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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS PARA O USO RECREACIONAL NA BACIA DO RIBEIRÃO DA PRATA POR MEIO DO ÍNDICE DE CONDIÇÕES DE BALNEABILIDADE - ICB

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS PARA O USO

RECREACIONAL NA BACIA DO RIBEIRÃO DA PRATA POR MEIO DO

ÍNDICE DE CONDIÇÕES DE BALNEABILIDADE - ICB

Andrea Cristine Coelho Leite.1*; Hélio de Magalhães Júnior 2& Frederico Wagner de Azevedo Lopes3

Resumo – A busca por atividades desenvolvidas ao ar livre e em contato com o meio natural, como

alternativa à rotina urbana, associada a condições climáticas favoráveis, tem acarretado em um aumento crescente da demanda pelo uso recreacional das águas de rios, cachoeiras e represas. Esse tipo de atividade recreativa pode acarretar impactos relevantes na saúde humana, se for praticado em locais com qualidade de água incompatíveis aos requisitos de balneabilidade. Atualmente no Brasil, as condições de balneabilidade são estabelecidas conforme a Resolução CONAMA 274/2000, pela avaliação da quantidade de Escherichia coli e coliformes tolerantes presentes na água, não estabelecendo outras variáveis que geram riscos as pessoas, como, por exemplo, anteparos e outros tipos de patógenos. Assim, se faz necessário incluir novos parâmetros para caracterizar a balneabilidade das águas doces no Brasil. Desse modo, este trabalho tem como proposta avaliar a qualidade da água do Ribeirão da Prata em Minas Gerais, a partir do Índice de Condições de Balneabilidade (ICB). Desenvolvido por Lopes et al. (2014), o Índice abrange as variáveis de pH, turbidez, densidade de cianobactérias e E. coli, podendo assim verificar de forma mais detalhada e segura a qualidade das águas para os banhistas.

Palavras-Chave – Qualidade das águas. Índice de Condições de Balneabilidade. Ribeirão da Prata.

RECREATIONAL WATER QUALITY ASSESSMENT IN PRATA STREAM

WATERSHED USING A WATER CONTACT RECREATION INDEX

Abstract – The search for outdoors activities in a natural environment as an alternative to urban

lifestyle, associated with favorable climatic conditions, has resulted in a growing demand for recreational water use of rivers, waterfalls and dams. This type of recreational activity may cause significant impacts on human health, if it is practiced in places with low water quality. Currently in Brazil, bathing conditions are established according to CONAMA Resolution 274/2000, assessing the amount of Escherichia coli and fecal coliforms present in water, not considering other variables that could generate risk to people, for example, submerged threats and other types of pathogens. Thus, this study aims to evaluate the water quality of Ribeirao da Prata in Minas Gerais, from a water contact recreation Index (ICB), developed by Lopes et al. (2014). The index includes the pH, turbidity, density cyanobacteria and E. coli, and thus can check more detailed and secure the quality of water for bathing.

Keywords – Water quality. Water contact recreational index. Prata Stream.

1 Graduanda em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG - Bolsista de Iniciação Científica – FAPEMIG. E-mail: andreacristine_leite@hotmail.com

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INTRODUÇÃO

O Brasil, por ser um país tropical, apresenta temperaturas relativamente elevadas durante quase todo ano. Além do quadro natural favorável, há no país a cultura do uso da água pelas pessoas como forma de lazer, com grande procura pelo uso de rios, lagoas e cachoeiras. Esa busca pelos ambientes naturais tem sido cada vez mais frequente, devido à necessidade de se afugentar dos centros urbanos e sendo uma alternativa de lazer para a população que incorporaram esses locais atrativos em roteiros turísticos.

Nesse contexto, a bacia do Ribeirão da Prata, situada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais (MG) tem se destacado como um importante destino de visitantes que buscam as trilhas e praticam atividades de recreação em cachoeiras e represa situadas na calha do Ribeirão da Prata. Cabe ressaltar, que esta atividade corresponde a uma das poucas opções de lazer gratuitas para a população local, que em sua maior parte, não dispõe de recursos para buscar outros destinos.

A grande utilização dos recursos hídricos para lazer, demonstra a necessidade de analisar a qualidade das águas para assegurar que os banhistas não sejam expostos a situações de risco e contato com águas contaminadas. A avaliação e classificação das condições de balneabilidade no Brasil, atualmente, são regulamentadas pela Resolução CONAMA 274/2000, que estabelece a quantidade de coliformes termotolerantes e de Escherichia coli (E. coli) como os parâmetros a serem analisados para verificar a qualidade das águas para balneabilidade.

Entretanto, segundo Von Sperling (2005), tais parâmetros não indicam, necessariamente, a origem da E. Coli e não são bons indicadores da presença de protozoários e vírus entéricos na água. Além disso, de acordo com Lopes et al., (2014), os banhistas estão expostos a riscos físicos relacionados à visibilidade (turbidez) e a outras substâncias presentes na água. Desse modo, faz-se necessário o uso de outros parâmetros para enquadrar de maneira mais adequada e segura as condições de balneabilidade.

Lopes et al., (2014) propõe uma análise mais detalhada para avaliação de balneabilidade com a inclusão dos parâmetros de pH, densidade de cianobactérias, turbidez e mantém a Escherichia coli na criação do Índice de Condições de Balneabilidade (ICB). A aplicação desses parâmetros apresenta um diagnóstico mais adequado da qualidade da água e oferece uma maior segurança aos banhistas.

Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar a qualidade das águas do Ribeirão da Prata, aplicando o ICB (LOPES et al., 2014) à série histórica de dados do monitoramento oficial do estado de MG, realizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). Assim, pretende-se diagnosticar de forma mais precisa a qualidade das águas para balneabilidade no Ribeirão da Prata, considerando-se a avaliação de longo termo.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Localização e Aspectos Fisiográficos

A bacia do Ribeirão da Prata, localizada no alto curso da bacia do Rio das Velhas, no estado de Minas Gerais, na região do Quadrilátero Ferrífero, possui uma área total de aproximadamente 100km2 distribuída entre os municípios de Caeté e Raposos (Figura 1).

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Figura 1 – Mapa da bacia do Ribeirão da Prata.

O Quadrilátero Ferrífero constitui-se do embasamento cristalino (rochas graníticas, gnáissicas e migmatíticas), sobre o qual se assenta uma sequência arqueana tipo “greenstone belt” (Supergrupo Rio das Velhas), bem como duas sequências proterozóicas metassedimentares (Supergrupo Minas e Itacolomi) (ALKMIM e MARSHAK, 1998).

A alta bacia do Rio das Velhas apresenta período seco de quatro a cinco meses (maio a setembro), enquanto no resto da bacia são três os meses mais secos (junho, julho e agosto), sendo que as precipitações máximas totais mensais apresentam valores acima de 900 mm, o que representa três vezes mais do que a média do mês mais chuvoso de toda a bacia do Rio das Velhas (CAMARGOS, 2005).

A bacia do Ribeirão da Prata possui significativa vegetação arbórea nas aéreas de cabeceiras de drenagem, mata ciliar em fundos de vale e nas partes mais baixas da bacia. Usos antrópicos ocorrem na porção norte da bacia em áreas ocupadas por uso agropastoril e numa pequena área a noroeste, ocupada pela mancha urbana de Raposos (RAPOSO et al., 2010, p. 45-46).

Em relação ao uso das águas na bacia, não há processos formalizados junto ao IGAM, conforme consultado no Portal InfoHidro, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, em maio de 2015. Entretanto, o Ribeirão da Prata é o principal bem natural com potencial de lazer e turismo do município de Raposos, sendo considerada uma reserva estratégica para o abastecimento futuro da Região Metropolitana de Belo Horizonte, conforme apontado pelo Movimento Águas do Gandarela (2012).

Ao longo do rio, enquadrado como de classe 11, há a formação de canyons, corredeiras e cachoeiras, sendo os atrativos mais visitados, o Poço Azul, a cachoeira de Santo Antônio e a barragem de Raposos. Esta foi construída para a captação de água da extinta atividade minerária da empresa MBR, sendo muito utilizada atualmente para fins recreacionais de contato primário, conforme ilustrado na figura 1.

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2.2. Procedimentos metodológicos

Para o levantamento dos dados sobre a qualidade da água do Ribeirão da Prata foi utilizada a estação de monitoramento AV340 do Programa Águas de Minas - Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Essa estação está localizada no município de Raposos na parte do Ribeirão da Prata a montante do Rio das Velhas. Os dados obtidos correspondem a uma série histórica de monitoramento iniciada no ano de 2003 até o ano de 2014, disponibilizados pelo IGAM. Cabe ressaltar, que os dados referentes ao ano de 2005 e às três primeiras campanhas de amostragem de 2006 não estão disponíveis para consulta.

Os parâmetros que compõe o Índice de Condições de Balneabilidade proposto por Lopes et

al., (2014) são: Escherichia coli, Densidade de cianobactérias, pH e Turbidez. Cabe ressaltar que a

série de dados disponível não apresenta informações referentes à densidade de cianobactérias. No entanto, em função do ICB utilizar como método o mínimo operador (SMITH, 1989), a inexistência de uma variável não inviabiliza o cálculo, pois não há ponderação no processo de cálculo. Além disso, dados de cianobactérias para a calha do rio das Velhas demostram que, em seu alto curso, não foram registrados valores de florações de cianobactérias para este trecho da bacia, conforme consulta aos relatórios periódicos do Programa Águas de Minas para a bacia do Rio das Velhas.

Desse modo, foram utilizados os dados de monitoramento da estação IGAM - AV340 do Ribeirão da Prata respectivos a cada parâmetro do ICB. Após a aplicação dos dados ao Índice, foram geradas faixas de qualidade da água de acordo com as cinco classes previstas pelo ICB: Excelente, Muito Boa, Satisfatória, Imprópria, Muito Ruim, classificando anualmente o ICB médio para o Ribeirão, possibilitando assim a avaliação ao longo do tempo, conforme apresentado no quadro 1.

Classe Faixa Ações1

Excelente 100 ≥ ICB ≥ 90 Monitoramento mensal na estação mais visitada. (avaliação de longo termo1) Muito Boa 90 > ICB ≥ 70 Monitoramento semanal regular (durante alta temporada1)

Satisfatória 70 > ICB ≥ 50 Manter Monitoramento semanal (antes e durante a alta temporada

2) e

inspeções sanitárias.

Imprópria 50 > ICB ≥ 25 Suspensão do uso através de sinalização temporária. Amostragem diária (intervalo mínimo de 24h) e identificação da origem da contaminação.

Muito Ruim 25 > ICB ≥ 0

Interdição com sinalização permanente e divulgação dos resultados junto ao público, adoção de medidas corretivas antes da realização de novas

amostragens.

Notas: No caso da avaliação de longo de termo, a classificação como Excelente, Muito Boa, Satisfatória, Imprópria ou Muito Ruim será estabelecida a partir do resultado de um conjunto mínimo 5 de amostras, com 80% dos valores dentro do limite. Caso os resultados não atendam ao referido percentual, atribui-se a classificação como Imprópria.

1- Ações baseadas a partir dos resultados de avaliação de longo termo: mínimo de 100 amostras colhidas durante o período de 5 anos.

2- Início do monitoramento em 4 semanas antes do início da alta temporada, seguido pelo acompanhamento semanal.

Quadro 1 - Classificação e respectivas faixas de qualidade do Índice de Condições de Balneabilidade - ICB. Fonte: Adaptado de Lopes et al., (2014).

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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A classificação das condições de balneabilidade da bacia do Ribeirão da Prata considerou os resultados da série histórica de dados (41 amostras) entre 2003 e 2014. Desta forma, a classificação do Índice de Condições de Balneabilidade é apresentada no Gráfico 1.

Gráfico 1 - Índice de Condições de Balneabilidade (ICB) na bacia Ribeirão da Prata – AV340. De acordo com os resultados, apenas em duas campanhas de amostragens, nos anos de 2003 e 2004, o Ribeirão da Prata apresentou condições favoráveis ao uso recreacional das águas. Nota-se que, a partir de então, nenhuma das amostragens atingiu classificação “Satisfatória” (70 > ICB ≥ 50) ou “Muito Boa” (90 > ICB ≥ 70), conforme observado em outubro de 2003 e julho 2004, respectivamente. Esses resultados demonstram a deterioração contínua da qualidade das águas na bacia em seu baixo curso, haja vista que a partir de 2008, todos os resultados atingiram o valor mínimo do ICB, 1 (um), referente a classe “Muito Ruim” (25 > ICB ≥ 0) que pode estar associada ao processo de expansão urbana do município de Raposos, neste trecho da bacia, com o lançamento de efluentes domésticos sem tratamento prévio sobre o Ribeirão.

Conforme os dados analisados, a maior parte dos balneários apresentaram altos níveis de

E.coli, que variaram entre 80 – 160.000 ufc/100ml, sendo que o limite recomendado pela Resolução

CONAMA 274/2000 para recreação de contato primário é 800 ufc/100ml para E.coli e 1.000 NMP/100ml para coliformes termotolerantes. Já as amostragens de turbidez variaram entre 1,70 – 540 UNT, acompanhando a mesma tendência observada para a E.coli, demonstrando a influência direta do escoamento superficial sobre a qualidade das águas na bacia.

2003 2004 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Janeiro 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Abril 1 1 4,3 1 1 1 1 1 1 1 Julho 1 77,8 1 1 1 1 1 1 1 1 Outubro 60,3 22,7 8,4 1 1 1 1 1 1 1 1 0 25 50 75 Ín d ic e d e Co n d õ e s d e B al n e ab ili d ad e -ICB

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Segundo WHO (2003), durante as estações chuvosas, há um aumento da densidade de bactérias nas águas, tendo em vista o maior carreamento de material fecal por meio do escoamento superficial em áreas rurais e urbanas, além de galerias pluviais e córregos, comprometendo, dessa maneira, a qualidade das águas nos balneários.

Em países tropicais, onde a estação chuvosa coincide com o período de temperaturas mais elevadas, há um afluxo maior de banhistas nos cursos d’água durante o período de predomínio de maiores vazões médias, elevando-se os riscos de afogamentos (VON SPERLING e VON SPERLING, 2010). No caso da região do Alto Rio das Velhas, onde está localizada a bacia do Ribeirão da Prata, a temperatura média anual é de 18ºC e umidade relativa do ar apresenta valores médios da ordem de 75%, ocorrendo as maiores médias entre os meses de novembro a abril (CAMARGOS, 2005). Desse modo, o risco dos banhistas locais se exporem a situações de risco e ao contato com águas impróprias para o uso recreacional é potencializado.

Conforme os dados da série histórica, os resultados verificados para o ICB foram influenciados principalmente pelos altos níveis de E.coli nas águas, além de eventuais resultados de turbidez possivelmente associados a eventos de escoamentos superficial, como as amostragens referentes a janeiro de 2003, julho e outubro de 2004 e abril de 2013. Assim, o Ribeirão da Prata é classificado como Muito Ruim pelo ICB, já que na avaliação os resultados das amostras estiveram em mais de 80% dentro da classe Muito Ruim do Índice. Cabe ressaltar que a estação AV340 está localizada a jusante dos pontos de recreação na bacia, sendo que esta sofre influência do bairro Várzea dos Sítios onde não há rede coletora de esgoto e os efluentes domésticos são lançados diretamente no Ribeirão.

Em estudo realizado por Lopes e Magalhães Júnior (2010), no qual foram avaliadas as condições de balneabilidade do Ribeirão da Prata na barragem de Raposos e cachoeira Santo Antônio, com base na metodologia estabelecida pela Resolução CONAMA 274/2000, foram classificados para o ano de 2008, entre excelente e imprópria para barragens de raposos e muito boa a excelente para a cachoeira de Santo Antônio.

Na barragem o índice de E.coli excedeu os 800 ufc/100ml em duas amostragens durante o período chuvoso, enquanto na cachoeira de Santo Antônio em apenas uma das amostragens feitas a

E.coli extrapolou os limites estabelecidos. Apenas na barragem de Raposos a turbidez ultrapassou o

limite de 100 NTU estabelecido pela Resolução COPAM-CERH 01/2008.

Ferreira e Ide (2001), ao realizar estudo comparativo entre índices de qualidade da água com distintas formulações consideram que a utilização do mínimo operador garante uma maior sensibilidade com relação à variável de qualidade da água. Assim, o ICB tende a ser mais restritivo que a metodologia tradicional da Resolução CONAMA 274/2000, baseada em apenas uma variável, bem como em relação à formulação tradicional do Índice de Qualidade das Águas (IQA), utilizado pelo IGAM em seus resultados oficiais.

Como o uso recreacional de contato primário das águas apresenta diversos riscos à saúde humana, a utilização de uma metodologia mais restritiva, como o ICB, é uma forma de se garantir uma menor exposição dos banhistas ao risco de doenças de veiculação hídrica.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação das condições de balneabilidade por meio da aplicação do Índice de Condições de Balneabilidade, proposto por Lopes et al. (2014), evidenciou que, principalmente nos últimos anos avaliados, o Ribeirão está com a qualidade de água imprópria para atividade de contato primário, mesmo durante os períodos em que a poluição difusa é atenuada ou nula.

De acordo com a classificação final do ICB, o enquadramento do Ribeirão como “Muito Ruim” mostra a necessidade de intervenções locais, da realização de novas amostragens in loco e de adotar medidas corretivas que favoreçam a reabilitação da qualidade da água no local.

Desse modo, o Índice é uma importante ferramenta que pode ser utilizado na gestão dos recursos hídricos na bacia do Ribeirão da Prata, tendo em vista a demanda social pelo uso recreacional das águas, que já foi formalmente explicitado pela Prefeitura Municipal de Raposos por meio por meio de decreto municipal referente a tombamento do Ribeirão da Prata de 2000 e a lei que prevê criação do Parque Municipal de Raposos na área, de 2007, em atendimento às deliberações do Plano Diretor do Município de Raposos - lei nº 976 de 10 de outubro de 2006.

No entanto, cabe destacar que, assim como o observado para o Ribeirão da Prata, a rede de monitoramento oficial do IGAM não permite uma avaliação precisa da qualidade das águas para fins recreacionais, pois a maior parte dos pontos de amostragem está em áreas não coincidentes com balneários. Isso ocorre porque os maiores rios do estado possivelmente não são os mais requisitados para esse tipo de atividade, além da presença de condições adversas, tais como: corredeiras, grande volume de água e profundidade, maior velocidade do fluxo de água e existência de fontes poluidoras.

Portanto, torna-se imprescindível adequação da rede de monitoramento para abranger os principais pontos de interesse e uso recreacional das águas, de forma a se evitar a exposição do usuário aos riscos inerentes do contato com águas impróprias para o uso de contato primário.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG, pela concessão de auxílio financeiro por meio de bolsa de iniciação científica- PROBIC e para a participação no evento.

REFERÊNCIAS

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CAMARGOS, L.M.M. (2005). Plano diretor de recursos hídricos da bacia hidrográfica do Rio das

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CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL - COPAM. (1997). Deliberação

Normativa nº 20, de 24 de junho de 1997. Dispõe sobre o enquadramento das águas da bacia do rio das Velhas. Diário do Executivo. Minas Gerais.

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CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE - CONAMA. (2000). Resolução 274 de 29 de

novembro de 2000. Estabelece condições de balneabilidade das águas brasileiras. Brasília.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. (2005). Resolução 357 de 17 de

março de 2005. Dispõe sobre a classificação e o enquadramento dos corpos d’água. Brasília.

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INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS. (2015). Qualidade das águas superficiais de

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LOPES, F. W. A.; MAGALHAES JUNIOR, A. P. (2010). Avaliação da qualidade das águas para recreação de contato primário na bacia do Alto Rio das Velhas - MG. Hygeia: Revista Brasileira de

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RAPOSO, A. A.; BARROS, L. F. P.; MAGALHAES JUNIOR, A. P. (2010). O uso de taxas de turbidez da bacia do alto Rio das Velhas Quadrilátero Ferrífero/MG como indicador de pressões humanas e erosão acelerada. Revista de Geografia, Recife, volume 1, pp. 31-45.

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