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PARECER Nº 4.593/2015

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PROCESSO Nº : 35955/2014

ASSUNTO : CONTAS ANUAIS DE GOVERNO MUNICIPAL

UNIDADE : PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO DA CIPA RESPONSÁVEL : ALEXANDRE RUSSI

RELATOR : CONSELHEIRO SÉRGIO RICARDO

AUTOS DIGITAIS

PARECER Nº 4.593/2015

Contas anuais de governo. Exercício 2014. Prefeitura Municipal de São Pedro da Cipa. Manifestação pela emissão de Parecer Prévio favorável à aprovação, com recomendações.

1 RELATÓRIO

Trata-se das contas anuais de governo da Prefeitura Municipal de São Pedro da Cipa, referentes ao exercício de 2014, sob a responsabilidade do Sr. Alexandre Russi.

Os autos aportaram no Ministério Público de Contas para manifestação acerca da conduta do Chefe do Executivo nas suas funções políticas de planejamento, organização, direção e controle das políticas públicas, nos termos do art. 71, I da Constituição Federal; artigos 47 e 210 da Constituição Estadual, artigos 26 e 34 da Lei Orgânica do TCE/MT (Lei Complementar Estadual nº 269/2007) e art. 29, I, do Regimento Interno do TCE/MT (Resolução nº 14/2007).

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Na prestação de contas em tela foram acostados os seguintes documentos: ofício de encaminhamento; cadastro dos responsáveis; relatório com informações acerca do montante aplicados na execução de cada programa; balanços orçamentário, financeiro, patrimonial; demonstração das variações patrimoniais, anexos da Lei nº 4320/64; relação dos restos a pagar da Saúde, Educação e FUNDEB, inscritos e pagos.

Consta do Relatório Técnico que a auditoria foi realizada na sede do Tribunal de Contas e da entidade, com observância às normas e procedimentos de auditoria aplicáveis à Administração Pública, bem como aos critérios contidos na legislação vigente.

A Secretaria de Controle Externo apresentou o Relatório de Auditoria que faz referência ao resultado do exame das contas anuais prestada pelo gestor, em que concluiu pela existência de 02 (duas) irregularidades, imputadas ao contador (Sra. Katia Maria Ribeiro) e ao responsável pelo controle interno (Sra. Maria Aparecida Silva Nascimento).

Em atendimento aos postulados constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, os responsáveis foram notificados para apresentardefesa em relação ao relatório preliminar de auditoria.

Ato contínuo, a SECEX emitiu o Relatório Conclusivo de Auditoria, no qual consignou pela manutenção das 2 (duas) irregularidades.

Por derradeiro, os responsáveis foram notificados para apresentarem manifestação final, conforme dicção do artigo 141, § 2º da Resolução nº 14/2007, alterada pela Resolução Normativa nº 40/2012, ocasião em que o fizeram.

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Vieram os autos para manifestação Ministerial. É o relatório.

2 FUNDAMENTAÇÃO

A Resolução Normativa nº 10/2008, que estabelece regras para apreciação e julgamento das Contas Anuais de Governo prestadas pelo Prefeito Municipal, em seu art. 5º, §1º, predispõe que o parecer prévio sobre as Contas Anuais de Governo será conclusivo no sentido de manifestar-se sobre:

a) se as contas anuais representam adequadamente a posição financeira, orçamentária e patrimonial em 31.12, bem como o resultado das operações de acordo com os princípios fundamentais da contabilidade aplicada à administração pública; b) a observância aos limites constitucionais e legais na execução dos orçamentos públicos;

c) o cumprimento dos programas previstos na LOA quanto à legalidade, legitimidade, economicidade e atingimento das metas, assim como a consonância dos mesmos com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias;

d) o resultado das políticas públicas, evidenciando o reflexo da administração financeira e orçamentária no desenvolvimento econômico e social do município;

e) a observância ao princípio da transparência.

Dessarte, o processo de Contas de Governo consiste no trabalho de controle externo destinado a avaliar, dentre outros aspectos, a suscetibilidade de ocorrência de eventos indesejáveis, tais como falhas e irregularidades em atos e procedimentos governamentais, ou insucesso na obtenção dos resultados esperados, devido às falhas ou deficiências administrativas.

Ademais, pode ser incluído dentre os objetivos e matérias suscetíveis de averiguação no processo de Contas de Governo, a relevância da atuação do Gestor, em razão das suas atribuições e dos programas, projetos e atividades sob sua

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responsabilidade, assim como as ações que desempenha, os bens que produz e os serviços que presta à população.

Não se pode olvidar, outrossim, que é por meio do processo de Contas de Governo que se verifica e se analisa a eficácia, a eficiência e a efetividade da Gestão em relação aos padrões administrativos e gerenciais, expressos em metas e resultados definidos e previstos na LOA, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como a capacidade do controle interno de minimizar os riscos de não atingimento das aludidas metas, além da observância dos limites constitucionais e legais para execução de orçamentos e o respeito ao Princípio da Transparência.

Ainda quanto ao disposto na Resolução Normativa n° 10/2008, a apreciação das contas de gestão e de governo são independentes entre si (art. 5°, caput).

Assim, na órbita das contas de governo, faz-se oportuna a análise da posição financeira, orçamentária e patrimonial da unidade gestora ao final do exercício financeiro, abrangendo ainda: o respeito aos limites na execução dos orçamentos públicos, o cumprimento dos programas previstos na LOA, o resultado das políticas públicas e a observância ao princípio da transparência (art. 5°, §1°).

São esses os aspectos sob os quais guiar-se-á este Parquet de Contas.

No caso concreto, as Contas de Governo do Município de São Pedro da Cipa – Exercício de 2014, reclamam emissão de Parecer Prévio Favorável, em razão dos argumentos que seguem.

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A princípio, é importante avaliar o conjunto dos elementos apresentados nas contas da Prefeitura Municipal, eis que estamos diante de um processo de contas de governo, e a análise nestes autos deve se restringir à atuação governamental, tendo como parâmetro as disposições do § 1° do art. 1° e o § 1° do art. 5° da Resolução Normativa n° 10/2008 TCE/MT.

O relatório técnico conclusivo elencou os seguintes apontamentos, atribuídos ao contador e ao controlador interno, respectivamente:

1) CB02 CONTABILIDADE_GRAVE_02. Registros contábeis incorretos sobre fatos relevantes, implicando na inconsistência dos demonstrativos contábeis (arts. 83 a 106 da Lei 4.320/1964 ou Lei 6.404/1976)

1.1) Não foi lançado no parcelamento pago da dívida fundada a parcela referente à atualização da dívida, causando inconsistência no Anexo 16.- Tópico-8. OUTROS ASPECTOS RELEVANTES

2) MB01 PRESTAÇÃO DE CONTAS_GRAVE_01. Sonegação de documentos e informações ao Tribunal de Contas (art. 215 da Constituição Estadual; art. 36, § 1º, da Lei Complementar Estadual nº 269/2007; art. 284 -A, VI, da Resolução Normativa TCE nº 14/2007)

2.1) Foi solicitado os saldos das contas bancárias que aparecem no sistema Aplic, mas não no BDT - Boletim Diário do Tesouro enviado pelo município, no entanto, não enviaram.- Tópico-8. OUTROS ASPECTOS RELEVANTES

Observa-se dos autos, que as irregularidades remanescentes referem-se a inconsistência dos registros contábeis e ausência de envio de informações acerca dos saldos das contas bancárias que constam no Boletim Diário do Tesouro, apenas no sistema APLIC.

Ocorre que, divergindo do entendimento técnico, tem-se que tais impropriedades não dizem respeito ao objeto do processo de julgamento de contas anuais de governo e sim à matéria específica do processo de contas de gestão anual ou mesmo representação interna, nos termos da Resolução nº 14/2007.

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globalidade, a clareza do balanço contábil e demais pontos necessários à avaliação das políticas públicas, transparências e outros pontos que são relevantes para a análise das contas de governo do fiscalizado.

Ademais, quanto ao subitem 1.1 (CB 02), há uma divergência entre o apontamento dos auditores e a defesa do responsável, isto porque, em sede defesa, alega o contador que a irregularidade refere-se ao não lançamento contábil do parcelamento da dívida existente com a rede CEMAT S/A, já a equipe técnica deste Tribunal, dispõe que trata-se do parcelamento realizado entre o INSS e a Prefeitura de São Pedro da Cipa.

O apontamento, de fato, não ficou pontual, uma vez que o Anexo 16 refere-se ao Demonstrativo da Dívida Fundada, constando não só as dívidas relativas às obrigações legais e tributárias, como também pertinente à rede de energia elétrica (CEMAT), conforme fls. 229/230, do relatório técnico preliminar.

Portanto, guarda razão ao gestor que a irregularidade deste subitem pode estar relacionada, para não dizer idêntica, ao apontamento descrito no subitem 36.1 (CB 01), do Processo nº 19305/2014 – Contas Anuais de Gestão da Prefeitura de São Pedro da Cipa, e não o sendo, a irregularidade deveria ser revista, constando-se pontualmente a falha consignada, oportunizando-se ao gestor novo prazo de defesa, em atendimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

Já o subitem 2.1 (MB 01), refere-se, na verdade, ao não envio tempestivo das informações ao Tribunal de Contas, a qual deveria ter sido consignada no processo de prestação de contas de gestão, inclusive, para fins de adoção das providências pertinentes ao caso.

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Nesse contexto, por todo exposto e considerando que os apontamentos não se inserem dentre os assuntos passíveis de análise em sede de contas de governo, manifesta-se este Ministério Público de Contas pela rejeição da análise das irregularidades mencionadas nestes autos.

2.2 POSIÇÃO FINANCEIRA, ORÇAMENTÁRIA E PATRIMONIAL

As peças orçamentárias do Município de São Pedro da Cipa foram:

– PPA conforme Lei nº 441/2013; – LDO instituída pela Lei nº 444/2013;

– LOA disposta na Lei nº 445/2013, na qual há estimativa de receita e fixação de despesa em cerca de R$ 9.155.630,00.

Quanto à arrecadação orçamentária, apresentou-se as seguintes informações:

Quociente de arrecadação da receita – 1,33

Valor previsto: R$ 7.887.665,80 Valor arrecadado: R$ 10.529.670,61

Quociente de realização da despesa – 0,94

Despesa autorizada: R$ 11.812.390,95 Despesa realizada: R$ 11.179.226,03

Os resultados indicam que a receita arrecadada é maior que a despesa realizada e que as despesas não ultrapassaram o limite do crédito orçamentário estabelecido.

A primeira vista, vislumbra-se a ocorrência de déficit de execução orçamentária no valor de R$ 649.555,42, entretanto, conforme demonstrado no

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relatório técnico preliminar, à fl. 15, o ente possui crédito no valor de R$ 904.165,28, resultante do valor de créditos adicionais decorrentes do superávit financeiro do exercício anterior, o qual somado com a receita arrecadada disponibiliza um saldo de R$ 11.433.835,88.

Desse modo, comprovou-se a ausência de déficit de execução orçamentária, uma vez que há saldo suficiente para amortizar a diferença encontrada.

2.3 REALIZAÇÃO DOS PROGRAMAS PREVISTOS NA LOA

Para o estudo da previsão e execução dos programas de governo, sob a ótica da execução orçamentária, a equipe técnica deste Tribunal de Contas elaborou o Quadro acostado às fls. 13/14 em seu relatório preliminar.

A previsão orçamentária da LOA para os programas foi de R$ 11.812.390,90, sendo que o valor gasto para a execução foi de R$ 11.179.225,83.

De outro lado, tem-se que dos 15 (quinze) programas elencados, em apenas dois deles o percentual foi menor que noventa por cento do planejamento executado.

2.4 LIMITES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

Cabe analisar a observância, pelo gestor, de alguns aspectos importantes durante o exercício, relativos à execução de atos de governo.

Os percentuais mínimos legais exigidos pela Norma Constitucional estão consignados na tabela abaixo, conforme informações extraídas dos autos do feito

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epigrafado, senão vejamos:

Receita Base para Cálculo da Educação e Saúde: R$ 10.304.819,84 Exigências Constitucionais

Valor Mínimo a ser aplicado Valor Efetivamente Aplicado Manutenção e Desenvolvimento do Ensino 25,00% (art. 212, CF/88) 35,40% Saúde 15,00% (artigos 158 e 159, CF/88) 16,78%

Total de Recursos para Aplicação no FUNDEB: R$ 2.472.832,89 FUNDEB (Lei 11.494/2007)

Profissionais do Magistério da Educação Básica

60% (art. 60, §5º, ADCT) 91,29%

Pessoal art. 18 a 22 LRF - RCL: R$ 15.058.504,27 Gasto do Executivo 54,00% (máximo)

(art. 20, III, “b”, LRF)

49,81%

O governante municipal cumpriu os requisitos constitucionais na aplicação de recursos mínimos para a Educação e Saúde, bem como cumpriu com o limite máximo de gastos com pessoal do Poder Executivo.

2.5 AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Cabe destacar que nos resultados de Políticas Públicas de Educação foram detectadas algumas deficiências. Isto porque, no exercício de 2014, dos 10 (dez) indicadores utilizados para aferir os resultados das políticas públicas de educação, em 3 (três) o município de São Pedro da Cipa apresenta um desempenho melhor do que a média da rede municipal brasileira e em relação ao seu próprio desempenho do ano anterior, em 1 (um) apresenta indicador pior e em 4 (quatro)

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não apresentou os indicadores.

Faz-se necessária, então, a recomendação ao gestor para se atentar ao desempenho dos indicadores educacionais que não foram apresentados e ao que foi avaliado pior que a média nacional, a fim de que este implemente programas capazes de melhorar a qualidade do ensino no Município, os quais são:

a) Taxa de Abandono – Rede Municipal – 5ª a 8ª série/ 6° ao 9° Ano EF(2013) – indicador ruim;

b) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Matemática 4ª Série/ 5° Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou;

c) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Português 4° Série/5° Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou;

d) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Matemática 4ª Série/ 5° Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou;

e) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Português 4° Série/5° Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou.

Já no tocante às Políticas Públicas de Saúde, vislumbra-se que estão em patamares razoáveis. No exercício de 2014, dos 10 (dez) indicadores utilizados para aferir os resultados, em 7 (sete) deles o município apresenta um desempenho melhor do que a média da rede municipal brasileira, e nos outros 3 (três) deles o resultado aferido é pior do que a média nacional.

Em relação ao seu próprio desempenho, no ano anterior, o município piorou em 3 (três) indicadores: Proporção de Nascidos Vivos de Mães com 7 ou mais Consultas de Pré-natal (2012), Razão de Exames Citopatológicos Cérvico-vaginais em Mulheres de 25 a 59 anos na População Feminina nesta Faixa Etária (2013) e Cobertura - Imunizações : Pentavalente (2013).

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Desse modo, também se faz necessária a recomendação ao gestor para se atentar ao desempenho dos indicadores de saúde que foram avaliados piores, a fim de que este implemente programas capazes de melhorar a qualidade da saúde no Município, os quais são:

a) Proporção de Nascidos Vivos de Mães com 7 ou mais Consultas de Pré-natal (2012);

b) Razão de Exames Citopatológicos Cérvico-vaginais em Mulheres de 25 a 59 anos na População Feminina nesta Faixa Etária (2013);

c) Cobertura - Imunizações: Pentavalente (2013).

2.6 OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA

No que concerne à observância do princípio da transparência, ressalta-se que o relatório de auditoria consigna que foram realizadas audiências públicas durante o processo de elaboração do PPA, LDO e LOA.

Quanto ao cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, verifica-se que foram avaliadas em audiência pública na Câmara Municipal conforme determina o art. 9°, § 4°, ambos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal foram elaborados e publicados.

As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo foram colocadas a disposição dos cidadãos na Câmara Municipal e no órgão técnico responsável pela sua elaboração. Ainda, houve regular publicação de demonstrativos fiscais e atos oficiais.

Em relação aos Conselhos exigidos em lei, verificou-se a efetiva implantação destes, aos quais foi garantido acesso a informações e documentos.

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2.7 ÍNDICE DE GESTÃO FISCAL

Recentemente (Resolução Normativa n. 29, de 2014), esta Corte de Contas desenvolveu o Índice de Gestão Fiscal – IGF, cujo objetivo é estimular a cultura da responsabilidade administrativa, por meio de indicadores que mensuram a qualidade da gestão pública.

O IGF é composto dos seguintes indicadores:

• IGFM Receita Própria; • IGFM Gasto com Pessoal; • IGFM Liquidez;

• IGFM Investimentos; • IGFM Custo da Dívida;

• IGFM Resultado Orçamentário do RPPS.

Os municípios são classificados da seguinte maneira:

Nota A (Gestão de Excelência, acima de 0,8001 pontos)

Nota B (Boa Gestão, entre 0,6001 e 0,8 pontos)

Nota C (Gestão em Dificuldade, entre 0,4001 e 0,6 pontos)

Nota D (Gestão Crítica, inferiores a 0,4 pontos)

Compulsando os autos, verifica-se que no exercício de 2014 o IGFM do Município foi de 0,43, recebendo nota C (gestão em dificuldade), ficando no ranking geral em 110° posição, dos 141 demais entes políticos locais.

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– 2013: IGFM Geral 0,34 – Nota D – 2012: Não há informações1

Verifica-se que o Município vem tendo uma melhora com relação aos exercícios anteriores.

2.8 CUMPRIMENTO DAS RECOMENDAÇÕES

Nos autos do processo nº 7.520-5/2014, esta Corte de Contas opinou (Acórdão nº 103/2014), pelas seguintes determinações/recomendações:

1) proceda ao aperfeiçoamento do planejamento e da execução das políticas

públicas na área da educação, especificamente quanto ao aumento do resultado dos indicadores: 5ª a 8ª série/6º ao 9º ano EF (2012); proporção de escolas municipais com nota na prova Brasil (Matemática 4ª série/5º ano) inferior à média do Brasil (2012); proporção de escolas municipais com nota na prova Brasil (Português 4º série/5º ano) inferior à média do Brasil (2012); proporção de escolas municipais com nota na prova Brasil (Matemática 8ª série/9º ano) inferior à média do Brasil (2012); proporção de escolas municipais com nota na prova Brasil (Português 8º série/9º ano) inferior à média do Brasil (2012); 2) proceda ao aperfeiçoamento do planejamento e da execução das políticas públicas na área de saúde, especificamente quanto a: Taxa de mortalidade neonatal precoce (2011); Taxa de mortalidade infantil (2011); Taxa de detecção de hanseníase (2012) e Taxa de incidência de dengue (2012), em relação ao próprio desempenho anterior, Taxa de internação por Infecção Respiratória Aguda (IRA) em menores de 5 anos (2012), que continua acima da média Brasil; 3) cumpra as regras contábeis, a fim de demonstrar eficiência, eficácia, planejamento e adequação, em atendimento ao disposto nos artigos 74 da Constituição Federal e 10 da Lei Complementar 269/2007 – TCE/MT; 4) obedeça aos ditames da Lei 1 Disponível em: http://www.tce.mt.gov.br/analytics/saw.dll?dashboard

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de Responsabilidade Fiscal e da Constituição Federal quanto a elaboração das peças de planejamento e a compatibilidade entre elas; e, 5) apresente a contento e independentemente de solicitação desse Tribunal de Contas as informações a que está legalmente obrigado, ainda, com a obrigação de se evitar a divergência entre as informações enviadas por meio eletrônico e as constatadas pela equipe técnica.

Com relação ao cumprimento das determinações/recomendações:, verifica-se com relação aos itens (1) e (2), que ainda existem indicadores que precisam ser melhorados. Quanto aos itens (3) e (5), verificam-se que, ainda, não foram cumpridos, tanto que voltaram a ocorrer no presente exercício. Contudo, por tratar-se de objeto das contas anuais de gestão, deverão ser analisados em autos próprios. O item (4), ao que parece, foi atendido.

3 ANÁLISE GLOBAL

É importante avaliar o conjunto dos elementos apresentados nas contas da Prefeitura Municipal, eis que estamos diante de um processo de contas de governo, e a análise nestes autos deve restringir-se à atuação governamental agregando-se no que couber os aspectos contábeis, financeiros e de gestão, tendo como parâmetro as disposições do § 1° do art. 1° e o § 1° do art. 5° da Resolução Normativa n° 10/2008 do TCE/MT.

Como nestes autos a competência do Tribunal de Contas é restrita à emissão de Parecer Prévio, cabendo o julgamento de tais contas à Câmara Municipal de São Pedro da Cipa, a manifestação deste Parquet de Contas encerra-se com o parecer prévio favorável à aprovação das preencerra-sentes contas de governo.

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Pelo exposto, considerando-se o que consta nos autos acerca da conduta do Chefe do Executivo nas suas funções políticas de planejamento, organização, direção e controle das políticas públicas, o Ministério Público de Contas, instituição permanente e essencial às funções de fiscalização e controle externo do Estado e dos Municípios de Mato Grosso (art. 51, da Constituição Estadual), manifesta-se:

a) pela emissão de parecer prévio favorável à aprovação das contas anuais de governo da Prefeitura Municipal de São Pedro da Cipa, referentes ao exercício de 2014, sob a responsabilidade do Sr. Alexandre Russi, com fundamento nos arts. 26 e 31 da Lei Complementar Estadual nº 269/2007 (Lei Orgânica do TCE/MT), art. 176, § 3º, do Regimento Interno TCE/MT e art. 5º, § 1º, da Resolução TCE/MT nº 10/2008;

b) pela recomendação à Câmara Municipal, quando do julgamento das referidas contas que determine ao Chefe do Executivo que:

b.1) proceda o aperfeiçoamento do planejamento e da execução das políticas públicas na área da educação e saúde, visando uma mudança positiva na situação avaliada por esta Corte por ocasião da apreciação destas contas, especialmente em relação aos seguintes indicadores:

b.1.1) na educação, a) Taxa de Abandono – Rede Municipal – 5ª a 8ª série/ 6° ao 9° Ano EF(2013) – indicador ruim; b) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Matemática 4ª Série/ 5° Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou; c) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Português 4° Série/5° Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou; d) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Matemática 4ª Série/ 5°

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Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou) Proporção de Escolas Municipais com Nota na Prova Brasil (Português 4° Série/5° Ano) inferior à Média do Brasil (2013) – não apresentou – reincidentes (Acórdão nº 103/2014);

b.1.2) na saúde, a) Proporção de Nascidos Vivos de Mães com 7 ou mais Consultas de Pré-natal (2012); b) Razão de Exames Citopatológicos Cérvico-vaginais em Mulheres de 25 a 59 anos na População Feminina nesta Faixa Etária (2013) e c) Cobertura - Imunizações: Pentavalente (2013).

É o Parecer.

Ministério Público de contas, Cuiabá/MT, 27 de julho de 2015.

(assinatura digital2)

ALISSON CARVALHO DE ALENCAR Procurador de Contas

Referências