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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO. Ten Cel Eng FÁBIO BATISTA BOGONI

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Rio de Janeiro 2015

Ten Cel Eng FÁBIO BATISTA BOGONI

As Operações de Informação no apoio ao processo

decisório: um estudo com foco na necessidade de

implantação de uma estrutura permanente nos

Comandos Militares de Área.

ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

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Ten Cel Eng FÁBIO BATISTA BOGONI

As Operações de Informação no apoio ao processo

decisório: um estudo com foco na necessidade de

implantação de uma estrutura permanente nos Comandos

Militares de Área.

Projeto de pesquisa apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como pré-requisito para matrícula em programa de pós-graduação lato sensu em Ciências Militares.

Orientador: Ten Cel Inf Júlio César Toledo Sousa de Almeida

Rio de Janeiro 2015

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 B674o Bogoni, Fábio Batista.

As Operações de Informação no apoio ao processo decisório: um estudo com foco na necessidade de implantação de uma estrutura permanente nos Comandos Militares de Área. / Fábio Batista Bogoni.  2015.

50 f.: il; 30cm.

Trabalho de Conclusão de curso (Especialização) - Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2015.

Bibliografia: f. 48-50.

1. Introdução. 2. Metodologia. 3. O Sistema de Informações do Exército. 4. Processo Decisório. 5. Operações de Informação e Processo Decisório. 6. Conclusões e Recomendações. I. Título.

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Ten Cel Eng FÁBIO BATISTA BOGONI

As Operações de Informação no apoio ao processo

decisório: um estudo com foco na necessidade de

implantação de uma estrutura permanente nos Comandos

Militares de Área.

Projeto de pesquisa apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como pré-requisito para matrícula em programa de pós-graduação lato sensu em Ciências Militares.

Aprovado em ___de__________de 2015.

COMISSÃO AVALIADORA

_______________________________________________________ Júlio César Toledo Sousa de Almeida – Ten Cel Inf - Ms.Presidente

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

__________________________________________________ Jorge Francisco de Souza Júnior – Ten Cel Cav - Ms.Membro

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

_________________________________________________ José Euclides Oliveira de Araújo - Maj Com - Ms. Membro

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, ao meu Deus, por ser presença constante em minha vida, a quem dou graças por Sua bondade e amor incondicional.

À minha família, fonte de inspiração e amor para que eu possa suplantar obstáculos, velando por minha vida, sendo, pois, merecedores de todo sucesso que tenho obtido.

Aos meus pais, Dorival Ari Bogoni e Mafalda Regina Bogoni, pela educação que me proporcionaram durante toda a minha vida e que permitiu a realização de vários sonhos.

Aos companheiros do Curso de Comando e Estado-Maior da turma 2014 - 2015, pela inestimável cooperação, amizade e demonstrações de profissionalismo durante este período de convívio.

Ao Tenentes-Coronéis de Infantaria Francisco Tarcísio Damasceno Filho e Júlio Cesar Toledo Sousa de Almeida, meus orientadores, pelo auxílio incondicional prestado nos passos mais importantes deste trabalho e pela confiança evidenciada em várias oportunidades. Seus estilos de orientação se revestiram de capital importância para que eu pudesse realizar o trabalho com tranquilidade e eficiência.

A todos os amigos que de alguma forma prestaram a ajuda certa no momento oportuno.

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“Nós não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um certo efeito.” (Paul Goebbels, ministro da propaganda nazista de Adolf Hitler)

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RESUMO

Atualmente, vários exércitos têm se deparado com novo desafio no campo das operações militares, a tomada de decisão oportuna sobre os seus objetivos estratégicos e dentro de um curto espaço de tempo. As Operações de Informação (Op Info) surgiram como ferramenta na obtenção da superioridade da informação, e por conseguinte, no apoio à decisão dos comandantes, nos mais diversos escalões, por meio da integração de vários sistemas, já existentes, como as Operações de Apoio a Informação, a Guerra Eletrônica, a Inteligência, os Assuntos Civis, a Guerra Cibernética e a Comunicação Social, permitindo uma rápida resposta ao novo cenário das campanhas militares, onde a informação é peça fundamental. Entretanto, observa-se que as estruturas das Op Info no nível operacional e Comandos operacionais são ativadas somente após a definição de um TO/A Op, solução de conflitos ou diante de uma crise em sua área de responsabilidade, não havendo previsão de uma estrutura nos Cmdo Mil A em situação de normalidade. Neste contexto, o presente estudo aborda o emprego das Op Info no apoio ao processo decisório. O foco principal versará sobre a necessidade de implantação de uma estrutura permanente de Operações de Informação no âmbito Comando Militar de Área desde a situação de normalidade, com o propósito de realizar o assessoramento ao Comandante Militar de Área (Cmt Mil A) e aos seus Cmt G Cmdo subordinados, a fim de facilitar, sobremaneira, o cumprimento de suas respectivas missões nas atividades correntes.

Palavras-chave: Operações de Informação, Integração de Sistemas, Apoio à Decisão, Exército Brasileiro.

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RESEÑA

Actualmente, varios ejércitos se han enfrentado a nuevos retos en el campo de las operaciones militares, por lo que la decisión oportuna sobre sus objetivos estratégicos y en un corto tiempo. La Información de Operaciones (IO) se han convertido en una herramienta para lograr la superioridad de información, y por lo tanto para apoyar la decisión de los comandantes, en varios niveles, a través de la integración de los distintos sistemas, existiendo como operaciones de apoyo información, la guerra electrónica, inteligencia, asuntos civiles, la guerra cibernética y los medios de comunicación, lo que permite una rápida respuesta al nuevo escenario de las campañas militares, donde la información es un elemento clave. Sin embargo, se observa que las estructuras IO a nivel operativo y comandos operativos se activan sólo después de la definición de un A / Op, la resolución de conflictos o frente a una crisis en su área de responsabilidad, no existe ninguna disposición para una estructura en Cmdo Mil bajo condiciones normales. En este contexto, este estudio aborda el uso de IO en la formulación de políticas. El foco principal se centrará en la necesidad de implementar una estructura permanente de Operaciones de Información dentro de Comando Militar Área de la situación normal, con el fin de llevar a cabo el asesoramiento a Comandante Militar Área (Cmt Mil A) y sus subordinados Cmt G Cmdo en orden para facilitar en gran medida en el cumplimiento de sus respectivas misiones en las actividades actuales.

Palabra-llave: Información de Operaciones, integración de sistemas, apoyo en las decisiones, Ejército Brasileño.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACISO Ação Cívico Social Ass Civ Assuntos Civis APA Análise Após Ação

A Rspnl Área de Responsabilidade AZUVER Exercício Escolar

CCOMSEX Centro de Comunicação Social do Exército CIE Centro de Inteligência do Exército

CML Comando Militar do Leste Cmdo Mil A Comando Militar de Área COP Centro de Operações

COTER Comando de Operações Terrestres CRI Capacidades Relacionadas a Informação Com Soc Comunicação Social

DCT Departamento de Ciência e Tecnologia Dtz Ge Cmt Ex Diretriz Geral do Comandante do Exército EB Exército Brasileiro

EFD Estado Final Desejado

EM Estado-Maior

EME Estado-Maior do Exército F Ter Força Terrestre

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GE Guerra Eletrônica

GT Grupo de Trabalho

Intlg Inteligência

LAOp Levantamento de Área de Operações MAE Medidas de Ataque Eletrônico

MAGE Medidas de Apoio de Guerra Eletrônica MPE Medidas de Proteção Eletrônica

OAI Operações de Apoio a Informação

OADI Órgão de Assessoramento Direto do Comandante do Exército OODA Observar, Orientar, Agir, Decidir

Op Info Operações de Informação OM Organização Militar

Op Psc Operações Psicológicas

OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte

PA Público-Alvo

RH Recursos Humanos

SINFOTER Sistema de Informações Operacionais Terrestres SINFORGEx Sistema de Informações Organizacionais do Exército SICOMEx Sistema de Comunicações do Exército

SC²FTer Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre SEC²Ex Sistema Estratégico de Comando e Controle do Exército SIOPEx Sistema de Operações Psicológicas do Exército

SINFOEx Sistema de Informações do Exército

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SIGELEx Sistema de Guerra Eletrônica do Exército Seç Op Info Seção de Operações de Informação TO/A Op Teatro de Operações/Área de Operações

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Concepção do SINFOEx--- 24

Figura 2 - Níveis de emprego do setor cibernético--- 26

Figura 3 - Ambiente da informação e seus domínios--- 32

Figura 4 - Vulnerabilidade do ambiente da informação--- 33

Figura 5 - Ambiente da informação - vulnerabilidades e ações--- 33

Figura 6 - Processo decisório--- 34

Figura 7 - Ciclo OODA--- 35

Figura 8 - Célula Op Info - Operação São Francisco--- 43

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13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO --- 15 2 METODOLOGIA--- 19 2.1 TIPO DE PESQUISA--- 19 2.2 UNIVERSO E AMOSTRA--- 20 2.3 COLETA DE DADOS--- 20 2.4 TRATAMENTO DE DADOS--- 21 2.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO--- 21

3 O SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO EXÉRCITO--- 22

3.1 GENERALIDADES--- 22

3.2 A POLÍTICA DE INFORMAÇÃO DO EXÉRCITO--- 22

3.3 CAPACIDADES RELACIONADAS A INFORMAÇÃO--- 24

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS--- 29

4 PROCESSO DECISÓRIO: DA EXATIDÃO A COMPLEXIDADE--- 30

4.1 GENERALIDADES--- 30

4.2 OS FATORES DE INFLUÊNCIA DO PROCESSO DECISÓRIO--- 30

4.3 A INFORMAÇÃO E O SEU AMBIENTE--- 31

4.4 AS INFORMAÇÕES E O PROCESSO DECISÓRIO--- 34

4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS--- 36

5 AS OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO NO APOIO AO PROCESSO DECISÓRIO--- 38

5.1 GENERALIDADES--- 38

5.2 POSSIBILIDADES DAS OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO NO APOIO AO PROCESSO DECISÓRIO--- 38

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5.3 A SEÇÃO DE OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO NO COMANDO MILITAR DE ÁEREA--- 42 5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS--- 45 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES--- 46 6.1 CONCLUSÕES--- 46 6.2 RECOMENDAÇÕES--- 47 7 REFERÊNCIAS--- 48

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1 INTRODUÇÃO

“Conhece o inimigo e conhece-te a ti próprio; em centenas de batalhas nunca estarás em perigo”. O estrategista chinês Sun Tzu expôs estes princípios há mais de 25 séculos para enfatizar a importância do controle do conhecimento e das informações no campo de batalha. Como sempre, e mais hoje em dia, dispor de informações confiáveis e em tempo oportuno, garante aos chefes militares uma vantagem competitiva em relação aos adversários, ao mesmo tempo em que lhe permite reduzir a incerteza na hora da tomada da decisão.

Neste sentido, desde a Guerra do Golfo (1991), foi aplicado o conceito de Operações de Informação (Op Info), buscando a integração de vários sistemas, como as Operações Psicológicas, a Inteligência Militar, a Guerra Cibernética, os Assuntos Civis, a Comunicação Social, as Operações de Segurança e as Operações Especiais, para apoiar o processo decisório nos níveis político, estratégico e operacional.

No Brasil, a vanguarda do emprego dessa ferramenta coube ao Exército Brasileiro (EB), que por meio das Portarias Nº 445, de 14 de junho de 2010 e Nº 008 - EME, de 29 de janeiro de 2014, aprovou, respectivamente, a Diretriz Estratégica Organizadora do Sistema de Informação do Exército (SINFOEx), e o Manual de Campanha EB20-MC - 10.213, Operações de Informação, com o objetivo geral de promover a eficiente gestão da informação no apoio ao processo de tomada de decisão.

O processo de se tomar decisões é de suma importância, pois o mesmo indica a direção a seguir, bem como, o planejamento a ser conduzido. O Comandante em todos os níveis, tomador de decisões, deve estar atento às mudanças do mundo atual, globalizado, pois hoje as pessoas vivem em um ambiente inconstante. A decisão tomada hoje poderá sofrer alterações amanhã. É nessa inconstância que o chefe precisa saber decidir. Para isso, faz-se necessário entender as possibilidades da utilização e as limitações das Op Info, importante ferramenta de apoio ao processo decisório.

De acordo com o Manual de Fundamentos EB20-MF-10.101 O Exército Brasileiro, 1ª Edição, 2014, os Comandos Militares de Área (Cmdo Mil A) constituem um instrumento de ação do Comando do Exército em tempo de paz, para o cumprimento de missões operacionais terrestres. Compete a esses o preparo, o

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planejamento e o emprego operacional da Força Terrestre (F Ter), desdobrada na área sob sua jurisdição. Para isso, estão organizados em: Comando, Grandes Comandos Operativos e Grandes Unidades.

Também segundo o manual de Operações de Informação, as estruturas responsáveis pelo planejamento, condução e avaliação das operações de informação são:

"- (1) No nível operacional, quando da ativação de um TO/A Op, há que se considerar a estruturação da 8ª Seção do Estado-Maior (EM) responsável por integrar e sincronizar as Capacidades Relacionadas a Informação (CRI) e recursos relacionados às Op Info, a disposição do Comandante Operacional. Essa estrutura será responsável pelo planejamento, condução e avaliação contínua das Op Info."

"- (2) Os Comandos Operacionais (C Op) poderão dispor – diante de uma crise em sua A Rspnl –, além da 8ª Seção do EM, de uma Célula de Op Info, para servir como o ponto focal das Op Info, a fim de proporcionar: a integração e a sincronização entre as CRI e recursos disponíveis; a coordenação interagências; e a produção de conhecimentos especializados para alcançar objetivos específicos do comandante."

Nesse contexto, observa-se que as estruturas das Op Info no nível operacional e Comandos operacionais são ativadas somente após a definição de um TO/A Op ou diante de uma crise em sua área de responsabilidade (A Rspnl), não havendo previsão de uma estrutura nos Cmdo Mil A em situação de normalidade.

Em função do exposto acima, levantou-se o seguinte questionamento: é necessária a implantação de uma estrutura permanente de Op Info nos Comandos Militares de Área desde a situação de normalidade?

Nesse contexto, a resolução do problema possibilitou conhecer as possibilidades de emprego das Op Info no apoio ao processo decisório e apresentar considerações acerca da necessidade e benefícios de criação de uma estrutura permanente de Operações de Informação, desde a situação de normalidade.

Do conhecimento do Sistema de Operações de Informação do Exército Brasileiro (EB), e da verificação de que esta ferramenta desempenha relevante papel na tomada de decisão pelos Cmt Mil A, adotou-se como hipótese deste trabalho a premissa de que o emprego das Operações de Informação no apoio ao processo decisório desde a situação de normalidade evidencia a necessidade da implantação de uma estrutura permanente de Op Info nos Cmdo Mil A.

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Com o intuito de esclarecer o caminho que foi percorrido e de modo a facilitar o entendimento e, conseqüentemente, a obtenção da resposta ao problema formulado, foi estabelecido um objetivo geral, que determinou a finalidade principal da investigação, apresentando o cerne do questionamento e os objetivos específicos, que descreveram o encadeamento lógico estabelecido para solucionar o problema.

O objetivo geral traçado foi:

- Estudar a necessidade de implantação de uma estrutura permanente de Op Info nos Cmdo Mil A desde a situação de normalidade, no apoio ao processo decisório.

Para atingir esse objetivo levantaram-se objetivos específicos, que facilitaram a pesquisa e a estruturação desse projeto:

- identificar os principais Sistemas e Subsistemas que compõe a atual estrutura do Sistema de Informações do Exército (SINFOEx);

- mencionar as principais características no apoio ao processo decisório.

- descrever a atual estrutura dos Cmdo Mil A e apresentar considerações acerca da necessidade e benefícios de criação de uma estrutura permanente de Operações de Informação, desde a situação de normalidade.

Em função da amplitude e da vasta abrangência do tema, a pesquisa teve seu escopo restrito ao estudo do problema, tendo por base a leitura de livros, manuais doutrinários e de fundamentos, revistas especializadas, artigos científicos, internet, teses, dissertações e monografias com dados pertinentes ao assunto

Foi exposta, em uma primeira fase, a atual estrutura do Sistema de Informações do Exército (SINFOEx) e os principais Sistemas e Subsistemas componentes.

Em uma segunda fase, foram mencionadas as principais características no apoio ao processo decisório.

Em uma terceira fase, foram apresentadas possibilidades das Operações de Informação no apoio ao processo decisório e uma sugestão de estrutura permanente de Operações de Informação de um Comando Militar de Área, desde a situação de normalidade.

O trabalho investigativo sobre o assunto foi limitado ao conteúdo com escopo em manuais de campanhas nacionais e estrangeiros, artigos de internet e publicações sobre o assunto, e entrevistas a militares com experiência em Op Info. Justificou-se a pesquisa pretendida em razão da importância palpável e

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presumida para a doutrina militar brasileira. No presente, o conhecimento específico de Op Info está calcado em fontes norte-americanas e na doutrina de emprego da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), voltado às suas peculiaridades e necessidades, e cujo domínio e vanguarda todos pretendem manter até os limites do possível.

Sua relevância salta aos olhos, por estar em conformidade com a Diretriz Geral do Comandante do Exército para 2011 a 2014 (Dtz Ge Cmt Ex), na qual, no campo de Doutrina Militar, estabelece a seguinte ação que deverá ser empreendida:

“– estudar a concepção de um Sistema Operacional “Informações”, que absorveria o atual de Inteligência e incorporaria as áreas de Guerra Eletrônica, Defesa Cibernética, Operações Psicológicas, Comunicação Social, Assuntos Civis e Operações de Dissimulação, dentre outras;” (Dtz Ge Cmt Ex – 2011/2014)

Ao fim do trabalho, foram deduzidas as conclusões e sugestões acerca da necessidade e benefícios de criação de uma estrutura permanente de Operações de Informação, desde a situação de normalidade.

As Op Info atuam na dimensão informacional, em suas três perspectivas: lógica, física e cognitiva, podendo constituir-se em uma das principais armas do comandante militar em suas ações propostas. Além disso, essa importante ferramenta propicia ao comandante, alternativas dissuasórias não letais e flexíveis.

Postas estas premissas, o presente trabalho de conclusão de curso aprofundou o estudo sobre as potencialidades de emprego das Op Info no apoio ao processo decisório. O foco principal versou sobre a necessidade de implantação de uma estrutura permanente de Operações de Informação no âmbito Comando Militar de Área desde a situação de normalidade, com o propósito de realizar o assessoramento ao Cmt Mil A, a fim de facilitar, sobremaneira, o cumprimento de suas respectivas missões nas atividades correntes.

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2 METODOLOGIA

Método, segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 65) é

[...] o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Marconi e Lakatos (2010) comentam que não há ciência sem o emprego de métodos científicos e sua finalidade é a obtenção da verdade, por intermédio da comprovação de hipóteses, como pontes entre a observação da realidade e a teoria científica que explica a realidade.

Esta seção tem por objetivo expor as formas de estudo, bem como os métodos e os procedimentos que foram utilizados na sistemática científica, com isenção de tendências do postulante e com economia de meios. Assim, serão abordos os procedimentos metodológicos a partir da definição do tipo de pesquisa, universo e amostra, coleta de dados, tratamento de dados e limitações do método.

A realização do trabalho foi processada com base em pesquisa bibliográfica e documental.

2.1 TIPO DE PESQUISA

Esse estudo científico foi classificado segundo Vergara (2003) como explicativo, descritivo, e aplicado, a saber:

Explicativo, pois esclareceu as áreas próprias de atuação na missão, características, possibilidades e capacidades das Operações de Informação.

Descritivo, pois descreveu a atual estrutura do Sistema de Informações do Exército.

Aplicado, porque buscou respostas condizentes ao questionamento razão desse estudo, qual seja, da necessidade de implantação de uma estrutura permanente de Operações de Informação nos Comandos Militares de Área desde a situação de normalidade.

Além disso, essa pesquisa foi documental e bibliográfica. Documental porque fez uso de trabalhos, artigos e relatórios do EB, não disponíveis para consultas públicas. Bibliográfica, porque teve sua fundamentação teórico-metodológica

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embasada na investigação sobre doutrina militar, disponível em livros, manuais e artigos de acesso aberto ao público em geral.

2.2 UNIVERSO E AMOSTRA

Vergara (2003) destaca o universo (população) como o conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas) possuidores de características que serão objeto de estudo, ao passo que a amostra (população amostral) diz respeito a uma parte do universo, escolhida segundo algum critério de representatividade. Assim sendo, o universo será constituído por oficiais possuidores dos seguintes cursos: Operações de Apoio a Informação (OAI), Defesa Cibernética (D Ciber), Assuntos Civis (Ass Civ), Guerra Eletrônica (GE) Comunicação Social (Com Soc) e Inteligência (Intlg).

A amostra foi não probabilística (VERGARA, 2009) e definida pelo critério da tipicidade, sendo constituída por oficiais do Exército Brasileiro que estão no estudo da implantação da doutrina de Operações de Informação na Força Terrestre.

2.3 COLETA DE DADOS

Essa pesquisa teve início com uma pesquisa bibliográfica na literatura (livros, manuais doutrinários e de fundamentos, revistas especializadas, artigos científicos, internet, teses, dissertações e monografias), com dados pertinentes ao assunto. Nessa oportunidade, foram levantadas as áreas próprias de atuação na missão, características e capacidades das Operações de Informação.

Em prosseguimento, utilizou a pesquisa documental no Estado-Maior do Exército (EME) e Comando de Operações Terrestres (COTER), com a finalidade de conhecer a atual concepção geral do Sistema de Operações de Informação do EB, as atividades de Op Info desenvolvidas, conceitos importantes relacionados ao tema para verificar se há possibilidade de se resolver o questionamento apresentado, com embasamento na legislação já existente. A leitura seletiva do material de pesquisa contribuiu para o processo consubstanciado de análise e de síntese, que conduziu a um corpo de literatura autóctone, atualizado e em sintonia com os desafios do presente.

Finalmente, as conclusões decorrentes das pesquisas bibliográfica e documental estabeleceram considerações a respeito da necessidade de estruturação permanente nos Comandos Militares de Área com a presença de Op Info, desde a situação de normalidade.

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2.4 TRATAMENTO DE DADOS

Em decorrência da natureza do problema dessa pesquisa e do perfil desse pesquisador, foi escolhida a abordagem fenomenológica, a qual privilegia procedimentos qualitativos de pesquisa.

Assim, foram utilizados dois métodos de pesquisa distintos para o tratamento dos dados a serem coletados. Inicialmente, foi empregada a análise de conteúdo, que, para Vergara (2008, p. 15), é “uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema”. Dessa forma, foi identificada a atual concepção do Sistema de Operações de Informação do EB e os problemas atuais em relação ao assessoramento de Op Info nos Comandos Militares de Área.

Posteriormente, foi feita uma comparação entre os dados obtidos na literatura compulsada e as experiências colhidas em relatórios de bases doutrinárias aplicadas na amostra considerada, no intuito de atingir o objetivo geral dessa pesquisa.

2.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

A metodologia escolhida para esta pesquisa apresentou algumas dificuldades e limitações em relação à coleta e ao tratamento dos dados.

Quanto à coleta de dados, o método limitou-se à pesquisa e à análise da documentação oficial aberta à consulta. Destaca-se que houve o aprofundamento do estudo e a observância do princípio da originalidade, por meio da adição de valores e de pontos de vista de militares possuidores do curso de Operações de Informação, inclusive as do próprio autor, que integrou o grupo de trabalho (GT) responsável pela implantação da Seção de Operações de Informação da 4ª Subchefia do Comando de Operações Terrestres (COTER).

Essa seção apresentou a metodologia utilizada, evidenciando, de forma objetiva e clara, os seus tipos, universo e amostra, formas de coleta e tratamento de dados e, por fim, as limitações dos métodos elencados. Mesmo com limitações, acredita-se que a metodologia escolhida é acertada e possibilita alcançar com sucesso o objetivo final desta pesquisa.

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3 O SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO EXÉRCITO (SINFOEx)

3.1 GENERALIDADES

No Exército Brasileiro (EB), a idéia de integrar capacidades não é algo inédito. O Sistema de Informações do Exército (SINFOEx) é o exemplo da assertiva acima. “Há mais de 10 anos e por meio do SINFOEx, a Força vem preconizando a integração de subsistemas correspondentes a muitas das atividades assinaladas na última Dtz Ge Cmt Ex, tais como Inteligência, Comunicação Social, Guerra Eletrônica e Operações Psicológicas”. (Tenente-Coronel Sérgio Luiz Gomes de Melo, Exército Brasileiro – O Sistema Operacional “Informações”, no Exército Brasileiro).

Conforme já mencionado, a Diretriz Geral do Comandante do Exército (Dtz Ge Cmt Ex), para 2011 a 2014, no campo de Doutrina Militar, estabelece a seguinte ação que deverá ser empreendida:

“– estudar a concepção de um Sistema Operacional “Informações”, que absorveria o atual de Inteligência e incorporaria as áreas de Guerra Eletrônica, Defesa Cibernética, Operações Psicológicas, Comunicação Social, Assuntos Civis e Operações de Dissimulação, dentre outras.”

A seguir serão descritas a Política de Informação do Exército e as Capacidades Relacionadas a Informação (CRI).

3.2 A POLÍTICA DE INFORMAÇÃO DO EXÉRCITO

A Política de Informação do Exército, aprovada em março de 2004, define o papel da Informação na Instituição. Por essa Política, o SINFOEx tem como objetivos gerais:

1. Orientar o uso da informação com o fim específico de: a. apoiar o preparo e o emprego da Força Terrestre;

b. favorecer o gerenciamento administrativo da Instituição nos níveis estratégico, operacional e tático;

c. fomentar a integração interfuncional do Sistema Exército; d. fortalecer o moral do público interno;

e. projetar e preservar a imagem institucional perante a Sociedade; f. apoiar os decisores em todos os níveis; e

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2. Possibilitar o sigilo, a integridade, a disponibilidade e a autenticidade da informação.

3. Desenvolver recursos humanos e procedimentos necessários à gestão dos recursos informacionais e do conhecimento organizacional da Força.

4. Promover a integração com as demais Forças Singulares.

Pela Portaria Nº 445, de 14 de junho de 2010, foi aprovada a nova Diretriz Estratégica Organizadora do Sistema de Informação do Exército, onde diz que “o SINFOEx é o sistema estratégico que tem como objetivo geral promover a eficiente gestão da informação, com o fim específico de apoiar o processo de tomada de decisão, visando ao preparo e ao emprego da Força Terrestre, bem como ao gerenciamento administrativo da Instituição.” (Boletim do Exército Nr 24 de 2010, de 18 de junho de 2010).

Na concepção do SINFOEx, a Informação é gerenciada de forma Operacional e Organizacional. A Informação Operacional é gerenciada pelo Sistema de Informações Operacionais Terrestre (SINFOTER), cujo objetivo geral é produzir, integrar e disponibilizar as informações necessárias ao preparo e ao emprego da Força Terrestre.

A Informação Organizacional é gerenciada pelo Sistema de Informações Organizacionais do Exército (SINFORGEx), cujo objetivo geral é produzir, integrar e disponibilizar as informações necessárias à condução das atividades administrativas do EB.

O SINFOTER e o SINFORGEx interagem na produção do conhecimento necessário ao processo decisório nas situações de paz, crise ou conflito armado/guerra, respeitadas as normas de acesso e segurança da informação, e desdobram-se nos níveis de planejamento estratégico, operacional e tático.

A infraestrutura para o funcionamento do SINFOEx é proporcionada pelo Sistema de Comunicações do Exército (SICOMEx) e pelo Sistema de Tecnologia da Informação do Exército (SITIEx).

O SINFOTER contribui diretamente com o Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre (SC²FTer); e o SINFORGEx, com o Sistema Estratégico de Comando e Controle do Exército (SEC²Ex).” (Boletim do Exército Nr 24 de 2010, de 18 de junho de 2010).

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O Estado-Maior do Exército (EME) é o órgão normatizador do SINFOEx, sendo responsável pela orientação, integração, controle e avaliação do seu funcionamento, visando ao seu permanente aprimoramento técnico-doutrinário.

O Comando de Operações Terrestre (COTER) atua como órgão central do SINFOTER.

A nova concepção do SINFOEx é representada na figura 1.

Figura 1 – concepção do SINFOEx

Fonte: Portaria do Comandante do Exército Nº 445, de 14 de junho de 2010

De acordo com o exposto acima, o SINFOEx é quem integra vários Sistemas que permitirão o gerenciamento das Informações para a Instituição. Esses Sistemas são integrados por capacidades que produzem Informação que alimentarão o SINFOEx.

3.3 CAPACIDADES RELACIONADAS A INFORMAÇÃO (CRI) 3.3.1. Operações de Apoio a Informação

O EB conceitua as Operações de Apoio a Informação (OAI) como “procedimentos técnico-especializados, operacionalizados de forma sistemática, para apoiar a conquista de objetivos políticos e/ou militares e desenvolvidos antes, durante e após o emprego da Força, visando motivar públicos-alvo amigos, neutros e hostis a atingir comportamentos desejáveis”.

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As OAI surgiram na década de 50 como Operações Psicológicas (Op Psc) e acompanharam o desenvolvimento da F Ter. Em 2004, com a criação do SIOPEx teve sua relevância aumentada até que, em 2014, teve a designação atual implementada. Está regulamentada para o emprego tático, em conjunto com as operações militares, e sob a égide da mesma legislação que as ampara.

A Diretriz Estratégica Organizadora do Sistema de Operações de Apoio a Informação, recém editada em 2014, constitui-se em um dos principais elementos que sustentam a compreensão da estrutura do Sistema de Operações de Apoio a Informação do Exército (SOAIEx). Por meio dessa diretriz, é atribuído ao Estado-Maior do Exército (EME) o papel de órgão central desse sistema. Dessa forma, as OAI contribuem com o SINFOTER, no que tange à integração de Informação.

3.3.2. Assuntos Civis

O Exército Brasileiro define Assuntos Civis (Ass Civ) como "atividades desenvolvidas para fortalecer o relacionamento entre as forças militares, autoridades civis e a população da área sob a responsabilidade de autoridade militar. Exigem o envolvimento de elementos especializados em áreas que normalmente são de responsabilidade do governo civil instituído, nos assuntos de governo, nas atividades econômicas, na ação comunitária, de serviços públicos e especiais." (Manual EB20-MC-10.213 - Operações de Informação)

As atividades de Ass Civ destinam-se, normalmente, a utilizar os recursos disponíveis nas comunidades locais do TO/A Op e requerem a participação de especialistas em áreas civis, apoiando ou exercendo as funções normalmente desempenhadas pelo governo civil da nação hospedeira (exterior) ou do governo local (território nacional). Tais atividades podem ocorrer antes, durante, ou subsequentemente às operações militares, em áreas amigas, neutras ou hostis, a fim de facilitar o esforço para apoiar objetivos nacionais e as próprias operações.

Estas atividades são classificadas como: Assuntos de Governo, Atividades Econômicas, Atividades de Serviços Públicos e Atividades Especiais.

3.3.3. Guerra Cibernética

De acordo com o manual EB20-MC-10.213 - Operações de Informação, as ações Guerra Cibernética (G Ciber) são "o emprego de recursos do espaço cibernético e objetivam: proteger os próprios ativos de informação; explorar e atacar

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redes do oponente, mantendo a capacidade de interferir no desenrolar das operações militares no Espaço de Batalha; bem como afetar as condições de normalidade em uma determinada área ou região, atingindo gravemente o funcionamento de estruturas estratégicas e serviços essenciais destinados à população."

Em agosto de 2010, o Núcleo do Centro de Defesa Cibernética do Exército (Nu CDCiber), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), implantou o Centro de Defesa Cibernética do Exército (CDCiber), que é a mais recente ferramenta do SINFOEx. Os níveis de emprego do setor cibernético estão representados na figura 2.

Figura 2 – Níveis de emprego do setor cibernético Fonte: Palestra do Ministério da Defesa

(http://www.defesa.gov.br/projetosweb/livrobranco/seminarios/palestra-carvalho.pdf)

3.3.4. Comunicação Social

No Exército, são três as áreas abrangidas pela de Comunicação Social (Com Soc), as quais se aproximam do meio acadêmico pela definição e ações desempenhadas junto a seus públicos: Relações Públicas, Informações Públicas e Divulgação Institucional.

O Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX) é um órgão central do Sistema e de assessoramento do Comandante do Exército (OADI). Tem como missão:

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27

- preservar e fortalecer a imagem da Força; planejar, desenvolver e coordenar as atividades do SISCOMSEx em nível estratégico; e elaborar o Plano de Comunicação Social do Exército, sua estrutura organizacional é composta pelo Chefe, Subchefe e pelas seções de planejamento, informações públicas, relações públicas e produção e divulgação.

O SISCOMSEx tem como missão "coordenar e integrar do conjunto de atividades de Comunicação Social (Relações Públicas, Informações Públicas e Divulgação Institucional), executar as ações previstas no Plano de Comunicação Social e estabelecer um canal técnico entre os diversos escalões, racionalizando e agilizando os fluxos comunicacionais." (Portaria nº 101, Gabinete Comandante Exército)

O SISCOMSEx integra o Sistema de Informações do Exército (SINFOEx), interagindo com todos os demais sistemas, em especial, com o Sistema de Inteligência (SIEx), com Sistema se Operações de Apoio a Informação (SOAIEx) e com o Sistema de Guerra Eletrônica (SIGELEx).

3.3.5. Guerra Eletrônica

O conceito de Guerra Eletrônica (GE) é definido pelo Manual de Campanha C 34-1 Emprego da Guerra Eletrônica, de 1999, como sendo “o conjunto de ações que visam assegurar o emprego eficiente das emissões eletromagnéticas próprias, ao mesmo tempo que buscam impedir, dificultar ou tirar proveito das emissões inimigas.”

A GE atua nos níveis estratégico, operacional e tático, abrangendo três componentes:

1) medidas de apoio de guerra eletrônica (MAGE); 2) medidas de ataque eletrônico (MAE); e

3) medidas de proteção eletrônica (MPE).

As Medidas de Apoio de Guerra Eletrônica objetivam a obtenção de dados e informações a partir das emissões eletromagnéticas de interesse utilizadas pelo oponente.

As Medidas de Ataque Eletrônico envolvem as ações para impedir ou reduzir o uso efetivo do espectro eletromagnético pelo oponente, bem como destruir, neutralizar ou degradar sua capacidade de combate usando energia eletromagnética ou armamento que empregue a emissão intencional do alvo para seu guiamento.

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As Medidas de Proteção Eletrônica buscam assegurar o uso efetivo (ativo e passivo) do espectro eletromagnético pelas Forças amigas, a despeito de formas de interferências não intencionais e das ações de GE empreendidas pelo oponente.

3.3.6. Inteligência

A inteligência envolve um processo integrado de fusão de dados, permeia todo o ciclo do conhecimento (orientação, obtenção, produção e difusão) e gera produtos que irão expor as capacidades e vulnerabilidades de oponentes e de potenciais adversários selecionados. Para tal, utiliza uma variedade de ferramentas (técnicas e não técnicas) para avaliar a dimensão informacional, física e humana, proporcionando, assim, uma visão ampliada e holística dessa dimensão.

A efetiva gestão de grande quantidade de dados, fundamental nas operações militares contemporâneas, inclui a gestão, o armazenamento e o uso da informação. Abrange, também, a capacidade de encontrar a informação certa no momento oportuno.

A gestão de dados deve considerar a possibilidade de uma “superalimentação analítica”. Isso envolve o emprego de tecnologias relacionadas a sensores, à integração e exploração de bases de dados e fontes de informação não estruturada, às técnicas de busca de dados, às análises em tempo real de fluxos de informação de áudio e vídeo, e especialmente às técnicas de inteligência artificial.

A fusão de dados consiste no processamento e na combinação de dados e informações heterogêneas (vídeos e imagens, dados geoespaciais, linguagens escrita e verbal, dentre outros) de múltiplas origens – tanto de sensores como de elementos de processamento – para alcançar maior precisão e abrangência no planejamento e monitoramento das operações.

A grande quantidade de dados (gerados por sensores locais e remotos, transmissões de voz, mensagens eletrônicas, informações originadas na web e mídias) que afeta o Espaço de Batalha torna a fusão de dados fundamental para o planejamento, condução e avaliação contínua das operações militares terrestres, particularmente das Operações de Informação.

As situações nas quais se pode realizar a fusão de dados varia, desde aquelas que estão muito próximas ao sensor, até as de alto nível, passando pela correlação de dados de diferentes sensores. Existe a possibilidade de se realizar a

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29

fusão de forma distribuída, estabelecendo diferentes nós para aumentar a confiabilidade do sistema.

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Op Info não são a aplicação individual de qualquer uma das capacidades específicas. Consistem no emprego integrado da Guerra Eletrônica (GE), das Operações Cibernéticas (Op Ciber), das Operações de Apoio a Informação (OAI), das Operações de Inteligência (Op Intlg), dos Assuntos Civis (Ass Civ) e das Campanhas de Comunicação Social (Com Soc) em concerto com as capacidades que as apóiam e a elas são relacionadas, com a finalidade precípua de afetar ou defender a informação e os sistemas de informação, informar audiências amigas, e influenciar o processo decisório amigo e inimigo. A integração sincronizada e coordenada de combinações dessas capacidades específicas é que as caracteriza, e isso gera o componente ofensivo “não cinético” da força.

A resposta à hipótese inicial positiva deste trabalho é a de que: as ferramentas de Op Info (OAI, GE, Intlg, Com Soc, Ass Civ, e Def Ciber) aumentam significativamente a superioridade da informação e por conseguinte a tomada de decisão, proporcionando aos Comandos Militares de Área maior operacionalidade e poder de dissuasão.

Desta maneira concluí-se que implantação de uma estrutura permanente de Operações de Informação no âmbito Comando Militar de Área desde a situação de normalidade, com o propósito de realizar o assessoramento ao Cmt Mil A e aos seus Cmt G Cmdo subordinados, facilitará, sobremaneira, o cumprimento de suas respectivas missões nas atividades correntes e atingimento do Estado Final Desejado (EFD).

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4 PROCESSO DECISÓRIO: DA EXATIDÃO À COMPLEXIDADE

4.1 GENERALIDADES

"Nada é mais difícil e, portanto, mais precioso do que a habilidade de decidir", disse Napoleão Bonaparte. Com essas palavras fazia referência a habilidade de um comandante tomar iniciativas no campo de batalha e durante um tiroteio, mas elas também refletem os riscos a que se expõe um decisor que nunca lidou com uma crise que requer ação imediata.

O processo de se tomar decisões é de suma importância, pois o mesmo indica a direção a seguir, bem como, o planejamento a ser conduzido. O Comandante em todos os níveis, tomador de decisões, deve estar atento às mudanças do mundo atual, globalizado, pois hoje as pessoas vivem em um ambiente inconstante. A decisão tomada hoje poderá sofrer alterações amanhã. É nessa inconstância que o chefe precisa saber decidir. Para isso, faz-se necessário entender o conceito de decisão, bem como os pontos que permeiam esse assunto.

Este capítulo busca condensar algumas idéias e, nos parágrafos que se seguem, abordar nuances que envolvem o assunto, enfatizando, em particular, os fatores de influência no processo decisório, as informações como parte desse processo e a informação e o seu ambiente.

4.2 OS FATORES DE INFLUÊNCIA DO PROCESSO DECISÓRIO

Um dos maiores fatores de influência, na atualidade, é a cultura do(s) decisor(es). Um mesmo problema pode ser compreendido de forma diferente por pessoas ou povos de culturas diferentes. Mesmo numa grande cidade onde a cultura disponível é a mesma para todos os seus habitantes, o nível de aquisição desta cultura é diferente entre a população o que causa níveis de compreensão diferentes para um mesmo problema. Por exemplo, o problema da falta de emprego é compreendido de forma diferente entre as pessoas com diferentes níveis de cultura. Os que possuem menor cultura acham que a culpa do referido problema é somente dos governos. Os que possuem uma cultura maior, reconhecem que o problema é mais complexo e que para solucioná-lo é necessário o esforço de toda a sociedade em conjunto com o governo.

A quantidade de informações a respeito do problema é um fator de extrema importância para o processo decisório. Quanto mais informações conseguirmos

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levantar a respeito do mesmo, evidentemente, melhor será a sua compreensão e sua solução. Também, devemos nos preocupar com a qualidade das informações obtidas a respeito do problema. Muitas vezes, conseguimos obter uma grande quantidade de informações a respeito do problema, porém, pouquíssimas informações relevantes que nos poderiam contribuir melhor para encontrar a solução do problema.

Outros fatores também afetam o processo decisório, fatores como a inteligência do decisor, o seu nível social, o sexo, a religião, os costumes, as crenças, a ética, a motivação, a organização, a saúde, a família, etc.

Podemos adicionar aos fatores de influência citados acima, mais um fator de grande importância, principalmente na hora da escolha da melhor alternativa e na última fase, é o fator emocional. Muitas vezes o fator emocional é o que exerce a maior influência na hora de se tomar uma decisão nos levando a escolher a alternativa que não necessariamente é a melhor escolha.

Segundo PEREIRA & FOSECA (1997) toda decisão tem conseqüências e envolve riscos, mas uma vez processada, a escolha não tem volta. Por causa disso, o processo de tomada de decisões é sempre estressante e após a decisão acontece um relaxamento geral no organismo do decisor. Em algumas pessoas, o stress provocado pelo processo decisório é marcado por claras manifestações psicossomáticas, tais como dores de cabeça, sono, perturbações gástricas, manifestações de euforia ou depressão, etc.

A informação não é tangível e nem mensurável, mas é um produto valioso no mundo contemporâneo porque proporciona poder. A imensa quantidade de informações disponíveis atualmente nos traz grandes benefícios e grandes responsabilidades. Temos que saber muito bem como trabalhar com essa massa de informações, saber como fazer a sua integração e monitoração, como obter acesso rápido e fácil e, ainda nos preocuparmos com a sua segurança e privacidade. O processo decisório está intimamente relacionado com o tempo e com capacidade humana e/ou computacional de processar informações em tempo hábil.

4.3 A INFORMAÇÃO E O SEU AMBIENTE

O ambiente da informação pode ser entendido como um conjunto de sistemas, pessoas e organizações que são responsáveis por coletar, processar e disseminar a informação e/ou agir utilizando-se da mesma. Considera-se que é neste ambiente

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que ocorre o ciclo decisório, conduzido por pessoas ou realizado de forma automatizada. A figura a seguir é a reprodução de um dos slides da apresentação realizada, pelo autor, no Centro de Inteligência do Exército (CIE) e mostra este modelo em forma de domínios ou dimensões.

Figura 3 - Ambiente da informação e seus domínios

Fonte: Artigo sobre as Informações, Operações de Informação e Sistema Operacional Informações. (http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/INFORMACOES.pdf)

A caracterização do ambiente em domínios permite entender de forma mais objetiva de que maneira a informação é produzida e transita como insumo do processo decisório. Ao mesmo tempo, a separação em domínios facilita entender as vulnerabilidades a que a informação e o processo decisório estão expostos, levando a deduzir quais capacidades disponíveis na Força, ou fora dela, poderão ser empregadas para proteger o nosso processo decisório e degradar o do inimigo/oponente.

A figura 4 apresenta de maneira resumida alguns aspectos relacionados às vulnerabilidades.

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Figura 4 - Vulnerabilidade do ambiente de informação

Fonte: Artigo sobre as Informações, Operações de Informação e Sistema Operacional Informações. (http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/INFORMACOES.pdf)

A título de exemplo, e considerando as vulnerabilidades conforme apresentado na figura 5, é possível elencar algumas possíveis ações para manter a integridade dos nossos processos e impactar o do inimigo/oponente:

Domínio Vulnerabilidade Possíveis Ações

Físico - Sujeito a ações que afetam as

infraestruturas de coleta, de transmissão, de processamento e de armazenamento da informação.

- Emprego de ações cinéticas, emprego de Guerra Eletrônica (GE), Defesa Cibernética (Def Ciber), etc.

Da

Informação

- Sujeito a ações eletrônicas que podem remover, corromper, modificar, negar, proteger, detectar, explorar ou degradar a informação.

- Emprego de GE e Def Ciber.

Cognitivo - Sujeito a ações que influenciam a maneira

como as pessoas recebem, processam, interpretam e utilizam a informação, criando uma percepção diferente da realidade.

- Emprego de Operações de Apoio a Informação (OAI), Comunicação Social (Com Soc), Ações Cívico Sociais (ACISO), contato pessoal, dissimulação, etc.

Figura 5 - Ambiente da informação - vulnerabilidades e ações

Fonte: Artigo sobre as Informações, Operações de Informação e Sistema Operacional Informações. (http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/INFORMACOES.pdf)

As ações suprarelacionadas, quando empregadas de forma integrada, permitem a sinergia necessária para interferir no ciclo normal de tomada da decisão.

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Isto quer dizer que, destruindo ou inabilitando estruturas físicas; corrompendo ou removendo dados e informações e/ou influenciando a percepção do usuário da informação poder-se-á influir diretamente no ritmo ou na direção da decisão tomada. O mesmo resultado será alcançado por meio da proteção em face dessas ações.

A figura 6 mostra a comparação entre um processo decisório normal e outro sujeito a interferências, sendo que a nuvem representa o Ambiente a Informação:

Figura 6 - Processo Decisório

Fonte: Artigo sobre as Informações, Operações de Informação e Sistema Operacional Informações. (http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/INFORMACOES.pdf)

A figura procura mostrar que, sem a devida proteção do Ambiente da Informação, o ciclo decisório, invariavelmente, sofrerá interferências na medida em que o insumo básico do processo, a Informação, é alvo das mais diversas ações.

Em resumo, sobre este aspecto estudado, é possível concluir parcialmente que o conhecimento do Ambiente da Informação é fundamental para entender que somente protegendo/explorando as suas vulnerabilidades será possível se sobrepor ao inimigo, no que tange ao processo decisório.

4.4 AS INFORMAÇÕES E O PROCESSO DECISÓRIO

Ao tratar do assunto, cumpre extrair dos manuais em vigor a definição de Informação. O MD-35-G-01, Glossário das Forças Armadas, define Informação da seguinte forma:

INFORMAÇÃO – 1. Conhecimento objetivo resultante do processamento de informes, com a finalidade de servir de base a atos decisórios (grifo nosso), de esclarecer, atualizar ou formar cultura e opinião. 2. Conhecimento resultante de raciocínio elaborado pelo analista de inteligência que expressa sua certeza sobre situação ou fato passado ou presente. MD-35-G-01. Ed 207. p. 135/274.

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A Força Terrestre trata do assunto definindo-o no manual de campanha C 20-1 Glossário de Termos e Expressões em Uso no Exército:

Informação: Conhecimento de um fato ou situação, resultante do processamento de todos os informes disponíveis, relacionados com o referido fato ou situação.

Conhecimento objetivo, resultante do processamento de informes com a finalidade de servir de base a atos decisórios, de esclarecer, atualizar ou formar cultura e opinião (grifo nosso).

Também é considerada, ainda, como a expressão da verdade, merecendo, em consequência, toda a credibilidade. C 20-1. 3.Ed 2003. p.I-3. É possível identificar nas definições apresentadas que o conceito de Informação/Informações está muito relacionado aos processos de tomada da decisão do Comandante nos diversos níveis de planejamento previstos na Sistemática de Planejamento de Emprego Conjunto das Forças Armadas (SisPECFA) (níveis político, estratégico, operacional e tático).

Isto quer dizer, grosso modo, que as informações não devem ser entendidas como um fim em si mesmo, mas como um insumo básico para que o decisor possa imprimir o seu ritmo ao combate. Como dedução correlata, as informações não devem servir somente como insumo para produção de mais informações.

Sobre o processo de tomada de decisão, existem diversos modelos conceituais que buscam sistematizar as etapas que envolvem a atividade, sendo que um dos mais populares é o chamado ciclo OODA. A figura a seguir apresenta o referido modelo, sendo motivado pela Informação.

Figura 7 - Ciclo OODA Fonte: autor

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O fluxo de Informação será o principal responsável por movimentar o ciclo OODA. Um detalhe relevante é que o inimigo/oponente também está sujeito a este modelo teórico referente à tomada da decisão. Por vezes, a vitória será alcançada pelo “giro” rápido do nosso processo decisório em relação ao antagonista. Outras vezes, a vitória será alcançada por fazer com que o inimigo movimente o seu ciclo decisório de acordo com o que desejamos e na velocidade que desejamos. Fazer com que o inimigo decida rápido, porém da forma equivocada, pode ser tão benéfico para o nosso planejamento, quanto fazê-lo claudicar em sua decisão.

Em função de todas as condicionantes referentes à tomada da decisão, obterá sucesso aquele que implementar o processo mais eficaz e neste sentido, a eficácia está diretamente relacionada à capacidade de processar as informações o mais rápido possível, ficando em melhores condições do que o inimigo para conduzir as ações, caracterizando, assim, o conceito de Superioridade de Informação.

A Superioridade de Informação, de acordo com o Manual de Operações de Informação - EB20-MC-10.213 consiste na "representação inteligível de objetos, estados e acontecimentos nos domínios real, virtual e subjetivo. Integra processos para a construção do conhecimento, o que promove a compreensão precisa e atualizada do ambiente operacional. “

Em verdade, como conclusão parcial, no que diz respeito ao relacionamento entre a Informação e o processo decisório, o principal é entender a informação como estímulo a este processo. Sobre a otimização do ciclo de tomada da decisão, pode-se dizer que ela pode-será alcançada ao pode-se fornecer a informação certa para a pessoa certa no momento certo, facilitando o entendimento da situação e a tomada de decisão.

4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, é possível concluir que a informação é o insumo básico do processo decisório e que, por conta de uma série de fatores atuais, ela está diretamente sujeita às dimensões que compõem o seu ambiente. Isto conduz ao entendimento de que com capacidades integradas ou coordenadas, atuando neste ambiente, poder-se-á facilitar o cumprimento das missões correntes.

A compreensão do papel da Informação em todo o seu contexto atual já é uma condição básica para o sucesso da empreitada militar e aquele que melhor a manejar e a explorar ira obter, certamente, o sucesso final.

(37)

37

É importante amadurecer os conceitos em torno do assunto, estudando iniciativas como a proposta por esse trabalho da criação de uma estrutura permanente de Operações de Informação, desde a situação de normalidade, que suplantem possíveis lacunas existentes.

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5. AS OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO NO APOIO AO PROCESSO DECISÓRIO

5.1 GENERALIDADES

O assunto abordado neste capítulo vem desencadeando debates inéditos no EB, devido à possibilidade de contribuir com o processo de transformação da Força.

Este capítulo visa identificar as possibilidades das Operações de Informação (Op Info) no apoio ao processo decisório. Para isso, vão ser apresentados as conclusões decorrentes do Simpósio de Operações de Informação do Estado-Maior do Exército (EME), realizado em 19 e 20 de agosto de 2014, na cidade de Brasília - DF.

Os dados colhidos referem-se as análises efetuadas por ocasião da execução da atuação das Capacidades Relacionadas a Informação (CRI) relativas a Copa do Mundo de 2014 e da Operação São Francisco, no complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, ainda em curso, e que podem ser empregadas em situação de normalidade.

Ao final, será apresentada uma sugestão de organização da Seção de Operações de Informação do Comando Militar de Área.

5.2 POSSIBILIDADES DAS OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO NO APOIO AO PROCESSO DECISÓRIO

Como já visto nos capítulos anteriores, as Op Info não são a aplicação individual de qualquer uma das capacidades específicas. Consistem no emprego integrado da Guerra Eletrônica (GE), da Guerra Cibernética (G Ciber), das Operações de Apoio a Informação (OAI), das Operações de Inteligência (Op Intlg), das Campanhas de Comunicação Social (Com Soc) e Assuntos Civis (Ass Civ) em concerto com as capacidades que as apoiam e a elas são relacionadas, com a finalidade precípua de afetar ou defender a informação e os sistemas de informação, informar audiências amigas, e influenciar o processo decisório amigo e inimigo.

Neste contexto, as possibilidades de cada Capacidade Relacionada a Informação (CRI), e que podem ser utilizadas em situação de normalidade serão apresentadas.

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39

5.2.1. Operações de Apoio a Informação

As Operações de Apoio a Informação (OAI) enfocam a perspectiva cognitiva da dimensão informacional do ambiente operacional, influenciando as emoções, o raciocínio, as motivações, os objetivos e o comportamento de Público-Alvo (PA) (indivíduos, grupos ou organizações) que não se limitam apenas a oponentes reais e potenciais adversários, mas incluem populações neutras e aliadas.

Em coordenação com as demais capacidades relacionadas às Op Info, as OAI podem contribuir, dentre outras, em situação de normalidade, no apoio ao processo decisório, da seguinte maneira:

a. Propaganda e contrapropaganda visando: - prevenção de ameaças;

- gerenciamento de crises; - agitação/contragitação;

- fim/incitação das hostilidades; - tolerância/concordância; - legitimidade;

- apoio/colaboração;

- controle de danos e gerenciamento de consequências; e - combater/promover a desinformação.

b. Apoio as medidas ativas de contra-inteligência: - Medidas contra ações psicológicas;

- desinformação;

- mobilização de colaboradores; - elaboração de temários;

- elaboração de pesquisas de opinião; - apoio antiterror;

- segurança de produtos controlados; e - apoio a negociação.

5.2.2. Assuntos Civis

As atividades de Assuntos Civis (Ass Civ) destinam-se, normalmente, a utilizar os recursos disponíveis nas comunidades locais e requerem a participação de especialistas em áreas civis, apoiando ou exercendo as funções normalmente

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desempenhadas pelo governo civil da nação hospedeira (exterior) ou do governo local (território nacional).

As atividades de Ass Civ podem afetar diretamente e/ou ser afetadas pelas Op Info e contribuem para assegurar a legitimidade das operações, a transparência das ações e a credibilidade dos elementos da F Ter.

Em coordenação com as demais capacidades relacionadas às Op Info, os Ass Civ podem contribuir, dentre outras, em situação de normalidade, no apoio ao processo decisório, da seguinte maneira:

- fortalecer o relacionamento entre forças militares, autoridades civis e a população nativa da área sob a responsabilidade de uma autoridade militar;

- identificar as percepções da população local da área - identificação de Público-Alvo,

- sincronização de mídias e mensagens de comunicações; e - obtenção de dados/informações de interesse.

5.2.3. Guerra Cibernética

A Guerra Cibernética (G Ciber) visa negar ou a manipular o oponente ou potencial adversário, por meio do direcionamento de um meio de informação (como um ponto de acesso sem fio na perspectiva física), da mensagem em si (uma mensagem cifrada na perspectiva lógica), ou de uma pessoa virtual (uma identidade “on line” que facilita a comunicação, a tomada de decisão e/ou a influência dos PA na perspectiva cognitiva).

Em coordenação com as demais capacidades relacionadas às Op Info, a G Ciber pode contribuir, dentre outras, em situação de normalidade, no apoio ao processo decisório, da seguinte maneira:

- análise e avaliação de riscos; - detecção automática de incidentes; - análise de incidentes;

- coordenação na resposta a incidentes; - suporte a recuperação de incidentes; - pesquisa e análise;

- distribuição de alertas, recomendações e estatísticas; - monitoramento dos principais hackers;

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- monitoramento dos principais ativos relacionados a eventos específicos; - proteção a ativos de informação de interesse;

- acompanhamento de sites e blogs (vulnerabilidades e divulgação de ataques); e

- montagem de ontologias sob demanda.

5.2.4. Comunicação Social

A Comunicação Social (Com Soc) cumpre a missão do Exército de manter os públicos (internos e externos) informados, por meio de atividades de Relações Públicas, Informações Públicas e Divulgação Institucional.

Em coordenação com as demais capacidades relacionadas às Op Info, a Com Soc pode contribuir, dentre outras, em situação de normalidade, no apoio ao processo decisório, da seguinte maneira:

- colaboração para elaborar cenários; - análise de risco;

- preparação do ambiente informacional;

- explorar os sucessos, fortalecendo as convicções dos integrantes da Força e da opinião pública;

- proteção da imagem e manutenção da credibilidade da Força; - manutenção do apoio popular e da opinião pública;

- controle de danos à imagem;

- enfraquecimento da vontade do oponente e do apoio interno; - rapidez e precisão na informação;

- atualização de cenários e alteração de estratégias; - potencialização dos ganhos e mitigação das perdas; - manutenção imagem; e

- atualização de cenários e definição de novas estratégias e ações.

5.2.5. Guerra Eletrônica

A Guerra Eletrônica (GE) é responsável por garantir e manter a liberdade de ação no espaço eletromagnético para nossas forças enquanto exploram ou negam essa liberdade aos oponentes.

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Em coordenação com as demais capacidades relacionadas às Op Info, a GE pode contribuir, dentre outras, em situação de normalidade, no apoio ao processo decisório, da seguinte maneira:

- fonte para a Inteligência; - dissimulação eletrônica;

- apoiar o Levantamento de Área de Operações (LAOp) – deficiências dos sistemas passíveis de exploração;

- disseminação de campanhas – radio difusão, propaganda branca, cinza e negra;

- avaliação de resultados – moral do oponente; e - contrapropaganda.

5.2.6. Inteligência

A Inteligência (Intlg) é uma capacidade vital para as Op Info. A utilização de conhecimentos de inteligência integrados facilita sobremaneira a compreensão da inter-relação entre as perspectivas física, lógica e cognitiva da dimensão informacional. Envolve um processo integrado de fusão de dados, permeia todo o ciclo do conhecimento (orientação, obtenção, produção e difusão) e gera produtos que irão expor as capacidades e vulnerabilidades de oponentes e de potenciais adversários.

Em coordenação com as demais capacidades relacionadas às Op Info, a Intlg pode contribuir, dentre outras, em situação de normalidade, no apoio ao processo decisório, da seguinte maneira:

- coordenação a obtenção dos dados;

- integração de dados e conhecimentos das diversas fontes; - produção de conhecimentos; e

- avaliação contínua das operações militares terrestres, particularmente das Operações de Informação.

5.3 A SEÇÃO DE OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO NO COMANDO DE MILITAR DE ÁREA

Algumas estruturas foram testadas, tanto nos exercícios do MD (Operação Anhanduí/2011) como no emprego real da própria Força, como por exemplo, na

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43

Operação Arcanjo (2010 – 2012), no Rio de Janeiro, onde se empregou uma célula de Op Info no Estado-Maior da Força de Pacificação.

Entretanto, apesar dos inúmeros Exercícios que vem ocorrendo nos últimos anos, a integração entre estas capacidades ainda se encontra em um nível aquém do desejado.

Isto posto, o EME vem colhendo experiências da Célula de Operações de Informação por ocasião da Operação São Francisco, que ainda ocorre no Comando Militar do Leste (CML), criada para testar a doutrina de Op Info no âmbito do Estado Maior dos Comandos Militares de Área.

Nesta célula, chamada de D7, estão reunidos especialistas de Operações de Apoio a Informação, Guerra Eletrônica, Assuntos Civis, Comunicação Social, Inteligência e Guerra Cibernética. Dentre estas especialidades, apenas Assuntos Civis ainda não possui uma doutrina consolidada e uma Organização Militar (OM) de emprego. As demais, além de doutrina formada e OM existente, já tiveram emprego real, muitas das vezes conjuntamente.

Figura 8: célula de Op Info – Operação São Francisco Fonte: palestra do COTER

A missão proposta da operação para o D7 é:

Planejar e executar atividades integradas de operações de Informação (Op Info), a fim de assegurar o máximo apoio da opinião pública internacional e nacional, a obtenção de comportamentos favoráveis às operações militares e a máxima liberdade de ação às nossas tropas.” (palestra do COTER)

(44)

Da Análise Após Ação (APA) do Estado Maior do Exército (EME), constatou-se a necessidade da revisão (ou reformulação) da doutrina de Op Info no âmbito do EB e o aumento do número de RH com cursos e/ou especializações na área de Op Info.

Neste contexto, a figura abaixo sugere uma possível organização da Seção de Operações de Informação, nos Comandos Militares de Área.

Figura 9: Visão de futuro para as Op Info nos Cmdo Mil A Fonte: autor

A organização desta nova Seção apresentada na Figura 9 funcionaria dentro do Centro de Operações (COp) de cada Cmdo Mil A, e refere-se às Subseções de cada Capacidade, ou seja, em cada Subseção estaria um especialista de sua Capacidade Principal. Assim, como por exemplo, na Subseção de OAI estaria um oficial especializado em OAI. Este oficial seria o elemento de ligação entre o Chefe da Seção de Operações de Informação do Cmdo Mil A e a 4ª Subchefia do COTER, órgão central do Sistema de Operações de Informação da Força Terrestre, que no caso, autorizaria o emprego do 1° Batalhão de Operações de Apoio a Informação (1º BOAI), ainda sediado em Goiânia, no Comando de Operações Especiais.

Por esta estrutura, o Chefe das Seç Op Info, quando empregado, reunir-se-ia com os integrantes de todas as Subseções e lhes apresentaria a missão do escalão superior. Por sua vez, após o Estudo de Situação, os integrantes apresentariam a esse Chefe quais das especialidades seriam empregadas.

Ch COP Cmdo Mil A OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO VISÃO DE FUTURO - Cmdo Mil A

S Ch EM Pes

Op C2 Log Seç Ap Op Info

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