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do Estado Filipa Matias Magalhães Maria Leitão Pereira Coordenação de Prefácio de Paula Franco Bastonária da OCC

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Coordenação de

Filipa Matias Magalhães Maria Leitão Pereira

Descomplicar

o Orçamento

do Estado 20 20

Prefácio de Paula Franco

Bastonária da OCC

AUTORES:

Aleida Vaz de Carvalho Ana de Campos Cruz António Carlos Gomes Dias Carla Linder Martins Carla Tavares Carlos Vilas Boas Domingos Cascais Filipa Matias Magalhaes José João Monteiro José Pedro Farinha Maria Alexandra Martins Maria Leitão Pereira

Marta Machado de Almeida Miguel Coutinho

Paulo Marques Ricardo Codeço Sérgio Cunha

Teresa Cruz Almeida Vanessa Cardoso Correia

www.vidaeconomica.pt

Visite-nos em

livraria.vidaeconomica.pt

ISBN: 978-989-768-694-8 A obra que trazemos ate vós este ano, pelo 6.º ano consecutivo, tem merecido o nosso profundo carinho, não só pelo contributo que tem dado para a sim-plificação e clarificação de normas que, todos os anos, têm um impacto muito grande na legislação em vigor, alterando, revogando, suspendendo ou aditan-do novas normas no ordenamento jurídico, como também pela oportunidade que nos tem dado de nos associarmos a vários autores que connosco partilham o mesmo ADN.

Um especial agradecimento a todos aqueles que, ano após anos, têm tido a ge-nerosidade de colaborar connosco neste projeto que nasceu da perceção que as normas da Lei do Orçamento de Estado, pelo impacto que têm pela altera-ção que produzem no regime legal em vigor até à data da sua entrada e pela profunda alteração que introduzem na esfera jurídica dos cidadãos, devem ser claras e perceptíveis para todos os seus destinatários.

Este ano, a obra que agora trazemos até si, surge num contexto completamente atípico, excecional e singular, bem diferente do momento em que foi elaborada e aprovada. Esta circunstancia, desperta em nós a expectativa de perceber em que medida as normas consagradas na LOE2020 serão efetivamente aplicadas, nomeadamente no que respeita às valorizações remuneratórias na Função Pú-blica, aos benefícios fiscais que esta Lei tem sido o veiculo portador e ainda à alteração de vários diplomas legais.

A todos vocês, que têm seguido o nosso trabalho nos últimos anos e aos que agora se juntam a nós, fazemos votos de uma boa leitura, desejando poder contribuir para descomplicar e vos ajudar na interpretação destas normas que tantas alterações introduzem com a sua entrada em vigor.

As coordenadoras, Filipa Matias Magalhaes e Maria Leitão Pereira

9 789897 686948

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Descomplicar

o Orçamento

do Estado 20 20

Coordenação de

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Autores

Vários

Coordenação

Filipa Matias Magalhães e Maria Leitão Pereira

Editor

Vida Económica - Editorial, SA

R. Gonçalo Cristóvão, 14 - 2º • 4000-263 Porto www.vidaeconomica.pt • http://livraria.vidaeconomica.pt

Composição e montagem

Vida Económica

Impressão e acabamento

DPS - Digital Printing Services, LDA

Depósito Legal

469966/20

ISBN

978-989-768-694-8 Executado em maio de 2020

A cópia ilegal viola os direitos dos autores. Os prejudicados somos todos nós.

© Todos os direitos reservados para Vida Económica, Editorial, SA

Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida, no todo ou em parte, por qualquer processo mecânico, fotográfico, eletrónico ou de gravação, ou qualquer outra forma copiada, para uso público ou privado (além do uso legal como breve citação em artigos e críticas) sem autorização prévia por escrito da Vida Económica – Editorial, S.A.

Veja no final deste livro como se registar na n/ editora e receber informação sobre lançamentos, iniciativas e promoções da Vida Económica – Editorial SA

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PREFÁCIO

Tentar simplificar o que é complexo é um objetivo nem sempre fácil de alcançar, ainda para mais numa sociedade em que vivemos rodeados por informação abundante. O desafio é ainda maior quando o documento que é proposto para agilizar é, nada mais nada menos, do que o Orçamento do Estado 2020.

Pelo sexto ano consecutivo (a primeira edição desta obra nasceu com o OE/2015), Filipa Matias Magalhães e Maria Leitão Pereira, meteram mãos à obra e coordenaram «Descomplicar o Orçamento do Estado 2020». Para tal, rodearam-se de qualificados especialistas (fiscais, contabilísticos, docentes e da administração pública central e local, entre outros) que ana-lisaram à lupa diversos aspetos sobre o documento que serve de orientação para famílias, empresas e o próprio Estado.

Este Orçamento do Estado, validado pela Lei n.º 2/2020, de 31 de mar-ço, é, certamente, o mais invulgar dos últimos anos. Elaborado e aprovado numa conjuntura de crescimento económico, acaba por ser publicado e ter entrado em vigor numa fase adversa cujas consequências estamos ainda longe de conhecer na totalidade e cujos efeitos sobre o tecido económico e social poderão ter um preço elevado.

As temáticas em apreço são diversas, sempre tendo como foco as novi-dades introduzidas: tributação do alojamento local, Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social, o recruta-mento de trabalhadores e as limitações à contratação, habitação, o regime de aposentação, as taxas de tributação autónoma e a sua contribuição na formação da taxa efetiva de imposto, a tributação de mais-valias, impostos

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indiretos, os municípios e as receitas do IVA, o SNC-AP nas freguesias, o IRS e o regime dos residentes não habituais.

Pela amostra, constata-se a abrangência da análise, o que reforça a uti-lidade deste manual, nomeadamente para os contabilistas certificados, no que ao seu trabalho diário diz respeito, no auxílio infatigável que prestam aos seus clientes. No fundo, trata-se de mais uma ferramenta de grande utilidade para aprimorar os serviços que os profissionais da contabilidade prestam no âmbito da garantia de serviço público que lhes está confiada por lei.

«Descomplicar o Orçamento do Estado 2020» não terá, certamente, todas as respostas que o diploma orçamental suscita, mas tem esclarecimentos e análises muito relevantes. Por isso, este é um livro para ter sempre perto da vista, tornando mais ligeira a abordagem a um documento que é, simultaneamente, tão complexo e decisivo para as nossas vidas. Ainda para mais no atual contexto atípico de emergência sanitária em que estamos envolvidos. Sem prejuízo deste documento ser sujeito a ajustes ou retificações num futuro relativamente próximo, desafiamos os contabilistas certificados, e não só, que façam deste mais um manual de leitura obrigatória.

Paula Franco,

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ÍNDICE

OE 2020 e os Impostos sobre o Rendimento

António Carlos Gomes Dias (PhD) ...9 Tributação Indireta no OE 2020

Marta Machado de Almeida ...23 Alteração das Taxas de Tributação Autónoma e a Contribuição

na formação da Taxa Efetiva de Imposto

José Pedro Farinha, Domingos Cascais e José João Monteiro ...41 Tributação de Mais-Valias na Afetação e Desafetação

de Imóveis à/da Categoria B do Irs

Paulo Marques ...61 A Habitação na Lei do Orçamento de Estado Para 2020

Ana de Campos Cruz ...75 Das Alterações do Orçamento do Estado para 2020 ao Regime

de Tributação do Alojamento Local

Ricardo Codeço ... 103 Regime dos Residentes Não Habituais na Lei do Orçamento

do Estado Para 2020

Miguel Coutinho ... 121 2020: O Desafio do SNC-AP nas Freguesias

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Participação dos Municípios nas Receitas do Iva no Contexto das Smart Cities

Carlos Vilas Boas ... 151 Alterações ao Código dos Regimes Contributivos do Sistema

Previdencial de Segurança Social

Teresa Cruz Almeida ... 171 O Orçamento de Estado e os Contratos de Prestação de Serviços e o Seu (Isolamento) Jurídico

Sérgio Cunha ... 187 Cuidar de quem cuida, uma realidade que já não pode recuar

Carla Tavares ... 205 Crónicas de uma Lei Orçamental em tempo de crise: o que esperar destas Medidas Orçamentais no momento de crise e pós-crise Covid19?

Filipa Matias Magalhaes ... 217 Os rendimentos dos pensionistas e a Lei do Orçamento de Estado para o ano 2020 ... 239

Maria Leitão Pereira ... 239 O orçamento de estado, um instrumento de gestão essencialmente financeiro, mas com impacto direto na vida pessoal e profissional das pessoas singulares - em que medida?

Maria Alexandra Martins ... 249 Os concursos das carreiras docentes do ensino superior: recrutamento versus progressão na carreira e a Lei de Execução Orçamental para 2019

Aleida Vaz de Carvalho... 289 Orçamento de estado 2020: notas sobre a saúde

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OE 2020 E OS IMPOSTOS SOBRE

O RENDIMENTO

António Carlos Gomes Dias (PhD)

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento

Doutorado em Contabilidade Contabilista Certificado Revisor Oficial de Contas Especialista em Impostos sobre o Rendimento

Introdução

O Orçamento de Estado para 2020, pelo menos na perspetiva do Go-verno, traduz-se num orçamento de continuidade. Nesse sentido, apesar de se verificar alguma estabilidade na legislação fiscal relativa aos impostos sobre o rendimento, o Orçamento de Estado para 2020 apresenta algumas alterações que pretendem contribuir para os desígnios governamentais. Vejamos as mais significativas em sede de Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) e coletivas (IRC)1.

1. Neste capítulo não abordamos as alterações promovidas pelo OE 2020 relacionadas com a tributação do alojamento local, afetação de imóveis à categoria B e tributação autónoma, temas que são tratados autonomamente ao longo desta obra.

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1. IRS - Imposto sobre o Rendimento das

Pessoas Singulares

Considerando os objetivos do governo, mais uma vez, esperávamos que em 2020 se verificasse uma redução significativa de impostos que viesse elevar o rendimento disponível das famílias e promover uma maior justiça e equidade fiscal.

Porém, à semelhança do verificado em 2019, concluímos que as altera-ções que decorrem da publicação do OE para 2020 mantém, pelo menos para a grande maioria dos agregados familiares, a pressão tributária que se tem sentido nos últimos anos, uma vez que se verifica a manutenção nas taxas finais do imposto e da maioria das deduções à coleta.

Por outro lado, ainda que os limites dos escalões de tributação tenham sido atualizados em 0,3% (o que de resto, não ocorreu no ano anterior), apenas se limitaram a acompanhar a taxa de inflação registada em 2019, sendo que se espera para 2020, de acordo com as mais recentes previsões do Bando de Portugal, uma taxa de inflação de 0,9%. Por esse motivo, a generalidade dos contribuintes terá um nível de tributação em 2020 semelhante ao registado em 2019, acompanhado por uma redução efetiva do seu poder de compra.

De qualquer forma, ainda que o alcance das medidas nos pareça limitado e destinado a uma faixa pouco representativa da generalidade dos sujeitos passivos de IRS, o OE para 2020 apresenta algumas medidas que visam diminuir o imposto a pagar, designadamente alterações legislativas que isentam de tributação rendimentos de trabalho auferidos por jovens e o aumento de deduções fiscais relacionadas com dependentes.

Isenção de IRS para Jovens

O OE para 2020 aditou ao CIRS o artigo 2.º-B que estabelece uma isenção parcial de tributação dos rendimentos com origem no trabalho (categoria A), auferidos por sujeitos passivos com idade compreendida entre 18 e os 26 anos, medida que fica conhecida por “IRS Jovem”.

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TRIBUTAÇÃO INDIRETA NO OE 2020

Marta Machado de Almeida

sócia (RFF & Associados) Rita Arcanjo Medalho advogada associada (RFF & Associados)

1. Introdução

A presente Lei do Orçamento de Estado para 2020 também, de uma nova legislatura, tem sido destacada pela sua natureza minimalista, sendo tímidas as alterações a que se propõem. Neste sentido, numa lógica assu-mida de continuidade, mantém-se a preocupação da estabilidade legislativa fiscal e também a tendência de garantir alguma reposição de rendimento às famílias e onerar a tributação do consumo.

De seguida, neste artigo, iremos analisar as principais alterações cons-tantes da Lei do Orçamento do Estado para 2020, em matéria de tributação indireta, em particular, em sede de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), Imposto do Selo, Impostos Especiais de Consumo (IEC), Tributação Automóvel e, também, em matéria de tributação do património.

2. Principais alterações em sede de IVA

(i) Alterações de taxas

Em matéria de alterações às listas anexas ao Código do IVA, a Lei do Orçamento do Estado para 2020 determina alterações à Lista I anexa ao

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Código do IVA (bens e serviços sujeitos a taxa reduzida – 6%), nos termos seguintes:

(i) clarificação da aplicação da taxa reduzida de 6% a águas residuais tratadas (aditamento da verba 2.35);

(ii) inclusão das entradas em jardins zoológicos, botânicos e aquários públicos que passam (novamente) a beneficiar da taxa reduzida; (iii) inclusão das prestações de serviços que consistam em proporcionar

a visita, guiada ou não, a edifícios classificados de interesse nacional, público ou municipal e a museus que cumpram os requisitos previs-tos na Lei Quadro dos Museus Portugueses, com exclusão dos fins lucrativos, e que não beneficiem da isenção prevista para prestações de serviços (verba 2.34); e

(iv) exclusão das entradas em espetáculos de tauromaquia que passam, assim, e ao contrário do implementado através da Lei do Orçamento do Estado para 2019, a ser tributadas à taxa normal de imposto de 23% (verba 2.32).

(ii) Outras alterações

Em linha com as preocupações ambientais, o IVA respeitante à elec-tricidade utilizada em viaturas elétricas ou híbridas plug-in passa a ser dedutível.

Relativamente aos créditos de cobrança duvidosa determina-se que sejam qualificados como créditos de cobrança duvidosa os créditos que se encontram em mora há mais de 12 meses, verificando-se, assim, uma redução dos anteriormente 24 meses aplicáveis, desde a data do respetivo vencimento, desde que existam provas objectivas de imparidade e de terem sido efectuadas diligências para o seu recebimento.

Neste âmbito, o pedido de autorização prévia, para a dedução do imposto relativo a créditos considerados de cobrança duvidosa, deve ser apreciado pela Autoridade Tributária e Aduaneira no prazo máximo de quatro meses – anteriormente era de oito meses –, findo o qual se considera

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CRÓNICAS DE UMA LEI

ORÇAMENTAL EM TEMPO DE CRISE:

O QUE ESPERAR DESTAS MEDIDAS

ORÇAMENTAIS NO MOMENTO

DE CRISE E PÓS-CRISE COVID19?

Filipa Matias Magalhaes

Advogada, Docente Universitária, Formadora e Consultora jurídica

Resumo

Na sequência do que temos vindo a fazer nos últimos seis anos, dedi-caremos a nossa análise ao Capítulo III da Lei do Orçamento de Estado no qual são reguladas as matérias que respeitam à Administração Pública e à gestão dos seus trabalhadores.

Esta continuidade da nossa analise, tem-nos permitido fazer algumas comparações, estabelecer continuidades e disrupções no que respeita às principais orientações relativamente aos anos anteriores e, é por isso, que se há politicas de continuidade, há outras em que o corte se foi fazendo e, nesta análise de continuidade, temos constatado essa evolução.

Este ano destacam-se algumas medidas que compõem o Quadro es-tratégico para a Administração Pública e que elencam como principais objetivos para este ano, os objetivos de valorização e rejuvenescimento dos trabalhadores da Administração Pública, simplificação de procedimentos, desenvolvimento de instrumentos de gestão e capacitação das organizações

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e indivíduos, a valorização e qualificação dos trabalhadores, a promoção de bons ambientes de trabalho e garantia da saúde e segurança no trabalho, o rejuvenescimento dos mapas de pessoal e suprimento das necessidades, a promoção de programas de mobilidade transversal, a adoção de uma estratégia concertada com vista à redução do absentismo, a efetivação da pré-reforma, a simplificação do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP), o reforço dos centros de competências, das áreas estratégicas de conceção e de planeamento de políticas públicas e a inovação, modernização e a transformação digital da administração.

Todos estes objetivos deverão ser alcançados, de acordo com o Plano do Governo, num quadro de eficiência, racionalidade e sustentabilidade a longo prazo.

Introdução

A Lei do Orçamento de Estado deste ano tem a singularidade de ter sido elaborada, discutida e aprovada num período onde não se antecipava a crise que vivemos atualmente, tendo sido promulgada e publicada já no período da crise Covid19, com tudo que esta circunstancia exigiu ao nível da preocupação em encontrar medidas para atenuar os efeitos da crise económica, consequência da crise de saúde publica, e cuja dimensão e duração são ainda desconhecidas.

Esta circunstância deixa-nos, assim, expectantes quanto à efetiva apli-cação destas normas. Como teremos oportunidade de analisar, as normas da Lei do Orçamento de Estado para 2020 (doravante LOE2020) apontam para um caminho de consolidação, progressão, normalização das remune-rações e valorização da Administração Pública e dos seus trabalhadores, sendo que alguns institutos jurídicos que estavam adormecidos foram agora acordados por força da lei, como sucede com os prémios de desempenho.

Todas estas normas eram muito aguardadas, não só por quem trabalha na Administração Publica – os seus diretos destinatários e,

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consequente-OS RENDIMENTconsequente-OS Dconsequente-OS PENSIONISTAS

E A LEI DO ORÇAMENTO DE ESTADO

PARA O ANO 2020

Maria Leitão Pereira

Jurista Doutoranda em Gestão Universidade de Aveiro

Com a Lei n.º 2/2020, de 31 de março, que aprova o Orçamento do Estado para o ano 2020 (adiante LOE2020), foi aprovado um mecanismo que, à semelhança dos anos anteriores, pretende devolver rendimentos aos pensionistas, nomeadamente àqueles cujos direitos foram afetados nos últimos anos pelas medidas de contenção das despesas.

Assim, em 2020 haverá dois momentos distintos de atualização do valor das pensões. Uma primeira atualização – ordinária – com efeitos a janeiro de 2020 (ponto 1 do presente artigo) e uma segunda atualização – extraordinária – prevista na LOE2020 (ponto 2)

1. Atualização ordinária das pensões – a Portaria

n.º 28/2020

A Portaria n.º 28/2020, de 31 de janeiro, procedeu à atualização anual, para o ano 2020, das pensões e de outras prestações sociais atribuídas pelo sistema de segurança social (adiante SS), das pensões do regime de proteção

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social convergente atribuídas pela Caixa Geral de Aposentações (adiante CGA) e das pensões por incapacidade permanente para o trabalho e por morte decorrentes de doença profissional.

Mantendo o objetivo de melhoria dos rendimentos dos pensionistas, a atualização teve como indicadores de referência a média da taxa do cresci-mento médio anual real do Produto Interno Bruto dos últimos dois anos, terminados no terceiro trimestre do ano anterior àquele a que se reporta a atualização, e a variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), sem habitação, disponível em dezembro do ano 2019. O valor das pensões atribuídas pelo Sistema de Segurança Social e das pensões de aposentação, reforma e invalidez atribuídas pela CGA, I. P., é, portanto, atualizado nos termos previstos na Lei n.º 53-B/2006103, de 29 de dezembro, e na Lei n.º 52/2007104, de 31 de agosto, e na Portaria n.º 28/2020, de 31 de janeiro.

Nos termos da referida Portaria105 a atualização regular das pensões tem como referenciais os seguintes indicadores:

– Crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), correspondente à média da taxa do crescimento médio anual dos últimos dois anos106;

103. Diploma alterado pela Lei 3-B/2010, de 28 de abril, pelo Decreto-Lei n.º 254-B/2015, de 31 de dezembro e pela Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro.

104. Diploma alterado pelo Decreto-Lei n.º 25/2017, de 3 de março.

105. Excluem-se do âmbito da atualização prevista na Portaria n.º 28/2020 os beneficiários da Caixa de Previdência dos Empregados do Banco de Angola com direito aos benefícios constantes de instrumento de regulamentação coletiva de trabalho do setor bancário, ex-ceto no que respeita a eventual parcela de pensão correspondente a carreira contributiva do regime geral de segurança social e ao complemento de pensão por cônjuge a cargo, os beneficiários abrangidos pelos regulamentos especiais de segurança social dos trabalhadores ferroviários e do pessoal do Serviço de Transportes Coletivos do Porto, exceto no que respeita à garantia dos valores mínimos de pensão e do complemento por dependência, e os outros grupos de beneficiários não abrangidos pelo Centro Nacional de Pensões e pela Caixa Geral de Aposentações, I. P.

106. Terminados no 3.º trimestre do ano anterior àquele a que se reporta a atualização ou no trimestre imediatamente anterior, se aquele não estiver disponível à data de 10 de

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ORÇAMENTO DE ESTADO 2020:

NOTAS SOBRE A SAÚDE

Vanessa Cardoso Correia

Jurista, Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE

Introdução

O setor da saúde, e especialmente o Serviço Nacional de Saúde, conti-nuam a deter um papel de relevância no Orçamento de Estado.

Para além das muitas normas aplicáveis ao setor, por força do seu carác-ter genérico, as últimas leis do orçamento, sobretudo a partir de 2017, têm destacado o setor da saúde, introduzindo disposições específicas para esta área, com especial enfoque no investimento, de pessoas e meios, visando a melhoria na prestação de cuidados.

No seguimento da linha orientadora do Orçamento de Estado para 2019, a prioridade concedida à saúde passa, em 2020, pelo reforço da dotação orçamental do SNS, com vista ao aumento da sua capacidade de resposta, sendo três os vértices definidos pelo Governo para este efeito:

- Qualificação do acesso; - Motivação dos profissionais; - Investimento na Rede do SNS183.

183. Ministério da Saúde, Nota Explicativa do OE 2020, janeiro 2020, p. 4, disponível https://www.parlamento.pt/Documents/2020/janeiro/Nexplicativa-SAUDE.pdf.

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Ao longo de mais de duas dezenas de disposições específicas para o SNS, a Lei do Orçamento de Estado para 2020 (Lei n.º 2/2020, de 31 de março) reitera preceitos das anteriores legislações orçamentais, designadamente de 2019, restrutura outras disposições, e introduz algumas novidades, procurando responder aos três tópicos condutores, atrás mencionados.

Neste artigo, analisaremos as disposições mais relevantes para a área da saúde, seja por se tratar de preceitos novos, seja pelo impacto que as disposições já existentes continuam a ter diariamente na vida das institui-ções do Serviço Nacional de Saúde.

Vejamos, então, o que traz o Orçamento de 2020 para a Saúde. O Orçamento de Estado para 2020 foi aprovado pela Lei n.º 2/2020, de 31 de março184, tendo sido igualmente publicadas, no mesmo dia, as Grandes Opções do Plano para 2020 e o Quadro Plurianual de Progra-mação Orçamental para os anos de 2020 a 2023185.

É no título I, que versa sobre as Disposições Gerais, Capítulo III, com a epígrafe Disposições relativas à Administração Pública, que vamos encon-trar um primeiro grupo de preceitos específicos que a LOE 2020 reserva para a saúde.

Estas são disposições que versam, essencialmente sobre os recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde (doravante, SNS), com especial enfoque para os médicos, e que parece apontar no sentido do pretendi-do reforço, mas também da motivação, pretendi-dos profissionais. Mantêm-se algumas medidas para colmatar a escassez de recursos, em determinadas

184. Nos termos do preâmbulo do Decreto.-Lei n.º 176/2019, de 27 de dezembro, que aprova o regime transitório de execução orçamental, previsto no artigo 12.º-H da lei n.º 91/2001, de 20 de agosto, face à «impossibilidade objetiva de preparação, apresentação e aprovação de um Orçamento de Estado para 2020 que [pudesse] entrar em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020», considerando a data da tomada de posse e a data da discussão do Programa do XXII Governo Constitucional, aprovou-se um regime transitório de execu-ção orçamental até à entrada em vigor do Orçamento de Estado para 2020, este publicado apenas em 31/03/2020.

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Descomplicar

o Orçamento

do Estado 20 20

Prefácio de Paula Franco

Bastonária da OCC

AUTORES:

Aleida Vaz de Carvalho Ana de Campos Cruz António Carlos Gomes Dias Carla Linder Martins Carla Tavares Carlos Vilas Boas Domingos Cascais Filipa Matias Magalhaes José João Monteiro José Pedro Farinha Maria Alexandra Martins Maria Leitão Pereira

Marta Machado de Almeida Miguel Coutinho

Paulo Marques Ricardo Codeço Sérgio Cunha

Teresa Cruz Almeida Vanessa Cardoso Correia

www.vidaeconomica.pt

Visite-nos em

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ISBN: 978-989-768-694-8 plificação e clarificação de normas que, todos os anos, têm um impacto muito grande na legislação em vigor, alterando, revogando, suspendendo ou aditan-do novas normas no ordenamento jurídico, como também pela oportunidade que nos tem dado de nos associarmos a vários autores que connosco partilham o mesmo ADN.

Um especial agradecimento a todos aqueles que, ano após anos, têm tido a ge-nerosidade de colaborar connosco neste projeto que nasceu da perceção que as normas da Lei do Orçamento de Estado, pelo impacto que têm pela altera-ção que produzem no regime legal em vigor até à data da sua entrada e pela profunda alteração que introduzem na esfera jurídica dos cidadãos, devem ser claras e perceptíveis para todos os seus destinatários.

Este ano, a obra que agora trazemos até si, surge num contexto completamente atípico, excecional e singular, bem diferente do momento em que foi elaborada e aprovada. Esta circunstancia, desperta em nós a expectativa de perceber em que medida as normas consagradas na LOE2020 serão efetivamente aplicadas, nomeadamente no que respeita às valorizações remuneratórias na Função Pú-blica, aos benefícios fiscais que esta Lei tem sido o veiculo portador e ainda à alteração de vários diplomas legais.

A todos vocês, que têm seguido o nosso trabalho nos últimos anos e aos que agora se juntam a nós, fazemos votos de uma boa leitura, desejando poder contribuir para descomplicar e vos ajudar na interpretação destas normas que tantas alterações introduzem com a sua entrada em vigor.

As coordenadoras, Filipa Matias Magalhaes e Maria Leitão Pereira

9 789897 686948 ISBN 978-989-768-694-8

Referências

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