignificante produredu-ção de va-gens.

Em Londrina, plantas de soja da cv. Bossi-er infectadas com o VME foram identificadas no campo e posteriormente colhidas. A com-paração com plantas sadias mostrou uma mé-dia de 8,85% de redução do número de va-gens e 5,75% de redução no peso dos grãos. Não se constatou mancha nos tegumentos.

Entre 687 genótipos avaliados no campo, próximos às plantas de leiteiro infectadas, não se identificou nenhum genótipo resistente. Como a principal planta hospedeira (E. hete-rophyla) do vírus é também uma planta dani-nha, o agricultor normalmen-te faz o controle da mesma, reduzindo a fonte de inóculo próxima aos campos de cul-tivo.

Mosaico Crespo

Sob a ação do Vírus do Mosaico Crespo (VMCrS), as plantas de soja apresentam folhas com mos-queado com formação de alguma rugosidade e bolhas. Normalmente os sintomas não apa-recem em plantas jovens (20-30 dias), pois na época dos primeiros plantios ainda não há ocor-rência de alta população de mosca branca (Be-misia tabaci) e de plantas de guanxuma (Sida sp) infectadas, ao redor dos campos de cultivo de soja.

O Vírus do Mosaico Crespo da Soja (VMCrS) causa forte clorose e mosqueado em folhas de guanxuma(Sida sp). E é facilmente identificado nessas plantas. O VMCrS possui partículas poliédricas, medindo 18x30mm e ocorre de forma geminada e é classificado como sendo membro do grupo geminivirus. O VMCS é transmitido através da mosca branca (Bemisia tabaci).

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exis-tência simultânea de plantas hospedeiras in-fectadas e do vetor, próximos aos campos de soja. No Brasil, os hospedeiros mais comuns são Sida micrantha, Sida rhombifolia, Sida acu-ta, Abutilon striatum, Nicandra physaloides, algodão, batata, quiabo e feijão. A ocorrência desta virose em campos de produção de soja no Paraná é extremamente rara ou até ausen-te. Isto se deve, provavelmente, à baixa capa-cidade de transmissão do vírus da soja infecta-da para a soja sadia, através de mosca branca. Mas, a transmissão a partir de Sida micrantha e Sida rhombifolia para soja é mais alta. O con-trole é feito através da eliminação dessas es-pécies nos campos de cultivo.

Estudos conduzidos experimentalmente com o VMCrS demonstraram que plantas de soja infectadas através de mosca branca tive-ram sua produção reduzida entre 13 a 87%, dependendo da cultivar utilizada. À semelhança do VME, sua ocorrência está

associada à presença de plan-tas infectadas e da população de mosca branca no campo.

Mosaico Rugoso

O Mosaico Rugoso da Soja (VMRuS) foi detectado no Bra-sil, em 1987, infectando

plan-tas de soja das cultivares Doko e Cristalina, no Distrito Federal.

No campo as plantas infectadas exibem mo-saico severo, com leve encarquilhamento das folhas, que às vezes apresentam formação de bolhas verde-escuras circundadas por áreas verdes-claras, levemente translúcidas. Um in-teressante fato observado em plantas de soja infectadas com este vírus foi o aparecimento de sementes manchadas, à semelhança do que ocorre com o VMCS.

O mosaico rugoso da soja é causado no Brasil pelo vírus do mosaico-em-desenho do feijoeiro. Também tem sido descrito na Amé-rica Central e nos EUA, recebendo a denomi-nação de vírus do mosaico rugoso do feijoeiro e pertence ao grupo dos comovirus.

As partículas virais têm cerca de 28-30 nm de diâmetro. O VMRuS é transmitido no Bra-sil mais eficientemente por Cerotoma arcuata do que por Diabrotica speciosa. Há ainda a transmissão por C. ruficornis, Diabrotica bal-teata e D. adelpha. Não se constatou trans-missão do vírus por sementes de feijão.

O vírus do mosaico em desenho do feijo-eiro infecta ervilha e Chenopodium amaranti-color. As características apresentadas por este vírus permitiram incluí-lo no grupo dos como-virus. O vírus infecta várias cultivares de soja, além de ervilha e caupi. O VMRuS causa le-sões locais necróticas em Chenopodium

ama-ranticolor e mosaico sistêmico em Vicia faba. Como este vírus não se transmite por se-mentes de soja, sua principal fonte são plantas de feijão próximas à lavouras de soja. Em al-guns locais, as duas culturas co-existem. Des-sa forma o vírus pode se transferir do feijão para a soja, através dos insetos vetores (vaqui-nhas).

A incidência dessa virose no estado do Pa-raná, nos últimos 4 anos é baixa (< 2%). Ela depende da fonte de inóculo e da população dos vetores. Os danos em soja são variáveis, dependendo da incidência no campo, da ida-de das plantas quando da infecção e das culti-vares. Alguns genótipos são resistentes.

Constatou-se efeito sinérgico com o VMCS, na cultivar OCEPAR-4. A resistência a qualquer um dos dois vírus impede esse siner-gismo.

Técnicas de diagnose Na virologia, uma das maiores dificuldades é o diagnóstico de amos-tras de plantas aparente-mente infectadas por ví-rus. Em alguns casos, apenas a avaliação dos sintomas é suficiente para caracterizar o vírus envolvido. Em outros casos, há necessidade de se recorrer aos mé-todos tradicionais de sorologia, como o teste de dupla difusão em agar ou a técnicas mais avançadas como ELISA e RT-PCR.

Um explicação resumida dessas técnicas é apresentada a seguir.

No teste de dupla difusão em agar, prepa-ra-se um gel com 0,8% de agar e 1% de azida de sódio. Para o caso de vírus alongados, deve-se adicionar 0,5% de SDS (dodecil sulfato de sódio). Após aquecimento para dissolução dos reagentes, deposita-se 12 ml do meio numa placa de Petri. Após solidificação, perfuram-se perfuram-seis orifícios de 3-5 mm de diâmetro, dis-tanciados de 3 a 5 mm. No orifício central, deposita-se o antissoro, para a qual se quer testar a amostra. E nos orifícios ao redor de-positam-se as amostras (extrato de tecido apa-rentemente infectado, diluído 1;8, em água). Incuba-se em câmara úmida e faz-se leitura após 16-24 h. A presença de uma linha bran-ca signifibran-ca reação positiva.

Já no teste de ELISA indireto, associa-se à formação do complexo antígeno, anticorpo, uma propriedade enzimática, com formação de compostos coloridos. O anticorpo, produzido a partir de um determinado antígeno (vírus) é ligado a uma enzima que reconhecerá seu subs-trato, reagindo com ele e produzindo uma substância colorida cuja intensidade está

as-Na virologia,

uma das maiores

dificuldades é o

diagnóstico de

amostras

Planta do leiteiro infectada Heuphorbia hetrophyla

Planta do leiteiro infectada Heuphorbia hetrophyla

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Álvaro Manuel R. Almeida, Embrapa Soja

sociada à concentração do antígeno na amos-tra. Portanto, neste teste têm-se propriedades qualitativas e quantitativas.

O teste de Elisa tem duas variantes princi-pais; ELISA direto tipo sanduíche e ELISA indi-reto. Por ser mais barato, em diagnose utiliza-se rotineiramente o teste indireto. Inicialmente, adiciona-se aos orifícios de uma placa de plásti-co (total de 96 orifícios), o extrato das amos-tras de plantas. Após incubação a 37oC lava-se

a placa e adiciona-se o antissoro purificado (de-nominado IgG) que irá se ligar ao antígeno (já ligado à placa ou à membrana de nitrocelulo-se). Faz-se nova incubação e, posteriormente, lavagem. Adiciona-se um anti-antissoro, produ-zido em outro animal e que está ligado a uma enzima. Normalmente, fosfatase alcalina. Após incubação e lavagem, adiciona-se o substrato que irá reagir com a enzima e produzirá um novo composto, colorido. Através de spectro-fotômetro determina-se a absorbância. Por com-paração com a absorbância do tecido sadio, determina-se se a amostra está ou não, infecta-da.

Normalmente, o limite é estabelecido mul-tiplicando-se a média do desvio padrão obtido com os valores das absorbâncias das amostras de tecido sadio, por 2. Qualquer valor acima desse valor obtido significa que a amostra está infectada.

Resumidamente, a técnica segue os seguin-tes passos;

1. Adicionar o antigeno (extrato de plan-ta) na placa e incubar a 37o C;

2. Lavar, adicionar algG e incubar; 3. Lavar, adicionar aanti-lgG e incubar; 4. Lavar, adicionar o substrato e aguardar a reação. Paralisar a reação e efetuar a leitura de absorbância.

Já a técnica denominada RT-PCR (Reverse Transcriptase – Polymerase Chain Reaction) não será descrita neste trabalho por estar publicada em livros específicos. Ela baseia-se em duas pro-priedades. Inicialmente, obtém-se o rna men-sageiro do vírus, o qual será utilizado para a obtenção de uma cópia de DNA, denominado c-DNA através da enzima transcriptase rever-sa. Esse DNA é necessário à reação seguinte, de PCR, que permitirá a amplificação do mes-mo. Nessa reação é necessário utilizar-se de primers específicos para cada vírus (ou grupo de vírus). O aparecimento de DNA significa que os primers foram adequados e, portanto, existe na amostra o vírus em questão.

Com esse DNA pode-se determinar a se-qüência de parte do genoma viral, permitindo compará-lo a milhares de seqüências descritas e assim identificá-lo.

Sementes de soja infectadas pelo vírus do mosaico comum

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