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I S A A A SERVIÇO INTERNACIONAL PARA A AQUISIÇÃO DE APLICAÇÕES EM AGROBIOTECNOLOGIA. ISAAA Briefs PRÉVIA

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Área global de plantações transgênicas Em milhões de hectares (1996 a 2003)

Por

Clive James

Presidente do Conselho Diretor do ISAAA

No. 30 - 2003 I S A A A SERVIÇO INTERNACIONAL PARAA AQUISIÇÃO DE APLICAÇÕES EM AGROBIOTECNOLOGIA ISAAA Briefs

Situação Global de Cultivos Transgênicos Comercializados: 2003

PRÉVIA

Plantações GMs em 18 países Total Países industrializados Países em desenvolvimento

Fonte: Clive James, 2003

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Por

Clive James

Presidente do Conselho Diretor do ISAAA

Situação Global de Cultivos Transgênicos Comercializados: 2003

PRÉVIA

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Fondazione Bussolera Branca, Italy The Rockefeller Foundation, USA ISAAA

O ISAAA agradece os fundos concedidos pela Fondazione Bussolera Branca e Rockefeller Foundation para a preparação desta revisão e sua distribuição gratuita aos países em desenvolvimento. O objetivo é disponibilizar informação e conhecimento referentes às plantas transgênicas para a co-munidade científica e para a sociedade, de forma a facilitar discussões transparentes e embasadas sobre o papel potencial dessa tecnologia na segurança global, no que diz respeito à alimentação humana e animal e à oferta de fibras, assim como em uma agricultura mais sustentável. O autor, e não os co-patrocinadores, assume total responsabilidade pelas opiniões expressas nesta publica-ção e por qualquer erro ocasionado por omissão ou interpretapublica-ção equivocada.

Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) (2003) Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) A reprodução desta publicação com propósitos educacionais ou outros objetivos, sem finalidade comercial, é permitida sem autorização prévia do detentor do copyright, desde que a fonte seja identificada.

É proibida a reprodução deste material para venda, ou com outro objetivo comercial, sem autoriza-ção prévia, por escrito, do detentor do copyright.

James, C. 2003. Preview: Global Status of Commercialized Transgenic Crops: 2003. ISAAA Briefs No. 30. ISAAA: Ithaca, NY.

1-892456-34-6

Favor contatar o ISAAA SEAsiaCenter ou escrever para publications@isaaa.org ISAAA SEAsiaCenter

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Ou escreva para info@isaaa.org

Para consultar os resumos executivos de todos os ISAAA Briefs, favor visitar o site do ISAAA, em www.isaaa.org

As versões completas dos ISAAA Briefs também são publicadas eletronicamente pelo CABI Publishing em nome do ISAAA, por meio do AgBiotechNet, em www.agbiotechnet.com

Co-patrocinadores: Publicado por: Copyright: Citação: ISBN: Pedidos de cópias:

Informações sobre o ISAAA:

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CONTEÚDO

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Sumário Executivo ... Lista de Tabelas e Figuras ...

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SUMÁRIO EXECUTIVO

SITUAÇÃO GLOBAL DE CULTIVOS TRANSGÊNICOS COMERCIALIZADOS: 2003

Em 2003, a área global com cultivos transgênicos continuou crescendo pelo séti-mo ano consecutivo, mantendo uma taxa de dois dígitos, de 15%, em compara-ção com a de 12%, obtida em 2002. A área global estimada para cultivos transgênicos em 2003 foi de 67,7 milhões de hectares, incluindo uma estimativa provisória e conservadora de 3 milhões de hectares de soja GM no Brasil (o número final pode ser significativamente superior), oficialmente aprovada para plantio pela primeira vez no mesmo ano. É importante salientar que, mesmo excluindo a área brasileira, os cultivos transgênicos mantiveram o crescimento de dois dígitos, de 10%. A área de 67,7 milhões de hectares, equivalente a 167 milhões de acres, foi cultivada, em 2003, por 7 milhões de agricultores em 18 países, ao passo que, em 2002, eram 6 milhões de agricultores em 16 países. O aumento de área entre 2002 e 2003, de 15%, equivale a 9 milhões de hectares, ou 22 milhões de acres.

Durante um período de oito anos, entre 1996 e 2003, a área global com cultivos transgênicos aumentou 40 vezes, de 1,7 milhão de hectares, em 1996, para 67,7 mi-lhões de hectares, em 2003, com uma proporção de aumento crescente dos países em desenvolvimento. Quase um terço (30%) dessa área global, de 67,7 milhões de hecta-res em 2003, o equivalente a 20 milhões de hectahecta-res, foi plantado em países em de-senvolvimento nos quais o crescimento persiste de forma intensa. É relevante desta-car que, entre 2002 e 2003, o crescimento absoluto da área cultivada com variedades GMs foi praticamente o mesmo em países em desenvolvimento (4,4 milhões de hec-tares) e em nações industrializadas (4,6 milhões de hechec-tares), com um percentual de crescimento mais de duas vezes superior (28%) nos países em desenvolvimento do Hemisfério Sul, em relação aos industrializados do Norte (11%).

Situação Global de Cultivos Geneticamente Modificados (GMs) em 2003

Área com Cultivo GM por País, por Cultivo e por Atributo

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SUMÁRIO EXECUTIVO

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SUMÁRIO EXECUTIVO

aumentou as dificuldades para a projeção da área cultivada com soja GM no País no período 2003/2004. Quando esta publicação foi enviada para impressão, no fim do ano passado, somente 50% da área havia sido plantada no Brasil. Uma estimativa conservadora de 3 milhões de hectares de soja GM foi projetada para o País em 2003, embora esse valor possa ter sido significativamente superior. No mesmo ano, as Fili-pinas plantaram aproximadamente 20 mil hectares de milho Bt pela primeira vez. O Brasil e as Filipinas associaram-se aos 16 países que cultivavam lavouras GMs em 2002, tendo elevado para 18 a quantidade de nações com tais cultivos em 2003, dos quais 11 são países em desenvolvimento e sete, industrializados. Conseqüentemente, esse número cresceu de seis países com lavouras GMs, em 1996, para nove, em 1998, para 13, em 2001, até chegar aos 18, em 2003.

Globalmente, no ano passado, o crescimento continuou nas quatro espécies GMs comercializadas: a soja GM ocupou 41,4 milhões de hectares (61% da área global com lavouras GMs), comparados com os 36,5 milhões de hectares registrados em 2002; o milho GM foi plantado em 15,5 milhões de hectares (23% da área global), em comparação com os 12,4 milhões de hectares de 2002, tendo apresentado a mais alta taxa de crescimento dentre todas as espécies – 25% –, após o crescimento de 27% obtido no ano anterior; o algodão transgênico foi cultivado em 7,2 milhões de hecta-res (11% da área total), acima dos 6,8 milhões de hectahecta-res plantados em 2002; e a canola GM ocupou 3,6 milhões de hectares (5% da área total), enquanto, em 2002, ficou na casa dos 3 milhões de hectares.

Durante um período de oito anos, entre 1996 e 2003, a tolerância a herbicidas foi, de forma consistente, o atributo dominante, seguido pela resistência a insetos. No ano passado, a tolerância a herbicidas, expressa na soja, no milho, na canola e no algodão, ocupou 73%, ou 49,7 milhões de hectares, da área global com lavouras GMs, de 67,7 milhões de hectares. Do restante, 12,2 milhões de hectares (18%) foram cultivados com plantas Bt. A combinação de genes para tolerar herbicidas e resistir a insetos, empregada tanto no algodão quanto no milho, continuou crescendo nesse período e tomou 8%, ou 5,8 milhões de hectares, da área total, em comparação com os 4,4 milhões de 2002. Em 2003, as duas combinações dominantes, planta e atributo, fo-ram a soja tolerante a herbicida, que ocupou 41,4 milhões de hectares, ou 61% da área total plantada com transgênicos, em sete países, e o milho Bt, que totalizou 9,1 mi-lhões de hectares, o equivalente a 13% da área global cultivada com transgênicos, em nove países. Embora o maior incremento no plantio do milho Bt tenha ocorrido nos •

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SUMÁRIO EXECUTIVO

EUA, o crescimento ocorreu nos sete países que o cultivam. Notadamente, a África do Sul plantou 84 mil hectares de milho branco Bt para alimentação humana em 2003, um considerável aumento de 14 vezes em relação a 2001, ano de sua introdu-ção. Tanto o milho quanto o algodão com Bt e tolerância a herbicidas cresceram de forma substancial, o que reflete uma contínua tendência de plantas transgênicas com combinação de genes ocuparem porcentagens crescentes da área global plantada com variedades GMs.

Uma forma útil de oferecer uma perspectiva futura quanto à utilização de plantas GMs é expressar as taxas de adoção das quatro principais culturas transgênicas como porcentagem, em relação a suas áreas totais. Em 2003, 55% dos 76 milhões de hecta-res de soja cultivados em todo o mundo foram transgênicos, em comparação com os 51% de 2002. Dos 34 milhões de hectares de algodão plantados, 21% foram de algo-dão GM, espécie que ocupou 20% do total plantado em 2002. A área cultivada com canola transgênica em 2003 foi de 16%, em comparação com os 12% de 2002. Final-mente, dos 140 milhões de hectares de milho, 11% foram GMs em 2003, o equivalen-te a 15,5 milhões de hectares, o que representa um aumento substancial dianequivalen-te dos 9%, ou 12,4 milhões de hectares, de 2002. Caso as áreas globais (convencional e transgênica) dessas quatro principais lavouras GMs fossem agregadas, somariam 272 milhões de hectares, dos quais 25% plantados com transgênicos em 2003, acima dos 22% de 2002. Pela primeira vez, portanto, um quarto da área agregada das quatro lavouras mencionadas, que totaliza mais de 0,25 bilhão de hectares, é GM. O maior incremento, no ano passado, se referiu aos 4,9 milhões de hectares de soja GM, cor-respondentes a um crescimento anual de 13%, e aos 3,1 milhões de hectares de milho GM, volume equivalente a um expressivo aumento anual de 25%, que seguiu o cres-cimento de 27% registrado em 2002.

A Possível Contribuição das Plantas GMs

Recentemente, o programa World Food divulgou que o número de pessoas desnutri-das aumentou em 25 milhões, passando de 815 milhões para 840 milhões. As ques-tões mais importantes para a biotecnologia, e mais especificamente para as plantas GMs, são sua capacidade de contribuir para:

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SUMÁRIO EXECUTIVO

o aumento da produtividade das lavouras, colaborando, dessa forma, para a segu-rança global no que diz respeito à alimentação humana e animal e à oferta de fibras;

a conservação da biodiversidade por meio da redução da área cultivada, graças a uma tecnologia que possibilita maior produtividade;

o uso eficiente de insumos, o que significa uma agricultura mais sustentável, que, conseqüentemente, ajude a preservar o meio ambiente;

estabilidades crescentes da produção, reduzindo a penúria decorrente de fatores como os estresses abióticos e bióticos;

a melhoria dos benefícios econômicos e sociais, assim como o alívio da extrema pobreza nos países em desenvolvimento.

• • • •

A experiência dos oito primeiros anos de cultivo de lavouras GMs, de 1996 a 2003, durante os quais a área acumulada excedeu 300 milhões de hectares plantados com variedades GMs globalmente em 21 países (cerca de 750 milhões de acres, equiva-lentes a quase um terço da extensão territorial dos EUA ou da China), atingiu as expectativas de milhões de grandes e pequenos fazendeiros, tanto nos países industri-alizados quanto naqueles em desenvolvimento. Coincidindo com a confirmação de evidências de que a comercialização de plantas GMs continua a acarretar benefícios econômicos, ambientais e sociais para pequenos e grandes produtores rurais em paí-ses em desenvolvimento e industrializados, em 2003 a área global com lavouras transgênicas permaneceu crescendo de forma sustentada a taxas anuais de dois dígi-tos, superiores a 10%. A quantidade de fazendeiros que se beneficiaram das varieda-des GMs manteve-se em crescimento, tendo atingido 7 milhões no ano passado, en-quanto, em 2002, esse número foi de 6 milhões. Notavelmente, mais de 85% desses 7 milhões foram constituídos por agricultores de baixa renda que plantaram algodão Bt, sobretudo em nove províncias da China, assim como em Makhathini Flats, na província sul-africana de KwaZulu-Natal.

O Valor Global das Plantas GMs

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viii

SUMÁRIO EXECUTIVO

transgênicos é baseado no preço de venda das sementes mais as taxas referentes ao emprego da tecnologia. Para 2005, estima-se que esse valor será de US$ 5 bilhões ou mais.

Considerações Finais e Perspectivas Futuras

• A despeito do debate em andamento na União Européia, existe razão para um otimis-mo cauteloso de que a área global e o número de agricultores que cultivam plantas GMs continuarão crescendo em 2004 e nos anos seguintes. Levando-se todos os fato-res em consideração, a projeção para os próximos cinco anos indica um cfato-rescimento contínuo na área global com cultivos GMs, com aproximadamente 100 milhões de hectares cultivados e com até 10 milhões de agricultores plantando transgênicos em pelo menos 25 países. Acredita-se que haverá um aumento expressivo na quantidade global e na proporção de pequenos agricultores de países em desenvolvimento que cultivam plantas GMs. Os mercados das nações que plantam transgênicos permane-cerão crescendo em termos de área cultivada com variedades GMs, com um portfólio mais diversificado de produtos disponíveis. Novos países produtores de GMs do He-misfério Sul, como Índia e Brasil, ampliarão a área plantada com algodão Bt e soja tolerante a herbicida, respectivamente, e outros, a exemplo do Uruguai, aprovarão novos produtos, como o milho GM, já em utilização em outras localidades. Os produ-tos com novas propriedades que contribuirão para um crescimento sustentado inclu-em o algodão com dois genes Bt (cry1Ac e cry1Ab) e dois recentes genes introduzidos em milho na América do Norte, ainda em 2003: o cry3Bb1 para o controle de “vaqui-nha” no sistema radicular e o gene cry1Fa2 no milho Bt, com ação mais ampla sobre lepidópteros-praga. Além do mais, cinco produtos com genes Bt e produtos baseados em novos genes para resistência de milho a insetos deverão ser lançados no mercado nos próximos três anos. Portanto, a área global do milho GM com atributos como resistência a insetos e tolerância a herbicidas, além de atributos cumulativos, prova-velmente crescerá de maneira expressiva num futuro próximo. Com a aprovação da soja GM no Brasil para a safra 2003/2004, é possível que a área total ocupada por essa planta experimente novamente elevadas taxas de crescimento em curto e médio prazos.

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economias da América Latina – Argentina, Brasil e México (população de 300 mi-lhões e PIB de US$ 1,5 trilhão) – e a maior economia do continente africano – África do Sul (população de 45 milhões e PIB de US$ 130 bilhões) cultivaram oficialmente plantas GMs. A população acumulada de 2,85 bilhões e o PIB total superior a US$ 3 trilhões têm recebido os significativos benefícios que as lavouras GMs podem ofere-cer. Os dez principais produtores de transgênicos, cada um dos quais com área plan-tada com variedades GMs superior a 50 mil hectares em 2003, tinham população acumulada de aproximadamente 3 bilhões de pessoas, número próximo à metade da população mundial, e PIB acumulado de US$ 13 trilhões, quase a metade dos US$ 30 trilhões do PIB global. No ano passado, as plantas GMs foram cultivadas em 18 paí-ses com população combinada de 3,4 bilhões de habitantes, abrangendo seis conti-nentes no Norte e no Sul: Ásia, África, América Latina, América do Norte, Europa e Oceania. Conseqüentemente, apesar da contínua controvérsia envolvendo os cultivos transgênicos, a área e o número de agricultores que adotam plantas GMs vêm cres-cendo todos os anos de forma contínua, a taxas com dois dígitos ou mais, desde sua introdução, em 1996, tendo totalizado 7 milhões de agricultores beneficiados pela tecnologia em 2003.

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabelas

Tabela 1. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003

Tabela 2. Área Global com Cultivos Transgênicos em 2002 e 2003: Países Industrializados e em Desenvolvimento

Tabela 3. Área Global com Cultivos Transgênicos em 2002 e 2003: por País

Tabela 4. Área Global com Plantios Transgênicos em 2002 e 2003: por Cultivo

Tabela 5. Área Global com Cultivos Transgênicos em 2002 e 2003: por Atributo

Tabela 6. Cultivos Transgênicos Dominantes em 2003

Tabela 7. Área Cultivada com Transgênicos como % da Área Total dos Principais Cultivos em 2003 (em Milhões de Hectares)

Figuras

Figura 1. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003

Figura 2. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003: Países Industrializados e em Desenvolvimento

Figura 3. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003: por País e para os seis principais com lavouras GMs

Figura 4. Área Global com Plantios Transgênicos, de 1996 a 2003: por Cultivo

Figura 5. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003: por Atributo

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Por

Clive James

Presidente do Conselho Diretor do ISAAA

Situação Global de Cultivos Transgênicos Comercializados: 2003

PRÉVIA

Introdução

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PRÉVIA: Situação Global de Cultivos Transgênicos Comercializados: 2003

impacto direto nos custos dos meios usados para seu controle, enquanto as vantagens econômicas das plantas GMs são válidos em qualquer tempo e local.

Apesar do debate em andamento acerca dos cultivos GMs, particularmente em países da União Européia, milhões de grandes e pequenos agricultores, tanto das nações industri-alizadas quanto das nações em desenvolvimento, continuam incrementando o plantio de lavouras transgênicas ano após ano, devido aos múltiplos e expressivos benefícios pro-porcionados por essa tecnologia. A elevada taxa de adoção é forte voto de confiança nas plantas GMs, refletindo a satisfação dos agricultores de tais países. Cerca de 6 milhões de produtores cultivaram lavouras transgênicas em 2002 e obtiveram inúmeros benefíci-os, os quais incluíram significativas vantagens em aspectos agronômicbenefíci-os, ambientais, sociais e econômicos. A Revisão Global do ISAAA, em 2002, previu que o número de agricultores que plantam transgênicos e a área global com lavouras GMs continuariam crescendo em 2003. A população mundial excedeu os 6 bilhões de habitantes em 2000 e espera-se que ultrapasse os 9 bilhões por volta do ano 2050, quando aproximadamente 90% das pessoas residirão na Ásia, na África e na América Latina. Atualmente, 840 milhões de indivíduos nos países em desenvolvimento sofrem de desnutrição, enquanto a pobreza atinge 1,3 bilhão. As plantas transgênicas representam uma tecnologia pro-missora que pode contribuir de forma vital para a segurança global na alimentação hu-mana e de animais e na oferta de fibras, além de reduzir a pobreza.

As questões mais importantes para a biotecnologia, e mais especificamente para as plan-tas GMs, são sua capacidade em contribuir para:

o aumento da produtividade das lavouras, colaborando, dessa forma, para a segu-rança global no que diz respeito à alimentação humana e animal e à oferta de fibras;

a conservação da biodiversidade por meio da redução da área cultivada, graças a uma tecnologia que possibilita maior produtividade;

o uso eficiente de insumos, o que significa uma agricultura mais sustentável, que, conseqüentemente, ajude a preservar o meio ambiente;

a estabilidade crescente da produção, reduzindo a penúria decorrente de fatores como os estresses abióticos e bióticos;

a melhoria dos benefícios econômicos e sociais, assim como o alívio da extrema pobreza nos países em desenvolvimento.

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PRÉVIA: Situação Global de Cultivos Transgênicos Comercializados: 2003

Propõe-se que uma combinação de aplicações convencionais e biotecnológicas seja ado-tada como o componente tecnológico de uma estratégia global volado-tada para a segurança alimentar e para a produção de fibras, que também vise a outros pontos críticos, incluin-do o controle populacional e a melhor distribuição de alimentos e fibras. A aincluin-doção de tal estratégia permitiria à sociedade continuar a receber os benefícios que o melhoramento de plantas oferece à população mundial.

Desde 1986 o autor tem publicado anualmente revisões sobre o cultivo de transgênicos no mundo, na forma de ISAAA Briefs. Esta publicação, uma prévia da Revisão Anual de 2003, a ser publicada posteriormente, fornece as últimas informações no status global de plantas transgênicas comercializadas no ano passado. Um conjunto de dados detalhados acerca da adoção de plantas GMs comercializadas é apresentado para o ano de 2003 e as mudanças que ocorreram entre 2002 e 2003 são destacadas. As tendências do emprego global de cultivos transgênicos durante os últimos oito anos, de 1996 a 2003, também encontram-se aqui ilustradas. O contínuo debate sobre transgênicos na Europa, a divisão de forças globais em decorrência da Guerra do Iraque e o status da economia mundial não propiciaram um ambiente favorável para o crescimento global das variedades GMs em 2003. A presente prévia documenta dados globais a respeito da utilização e da distri-buição de plantios GMs no ano passado.

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Área Global com Cultivos Transgênicos em 2003

Em 2003, a área global cultivada com transgênicos continuou crescendo pelo sétimo ano consecutivo, com taxa de 15%, em comparação com os 12% registrados em 2002. A área global com lavouras GMs para 2003 foi estimada em 67,7 milhões de hectares, extensão que inclui uma estimativa conservadora de 3 milhões de hectares da soja GM no Brasil, oficialmente liberada para plantio pela primeira vez no ano passado. O Brasil aprovou a soja tolerante a herbicida no fim de setembro de 2003, imediatamente antes do início da época de plantio. Essa aprovação tardia aumentou as dificuldades para a projeção da área plantada com soja GM no País no período 2003/2004. Quando esta publicação foi envi-ada para impressão, no fim de 2003, somente 50% da área havia sido plantenvi-ada no Brasil. Uma estimativa provisória e conservadora de 3 milhões de hectares de soja GM foi projetada para o País no ano passado, embora a área efetivamente ocupada pela varieda-de possa ser significativamente superior. É importante notar que uma expressiva taxa varieda-de crescimento de 10% foi obtida em 2003, mesmo com a exclusão do número relativo à soja tolerante a herbicida no Brasil. Os 67,7 milhões de hectares de cultivos GMs, equi-valentes a 167 milhões de acres, foram cultivados por 7 milhões de agricultores em 18 países, enquanto, em 2002, havia 6 milhões de agricultores em 16 países. Examinando-se com maior profundidade a área global plantada com transgênicos, 67,7 milhões de hectares equivalem a 7% da extensão total da China (956 milhões de hectares) ou dos EUA (981 milhões de hectares) e a quase três vezes a área do Reino Unido (24,4 milhões de hectares). O aumento de área entre 2002 e 2003, de 15%, corresponde a 9 milhões de hectares, ou 22 milhões de acres.

Durante um período de oito anos, entre 1996 e 2003, a área global com lavouras transgênicas aumentou 40 vezes, de 1,7 milhão de hectares, em 1996, para 67,7 milhões de hectares, em 2003 (figura 1). Essa taxa de adoção de tecnologia é uma das mais elevadas na agricultura, refletindo a aceitação crescente dos transgênicos pelos agricul-tores que empregam plantas GMs, tanto nos países industrializados quanto nos países em desenvolvimento. Durante tal período, o número de nações que cultivam transgênicos mais que duplicou, tendo saído de seis, em 1996, para nove, em 1998, para 12, no ano de 1999, até chegar aos 18, em 2003.

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Tabela 1. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003

Hectares Acres

(em milhões) (em milhões)

1996 1,7 4,3 1997 11,0 27,5 1998 27,8 69,5 1999 39,9 98,6 2000 44,2 109,2 2001 52,6 130,0 2002 58,7 145,0 2003 67,7 167,2

Aumento de 15%, ou seja, 9 milhões de hectares, ou 22,2 milhões de acres, entre 2002 e 2003.

Fonte: Clive James, 2003.

Figura 1. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003 (em Milhões de Hectares)

Fonte: Clive James, 2003.

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Figura 2. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003: Países Industrializados e em Desenvolvimento (em Milhões de Hectares)

Fonte: Clive James, 2003.

Países em Desenvolvimento Países Industrializados

Tabela 2. Área Global com Cultivos Transgênicos em 2002 e 2003: Países Industrializados e em Desenvolvimento (em Milhões de Hectares)

2002 % 2003 % +/- % Países 42,7 73 47,3 70 4,6 + 11 Industrializados Países em 16,0 27 20,4 30 4,4 + 28 Desenvolvimento TOTAL 58,7 100 67,7 100 9,0 + 15

Fonte: Clive James, 2003.

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Distribuição de Cultivos Transgênicos em Países Industrializados e em Desenvolvimento

A figura 2 mostra as áreas relativas com cultivos transgênicos em países industrializados e em desenvolvimento no período entre 1996 e 2003. Ela ilustra claramente que, enquan-to uma porção considerável de plantas GMs tem sido cultivada nas nações industrializa-das, a proporção de tais plantios nos países em desenvolvimento vem crescendo consis-tentemente: de 14%, em 1997, saltou para 16%, em 1998, para 18%, em 1999, para 24%, em 2000, para 26%, em 2001, para 27%, em 2002, até chegar a 30%, em 2003. No ano passado, portanto, mais de um quarto (30%) da área global plantada com transgênicos, de 67,7 milhões de hectares (tabela 2), o equivalente a 20,4 milhões de hectares, foi cultivado nesses países, nos quais o crescimento permaneceu intenso entre os anos de 2002 e 2003. A área ocupada com variedades GMs em tais nações cresceu, em 2003, em parte devido à inclusão da área brasileira plantada com soja GM pela primeira vez. En-tretanto, igualmente relevante é o crescimento forte e contínuo na China, na Argentina, na África do Sul e na Índia. Este último país, aliás, plantou quase 100 mil hectares de algodão Bt pelo segundo ano consecutivo. Em 2003, quase um terço (30%) da área glo-bal cultivada com transgênicos, de 67,7 milhões de hectares, o equivalente a mais de 20 milhões de hectares, estava em países em desenvolvimento, onde tais lavouras continu-am crescendo com vigor. É importante notar que o crescimento absoluto da área plantada com variedades GMs entre 2002 e 2003 foi quase o mesmo nos países em desenvolvi-mento (4,4 milhões de hectares) e nos industrializados (4,6 milhões de hectares). Já o porcentual foi mais do que o dobro (28%) nas nações em desenvolvimento do Hemisfé-rio Sul, em relação às nações industrializadas do Norte (11%).

Distribuição de Cultivos Transgênicos por País

Em 2003, seis países principais cultivaram 99% da área total do mundo plantada com transgênicos, extensão que, em 2002, ficou nas mãos de quatro países. Esse fato reflete a participação crescente de novas nações entre os principais produtores de transgênicos, havendo atualmente dez países que cultivam pelo menos 50 mil hectares de cultivos GMs. Os EUA plantaram 42,8 milhões de hectares (63% da área total ocupada por GMs), seguidos pela Argentina, com 13,9 milhões de hectares (21%), pelo Canadá, com 4,4 milhões de hectares (6%), pelo Brasil, com 3 milhões de hectares (4%), pela China, com 2,8 milhões de hectares (4%), e pela África do Sul, com 0,4 milhão de hectares (1%) (tabela 3 e figura 3). Vale mencionar que os seis principais cultivadores de plantas GMs

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pela primeira vez incluem mais países em desenvolvimento – como Argentina, Brasil, China e África do Sul – do que países industrializados – caso dos EUA e do Canadá. Das seis nações mencionadas, o Brasil autorizou oficialmente o cultivo de plantas GMs pela primeira vez em 2003, ao passo que as outras cinco registraram crescimento em tais cultivos entre 2002 e 2003 (tabela 3 e figura 3). A estimativa de 3 milhões de hectares plantados com soja tolerante a herbicida em terras brasileiras é conservadora, razão pela qual a área final da safra 2003/2004 pode ser consideravelmente maior. A maior parte da área está no Estado do Rio Grande do Sul, onde essa soja vem sendo cultivada extra-oficialmente há vários anos.

Dos seis países que lideram a produção de cultivos GMs, China e África do Sul tiveram o maior incremento anual, com taxa de crescimento de 33%. A China aumentou sua área de algodão Bt pelo quinto ano consecutivo, de 2,1 milhões de hectares, em 2002, para 2,8 milhões, em 2003, equivalentes a 58% da área cultivada com algodão no ano passado, de 4,8 milhões de hectares. Em 2003, a África do Sul elevou a área combinada com milho, soja e algodão transgênicos para 0,4 milhão de hectares, com acentuado crescimento no cultivo de milho branco para alimentação humana, que saltou de 6 mil hectares, em 2001, para 84 mil hectares, em 2003. No Canadá, a área cultivada com plantios GMs cresceu 26% entre 2002 e 2003, tendo alcançado 4,4 milhões de hectares, dos quais 1 milhão de hectares se referem ao aumento das áreas GMs de três lavouras: canola, milho e soja.

A despeito da crise econômica na Argentina e da elevada taxa de adoção de soja transgênica – que se aproximou de 100% em 2002 –, a taxa de crescimento de cultivos GMs perma-neceu aumentando em 2003, num total de aproximadamente 13,9 milhões de hectares. O emprego do milho Bt cresceu continuamente, representando, agora, 40% da área desti-nada a esse grão. O crescimento de um ano para o outro nos EUA foi de 10%. A Índia, que em 2002 cultivou o algodão Bt pela primeira vez, aumentou a área ocupada por essa planta em aproximadamente 100% em 2003, tendo alcançado 100 mil hectares. Acredi-ta-se, assim, que haja novo crescimento em 2004 nesse país.

Na Austrália, a área com plantios GMs decresceu ligeiramente devido a uma severa estiagem, considerada a pior em séculos. Essa situação de seca reduziu a área total plan-tada com algodão em aproximadamente um terço, em relação à extensão normalmente cultivada. Vale salientar que a Espanha, o único país da União Européia que planta transgênicos, aumentou a área cultivada com milho Bt em um terço – de 25 mil hectares,

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em 2002, para 32 mil, em 2003, o que representa mais de 6% da área total plantada com milho. Da mesma forma, o Uruguai e a Romênia registram incrementos expressivos, tendo ultrapassado 50 mil hectares de lavouras GMs pela primeira vez, enquanto países que introduziram lavouras GMs em 2002, como Colômbia e Honduras, apresentaram crescimentos modestos.

Os 18 países que plantaram lavouras GMs em 2003 estão ilustrados na figura 3 e listados em ordem decrescente das áreas cultivadas com variedades GMs na tabela 3. Há 11 nações em desenvolvimento, cinco industrializadas e duas do Leste Europeu. Em 2003,

Tabela 3. Área Global com Cultivos Transgênicos em 2002 e 2003: por País (em Milhões de Hectares)

2002 % 2003 % +/- % EUA* 39,0 66 42,8 63 + 3,8 + 10 Argentina* 13,5 23 13,9 21 + 0,4 + 3 Canadá* 3,5 6 4,4 6 + 0,9 + 26 Brasil* —— —— 3,0 4 + 3,0 —— China* 2,1 4 2,8 4 + 0,7 + 33 África do Sul* 0,3 1 0,4 1 + 0,1 + 33 Austrália* 0,1 <1 0,1 <1 —— —— Índia* <0,1 <1 0,1 <1 + 0,05 + 100 Romênia* <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Uruguai* <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Espanha <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— México <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Filipinas —— —— <0,1 <1 <0,1 —— Colômbia <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Bulgária <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Honduras <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Alemanha <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Indonésia <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— TOTAL 58,7 100 67,7 100 + 9,0 + 15%

Fonte: Clive James, 2003. *Países que plantaram mais de 50 mil hectares de cultivos GMs em 2003.

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Figura 3. Área Global (em Milhões de Hectares) com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003, por País e para os Seis Principais com Lavouras GMs.

Fonte: Clive James, 2003.

Milhões de Hectares África do Sul Estados Unidos Argentina China Brasil Canadá

PRÉVIA: Situação Global de Cultivos Transgênicos Comercializados: 2003

EUA Argentina Canadá Brasil China África do Sul Austrália Índia Romênia Uruguai Aumento com relação a 2002

18 países que adotaram cultivos transgênicos

Em 2003, a área global cultivada com transgê-nicos foi de 67.7 milhões de hectares, represen-tando um aumento de 15% com relação a 2002.

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os transgênicos foram cultivados comercialmente nos seis continentes do mundo – Amé-rica do Norte, AméAmé-rica Latina, Ásia, Oceania, Europa (oriental e ocidental) e ÁfAmé-rica. Os seis principais produtores de GMs plantaram 99% da área global ocupada por transgênicos, enquanto o 1% restante ficou nas mãos dos demais 12 países. Tanto a Austrália quanto a Índia cultivaram aproximadamente 100 mil hectares, enquanto na Romênia e no Uruguai as plantas GMs ocuparam mais de 50 mil hectares. Veja, na tabela 3, a listagem dos países que cultivaram pelo menos 50 mil hectares de lavouras GMs no ano de 2003. Os parágrafos seguintes oferecem uma análise mais detalhada da situação dos transgênicos em algumas nações.

Nos EUA, foi estimado um aumento líquido de 3,8 milhões de hectares nas lavouras transgênicas em 2003, determinado pelo incremento considerável das áreas cultivadas com milho e soja GMs. Houve ainda uma ligeira queda nas áreas plantadas com canola resistente a herbicida e algodão GM. A redução do plantio deste último foi atribuída a seu contínuo baixo preço internacional, o qual tornou essa lavoura menos lucrativa que a soja e o milho, que cresceram em área graças ao menor plantio de algodão.

Na Argentina, apesar da crise econômica, em 2003 registrou-se um aumento de 400 mil hectares de cultivos GMs em decorrência da elevação de 40% na área plantada com milho Bt e do crescimento contínuo da área cultivada com soja tolerante a herbicida, mesmo com taxa de adoção próxima de 100% (entre 98% e 99%) durante os últimos dois anos.

No Canadá, observou-se um incremento de 26% na área com lavouras GMs, equivalente a um aumento de 0,9 milhão de hectares, de 3,5 milhões, em 2002, para 4,4 milhões, em 2003. A elevada taxa de crescimento reflete o maior plantio de canola em 2003, após a seca de 2002, assim como o expressivo crescimento no cultivo de milho e soja transgênicos.

Na China, a área cultivada com algodão Bt aumentou 0,7 milhão de hectares, o equiva-lente a 33% de crescimento, tendo saído de 2,1 milhões de hectares, em 2002, para 2,8 milhões, em 2003. No ano passado, um número estimado em 6 milhões de pequenos agricultores cultivou algodão Bt na China, em comparação com 5 milhões, em 2002. Em escala mundial, a quantidade total de agricultores que cultivam lavouras GMs é de pelo menos 7 milhões, dos quais 85% são pessoas de limitados recursos de países em desen-volvimento.

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Um aumento expressivo na área cultivada com plantas GMs foi registrado na África do Sul, onde, estima-se, a área acumulada de milho, algodão e soja transgênicos tenha atin-gido 400 mil hectares em 2003. Em decorrência da persistência da grave seca na Austrá-lia, é pouco provável que a extensão ocupada pelo algodão na safra 2003/2004 seja supe-rior a 170 mil hectares (aproximadamente um terço da área total com lavouras de dão, de 450 mil hectares). Tal fato resultou em uma redução da área plantada com algo-dão GM para aproximadamente 100 mil hectares em 2003, o que corresponde a 59% da área total. Em 2003 é possível que a área cultivada com o algodão transgênico tenha englobado cerca de 25 mil hectares com plantas com um ou dois genes Bt, uma área similar com genes combinados (Bt e tolerância a herbicidas) e aproximadamente 50 mil hectares com algodão GM tolerante a herbicidas, num total de 100 mil hectares em 2003/ 2004. Na Austrália, está em vigor uma limitação quanto à porcentagem de algodão Bt autorizada para cultivo nessa safra. A planta com um único gene Bt pode ser cultivada em até 15% de qualquer propriedade e a área acumulada de algodão com um e dois genes Bt deve ficar restrita a, no máximo, 40% de qualquer propriedade. De maneira geral, a con-tinuidade dos baixos preços internacionais do algodão não tem sido fonte de incentivo para os cotonicultores. Em 2003, a área total cultivada com algodão GM nos EUA sofreu ligeira redução – da ordem de 5%, equivalente a 200 mil hectares –, mas esse declínio foi compensado por um expressivo aumento de 33% – correspondente a 700 mil hectares – na China. Em 2002, pela primeira vez a Índia cultivou cerca de 50 mil hectares de algo-dão Bt, tendo dobrado essa área, em 2003, para aproximadamente 100 mil hectares, um aumento considerável, porém abaixo das expectativas de alguns analistas de mercado. A Romênia aumentou, em 2003, sua área plantada com soja transgênica em 50%, tendo atingido 70 mil hectares. A Espanha ampliou a área ocupada pelo milho Bt em um terço, alcançando 32 mil hectares, acima dos 25 mil hectares registrados em 2002. No restante da Europa, a Alemanha continuou cultivando uma área simbólica com milho Bt e, de forma similar, a Bulgária prosseguiu plantando alguns milhares de hectares de milho tolerante a herbicidas com permissão do governo. O México permanece com pequena área de soja GM e algodão Bt. O Uruguai triplicou a extensão das lavouras GMs, tendo passado de 20 mil hectares de soja tolerante a herbicida para algo em torno de 60 mil hectares. Além disso, aprovou o cultivo do milho Bt pela primeira vez em 2003. Na Indonésia, relatos não-oficiais indicam que agricultores plantaram em Sulawesi uma pe-quena área com algodão Bt, imediatamente antes do fechamento da usina de beneficiamento que prestava serviços aos produtores da região que cultivavam esse tipo de algodão.

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A Colômbia, na América Latina, expandiu para aproximadamente 5 mil hectares a área ocupada pelo algodão Bt, desde que ele passou a ser cultivado, em 2002. Da mesma forma, Honduras ampliou sua área plantada com milho Bt, após ter sido o primeiro país da América Central a cultivar lavouras GMs em 2002 por meio da introdução, no país, de uma lavoura pré-comercial de milho Bt com 500 hectares.

Em 2003, houve um incremento no número de países que cultivam transgênicos. Dois novos países, Brasil e Filipinas, associaram-se ao crescente grupo de tais produtores. Notavelmente, o Brasil – que é o segundo maior produtor mundial de soja – aprovou, em setembro de 2003, o plantio da soja tolerante a herbicida. Em outro desdobramento estra-tégico, as Filipinas cultivaram aproximadamente 20 mil hectares de milho GM pela pri-meira vez. Trata-se do primeiro alimento de destaque sob comercialização na Ásia, onde são plantados 30% dos 140 milhões de hectares de milho em escala global, com a China cultivando 25 milhões de hectares e produção expressiva na Índia, na Indonésia, na Tailândia e no Vietnã.

A diversidade de grupos de plantas GMs aprovadas continuou em expansão em 2003. De interesse especial foi a introdução, nos EUA, do gene Bt cry3Bb1 (evento MON 863) para o controle de “vaquinha”, uma praga primária de grande impacto econômico, que custa anualmente algo em torno de US$ 1 bilhão aos agricultores americanos devido às perdas provocadas e aos gastos para seu controle. O gene cry3Bb1 foi empregado no evento MON 863 e brevemente será oferecido em plantas GMs com dois genes, junta-mente com o cry1Ab. O Canadá também aprovou o evento MON 863 para plantio. O gene Bt denominado cry1Fa2 (evento TC 1507) foi igualmente comercializado pela primeira vez nos EUA no ano passado. O gene cry1Fa2, usado no evento TC 1507, oferece um amplo espectro de atividade, incluindo excelente proteção contra a primeira e segunda gerações da broca européia do colmo (Ostrinia nubilalis), da broca (Diatraea

grandiosella), da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) e da lagarta Loxagrotis albicosta, assim como controle moderado da

lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea). O evento TC 1507 foi também aprovado para plantio no Cana-dá.

Pela primeira vez, em 2003, o milho Bt com o evento MON 810 (cryAb1) foi aprovado para comercialização no Uruguai. O gene cry1Ab possibilita excelente controle da broca européia do colmo, da Southwestern corn borer, da broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea

saccharalis), da Southern corn stalk borer (Diatraea crambidoides), da Asian corn borer

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Tabela 4. Área Global com Plantios Transgênicos em 2002 e 2003: por Cultivo (em Milhões de Hectares)

Cultivo 2002 % 2003 % +/- % Soja 36,5 62 41,4 61 + 4,9 + 13 Milho 12,4 21 15,5 23 + 3,1 + 25 Algodão 6,8 12 7,2 11 + 0,4 + 6 Canola 3,0 5 3,6 5 + 0,6 + 20 Abóbora <0,1 <1 <0,1 <1 —— —— Mamão <0,1 <1 <0,1 <1 —— —— Total 58,7 100 67,7 100 + 9,0 + 15

Fonte: Clive James, 2003.

Figura 4. Área Global com Plantios Transgênicos, de 1996 a 2003: por Cultivo (em Milhões de Hectares)

Fonte: Clive James, 2003. Soja Milho Algodão Canola

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(Ostrinia furnacalis), das brocas do gênero Chilo e da lagarta-da-espiga durante o está-gio vegetativo, além de controle moderado desta última durante o estáestá-gio de espiga.

Distribuição de Plantios Transgênicos por Cultivo

A figura 4 ilustra a distribuição da área global com lavouras transgênicas para os princi-pais cultivos entre 1996 e 2003. Demonstra-se claramente a supremacia da soja transgênica em 2003, com ocupação de 61% da área global cultivada com plantas GMs. Vale salien-tar que toda a soja GM plantada é tolerante a herbicida. A soja GM manteve, no ano passado, sua posição como a lavoura transgênica que compreende a maior área, tendo ocupado, em termos globais, 41,4 milhões de hectares. O milho transgênico ficou em segundo lugar, com 15,5 milhões de hectares, o algodão, em terceiro, com 7,2 milhões de hectares, e, finalmente, o quarto lugar coube à canola, com 3,6 milhões de hectares (tabe-la 4).

Estima-se que a área global plantada com soja tolerante a herbicidas tenha crescido 4,9 milhões de hectares em 2003, o equivalente a um incremento de 13%. Ganhos significa-tivos com a soja transgênica foram relatados nos EUA, com mais de 80% da área do país com cultivos de soja – 30 milhões de hectares – plantada com a variedade que tolera herbicidas. Pela primeira vez, em 2003, o Brasil plantou uma área estimada em 3 mi-lhões de hectares com essa soja GM – o que constitui uma estimativa conservadora –, enquanto a Argentina relatou que 98% dos 13 milhões de hectares cultivados com o grão foram plantados com variedades tolerantes a herbicida. O Canadá, pela primeira vez, atingiu 0,5 milhão de hectares com a soja que tolera herbicidas. Tanto a Romênia quanto o Uruguai, também pela primeira vez, plantaram mais de 50 mil hectares de soja GM, enquanto a África do Sul e o México cultivaram, respectivamente, 10 mil e 20 mil hecta-res da soja tolerante a herbicidas.

Em 2003, a área ocupada pelo milho transgênico apresentou o maior crescimento porcentual, de 25%, seguida pela de canola, com 20%, pela de soja, com 13%, e pela de algodão, com 6%. O crescimento de 25% do milho GM segue o de 27%, observado em 2002, e ocorreu nos EUA em sua maior parte, mas também foi expressivo no Canadá, na Argentina, na África do Sul e na Espanha, assim como em países que, pela primeira vez, permitiram o cultivo desse grão, como Honduras, Filipinas e Uruguai. Na África do Sul, o milho Bt amarelo, usado para alimentação animal, passou de 175 mil hectares, em 2002, para 200 mil, em 2003, o equivalente a um incremento de aproximadamente 20%.

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Tabela 5. Área Global com Cultivos Transgênicos em 2002 e 2003: por Atributo (em Milhões de Hectares)

Atributo 2002 % 2003 % +/- % Tolerância a Herbicidas (TH) 44,2 75 49,7 73 + 5,5 + 12 Resistência a Insetos (Bt) 10,1 17 12,2 18 2,1 + 20 Bt/TH 4,4 8 5,8 9 1,4 + 32 Resistência a Vírus/Outros <0,1 <1 <0,1 <1 <0,1 —— Total Geral 58,7 100 67,7 100 + 9,0 + 15

Fonte: Clive James, 2003.

Figura 5. Área Global com Cultivos Transgênicos, de 1996 a 2003: por Atributo (em Milhões de Hectares)

Fonte: Clive James, 2003.

Resistência a Insetos

PRÉVIA: Situação Global de Cultivos Transgênicos Comercializados: 2003

Tolerância a Herbicidas

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De forma marcante, o milho Bt branco, utilizado na alimentação humana e introduzido no país em 2001, quando ocupou 6 mil hectares – ou 0,3 % da área total plantada com milho branco –, apresentou um incremento de quase 15 vezes, tendo atingido 84 mil hectares em 2003 – ou 8% da área total, de 1,8 milhão de hectares.

A área globalmente cultivada com algodão GM no mundo teve um incremento de 400 mil hectares, o que representa 6% a mais em relação a 2002. Nos EUA, a área ocupada pelo algodão GM foi aproximadamente 5% menor que em 2002 e, na Austrália, mante-ve-se constante, mas, na China, o aumento foi da ordem de 700 mil hectares, o que representa um incremento de 33%, em comparação com o ano anterior.

Estima-se que, no ano passado, a área global cultivada com canola transgênica tenha aumentado 0,6 milhão de hectares, de 3 milhões de hectares, em 2002, para 3,6 milhões, em 2003. O Canadá seria o responsável por todo o incremento observado, já que, nos EUA, a área plantada com canola GM sofreu ligeira redução. Do total cultivado em 2003 no Canadá – 4,7 milhões de hectares –, 3,2 milhões foram ocupados pela canola GM que tolera herbicidas, com um adicional de 22% da variedade tolerante a herbicida obtida por mutagênese e com somente 10% da canola convencional.

Distribuição de Cultivos Transgênicos por Atributo

Ao longo de um período de oito anos, entre 1996 e 2003, a tolerância a herbicidas foi consistentemente o atributo dominante, coma resistência a insetos tendo ficado com a segunda posição (figura 5). Em 2003, a tolerância a herbicidas, expressa na soja, no milho e no algodão, ocupou 73% dos 67,7 milhões de hectares cultivados com transgênicos (tabela 5). No mesmo ano, 12,2 milhões de hectares foram plantados com lavouras Bt, o que representa 18% do total cultivado com transgênicos. Por sua vez, os genes acumula-dos para tolerância a herbicidas e resistência a insetos em algodão e milho ocuparam 9% da área global plantada com variedades GMs. É importante mencionar que, entre 2002 e 2003, enquanto a área com lavouras tolerantes a herbicidas apresentou um incremento de 12% (5,5 milhões de hectares), nas lavouras Bt o crescimento foi significativamente maior, de 20% (2,1 milhões de hectares). Isso reflete o expressivo aumento na adoção do milho com um gene Bt (1,4 milhão de hectares) e o incremento de 0,7 milhão de hectares no emprego do milho com associação dos genes Bt e de tolerância a herbicidas, totalizando 2,1 milhões de hectares. Enquanto a maior parte do crescimento do milho Bt ocorreu nos EUA, aumentos significativos também foram registrados na Argentina, na África do Sul e na Espanha.

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Tabela 6. Cultivos Transgênicos Dominantes em 2003

Cultura Milhões de Hectares % Transgênico

Soja Tolerante a Herbicida 41,4 61%

Milho Bt 9,1 13%

Canola Tolerante a Herbicida 3,6 5%

Milho Bt/Tolerante a Herbicida 3,2 5%

Milho Tolerante a Herbicida 3,2 5%

Algodão Bt 3,1 5%

Algodão Bt/Tolerante a Herbicida 2,6 4%

Algodão Tolerante a Herbicida 1,5 2%

Total 67,7 100%

Fonte: Clive James, 2003.

Cultivos Transgênicos Dominantes em 2003

Em 2003, a soja tolerante a herbicida continuou sendo a cultura transgênica dominante, tendo sido cultivada em sete países – EUA, Argentina, Canadá, México, Romênia, Uru-guai e África do Sul (tabela 6). Globalmente, essa variedade ocupou 41,4 milhões de hectares, o que representa 61% da área total plantada com transgênicos, de 67,7 milhões de hectares para todas as culturas. O segundo cultivo dominante foi o milho Bt, que ocupou 9,1 milhões de hectares, equivalentes a 13% da área global com cultivos transgênicos, em nove países – EUA, Canadá, Argentina, África do Sul, Espanha, Filipi-nas, Honduras, Uruguai e Alemanha. Vale destacar que o milho Bt, com apenas um gene ou com uma combinação deles (Bt/TH), ocupou um total de 12,3 milhões de hectares, em comparação com os 9,9 milhões de hectares registrados em 2002. A terceira cultura dominante foi a canola tolerante a herbicida, cultivada por dois países – Canadá e EUA – em 3,6 milhões de hectares, o equivalente a 5% da área global com lavouras transgênicas. Outras três culturas listadas na tabela 6 também ocuparam 5% cada, incluindo, em or-dem decrescente de área, o milho com combinação de genes Bt/TH em 3,2 milhões de hectares, o milho tolerante a herbicida em 3,2 milhões de hectares e o algodão Bt em 3,1 milhões de hectares. O algodão Bt/TH ficou com 4%, com 2,6 milhões de hectares, e o algodão tolerante a herbicida foi cultivado em 1,5 milhão de hectares (2%).

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Tabela 7. Área Cultivada com Transgênicos como % da Área Total dos Principais Cultivos em 2003 (em Milhões de Hectares)

Cultura Área Total Área com Área com

Transgênicos Transgênicos (%) Soja 76 41,4 55% Algodão 34 7,2 21% Canola 22 3,6 16% Milho 140 15,5 11% Total 272 67,7 25%

Fonte: Clive James, 2003.

Figura 6. Padrões de Adoção Global (%) dos Principais Cultivos Transgênicos (em Milhões de Hectares) em 2003

Fonte: Clive James, 2003.

Soja Algodão Canola Milho

Não-transgênico Transgênico

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Adoção Global de Soja, Milho, Algodão e Canola Transgênicos

Outra maneira de oferecer uma perspectiva futura da situação dos transgênicos é carac-terizar as taxas de adoção global em relação à área total das quatro principais culturas – soja, algodão, canola e milho –, nas quais a tecnologia de plantas GMs vem sendo em-pregada (tabela 7 e figura 6). Em 2003, os dados indicam que 55% dos 76 milhões de hectares cultivados com soja em todo o mundo foram transgênicos – em 2001, a soja GM ficou com 51% da área global. Dos 34 milhões de hectares de algodão, 21%, ou 7,2 milhões de hectares, foram plantados com algodão transgênico em 2003. Em termos porcentuais, a área cultivada com canola passou de 12%, em 2002, para 16%, em 2003, dos 22 milhões de hectares plantados em escala mundial no ano passado. Da mesma forma, dos 140 milhões de milho cultivados em 2003, 11% foram GMs, um aumento significativo perante os 9% de 2002. Se as áreas totais (convencionais e transgênicas) dessas quatro culturas fossem agrupadas, alcançariam 272 milhões de hectares, dos quais 25% plantados com transgênicos, extensão, que, em 2002, ficou em 22%. É conveniente notar que dois terços desses 272 milhões de hectares encontram-se em países em desen-volvimento, onde as produtividades são inferiores e as dificuldades, grandes, havendo forte necessidade de avanços na produção de alimentos e fibras.

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Considerações Finais e Perspectivas Futuras

Indiscutivelmente, o principal acontecimento relacionado com as lavouras GMs, no ano de 2003, foi a edição de um decreto presidencial do governo brasileiro, em setembro, que permitiu, pela primeira vez, o plantio da soja tolerante a herbicida na safra 2003/2004. Foi a primeira aprovação para a comercialização de uma lavoura GM no Brasil. O decre-to é uma medida interina que depende da votação de uma lei para regular os procedimen-tos para a avaliação e a aprovação de transgênicos em geral. Trata-se, portanto, de uma autorização provisória para o plantio da soja tolerante a herbicida em 2003/2004. Acre-dita-se que a nova lei estará em vigor no final de 2003. Anteriormente, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, havia oficialmente aprovado a comercialização da safra da soja tolerante a herbicida de 2002/2003. Tal fato foi bastante relevante para os agricultores do Rio Grande do Sul, que, durante vários anos, cultivaram de forma ilegal essa variedade. Eles optaram pela soja tolerante a herbicida pela menor necessidade de herbicidas e de movimentação do solo e pela sua contribuição à agricultura sustentável, o que, em conjunto com a redução da erosão do solo e com a conservação da umidade por meio do plantio direto, resulta em maior produtividade e lucratividade. Estima-se, de forma conservadora, que cerca de 3 milhões de hectares na safra 2003/2004 estejam sendo cultivados com soja tolerante a herbicida, mas a área final pode ser significativa-mente maior. A maior parte foi plantada no Rio Grande do Sul, mas há indicações de que a soja GM não está restrita a esse Estado.

O Brasil, com uma área estimada de 17 milhões de hectares de soja em 2002/2003, é o segundo maior produtor mundial do grão, ficando atrás apenas dos EUA, que cultivaram 30 milhões de hectares. A produtividade média do Brasil, de 2,8 toneladas por hectare, supera a americana, de 2,6 toneladas por hectare. Os produtos à base de soja respondem por 5% do volume exportado, que totaliza US$ 80 bilhões, e especula-se que, em um futuro próximo, o País poderá se tornar o maior produtor mundial de soja. Com popula-ção de 175 milhões, a agricultura no Brasil é um setor relevante, que emprega 26% da mão-de-obra e contribui com 8% a 9% do PIB, superior a US$ 750 bilhões. Agora, no Brasil junta-se aos EUA e à Argentina, os outros dois grandes produtores e exportadores da soja tolerante a herbicida, que estão atentamente monitorando a reação dos europeus, os quais, por sua vez, até agora tiveram o privilégio de adquirir soja convencional sem o pagamento de prêmio. Quando do envio desta publicação para impressão, havia indica-ções que a soja não-transgênica poderia impor um prêmio em relação à soja tolerante a herbicida. Todos os acontecimentos relativos à soja GM no Brasil coincidem com a

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trodução de uma nova regulamentação na União Européia, referente à rotulagem e ao rastreamento de transgênicos para alimentação humana e animal, que traz custos adicio-nais para os consumidores. A nova regulamentação européia deveria ser convertida em lei no final de 2003, a despeito do fato de haver alertas de que o sistema será de difícil, talvez impossível, implementação, além de impraticável e muito caro. Os consumidores europeus vão arcar com os custos da regulamentação, mas podem escolher por não pagar preços mais elevados por produtos à base de soja não-transgênica, optando por deriva-dos da soja tolerante a herbicida, os quais a Comissão Européia já enderiva-dossou, juntamente com outros alimentos GMs, como sendo tão seguros quanto quaisquer produtos.

Tem havido grande especulação quanto à futura estratégia da China em relação aos transgênicos. Uma publicação recente do doutor Jikun Huang, da Academia Chinesa de Ciências, e do doutor Qinfang Wang, da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, lança luz sobre a questão, reafirmando claramente que os legisladores chineses enxergam a biotecnologia agrícola como um elemento estratégico para o aumento da produtividade, para a maior segurança nacional de alimentos e para a maior competitividade internaci-onal. Huang e Wang relatam que a China objetivamente pronunciou sua intenção de ser um dos líderes mundiais em biotecnologia, já que os legisladores chineses concluíram que há riscos inaceitáveis relacionados com a dependência de tecnologias importadas para assegurar a segurança alimentar. Convém mencionar que, a despeito do contínuo debate sobre as lavouras GMs, a China não desistiu do compromisso com a biotecnologia desde os primeiros investimentos, em meados da década de 80, havendo atualmente 12 cultivos GMs em avaliação no campo, incluindo milho e arroz, todos eles visando à comercialização. Os autores mencionam que “o crescimento do investimento do gover-no em pesquisas com biotecgover-nologia agrícola tem sido marcante”. O direcionamento das pesquisas com plantas GMs tem sido formulado de acordo com os objetivos nacionais de segurança em alimentação humana e animal, bem como com as necessidades de produ-tores em áreas de grande potencial e de agriculprodu-tores com poucos recursos que requerem plantas resistentes a estresses abióticos e bióticos para cultivo em áreas marginais. A China está ciente de que precisa integrar melhor a miríade de atividades biotecnológicas e progressos no direcionamento da biossegurança para assegurar a proteção do meio ambiente e dos consumidores dentro do contexto de agricultura sustentável. Baseados na forte demanda, tanto de produtores (maior produtividade e lucros) quanto de consumido-res (preços mais acessíveis), no sucesso passado e nos investimentos cconsumido-rescentes em biotecnologia agrícola, Huang e Wang concluem que os “produtos da China derivados

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da biotecnologia vegetal provavelmente se tornarão difundidos no país de maneira am-pla em futuro próximo”.

É igualmente importante salientar que o Paquistão, que ainda não emprega plantas GMs, iniciou, em agosto de 2003, uma colaboração com a China em biotecnologia, com parti-cular interesse em genômica vegetal. O país elaborou uma estratégia nacional em que dá elevada prioridade à maior produtividade das culturas, a ponto de o ministro da Ciência e Tecnologia declarar que “o Paquistão poderá se tornar um player do mercado mundial de biotecnologia dentro de três a cinco anos”. Durante os últimos três anos, o país inves-tiu US$ 16,5 milhões em 50 projetos de biotecnologia.

A China e a Índia, os dois países mais populosos do mundo, com população conjunta de 2,3 bilhões de habitantes e 250 milhões de hectares de terras agricultáveis, poderão cons-tituir-se em exemplos a serem seguidos e fontes de estímulo para que outras nações em desenvolvimento da Ásia, da América Latina e da África façam investimentos em biotecnologia vegetal. O incentivo para países como a China e a Índia, que têm forte tradição em comércio, não é apenas o de desenvolver produtos GMs para atender às suas necessidades em matéria de alimentação e fibras, mas também para desenvolver novos mercados para tais alimentos em outros países em desenvolvimento do Sul, onde a mai-oria do 1,5 bilhão de hectares de terras agricultáveis é cultivada e onde há maior neces-sidade de alimentos e fibras.

Recentemente, o programa World Food divulgou que, em 2002, o número de pessoas desnutridas aumentou em 25 milhões, tendo passado de 815 milhões para 840 milhões. As questões mais importantes para a biotecnologia, e mais especificamente para as plan-tas GMs, são sua capacidade em contribuir para:

o aumento da produtividade das lavouras, colaborando, dessa forma, para a segu-rança global no que diz respeito à alimentação humana e animal e à oferta de fibras;

a conservação da biodiversidade por meio da redução da área cultivada, graças a uma tecnologia que possibilita maior produtividade;

o uso eficiente de insumos, o que significa uma agricultura mais sustentável, que, conseqüentemente, ajude a preservar o meio ambiente;

a estabilidade crescente da produção, reduzindo a penúria decorrente de fatores como os estresses abióticos e bióticos;

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a melhoria dos benefícios econômicos e sociais, assim como o alívio da extrema pobreza nos países em desenvolvimento.

A experiência dos primeiros oito anos de cultivos GMs, de 1996 a 2003, período em que uma área acumulada superior a 300 milhões de hectares (aproximadamente 750 milhões de acres, ou quase um terço da superfície territorial dos EUA ou da China) foi cultivada com plantas GMs em 21 países, alcançou as expectativas de milhões de grandes e peque-nos agricultores, tanto em países industrializados quanto em países em desenvolvimen-to. Em 2003, simultaneamente com evidências de que a comercialização de plantas GMs continua a acarretar benefícios econômicos, ambientais e sociais para pequenos e gran-des produtores rurais em nações em gran-desenvolvimento e industrializadas, a área global plantada com lavouras transgênicas permaneceu crescendo de forma sustentada, com taxas anuais de dois dígitos, superiores a 10%. O número de fazendeiros que se benefici-am das variedades GMs continuou em ascensão e atingiu 7 milhões em 2003, superando os 6 milhões de 2002. De forma marcante, mais de 85% desse grupo, no ano passado, foi constituído por agricultores de baixa renda que plantaram algodão Bt, principalmente em nove províncias da China, assim como em Makhathini Flats, na província sul-africa-na de KwaZulu-Natal.

Em 2003, o valor do mercado global de cultivos GMs foi estimado entre US$ 4,50 bi-lhões e US$ 4,75 bibi-lhões, tendo ficado acima dos US$ 4 bibi-lhões de 2002, quando repre-sentou 15% dos US$ 31 bilhões do mercado global de proteção de plantas e 13% dos US$ 30 bilhões do mercado mundial de sementes. O valor do mercado global de culturas transgênicas baseia-se no preço das sementes mais as taxas de tecnologias aplicáveis. Para 2005, foi projetado em US$ 5 bilhões.

A despeito do debate em andamento na União Européia, há razões para um otimismo cauteloso de que a área global e o número de agricultores que cultivam plantas GMs continuarão crescendo em 2004 e nos anos seguintes. Levando-se todos os fatores em consideração, o panorama para os próximos cinco anos indica um crescimento contínuo na área global ocupada por cultivos transgênicos, que deverá saltar para aproximada-mente 100 milhões de hectares, com até 10 milhões de agricultores plantando lavouras GMs em pelo menos 25 países. Acredita-se que haverá um aumento expressivo no nú-mero global e na proporção de pequenos agricultores de nações em desenvolvimento que cultivam plantas GMs. Novos países produtores de cultivos GMs do Hemisfério Sul, como Índia e Brasil, aumentarão a área plantada com algodão Bt e soja tolerante a

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herbicida, respectivamente, e aprovarão novas variedades, como o milho GM já empre-gado em outros países. Os produtos do setor industrial com novos atributos contribuirão para um crescimento sustentado. Dentre aqueles que já se encontravam em comercialização na América do Norte, em 2003, incluem-se o algodão com dois genes Bt (cry1Ac e cry1Ab) e dois novos atributos introduzidos no milho, conferidas pelos genes cry3Bb1, para o controle das “vaquinhas”, e cry1Fa2, cuja ação é mais ampla sobre lepidópteros-praga. Além do mais, cinco produtos com genes Bt e produtos base-ados em novos genes para resistência de milho a insetos deverão ser lançbase-ados no merca-do nos próximos três anos. Portanto, a área global cultivada com milho geneticamente modificado para resistir a insetos e tolerar herbicidas, assim como com atributos combi-nados, provavelmente crescerá de maneira expressiva no médio prazo. Com a aprovação da soja GM no Brasil para a safra 2003/2004, é provável que a extensão total plantada com essa variedade experimente novamente elevadas taxas de crescimento em curto e médio prazos.

Em 2003, os três países mais populosos da Ásia – China, Índia e Indonésia (população total de 2,5 bilhões e PIB acumulado superior a US$ 1,5 trilhão) –, as três maiores econo-mias da América Latina – Argentina, Brasil e México (população de 300 milhões e PIB de US$ 1,5 trilhão) – e a maior economia do continente africano – África do Sul (popu-lação de 45 milhões e PIB de $130 bilhões) – cultivaram oficialmente plantas GMs, em benefício da população combinada de 2,85 bilhões e do PIB total superior a US$ 3 trilhões. Os dez principais produtores de variedades GMs, cada um dos quais com área cultivada com transgênicos superior a 50 mil hectares em 2003, tinham população acumulada de aproximadamente 3 bilhões, número próximo à metade da população mundial, com um PIB acumulado de US$ 13 trilhões, quase a metade dos US$ 30 trilhões do PIB global. No ano passado, as plantas GMs foram cultivadas em 18 países dos seis continentes, os quais reúnem, no conjunto, 3,4 bilhões de habitantes. Conseqüentemente, apesar da con-tínua controvérsia envolvendo os cultivos transgênicos, a área e o número de agriculto-res que os adotam vêm cagriculto-rescendo anualmente desde sua introdução, em 1996, com 7 milhões de agricultores beneficiados pela tecnologia em 2003. As plantas GMs estão sendo empregadas pelas principais economias da América do Sul, da América do Norte, da Ásia e da Oceania. O continente europeu está também cultivando tais variedades, com a Romênia e a Bulgária, no Leste, plantando soja e milho, respectivamente, e a Espanha, dentro da União européia, cultivando milho Bt.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a uma legião de colegas dos setores público e privado, nos países indus-trializados e em desenvolvimento, pelo fornecimento de dados referentes à adoção de lavouras transgênicas comercializadas. Sua contribuição, sem a qual esta prévia não exis-tiria, será reconhecida na versão completa do Brief, a ser publicada posteriormente. Faço um agradecimento especial à minha esposa, Glenys, que, como sempre, doou livremente seu tempo para o ISAAA e diligentemente persistiu em incluir todo o manuscrito na publicação, oferecendo-me coragem e apoio. É um prazer agradecer ao doutor Randy Hautea, coordenador global e diretor do ISAAA SEAsiaCenter, e à sua equipe os exce-lentes e ágeis serviços de formatação e correção do original. Não posso deixar de regis-trar agradecimentos particulares a Mariechel Navarro, Clement Dionglay, John Philip Magbanua, Fely Almasan e Teresita Victoria pela supervisão e agilidade na preparação do manuscrito para publicação, incluindo a formatação de todo o texto, assim como das tabelas e figuras. Enquanto o auxílio de todos é reconhecido e muito apreciado, assumo total responsabilidade pelas opiniões expressas nesta publicação e pelos eventuais erros de omissão ou interpretação.

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Tradução e adaptação:

CIB - Conselho de Informações sobre Biotecnologia

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