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Manifesto pela Retomada da Infraestrutura Nacional

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Academic year: 2021

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Manifesto pela Retomada da Infraestrutura Nacional

A indústria de infraestrutura brasileira vem, há décadas, se aprimorando para a realização de projetos que atendam às necessidades dos brasileiros, além de gerar milhares de empregos nos canteiros de obras. Entretanto, atualmente, o setor vem sofrendo com a falta de investimentos e de segurança jurídica em relação ao cumprimento dos contratos.

O Brasil é hoje uma nação reconhecida mundialmente pelo alto grau de aprimoramento de seus sistemas de engenharia, por isso, o investimento em infraestrutura, em todos os níveis, é fundamental para o seu desenvolvimento. Hoje, apenas 2% do PIB brasileiro são destinados para infraestrutura, enquanto em outros países esse número chega a 7%. É preciso trabalhar para mudar esse cenário e destravar a indústria da construção pesada. O ano de 2015 foi perdido e se nada for feito, 2016 será marcado como o pior período de toda a história da infraestrutura brasileira. O país necessita de medidas imediatas que acelerem a retomada dos projetos. As obras de infraestrutura devem alavancar o crescimento da nação e não podem ter suas realizações vinculadas a ações emergenciais e de contingenciamento. O Brasil não pode comprometer a sua capacidade de escoamento da produção agrícola e industrial, e nem pode assistir inerte a paralisação dos serviços essenciais à população.

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Hoje já está evidente para alguns setores sociais que as autoridades vêm promovendo a corrosão contínua dos pilares da infraestrutura nacional de várias formas. Nas casas de leis e no Executivo Federal são várias as propostas – muitas vezes antagônicas - que tramitam buscando a alteração das normas legais que organizam os sistemas de licitação e realização de obras públicas, entre elas, a Lei 8666 e o Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Para as entidades que representam as empresas de obras de infraestrutura, o PLS 559/2013, que tramita no Senado Federal com o objetivo de aprimorar a Lei de Licitações é o que tem o maior embasamento técnico e jurídico para ser implantado, embora, nessa proposta, também exista a possibilidade da utilização da modalidade de Contratação Integrada.

A indefinição se agravou com a sanção pela presidente Dilma Rousseff à Medida Provisória 678, transformada na Lei 13.190/15, que prevê o uso do RDC para obras de infraestrutura, eliminando o rito da Lei de Licitações, e contrariando determinação do STF que proibiu a inclusão de temas estranhos à proposta original da MP. No final das contas, acabou preponderando a decisão da justiça que suspendeu a vigência da Lei - a determinação ainda poderá ser revogada – e caso isso ocorra, a falta de segurança jurídica vai reinar absoluta afastando qualquer cenário, em curto prazo, que possa atrair investimentos para o setor. Vale ressaltar que a retração das obras de infraestrutura significou em todo o país a perda de 84 mil vagas e em toda a cadeia da construção, 483 mil trabalhadores foram demitidos em 2015. A título de exemplo, no Estado de São Paulo, 8.300 postos de trabalho foram fechados no setor da construção pesada, no mesmo período.

A busca de soluções não pode ser pensada unilateralmente. O governo e o setor empresarial devem estar alinhados no entendimento da gravidade da questão, a fim a buscar conjuntamente alternativas para minimizar o apagão da infraestrutura nacional.

As saídas são possíveis, a começar pelo respeito aos contratos, pagamentos em dia, liquidação das atuais pendências e o estabelecimento de valores possíveis para o exercício deste ano de 2016, o que permitirá que as empresas tenham um mínimo planejamento financeiro.

Disciplinar as interferências nos contratos, estabelecer prazos para recursos, delimitar a atuação dos agentes públicos e evitar trâmites desnecessários, também são pontos essenciais a serem considerados.

O poder público, em sua prerrogativa de ente contratante, tem a obrigação de assumir a responsabilidade pelo fornecimento de um projeto completo, que permita a estruturação do empreendimento. Cabe ao órgão licitante dirimir, antes da publicação dos editais, todas as pendências relacionadas às questões ambientais e desapropriações. O Estado deve também assumir a responsabilidade por intercorrências jurídicas e técnicas imprevistas na assinatura dos contratos.

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É muito importante pensarmos também na criação de um banco nacional de projetos, que indique as obras de infraestrutura relevantes para o país de acordo com critérios técnicos e de cunho social.

As entidades abaixo, que assinam este manifesto de preocupação pela delapidação do patrimônio da infraestrutura brasileira, reiteram que nunca deixaram de contribuir com a nação brasileira nos momentos de crise, sempre de forma colaborativa, mesmo que isso tenha significado sacrifícios às empresas da construção pesada e não será dessa vez que o setor irá se furtar de tomar parte na busca por soluções.

De igual maneira, estamos confiantes que os gestores públicos de obras de infraestrutura não se eximirão da sua parcela de responsabilidade, pois acima de tudo está o bem-estar da sociedade brasileira.

SINICESP – Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo Silvio Ciampaglia – Presidente

SICEPOT/MG – Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais Emir Cadar Filho – Presidente

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SICEPOT/RS – Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado do Rio Grande do Sul

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SINCOP/MT – Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de Mato Grosso José Alexandre Schutze – Presidente

Ananias Granja – Presidente

SOBRATEMA – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração Afonso Mamede - Presidente

Referências

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