• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS DE PATOS"

Copied!
47
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CAMPUS DE PATOS

CARACTERIZAÇÃO DA AVIFAUNA DA MATA DO BURAQUINHO, JOÃO PESSOA, PARAÍBA

WILMARA GUEDES DE LUCENA

PATOS-PB 2015

(2)

WILMARA GUEDES DE LUCENA

CARACTERIZAÇÃO DA AVIFAUNA DA MATA DO BURAQUINHO, JOÃO PESSOA, PARAÍBA

Monografia apresentada a Unidade Acadêmica de Ciência Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, para obtenção do grau de licenciada em ciências biológicas.

Prof. Orientador Dr. Erich de Freitas Mariano Prof. Co-orientador Dr. João Luiz Xavier do Nascimento

PATOS-PB 2015

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG

L935c Lucena, Wilmara Guedes de

Caracterização da avifauna da Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba. / Wilmara Guedes de Lucena. – Patos, 2015.

33f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015. “Orientação: Prof. Dr. Erich de Freitas Mariano”

“Co-orientação: Prof. Dr. João Luiz Xavier do Nascimento” Referências.

1. Aves. 2. Floresta Atlântica. 3. Hotspots. 4. Riqueza. 5. Abundância I. Título.

CDU 574: 636.6

(4)
(5)

Dedico aos meus maiores exemplos de vida, minha mãe Maria de Fátima, que mesmo diante de tanta dificuldade sempre ensinou que a maior herança que pode me deixar na vida é o estudo. Ao meu pai Wilson Lucena (in memoria), com ele aprendi a soletrar antes de entrar na escola, em vida queria me ver estudando, a ele dedico todo meu trabalho, esforço e dedicação.

(6)

“Todos estes que aí estão Atravancando o meu caminho, Eles passarão. Eu passarinho!”

(7)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar forças e colocar pessoas tão especiais durante a minha jornada acadêmica, que espero não terminar por aqui.

Toda a minha gratidão à Maria de Fátima, uma mulher que soube ser mãe e pai, que sempre me apoiou em todas as minhas decisões, que me deu forças e me aguentou em momentos de estresse. Obrigada por ser minha mãe, amiga, pai e conselheira.

Grata a minha irmã Wilma Lucena que também foi obrigada a me aguentar em momentos de estresse, e na maioria das vezes me deu lição de moral me fazendo perceber que não sou a única pessoa do mundo com problemas. Obrigada pelo apoio e por ser sempre um grande exemplo de pessoa, estudante, profissional e irmã!

Ao meu orientador prof. Dr. Erich Mariano pela oportunidade de começar a estagiar na ornitologia no início da graduação. Obrigado pela confiança, pelo apoio, compreensão e pelos “puxões de orelha” que me fizeram ter responsabilidade e seriedade quando falamos de trabalho e estudo. Agradeço por ser um grande exemplo de professor, orientador e amigo! Ao meu orientador Dr. João Luiz Xavier do Nascimento pela oportunidade de estagiar no CEMAVE, onde tive um enorme prazer de desenvolver a presente pesquisa. Sou muito grata por confiar no meu trabalho, e por me acompanhar em campo sempre que pode. Agradeço pela orientação, sugestões e por me fazer correr atrás dos meus objetivos.

Ao prof. Dr. Helder Araújo por todos os ensinamentos em campo, e por ser uma pessoa que está sempre preocupado em ajudar.

Agradeço aos analistas do CEMAVE Diego Mendes e Antonio Emanuel pelo grande apoio em campo, nas análises dos dados e identificação das espécies. Foi uma contribuição fundamental para a realização deste trabalho. Agradeço pela experiência e colaboração! A Ermerson de Vasconcelos Silva pela elaboração da figura 1.

Agradeço a minha amiga e irmã Carlla Cavalcante por sempre me ouvir, me aconselhar, me animar, e se disponibilizar a me acompanhar no campo. Agradeço por todos os anos de amizade e por me aguentar durante todos eles.

Agradeço também a minha grande amiga Magna Marinho que sempre se disponibilizou a me ajudar, por estar sempre preocupada em saber como andavam as coisas, por sempre trocarmos ideias e conhecimentos, e pricipalmente pela amizade que construimos.

(8)

As minhas amigas queridas Thaynara, kallyna e Lorrana, que me serviram de ponto de apoio durante as várias idas e vindas à João Pessoa. Sempre colaboraram e me ajudaram oferencendo teto, comida, e o melhor de tudo, uma ótima amizade. Amo muito todas vocês! Agradeço ainda à minha grande amiga e companheira de curso Luana Martins, que ouviu todas as minhas lamentações nos últimos quatro anos, que conviveu comigo todos os dias, me ajudou, me acompanhou e sempre foi um importante ombro amigo!

Agradeço aos meus amigos de curso Eveline, Lucas Silva, João Paulo e aos amigos de laboratório, Rodopho Rubens, Jéssica Carvalho, Jéssica diniz, Danillo Rodrigues, Arnaldo Vieira, Caio Brito, Dandara Mariz, Magna Marinho, Samara Medeiros, Nayla Nascimento, Cayo Lima, Rodrigo Maia e Wylde Vieira. Agradeço pela nossa convivência, as risadas e experiências trocadas nos trabalhos de campo, foi muito bom conviver com todos vocês! Agradeço ao Jardim Botânico Benjamim Maranhão pela permissão de pesquisa na Mata do Buraquinho.

E finalizo Agradecendo ao CEMAVE / ICMBio pela importante oportunidade de estágio e o acompanhamento das atividades do projeto de pesquisa. Ao CNPq pelo financiamento das atividades de campo através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. E a todos que não citei, mas que de alguma forma contribuíram para conclusão deste trabalho!

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Espécies de aves registradas na Mata do Buraquinho, João Pessoa,

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mata do Buraquinho localizada na matriz urbana de João Pessoa, Paraíba.... 6

Figura 2. Curva de acumulação com estimadores de riqueza Chao 2 e Jack 1... 18

Figura 3. Espécies com maiores Índice Pontual de Abundância (IPA)... 19

Figura 4. Número de espécies de acordo com suas diferentes categorias tróficas... 20

(11)

SUMÁRIO Resumo... 1 Abstract... 2 Introdução... 3 Metodologia... 5 Área de estudo... 5 Coleta de dados... 6 Resultados... 8 Discussão... 22 Agradecimentos... 27 Referências bibliográficas ... 27 Documentos complementares... 33

(12)

Caracterização da Avifauna da Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba

Wilmara Guedes de Lucena¹*, Erich de Freitas Mariano¹, João Luiz Xavier do Nascimento² 1. Laboratório de Ornitologia e Biologia da Conservação, Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Campus Patos. Avenida Universitária s\n. Bairro Santa Cecília, CEP 58708-110, Patos-PB, Brasil.

2. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres. CEMAVE/ICMBio, BR 230 km 10, s/n, Flona Restinga de Cabedelo, CEP 58310-000, Cabedelo-PB, Brasil.

*Autor correspondente: lucenawg@gmail.com

RESUMO. Caracterização da Avifauna da Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba. A Floresta Atlântica possui uma grande biodiversidade e um alto nível de endemismo mesmo com sua cobertura vegetal bastante reduzida. Por esse motivo a Mata Atlântica se encontra entre os hotspots mundiais das regiões mais ricas e ameaçadas do planeta. A Mata do Buraquinho, com cerca de 520 ha, é um dos principais remanescentes de Mata Atlântica na Paraíba, localizada na matriz urbana do Município de João Pessoa. O presente trabalho objetivou realizar um levantamento das espécies de aves, classificando-as por dependência de ambientes florestais, sensibilidade a distúrbios no habitat, dietas, e avaliar a abundância relativa das espécies que ocorrem na Mata do Buraquinho. Os resultados foram obtidos através de listas de Mackinnon e amostragens mensais por pontos de escuta, entre os meses de agosto de 2013 a dezembro de 2014. Foram registradas 102 espécies, distribuídas em 36 famílias. Destacaram-se como mais representativas Tyrannidae, Thraupidae e Columbidae. Foram amostrados 65 pontos de escuta, totalizando 690 contatos. As espécies que apresentaram maior índice pontual de abundancia foram: Tangara palmarum (1,64), Vireo chivi (1,25), e Tangara sayaca (0,69). Os grupos tróficos mais representativos foram: os insetívoros (41,75%), onívoros (27,18%), e frugívoros (9,71%). A maioria das espécies apresentou baixa sensibilidade a distúrbios no ambiente. Por outro lado, 75% das espécies são dependentes ou semidependentes de ambientes florestais. Dentre estas, encontra-se ameaçada de extinção Xiphorhyncus atlanticus. Considerando a importância ecológica da Mata do Buraquinho para o contexto regional, e que nossas ações contribuirão para o destino de várias espécies, torna-se necessário e urgente o estimulo a realização de pesquisas populacionais que permitam melhor avaliar a situação da biodiversidade local e suas ameaças, para subsidiar o planejamento de gestão da área.

(13)

2

ABSTRACT. Characterization of birds from the Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba. The Atlantic Forest has a great biodiversity and a high level of endemism even with their very low vegetation covering. For that reason the Atlantic Forest is among the world's hotspots of the richest regions and endangered of the planet. The Mata do Buraquinho, which is about 520 hectares, is one of the main remnants of Atlantic Forest in Paraíba, located in the main urban central of João Pessoa. This study aimed to conduct a survey of the bird species, classifying them by dependence on forest habitats, sensitive to on the disturbances habitat , diets, and to evaluate the relative abundance of the species that occur in the Mata do Buraquinho. The results were obtained through lists of Mackinnon and monthly sampling by listening posts, between the months of August 2013 to December 2014. 102 species were recorded belonging to 36 families. They were highlighted as the most representative Tyrannidae, Thraupidae and Columbidae. 65 listening posts were sampled, with the total of 690 contacts. The species most punctual index of abundance were: Tangara palmarum (1.64), Vireo chivi (1.25), and Tangara sayaca (0.69).The most representative trophic groups were: Insectivorous (41,75%), omnivores (27,18%), and frugivores (9,71%). Most species showed low sensitivity to disturbances in the environment. On the other hand, 75% of the species are dependent or semi-dependent of forest environments. Among these, is in danger of extinction the Xiphorhynchus atlanticus. Considering the ecological importance of Mata do Buraquinho for the regional context, and that our actions will contribute to the destination of several species, it is necessary and urgent the encouragement to conduct population studies that will allow better to assess the situation of local biodiversity and threats, supporting area management planning.

(14)

Introdução

A Floresta Atlântica sofreu sérias alterações provocadas pelo processo de ocupação e uso da paisagem, tendo como principais consequências à fragmentação do habitat e perda de sua biodiversidade (MMA 2000, Campanili & Schaffer 2010). Mesmo assim ainda possui uma grande biodiversidade e um alto nível de endemismo (Myers et al 2000, Olmos 2005), apesar de várias espécies estarem ameaçadas de extinção (Marini & Garcia 2005, Silveira & Straube 2008). Por esse motivo, a FlorestaAtlântica se encontra entre os hotspots mundiais das regiões mais ricas e ameaçadas do planeta (MMA 2000, Myers et al 2000, Tabarelli et al 2005).

A pressão sobre os domínios da Floresta Atlântica, desde a colonização, a reduziu para apenas 7,5% da cobertura original (Myers et al 2000) na forma de pequenos fragmentos menores que 100 ha (Metzger 2000, Metzger et al 2009) sendo insuficientes para a manutenção da biodiversidade (Silva & Tabarelli 2000) e ainda com uma distância média entre eles superior a 500m, o que dificulta o fluxo entre as populações (Ribeiro et al 2009). Essa diminuição de área de habitat favorável provoca a redução na abundância regional de uma determinada espécie e consequentemente menores taxas de sobrevivência e reprodução (Cerqueira et al. 2003).

Das 1.901 espécies de aves que ocorrem no Brasil (CBRO 2014), cerca de 1.020 apresentam distribuição na Floresta Atlântica, das quais 18% são endêmicas (Marini & Garcia 2005). Das 119 espécies de aves ameaçadas que estão restritas ao Brasil, a Mata Atlântica contém 75,6% de espécies endêmicas e ameaçadas, o que torna o bioma mais crítico para conservação de aves. A principal ameaça para a ornitofauna deste domínio é a perda de habitat, além da caça e captura para o comércio ilegal (Marini & Garcia 2005).

(15)

4

As aves possuem os mais variados tipos de hábitos, desde específicos até os mais generalistas (Sick 1997). Algumas espécies de aves são bastante sensíveis a alterações no ambiente. Espécies com dieta específica, tais como insetívoros ou frugívoros, tendem a ser mais sensíveis a alterações (Willis 1979). Dessa forma, a ausência de determinadas espécies desse grupo é uma consequência do processo de fragmentação de floresta (Willis 1979, Aleixo & Vielliard 1995).

Vários estudos visam entender os efeitos causados pela fragmentação sobre as comunidades de aves (Willis 1979, Vielliard & Silva 1990, Anjos 1998, Aleixo 1999, Gimenes & Anjos 2000, Marini & Garcia 2005, Pimentel 2009, Ribeiro et al 2009). Muitos utilizam levantamentos de espécies de uma determinada área, possibilitando verificar a riqueza e diversidade da avifauna, relacionando com os fatores ecológicos e utilizando como bioindicadores na identificação de áreas prioritárias para conservação. As aves são bastante eficientes para esses estudos, pois constituem um dos grupos mais estudados do ponto de vista ecológico e taxonômico, possuem diferentes tipos de hábitos e a maioria das espécies tem distribuição razoavelmente delineada (MMA 2000, Sick 1997), Além de possibilitar o uso de bons métodos e com baixos custos.

A escolha do método é muito importante para que os resultados sejam satisfatórios e deve estar principalmente baseada nos objetivos da pesquisa (Anjos 2007). Dois métodos têm sido bem utilizados em levantamentos avifaunísticos, são eles: listas por transecções e amostragens por pontos de escuta. Ambas se adequam a situações ligeiramente distintas, no entanto, são bastante complementares. As amostragens em pontos permitem mais tempo para o observador detectar e identificar as aves, nas transecções é possível cobrir uma área amostral maior (Anjos 2001).

(16)

O presente trabalho tem como objetivo realizar um levantamento das espécies de aves que ocorrem na Mata do Buraquinho, fragmento florestal inserido em área urbana no município de João Pessoa, Paraíba, considerando a inexistência de publicações sobre a avifauna local. Como objetivos específicos pretendemos categorizar as espécies de aves por grau de ameaça, dependência de ambientes florestais, sensibilidade a distúrbios no habitat, categoria trófica e avaliar a abundância relativa das espécies.

Metodologia Área de estudo

A Mata do Buraquinho é um dos principais remanescentes de floresta atlântica na Paraíba, com 519, 75 ha (Figura 1). Está localizada na matriz urbana do município de João Pessoa, litoral da Paraíba, na Formação Geológica do Baixo Planalto Costeiro (7°08’42’’S e 34°51’54’’W) (SUDEMA 2014). A reserva é cortada pelo Rio Jaguaribe, o qual, quando

represado, forma o Açude do Buraquinho, responsável por parte do abastecimento de água da capital Paraibana (Aquino et al 2005) . É uma floresta densa e plana caracterizada como Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas (IBGE 2012).

Apesar da Mata do Buraquinho ter sofrido alterações pela ocorrência de incêndios esporádicos e retirada de madeira, ainda apresenta trechos bem preservados (Barbosa 1996, Melo & Barbosa 2007, Lima 2008).

Foi classificada como área prioritária de extrema importância biológica (MMA 2007) e, em 2004, o Jardim Botânico de João Pessoa que integra a Mata do Buraquinho, recebeu o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA 2014).

(17)

6

Figura 1. Mata do Buraquinho localizada na matriz urbana de João Pessoa, Paraíba.

Coleta e análise de dados

Para avaliação quantitativa da avifauna local foi aplicado o método de pontos de escuta (Blondel et al 1970), em trilhas já existentes na área de estudo ou definidas previamente. Ao longo do estudo foram amostrados 65 pontos de contagem. Estes pontos

(18)

estavam distantes 200 m entre si, a fim de manter a interdependência entre os pontos amostrados. Em cada ponto foram registradas todas as espécies de aves observadas tanto auditivamente como visualmente. As observações foram feitas com o auxilio de binóculos, guias de campo, um gravador Marantz PMD671 e um microfone direcional Sennheiser, para registrar os cantos das espécies que precisam ser identificadas posteriormente ou para compor arquivo sonoro para fins de comprovação. Os pontos foram distribuídos uniformemente de maneira a abranger toda a área a ser estudada. As sessões de observação tiveram duração de 10 minutos em cada ponto, tempo pelo qual a maioria das espécies podem ser detectadas (Scott & Ramsey 1981, Hamel 1984, Hutto et al 1986), visualmente e/ou por vocalizações. A presença de um casal ou família é considerada apenas como um único contato, já que não se sabe se a vocalização ouvida se refere à presença de um individuo isolado, ou qual é o tamanho do grupo ouvido(Anjos 2007).

As amostragens foram realizadas no início da manhã (aproximadamente as 5:00 h), período de maior atividade das aves e estendendo por cerca de três a quatro horas, não ultrapassando as 9 h da manhã. Assim, foram percorridos cerca de sete pontos por dia, em expedições mensais de um dia, durante 11 meses.

Através dos dados coletados quantitativamente obteve-se o Índice Pontual de Abundância (IPA), o qual é calculado dividindo-se o número total de contatos da espécie pelo número de pontos amostrados. O IPA permite avaliar a abundância relativa de cada espécie na área, no período de estudo (Blondel 1970).

Para obtenção de dados qualitativos aplicou-se o método de Mackinnon (Mackinnon & Phillips 1993). As espécies foram identificadas com auxilio de binóculos e auditivamente em trilhas preestabelecidas, onde foram elaboradas 100 listas, em que, cada lista contém 10 espécies como unidade amostral, acatando adaptações sugeridas por Herzogh et al (2002). Para os indivíduos cuja vocalização implicou em dúvidas na identificação da espécie

(19)

8

procedeu-se a gravação para comparação com bancos de vocalizações de aves (www.xenocanto.org, www.wikiaves.com). Para a gravação utilizou-se equipamento Marantz PMD671 e microfone direcional Sennheiser.

A partir dos dados obtidos com as listas de Mackinnon, foi elaborada a curva de acúmulo de espécies a fim de avaliar se o esforço amostral reflete a comunidade de aves local. Para tanto, foram utilizados os estimadores de riqueza Chao 2 e Jack 1, calculados pelo software EstimateS 7.5. Os estimadores utilizados no presente estudo fundamentam-se no número de organismos representados em uma amostra (Jacknife), e baseado no conceito de espécies raras que mostram mais informações através do número de espécies não observadas (Chao). A partir dos dados de listas de Mackinnon também foi possível calcular o índice de frequências das espécies (IF). Este índice é calculado dividindo o número de listas pela qual uma determinada espécie foi registrada pelo número total de listas. Quanto maior for o número de listas pela qual uma espécie foi registrada na área, maior será se IF (Ribon 2010).

A nomenclatura e sequência taxonômica seguiu o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2014). As espécies foram classificadas de acordo com o estado de conservação conforme MMA (2014). Os hábitos alimentares (onívoras, granívoras, insetívoras, frutívoras, nectarívoras e piscívoro), sensibilidade a distúrbios (alta, média e baixa) e dependência do habitat seguiu a literatura disponível (ver Motta Júnior 1990, Stotz et al 1996, Sick 1997, Silva & Vielliard 2000, Telino Junior 2005).

Resultados

Durante o período de amostragem foram registradas 102 espécies de aves na Mata do Buraquinho, somando-se dados de listas de Mackinnon e pontos de escuta. Estas espécies estão distribuídas em 36 famílias e 16 ordens. As famílias que apresentaram maior número de espécies foram: Tyrannidae (14 espécies), Thraupidae (13 espécies) e Columbidae, com seis espécies (Tabela 1).

(20)

Tabela 1. Espécies de aves registradas na Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba, de agosto de 2013 a dezembro de 2014. Tipo de registro: S

= Sonoro, V = Visual. Índice Pontual de Abundância = (IPA). IF: índice de frequência. Dependência do habitat: IND= independente, SED= semidependente, DEP= dependente. Sensibilidade a distúrbios no habitat: A= alta, M= média, B= baixa. Dieta: INS= insetívoro, ONI= onívoro, FRU= frugívoro, NEC= nectarívoro, CAR= carnívoro, GRA= granívoro, PIS= piscívoro, DET= detritívoro. Ordem taxonômica e sistemática segundo o CBRO (2014).

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade Ardeidae Leach, 1820

Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) 0,02 V ONI IND B

Ardea alba (Linnaeus, 1758) 0,06 0,13 V PIS IND B

Egretta thula (Molina, 1782) 0,02 0,07 V PIS IND B

Cathartidae Lafresnaye, 1839

Cathartes aura (Linnaeus, 1758) 0,17 0,20 V DET IND B

Cathartes burrovianus Cassin, 1845 0,02 0,07 V DET IND M

Coragyps atratus (Bechstein, 1793) 0,04 0,07 V DET IND B

Accipitridae Vigors, 1824

Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) 0,02 V CAR SED M

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) 0,14 0,36 V,S CAR IND B

Buteo brachyurus Vieillot, 1816 0,02 0,02 V INS SED M

Aramidae Bonaparte, 1852

(21)

10

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade Rallidae Rafinesque, 1815

Aramides cajaneus (Statius Muller, 1776) 0,06 0,09 S ONI SED A

Porphyrio martinicus (Linnaeus, 1766) 0,04 V ONI IND B

Charadriidae Leach, 1820

Vanellus chilensis (Molina, 1782) 0,04 V ONI IND B

Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854

Jacana jacana (Linnaeus, 1766) 0,11 S ONI IND

Columbidae Leach, 1820

Columbina minuta (Linnaeus, 1766) 0,02 0,04 S GRA IND B

Columbina talpacoti (Temminck, 1811) 0,06 0,07 S GRA IND B

Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) 0,02 0,02 V FRU SED B

Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789) 0,02 0,09 V FRU DEP M

Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) 0,04 0,20 S GRA DEP M

Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) 0,02 S GRA DEP M

Cuculidae Leach, 1820

Piaya cayana (Linnaeus, 1766) 0,06 0,13 V INS SED B

(22)

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade

Guira guira (Gmelin, 1788) 0,02 V INS IND B

Strigidae Leach, 1820

Athene cunicularia (Molina, 1782) 0,02 V INS IND M

Caprimulgidae Vigors, 1825

Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) 0,02 V INS SED B

Apodidae Olphe-Galliard, 1887

Tachornis squamata (Cassin, 1853) 0,02 0,04 V INS IND B

Trochilidae Vigors, 1825

Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) 0,04 0,09 V NEC DEP B

Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) 0,02 0,24 V NEC IND B

Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) 0,04 0,02 V NEC IND B

Amazilia leucogaster (Gmelin, 1788) 0,02 0,22 V NEC DEP B

Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) 0,08 0,04 V NEC SED B

Trogonidae Lesson, 1828

Trogon curucui Linnaeus, 1766 0,02 S ONI DEP M

Alcedinidae Rafinesque, 1815

(23)

12

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade

Chloroceryle amazona (Latham, 1790) 0,04 V PIS IND B

Galbulidae Vigors, 1825

Galbula ruficauda Cuvier, 1816 0,31 0,58 V,S INS SED B

Bucconidae Horsfield, 1821

Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) 0,02 0,02 V INS SED M

Picidae Leach, 1820

Picumnus exilis (Lichtenstein, 1823) 0,02 V,S INS DEP M

Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) 0,11 V,S INS SED B

Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) 0,02 0,02 V INS SED B

Falconidae Leach, 1820

Caracara plancus (Miller, 1777) 0,04 V ONI IND B

Psittacidae Rafinesque, 1815

Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) 0,12 0,27 V,S FRU DEP M

Eupsittula aurea (Gmelin, 1788) 0,02 0,04 V,S FRU SED M

Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) 0,16 0,16 V,S FRU SED M

Thamnophilidae Swainson, 1824

(24)

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade

Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) 0,15 0,58 V,S INS DEP M

Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 0,04 0,22 V,S INS DEP M

Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) 0,48 1,07 V,S INS DEP M

Dendrocolaptidae Gray, 1840

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) 0,02 0,09 V INS SED M

Xiphorhynchus atlanticus (Cory, 1916) 0,15 0,40 V,S INS DEP A

Dendroplex picus (Gmelin, 1788) 0,09 V INS SED B

Xenopidae Bonaparte, 1854

Xenops minutus (Sparrman, 1788) 0,02 INS DEP M

Xenops rutilans Temminck, 1821 0,07 V INS DEP M

Pipridae Rafinesque, 1815

Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) 0,10 0,22 S ONI DEP M

Manacus manacus (Linnaeus, 1766) 0,04 0,07 S FRU DEP B

Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) 0,64 0,98 V,S FRU DEP A

Tityridae Gray, 1840

Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) 0,04 0,04 V INS DEP B

(25)

14

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade

Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 0,02 0,04 V INS DEP M

Tolmomyiasflaviventris (Wied, 1831) 0,62 1,00 V,S INS DEP B

Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) 0,50 0,82 V,S INS SED B

Hemitriccus griseipectus (Snethlage, 1907) 0,12 0,31 V,S INS DEP A

Tyrannidae Vigors, 1825

Ornithion inerme Hartlaub, 1853 0,04 0,24 V,S DEP M

Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) 0,04 0,36 V,S INS IND B

Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) 0,02 0,07 V ONI SED B

Phaeomyias murina (Spix, 1825) 0,02 V INS IND B

Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) 0,06 0,07 V INS SED M

Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) 0,02 0,04 V FRU DEP B

Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) 0,02 V INS SED B

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) 0,75 0,93 V,S ONI IND B

Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) 0,02 0,04 V ONI SED B

Myiozetetes similis (Spix, 1825) 0,25 0,42 V,S ONI SED B

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 0,04 0,18 V INS IND B

(26)

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade

Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) 0,04 0,09 V INS IND B

Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) 0,09 V INS IND B

Vireonidae Swainson, 1837

Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) 0,19 0,31 A INS SED B

Vireo chivi (Vieillot, 1817) 1,25 1,38 V,S INS DEP B

Hirundinidae Rafinesque, 1815

Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) 0,02 0,04 V INS IND B

Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) 0,09 V INS IND B

Progne chalybea (Gmelin, 1789) 0,02 0,07 V INS IND B

Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) 0,04 0,22 V,S INS IND B

Troglodytidae Swainson, 1831

Troglodytes musculus Naumann, 1823 0,08 0,04 V INS IND B

Polioptilidae Baird, 1858

Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 0,06 0,11 V INS DEP B

Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) 0,04 0,18 V,S INS SED B

Turdidae Rafinesque, 1815

(27)

16

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade

Turdus rufiventris Vieillot, 1818 0,02 V,S ONI SED B

Passerellidae Cabanis & Heine, 1850

Arremon taciturnus (Hermann, 1783) 0,04 V,S ONI DEP M

Thraupidae Cabanis, 1847

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) 0,52 0,64 V,S ONI SED B

Nemosia pileata (Boddaert, 1783) 0,02 0,07 V,S INS SED B

Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) 0,04 V,S ONI SED B

Ramphocelus bresilius (Linnaeus, 1766) 0,18 V ONI DEP B

Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) 0,17 0,31 V ONI DEP M

Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) 0,96 1,00 V,S ONI SED B

Tangara palmarum (Wied, 1823) 1,64 1,09 V,S ONI SED B

Tangara cayana (Linnaeus, 1766) 0,25 0,33 V,S ONI SED M

Tersina viridis (Illiger, 1811) 0,10 0,07 V,S ONI DEP B

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) 0,31 0,38 V,S ONI DEP B

Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) 0,25 0,24 V,S FRU DEP B

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) 0,02 ONI IND B

(28)

NOME DO TAXÓN IPA IF Tipo de

registro Dieta Uso do habitat Sensibilidade Fringillidae Leach, 1820

Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) 0,19 0,56 V,S ONI SED B

Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) 0,20 V,S FRU DEP B

Passeridae Rafinesque, 1815

(29)

18

Foram catalogadas um total de 96 espécies a partir de 100 listas de Mackinnon. Através destes dadosfoi elaborada a curva de acúmulo de espécies, possibilitando o cálculo do número previsto de espécies que ocorrem na área através dos estimadores Chao2 e Jack1, e medidas de tendência de desvio, como desvio padrão. A curva demonstra uma grande tendência à estabilização, o que indica que poucas espécies podem ser registradas na área com o aumento do esforço amostral (Figura 2).

Figura 2. Curva de acumulação com estimadores de riqueza Chao2 e Jack 1 calculados através dos dados de

lista de Mackinnon.

As espécies que apresentaram maiores índices de frequência (IF) foram: Vireo chivi (1,38), Turdus leucomelas (1,36) e Tangara palmarum (1,09) (tabela 1).

Foram realizados 65 pontos de escuta totalizando 690 contatos. Destes, as espécies que apresentaram maiores índices de abundância por pontos foram: Tangara palmarum (1,64), Vireo chivi (1,25), e Tangara sayaca (0,62) (Figura 3).

1 8 15 22 29 36 43 50 57 64 71 78 85 92 99 Listas de MackInnon 0 10 20 31 40 49 58 67 76 85 94 120 N º d e e s p é c ie s Sobs Chao2 Jack1

(30)

Figura 3. Espécies com maiores Índices Pontuais de Abundância (IPA).

Do número total de espécies registradas no presente estudo, os grupos tróficos mais representativos foram os insetívoros com 41,75%, onívoros com 27,18% e frugívoros com 9,71% (Figura 4) Embora os frugívoros sejam a terceira categoria trófica mais representativa, correspondem apenas 9,75% das espécies registradas. Podemos citar como exemplos algumas espécies das famílias Psittacidae, Thraupidae, Vireonidae e Pipridae encontrados na Mata do Buraquinho. Dentre estas, 60% são dependentes de ambientes florestais e apresentaram uma baixa abundância relativa.

A maioria das espécies apresentou baixa sensibilidade à distúrbios ambientais (68%), seguidas de espécies com sensibilidade média (29%) e alta (3%). No entanto, a maioria das espécies são dependentes (32%) e semidependentes (33%) de ambientes florestais, restando apenas 35% de espécies independentes de florestas.

Entre as espécies classificadas como dependentes de ambientes florestais, uma está ameaçada de extinção: Xiphorhynchus atlanticus (vulnerável) (figura 5).

(31)

20

Figura 4. Número de espécies de acordo com suas diferentes categorias tróficas.

Figura 5. Registro do Xiphorhynchus atlanticus na Mata do Buraquinho, João Pessoa-PB (Foto: Wilmara

(32)

Discussão

Estudos realizados com avifauna de Mata Atlântica no Nordeste também demonstraram resultados semelhantes com maior representatividade para as famílias Tyrannidae e Thraupidae respectivamente (Pereira et al 2005, Rodrigues et al 2007, Pereira 2009, Araújo et al 2010). Este resultado é decorrente do grande número de espécies e ampla distribuição que estas famílias apresentam no continente americano (Sick 2001).

A curva de acumulação de espécies realizada com os dados de listas de Mackinnon demonstra uma tendência à estabilização. É possível que a curva de desvio do estimador Chao2 tenha se apresentado alta pelo número de espécies que foram pouco registradas (espécies raras). Segundo Barreto (2004) este estimador é pouco preciso e possui altos valores de intervalo de confiança.

A presença de Sporophila angolensis na área de estudo pode ser resultado de ação de soltura do IBAMA ou do Batalhão Ambiental da Policia Militar, que estão localizados na região da Mata do Buraquinho.

Um trabalho realizado por Aleixo & Vielliard (1995) mostra que no intervalo de 16 anos um fragmento de Mata Atlântica isolado por área urbana reduziu a avifauna do interior da floresta em 54% com extinção local de 30 espécies. É provável que o número de espécies registradas na área de estudo tenha forte relação com o nível de isolamento da área, já que a Mata do Buraquinho sofre bastante pressão e efeito de borda.

O número de espécies de uma determinada área em alguns casos pode estar relacionado ao grau de isolamento do fragmento, e não ao seu tamanho. Alguns trabalhos indicam a importância do nível de isolamento de um fragmento para o número de espécies de aves (Aleixo & Vielliard 1995, Anjos 1998, Ribeiro 2009). Anjos (1998) em seu trabalho mostra dados em que um fragmento com apenas 7 ha apresentou um número de 102 espécies de aves, o de 60 ha apresentou 98 espécies, onde o número de espécies do último fragmento

(33)

22

provavelmente se deve ao nível de isolamento do mesmo. Segundo MacArthur & Wilson (1967), mesmo um fragmento florestal estando protegido, as sobrevivências de algumas espécies sensíveis a perturbações podem estar comprometidas dependendo do nível de isolamento, reduzindo assim a biodiversidade.

Alguns fatores podem estar influenciando no reduzido número de espécies registradas na área. Um deles é a detectabilidade das espécies que pode ter influenciado no maior ou menor número de registros (Bochio 2009, Anjos 2010). Outros fatores podem ser o efeito da fragmentação e/ou seu grau de isolamento (Laps et al 2003). A área corresponde a um fragmento de floresta em meio à zona urbana, e sofre bastante com o efeito de isolamento e pressões de borda, podendo assim, ocasionar a extinção local de algumas espécies, principalmente as que são sensíveis a distúrbios ambientais ou mesmo de espécies com ampla distribuição e endêmicas da mata atlântica (Cerqueira et al 2003, Gimenes & Anjos 2003, Olmos 2005).

Dentre as espécies registradas, as que apresentaram maiores índice pontual de abundância foram Tangara palmarum, espécie amplamente distribuída e geralmente muito ligada à presença de palmeiras (Sick 2001); Vireo chivi, é uma ave facilmente detectada por possuir uma vocalização bastante conspícua (Sick 2001). Tangara sayaca, é uma das aves mais abundantes do Brasil ocidental e vive em árvores tanto em campo ou áreas de cultivo de interior, como em cidades (Sick 2001).

A baixa abundância relativa verificada para algumas espécies, principalmente as ameaçadas e endêmicas, sugere a existência de baixo recrutamento das populações em virtude de ameaças como, soltura de espécies provenientes da apreensão do tráfico (competição por nichos ecológicos) e o isolamento genético (fragmentação) (Cerqueira 2003, Marini & Garcia 2005).

(34)

Estudos apresentaram resultados semelhantes em relação aos grupos tróficos mais representativos (Tellino Jr. et al 2005, Rodrigues et al 2007, Pereira 2009, Araújo et al 2010). Segundo Rodrigues et al. (2007), pesquisas sobre relações tróficas através da compreensão de padrões de exploração de alimentos possibilita uma importante avaliação de comunidades de aves.

Os insetívoros de sub-bosque representados principalmente por aves da ordem Passeriformes são bastante utilizados para avaliar a qualidade ambiental, com a retirada das árvores estes são os primeiros a desaparecer. As aves escaladoras de troncos, a exemplo de pica-paus (Picumnus exilis, Veniliornis passerinus, Dryocopus lineatus) e arapaçus (Sittasomus griseicapillus, Xiphorhynchus atlanticus, Dendroplex picus) encontrados na Mata do Buraquinho, dependem de florestas de formação tardia, onde forrageiam e nidificam em buracos de árvores ocas (Soares & Anjos 1998, Pereira 2009). Alguns autores discutem que os insetívoros são o grupo mais sensível à fragmentação florestal (Willis 1979). Resultados de estudo realizado por Aleixo & Vielliard (1995) em fragmento de mata isolada mostrou que a categoria mais reduzida também foram os insetívoros. Ao contrário de espécies mais generalistas, a exemplo dos onívoros, que podem mudar de dieta em períodos diferentes e dessa forma serem menos afetados pela fragmentação, os insetívoros são mais sensíveis a mudanças na distribuição de seus recursos alimentares.

Os frugívoros de grande e pequeno porte, de modo geral, são eficientes dispersores de sementes, dessa forma, são importantes em auxiliar a manutenção da floresta (Silva & Tabarelli 2000). Os mesmos autores mostram que a flora arbórea que ocorre nos fragmentos de Floresta Atlântica do Nordeste do Brasil está supostamente ameaçada devido ao desaparecimento de aves frugívoras de médio e grande porte. Aqui é importante ressaltar que este grupo de aves está entre os primeiros a desaparecerem de áreas que sofreram o efeito da fragmentação (Willis 1979). Outro grupo que atua como importante papel na manutenção das

(35)

24

florestas são os nectarívoros, e são representados principalmente por espécies da família Throchilidae com cinco espécies registradas na área de estudo.

Os carnívoros, por serem predadores de topo desempenham importante papel na regulação das populações de presas, influenciando na manutenção dos ecossistemas (Aver 2014). A perda de habitat é particularmente desastrosa para as espécies com altos requerimentos energéticos (Tabarelli & Gascon 2005).

O grau de isolamento do fragmento é um fator importante para interações de plantas e seus dispersores, tendo em vista que muitos não atravessam áreas abertas ou evitam contato com ambientes perturbados (Silva et al 1996, Metzger 2000, Tabarelli 2000). A distância média entre os fragmentos e áreas florestais tidas como funcionais atinge mais de 500 m (Ribeito et al. 2009). Por estas razões, o isolamento do fragmento pode impedir os deslocamentos das aves para outras áreas em épocas de escassez de frutos, além de apresentarem baixa abundância causada pelo efeito da fragmentação (Willis 1979, Andresen 2003). Um número considerável de espécies registradas na Mata do buraquinho para o presente estudo são dependentes e semidependentes de ambientes florestais, estando afetadas diretamente pelo nível de isolamento e fragmentação, tendo em vista que estas espécies não podem atravessar grandes áreas para outros fragmentos. Uma grande consequência negativa desse efeito é a baixa abundância de espécies que dependem desses ambientes e diminuição no fluxo gênico destas populações.

Com relação ao registro de Xiphorhynchus atlanticus, espécie endêmica do Centro de Endemismo Pernambuco e ameaçada de extinção, na categoria vulnerável. Sua presença em fragmentos florestais está mais associada a condições de vegetação do fragmento, do que ao seu tamanho e costuma forragear no sub-bosque de floresta densa (Aleixo 2008).

Os baixos índices de abundância para espécies raras, ameaçadas e endêmicas sugerem uma perda de diversidade. Um grande exemplo de espécie ausente é a Tangara fastuosa,

(36)

endêmica da Floresta Atlântica do Nordeste e ameaçada de extinção, que no passado era facilmente detectadada, podendo ser vista nas bordas da floresta e capturada em redes de neblina (J.L.X.N. com. pess.).

A Mata do Buraquinho, por ser um fragmento de floresta urbano, torna-se uma área limitada para muitas espécies que dependem de ambientes florestais e são sensíveis a alterações. A ausência de cobertura florestal em torno dos fragmentos pode representar uma barreira importante para várias espécies, em especial as que vivem no interior da floresta. Muitas áreas, mesmo estando protegidas legalmente enfrentam fortes pressões, e necessitam de recursos para desenvolver planos de manejo para sua conservação.

Considerando a importância ecológica da Mata do Buraquinho para o contexto regional, e que nossas ações contribuirão para o destino de várias espécies, torna-se necessário e urgente o estimulo a realização de pesquisas populacionais que permitam melhor avaliar a situação da biodiversidade local e suas ameaças, para subsidiar o planejamento de gestão da área. A manutenção desses fragmentos é essencial para prevenir que alteração no ambiente cause transformações irreversíveis para a estrutura das comunidades em geral.

Agradecimentos

Agradeço ao Jardim Botânico Benjamim Maranhão pela permissão de pesquisa na Mata do Buraquinho. Ao CEMAVE / ICMBio pela importante oportunidade de estágio e acompanhamento das atividades do projeto de pesquisa, em especial aos analistas Dr. João Luiz Xavier do Nascimento, Diego Mendes, Antonio Emanuel e Ermerson Silva. Ao Prof. Dr. Erich Mariano pela colaboração e ao CNPq pelo financiamento das atividades de campo através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica.

(37)

26

Referências

Aleixo, A. & Vielliard, J. M. E. 1995. Composição e dinâmica da avifauna da mata de Santa Genebra, Campinas, São Paulo, Brasil. Revista brasileira de Zoologia. 12:493-511.

Aleixo, A. 1999. Effects of selective logging on a the brazilian atlantic bird community in forest. The Cooper Ornithological Society. 101:537-548.

Aleixo, A. 2008. Xiphorhynchus fuscus atlanticus (Cory, 1916). In: Machado, A. B. M; Drummond, G. M.; Paglia, A. P. (eds). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Volume II. 1.ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente. p. 530 – 531.

Andresen, E. 2003. Effect of forest fragmentation on dung beetle communities and functional consequences for plant regeneration. Ecography 26: 87-97.

Anjos, L. 2007. A eficiência do método de amostragem por pontos de escuta na avaliação de riqueza de aves. Revista Brasileira de Ornitologia 15 (2): 239-243.

Anjos, L. 2001. Comunidades de aves florestais: implicações na conservação. In: Albuquerque, J. L. B. et al (eds). Ornitologia e conservação: da ciência às estratégias. Tubarão: editora unisul. 344p.

Anjos, L. 1998. Consequências biológicas da fragmentação no Norte do Paraná. Série tecnica IPEF. 12 (32): 87-94.

Aquino, M. T. B.; Costa, P. G.; Silva, H. C. M. 2005. Educação para conservação de espécies nativas do jardim botânico de João Pessoa “Benjamin Maranhão”. Prêmio para

projetos educacionais. – Modelos nos Jardins Botânicos Brasileiros. João Pessoa,

Araújo, H. F. P. et al 2010. Avifauna de floresta de restinga em um complexo de mineração no litoral Norte da Paraíba, Brasil. Revista Nordestina de zoologia – Recife. (4) 2: 46-56. Aver, G. F. 2014. Diversidade, sazonalidade e uso de habitat da comunidade de aves de rapina diurnas na região do planalto das araucárias, RS. Dissertação. São Leopoldo:

(38)

Barbosa, M. R. V. 1996. Estudo florístico e fitossociológico da Mata do Buraquinho, remanescente de Mata Atlântica em João Pessoa, Paraíba. Campinas, 135p. Tese

(doutorado) – Universidade Estadual de Campinas.

Barreto, F. C. C. 2004. Riqueza de espécies em comunidades de Leptodptera frugivora: Aspectos metodológicos e efeito da alteração da cobertura vegetal. Dissertação (mestrado).

Universidade Federal do Espirito Santo. Vitória.

Blondel, J.; Ferry, C.; Frochot, B. 1970. La méthode des indices ponctuels d’abundance (IPA) ou desrelevés d’avifaune par “stations d’écoute”. Alauda 38: 55-71.

Bochio, G. M.; Anjos, L. 2009. Detectabilidade de aves em Floresta Estacional Semidecidual. Mestrado. Programa de Pós graduação em Ciências Biológicas da Universidade

Federal de Londrina.

Campanili, M. & Schaffer, W. B. 2010. (org.) Mata atlântica: patrimônio nacional dos brasileiros. Brasilia: Ministério do Meio Ambiente - MMA.

CBRO 2014 - Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Listas das aves do Brasil. Versão 2014. Disponível em <http://www.cbro.org.br>. Acesso em 27 de janeiro de 2014. Cerqueira, R. et al 2003. Fragmentação: alguns conceitos. In Rambaldi, D. & Oliveira, D. A. S. (Org.) Fragmentação de Ecossistemas: causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília, Ministério do Meio Ambiente.

Gimenes, M. R. & Anjos, L. 2003. Efeitos da fragmentação florestal sobre as comunidades de aves. Maringá 25 (2): 391-402.

Gimenes, M. R.; Anjos L. 2000. Distribuição espacial de aves em um fragmento florestal do Campus da Universidade Estadual de Londrina, Norte do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia. Curitiba. 17 (1): 263-271.

Hamel, P. B. 1984. Comparison of variable circular-plot and spot-map censusing methods in temperate deciduous forest. Omis Scandinavica. 15: 266-274.

(39)

28

Herzogh, S. K.; Kessler, M. & Cahill, T. M. 2002. Estimating species richness of tropical communities from rapid assessment data. Auk. 119: 749-768.

Hutto, R. L.; Pletschet, S. M.; Hendricks, P. 1986. A fixedradius point count method for nonbreeding and breeding season use. Auk. 103: 593-602.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. – Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Manuais técnicos em geociências, Rio de Janeiro. 270p.

Laps, R. R. et al. 2003. Aves. In: Rambaldi, D. & Oliveira, D. A. S. (Org.) Fragmentação de Ecossistemas: causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas.

Brasília, Ministério do Meio Ambiente – MMA.

Lima, N. T. 2008. A família Apocinaceaes.str na Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba. João Pessoa. 38p. Monografia – Universidade Federal da Paraíba.

Mac Arthur, R. H. & Wilson, E. O. 1967. The Theory of Island Biogeography. Princeton Univ. Press, Princeton.

Mackinnon, J. & Phillips, K. 1993. A field guide to the birds of Borneo, Sumatra, Java and Bali. Oxford: Oxford University press.

Marini, M.A & Garcia. F.I. 2005. Conservação de aves no Brasil. Mega diversidade. Brasília. 1 (1): 95-101.

Melo A, S. & Barbosa, M. R. V. 2007. O gênero Borreia G. Mey (Rubiaceae) na Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba. Revista brasileira de biociências, 5 (2) : 627-629.

Metzger, J. P. et al. 2009 Time-lag in biological responses to landscape changes in a highly dynamic Atlantic forest region. Biological Conservation 142: 1166–1177.

Metzger, J. P. 2000. Tree functional group richness and landscape structure in a Brazilian tropical fragmented landscape. Ecological Applications 10: 1147–1161.

MMA 2000. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. Ministério do Meio Ambiente, Brasília: MMA/SBF. 40p.

(40)

MMA 2007. Áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade Brasileira. Portaria MMA nº 9, 23 de janeiro de 2007. Biodiversidade 31. 301p.

MMA. 2014. Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção. Portaria

do Ministério do Meio Ambiente nº 444/2014, Diário Oficial da União nº 245, Seção 1, páginas 121-126, dia 18.12.2014.

Motta Júnior, J. C. 1999. Estrutura trófica e composição das avifaunas de três habitats terrestres na região central do estado de São Paulo. Ararajuba 1: 65-71.

Myers, N. et al. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorites. Nature 403: 853-858. Olmos, F. 2005. Aves ameaçadas, prioridades e politicas de conservação no Brasil. Natureza e conservação. 3 (1): 21-42.

Pereira, G. A. 2009. Aves da Fazenda Morim, São José da Coroa Grande, Pernambuco, Brasil. Relatório Técnico. Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste.

Pereira, G. A.; Dantas, S. M.; Roda, S. A. 2005. Aves da Mata de Aldeia, Camaragibe, Pernambuco. Relatório Técnico. Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste.

Pimentel, G. P. 2009. Influência de fatores biogeográficos sobre a sensibilidade das espécies de aves à fragmentação do habitat. Dissertação. São Paulo: Instituto de Biociências.

Ribeiro, M. C. et al. 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation 142: 1141–1153.

Ribon, R. 2010. Amostragem de aves pelo método de listas de Mackinnon. In: Von Matter, S. et al (org.). Ornitologia e conservação: ciência aplicada, técnicas de pesquisa e levantamento. 1º edição. Rio de Janeiro. Pag. 31-45.

Rodrigues R. et al. 2007. Caracterização da Avifauna na Área de Proteção Ambiental de Guadalupe, Pernambuco. Ornithologia 2 (1): 7-61.

(41)

30

Scott, J. Michael; Ramsey, Fred L. 1981. Length of count period as a possible source of bias in estimating bird densities. p. 409-413. In: Ralph, C. John; Scott, J. Michael, editors. Estimating numbers of terrestrial birds. Studies in Avian Biology. 6: 409-413.

Sick, H. 2001. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 912p.

Silva, J.M.C. 1996. Distribution of Amazonian and Atlantic birds in gallery forests of the cerrado region, South America. Ornitologia Neotropical 7:1-18.

Silva, J. M. C. & Tabarelli, M. 2000. Tree species impoverishment and the future flora of the Atlantic forest of northeast Brazil. Nature. 404: 72-74.

Silva, W. R. & Vielliard. J. M. E. 2000. Avifauna de mata ciliar in: Rodrigues, R. R. & Leitão Filho, H. F. (eds). Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo. Fapesp. 320p.

Silveira, L. F.; Straube F. C. 2008. Aves Ameaçadas De Extinção No Brasil. In: Machado, A. B. M., Drummond G. M.; Paglia A. P. (eds.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Ministério do Meio Ambiente/Fundação Biodiversitas, Brasília.

Soares, E. S. & Anjos, L. 1999. Efeito da fragmentação florestal sobre aves escaladoras de troncos e galhos na região de Londrina, Norte do estado do Praná, Brasil. Onitologia Neotropical 10: 61-68.

Stotz, D. F. et al. 1996. Neotropical Birds: ecology and conservation. Chicago and London: The University of Chicago Press. 478p.

SUDEMA 2014. Estudo para subsidiar a criação de Unidade de Conservação de proteção integral da mata do Buraquinho – paraíba. João Pessoa, Superintendência de Administração

do Meio Ambiente. 143 p.

Tabarelli, M. 2000. Dois Irmãos: o desafio da conservação biológica em um fragmento de floresta tropical, p. 311-323,. In: Machado I.C.; Lopes A.V. & Pôrto K.C. (Eds). Reserva

(42)

Ecológica de Dois Irmãos: Estudos em um Remanescente de Mata Atlântica em Área Urbana

(Recife, Pernambuco, Brasil). Recife, Editora Universitária, SECTMA, 326p.

Tabarelli, M. & Gascon, C. 2005. Lições da pesquisa sobre fragmentação: aperfeiçoando políticas e diretrizes de manejo para a conservação da biodiversidade. Megadiversidade. 1 (1): 182-187.

Tabarelli, M. et al. 2005. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica Brasileira. Megadiversidade. 1(1): 132-138.

Telino-Junior, W. R. et al. 2005. Estrutura trófica da reserva estadual do Gurjaú, Zona da Mata Sul, Pernambuco, Brasil. Curitiba, Revista Brasileira de Zoologia. 22(4): 962-973. Vielliard, J.M.E. & W.R, Silva. 1990. Nova metodologia de levantamento quantitativo e primeiros resultados no interior de São Paulo. In: Anais do IV Encontro Nacional dos Anilhadores de Aves, p. 117-151.

Walther, B. A. & Moore, J. L. 2005. The concepts of bias, precision and accuracy their use in testing the performace of species richness estimators, with a literature review of estimator performace. Ecography 28: 815-229.

Wikiaves. Disponível em: <www.wikiaves.com> Acesso em 24 de abril de 2014.

Willis, E. O. 1979. The composition of avian communities in remanescent woodlots in southern Brazil. São Paulo, Papeis Avulsos de Zoologia. 33 (1): 1-25.

(43)

32

DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

(44)

Instructions to Authors

The Revista Brasileira de Ornitologia will accept original contributions related to any aspect of the biology of birds, with emphasis on the documentation, analysis, and interpretation of field and laboratory studies, presentation of new methodologies, theories or reviews of ideas or previously known information. The Revista Brasileira de Ornitologia is interested in publishing ornithological studies on behavior, behavioral ecology, biogeography, breeding biology, community ecology, conservation biology, distribution, evolution and genetics, landscape ecology, methods and statistics, migration, nomenclature, paleontology, parasites and disease, phylogeography, physiology, population biology, systematics, and taxonomy. Noteworthy range extensions and novel geopolitical (country/state/province) records are also welcome, but not mere lists of the avifauna of a specific locality. Monographs may be considered for publication upon consultation with the editor.

Manuscripts submitted to The Revista Brasileira de Ornitologia must not have been published previously or be under consideration for publication, in whole or in part, in another journal or book. Manuscripts may be written only in English and must be typed in Microsoft Word, using Times New Roman 12, double spaced and left justified. Scientific names must be shown in italic, and authors are encouraged to follow the latest systematic sequence of the Brazilian

(www.cbro.org.br/CBRO/index.htm) or south American

(www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCBaseline.html) bird lists, when pertinent and at their discretion. When using one of each of those sources, please be explicit about which one is being used, following it consistently throughout the manuscript. Common names should follow those recommended by the South American Checklist Committee (www. museum.lsu.edu/~Remsen/SACCBaseline.html).

Authors for whom English is not their native language are strongly recommended to have their manuscript professionally edited before submission to improve the English. Two of these independent suppliers of editing services in Brazil can be found through maryandriani@yahoo.com or the web site www.idstudio.art.br. All services are paid for and arranged by the author, and use of one of these services does not guarantee acceptance or preference for publication.

Submission

Originals must be submitted by email only (editoriarbo@gmail.com) and as a single Microsoft Word file (figures and table must me imbedded into the manuscript). Upon manuscript acceptance, high quality image files (extensions JPG, TIF, PSD, CDR, AI, EPS, WMF or XLS; minimum resolution of 300 DPI) of the original figures will be requested. The title must be concise and clearly define the topic of the manuscript. Generic expressions such as “contribution to the knowledge...” or “notes on...” must be avoided. The name of each author must be written fully, followed by the full mailing address, and author for communication in the case of multiple authors.

The parts of the manuscript must be organized as follows:

– Title (of the manuscript, in lowercase – not capitals - with names and addresses of all the authors)

– Abstract/Key-Words (with title and up to 300 words; five key-words related to the main

topics of the manuscript and not already mentioned in the title must be provided in alphabetical order and separated by semicolons).

– Introduction (starting on a new page)

(45)

34

– Results (only the results, succinctly) – Discussion – Acknowledgments – References – Tables – Figure Legends – Figures

For short notes, the same Abstract and Key-Words structure outlined above must be included. The text must provide a brief introduction, description of methods and of the study area, presentation and discussion of the results, acknowledgments and references. Conclusions may be provided after the discussion or within it.

Each Table should be on a separate page, numbered in Arabic numerals, with its own legend. The legend should be part of the table, and occupy the space made by inserting an extra line at the beginning of the table, in which the cells are merged. Figure legends, occupying one or more pages following the tables, should be numbered successively, also in Arabic numerals. Figures will follow, one to each page, and clearly numbered in agreement with the legends.

As necessary, subsections may be identified and labeled as such. All pages should be numbered in the upper, right hand corner.

The following abbreviations should be used: h (hour), min (minute), s (second), km (kilometer), m (meter), cm (centimeter), mm (millimeter), ha (hectare), kg (kilogram), g (gram), mg (miligram), all of them in lowercase (not capitals) and with no “periods” (“.”). Use the following statistical notations: P , n, t, r, F, G, U, χ2, df (degrees of freedom), ns (non significant), CV (coefficient of variation), SD (standard deviation), SE (standard error). With the exception of temperature and percentage symbols (e.g., 15°C, 45%), leave a space between the number and the unit or symbol (e.g., n = 12, P < 0.05, 25 min). Latin words or expressions should be written in italics (e.g., et al., in vitro, in vivo, sensu). Numbers one to nine should be written out unless a measurement (e.g., four birds, 6 mm, 2 min); from 10 onwards use numbers.

Author citations in the text must follow the pattern: (Pinto 1964) or Pinto (1964); two publications of the same author must be cited as (Sick 1985, 1993) or (Ribeiro 1920a, b); several authors must be presented in chronological order: (Pinto 1938, Aguirre 1976b); for two-author publications both authors must be cited: (Ihering & Ihering 1907), but for more than two authors, only the first one should be cited: (Schubart et al. 1965); authors’ names cited together are linked by “&”. Unpublished information by third parties must be credited to the source by citing the initials and the last name of the informer followed by the appropriate abbreviation of the form of communication: (H. Sick pers. comm.) or V. Loskot (in litt.); unpublished observations by the authors can be indicated by the abbreviation: (pers. obs.); when only one of the authors deserves credit for the unpublished observation or another aspect cited or pointed out in the text, this must be indicated by the name initials: “... in 1989 A. S. returned to the area...”. Unpublished manuscripts (e.g., technical reports, undergraduate monographs) and meeting abstracts should be cited only exceptionally in cases they are absolutely essential and no alternative sources exist. The reference list must include all and only the cited publications (titles written in full, not abbreviated), in alphabetical order

(46)

Articles

Fargione, J.; Hill, J.; Tilman, D.; Polasky, S. & Hawthornez, P . 2008. Land clearing and the

biofuel carbon debt. Science, 319: 1235-1238.

Santos, M. P . D. & Vasconcelos, M. F. 2007. Range extension for Kaempfer’ s Woodpecker

Celeus obrieni in Brazil, with the first male specimen. Bulletin of the British Ornithologists ’ Club, 127: 249-252.

Worthington, A. H. 1989. Adaptations for avian frugivory: assimilation efficiency and gut

transit time of Manacus vitellinus and Pipra mentalis. Oecologia, 80: 381-389.

Books and Monographs

Sick, H. 1985. Ornitologia brasileira, uma introdução, v. 1. Brasília: Editora Universidade de

Brasília.

Book chapters

Remsen, J. V. & Robinson, S. K. 1990. A classification scheme for foraging behavior of birds

in terrestrial habitats, p. 144-160. In: Morrison, M. L.; Ralph, C. J.; Verner, J. & Jehl Jr., J. R. (eds.). Avian foraging: theory, methodology, and applications. Lawrence: Cooper Ornithological Society (Studies in Avian Biology 13).

Theses and Dissertations

Novaes, F. c. 1970. Estudo ecológico das aves em uma área de vegetação secundária no Baixo Amazonas, Estado do Pará. Ph.D. dissertation. Rio Claro: Faculdade de Filosofia, Ciências e

Letras de Rio Claro.

Web-based References

cbRo - comitê brasileiro de Registros ornitológicos. 2011. Listas das aves do Brasil, 10th

Edition. http://www.cbro.org.br/CBRO/pdf/ AvesBrasil2011.pdf (access on 20 January 2013).

Iucn. 1987. A posição da IUCN sobre a migração de organismos vivos: introduções,

reintroduções e reforços. http://iucn.org/themes/ssc/pubs/policy/ index.htm (access on 25 August 2005).

Dornas, T. 2009a. [XC95575, Celeus obrieni]. www.xeno-canto.org/95575 (access on 25

February 2012).

Dornas, T. 2009b. [XC95576, Celeus obrieni]. www.xeno-canto.org/95576 (access on 25

February 2012).

Pinheiro, R. T. 2009. [WA589090, Celeus obrieni Short, 1973]. www.wikiaves.com/589090

(access on 05 March 2012).

Footnotes will not be accepted.

Illustrations and tables. The illustrations (photographs, drawings, graphics and maps), which will be called figures, must be numbered with Arabic numerals in the order in which they are cited and will be inserted into the text. Upon manuscript acceptance, high quality image files (extensions JPG, TIF, PSD, CDR, AI, EPS, WMF or XLS; minimum resolution of 300 DPI) of the original figures will be requested. Tables and figures will receive independent numbering and must appear at the end of the text, as well as all legends to the figures that must be presented on separate sheets. In the text, mentioning figures and tables must follow the pattern: “(Figure 2)” or “... in figure 2.” Table

(47)

36

headings must provide a complete title, and be self- explanatory, without needing to refer to the text. All figure legends must be grouped in numerical order on a separate sheet from the figures.

All materials must be sent to the editor of the Revista Brasileira de Ornitologia: Alexandre Aleixo, Ph.D.

Coordenação de Zoologia / MCTI / Museu Paraense Emílio Goeldi Caixa Postal 399 / CEP 66040-170 / Belém / PA / Brazil Phone:

(55-91) 3075-6102 / 3075-6282. E-mail: editoriarbo@gmail.com

A letter of submission or email message must accompany the manuscript and mention the manuscript title, authors’ names, address and e-mail address of the author with whom the editor will maintain contact concerning the manuscript. Notification of receipt of the originals will be sent to the corresponding author. Once the manuscript is finally accepted and a final version consolidated, PDF proofs will be sent by email to this author for revision. The correction of the final version sent for publication is entirely the authors’ responsibility. The first author of each published paper will receive via e-mail, free of charge, a PDF file of the published paper. In the case of doubts as to the rules of format, please contact the editor prior to submission.

Referências

Documentos relacionados

III - ser ou ter sido sócio ou diretor de ETC ou CTC. Para fins de cumprimento do requisito de tempo de atividade profissional, poderá ser utilizada qualquer combinação dos

É notável, por isso mesmo, os avanços trazidos para a educação, em todas as suas formas, pelo desenvolvimento da tecnologia computacional, com seus dispositivos móveis e sem

Após a análise estatística destes 8 testes, concluímos que apenas os testes MSV e PD discriminam bem os dois grupos pois as crianças com bom desempenho académico tendem a

Sexto – A responsabilidade abrange a aptidão demonstrada pelo servidor no desempenho da função para qual está designado; à demonstração de

No caso de venda do bem, e recebido do comprador o valor total da venda, a &#34;Cabral Moncada-Leilões&#34; obriga-se a entregar ao vendedor a quantia da venda, deduzidas as

Recomenda-se que as seguintes variáveis para sejam mantidas em experimentos futuros: idade ao abate, peso da meia-carcaça direita, comprimento de carcaça pelo Método Brasileiro

- estágio de votação no Congresso Nacional – aprovado o parecer do relator na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, em 16.12.1999. Aguarda encaminhamento para apreciação

Foi avaliada a seletividade e a eficiência agronômica dos herbicidas clethodim e sethoxydim, no controle de Digitaria horizontalis (capim-colchão) na cultura da melancia (cv.