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VPSHR DEFENDE CHRIS GOODWIN-HUDSON, FORMADOR EM VPSHR

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Academic year: 2021

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“Aceitação do projecto pelas comunidades

depende também da forma de actuação

das forças de segurança”

Sexta-feira, 11 de Junho de 2021 I Ano 1, n.º 16 I Director: Prof. Adriano Nuvunga I Português

GUARDIÃO DA DEMOCRACIA I www.cddmoz.org

VPSHR

IN MOZAMBIQUE BULLETIN

VOLUNTARY PRINCIPLES SECURITY

AND HUMAN RIGHTS

PLATFORM FOR DIALOGUE ON BUSINESS, SECURITY AND HUMAN RIGHTS IN CABO DELGADO

DEFENDE CHRIS GOODWIN-HUDSON, FORMADOR EM VPSHR

No âmbito da iniciativa de implementação efectiva dos Princípios

Voluntá-rios sobre Segurança e Direitos Humanos (VPSHR – sigla em inglês) em

Mo-çambique, oficiais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM),

representantes do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos

e membros de organizações da sociedade civil beneficiaram ontem de uma

formação em aplicação de alto nível dos VPSHR.

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VPSHR I IN CABO DELGADO BULLETIN

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rganizada pelo Centro para Demo-cracia e Desenvolvimento (CDD) e pela petrolífera francesa TotalEner-gies, a formação tinha como objectivo capa-citar os participantes em matérias ligadas à redução e minimização do risco de abusos de direitos humanos e da ocorrência de in-cidentes relacionados com a segurança nas comunidades onde será implantado o pro-jecto da Mozambique LNG.

E a principal regra para a minimização do risco de violação de direitos humanos é a “boa vizinhança” entre o projecto e as co-munidades. “A aceitação do projecto por parte das comunidades depende também da forma de actuação das Forças de Defe-sa e Segurança que garantem a protecção desse mesmo projecto. Quanto maior for a

confiança das comunidades em relação às Forças de Defesa e Segurança, maior será o nível da sua colaboração, através de for-necimento de informações relevantes de se-gurança”, explicou Chris Goodwin-Hudson, facilitador da formação.

Além de ser director e fundador da WA-TCHMAN, empresa britânica de gestão de risco, Chris Goodwin-Hudson é um veterano do Exército britânico com experiência em operações antiterrorismo no Iraque e com uma passagem pelo banco de investimen-tos Goldman Sachs, onde foi director de se-gurança global.

Durante a formação, Chris Goodwin-Hud-son recorreu à sua própria experiência no teatro operacional e a vídeos ilustrativos para mostrar que quando se fala de

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direi-tos humanos não se está em presença de conceitos abstratos: trata-se, isso sim, de valores comuns, da dignidade humana que deve ser protegida. E a dignidade humana só será protegida se as Forças de Defesa e Segurança forem portadoras de valores e normas como disciplina, lealdade, integri-dade, abnegação, coragem, profissionalis-mo, respeito pelo outro e pela legalidade.

O formador fez notar que em ambientes onde há insegurança e terrorismo, como é o caso de Cabo Delgado, os Governos ten-dem a reagir com o envio de mais efectivos militares como forma de garantir a protec-ção de pessoas e bens. E quanto maior for a presença de efectivos militares, maior será o contacto com as comunidades locais, o que pode criar espaço para mais violações de

di-reitos humanos. “Mas isso acontece quando as Forças de Defesa e Segurança têm uma fraca liderança, uma formação deficiente e usam equipamentos inadequados para cada tipo de operações”.

Chris Goodwin-Hudson recorreu mais uma vez a vídeos para mostrar que a forma como as Forças de Defesa e Segurança se apresen-tam junto às comunidades e a forma como interpelam civis ou suspeitos nos postos de controlo é que dita a aceitação ou não do projecto que protegem. “As comunidades sempre avaliam a forma como actuam os provedores de segurança. Se elas sentirem que estão a ser maltratados, simplesmente não vão colaborar com os provedores de se-gurança, não vão partilhar informações so-bre o inimigo”.

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Respeitar e proteger a dignidade huma-na, mantendo e respeitando os direitos humanos de cada pessoa; não torturar ou infligir um tratamento cruel, desumano ou degradante como forma de obtenção de confissão; não cometer qualquer acto de corrupção; prestar protecção e assistência às pessoas necessitadas; e comportar-se de modo a promover a confiança mútua e respeito com a comunidade são alguns dos princípios que devem nortear o trabalho e a actuação das forças provedoras de segu-rança.

Entretanto, em situações de ameaça imi-nente à vida de membros das Forças de Defesa e Segurança e/ou da comunidade, o uso de força torna-se legítimo. “Mas a utili-zação da força letal só será permitida quan-do for estritamente indispensável e deve ser proporcional à ameaça. O uso da força deve cessar assim que a ameaça estiver neutrali-zada ou a situação controlada”, Chris Goo-dwin-Hudson.

Num passado recente, as Forças de Defe-sa e Segurança foram alvo de graves acuDefe-sa- acusa-ções relacionadas com violação de direitos humanos em Cabo Delgado. As queixas e denúncias eram apresentadas pelas comu-nidades que vivem nas zonas onde ocorrem ataques terroristas e pelas organizações na-cionais e internana-cionais que trabalham na área dos direitos humanos. Além de demo-rada, a reacção das Forças de Defesa e Se-gurança sempre consistia em refutar as ale-gações sobre o seu envolvimento em actos de violação de direitos humanos, afirmando tratar-se de invenções dos próprios terroris-tas.

Entretanto, Chris Goodwin-Hudson defen-de que todos os incidefen-dentes defen-de segurança que tenham impacto negativo nos direi-tos humanos das comunidades devem ser

investigados à luz dos VPSHR. Na falta de uma investigação em VPSHR (que não subs-titui uma investigação das autoridades do Estado), as comunidades perdem a confian-ça nas forconfian-ças de seguranconfian-ça e o risco de o projecto ser desacreditado é maior. Por isso, “o projecto tem responsabilidade na inves-tigação em VPSHR. As investigações devem ser independentes, objectivas e equilibra-das, com protecção de testemunhas”.

E os resultados das investigações de vio-lação de direitos humanos devem ser parti-lhados com as comunidades como forma de conquistar a sua confiança. Aliás, a necessi-dade de partilha de informações relaciona-das com a segurança em Cabo Delgado foi fortemente defendida por representantes de organizações da sociedade presentes na formação. Além de ser um direito constitu-cional, o acesso à informação sobre o que acontece em Cabo Delgado torna os cida-dãos devidamente actualizados e menos vulneráveis a falsas notícias.

Apesar de reconhecerem a importância de manter os cidadãos informados, os oficiais do Ministério da Defesa Nacional chamaram atenção para a necessidade de se ter cuida-do com informações sensíveis sobre segu-rança. Ou seja, nem todas as informações serão partilhadas com o público devido ao seu carácter sensível e estratégico.

No final da formação, Chris Goodwin-Hud-son destacou a importância da participação de mais de 10 oficiais superiores das FADM. “Já dei formação sobre VPSHR em muitos países e nunca tinha visto tanta presença de oficiais superiores das Forças Armadas. Na República Democrática do Congo, por exemplo, os oficiais superiores sempre ale-gam falta de tempo para participar em for-mações sobre VPSHR e mandam soldados juniores”.

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Propriedade: CDD – Centro para Democracia e Desenvolvimento

Director: Prof. Adriano Nuvunga

Editor: Emídio Beula

Autor: CDD

Equipa Técnica: Emídio Beula , Ilídio Nhantumbo, Isabel Macamo, Julião Matsinhe, e Ligia Nkavando.

Layout: CDD

Contacto:

Rua Dar-Es-Salaam Nº 279, Bairro da Sommerschield, Cidade de Maputo. Telefone: +258 21 085 797 CDD_moz E-mail: info@cddmoz.org Website: http://www.cddmoz.org INFORMAÇÃO EDITORIAL: PARCEIROS DE FINANCIAMENTO PARCEIRO PROGRAMÁTICO

Comissão Episcopal de Justiça e Paz, Igreja Católica

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