CONFERÊNCIA
O Orçamento do Estado para 2013
Uma primeira leitura
IDEFF, 16 de Outubro de 2012
PAINEL I:
O Orçamento em geral
Orçamento do
Estado para 2013
Emanuel Santos
16 de Outubro de 2012
O que disse há um ano sobre o OE de 2012?
1. A partir do primeiro trimestre de 2010, os Estados mais vulneráveis (com economias mais fracas e/ou endividamento mais elevado) começam a enfrentar dificuldades de acesso aos mercados financeiros e alguns não têm outra alternativa ao pedido de ajuda financeira às instituições internacionais;
2. O desafio desses Estados é prosseguir a consolidação orçamental, mas sem pôr em risco a recuperação da economia;
3. O OE2012 prossegue o processo de consolidação orçamental mas não acautela a recuperação da economia portuguesa, induz mesmo uma recessão que é mais profunda que a de 2009.
A evolução da economia
-5%
-4%
-3%
-2%
-1%
0%
1%
2%
2008 I
II III IV 2009 I
II III IV 2010 I
II III IV 2011 I
II III IV 2012 I
II
PIB-taxas de var.homólogas %
A evolução da dívida pública
174.891
188.021
165.000 170.000 175.000 180.000 185.000 190.000
Dez-2011 Ago-2012
Dívida direta do Estado - Milhões de euros
Entre o final de 2011 e Agosto deste ano a
dívida pública aumentou 13.130
milhões de euros(7,5%)
Fonte: IGCP
Conclusão:
A política orçamental do OE 2012 agravou a recessão económica
Mas, ao contrário do que se pretendia, os objetivos orçamentais não foram alcançados
O que aprendemos com a Crise
1. A crise financeira mostrou que é preciso mais e melhor regulação financeira no sistema financeiro internacional.
2. A crise mostrou que as finanças devem estar mais integradas com a macroeconomia.
3. No confronto entre mercados e Estado, o pêndulo inclinou- se para o Estado.
4. Os economistas ficaram a saber que aquilo que sabiam foi posto em causa pela crise e novos desafios se colocam ao pensamento económico contemporâneo.
5. A política orçamental é necessária para estabilizar a economia no curto prazo No confronto entre mercados e Estado, o pêndulo inclinou-se para o Estado.
Crescimento e Consolidação Orçamental
A política orçamental deve ser usada como instrumento de estabilização do ciclo económico
“The fact that deficits have long-run effects on capital accumulation and output does not imply that deficits should not be used for output
stabilization. Rather, it implies that deficits during recessions should be offset by surpluses during booms, so as not to lead to a steady increase in debt” Blanchard, Olivier (1997), Macroeconomics p.600, Prentice Hall, Inc.
Crescimento e Consolidação Orçamental
9
Haverá uma austeridade expansionista?
Não há!
“… and a carefully examination of the evidence gives no support to the view that when monetary policy is constrained, fiscal contractions are expanxionary”
( Extraído de “Will it hurt? Macroeconomic Effects of Fiscal Consolidation”, WEO chapyer 3, IMF , 2010)
Porque não crescemos?
No curto prazo
Porque não há PROCURA (a despesa agregada está em contração)
No médio prazo
Porque temos vindo a reduzir o INVESTIMENTO
15%
20%
25% FBCF % PIB
O OE para 2013 começa a resolver algum destes problemas?
NÃO!
A PROCURA GLOBAL continua a contrair-se
O IMVESTIMENTO continua a diminuir
-1,2 -2%
-4,2%
Despesa, Receita e Défice
0 0,5 1 1,5 2
1,2
1,7
Despesa,Receita e Défice variação %PIB
250%
-100%
-200%
-100%
0%
100%
200%
300%
Contributos - %