Seminário “A Qualidade nas Intervenções de
Conservação, Reabilitação e Valorização das Casas Antigas”ç , ç ç g 14 de Novembro de 2009
Palácio Fronteira, Lisboa
METODOLOGIAS E TECNOLOGIAS DE INTERVENÇÃO A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO. A IMPORTÂNCIA DA
QUALIFICAÇÃO DOS AGENTES
Vítor Cóias Vítor Cóias
www gecorpa pt
www.gecorpa.pt
“NÓS NÃO HERDÁMOS A TERRA DOS NOSSOS
ANTEPASSADOS MAS TOMÁMO LA DE EMPRÉSTIMO AOS ANTEPASSADOS, MAS TOMÁMO-LA DE EMPRÉSTIMO AOS NOSSOS FILHOS.”
SEATTLE, CHEFE ÍNDIO SUQUAMISH, 1858
PATRIMÓNIO CULTURAL
PATRIMÓNIO CULTURAL…
grupo de recursos herdados do passado
…grupo de recursos, herdados do passado, que as populações identificam,
independentemente da propriedade, como um reflexo e uma expressão dos seus
um reflexo e uma expressão dos seus valores, crenças, saberes e tradições, em constante evolução. Inclui todos os
aspectos da envolvente resultante da aspectos da envolvente resultante da
interacção entre as pessoas e os sítios, ao longo do tempo.
(Convenção-quadro do Conselho da Europa sobre o valor do património cultural para a sociedade. Faro, 27 de Outubro de 2005)
PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO
PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO…
O t i ó i lt l b f d t õ
O património cultural sob a forma de construções…
Património construído protegido…
B i ó i hi tó i tí ti
Bens imóveis histórico-artísticos…
CONSERVAÇÃO CONSERVAÇÃO
C j t d õ l d b it
Conjunto de acções levadas a cabo para evitar a
deterioração, prolongando a vida do património cultural e natural com o objectivo de os apresentar àqueles que os natural, com o objectivo de os apresentar àqueles que os usam e observam com admiração as mensagens artísticas e humanas que eles contêm.
Sir Bernard Feilden
REABILITAÇÃO REABILITAÇÃO
A t d t í l tí l d
Acto ou processo de tornar possível o uso compatível de uma propriedade, edifício ou estrutura através da
reparação alterações e adições mantendo as reparação, alterações e adições, mantendo as
características que traduzem o seu valor histórico, cultural e arquitectónico.
California Historical Building Code
REABILITAÇÃO
Âmbito da Natureza da
REABILITAÇÃO
intervenção Território,
intervenção Ambiental unidade territorial
Cidade
Área da cidade
Ambiental
Ordenam. do território Planeamento urbano Construtiva
Grau da intervenção Quarteirão
Edifício
Parte do edifício
Construtiva
Estrutural (sísmica) Térmica
E éti
Profunda Moderada Ligeira Parte do edifício
Elemento ou componente do edifício
Energética Hídrica Acústica
Ligeira
edifício Cosmética
7
REQUISITOS
Eficácia
Compatibilidade p
Durabilidade
Eficiência
Reversibilidade
14,5 14 0
16,0
10,5
12,5
10,0 9,2 12,0 14,0
7,5 7,2
5,1
6,0
6,8
6,1 6,0
8,0
1,1
4,1
2,8
0,0
0,5 1,1
0,0 0,0 0,0
0 0 2,0 4,0
0,0
Austria Bélgica
Dinama rca
Finlân dia
França Alemanh
a Irland
a Itália
Noruega Por
tug al
Espa nha
Sué cia Sui
ça
Países Ba ixos
Reino Unid o
Chéquia Hungr
ia Polónia
Eslo váq
uia
Percentagem de casas vagas.
Portugal tem 689 000 casas vagas. Se fossem todas aproveitadas davam para cobrir as necessidades durante 16 anos!
(Fonte: Euroconstruct, Jun. ’07, p.77)
para cobrir as necessidades durante 16 anos!
O "território artificializado”, isto é, o solo virgem que foi irreversivelmente ocupado com novas urbanizações, indústrias, vias de comunicação e outras infra estruturas aumentou em Portugal outras infra-estruturas, aumentou, em Portugal, cerca de 700 km
2entre 1985 e 2000, ou seja, uma área equivalente a quase nove vezes a do concelho q q
de Lisboa.
Fonte:Relatório do Estado do Ambiente de 2005.
http://www.iambiente.pt/
10
ã ã
A construção – para habitação ou para turismo – ocupa cerca de 25% da costa portuguesa.
(Fonte: Andrade et al. 2002, citados no relatório ”Millenium Ecosystem Assessment - State of the
Assessment Report” December, 2004. Publicação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.)
11
Entre 1990 e 2000, as áreas artificializadas nas zonas
artificializadas nas zonas costeiras registaram, em
Portugal, o crescimento mais g , rápido da Europa (com um
aumento de 34% em dez anos), l I l d (27%) que ultrapassou a Irlanda (27%), e a Espanha (18%).
12
Fonte:Relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA), Copenhaga, 2006.
http://org.eea.europa.eu/documents/newsreleases/coastal2006-pt
“RESORTS” E SEGUNDAS RESIDÊNCIAS
Oferta estimada de “resorts” turísticos em Portugal: g 447 km
2(Área do concelho de Lisboa: 84km
2)
Construção e utilização de moradias uni-familiares moradias uni familiares com infra-estruturas de lazer de elevado impacto
ambiental - valores a b e a a o es elevados da “pegada ecológica” e aplicação derecursos (em particular ( p humanos) de baixo valor
acrescentado.13
“RESORTS” E SEGUNDAS RESIDÊNCIAS RESORTS E SEGUNDAS RESIDÊNCIAS
“Habitação de férias...
um imóvel pouco usado, com despesas de p , p manutenção relativamente elevadas e cujo rendimento é limitado às épocas de férias...
Acresce que os equipamentos colectivos q q p
necessários a um empreendimento de lazer são maiores do que os destinados aos
empreendimentos urbanos...".
empreendimentos urbanos... .
André Jordan - “Posto de observação”
Vida Imobiliária/Vida Económica Nov 2005
14
Vida Imobiliária/Vida Económica, Nov. 2005
CONSEQUÊNCIAS DOS EXCESSOS DA CONSTRUÇÃO:
CONSEQUÊNCIAS DOS EXCESSOS DA CONSTRUÇÃO:
D d ã d i ó i l d i
→
Degradação do património natural e da paisagem;
→
Degradação do património cultural, em particular o arquitectónico
arquitectónico.
REABILITAÇÃO REABILITAÇÃO
Uso Sustentável do Stock Construído
Objecti o promo er políticas q e
Uso Sustentável do Stock Construído
A OCDE promove o programa SUBS
Objectivo: promover políticas que
contribuam para aumentar a vida útil
dos edifícios, habilitando-os a ir ao
encontro, com maior flexibilidade, de
requisitos económicos, sociais e
ambientais.
CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO - Ç Ç VANTAGENS
Económica Social Ambiental
Permite gerir adequadamente o stock
Melhora a qualidade de vida das
populações;
Evita a
ocupação de solo virgem;
o stock construído;
Preserva a titi id d
populações;
Cria mais emprego;
Contraria exclusão.
solo virgem;
Evita o consumo de materiais e
d i
competitividade do País como destino turístico;
de energia;
Evita a produção de entulho.
Não é mais cara.
17
CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO -
CO S ÇÃO O ÇÃO
Ç Ç
VANTAGENS
CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO
ARQUITECTÓNICO
REABILITAÇÃO:
Ajuda a manter o carácter e a beleza das cidades vilas e ARQUITECTÓNICO
Contribui para a
competitividade dos
beleza das cidades, vilas e aldeias;
Aproveita melhor o importante territórios e das cidades;
Cria múltiplas actividades geradoras de emprego;
p p
recurso económico que é o parque edificado;
Aj d l d
geradoras de emprego;
Valoriza referências identitárias comuns
Ajuda a salvaguardar o património natural e a
paisagem, em particular, a contribuindo para uma
sociedade mais humana.
p g , p ,
orla costeira;
Ajuda a preservar a qualidade
de vida das populações.
CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO - Ç Ç VANTAGENS
M i i ã d di t
Maior criação de emprego directo:
+17% que a construção nova;
+27% que a construção de estradas.
Maior criação de emprego indirecto:
Maior criação de emprego indirecto:
27/2 em relação à construção nova;
27/6 em relação à indústria automóvel
27/6 em relação à indústria automóvel.
F t T j N t l
Fonte: Terje Nypan et al.
Detecção da necessidade
de intervenção
Exame preliminar
Recolha documental
Relatório preliminar Recolha documental
Inquérito aos utentes
Análise da regulamentação aplicável
I&E preliminares
Monitoragem preliminar
Intervenção necessária?
Elaboração do Plano de manutenção
Plano de manutenção N
Trabalhos provisórios S
Exame detalhado e diagnóstico
I&E complem.– Levantam. e caracteriz.
da construção, sua envolv. e anomalias
Modelação do comportamento
Diagnóstico conclusivo?
Relatório final
Estudo prévio ou anteprojecto N
conclusivo? Recomend.
S
S
Selecção da estratégia de intervenção
Projecto de Elaboração do projecto
Modelação das medidas correctivas
Elaboração do plano de manutenção
Projecto de execução
Plano de
Realização da intervenção
I&E de valid de mater e técnicas
manutenção
I&E de valid. de mater. e técnicas
I&E de controlo da qualidade
Avaliação resultados Relatório final
da obra ç
I&E de recepção
da obra
Execução do Plano de manutenção
I&E de monitoragem permanente Relatórios da
manutenção
REABILITAÇÃO
N i í i di ó ti !
REABILITAÇÃO
No princípio era… o diagnóstico!
A t d l i t ã
Antes de qualquer intervenção,
é necessário ter um diagnóstico credível.
EXEMPLOS DE INTERVENÇÕES EXEMPLOS DE INTERVENÇÕES
R bilit ã t t l
Reabilitação estrutural
Reabilitação energética Reabilitação energética
REABILITAÇÃO CONSTRUTIVA E ESTRUTURAL REABILITAÇÃO CONSTRUTIVA E ESTRUTURAL
Reabilitação “amiga do património”: o novo desafio à criatividade Reabilitação amiga do património : o novo desafio à criatividade
REABILITAÇÃO CONSTRUTIVA E ESTRUTURAL
REABILITAÇÃO CONSTRUTIVA E ESTRUTURAL
REABILITAÇÃO ENERGÉTICA
A bilit ã éti d difí i l t ê
REABILITAÇÃO ENERGÉTICA
A reabilitação energética dos edifícios envolve três passos:
1. Inspecção, diagnóstico e definição da estratégia de intervenção
2. Elaboração do projecto de execução
3. Execução em Obra
2007-05-09
Inspecções e ensaios
Projecto Gestão e Projecto, Gestão e
Consultoria
Fiscalização
Execução dos
M t i i trabalhos
Materiais especializados Principais actividades empresariais
do segmento da reabilitação
27
g ç
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
Quem tem aptidão para a construção nova não tem necessariamente para a reabilitação;
necessariamente para a reabilitação;
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
1 C i i it d i t õ d
1. Cumprir os requisitos das intervenções de conservação
(Eficácia, Compatibilidade, Durabilidade, Reversibilidade e Eficiência)
pressupõe Qualidade.
pressupõe Qualidade.
A falta de qualidade das intervenções é uma das principais causas de degradação do p p g ç
Património.
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
2 A t õ i t i i
2. As cartas e convenções internacionais
apontam claramente para a necessidade de qualificação:
EUROPEAN CHARTER OF THE ARCHITECTURAL HERITAGE (Adopted by EUROPEAN CHARTER OF THE ARCHITECTURAL HERITAGE (Adopted by the Council of Europe, October 1975)
“There are today too few architects, technicians of all kinds, specialized firms and skilled craftsmen to respond to all the needs of restoration. “
and skilled craftsmen to respond to all the needs of restoration.
“The building industry should be urged to adapt itself to these needs.
Traditional crafts should be fostered rather than allowed to die out.”
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
PORQUE EXIGIR QUALIFICAÇÃO?
3 O t d t ã t di i l ã tá
3. O sector da construção tradicional não está à altura dos desafios da conservação do
património.
O “Saber-ser” das empresas é inadequado;
O Saber ser das empresas é inadequado;
O “Saber-fazer” é inadequado ou insuficiente;
A estruturação das empresas na área da qualidade é muito reduzida;
O sistema de qualificação do sector da construção, o “sistema dos alvarás”,
O sistema de qualificação do sector da construção, o sistema dos alvarás , não é adequado à área da Conservação do Património.