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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina

VI-136 – MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE UMA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS COM BASE NOS CRITÉRIOS DE RISCOS E DE FACILIDADE DE MINIMIZAÇÃO

Bárbara Zanicotti Leite

Engenheira de Alimentos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Mestranda em Tecnologia Química no Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Paraná. Atuando na área de controle de poluição de Indústrias desde 1996.

Urivald Pawlowsky

Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestre em Ciências pela COPPE - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Doutor (PhD) pela State University of New York (USA). Professor Titular de Engenharia Ambiental das

Engenharias Ambiental e Química da UFPR. Ex-diretor do Departamento do Meio Ambiente da SUREHMA. Consultor da Organização Pan-americana da Saúde, Órgãos Governamentais e Indústrias.

Endereço para correspondência: Rua Professor José Nogueira, 591, CEP 81630 –120 - Curitiba - Paraná –Brasil; Fone: 41 – 276 67 47;

e-mail: zanicotti@fast.com.br

RESUMO

Foi desenvolvido um projeto de minimização de resíduos para uma indústria de alimentos cuja matéria prima é a batata. Adotou-se o Modelo Matemático desenvolvido pr CERCAL para fazer o levantamento, caracterização e priorização dos resíduos. Os critérios de riscos e de facilidade de minimização serviram de base para o estudo. Foram obtidos resultados conclusivos sobre as prioridades com cálculo dos possíveis lucros pela implantação das medidas propostas.

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PALAVRAS-CHAVE: resíduos, minimização, priorização, valor econômico, modelo matemático.

Introdução

O lixo não é um problema recente para a humanidade, pois tem-se registros desde épocas pré-históricas da existência dele. Desde que o homem deixou de ser nômade o lixo, ou resto das atividades humanas, passou a ser armazenado em locais distantes daqueles que se habitava (PRADO FILHO, 2002).

Partindo-se do pressuposto que nenhum processo consegue operar com a eficiência de 100%, sempre se tem a existência de resíduos, pois quando são fornecidos matéria-prima e insumos a um processo obtém-se os produtos e resíduos (CERCAL, 2000). Quanto maiores forem as perdas de matér ia-prima e insumos de um processo, maior será a quantidade de resíduos líquidos, sólidos ou gasosos gerada (CRITTENDEN; KOLACZKOWSKI, 1995). A minimização de resíduos vem a solucionar estes problemas pois é uma estratégia que visa a racionalização dos processos, propiciando uma economia significativa, por reduzir o uso de água, energia e matérias-primas, otimizar os processos evitando desperdícios e poluição (CRITTENDEN; KOLACZKOWSKI, 1995). Como complementam MATOS e

SCHALCH, 2000, minimização de resíduos é a redução, tanto quanto possível, de resíduos gerados, tratados, estocados ou dispostos. Inclui qualquer atividade de redução na fonte, ou reciclagem nas quais o resíduo é submetido a operações que reduzam seu volume total ou sua toxicidade e também a não transferência de um poluente de um meio para outro e o atendimento das legislações.

Objetivo

O objetivo deste trabalho é de desenvolver um projeto minimização de resíduos para uma indústria de alimentos da Região Metropolitana de Curitiba baseado na comparação entre os critérios de riscos ambientais e de facilidade de minimização dos resíduos produzidos pela mesma.

Revisão da Bibliografia Minimização de Resíduos

A Agência de Proteção Ambiental Norte-americana (Environmental Protection Agency - EPA), definiu a minimização como toda a ação tomada para reduzir a quantidade e/ou a toxidade dos resíduos que requerem disposição final (EPA, 1988). Como visto, a

minimização de resíduos se assemelha muito com a produção mais limpa, ficando apenas uma difere nça de terminologias. A produção mais limpa tem como prioridade a prevenção à poluição, e é uma estratégia que visa uma melhoria na eficiência de produtos e processos

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tornando-os ambientalmente mais corretos (BAPTISTA, ZENY e MACHADO, 2000). E a minimização de resíduos resulta da combinação de conservação de matérias-primas, água e energia, eliminação de materiais tóxicos e perigosos e a redução de quantidade e/ou

toxicidade de todas as emissões, sejam elas líquidas, sólidas ou atmosféricas do processo produtivo (UNEP, 2002).

Para CRITTENDEN e KOLACZKOWSKI (1995), a minimização de resíduos é uma ferramenta importante para o desenvolvimento sustentável. Envolve a proteção ambiental com a redução dos custos de produção e a redução de resíduos, seja pela eliminação na fonte ou reciclagem.

Como a tendência é de que a produção industrial aumente para suprir as necessidades de consumo, a geração de resíduos também aumentaria em uma razão de proporcionalidade linear, deve-se então fazer o uso de técnicas como a Minimização de Resíduos para que a geração de resíduos seja controlada (EL-FADEL, et al., 2001).

Quando se fala de gerenciamento de resíduos tem-se quatro opções: dispor, tratar, reciclar ou reduzir. Dispor é a transferência do resíduo para o ar, água ou solo de forma controlada e segura para o meio ambiente e seres humanos. Tratar é destruir, desintoxificar, neutralizar o resíduo, transformando-o em substâncias menos tóxicas. Reciclar é o uso e reuso do resíduo na forma original ou com outro objetivo, a recuperação de energia com a sua queima. Reduzir é a redução ou eliminação do resíduo no local onde gerado, geralmente com mudanças no processo industrial ou nas práticas operacionais (CRITTENDEN e KOLACZKOWSKI, 1995).

Uma empresa pode implantar um programa de minimização de resíduos através de uma metodologia própria ou fazer uso de metodologias já conhecidas e de instituições que possam auxiliá- las na implantação (LEITE e PAWLOWSKY, 2002).

Metodologia

Caracterização da Unidade Industrial

As etapas de trabalho desenvolvidas foram: descrição da empresa, levantamento e caracterização de resíduos, priorização, seleção e proposição de medidas de minimização dos mesmos.

O trabalho foi desenvolvido em uma indústria de alimentos da Cidade Industrial de

Curitiba, que produz snacks extrusados fritos, extrusados assados e batatas fritas nas formas chips e palha. A mesma teve, para o ano de 2001, uma produção de 19 535 000 ton, esta se dividiu em 56,2% de snacks extrusados assados e 43,8% para os demais produtos.

As matérias-primas básicas consumidas pela planta são batatas in natura, farinha de trigo, farinha de milho, fécula de mandioca, sal, água, óleo vegetal, aromas e condimentos em geral. Estas e o processo produtivos são os causadores dos resíduos existentes e que foram estudados.

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Foi feito o levantamento das fontes poluidoras, conhecendo-se o fluxograma de processo, as matérias-primas, insumos consumidos e produtos fabricados. Na caracterização das fontes poluidoras foi feita a localização de saídas de efluentes líquidos e sólidos, águas de processo, águas de utilidades, pluviais e esgoto sanitário. Foram medidas as vazões e foi feita a amostragem das diversas fontes de efluentes. efluentes. A amostragem de resíduos seguiu a norma NBR 10 007 – Amostragem de resíduos da ABNT.

Para o levantamento e caracterização das fontes poluidoras foi utilizada uma "ficha de resíduos". Esta ficha foi elaborada de acordo com as exigências oferecidas pelo modelo matemático de priorização de resíduos proposto por CERCAL, 2000, assim quando for iniciada a etapa de priorização já estarão especificados todos os dados necessários. Priorização dos Resíduos

O modelo matemático proposto para a valoração dos resíduos considera "produtos" os conjuntos de dados referentes a uma determin ada situação de produção e "equipamentos" os objetos físicos por onde passam e/ou são processados e/ou tratados os materiais. Os resíduos são provenientes de um único ou vários equipamentos e possuem diferentes composições e quantidades, podendo cada resíd uo ter uma ou mais disposições finais. Foram analisados dois aspectos básicos: análise do resíduo por risco e por facilidade de minimização.

Análise do Resíduo por Riscos

Para a análise por riscos de cada resíduo foram feitas uma série de quatro perguntas: 1. Existem dados reais ou estimados referentes às quantidades de geração e/ou composição do resíduo, bem como com relação às disposições a que é submetido, para o equipamento específico e durante o produto considerado?

2. Qual a relação com a ocorrênc ia de danos à saúde humana que melhor se aplica à existência do resíduo em questão, quando gerado no equipamento específico e para o produto considerado?

3. Qual a relação com a ocorrência de reclamações de moradores vizinhos que melhor se aplica à existência do resíduo em questão, quando gerado no equipamento específico e para o produto considerado?

4. Qual a relação com a ocorrência de penalidades aplicadas (ou aplicáveis) por instituições públicas que melhor se aplica à existência do resíduo em questão, quando gerado no

equipamento específico e para o produto considerado?

Para a pergunta 1 as possíveis respostas são SIM ou NÃO e para as demais as respostas são "já ocorreu", "em potencial" ou "isento". Se uma das perguntas 2, 3 ou 4 tiver a resposta "já ocorreu" o resíduo é diretamente classificado como prioritário. Para as respostas "não" e "isento" o modelo atribui o peso ZERO e para as respostas "em potencial" o peso será um

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para a pergunta sobre penalidades aplicadas, dois para a sobre reclamações de moradores e quatro para a sobre danos a saúde humana.

A análise por riscos segue a equação 1, nesta tem-se que o risco global do resíduo é inversamente proporcional à classificação do resíduo conforme a periculosidade e

diretamente proporcional ao número de perguntas cuja resposta é "em potencial", ao peso destas perguntas e ao percentual total do resíduo gerado.

p e q

R = (S S S Qjk . Zjk.Wk) ¸ P (1) k=1 j =1 q =1

Sendo:

RRisco global do resíduo;

pNúmero de produtos analisados simultaneamente; eNúmero de equipamentos onde o resíduo é gerado;

qNúmero de perguntas para análise por riscos cuja resposta é "Em potencial";

QjkPeso da pergunta da análise por riscos no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k";

ZjkPercentual do total do resíduo que é gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k";

WkPercentual do total do resíduo gerado para o produto genérico "k", e; P Classificação do resíduo conforme a periculosidade.

Na Tabela 01 apresentam-se os parâmetros matemáticos utilizados na análise do resíduo por riscos.

TABELA 01 - ANÁLISE DO RESÍDUO POR RISCOS: PARÂMETROS MATEMÁTICOS

Classificação do Resíduo P

PERGUNTAS Qjk

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Classe I (Perigoso) 1 Existem dados? --- Classe II (Não-inerte) 2 Danos à saúde? 4

Classe III (Inerte) 3 Reclamações de vizinhos? 2 Penalidades? 1 FONTE: CERCAL, 2000.

Análise do Resíduo por Facilidade de Minimização

Assim como no caso de análise por riscos, a análise por facilidade de minimização é feita com base em perguntas, porém aqui são aceitas apenas as respostas SIM ou NÃO, atribuindo-se pesos diferenciados para cada uma delas.

Na Tabela 02 apresenta-se as questões com os respectivos pesos e bem como os pesos relacionados aos custos de minimização.

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TABELA 02 – ANÁLISE DO RESÍDUO POR FACILIDADE DE MINIMIZAÇÃO: PARÂMETROS MATEMÁTICOS PERGUNTA Fjk CUSTO CMjk Parar equipamento? 01 Muito alto 4 Parar processo? 02 Alto 3 Parar unidade? 03 Baixo 2 Modificar equipamento? 02 Muito baixo 1 Modificar processo?

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04 Modificar unidade? 06 Implantar equipamento? 04 Implantar processo? 08 Implantar unidade? 12 Tecnologia Disponível? - 10,1

Mão de Obra Disponível? - 7,1

Recursos Disponíveis? - 15,1

FONTE: CERCAL, 2000.

Facilidade global de minimização do resíduo é diretamente proporcional ao somatório dos pesos das perguntas cuja resposta é "SIM", multiplicado ou dividido pelo índice de custo de minimização do resíduo no equipamento e produto específico (conforme o somatório seja positivo ou negativo, respectivamente) e às porcentagens do total do resíduo que é gerado neste mesmo equipamento e produto específico, o que pode ser visto nas equações 2 e 3. p e f

F = S S (S Fjk X CMjk).Zjk.Wk se S Fjk > 0(2) k=1 j =1 f =1

p e f

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k=1 j =1 f =1 Sendo:

FFacilidade de minimização global do resíduo; pNúmero de produtos analisados simultaneamente; eNúmero de equipamentos onde o resíduo é gerado;

fNúmero de perguntas da análise por facilidade de minimização;

FjkPeso da pergunta da análise por facilidade de minimização do resíduo no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k";

CMjkCusto para minimizar a geração do resíduo proveniente do equipamento genérico "j", para o produto genérico "k";

ZjkPercentual do total do resíduo que é gerado no equipamento genérico "j", para o produto genérico "k", e;

WkPercentual do total do resíduo gerado para o produto genérico "k".

Assim, como os pesos da variável Custo de Minimização são maiores para os custos mais altos, temos um somatório positivo das perguntas, então multiplicamos pelo custo. Em contrapartida, se temos um somatório negativo das perguntas dividimos pelo custo. Como as perguntas cuja resposta "SIM" representam um aspecto desfavorável para a minimização receberam um peso positivo, aquelas cujas respostas "SIM" representam aspectos

favoráveis receberam pesos negativos; assim, quanto menor for o valor da Facilidade Global de Minimização do Resíduo mais fácil será para minimizá- lo.

Seleção dos resíduos prioritários

Os cinco grupos de resíduos que apresentaram o valor econômico menor, ou mais negativo, foram selecionados como prioritários para serem minimizados por serem aqueles que representam maior prejuízo à empresa. Para estes foram propostas alternativas de minimização. Estas respeitaram a hierarquia de minimização de resíduos procurando obedecer a ordem de primeiramente evitar a geração do resíduo, depois minimizar na fonte, seguindo-se a reciclagem do resíduo e por fim o tratamento ou disposição do mesmo. Considerou-se também as práticas mais comuns de minimização de resíduos, evitando-se o uso de tecnologias caras ou complicadas e, as alternativas mais práticas para a indústria.

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Levantamento e Caracterização dos Resíduos

A Tabela 03 contém a quantidade de resíduos encontrados por setor. Os resultados da caracterização são apresentados em conjunto com os resultados de priorização dos resíduos, uma vez que os dados necessários para a priorização são os mesmos que compõem a

caracterização dos mesmos.

TABELA 03 – QUANTIDADE DE RESÍDUOS ENCONTRADOS POR SETOR Setor produtivo

Número de resíduos

01 – Doca e almoxarifado de matéria-prima básica 02

02 – Doca e almoxarifado de matéria-prima para embalagem 06 03 – Antecâmara de batatas 04 04 – Sala de mescla 05 05 – Processo produtivo

Linha de extrusado de farinha de milho X 08

Linha de extrusado de farinha de milho Y 08

Linha de extrusado de farinha de trigo Z 07

(11)

09

Linha de batata chips 11

Linha de batata palha 08

Linha de preparado de farinha de trigo 05

06 – Empacotamento 11

07 – Empacotamento de sortidos 04

08 – Estação de tratamento de águas residuárias 04

Dos setores industriais, excluindo o setor 05 – processo produtivo, pois este é de longe o mais complexo e com maior quantidade de resíduos, o setor que produz maior número de resíduos é o setor 06 – embalagens, devido à diversidade de materiais utilizados e a sua importância na fabricação do p roduto. Das linhas de produção que compõem o setor 05, a que apresenta a maior quantidade de resíduos é a linha de batata chips, o que pode ser explicado por ser esta linha uma que faz o beneficiamento de batatas, que chegam sujas ao processo produtivo e utiliza uma grande diversidade de aromas.

Os resíduos encontrados foram agrupados de acordo com o tipo de composição de cada um deles, resultando em dezesseis grupos: G1 embalagens de papel kraft, G2 embalagens de papel kraft forrado com PEBD, G3 papel diverso, G4 caixas de papelão, G5 tubetes de papelão, G6 embalagens de PEBD, G7 plástico duro, G8 embalagens de ráfia, G9 filme de embalagem, G10 plásticos diversos, G11 resíduos de batata in natura, G12 raspa de produto crua, G13 raspa de produto sem aroma, G14 raspa de produto com aroma, G15 resíduos orgânicos sólidos e G6 resíduos líquidos.

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As respostas das perguntas da análise por riscos, com sua respectiva somatória, S Qjk, está apresentada Na Tabela 04. Já a Tabela 05 reap resenta a somatória S Qjk e contém a classificação do resíduo conforme a periculosidade, P , o valor de R obtido e a ordem de prioridade dos resíduos.

TABELA 04 – ANÁLISE DOS RESÍDUOS POR RISCOS: RESPOSTAS ÀS QUESTÕES Resíduo Existem dados? Danos à saúde? Reclamações? Penalizações? Somatório S Qjk G1 sim isento isento isento 0 G2 sim isento isento isento 0

(13)

G3 sim isento em potencial isento 2 G4 sim isento isento isento 0 G5 sim isento isento isento 0 G6 sim isento isento isento 0

(14)

G7 sim isento isento isento 0 G8 sim isento isento isento 0 G9 sim isento em potencial isento 2 G10 sim isento isento isento

(15)

0 G11 sim isento isento isento 0 G12 sim isento em potencial isento 2 G13 sim isento em potencial isento 2 G14 sim isento em potencial isento

(16)

2 G15 sim Em potencial em potencial em potencial 7 G16 sim isento isento em potencial 1

Se pelo menos um dos resíduos do grupo apresentar resposta positiva às questões de danos à saúde e/ou reclamações e/ou penalizações todo o grupo recebe o grau de periculosidade equivalente à este resíduo.

A variável Wk e a Zjk foram consideradas iguais a um pois dentro dos grupos existe bastante semelhança entre os resíduos, fazendo com que os mesmos possam ser considerados como um só.

TABELA 05 – ANÁLISE DOS GRUPOS POR RISCOS: VALORES ATRIBUÍDOS E RESULTADOS DA ANÁLISE

Resíduo

(17)

P R Ordem Ordem Grupo G1 0 3 0,00 9 1 G15 G2 0 3 0,00 16 2 G9 G3 2 3 0,67 3

(18)

3 G3 G4 0 3 0,00 10 4 G14 G5 0 3 0,00 13 5 G12 G6 0 3 0,00 11 6 G13

(19)

G7 0 3 0,00 15 7 G16 G8 0 3 0,00 14 8 G11 G9 2 3 0,67 2 9 G1 G10 0 3

(20)

0,00 12 10 G4 G11 0 3 0,00 8 11 G6 G12 2 3 0,67 5 12 G10 G13 2 3 0,67 6

(21)

13 G5 G14 2 3 0,67 4 14 G8 G15 7 2 3,50 1 15 G7 G16 1 3 0,33 7 16 G2

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Nesta análise os cinco grupos prioritários são: G15 – resíduos orgânicos sólidos, G9 – filme de embalagem, G3 – papel diverso, G14 – raspa de produto com aroma e G12 – raspa de produto crua.

Análise dos grupos por facilidade de minimização

Os resultados desta análise estão apresentados em duas tabelas, a primeira, Tabela 06, apresenta as respostas das questões sobre a facilidade de minimização e a segunda, Tabela 07, apresenta a somatória dos pesos das respostas positivas, S Fjk, o custo de minimização de resíduos, CMjk, o valor de F calculado e a ordem de priorização dos resíduos.

O valor de F foi calculado de acordo com a equação 3, uma vez que não houve nenhum caso de S Fjk > 0 para ser utilizada a equação 2. A variável Wk foi considerada um (01) para todos os resíduos, esta variável representa o percentual do resíduo gerado para cada produto, sendo sempre 100%. Assim como a variável Zk foi considerada um (01) para todos os resíduos, ela representa o percentual do resíduo gerado para cada equipamento e cada produto e também é sempre 100%.

TABELA 06 – ANÁLISE DOS GRUPOS POR FACILIDADE DE MINIMIZAÇÃO: RESPOSTAS ÀS QUESTÕES Resíduo Parar: Modificar: Equipamento Processo Unidade Equipamento Processo Unidade Peso 1

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2 3 2 4 6 G1 N N N N N N G2 N N N N N N G3 N N N N

(24)

N N G4 N N N N N N G5 S N N N N N G6 N N N N N N

(25)

G7 N N N N N N G8 N N N N N N G9 S N N N N N G10 N N

(26)

N N N N G11 S N N S N N G12 S S S S N N G13 S S S S

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N N G14 S S S S N N G15 S S N N S N G16 N N N S S N Resíduo

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Implantar: Disponibilidade de: Equipamento Processo Unidade Tecnologia Mão-de-obra Recurso Peso 4 8 12 -10,1 -7,1 -15,1 G1 N N N S S S G2

(29)

N N N S S S G3 N N N S S S G4 N N N S S S G5 N N N

(30)

S S S G6 N N N S S S G7 N N N S S S G8 N N N S S

(31)

S G9 N N N S S S G10 N N N S S S G11 N N N S S S G12 N

(32)

N N S S S G13 N N N S S S G14 N N N S S S G15 S N N

(33)

S S S G16 S N N S S S

TABELA 07 – ANÁLISE POR FAC ILIDADE DE MINIMIZAÇÃO: CÁLCULO DOS PARÂMETROS E RESULTADOS DA ANÁLISE

Resíduo Somatório S Fjk Custo de Minimização CMjk F Ordem Ordem Resíduo G1 -32,3 2

(34)

-16,15 7 1 G15 G2 -32,3 2 -16,15 12 2 G16 G3 -32,3 3 -10,77 5 3 G9 G4 -32,3 2 -16,15 8

(35)

4 G5 G5 -31,3 3 -10,43 4 5 G3 G6 -32,3 2 -16,15 9 6 G10 G7 -32,3 2 -16,15 11 7 G1 G8

(36)

-32,3 2 -16,15 10 8 G4 G9 -31,3 3 -10,43 3 9 G6 G10 -32,3 3 -10,77 6 10 G8 G11 -29,3 1

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-29,30 16 11 G7 G12 -24,3 1 -24,30 14 12 G2 G13 -24,3 1 -24,30 15 13 G14 G14 -24,3 1 -24,30 13 14

(38)

G12 G15 -21,3 4 -5,33 1 15 G13 G16 -22,3 4 -5,58 2 16 G11

Entre os cinco grupos mais prioritários tem-se o G15 – resíduos orgânicos d iversos, G16 – resíduos líquidos, G9 – filme de embalagem, G5 – tubetes de papelão e G3 – papel diverso, deste grupos têm-se G15, G9 e G3 que já estavam entre os cinco mais prioritários para a análise por riscos.

Análise global dos grupos

Para a análise global dos grupos foram utilizados os resultados das análises por risco e por facilidade de minimização e a cada um deles foi atribuído um peso, multiplicado pelo índice de prioridade e depois somados para a obtenção do valor global. Os pesos atribuídos foram: peso três para risco e peso um para a análise por facilidade. A Tabela 08 contém os resultados da análise global dos grupos de resíduos.

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TABELA 08 – RESULTADOS DA ANÁLISE GLOBAL DOS GRUPOS DOS RESÍDUOS

Grupo Análise por Riscos (*)

Análise por Facilidade (*) Valor Global Ordem Ordem Grupo G1 9 7 34 8 1 G15 G2 16 12 60 16 2 G9

(40)

G3 3 5 14 3 3 G3 G4 10 8 38 9 4 G16 G5 13 4 43 13 5 G14 G6 11

(41)

9 42 11 6 G12 G7 15 11 56 15 7 G13 G8 14 10 52 14 8 G1 G9 2 3 9 2

(42)

9 G4 G10 12 6 42 12 10 G11 G11 8 16 40 10 11 G6 G12 5 14 29 6 12 G10

(43)

G13 6 15 33 7 13 G5 G14 4 13 25 5 14 G8 G15 1 1 4 1 15 G7 G16 7 2

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23 4 16 G2

(*) os seguintes pesos foram aplicados: análise por riscos peso = 3 e análise por facilidade peso = 1.

De acordo com as análises realizadas os cinco grupos prioritários são: G15 – resíduos orgânicos sólidos, G9 – filme de embalagem, G3 – papel diverso, G16 – resíduos líquidos e G14 – raspa de produto com aroma.

Seleção dos resíduos Prioritários

Para a seleção dos resíduos prioritários considerou-se os cinco grupos de resíduos prioritários da análise global. O grupo G15 – resíduos orgânicos sólidos, foi dividido em dois: lodo primário e lodo secundário; o grupo G9 foi considerado por completo; o grupo G3 não foi selecionado por apresentar uma composição bastante diversificada assim como o grupo G16; e por fim, o grupo G14 foi dividido em três; raspas com aroma do setor produtivo, raspas com aroma do caracol e raspas com aroma do setor de embalagens. A Tabela 09 contém as características dos grupos de resíduos a serem minimizados, iniciando com o nome do resíduo, a quantidade gerada em kg/ano, as somatórias obtidas nas análises por risco e facilidade de minimização, e o destino atual dado ao resíduo

TABELA 09 – CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS A SEREM MINIMIZADOS Resíduo Quantidade Kg/ano Risco Facilidade de Minimização Destino atual

(45)

87.298 0,67 -20,80 (2) Doação

Raspas com aroma do caracol 15.566

0,67 -29,30 Doação

Raspas com aroma setor de embalagens 180.568 0,00 -32,30 Doação Filme BOPP 57.849 0,67 -10,77 Reciclagem Lodo primário 887.600 3,50 -7,10 Aterro Sanitário

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Lodo secundário 380.400 3,50 -10,77 Aterro Sanitário Alternativas de minimização

Raspas com aroma do setor produtivo: as raspas com aroma referem-se às perdas obtidas junto às linhas de produção, caso estas fossem vendidas para a fabricação de ração animal, o lucro seria de 17.459,60 R$/ano, utilizando como referência o valor de R$ 0,20/kg de produto. Este valor foi obtido pela média entre os valores fornecidos por duas indústrias de alimentos da Região Metropolitana de Curitiba. As boas práticas de fabricação, com o correto ajuste dos equipamentos e a maximização do período de produção pode reduzir este resíduo.

Raspas com aroma do caracol: este resíduo já foi minimizado. Para tanto foi feito um ajuste da portinhola do equipamento reduzindo, então o desperdício de 15 ton de produto acabado e economizando-se R$ 3.113,20 ao ano. Isto comprova a importância do correto ajuste dos equipamentos na minimização de resíduos.

Raspas com aroma do setor de empacotamento: para sua minimização deve -se contactar o fornecedor das embalagens de forma que o filme da embalagem utilizado esteja dentro de padrões de especificação mais rígidos e a temperatura de selagem esteja ajustada. Pois, caso o produto não seja bem selado, ocorre a geração do resíduo. Se ao invés de doado o resíduo fosse vendido, por R$ 0,20/kg, o lucro obtido seria de R$ 36.133,60 ao ano.

Filme de BOPP: verificar a especificação do material no momento do recebimento e trabalhar a causa com os fornecedores, buscando obter uma matéria-prima de especificação mais rígida e constante. Conscientizar os funcionários de evitar desperdícios, mantendo a temperatura de selagem correta durante o processo e realizar a troca do filme quando este estiver realmente no final, não efetuando trocas antecipadas. O lucro obtido com a venda deste filme seria de R$ 5.784,90 ao ano caso este resíduo fosse vendido pelo valor de 100,00 R$/ton.

Lodo primário: a redução na fonte de geração deste resíduo seria a redução dos resíduos R59S5 - , R60S5, R67S5 e R68S5 que são as águas de processo, ricas em amido. Para tanto deve ser feito um projeto de implantação de uma centrífuga que separe da água do amido, com a posterior reutilização desta água e a venda do amido.

O lodo primário pode ser utilizado na indústria de adubos para o fornecimento de matéria orgânica à adubos organominerais. O lodo é adicionado de cal virgem para evitar o desenvolvimento de microorganismos e a geração de odores. Depois é misturado à massa

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de produtos químicos antes da compactação para a formação de peletes. Por se tratar de uma indústria de grande porte, o lodo primário pôde ser totalmente absorvido pela produção de adubos. O lodo primário conferiu aos peletes de adubo uma melhora na resistência mecânica. Em vista das vantagens da inclusão do lodo primário à massa de adubo, foi negociado com a empresa de incorporar também o lodo secundário. Foram feitos testes de compactação de adubo com os dois tipos de lodos e observou-se que o lodo secundário além de aumentar o teor de matéria orgânica do adubo, não interferiu nas qualidades proporcionadas pela inclusão do lodo primário. Porém, este processo não apresenta vantagens econômicas para a empresa que recebe o lodo, pois o lodo necessita ser seco antes de ser incorporado ao adubo.

Lodo secundário: seria necessário reduzir a carga orgânica a ser tratada na ETE, pois a quantidade de lodo é função direta desta carga aplicada. Para tanto, o amido teria que ter separação ainda mais eficaz, a perda de óleo ser minimizada, enfim, a carga poluente teria que ser diminuída. Outra forma de diminuir a formação de lodo é a diminuição da relação alimento/biomassa aplicada nos tanques de aeração da ETE.

CONCLUSÕES

O processo de produção de alimentos pode ser otimizado com o uso das técnicas de minimização de resíduos. Estas, além de propiciarem uma redução de gastos com matérias-primas, tratamento e disposição de resíduos, ainda vão ao encontro das novas tendências de produção, que têm o respeito ao meio ambiente como um dos fatores de maior importância para a mesma.

Durante a etapa de levantamento e caracterização dos resíduos, obteve -se um conhecimento do processo industrial e dos fatores que levavam à geração dos mesmos. O modelo

matemático proposto por CERCAL (2000), inicialmente utilizado apenas com a finalidade de priorizar os resíduos, apresentou-se uma excelente ferramenta para o levantamento e caracterização destes.

A maior parte dos resíduos pode ser minimizado com uso de boas práticas de fabricação e controle da especificação das matérias-primas no momento da recepção. E caso as

alternativas de minimização fossem adotadas o lucro obtido seria de R$ 62.491,30 ao ano, incluindo aqui a venda das raspas por R$ 0,20/kg e venda do filme de BOPP por 0,10 R$/kg. A empresa pode continuar a colaborar com a comunidade doando o dinheiro arrecadado com a venda dos resíduos ou transformando-o em benefícios para esta.

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Referências

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