Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul
A PREDIÇÃO de transtornos de aprendizagem
Augusto Buchweitz, Ph.D.
Pós-Graduação em Letras – Linguistica
Pós-Graduação em Medicina – Neurociências
Questão
Neurobiologia da aprendizagem da leitura (típica e atípica) e
predição de risco de dislexia
O quê?
Índices neurobiológicos e de precisão e velocidade de leitura
Como?
Projeto ACERTA (CAPES/OBEDUC): a criança e o
desenvolvimento do capital mental humano
Neurociência
Inteligência
artificial
Educação
Ponto-Chave: PREDIÇÃO
e abandonar “wait to see”
• O cérebro NÃO é programado para ler.
• Processo de adaptação e aprendizagem, estimulado pela
instrução.
Neuromarcador: giro temporal inf. esq.
área da forma visual das palavras
Illiterate to literate: behavioural and cerebral changes induced by reading acquisition
Stanislas Dehaene, Laurent Cohen, José Morais & Régine Kolinsky
As rotas fonológica e lexical
e o ponto de partida
a) Fonológica: leitura de palavras novas e regulares a) Lexical: leitura de palavras irregulares USAMOS AS DUAS, SEMPREO desenvolvimento típico e atípico (dislexia) da leitura
A dificuldade de aprender a ler, afora déficit cognitivo e
problemas socioeconômicos severos, está, em geral,
relacionada a 3 causas:
1. Dislexia, ou dificuldade inesperada de entender e
aprender princípios alfabéticos/logográficos para
desenvolver uma leitura acurada e fluente.
2.
Vocabulário e estratégias de leitura empobrecidos
3.
Motivação
As vezes, essa adaptação acontece com dificuldades…
Dificuldade: leitura com menos fluência empalavras maiores
BEBÊ ELEFANTE
O BEBÊ ELEFANTE VIVE EM GRUPOS COM SUA MÃE E OUTRAS
FÊMEAS E FILHOTES
.
ELE
NASCE
COM QUASE 1 METRO DE
ALTURA
E 100 QUILOS DE
PESO. COM TRÊS DIAS DE VIDA, O
FILHOTE
JÁ COMEÇA A
CAMINHAR
, AGARRANDO-SE COM SUA TROMBA NA CAUDA DA
MÃE.
…e pode até ser desproporcionalmente lenta e laboriosa
Dislexia: leitura lenta e laboriosa independente do tamanho da palavra
O BEBÊ ELEFANTE VIVE EM GRUPOS COM SUA
MÃE E OUTRAS FÊMEAS E FILHOTES.
ELE NASCE COM QUASE 1 METRO DE ALTURA
E 100 QUILOS DE PESO.
Dois braços do projeto: escolas e
ambulatório
Escolas: estudo multicêntrico e longitudinal
1. Porto Alegre (InsCer), Natal (Ice/UFRN) e Florianópolis
(Labling/UFSC)
2. Porto Alegre: 170 crianças/ 30 escaneadas (início 3/15)
170 300
AMBULATÓRIO
Estudo transversal de dislexia: banco de dados
Critérios de inclusão do estudo: (projetoacerta@gmail.com)
Na triagem telefônica:
•
Idade 9-13 anos;
•
matrícula regular em escola a partir do 3
oano;
•
queixa de rendimento abaixo do esperado em leitura
e/ou escrita conforme relato de pais e/ou professores.
AMBULATÓRIO
Estudo transversal de dislexia: banco de dados
Em seguida, estabelece-se avaliação multidisciplinar:
(1) anamnese e escalas autoaplicativas para preenchimento dos pais e
professores;
(2) quoeficiente de inteligência (QI) (WISC–III; igual ou superior a 80);
(3) testes padronizados de leitura e escrita para população brasileira;
(4) neuroimagem funcional e estrutural.
1. Estrutural
2. Decisão lexical
3. Senso numérico
4. DTI
5. Resting State
TRUGA
Sim
Não
7s+
BRASA
Sim
Não
1s 7sProtocolo fMRI
(ambulatório e escolas)
Senso numérico
+
4
SIM NÃO
7s 4s 1sDificuldade de Leitura
Disléxicos
(A) Ativação bilateral do lobo frontal; característica para idade e para dificuldade (B) Ativação no hemisfério frontal direito característica de dislexia
O cérebro disléxico
(A) (B)
O cérebro disléxico:
ausência das rotas do hemisfério esquerdo
Correlação positiva entre acurácia e ativação: quanto maior a
acurácia, maior a ativação no lobo frontal direito.
Escolas: bons x maus leitores
Maior ativação: área da forma visual das palavras entre bons
leitores de 7-8 anos (n=30)
Escolas: correlação
A criança que apresenta mais acurácia na leitura é também a que está ativando mais a área da forma visual das palavras; também mostra mais ativação relacionada com articulação das palavras (Broca) e atenção (Cing. Ant)
AFNI; p<0.001; não corrigido
(b) (a)
(c)
(a) Córtex cingulado ant. (a) Giro frontal inf. esq. (a) Giro temporal inf. esq.
(Pereira & Mitchell, 2009. Machine learning classifiers and fMRI: A tutorial overview)
O componente que distingue a maneira como o cérebro de um
paciente autista funciona ao imaginar situações de interação social é
a quase ausência de ativação associada com a representação de
SELF.
Just, Cherkassky, Buchweitz, et al. Identifying Autism from Neural Representations of Social Interactions: Neurocognitive Markers of Autism. Plos One (2014)
Prova de conceito: classificar o tipo de palavra sendo lida a
partir, tão somente, da ativação neural.
O objetivo final será identificar disléxico x controle baseado tão
somente na ativação neural. A partir deste trabalho,
identificaremos as redes de ativação discriminantes entre
disléxicos e controles, como foi feito no trabalho com autistas.
Identificação de que tipo de palavra está sendo lida utilizando
tão somente a ativação neural.
…na dislexia
Classificador Classe 1 Classe 2
Acurácia
All x Baseline all > baseline baseline > all
100%
Regular xIrregular regular > irregular irregular > regular
90%
Irregular x Pseudo irregular > pseudo pseudo > irregular90%
Regular x Pseudo regular > pseudo pseudo > regular70%
Classificação do tipo de leitor:
Bom x Mau leitor (7-8 anos)
Utilizando tão-somente a ativação neural da tarefa de leitura de palavras e
pseudopalavras conseguimos identificar com
85% de acurácia
se uma criança
está entre aquelas que estão lendo acima da média para o grupo e aquelas
que estão abaixo.
RESUMO
augusto.buchweitz@pucrs.br www.pucrs.br/inscer
Processos cognitivos e o desenvolvimento da alfabetização;
A adaptação do cérebro da linguagem para a leitura: processamento visual sem simetrização (assimetrização)
Transtornos de aprendizagem: dislexia e discalculia;
Identificação precoce e remediação: os instrumentos para amenizar o problema
Pesquisas sobre neuroimagens funcionais do cérebro e aprendizagem; Cases: Instituto do Cérebro e o Projeto ACERTA;
Ambulatório de aprendizagem do projeto ACERTA/Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – o estudo transversal da dislexia e o banco de dados da dislexia
Endereço/Address: Av. Ipiranga, 6690 - Prédio/Building: 63 - Cidade/City: Porto Alegre/RS - Brasil CEP/Zip Code: 90610-000 - Fone/Phone number: (55) 51 3320.3485
www.pucrs.br/inscer
Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul
INSCER
Dr. Jaderson Costa da Costa Dra. Mirna Wetters Portuguez Dr. Alexandre Franco PUCRS Dr. Felipe Meneguzzi PUCRS PG Carol Frohlich Nathassia Aurich Simone Fernandes Francieli Piper Aline Fay Bernardo Limberger Mariana Terra AMBULATÓRIO
Dra. Adriana Costa Rudineia Toazza Ana Bassoa
INICIAÇÃO CIENTÍFICA PUCRS
Valentina Cara Cristiano Aguzolli Jose Osmar
Luis Dresch
Alexandre Panta Teitelbaum
FLORIPA – UFSC
Dra. Mailce Mota
NATAL – UFRN
Dr. Sidarta Ribeiro Natalia Mota
Dra. Janaina Weissheimer
FOMENTO
CAPES – OBEDUC 2013 CNPq – Universal 2012
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