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Ver. 1.0 (9 de agosto de 2012)

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A caça para troféus como instrumento de incentivo

no processo de conservação da natureza:

Orientações da Comissão de Sobrevivência de Espécies (CSE)

da UICN

Ver. 1.0 (9 de agosto de 2012)

Citação: a CSE da UICN (2012). Orientações da CSE da UICN sobre a caça

maior (caça para troféus) como instrumento de incentivo à promoção da

conservação da natureza. Ver. 1.0. UICN, Gland.

Isenção de responsabilidade

Traduzido do original em inglês por CIC – Conselho Internacional da Caça e da

Conservação da Fauna, com agradecimentos a Victor Bereznoi e Pedro Beja.

A UICN não se responsabiliza por erros e omissões que possam ter ocorrido nesta

tradução, nem por eventuais desvios relativamente à versão original da publicação em

língua inglesa. Em caso de discrepâncias prevalecerá a versão original em inglês.

Documento original:IUCN SSC (2012). IUCN SSC Guiding principles on trophy

hunting as a tool for creating conservation incentives.Ver. 1.0. IUCN, Gland.

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2 Secção I. Introdução

A UICN reconheceu há muito tempo que o uso racional e sustentável da vida selvagem pode ser coerente e contribuir para a conservação da natureza, uma vez que os benefícios sociais e económicos derivados da utilização das espécies poderão incentivar as pessoas a conservar essas mesmas espécies e os respetivos habitats. Baseando-se nas políticas da UICN já existentes, o presente documento

metodológico estabelece os princípios orientadores do CSS sobre a “caça maior”, ou “caça para troféus”, conforme definida na Secção II do presente documento, como instrumento de incentivo à conservação das espécies e dos seus habitats e a uma repartição equitativa dos benefícios que se

derivam do uso dos recursos naturais.

A caça para troféus é muitas vezes uma actividade contenciosa, com adeptos e adversários por vários motivos de carácter biológico, económico, ideológico ou cultural. O presente documento está exclusivamente centrado na relevância da caça para troféus para a conservação da natureza e para os meios de subsistência locais associados. Nada no que é dito no presente documento pretende apoiar ou tolerar as actividades de caça para troféus que violem o princípio da sustentabilidade; afectem negativamente os habitats; aumentem os riscos de extinção; minem os direitos das comunidades

locais para gerir, administrar e tirar benefícios dos recursos da vida selvagem que lhes pertencem ou alimente a corrupção ou a má governação.

Secção II. Âmbito de aplicação do presente guia

O termo “caça de troféu” é aqui utilizado para referir a caça que é:

gerida no quadro de um programa administrado por um governo, organização comunitária, ONG ou outro órgão legítimo;

caracterizada pelo facto de os caçadores pagarem um preço elevado para caçar animais com características de "troféus" específicas (reconhecendo que cada caçador terá os seus motivos individuais);

● caracterizada pelo baixo número de animais caçados; e

● normalmente (mas não necessariamente) realizada por caçadores estrangeiros à zona (muitas vezes provenientes de países diferentes daquele onde se caça).

Estes elementos diferenciam a caça aqui tratada de uma vasta gama de outras actividades de caça, reconhecendo que aquilo que aqui se define como caça para troféus pode ser definido com um nome diferente em certos países. Assim, estes princípios orientadores não pretendem aplicar-se à caça de subsistência, à caça legal de espécies relativamente comuns ou às actividades de gestão desenvolvidas por agências de conservação da vida selvagem, embora alguns dos seus elementos possam ser relevantes para essas actividades. Tais actividades de caça também podem gerar incentivos para a conservação da natureza, mas estão fora do âmbito do presente guia.

As presentes orientações são especificamente aplicáveis aos programas de caça para troféus orientados para os animais selvagens terrestres nas suas áreas geográficas de distribuição natural. A política vigente da UICN não permite a deslocação de espécies para fora das suas áreas naturais com

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o fim principal de praticar a caça para troféus1. Em consonância com a política vigente da UICN (v.

Recomendação 3.093 da UICN, aprovada pelo Congresso da UICN na sua 3.ª Sessão em Bangkok, Tailândia, em 17 – 25 de novembro de 2004, que condenou "a caça de animais em recintos fechados ou outras formas de cativeiro)”, a CSE da UICN não permite a caça para troféus de animais em recintos onde não possam ser considerados como estando em liberdade e não possam usar as suas capacidades naturais para escapar.

Secção III: Contexto histórico

O reconhecimento formal pela UICN de que o uso ético e sustentável da vida selvagem pode constituir um componente integral e legítimo dos programas de conservação remonta à Estratégia Mundial de Conservação de 1980 e foi mais uma vez confirmado na Recomendação 18.24, aprovada pela Assembleia Geral da UICN em 1990, em Perth. A “Declaração de Princípios sobre o Uso Sustentável dos Recursos Vivos Selvagens”, adoptada pela UICN como Resolução 2.29 no Congresso Mundial da Natureza da UICN em Amã, em outubro de 2000, afirma que a utilização da vida selvagem, desde que seja sustentável, pode ser coerente com os princípios da conservação da biodiversidade e contribuir para a mesma. A UICN reconhece que sempre que se consiga atribuir um valor económico a um recurso da vida selvagem, eliminar os incentivos perversos e internalizar os custos e benefícios associados, será possível criar condições favoráveis para o investimento na conservação e uso sustentável dos recursos, reduzindo dessa forma o risco de degradação e esgotamento dos mesmos e a transformação dos habitats da vida selvagem. Na gestão dessa utilização com vista a reforçar a sustentabilidade, a Declaração de Política destaca os seguintes elementos fundamentais:

 a necessidade de uma gestão adaptativa, incorporando o seguimento a aplicar e a possibilidade de adaptar essa mesma gestão em função dos riscos e incertezas;

 a oferta dos produtos biológicos e serviços ecológicos disponíveis para utilização é limitada pelas características biológicas intrínsecas tanto das espécies como dos ecossistemas, incluindo as respectivas características de produtividade, capacidade de resistència e estabilidade, que também estão sujeitas a alterações ambientais extrínsecas;

 as estruturas institucionais de gestão e controlo exigem tanto incentivos como sanções, boa governação e devem ser implementadas a uma escala apropriada. Tais estruturas deverão incluir a participação das partes interessadas relevantes e tomar em consideração a posse da terra, os direitos de acesso, os sistemas de regulação, os conhecimentos tradicionais e o direito consuetudinário.

Mais concretamente, e com particular referência à África Setentrional, a UICN tem reconhecido que a caça recreativa pode contribuir para a conservação da biodiversidade. Na sua Recomendação 3.093, adoptada no Congresso Mundial da Natureza em 2004, a UICN afirmou o seu " apoio à filosofia e à prática com que o aproveitamento consumptivo sustentável e bem gerido da vida selvagem nas terras estatais, comunitárias e privadas na África Austral contribui para a conservação

1 Ver: IUCN Position Statement on Translocation of Living Organisms

(http://www.iucnsscrsg.org/download/IUCNPositionStatement.pdf) e IUCN Guidelines for the Prevention of Biodiversity Loss Caused by Alien Invasive Species

(http://intranet.iucn.org/webfiles/doc/SSC/SSCwebsite/Policy_statements/IUCN_Guidelines_for_the_Prevention_of_Biodiversity _Loss_caused_by_Alien_Invasive_Species.pdf)

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da biodiversidade" e, além disso, que [a UICN] "aceita que a caça recreativa corretamente administrada desempenha um certo papel na utilização consumptiva sustentável e bem administrada das populações da fauna selvagem”.

Além disso, o Grupo de Especialistas em Caprinos da CSE da UICN adoptou em dezembro de 2000 uma posição formal reconhecendo que a caça, e particularmente a caça para troféus, pode constituir um elemento importante em programas de conservação para ovelhas e cabras selvagens. Na posição formal observou-se que "a caça para troféus gera normalmente fundos substanciais que poderiam ser usados para atividades de conservação como a proteção dos habitats, o seguimento das populações, a aplicação da lei, a investigação ou os programas de gestão. De igual importância é o facto de as receitas provenientes da caça para troféus poderem dar um forte incentivo à conservação ou proteção dos habitats...”

A Convenção sobre Diversidade Biológica tem desenvolvido uma serie de declarações de princípios relevantes para a gestão da caça para troféus. Ainda mais importante é que a 7.ª Conferência das Partes da CDB (Kuala Lumpur, fevereiro de 2004) adotou os Princípios de Adis Abeba para o Uso Sustentável da Biodiversidade, e o 3.º Congresso Mundial da Natureza da IUCN (Bangkok, outubro de 2004), na sua Resolução 3.074, exortou os signatários da CDB membros da UICN a honrar esses compromissos. Os Princípios de Adis Abeba são baseados no pressuposto de que é possível usar a biodiversidade de uma forma em que os processos ecológicos, as espécies e a variabilidade genética se mantenham acima dos limites necessários para manter uma viabilidade a longo prazo, e que todos os gestores e usuários dos recursos têm a responsabilidade de assegurar que esse uso não exceda tais limites. Algumas das orientações chave dos Princípios de Adis Abeba estão resumidas abaixo:

 Reconhecendo a necessidade de um quadro regulamentar coerente com as leis internacionais e nacionais, os utilizadores locais dos componentes da biodiversidade devem ser suficientemente capacitados e beneficiar dos direitos que lhes competem, para poderem assumir a responsabilidade e a obrigação de prestar contas no que respeita ao uso dos recursos em causa (2.o Princípio);

 A gestão adaptativa deve basear-se:

o Na abordagem científica e nos conhecimentos tradicionais e locais;

o Nos comentários (“feedback”) iterativos, oportunos e transparentes resultantes do seguimento do uso, dos impactos ambientais e socioeconómicos e do estado do recurso utilizado; e

o Em ajustamentos da gestão com base nos comentários oportunos resultantes dos procedimentos de seguimento (4.o Princípio)

 As metas e as práticas de gestão do uso sustentável devem evitar ou minimizar os impactos adversos sobre os serviços, a estrutura e as funções dos ecossistemas, bem como sobre outros componentes dos mesmos (5.o Princípio);

 Deve ser aplicada uma abordagem interdisciplinar e participativa aos níveis apropriados da gestão e governação relacionados com o uso (9.o Princípio);

 Os utilizadores da biodiversidade devem procurar minimizar o mau uso (perdas) e os impactos ambientais adversos, bem como optimizar os benefícios derivados do uso (11.º Princípio); e

 Os custos de gestão e conservação da diversidade biológica devem ser internalizados na área de gestão e reflectidos na distribuição dos benefícios derivados do uso (13.o Princípio).

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A Convenção sobre o comércio internacional das espécies selvagens da fauna e da flora ameaçada de extinção (CITES) autoriza o comércio de troféus em determinados espécimes dos táxon listados no Apêndice I para uso pessoal (Res. Conf. 2.11 (rev. CdP 9). A CITES adoptou uma série de resoluções para algumas espécies listadas no Apêndice I que são caçadas para troféus (Res. Conf. 10.14 (rev. CdP 14) sobre o leopardo (Panthera pardus); Res. Conf. 10.15 (rev. CdP 14) sobre o

markhor (Capra falconeri) e Res. Conf. 13.5 (rev. C. de P. 14) sobre o rinoceronte-negro (Diceros bicornis), nas quais foram estabelecidas as quotas e as condições para este tipo de comércio.

A “Carta Europeia da Caça e Biodiversidade” (CECB), aprovada por força da Convenção Europeia de Berna, estabelece orientações específicas sobre a caça e a conservação. Na Resolução 4.026, aprovada no quarto Congresso Mundial da Natureza em Barcelona em outubro de 2008, a UICN solicitou que os seus membros promovessem a CECB na implementação das políticas da UICN e do Programa para 2009-2012. Enquanto que a CECB aborda explicitamente a caça sustentável na Europa, os seus princípios e as orientações são relevantes e pertinentes também num contexto geográfico mais amplo. Os princípios-chave da CECB incluem:

 assegurar que o número de animais retirados das populações selvagens seja ecologicamente sustentável (3.o Princípio);

 manter populações selvagens de espécies indígenas com um pool (património) genético suficiente para permitir as adaptações (4.o Princípio);

 manter ambientes que suportem populações saudáveis e robustas de espécies utilizáveis para caça (5.o Princípio);

 encorajar a utilização para criar incentivos económicos para a conservação (6.o Princípio); e

 capacitar e responsabilizar os actores locais (9.o Princípio).

Secção IV. Caça maior (para troféus) e conservação da natureza

A caça para troféus é uma forma de uso da vida selvagem que, quando bem gerida e levada a cabo, pode ajudar a promover os objetivos da conservação criando incentivos económicos e receitas para a gestão e a conservação das espécies caçadas e do seu habitat, bem como reforçar as fontes de subsistência das populações locais. Porém, se for mal administrada, esses benefícios podem não se materializar. Embora uma grande variedade de espécies (muitas das quais são comuns e estão em segurança) são caçadas para troféus, algumas, que são raras ou ameaçadas, podem ser incluídas na caça para troféus no quadro de estratégias de conservação específicas do local. Os exemplos incluem a chita (Acinonyx jubatus) e o rinoceronte-negro no sul do continente africano, assim como o markhor Capra falconeri megaceros no Vale de Torghar, no Paquistão, todos listados no Apêndice I da CITES.

A caça para troféus é praticada tanto na América do Norte e na Europa como nos países em desenvolvimento, onde a infraestrutura de controlo da fauna selvagem é muitas vezes menos desenvolvida. Tal caça é normalmente praticada por pessoas dispostas e capazes de pagar grandes quantias de dinheiro por essa oportunidade. Trata-se tipicamente de um pequeno número de animais individuais, sem grandes necessidades de infraestruturas desenvolvidas. Tal caça tem portanto um grande valor, mas com um escasso impacto. Em alguns casos, as práticas da caça para troféus formam parte importante dos “programas comunitários de conservação / programas

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comunitários de gestão dos recursos naturais” que visam delegar a responsabilidade pelo uso e gestão sustentáveis dos recursos da vida selvagem das burocracias distantes para níveis mais locais.

Para compreender o potencial benéfico da caça para troféus para a conservação é fundamental entender o seu contexto. Em muitas partes do mundo existem muitos animais selvagens fora das áreas de proteção ambiental. Partilhando as mesmas paisagens com as pessoas, a vida selvagem compete normalmente por espaço e recursos ambientais com outras formas economicamente produtivas de uso da terra como a agrícola e a pastorícia de que dependem os meios de subsistência da população local. Os animais selvagens podem causar grandes custos à população local, incluindo danos físicos, danos nas suas culturas e a competição com o gado doméstico pela forragem. Sempre que a vida selvagem oferece poucos benefícios e / ou impõe custos significativos para a população local, acaba por ser morta (legal ou ilegalmente) para alimento, obtenção de vários produtos com valor comercial ou por ser causadora de problemas, com os seus habitats a serem degradados ou a acabarem por ser perdidos para outras formas de utilização. Em algumas circunstâncias a caça maior (para troféus) pode ajudar com este problema, tornando a vida selvagem efectivamente mais valiosa que outras formas de utilização da terra e / ou complementar das mesmas. A caça para troféus pode trazer vários benefícios à população local (de preferência através de uma efectiva gestão conjunta), incentivando o seu apoio à vida selvagem e atraindo o investimento aos níveis comunitário, privado e governamental em actividades de investigação, seguimento, protecção dos habitats e aplicação da lei contra as utilizações ilegais (o Anexo 1 inclui alguns exemplos). A caça para troféus, se for bem administrada, constitui muitas vezes uma forma de uso que gera mais valor e produz menos impacto do que outros usos alternativos como a agricultura ou o turismo.

No entanto, se for mal gerida, a caça para troféus pode causar impactos ecológicos negativos, incluindo alterações na composição por idade / sexo, perturbações sociais, efeitos genéticos deletérios e, em casos mais extremos, declínios populacionais. Pode também revelar-se difícil assegurar que a caça beneficie aqueles que estão melhor posicionados para ajudar à conservação.

Secção V: Os Princípios Orientadores

A CSE da UICN considera que a caça para troféus, conforme descrita na Secção II, pode contribuir para a conservação e para uma repartição equitativa dos benefícios da utilização dos recursos naturais quando os programas incorporam os seguintes cinco componentes: sustentabilidade biológica; benefício líquido de conservação; benefício socioeconómico e cultural; gestão adaptativa: planeamento, seguimento e produção de relatórios; e governação com prestação de contas e eficácia.

Sustentabilidade biológica

A caça para troféus, conforme descrita na Secção II, pode servir como instrumento de conservação sempre e quando:

1) não contribuir para declínios populacionais a longo prazo das espécies caçadas ou de outras espécies que partilhem o seu habitat, notando que uma população caçada de forma sustentável pode ser menor do que a mesma população sem caça;

2) não alterar substancialmente os processos de seleção natural e as funções do ecossistema; ou seja mantendo "populações selvagens de espécies indígenas com um pool genético suficiente para

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permitir as adaptações.2 Isso requer geralmente que a caça só provoque pequenas alterações na

estrutura demográfica natural. Requer também que se evite a criação ou abate preventivo (selectivo) de animais selvagens com vista a deliberadamente aumentar características genéticas específicas das populações sujeitas à caça incoerentes com a seleção natural;

3) não facilitar inadvertidamente a caça furtiva ou o comércio ilegal da vida selvagem;

4) não manipular artificial e / ou substancialmente os ecossistemas ou os elementos que os compõem de maneiras incompatíveis com o objectivo de apoiar toda a gama da biodiversidade nativa.

Benefício líquido de conservação

A caça para troféus pode servir como instrumento de conservação da natureza sempre e quando: 1) estiver ligada a parcelas de terra identificáveis e específicas onde o habitat para a vida selvagem for uma prioridade (embora não necessariamente a única prioridade nem o único uso legítimo) e em que “os custos de gestão e conservação da diversidade biológica [forem] internalizados dentro da área de gestão e reflectidos na distribuição dos benefícios derivados de tal utilização”3;

2) produzir receitas, emprego e / ou outros benefícios que gerem incentivos para a redução das pressões sobre as populações de espécies caçadas e / ou ajudem a justificar a manutenção, melhoria ou recuperação dos habitats com prioridade para a biodiversidade nativa. Os benefícios podem criar incentivos para que as comunidades locais coexistam com espécies problemáticas como grandes carnívoros e herbívoros que concorrem pelas pastagens ou [outros] animais considerados perigosos ou uma ameaça para o bem-estar das pessoas e os seus bens pessoais;

3) estiver integrada num sistema de governação legalmente reconhecido que apoie a conservação de uma maneira adequada e num sistema de implementação e execução capaz de alcançar esses objectivos de governação.

Benefício socioeconómico e cultural

A caça para troféus pode servir como instrumento de conservação da natureza sempre e quando: 1) respeitar os valores e as práticas culturais locais (onde “local” é definido como um espaço comum partilhado com as espécies selvagens mais procuradas) e for aceite (e, de preferência, co-gerida e ativamente apoiada) pela maioria dos membros da comunidade local em cujo território a mesma tem lugar;

2) envolver e beneficiar os moradores locais de uma forma equitativa e de formas que atendam às suas prioridades;

3) adoptar práticas comerciais que promovam a sustentabilidade económica a longo prazo.

Gestão adaptativa: planeamento, seguimento e apresentação de relatórios

A caça maior pode servir como instrumento de conservação da natureza sempre e quando:

1. tiver como premissa uma avaliação adequada dos recursos e / ou o seguimento dos índices de caça com base nos quais se podem estabelecer, através de um processo

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colaborativo, as quotas e os planos de caça específicos. O ideal será que esse processo inclua (sempre que pertinente) as comunidades locais e se baseie no conhecimento local / autóctone. As avaliações de recursos (por exemplo contagens das populações ou observação de diferentes indícios da sua presença, frequência de aparição, pegadas deixadas e rasto das suas actividades) ou os indícios de caça (por exemplo o tamanho dos troféus, a idade dos animais caçados, as taxas de sucesso da caça e o rácio da captura por unidade de esforço de caça) são objectivos, bem documentados e baseados nas melhores realizações da ciência e tecnologia viáveis e apropriadas, dadas as circunstâncias e recursos disponíveis;

2. envolver a gestão adaptativa das quotas de caça e os planos de acordo com os resultados das avaliações dos recursos e / ou do seguimento dos índices, garantindo o ajustamento das quotas com base na evolução dos recursos disponíveis (resultante de alterações ecológicas, dos padrões climáticos ou de impactos antropogénicos, incluindo os resultados da caça);

3. se basear em leis, normas e quotas (preferivelmente estabelecidas com contribuição local) transparentes e claras, além de revistas e actualizadas periodicamente;

4. acompanhar as actividades de caça para verificar se estão a ser respeitadas as quotas e restrições em termos do sexo / idade dos animais caçados / capturados; e

5. produzir documentos fiáveis e periódicos sobre a sua sustentabilidade biológica e benefícios de conservação (se isto não for já assegurado pelos mecanismos existentes de apresentação de relatórios).

Governação com prestação de contas e eficácia

Um programa da caça para troféus pode servir como instrumento de conservação da natureza sempre e quando:

1. estiver sujeito a uma estrutura de governação com uma clara distribuição das responsabilidades administrativas;

2. contabilizar as receitas de uma forma transparente e canalizar as receitas líquidas para os beneficiários da comunidade e da conservação de acordo com as decisões devidamente acordadas;

3. tomar todas as medidas necessárias para eliminar a corrupção; e

4. garantir o cumprimento de todas as exigências e regulamentos nacionais e internacionais relevantes dos órgãos competentes, tais como administradores, reguladores e caçadores.

Secção VI: Uso adequado destes princípios orientadores

A intenção da CSE é fazer com que estes princípios ajudem as autoridades responsáveis pela política, pela legislação e pelo planeamento nacionais e subnacionais (regionais); os gestores responsáveis a nível local e as comunidades locais na elaboração e implementação de programas de caça para troféus cujos objectivos consistam na conservação da biodiversidade e numa repartição equitativa dos recursos naturais.

Estas orientações não devem ser interpretadas, de forma alguma, como uma forma de menosprezo dos valores (sejam eles biológicos, sociais, culturais ou económicos) dos programas de caça

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verdadeiramente sustentáveis, mas que não gerem incentivos à conservação e os benefícios associados à mesma.

Embora não estejam atualmente envolvidos na aprovação ou certificação dos programas de caça para troféus, a IUCN e a CSE consideram que, para que qualquer aprovação ou certificação seja credível, deve ser realizada por um organismo independente reconhecido. Nada neste documento pode ser de forma alguma interpretado como uma aprovação ou crítica específica de um determinado programa da caça para troféus.

Anexo 1. Exemplos da caça para troféus como elemento de uma estratégia de conservação

Nota: Devido aos variados impactos potenciais da caça maior sobre a conservação, é útil estudar alguns casos específicos para ilustrar os impactos tanto positivos quanto negativos que a caça pode ter sobre a conservação. A seguir são dadas duas ilustrações de impactos sobre a conservação geralmente positivos. Agradeceríamos quaisquer sugestões de outros exemplos, tanto positivos como negativos, notando que no caso de exemplos negativos a nossa sensibilidade não nos permite culpar ou criticar algum dos grupos ou Estados membros.

1.º caso de estudo: A caça para troféus nas reservas comunitárias (conservancies) na Namíbia

O programa das reservas comunitárias da Namíbia é amplamente visto como uma história de sucesso da conservação e do desenvolvimento rural, com a caça para troféus a desempenhar um papel central neste sucesso. As reformas legislativas inovadoras realizadas nos meados dos anos 1990 transferiram direitos condicionais para usar e gerir a vida selvagem existente em terras comunais para as comunidades locais, caso estas se organizassem para formar unidades de conservação como por exemplo reservas naturais comunitárias (conservancies). A intenção dos iniciadores dessa abordagem

foi a de transferir os direitos sobre a vida selvagem e os benefícios do uso da mesma para as comunidades locais, muitas vezes consideradas pelos conservacionistas coloniais como “caçadores furtivos”, para criar incentivos para que as mesmas comunidades pudessem conviver com a vida selvagem, valorizá-la devidamente e beneficiar desta. O processo de formar uma reserva natural comunitária (conservancy) exige que a comunidade defina a sua composição, delimite as suas

fronteiras e forme um comité de gestão; elabore um documento constitutivo; coordene um método para assegurar uma partilha equitativa dos benefícios e desenvolva um plano de gestão e utilização sustentáveis da fauna selvagem. A utilização da vida selvagem em tais unidades de conservação tanto pode assumir um carácter consumptivo com várias formas, incluindo a caça para troféus, a caça destinada a uso próprio e as vendas de animais selvagens vivos, como não-consumptivo através da organização do turismo. Tais reservas naturais comunitárias conservam todas as receitas geradas pela utilização e gestão.

O movimento das conservancies está a difundir-se muito rapidamente e os seus impactos para a

conservação estão a fazer-se sentir por toda a parte. As 71 unidades de conservação comunitárias actualmente registadas cobrem uma área de 14,98 milhões de hectares (com mais 20 unidades em

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vias de desenvolvimento) e incluem cerca de 240 mil membros. Só as reservas naturais comunitárias actualmente existentes significam que 18,2% da superfície terrestre da Namíbia está sob gestão de conservação. Isto representa um contraste em relação à situação anterior nessas áreas, muito tempo sujeitas ao conflito entre o homem e a vida selvagem, à caça furtiva descontrolada e a baixos níveis de vida selvagem.

O uso sustentável da fauna tem sido um forte catalisador para a recuperação de animais selvagens nas áreas comunitárias. Antes da introdução das conservancies, a vida selvagem nas áreas tradicionais da

Namíbia tinha sido dizimada, encontrando-se em muitos casos a níveis historicamente baixos. A vida selvagem era vista pelas comunidades locais principalmente como uma ameaça às suas actividades tradicionais de subsistência, sendo a sua melhor utilização a caça ilegal para alimentação e consumo pessoal. O surgimento das unidades de conservação comunitárias (conservancies) alterou

drasticamente essa atitude. A vida selvagem é cada vez mais vista como um activo de alto valor, com as crescentes populações de animais selvagens a trazerem mais receitas para as conservancies, o que se

traduz na criação de mais empregos para os seus membros, na produção de mais carne de animais selvagens para as famílias e na geração de mais fundos para apoiar o desenvolvimento rural. Como consequência, a caça ilegal tornou-se numa pratica socialmente inaceitável, o que resultou numa recuperação notável das populações de animais selvagens na maioria das regiões onde as reservas tenham operado por um período de tempo determinado. Por exemplo, nas terras comunais no nordeste da Namíbia, no período de 1994 a 2011 a população de elefantes cresceu de 12 908 para – em termos de estimativa – cerca de 16 993 espécimes; a de zibelina aumentou de 724 espécimes para – ainda em termos de estimativa – cerca de 1 474 e a de impala comum de 439 para 9 374. No noroeste da Namíbia,4 desde o inicio dos anos 1980 até aos dias de hoje, a população de elefantes de

deserto terá aumentado de aproximadamente 150 animais para aproximadamente 750; a zebra de montanha equus zebra hartmannae dos menos de 1 000 indivíduos estimados para mais de 27 000

indivíduos e a população de rinoceronte-negro terá mais do que triplicado, tornando-se na maior população de rinoceronte em liberdade do mundo. A partir de 1995, a população de leões nesta área tem crescido de uma estimativa de 20 a uma estimativa de 130 espécimes, com a sua área geográfica de distribuição em expansão exponencial. As populações de animais selvagens têm-se restabelecido nas reservas naturais comunitárias (conservancies) com baixas densidades de espécies específicas ou

espécies localmente extintas. Este apoio permitiu que se efectuasse o restabelecimento de um grande número de espécies, incluindo a girafa, o antílope-vermelho (Alcelaphus buselaphus/caama), a

impala-de-rosto-negro (Aepyceros melampus petersi) e o rinoceronte-negro. Além disso, dado que

grande parte das reservas naturais comunitárias são adjacentes ou próximas das áreas de protecção da natureza estatuárias da Namíbia, contribuem para a robustez do sistema nacional de áreas de conservação do país, criando ambientes favoráveis à vida selvagem nas áreas adjacentes às áreas de conservação nacionais e corredores de conexão entre as mesmas.

A caça para troféus tem sido a principal força propulsora desta transformação. É de longe o maior gerador de benefícios derivados do uso consumptivo sustentável da vida selvagem, com as 41 reservas naturais comunitárias (conservancies) a acolherem 40 concessões de caça maior em 2011. Desde que

foram registadas as primeiras quatro reservas de conservação comunitárias em 1998, um total de 97 948 km2 foram abertos a concessões de caça para troféus sob gestão comunitária. Os benefícios do

uso consumptivo da vida selvagem (dinheiro, empregos e benefícios em espécie [em grande medida

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carne]) recebidos pelas reservas comunitárias e pelos seus membros entre 1998 e 2009 alcançaram os 76,5 milhões de dólares namibianos (US$ 10,17 milhões) (Banco de Dados NACSO, 2011). Na medida em que os benefícios do uso consumptivo têm impulsionado a recuperação de populações de animais selvagens através da redução da caça furtiva, estas recuperações tem vindo por sua vez a abrir caminho para um uso não-consumptivo sob a forma de turismo, mais do que duplicando assim os lucros para as comunidades derivados do uso da vida selvagem. Em 2011, mais de 30 hospedagens (lodges) turísticas organizadas como empresas conjuntas (joint-ventures) e 24 acampamentos

comunitários estavam a funcionar dentro das reservas naturais comunitárias, gerando benefícios (incluindo dinheiro, empregos e benefícios em espécie) no valor de 102,8 milhões de dólares namibianos (US$ 13,64 milhões) entre 1998 e 2009. As empresas de turismo têm-se mostrado fortemente complementares das varias opções do uso consumptivo, gerando estas (principalmente a caça para troféus) a maior parte das receitas em dinheiro para as reservas comunitárias, receitas essas que podem ser canalizadas para as actividades de gestão da vida selvagem e objectivos do desenvolvimento comunitário, com as actividades de turismo a propiciar os maiores benefícios em termos de trabalho para os membros das reservas naturais comunitárias. Os benefícios do uso consumptivo são fundamentais, já que podem começar a fluir quando as populações de animais selvagens ainda são demasiado baixas para sustentar o turismo, estimulando ao mesmo tempo a recuperação de animais selvagens para níveis que viabilizem o turismo fotográfico.

As actividades do desenvolvimento comunitário pagas com o fluxo de benefícios provenientes do uso sustentável incluem, nomeadamente, o melhoramento das escolas ou das instalações e equipamentos escolares; o melhoramento dos postos de saúde rurais; o apoio aos pensionistas; bolsas de estudo; o transporte de doentes ou feridos; a mitigação dos conflitos entre o homem e a fauna; e o patrocínio de equipas desportivas locais. Por último, as operações de caça fornecem carne para os membros da comunidade (muitos dos quais realmente marginalizados): a carne obtida pelos caçadores para troféus e para o uso próprio local foi avaliada em 17 413 120 dólares namibianos (US$ 2,29 milhões) entre 1998 e 20095 (base de datos NACSO, 2010).

Uma série de instrumentos e práticas mais avançadas foram desenvolvidos pelo Programa comunitário de gestão dos recursos naturais da Namíbia para garantir que uma caça sustentável desempenhe um papel chave na conservação da natureza, incluindo:

 procedimentos para estabelecer quotas anuais que garantam taxas de captura (caça) sustentáveis, a aplicar conjuntamente pelas ONG, pelo MET e pelas unidades de conservação comunitárias com base em recenseamentos anuais de animais selvagens, relatórios de operadores de caça e competências locais do pessoal das unidades de conservação, do MET e das ONG;

 procedimentos para a organização de concursos para obter concessões para caça maior nas unidades de conservação comunitárias: o objetivo será atingir valores de mercado para os animais selvagens de uma forma transparente e fortalecer as relações entre a administração da unidade de conservação comunitária e os operadores de caça;

 contratos da caça para troféus: através do movimento de unidades de conservação comunitárias (conservancies), as comunidades foram capacitadas para se tornarem

5 Para determinar o valor da carne distribuída utilizam-se valores de mercado e os rendimentos médios de carne de animais

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importantes parceiras no desenvolvimento e apoio das actividades de caça, embora muitas continuem ainda num processo de aprendizagem muito intensa; e

 planos e práticas de gestão das unidades de conservação comunitárias: os fundos provenientes do uso da vida selvagem são utilizados pelas unidades de conservação para empregar guardas-caça (“policia florestal”) locais e implementar os sistemas de gestão e monitorização da vida selvagem, permitindo assim às comunidades fazer proactivamente face às ameaças da caça furtiva e limitar os cada vez mais frequentes conflitos entre o homem e a vida selvagem.

Fontes:

NACSO. 2010. Namibia’s communal conservancies: a review of progress 2009. NACSO, Windhoek, Namíbia

Naidoo, R., Weaver, L. C., Stuart-Hill, G. & Tagg, J. (2011). Effect of biodiversity on economic benefits from communal lands in Namíbia. Journal of Applied Ecology 48: 310-316.

Weaver, C., Hamunyela, E., Diggle, R., Matongo, G. & Pietersen T. (2011). The catalytic role and contributions of sustainable wildlife use to the Namíbia CBNRM programme. In: Abensperg-Traun, M., Roe, D. & O’Criodain, C. eds. (2011). CITES and CBNRM.

Proceedings of an international symposium on “The relevance of CBNRM to the conservation

and sustainable use of CITES-listed species in exporting countries”, Vienna, Austria, 18-20 May 2011.

IUCN and London, Gland, Switzerland & IIED, UK. Pp. 59-70.

2.º caso de estudo: Conservação e caça para troféus no vale do Torghar, Paquistão

O vale do Torghar (montanhas ou colinas negras, em pachto) encontra-se na província do

Baluchistão, Paquistão. No início da década de 1980, o markhor selvagem (Capra falconeri megaceros) e o urial afegão (Ovis orientalis) estavam em vias de ser destruídos na região devido à caça

descontrolada e à competição com rebanhos domésticos pelas pastagens. As medidas contra a caça eram inadequadas por carências de capacidade institucional e por falta de vontade política. Em meados da década de 1980, foi emitido um decreto tribal que proibiu a caça, mas que não pôde ser implementado. Os líderes locais dos Jazalais (uma tribo pachtun), com o apoio do Serviço de Pesca e

Vida Selvagem dos EUA (USFWS), lançaram em 1986 um programa comunitário de conservação chamado “Projecto de Conservação Torghar”, ou PCT (posteriormente administrado pelo STEP, Sociedade para a Protecção do Meio Ambiente do Vale do Torghar). Este projeto utilizou a caça para troféus de forma limitada e sob supervisão, inicialmente só para o urial mas mais tarde também para o markhor, de forma a gerar os rendimentos necessarios para financiar o emprego da população local como guardas-caça e proporcionar benefícios para a comunidade. A ideia era de que o desenvolvimento de fontes de subsistência locais com base na caça para troféus iria mudar a atitude das populações locais em relação à vida selvagem, ao mostrar que a conservação podia constituir um uso da terra economicamente viável e ao oferecer incentivos para o seu cumprimento. Em conformidade com o seu compromisso de conservação, a caça para troféus tem sido conservadora, com apenas 1-2 markhors e 1-4 uriais a serem caçados por ano.

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Após cuidadosa consideração, os membros da tribo aceitaram a proibição da sua caça tradicional em troca dos benefícios económicos derivados do programa de conservação. A caça ilegal praticamente cessou. Apesar de a determinação exacta da população não ser possível devido às difíceis condições do terreno, o repetido uso de protocolos de investigação padronizados resultou na descoberta de que as populações de markhor e urial em Torghar têm aumentado constantemente desde o início do projecto. Os biólogos patrocinados pelo USFWS levaram a cabo uma serie de pesquisas em Torghar e concluiram que a população estimada de markhor cresceu de menos de 100 espécimes em 1990 para 2 541 espécimes em 2005, enquanto que as populações estimadas do urial cresceram de 1 173 indivíduos em 1994 para 3 146 indivíduos em 2005.

Ao longo deste período o programa viu-se continuamente confrontado com a falta de apoio por parte do governo, incluindo a relutância do mesmo em reconhecer o envolvimento local na conservação, as proibições da caça impostas pelo Conselho Nacional de Conservação e a inclusão do markhor no Apêndice I da CITES, dificultando assim a exportação de troféus para os mercados mais importantes, como o dos Estados Unidos. Apesar destes obstáculos, o programa cresceu, atraindo mais apoio da parte do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o WWF-Paquistão, o Fundo para o Meio Ambiente Mundial e outros. Embora tenham sido consideradas outras possibilidades para gerar receitas, como por exemplo o ecoturismo com base na fotografia, a região, por ser muito remota, atrai poucos visitantes.

O projecto PCT/STEP também gerou benefícios consideráveis para as cerca de 400 famílias residentes na área. As receitas provenientes da caça para troféus e a ajuda financeira concedida pelos doadores, para além de tornar possível o pagamento dos salários a cerca de 82 guardas-caça, foram também usadas para suprir as necessidades da comunidade, como a construção de cisternas, barragens e canais de irrigação (para fornecer água durante os períodos de seca), o fornecimento de árvores de fruto para plantação, um acampamento médico e socorro de emergência durante os períodos de seca.

Fontes:

Frisina, M. & Tareen, S.N. (2009). Exploitation prevents extinction: Case study of endangered Himalayan sheep and goats. In: Recreational Hunting, Conservation and Rural Livelihoods: Science and Practice (eds. B. Dickson, J. Hutton & W.M. Adams). 1st edition, Wiley-Blackwell, Oxford, UK. pp. 141-156.

Rosser, A.M., Tareen, N & Leader-Williams, N. (2005) Trophy hunting and the precautionary principle: a case study of the Torghar Hills population of straight-horned markhor. In: Biodiversity and the Precautionary Principle: risk and uncertainty in conservation and sustainable use (eds. R Cooney and B Dickson). Earthscan, London. pp. 55-72.

Valdez, R. 2008. Capra falconeri. In: IUCN 2011. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 27 March 2012.

Woodford M.H., Frisina M.R. & Awan G.A. (2004) The Torghar Conservation Project: Management of the Livestock, Suleiman Markhor (Capra falconeri) and Afghan Urial (Ovis orientalis) in the Torghar Hills, Pakistan. Game and Wildlife Science 21: 177-187.

Referências

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