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O Nível do Desflorestamento e da Cobertura Vegetal no município de Peixe Boi, Nordeste do Estado do Pará, no período de 2004 e 2008.

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Academic year: 2021

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Nordeste do Estado do Pará, no período de 2004 e 2008.

Thais Gleice Martins Braga 1 Deivisson Bacha Figueiredo 1 João Almiro Corrêa Soares1 Bruno Wendell de Freitas Pereira1

Maria de Nazaré Martins Maciel1 Denison Lima Correa1 Wander Clecius Borges Cardoso1

1

Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA

Lab. de Geoprocessamento, Análise Espacial e Monitoramento por Satélite - LAGAM Av.Tancredo Neves 2501- Caixa Postal 917

66077-530 - Belém - PA, Brasil

thata.eng_ufra@yahoo.com.br; dvsbacha@hotmail.com; joaoalmiro@gmail.com; brunowendell@yahoo.com.br;

nazare.maciel@ufra.edu.br;denison_lima_correa@hotmail.com;professorwandercardoso@gm ail.com.

Abstract: The track northeastern state of Para is one of the oldest regions of human occupation in the Brazilian Amazon consists of areas with marked degree of human disturbance. In this context the use of satellite images becomes an important tool to classify areas, thereby controlling deforestation. The scenes Landsat/TM-5 were obtained from orbit/point 223/61, 13/07/2008 and 04/09/2004 passages were used bands 3, 4 and 5, After classification of these images by PDI software , it was found that there was a reduction of 5.24% of the vegetated area, somewhere around 23.6243 km ², in the time interval from 2004 to 2008.

Palavras-chave: Desmatamento, Sensoriamento Remoto, pdi, Deforestation, Remote Sensing, pdi.

1. Introdução

O nordeste do Estado do Pará representa uma das regiões mais antigas de ocupação humana na Amazônia brasileira e constitui um exemplo bem representativo da transformação de paisagens florestais em áreas com grau de antropização acentuado. A ocupação desta região, que se acentuou a partir do começo deste século, nas últimas décadas experimentou grandes transformações na sua paisagem natural, com reflexos não apenas no segmento ambiental, mas também em um amplo espectro socioeconômico (Venturieri, 1998).

Na avaliação espacial de tal problemática, muitos pesquisadores sugerem o uso de técnicas de sensoriamento remoto e o geoprocessamento na aplicação de avaliações de sistemas de ocupação, entre eles: Vasconcelos e Novo (2004), Carrão (2001) e Lorena (2001). Advindo da possibilidade de conciliar uma série de informações sobre os ecossistemas que vêm sofrendo rápidas mudanças, o emprego da geotecnologia contribui decisivamente para o planejamento regional e o combate a distúrbios ecológicos da paisagem que podem se dar ao longo do tempo (Watrin et al., 2007). Nesse contexto, o uso de imagens de satélites se torna uma ferramenta importante na classificação de áreas, com isso o controle do desmatamento.

Para estudar a dinâmica e os níveis do desflorestamento na Amazônia e quais os seus principais agentes de impulsão, é necessário abordar técnicas de Geoprocessamento e tecnologias de Sensoriamento Remoto capazes de avaliar as modificações na cobertura vegetal e na paisagem local como um todo. Desta forma, o objetivo deste trabalho é avaliar as mudanças ocorridas na cobertura vegetal do município de Peixe-Boi entre 2004 e 2008.

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2. Metodologia de Trabalho

2.1. Área de estudo

O estudo foi desenvolvido município de Peixe-Boi pertencente à Mesorregião do Nordeste Paraense e à Microrregião Bragantina do Pará. A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 01º 11’ 30” de latitude Sul e 47º 18’ 54” de longitude a Oeste de Greenwich. O município faz limite ao Norte com o Município de Santarém Novo, a Leste com os Municípios de Primavera e Capanema, ao Sul com o Município de Bonito e a Oeste com o Município de Nova Timboteua. Os solos predominantes no Município estão agrupados em associações, constituídas, principalmente, pelo Latossolo Amarelo, textura média, e solos Concrecionários Laterísticos; solos Hidromórficos Indiscriminados e solos Aluviais.

Segundo Estatística Municipal (2007) o município de Peixe Boi é originalmente constituído de Floresta Densa de Terra Firme, encontrando-se bastante alterado pela implantação de cultivos migratórios, permanentes e pastagens. Atualmente predomina a vegetação secundária, segundo a figura 1.

Figura 1: Mapa de localização do município estudado

O conjunto de dados utilizados na realização deste estudo é composto de: a) imagens brutas do satélite Landsat-5, sensor TM, dos anos de 2004 e 2008; b) bases Temáticas e Cartográficas (escala 1:250.000), incluindo os layers de vegetação, unidades de conservação, hidrografia, localidades, limites políticos, rodovias, entre outras. As imagens TM/Landsat-5, dos anos de 2004 e 2008 foram adquiridas junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do site www.inpe.br.

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A condução do tratamento e análise do banco de dados associados com as informações georreferenciadas das áreas de estudo foram realizadas nos programas Envi 4.5 (ENVI, 2009) e ArcGis 9.3 (ESRI, 2009). Inicialmente selecionaram-se imagens do satélite Landsat/TM-5, da órbita/ponto 223/61, cenas de 13/07/2008 e 04/09/2004, bandas 3, 4 e 5. As imagens foram obtidas através do site do INPE (http://www.inpe.br/).

Foi executado o georreferenciamento das imagens de 2004 e 2008 com base no recorte imagem Geocover LandsatOrto. No sentido de buscar a uniformização dos padrões de uso da terra no presente trabalho aplicou-se a conversão dos números digitais para a reflectância aparente no topo da atmosfera através do programa ENVI 4.5 seguindo a metodologia proposta por Markham e Barker (1986). Em seguida foi realizada a Classificação Supervisionada por máxima verossimilhança. No fluxograma da figura 2 podemos verificar a metodologia do presente trabalho.

Diante disto é necessário enfatizar que o método da máxima verossimilhança consiste em utilizar a média e covariância das amostras computando a probabilidade de um pixel desconhecido pertencer a uma ou outra classe, Silva, (2007).

Na figura 3 fica explicito os métodos utilizados para efetuar o processamento digital de imagens do presente estudo, assim como, a criação do bando de dados.

Dados Bandas Res. Espacial/ Escala Data Âng. Incidência/ Azimute Dimensão Tipo Res. Radio-métrica Landsat TM 223/61 5,4,3 30 m 04/09/2004 51º/49º 185 km/ 185 km Raster 8 bits Landsat TM 223/61 13/07/2008 54º/44° Geocover

LandsatOrto 7,4,2 14,5 m --- --- --- Raster 8 bits Base

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Figura 2: fluxograma da metodologia abordada

Os produtos do Sensoriamento Remoto orbital vêm se tornando uma importante ferramenta para as mais variadas aplicações, particularmente aquelas relacionadas com a avaliação, manejo, gerenciamento e gestão de recursos naturais, como água, solo e vegetação (Batista et al., 1998).

Por tal afirmação que no presente estudo utilizou-se a ferramenta do geoprocessamento e do sensoriamento remoto para validar e qualificar os dados obtidos e analisados, pois sabe-se que os índices de vegetação foram criados, entre outras coisas, para tentar diminuir o trabalho de análise dos dados orbitais, através da maximização de informações espectrais da vegetação no menor número de bandas de operações dos sensores. Eles foram criados com o intuito de ressaltar o comportamento espectral da vegetação em relação ao solo e a outros alvos da superfície da terra (realçar o contraste espectral entre a vegetação e o solo) (Moreira, 2003).

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Figura 3: Nesta figura expõem-se o processamento digital de imagens e informações do banco de dados.

3. Resultados e Discussão

Na efetuação do presente estudo foram executados a definição de três classes tais como, área com vegetação, área sem vegetação e água. Através da análise da imagem de satélite LANDSAT 5/TM, verificou-se que as áreas classificadas como não vegetadas aumentaram cerca de 160, 2929 km² em 2004 para 184, 4246 km² em relação a 2008, podendo verificar tal afirmação na Tabela 1 e Figura 2 sendo possível verificar um incremento de aproximadamente 26,1317 km².

Assim sendo, tem-se que no período de 2004 a 2008 a taxa de redução da cobertura vegetal no município de Peixe-Boi foi na ordem de 16,5%, o que representa aproximadamente 5,8% da área total do município. No entanto, houve uma redução da área vegetada, passando de 267, 8792 km² em 2004 para 244, 2549 km² em 2008, apresentando um decréscimo de 23, 6243 km², correspondendo aproximadamente cerca de 5% da área total do município.

Essa constatação gera inúmeros prejuízos ao município de Peixe-Boi devido ter ocorrido em grande escala a diminuição da área vegetada, o que favorece diretamente a perda de matéria orgânica no solo, gerando dessa forma a diminuição da produtividade, assim como da estabilidade da terra, tornando a região suscetível à erosão por laminar, sulco e até mesmo voçorocas.

Tabela 1 – Quantificação de ocupação de áreas vegetadas e não vegetadas no município de Peixe-Boi no período de 2004 a 2008.

CLASSES 2004 2008

Km² % Km² %

Área vegetada 267, 8792 59,37% 244, 2549 54,13%

Área não vegetada 158, 2929 35,08% 184, 4246 40,87%

Água 25, 0449 5,55% 22, 5375 5,00%

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Figura 2 - Área ocupada por áreas vegetadas e não vegetadas no município de Peixe-Boi no ano de 2004 a 2008.

A Figura 3 mostra as alterações das áreas vegetadas e não vegetadas apresentadas no município de Peixe-Boi. Segundo Pena et al (2009) na Amazônia Brasileira a principal atividade responsável pelo desmatamento é a pecuária. O resultado mostrou que o desmatamento é fortemente correlacionado com a pecuária. O desmatamento na Amazônia brasileira tem como principais causas diretas a pecuária, a agricultura de larga escala e a agricultura de corte e queima. Dessas causas, a expansão da pecuária bovina é a mais importante atividade pecuária é um dos grandes indutores do desflorestamento na Amazônia.

Na região nordeste do Pará, os projetos de colonização desenvolvidos na região sempre privilegiaram e incentivaram as atividades agropecuárias, principalmente a pecuária extensiva. Esta atividade se caracteriza na região pela baixa qualidade dos seus pastos e baixo rendimento das criações, exigindo assim uma área muito maior para suportar um determinado número de animais em relação ao desempenho obtido em outras regiões do Brasil. É exatamente essa necessidade de maiores áreas para a criação que exerce uma pressão sobre a floresta nativa e que torna a atividade pecuária a maior responsável pelo desflorestamento na Amazônia brasileira (Nascimento, 1990; Becker, 2001; Margulis,2002).

Haja vista que entre os fatores apontados como explicativos da heterogeneidade do espaço do desmatamento estão os aspectos relacionados às características naturais (relevo, clima, solo, condições de acesso); como também, as diferenças e semelhanças das dinâmicas econômicas das atividades produtivas dominantes, que acabaram por se traduzir em diferenças quanto ao padrão de uso do solo, ocupação e, por essa via, das forças impulsionadoras do desmatamento em cada caso. Nesta direção, por exemplo, cerca de 85% do rebanho bovino da Amazônia está concentrado apenas nos estados de Mato Grosso, Pará, Tocantins e Rondônia (Arima et al. 2005).

No segundo recorte, o processo de desmatamento ganha caráter espontâneo movido pela lógica da valorização econômica do território ocupado e pela maximização dos resultados privados da exploração dos recursos naturais, especialmente pelas atividades madeireira e pecuária, sendo esta última a de maior escala. Nas três últimas décadas, o

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período, a inércia do processo passa a ser basicamente impulsionada pela expansão da pecuária, especialmente de caráter extensivo (Diniz, et. al., 2009).

Figura 3: Mapa de classificação das classes referentes ao desflorestamento no município: (A) ano 2004 e (B) ano 2008.

4. Conclusões

Dentro do contexto de estudo proposto pela pesquisa, entre o período de 2004 a 2008, houve uma intensa redução da área vegetada chegando a 5,24%, algo em torno de 23,6243 km². Tal conclusão explica as transformações geradas pelas ações antrópicas, ações estas, que não respeitam o ambiente, causando modificações na paisagem e no meio ambiente como um todo, refletindo assim na diminuição da qualidade de vida da população, bem como da fertilidade do solo devido às alterações nas características naturais do solo.

Concluir-se ainda que a pecuária extensiva na região nordeste do estado do Pará acarretou no aumento do índice do desflorestamento nessa área, e que esta é considerada por inúmeros autores um dos fatores mais relevantes dentro do âmbito do desflorestamento na região da Amazônia legal.

Agradecimentos

A Universidade Federal Rural da Amazônia, pela oportunidade de iniciação cientifica, aos meus professores, ao Lagam, e ao CNPQ.

Referências Bibliográficas

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Becker, b. k. síntese do processo de ocupação da amazônia: lições do passado e desafios do presente. in: brasil. ministério do meio ambiente. causas e dinâmicas do desmatamento na amazônia. brasília, 2001. p.5-50.

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Moreira, m. a. fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de aplicação. 2 ed.viçosa: ufv, 2003. 307 p.

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Venturieri, a.;watrin,o.dos s.;rocha,a.m.a.da;silva,b.n.r. da; avaliação da dinâmica da paisagem da ilha do mosqueiro, município de belém, pará. anais ix simpósio brasileiro de sensoriamento remoto, santos, brasil, 11-18 setembro 1998, inpe, p. 247-256.

Nascimento, josé rente. desmatamento e promoção do uso sustentável da floresta tropical amazônica do brasil: papel das políticas governamentais. in: forest’90, 1990, manaus. anais... manaus, 1990. p.79- 99. Lorena, r. b. evolução do uso da terra em porção da amazônia ocidental (acre), com uso de técnicas de detecção de mudanças. 2001.116p. dissertação (mestrado em sensoriamento remoto)- instituto nacional de pesquisa espacial - inpe, são josé dos campos. 2001.

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