• Nenhum resultado encontrado

Percepção de adolescentes escolares sobre transformações corporais, gravidez e caderneta de saúde do adolescente

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Percepção de adolescentes escolares sobre transformações corporais, gravidez e caderneta de saúde do adolescente"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

ARTÍ CULO ORI GI N AL

Pe r ce pçã o de a dole sce n t e s e scola r e s sobr e

t r a n sf or m a çõe s cor por a is, gr a v ide z e ca de r n e t a de

sa ú de do a dole sce n t e

Pe r ce pción de a dole sce n t e s e scola r e s sobr e ca m bios

cor por a le s, e m ba r a z o y libr o de sa lu d a dole sce n t e

Pe r ce pt ion of t e e n sch ool ch a n ge s on body , a n d t e e n a ge

pr e gn a n cy h e a lt h book

Clá u dia Pa t r ícia da Silva Ribe ir oI; M a r ia n a Ca v a lca n t e M a r t in sI I; Fa bia n e do

Am a r a l Gu be r tI I; N á dia M a r ia Gir ã o Sa r a iv a de Alm e idaI; D e n ise M a ia Alve s

da SilvaI I; Lu cé lia Rodr igu e s Afon soI I

I Univer sidade Est adual do Cear á ( UECE) . Br asil. I I Univ ersidade Feder al do Cear á. Br asil.

RESUM O

I n t r odu çã o: a adolescência é um a et apa da vida que r equer at enção e cuidados de saúde em v ir t ude das inúm eras t r ansfor m ações cor por ais. Est a pesquisa surge da necessidade de apr ofundar est udos acer ca do conhecim ent o do adolescent e sobre as t r ansfor m ações cor por ais, gr av idez e ex ist ência da cadernet a de saúde.

Obj e t iv o: descrever a per cepção dos adolescent es quant o às t r ansfor m ações cor por ais, r iscos e consequências de um a grav idez na adolescência, paut ados na cader net a de saúde do adolescent e.

M é t odos: est udo descr it iv o r ealizado com 10 adolescent es est udant es de um a escola pública. A colet a seguiu- se em t rês et apas: avaliação diagnóst ica;

int er venção educat iva ut ilizando com o r efer encial a cader net a do adolescent e; e, ao final, ent r evist a avaliat iv a.

(2)

Con clu sã o: não ocorre a aplicabilidade da cadernet a de sáude em decorr ência da não ut ilização das pr ior idades pr econizadas nas polít icas de saúde par a o

adolescent e.

Pa la v r a s- ch a v e : adolescent e; cader net a; enfer m agem .

RESUM EN

I n t r odu cción : la adolescencia es una et apa de la vida que r equier e at ención y cuidado en v ir t ud de los m uchos cam bios en el cuer po. Est a inv est igación sur ge de la necesidad de r ealizar m ás est udios sobr e el conocim ient o de los adolescent es acer ca de los cam bios corpor ales, el em barazo y la pr esencia del follet o de salud. Obj e t iv o: describir la per cepción de los adolescent es de cóm o el cuer po cam bia, los r iesgos y consecuencias del em bar azo en est a edad, guiados por el follet o salud de los adolescent es.

M é t odos: est udio descr ipt ivo de 10 est udiant es adolescent es de una escuela pública. La r eunión fue seguida en t r es et apas: evaluación de diagnóst ico;

int er vención educat iva ut ilizando el follet o adolescent e de refer encia y la ent r ev ist a de evaluación final.

Re su lt a dos: los adolescent es no conocían el libr o y dem ost r ar on int er és por saber su cont enido.

Con clu sión : no exist e la aplicabilidad de libr et a de salud com o r esult ado de no ut ilizar las pr ior idades r ecom endadas en las polít icas de salud par a los

adolescent es.

Pa la br a s cla v e : adolescent es; libr o; enfer m er ía.

ABSTRACT

I n t r odu ct ion : Adolescence is a st age of life t hat r equir es car e for t he m any body changes. This r esear ch appear s fr om t he need t o car ry out m or e st udies about t he know ledge of adolescent about body changes, pr egnancy and t he pr esence of t he healt h book let .

Obj e ct ive : To descr ibe how t he adolescent s per ceive t he changing body, t he r isk and consequences of pr egnancy at t his age, guided by t he adolescent s healt h booklet of.

M e t h ods: Descr ipt iv e st udy of t en adolescent s w ho ar e st udent s of a public school. The m eet ing was followed in t hr ee st ages: diagnosis ev aluat ion, educat ional

int er v ent ion using t he adolescence book let of r efer ences and t he final ev aluat ion int er view.

Re su lt s: The adolescent s did not k now t he booklet , but show ed int er est in know ing it s cont ent .

Con clu sion s: There is not applicabilit y of t he healt h not ebook as r esult ed fr om not using t he pr opr iet ies r ecom m ended by t he healt h polit ics for adolescent s.

Ke y w or ds: Adolescent s; book let ; nur sing.

(3)

I N TROD UÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o per íodo da adolescência é com preendido pela faix a et ária ent r e 10 e 19 anos, e j uv ent ude ent re 15 e 25 anos.1 Essa fase é car act er izada por v ar iadas m odificações em ocionais e pessoais,

acom panhada de t r ansfor m ações biológicas e fisiológicas, que podem deixar o j ov em m ais v ulner áv el e sensív el, pr incipalm ent e diant e das vivências ligadas a sexualidade, dent r e elas a gr av idez pr ecoce.

Um est udo do I nst it ut o Br asileir o de Geogr afia e Est at íst ica r ev ela que o índice de adolescent es grávidas est á cr escendo em t odo o país. De 2011 par a 2012 houve um aum ent o exor bit ant e de 84 % do núm er o de adoelscent es gr ávidas. É int er essant e dest acar que 18 % dessas adolescent es, com a variação de faixa et ár ia ent r e 15 e 19 anos, j á est av am em sua segunda gest ação. No Brasil

anualm ent e em m édia 700 m il adolescent es são m ães. Dest a for m a, t ot alizando 2 % de gr av idez pr ecoce na adolescência ent r e a idade de 10 e 14 anos.2

Com isso, apesar dos adolescent es t erem a cada dia m aior acesso às inform ações sobr e sexualidade e pr evenção, os índices de DST/ HI V e gr avidez não planej ada não dim inuem . Tal fat o reforça a ideia de que conhecim ent o sem a adoção de pr át icas saudáveis não t em se r eflet ido no aut ocuidado segur o. Assim , se faz necessár io pr om over est r at égias que incent ivem o j ovem a r eflet ir sobr e seu

com por t am ent o, sabendo r econhecer fat or es de risco e vulnerabilidade relacionados à vivência na sex ualidade.

Diant e do cont ex t o que env olve o ser adolescent e, t or na- se r elev ant e que a equipe de saúde da fam ília, em especial a equipe de enferm agem , pr om ova um t rabalho de educação em saúde, a par t ir das necessidades ir desvelando dúv idas sobre a adolescência bem com o a saúde sex ual e r epr odut iva, o que cont r ibuir á na for m ação do adolescent e par a a vida e o m undo.3

Par a m elhor ar o pr ocesso de cuidar na at enção à saúde do adolescent e, o Minist ér io da Saúde lançou em 2009 a " Cadernet a de Saúde do Adolescent e" . Est a cader net a é aut oexplicat iva, didát ica e pr om ove a r eflexão, englobando desde as pr incipais t r ansfor m ações cor por ais at é quest ões fam iliar es, educacionais e sociais

per t inent es a est a fase da vida.

A cader net a de saúde do adolescent e é um a t ecnologia de educação em saúde e cuidado que dev e ser ut ilizada pelos profissionais da at enção prim ár ia, em especial o enfer m eir o, por m eio de um a assist ência de pr om oção e pr evenção de saúde adequada, pr econizada pelo Pr ogr am a de Saúde da Escola - PSE. Com r elação ao uso da cadernet a na saúde do adolescent e, são poucas as publicações que descr evam ou abor dem aspect os ligados a est a t ecnologia educat iva.

Consider ando a educação em saúde, as t ecnologias que favor ecem o apr endizado t êm am pliado a efet ividade das ações educat iv as, de m odo que m uit o se t em incent iv ado a produção de m at eriais a ser em im plem ent ados no pr ocesso de

em poderam ent o para o aut ocuidado.4 Assim , o em poder am ent o do adolescent e t em

(4)

Em vist a do ex post o em er gir am as seguint es quest ões nor t eador as: os adolescent es conhecem as m udanças cor por ais? Os adolescent es conhecem a cader net a de saúde do adolescent e?

Por t ant o, est a pesquisa t em com o obj et ivo descr ever a percepção dos adolescent es quant o às t r ansfor m ações cor por ais, bem com o acer ca dos r iscos e consequências de um a gr avidez na adolescência, t udo isso paut ado na cader net a de saúde do adolescent e.

M ÉTOD OS

Tr at a- se de um est udo descr it ivo com abor dagem qualit at iva, r ealizado em um a escola pública Municipal na per ifer ia de For t aleza – Cear á, per t encent e à Secr et ar ia Regional V.

A am ost r a foi com post a por dez adolescent es que at enderam aos seguint es cr it ér ios de inclusão: faixa et ária de 14 a 16 anos e m at r iculados no t ur no da noit e. Quant o aos crit ér ios de exclusão: adolescent es com necessidades especiais.

Com o inst r um ent os para a colet a dos dados foram escolhidas as t écnicas de ent r evist a sem iest r ut ur ada e int er venção educat iva.

As ent r evist as for am r ealizadas em dois m om ent os dist int os: ant es e após a int er venção educat iva com post a das seguint es quest ões: 1º m om ent o - Quais as pr incipais m udanças que ocor r em com o adolescent e?; quais os r iscos de um a gr avidez na adolescência? 2º m om ent o - O que você achou da cader net a de saúde do adolescent e?

A int er venção educat iva t eve dur ação de duas hor as e foi r ealizada com enfoque nos pr incipais assunt os que apr esent aram dúvidas na ent r evist a inicial. A

int er venção foi em basada no pr essupost o de Fr eir e6 enfocando a per spect iva

dialógica no processo de form ação e prom oção educacional. A dinâm ica consist iu na dist r ibuição das cader net as de saúde do adolescent e, abordando as t em át icas cont idas nelas de for m a dialógica. Além disso, dest acou- se a im por t ância do

adolescent e ser acom panhado à Unidade de Saúde a fim de prom over a sua própria qualidade de v ida. Por t ant o, dur ant e a int er v enção r ealizou- se um a leit ura prévia dos t ópicos da cader net a com os alunos.

As t em át icas discut idas for am em basadas na Cader net a de Saúde do adolescent e:7,8 Adolescência: um a bela et apa da vida; Responsabilidade na

adolescência; Esse sou eu! ! ! ; Falando sobre m eus dir eit os; Par a que ser ve o ECA; Dicas de saúde; Alim ent ação saudável; Est at ur a; Meu desenvolvim ent o; Com er , falar , beij ar , sor r ir ...; Cárie; Dent es lim pos; Odont ogram a; Vacinas; I m unização; Est ou difer ent e?; Espinhas; Puber dade; Est ágios de Tanner – genit ália; Est ágios de Tanner – pelos pubianos; I m por t ant e; Higiene; Sex ualidade; Conhecer, ficar , nam or ar ...; E se acont ecer um a gr avidez...; Dupla prot eção; Sexo seguro; Proj et o de vida; I nfor m ações út eis.

Par a a análise dos dados foi em pr egada um a abordagem qualit at iva, seguindo o m odelo pr opost o por Minayo,9 que ver sa sobr e cat egorização dos dados. Por t ant o,

(5)

análise final. A pr im eir a et apa foi de ordenação e fundam ent ou- se na: t ranscrição das falas após a escut a at enciosa das fit as; e leit ur a ger al do m at erial em pír ico colet ado no cam po de est udo. A segunda et apa foi de classificação dos dados, dividida em dois m om ent os: leit ur a exaust iva e flut uant e dos t ext os cont idos nas ent r evist as; e leit ur a t r ansver sal de cada cor po ou cor pos de com unicações est r ut urados a par t ir de núcleos de sent ido, fazendo a filt r agem dos t em as m ais r elev ant es. A t er ceir a et apa foi de análise final dos dados.

Ressalt a- se que par a pr eser var o anonim at o, os adolescent es r eceberam codificação em siglas ( A1, A2, A3,…A10) . O r eferido pr oj et o de pesquisa foi subm et ido à avaliação do Com it ê de Ét ica em Pesquisa – CEP da Univer sidade Est adual do Ceará – UECE, baseado na Resolução nº 466/ 12 do Conselho Nacional de Saúde, t endo sido aprov ado sob o pr ot ocolo de núm er o 112250076.

RESU LTAD OS

A adolescência é com preendida por inúm eros aspect os. Após análise dos r elat os, elucidar am - se as seguint es cat egor ias: Transform ações corporais no ser

adolescent e; Gr av idez na adolescência: dúv idas e m edos; e Cader net a de saúde do adolescent e.

Tr a n sfor m a çõe s cor por a is n o se r a dole sce n t e

O adolescent e apresent a m udanças no est ilo de v ida e ex per iências que na m aior ia das ocasiões só são com preendidas pelo gr upo em que o adolescent e conv ive, por isso é im por t ant e que a fam ília e pr ofissionais de saúde com preendam e conheçam o " univer so" em que o adolescent e est á inser ido.

Assim , se faz necessár io conhecer o que os adolescent es pensam sobre essas t r ansfor m ações t ão com uns, podendo ex plor ar o por quê de conhecer essas t r ansform ações:

Por que a gent e fica m ais esper t o e sabe o que fazer se acont ecer algo com o nosso cor po. ( A8)

Par a t ir ar as dúv idas das m udanças do cor po. ( A3)

Por que você conhecendo o seu cor po poder á saber a causa do que est á acont ecendo com você. ( A5)

Par a que a gent e não se sur pr eenda com as t r ansfor m ações que vam os passar na adolescência. ( A2)

Par a o adolescent e, a pr eocupação com as t r ansfor m ações cor por ais const it ui um dos pont os que m ais causam desconfor t o e possíveis sit uações de vulner abilidade aos fat or es sociais. Por t ant o, é nor m al que as pr incipais m udanças no cor po causem ansiedades, expect at ivas e sur pr esas, com o foi apont ado nas seguint es falas:

(6)

As coisas de crianças vai ficando par a t r ás e as de hom em adult o chega e se t r ansfor m a e evolui. ( A3)

O cr escim ent o dos seios, os pelos, vem a m enst ruação, o aum ent o da alt ura. ( A10)

Puber dade, cr escim ent o do adolescent e e a m udança de voz. ( A6)

Com isso, par a alguns adolescent es as t r ansfor m ações cor por ais est ão at r eladas ao início da vida sexual pr ecoce e que poder á t er com o consequência pr oblem as de saúde, grav idez pr ecoce, abalos: fam iliar es, educacionais e sociais.

Gr a vide z n a a dole scê n cia : dú vida s e m e dos

Gr av idez na adolescência é um a t em át ica que desper t a int er esse. Obser v ou- se que os adolescent es buscam com preender e apr ofundar - se sobr e o assunt o, ent r et ant o, não t êm t ant a pr opr iedade e/ ou liber dade par a dem onst r ar suas dúvidas e m edos. Na m aior ia das vezes, o assunt o é r odeado por inúm er os t abus que inibem o j ov em de fazer em seus quest ionam ent os e podem ser ev idenciados nas ex pressões abaixo:

Tr ansar sem cam isinha é m uit o bom , só que se eu engr avidar t er ei que t r abalhar . ( A1)

A gr avidez é cheia de r iscos, por que pode o pai da m inha nam or ada saber e não vai aceit ar... eu vou t er que t er responsabilidade de um pai de fam ília. ( A3)

Par a alguns adolescent es os conflit os sociais, educacionais, fam iliares e as

r esponsabilidades, bem com o os fat or es de saúde, os fazem r eflet ir sobre os r iscos de um a gr avidez na adolescência. Per cebe- se nas falas descr it as a seguir que os adolescent es expr essam os sent im ent os de m edo e os r iscos de um a gr avidez pr ecoce nest e per íodo t ão singular de suas vidas:

Pode haver doenças, conflit o com a fam ília, v ocê t em que parar de est udar , pode haver com plicações no par t o. ( A4)

Pr im eir o sem pr epar ação em ocional, segundo sem pr eparação do cor po, afet am os est udos... et c. ( A5)

Nossa, eu t er ia que par ar os m eus est udos. ( A7)

Par ar de est udar , com eçar a vida m ar it alm ent e cedo e m uit as vezes ainda cor r em o r isco de ser m ãe solt eira e at é o nam or ado não quer er . ( A9)

Par ar de est udar , os conflit os na fam ília, ou ent ão, as vezes, o nam or ado não aceit a. ( A10)

Evidenciou- se ainda, e de for m a enfát ica, que out r os adolescent es dem onst ram conhecer os r iscos e os per cur sos de um a gr avidez indesej ada:

Tr ansar sem cam isinha, o coit o int er rom pido ou t er um a ej aculação per t o do ór gão genit al da m ulher , isso pode fazer com que ocorr a um a gr avidez indesej ada. ( A2)

(7)

Eu acho que se j unt ar m uit o cedo, t r ansar com vár ios hom ens não é legal par a o

adolescent e. É pr eciso t er cuidado na hor a da fazer sexo e usar cam isinha sem pre. ( A8)

Fica ev ident e, assim , que os adolescent es de am bos os gêner os, preocupam - se com as r esponsabilidades e as consequências de um a gr avidez na adolescência. Em bora nenhum deles t enha a experiência de ser pai ou m ãe, o sent im ent o ao se ex pressar sobr e o assunt o é de inquiet ação, pois r eflet e na zona de com odism o de ser adolescent e que é: " sem pr eocupações e sem cer t os dever es" .

Ca d e r n e t a de sa ú de do a dole sce n t e

Após a dist r ibuição das cader net as par a os adolescent es, obser vou- se que dos dez adolescent es apenas dois conheciam esse m at erial. Por t ant o, é opor t uno salient ar o r elat o desses alunos quando quest ionados sobr e com o se deu o conhecim ent o da cader net a: est ava de suspensão das at ividades de sala de aula e fiquei na

bibliot eca, lá ao pr ocur ar um livr o para passar o t em po...achei legal as gr av ur as da cader net a e ai peguei pr a ver ( A3) ; m eu irm ão t rabalha em um ór gão da Pr efeit ur a e levou a cader net a para eu conhecer ( A6) .

Dest e m odo, percebe- se que a cader net a não foi apr esent ada e/ ou ut ilizada com esses alunos at é o pr esent e m om ent o, sej a pelo pr ofessor ou pr ofissional de saúde, sendo, port ant o, um fat o pr eocupant e diant e da relevância e aplicabilidade da r efer ida cader net a evidenciada pelo Minist ério da Saúde.

Em cont inuidade, realizou- se a int erv enção educat iva, na qual os adolescent es puder am analisar a cader net a, ver ificando os cont eúdos e com ent ando sobr e o int er esse no m at erial:

Eu achei legal, as pr incipais m udanças do cor po, saber a par t ir de quando ocor r e a gr av idez. ( A4)

Muit o boa, bem inform at iva... int er essant e, t em que t er um a alim ent ação var iada e saudável. ( A5)

I nt er essant e, fiquei m uit o feliz em saber que as espinhas não são coisas de out r o m undo. ( A9)

Eu achei m uit o im port ant e saber sobr e a cader net a, gost ei m uit o de com preender um pouco m ais sobr e o sexo segur o e é im por t ant e a gent e t er as int er venções educat ivas. ( A8)

Legal, at é por que nos infor m a de nosso própr io corpo fem inino, prevenim o- nos de doença com o DST et c. ( A9)

Eu achei m uit o bom , é bem im por t ant e, par a a gent e saber sobre o nosso corpo, saber sobr e os r iscos na adolescência. ( A10)

Os adolescent es dest acar am a necessidade da cadernet a, pois est a apr esent a t em át icas significat ivas, educacionais e fundam ent ais par a se t r abalhar as dúv idas sobr e as t r ansfor m ações cor por ais e o desenvolvim ent o sadio do corpo.

(8)

D I SCUSSÃO

No adolescent e, as t r ansfor m ações físicas são m udanças inadiáv eis e iner ent es a esse per íodo da v ida. Ocor r em t am bém alt er ações cognit iv as, sexuais, m or ais, sociais, cult ur ais e de valores onde t odos est ão int erligados a reorganização de sua nova ident idade.10

Na pr esent e pesquisa, ficou bast ant e clar o, par a os adolescent es, que as t r ansfor m ações cor por ais t r at am de um a quest ão fundam ent al par a elucidar

dúvidas e t abus. Dest a form a, pode- se enfat izar que a at enção do pr ofissional e dos fam iliar es se r eflet e significat iv am ent e no pr ocesso de saúde.

Um dos m aior es desafios par a os ser viços de saúde é a aplicação de polít icas de saúde com qualidade, em especial a div ulgação e efet ivação do uso da cader net a de saúde do adolescent e, que apresent a fr agm ent ações sociais em ocionais, peculiar es nest a fase vit al.

Diant e do expost o, faz- se necessário que os pr ofissionais de saúde, ant es de desenvolv erem ações de educação em saúde t endo com o público os adolescent es, pr ocur em inv est igar pr im eir o o seu per fil e suas pr incipais necessidades de

apr endizagem , pois isso facilit a a int egração com o gr upo e aper feiçoa as at ividades educacionais, especialm ent e aquelas relat ivas às quest ões pr ev ent iv as. Out ro pont o r elevant e que per m eia a saúde do adolescent e é a int egr alização e a ar t iculação das ações de educação e saúde t rabalhadas no univer so escolar e que est ão at reladas à aplicação das at iv idades elabor adas no PSE.11

É fundam ent al int ensificar as ações educat ivas, em par t icular sobr e a sex ualidade e a prevenção da grav idez na adolescência, por m eio de grupos de adolescent es e de conver sações dir et as com os j ovens e a com unidade, a fim de r eduzir o índice de gr avidez na adolescência.12

Para t ant o, sabe- se que os profissionais das Unidades Pr im ár ias de Saúde t êm que t er a pr epar ação necessár ia par a adm inist r ar , abor dar e t r abalhar os pr incipais conflit os e t abus que per m eiam a adolescência. Por t ant o, a cader net a é um inst r um ent o fundam ent al par a a pr opagação de infor m ações e int er ação de pr ofissionais e adolescent es, pois abor da a t em át ica da sex ualidade e da gr avidez na adolescência de for m a dinâm ica e obj et iva.

Tornou- se evident e que a ut ilização da cader net a e a aplicação da cader net a no cont ex t o escolar dev em acont ecer de for m a m ult idisciplinar par a que o adolescent e possa t er em basam ent os t eór icos e cient íficos sobr e a sua pr ópria saúde.

Salient a- se a aplicabilidade da cader net a de saúde do adolescent e, t endo em v ist a que est á dir ecionada a essa client ela, com assunt os dinâm icos e pert inent es, ou sej a, abor da quest ões que nor t eiam a com pr eensão do adolescent e sobr e as pr incipais t r ansfor m ações nest e per cur so t ão im por t ant e e sensível de sua v ida. É int er essant e que os pr ofissionais de saúde im plem ent em as int er v enções educat ivas com o r ot ina no at endim ent o ao adolescent e e, assim , cont r ibuir com a pr om oção da saúde dest es. Sabe- se que as at ividades grupais, com o a leit ura dinâm ica da cader net a de saúde, podem am enizar as pr incipais inquiet ações e colabor ar par a a pr evenção de DST’s, gr avidez pr ecoce, uso de subst âncias

(9)

aut oest im a, dent r e out r os fat or es que corrobor am o v alor e a im port ância das at ividades em gr upo.13

Dest ar t e, a pesquisa r essalt ou a não aplicação da cader net a de saúde do adolescent e pelos profissionais com o gr upo est udado, t endo em vist a que a cader net a foi cr iada em 2009 e apenas dois adolescent es conheciam o m at er ial, fat o est e que o adolescent e passa a t er seus dir eit os violados por não exist ir em polít icas públicas de saúde at uant e par a esse público.

CON SI D ERAÇÕES FI N AI S

No est udo, os adolescent es dest acar am a im por t ância de ser em or ient ados quant o às t r ansfor m ações cor por ais; r econhecem t am bém que a adolescência é um per íodo novo em suas vidas por apr esent ar t ant as m odificações e que conhecer o pr ópr io cor po é um a quest ão de saúde par a sua for m ação. Obser vou- se t am bém no est udo a preocupação dos adolescent es quant o aos t r anst or nos e com plicações de um a gr avidez nesse per íodo de vida.

Assim , o cont ext o escolar é um espaço dinâm ico e valioso par a se conhecer as necessidades dos adolescent es bem com o par a int erv ir de for m a dir ecionada e paut ada na pr om oção da saúde. Com isso, a escola é v ist a com o um for t e aliado às int er venções das polít icas de saúde do adolescent e. Dessa for m a, a educação e a saúde devem agr egar at ividades int er disciplinares com t em át icas que despert em o int er esse do adolescent e.

Assim , é ev ident e a im por t ância da at uação de um a equipe m ult idisciplinar, m unida de um planej am ent o de saúde nor t eado por est r at égias e at ividades educat ivas com o propósit o de m elhor ar a qualidade de v ida e saúde do adolescent e.

Logo, a cader net a de saúde do adolescent e é um a fer r am ent a de t rabalho e ensino, aut oexplicat iva, cont ext ualizada e int er at iva, com um a linguagem clara e obj et iva, que abor da o cr escim ent o e o desenvolv im ent o do adolescent e, devendo ser um a t ecnologia educacional de am pla aplicabilidade no nosso país.

Con flict o de in t e r e se s

Los aut or es declaran no t ener conflict o de int ereses.

REFERÊN CI AS BI BLI OGRAFI CAS

1. Br asil. Saúde I nt egral de Adolescent es e Jov ens. Or ient ações par a a Organização de Serviços de Saúde. Br asília: Minist ér io da Saúde; 2007.

(10)

4. Font ana RT, Sant os AV, Br um ZP. Healt h educat ion as a st r at egy for healt hy sexualit y. Jour nal of Resear ch: Fundam ent al Car e Online. 2013; 5( 4) : 529- 36. 5. Fr eit as KR, Dias SMZ. Percepções de adolescent es sobr e sua sexualidade. Text o

& Cont ext o – Enfer . 2010; 19( 2) : 351- 7.

6. Fr eir e PA. pedagogia da libert ação. São Paulo: UNESP; 2001.

7. Brasil. Minist ério da Saúde. Secret aria de At enção à Saúde. Depar t am ent o de Ações Pr ogram át icas e Est r at égicas. Ár ea Técnica de Saúde de Adolescent e e Jovem . Cadernet a de Saúde do Adolescent e ( MENI NA) . Br asília: Edit or a do Minist ér io da Saúde; 2013.

8. Brasil. Minist ério da Saúde. Secret aria de At enção à Saúde. Depar t am ent o de Ações Pr ogram át icas e Est r at égicas. Ár ea Técnica de Saúde de Adolescent e e Jovem . Cadernet a de Saúde do Adolescent e ( MENI NO) . Br asília: Edit ora do Minist ér io da Saúde; 2013.

9. Minayo MC de S ( org. ) . Pesquisa social: t eor ia, m ét odo e cr iat ividade. 29. ed. Pet r ópolis, RJ: Vozes; 2010.

10. Roehrs H, Maft um MA, Zagonel I PS. Adolescência na percepção de pr ofessor es do ensino fundam ent al. Rev. Esc. Enferm . USP. 2010; 44( 2) : 421- 8.

11. Silv a DV, Bárbar a JFRS, Oliveir a JSF, Ribeir o JC, Barr et o LA. Dialogando sobr e sexualidade na dolescência: Um relat o de exper iência at r avés do Pr ogr am a Saúde na Escola. Rev. Enfer m UFPE. 2015; 9( Suppl 5) : 8486- 92.

12. Gur gel MGI , Alves MDS, Mour a ERF, Pinheir o PNC, Rego RMV. Desenvolvim ent o de habilidades: est rat égia de prom oção da saúde e pr evenção da gr av idez na adolescência. Rev. Gaúcha Enfer m . 2010; 31( 4) : 640- 6.

13. Nery I S, Mendonça RCM, Gom es I S, Fer nandes ACN, Oliveir a DC. Reincidência da gr av idez em adolescent es de Ter esina. PI , Br asil. Rev. Br as. Enfer m .

2011; 64( 1) : 31- 7.

Recibido: 29 de sept iem bre de 2015. Apr obado: 11 de oct ubr e de 2015.

Cláudia Pat rícia da Silva Ribeir o. Univer sidade Est adual do Cear á ( UECE) . Rua

Referências

Documentos relacionados

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Oncag, Tuncer & Tosun (2005) Coca-Cola ® Sprite ® Saliva artificial Compósito não é referido no estudo 3 meses 3 vezes por dia durante 5 minutos Avaliar o efeito de

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

(MEC, 2014, p.29). E no campo da Gestão Educacional, a Secretaria de Educação, ao elaborar o PAR, deve sinalizar qual é o método de escolha de gestores escolares e quais são os

O Processo Seletivo Interno (PSI) mostra-se como uma das várias ações e medidas que vêm sendo implementadas pela atual gestão da Secretaria de Estado.. Importante

da equipe gestora com os PDT e os professores dos cursos técnicos. Planejamento da área Linguagens e Códigos. Planejamento da área Ciências Humanas. Planejamento da área

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha