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DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES FÍSICAS PARA USUÁRIOS DE CADEIRAS DE RODAS

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Academic year: 2021

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DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES FÍSICAS PARA

USUÁRIOS DE CADEIRAS DE RODAS

SOUZA, Patricia Dineli de1; BASUALTO, Jéssica Rojas2; LIMA, Beatriz Peres da Silva3; FERREIRA, Juliana da Cruz4; SOUZA, Bruna Cecim de5; MICHILES, Romina

Karla da Silva6; SILVA, Jaqueline Monique Marinho da7; AMORIM, Minerva Leopoldina de Castro8; LOPES, Kathya Augusta Thomé9.

Eixo Temático: Atividade Física, Saúde e Reabilitação.

RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar o desenvolvimento das capacidades físicas em usuários de cadeira de rodas a partir de jogos desportivos. Participaram 8 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 15 e 48 anos, com lesão medular traumática ou não traumática, todos participantes do Programa de Atividades Motoras para Deficientes (PROAMDE). Foi utilizada a Bateria de Testes de Aptidão Física. A intervenção teve 31 sessões, com 1 hora e 15 minutos cada. No teste de Força de Preensão Manual Direita, o valor obtido da média das avaliações foi de 26,83 kg. Na Força de Preensão Manual Esquerda foi 26,87 kg, sendo médias próximas entre as avaliações. No teste de Corrida de 40 metros, o valor encontrado da média foi 15s 2. Em potência de membros superiores 3,67 (intermediário). Em Agilidade tivemos uma média de 17s77. Algumas médias dos subtestes das Avaliações Finais regrediram em relação às Avaliações Iniciais. Este estudo revelou que habilidades específicas de Aptidão física no contexto esportivo, podem ser desenvolvidas se seguidas rigorosamente. Considera-se para uma parte da população usuária de cadeiras de rodas, uma contribuição positiva para as capacidades físicas no contexto esportivo.

1 Acadêmica, Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Manaus – Amazonas,

patriciadineli2017@gmail.com

2Graduada, Universidade Federal do Amazonas,Manaus – Amazonas, jessica_basualto1@hotmail.com

3Acadêmica, Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Manaus Amazonas,

larissademelocardoso98@gmail.com

4 Acadêmica, Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Manaus – Amazonas,

peresbeatriz15@gmail.com

5 Acadêmica, Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Manaus – Amazonas,

juliana20cruz2@gmail.com

6 Mestranda, Universidade Federal do Amazonas,Manaus – Amazonas, ccecimbruna@gmail.com

7 Mestre, Universidade Federal do Amazonas, Manaus – Amazonas, romina.michiles@gmail.com

8 Mestre, Universidade Federal do Amazonas, Manaus – Amazonas, jaque.m.marinho@gmail.com

9 Doutora, Universidade Federal do Amazonas, Manaus – Amazonas,minervaamorim@ufam.com.br

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Palavras-chaves: Capacidades físicas. Lesão medular. Intervenção motora.

INTRODUÇÃO

Para Diehl (2006), alunos com deficiência física, principalmente os que utilizam cadeira de rodas (CR), podem enfrentar dificuldades no início de atividades físicas, como, por exemplo, medo de cair da cadeira. Também existem os que se privam da prática de atividades logo que adquirem sua deficiência física, por receio de que sua participação não seja possível, criando um preconceito em relação a si mesmo e à sua condição. Mauerberg (2011) considera a lesão medular como uma das formas mais graves de síndromes incapacitantes. Subentende que sua importância decorre do significado da medula espinhal, sendo esta uma via principal para a comunicação entre o cérebro e as diversas partes do corpo. Portanto o indivíduo com lesão medular tem em suas maiores preocupações principalmente com a falta de movimento e, em particular, em voltar a adquirir a sua independência na locomoção.

As modalidades esportivas adaptadas mais tradicionais em cadeiras de rodas têm dentro de suas habilidades técnicas básicas fundamentais para o aluno com deficiência física que deverá ter que executar determinados movimentos como propulsão da cadeira para frente, propulsão da cadeira para trás, giros, entre outros, necessitando de um bom desempenho no manejo da cadeira de rodas para desenvolver as habilidades exigidas pela modalidade.

Portanto, acredita-se ser imprescindível o desenvolvimento de capacidades físicas bem como o ensino de habilidades locomotoras para indivíduos com lesão medular usuários de cadeiras de rodas, visto que o entendimento e manejo adequado da CR proporciona uma maior habilidade funcional, mobilidade, independência, que estes quando dominam tais habilidades e técnicas conseguem uma maior autonomia em seus afazeres diários. O objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento das capacidades físicas em cadeira de rodas a partir de jogos desportivos.

MÉTODOS

Participaram desta pesquisa 8 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 15 e 48 anos, com lesão medular traumática ou não traumática, todos participantes do Programa de Atividades Motoras para Deficientes (PROAMDE). Os alunos foram avaliados, antes e após a intervenção, pela Bateria de Testes de Aptidão Física desenvolvido por Gorla (2013). Para procedimentos estatísticos foi utilizado o Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS 21). Na análise estatística os valores foram relatados como média e desvio padrão.

O teste de agilidade em cadeira de rodas tem como objetivo medir a habilidade de correr com mudança de posição da cadeira em ziguezague entre cones.

O teste de preensão manual tem como objetivo medir a força de mão e do braço, utilizando-se de um Dinamômetro.

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No teste da Corrida de 40 metros, o objetivo é determinar o índice de velocidade por meio de corrida em uma mesma direção, por um percurso de 40m.

No teste de potência de membros superiores o objetivo é determinar a força explosiva máxima.

Programa de intervenção:

Neste estudo, foi utilizado o método tradicional, no qual é enfatizada a capacidade técnica. Segundo Lima, Matias e Greco (2012), são empregados exercícios cuja repetição é valorizada por meio do princípio de desenvolvimento dos fundamentos técnicos individuais e/ou de combinações destes fundamentos. Sua aplicação se dá através do jogo propriamente dito (TENROLLER, 2004)

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A intervenção durou seis meses e as aulas eram realizadas duas vezes por semana. Tivemos o total de 31 intervenções, cada uma com 1 hora e 15 minutos, sendo a primeira parte com 10 minutos de alongamentos e aquecimento. Os indivíduos foram submetidos à metodologia por meio de jogos, onde os professores ensinaram as técnicas, as regras, os fundamentos e o jogo em si, o Basquete e o Handebol, foram as modalidades trabalhadas. Os movimentos da Avaliação aplicada continuam sendo trabalhados diretamente e indiretamente nos jogos. Capacidades como força, controle da bola, capacidade de arremesso, controle da cadeira de rodas com o controle da bola.

Após a parte do desenvolvimento, os alunos tinham 25 minutos de jogo tradicional. Neste momento, eram feitas anotações e/ou observações dos professores sobre o desempenho das capacidades físicas durante o jogo. Este estudo foi submetido e aprovado com o número do parecer do Comitê de ética: 10953119.0.0000.50.20.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1 – Valores de média e desvio padrão para cada subteste. Avaliação Inicial Média Desvio

padrão Avaliação Final Média

Desvio padrão Variação percentual Força Preensão Manual Direita 27,51 9,14 Força Preensão Manual Direita 26,15 11,26 -0,04% Força Preensão Manual Esquerda 27,82 9,61 Força Preensão Manual Esquerda 25,92 7,50 -0,06% CORRIDA 14,70 1,00 CORRIDA 15,74 3,40 0,07% POTÊNCIA 3,98 0,87 POTÊNCIA 3,36 0,72 -0,15% AGILIDADE 17,89 2,53 AGILIDADE 17,64 3,42 -0,01% *Avaliação Inicial **Avaliação Final

A Tabela 1 apresenta os resultados médios ± desvio padrão dos avaliados, onde as

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No estudo de Bueno e Dechechi (2011) utilizaram como instrumento o teste de agilidade e o teste de preensão manual, onde resultados são similares em comparação ao pré-teste e pós-teste, porém não apresentando diferença significativa. Em agilidade de Bueno e Dechechi (2011) a média encontrada foi 49,26 no pré-teste e 44,59 no pós-teste. Comparando com o grupo 17,89 (inicial), 17,64 (final), os resultados são discrepantes.

Sobre o teste de agilidade, o mesmo autor cita que o tipo de estímulos empregados nas atividades, os quais envolviam muitas mudanças de direção contribuíram para esse resultado.

Nos resultados de preensão manual no pré-teste os resultados de Bueno e Dechechi (2011), 23,50 (direita) e 22,17 (esquerda). No pós-teste 15,50 (direita) e 14,00 (esquerda). Observamos uma tendência de queda para ambos os hemicorpos, direito e esquerdo no momento pós em relação ao momento pré. Diferente do grupo que teve a média de 27,51 (direita) e 27,82 (esquerda) na avaliação inicial e na avaliação final, conseguiu a média 26,15 (direita) e 25,92 (esquerda), havendo um declínio.

E sobre a preensão manual, essa ligeira queda pode ser dada pela especificidade das aulas, em vista que as aulas do projeto tiveram como um dos objetivos a melhora das habilidades funcionais e não a força localizada de membros superiores.

No teste da corrida de 40 metros, o valor médio encontrado no estudo de Cardoso (2012), foi de 9,6 s, onde a amostra foi constituída por seis atletas de Handebol em Cadeira de Rodas. O autor ressalta que na avaliação desta variável utilizaram o teste de corrida de 40 metros com cadeiras de rodas desportivas, que apresentam o resultado em segundos. Ainda explica que a velocidade no desporto adaptado depende da relação entre o usuário e a cadeira de rodas, o que implica nos resultados finais.

No estudo de SILVEIRA (2007) com lesados medulares praticantes de handebol em cadeiras de rodas, tinha o objetivo de correlacionar dois testes de agilidade, no qual um deles é o teste de Agilidade. A amostra era composta por 21 indivíduos, e obteve a média de resultados superiores, com o valor de 18,59 segundos (+0,83).

No teste de potência de membros superiores, nas avaliações Inicial e final do grupo, temos os resultados 3,98 cm e 3,36 cm, respectivamente, o que de acordo com os scores padrões feminino e masculino, os indivíduos encontram-se no padrão Intermediário (Masculino de 3,67 a 610 cm e Feminino 2,14 a 3,66 cm). No estudo de MANCHUR e VOLSKI (2017), a Avaliação de capacidades físicas de atletas de Basquetebol em cadeiras de rodas, um dos instrumentos utilizados foi o teste de potência dos membros superiores com Medicine Ball. Os atletas obtiveram os resultados de força de membros superior com média de distância de 4,14 metros (±1,19).

CONCLUSÕES

De acordo com observações feitas durante os jogos desportivos, os benefícios são mais abrangentes que os analisados como a resistência e o equilíbrio dos avaliados. Este estudo revelou que habilidades específicas de Aptidão física no contexto esportivo, podem ser desenvolvidas a partir de um programa sistemático de atividades, se seguido rigorosamente através dos jogos desportivos. Dadas as circunstâncias de restrição de

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tempo, não foi possível obter resultados significativos para o desenvolvimento das capacidades físicas. Contudo, visando ir além para contribuir com uma parte da população, são indicadas pesquisas que deem continuidade em longo prazo para resultados mais concisos.

REFERÊNCIAS

Cláudio Olivio Vilela Lima, Cristino Julio Alves da Silva Matias, Pablo Juan Greco. O conhecimento tático produto de métodos de ensino combinados e aplicados em sequências inversas no voleibol Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.1, p.129-47, jan./mar. 2012.

DIEHL, Rosilene Moraes. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência. São Paulo: Phorte, 2006.

GORLA, José Irineu. Teste e Avaliação em Esporte Adaptado. 1ª ed. São Paulo: Phorte Editora, 2009.

GORLA, José Irineu. Educação Física Adaptada - o Passo A Passo da Avaliação - 2ª ed. São Paulo: Phorte Editora, 2013.

MAUERBERG-deCASTRO, E. Atividade Física Adaptada. 2. ed. Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2011.

Murilo José de Oliveira Bueno, Clodoaldo José Dechechi. Análise dos efeitos de um programa de exercícios de handebol de cadeira de rodas em cadeirantes do município de ourinhos-sp participantes do projeto de extensão universitária handebol de cadeira de rodas. Revista Hórus, v. 6, n. 1, p. 189-197, 2011.

SILVEIRA, M.D. Correlation between two adapted agility tests: Wheelchair Handball. 2007. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)- Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.

TENROLLER, C.A. Futsal: ensino e prática. Canoas: ULBRA, 2004.

Vinícius Denardin Cardoso, Luciana Erina Palma, Tânia Cristina Lima Bastos, Rui Manuel Nunes Corredeira. Aptidão Física no Handebol em Cadeira de Rodas. Revista da Sobama, Julho de 2012, Vol. 13, n.1, pp. 14-19.

Viviane Fátima Manchur e Verônica Volski Avaliação de capacidades físicas de atletas de basquetebol em cadeiras de rodas. Revista da Sobama, Marília, v.18, n.2, p. 119-130, Jul./Dez., 2017.

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