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A contabilidade ambiental como instrumento de auxílio na gestão: evoluiu depois de seis anos?

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Academic year: 2021

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Jan, Fev, Mar 2016 - v.7 - n.1 ISSN: 2179-684X This article is also available online at:

www.sustenere.co/journals

A contabilidade ambiental como instrumento de auxílio na gestão:

evoluiu depois de seis anos?

O presente trabalho tem como principal objetivo analisar a gestão ambiental de forma a obter o nível de sustentabilidade ambiental em uma escola e fazer a comparação do que mudou depois de seis anos do primeiro estudo realizado na mesma. A metodologia aplicada é descritiva, incluindo um estudo de caso. Foi aplicada uma lista de verificação com 103 perguntas na instituição, através de uma entrevista semi- estruturada e os dados coletados foram utilizados de forma qualitativa. Como base na fundamentação teórica, descreve-se a contabilidade ambiental, gestão ambiental e o SICOGEA. Em seguida, o estudo de caso é apresentado, introduzido por um breve histórico da escola seguido pelas investigações necessárias. Concluiu- se que a escola exibe uma sustentabilidade total de 74,52 %, o que é um nível adequado, superando as expectativas do primeiro estudo. Podem-se notar algumas deficiências, como nos critérios indicadores gerencias e alimentação dos alunos, onde se observou que ainda falta percepção ambiental.

Palavras-chave: Contabilidade Ambiental; Gestão Ambiental; SICOGEA; Escola.

Environmental accounting as an aid tool in management: has it evolved after six years?

The main objective of this study is to analyze environmental management in order to obtain the level of environmental sustainability in a school and to compare what has changed after six years of the first study. The applied methodology is descriptive, including a case study. A checklist with 103 questions was applied at the institution through a semi-structured interview and the data collected were used in a qualitative way. Based on the theoretical basis, environmental accounting, environmental management and SICOGEA are described. Then the case study is presented, introduced by a brief history of the school followed by the necessary investigations. It was concluded that the school exhibits a total sustainability of 74.52%, which is an adequate level, surpassing the expectations of the first study. Some deficiencies can be noted, such as in the indicators management and feeding criteria of the students, where it was observed that environmental perception is still lacking.

Keywords: Environmental Accounting; Environmental management; SICOGEA; School.

Topic: Gestão Ambiental

Reviewed anonymously in the process of blind peer.

Received: 08/12/2015 Approved: 24/02/2016

Anderson Souza Vieira

Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil http://lattes.cnpq.br/3666470140488722 anderson_s._vieira@hotmail.com Sergio Murilo Petri

Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil http://lattes.cnpq.br/2579064028361832 smpetri@gmail.com

Priscila Alano da Rosa

Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil http://lattes.cnpq.br/9663009501400520 priscilaalano@gmail.com

DOI: 10.6008/SPC2179-684X.2016.001.0016

Referencing this:

VIEIRA, A. S.; PETRI, S. M.; ROSA, P. A.. A contabilidade ambiental como instrumento de auxílio na gestão: evoluiu depois de seis anos?.

Revista Brasileira de Administração Científica, v.7, n.1, p.230-246, 2016. DOI: http://doi.org/10.6008/SPC2179-684X.2016.001.0016

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INTRODUÇÃO

Atualmente as questões ambientais nas empresas são de suma importância e como não poderia ser diferente a contabilidade ambiental também ganhou destaque neste cenário, sendo assim as mais diversas empresas, das mais diversas áreas se engajaram para mostrar que estão se adaptando e cuidando do meio onde estão inseridas.

A contabilidade vem tomando uma vasta expressão e se tornando cada vez mais importante para as tomadas de decisões e soluções de problemas sejam eles de forma econômica, política ou ambiental.

Nesta pesquisa resolveu-se fazer uma aplicação parcial do SICOGEA em uma instituição de ensino que já foi estudada em 2008, para que se possa observar o que aconteceu na mesma depois de seis anos, e provar quão importante foi para a empresa saber o que ela precisa melhorar, onde deve investir e a relação custo benefício de se moldar para resolver simples problemas ambientais.

Realizou-se um estudo de caso em uma instituição de ensino, conforme já citado, a mesma já tinha sido estudada em 2008 e para compor o estudo será realizada a Aplicação parcial do SICOGEA utilizando-se a terceira etapa: “Gestão da contabilidade e controladoria ambiental”, especificamente a primeira fase:

“Investigação e Mensuração”, e desta foi utilizada a ação: “sustentabilidade e estratégia ambiental”, com

“Desempenho ambiental e contábil”, a “Lista de verificação” e análise de “Critérios e subcritérios”.

Realizando o estudo da reaplicação do SICOGEA, podemos observar quais pontos possuem mais relevância, o que mudou e que importância tem um estudo desse porte sobre a instituição e sobre a área estudada, provando como é essencial e financeiramente viável que as empresas se enquadrem e busquem oferecer maior cuidado com o meio onde vivem.

O objetivo principal deste artigo fica resumido na seguinte problemática: Como a contabilidade pode auxiliar o processo de gerenciamento dos aspectos ou impactos ambientais dentro de uma escola e o que mudou depois da primeira aplicação do SICOGEA?

Assim surge a ideia de demonstrar como é importante realizar um estudo e incentivar uma empresa a se moldar para melhores resultados quando o assunto é contabilidade ambiental, mostrar que quando é realizado um estudo para a melhoria da gestão desses recursos ambientais pode-se obter ótimos resultados e além de tudo despertar a vontade de fazer um mundo mais sustentável para as próximas gerações, por isso uma instituição de ensino, porque os olhos das crianças de hoje são o futuro amanhã.

REVISÃO TEÓRICA

A contabilidade, ao longo dos anos, evolui no sentido de se aperfeiçoar às novas exigências impostas e atender novos anseios, no quesito que trata as alterações ao meio ambiente a responsável é a contabilidade ambiental que, de acordo com Martins e Luca (1994), é o conjunto de informações divulgadas pela contabilidade que engloba os investimentos realizados, seja aquisição de bens permanentes de proteção a danos ecológicos, de despesas de manutenção ou correção de defeitos ambientais do exercício em curso, de

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obrigações contraídas em prol do meio ambiente, e até medidas físicas, quantitativas e qualitativas, empreendidas para sua recuperação e preservação.

A contabilidade ambiental, segundo Kraemer (2005), é destinada a avaliar e mensurar todas as movimentações econômicas e financeiras que envolvem o meio ambiente. Para Pfitscher (2004), a contabilidade ambiental tem por finalidade tornar pública toda e qualquer atitude das entidades que possa influenciar o meio ambiente, reconhecendo os custos, passivos e ativos ambientais. Observa-se que deverá então haver, por parte da população, uma cobrança direta nas empresas para que as mesmas divulguem através de notas explicativas, Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e dos relatórios da administração as ações ligadas às questões ambientais (Quadro 1).

Quadro 01: Balanço Patrimonial e sua estruturação quanto à área ambiental.

CIRCULANTE Circulante Financeiro Caixa e Bancos Clientes Estoques

Circulante Ambiental Estoques

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Longo Prazo Financeiro Títulos a receber Longo Prazo Ambiental Estoques

PERMANENTE Permanente Financeiro Investimentos Financeiros Ações de Outras Companhias Imobilizado Financeiro Máquinas e Equipamentos Veículos e Acessórios (-) Depreciação Acumulada Diferido Financeiro

Despesas de Exercícios Seguintes Permanente Ambiental

Imobilizado ambiental Máquinas e Equipamentos Instalações

(-) Depreciação Acumulada Diferido ambiental

Despesas de Exercícios Seguintes

CIRCULANTE Circulante Financeiro Fornecedores Títulos a pagar Circulante Ambiental Fornecedores Financiamentos

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Longo Prazo Financeiro Financiamentos Longo Prazo Ambiental Financiamentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO Patrimônio Líquido Financeiro Capital Social

Reservas de Capital Reservas de Lucros

Lucros (Prejuízos) acumulados Patrimônio Líquido Ambiental

Reservas p/ Preservação do Meio Ambiente

Fonte: Raup (2006 citado por NUNES, 2002).

De acordo com o quadro acima podemos observar que o balanço patrimonial traz: os ativos ambientais segundo Pfitscher (2004) são entendidos como bens e direitos, no caso de ambientais, são valores que visam permitir ao usuário uma informação e uma avaliação das ações ambientais.

Para melhor entender quem compõe estes ativos pode-se citar algumas classificações de acordo com Pfitscher (2004) como: Estoques (Insumos adicionais ao processo produtivo de armazenamento e transporte

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para eliminar, reduzir e controlar os níveis de emissão de resíduos ou materiais para recuperação ou reparos de ambientes afetados); Imobilizado (Investimentos realizados na aquisição de itens que viabilizem a redução de resíduos poluentes durante o processo de obtenção das receitas e cuja vida útil se prolongue além do término do exercício social: máquinas, equipamentos, instalações, etc. empregados no processo de controle ambiental); Diferido (Despesas claramente relacionadas com receitas futuras de períodos específicos: gastos com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de preservação ambiental que tenham por objetivo a obtenção de receitas futuras).

Tem-se ainda um ativo que não é registrado pela contabilidade, chamado de Goodwill, este pode ter seu valor aumentado em decorrência da ação da empresa sobre o meio ambiente, ou da ação deste sobre a mesma, segundo Ribeiro (1998).

Os passivos ambientais, que estão atualmente em destaque nas empresas, pelo fato dos mesmos representarem as obrigações que as mesmas possuem em relação à preservação e preocupação com o meio ambiente, sendo assim, podem-se definir passivos ambientais de acordo com Ribeiro (1998) como: “Os passivos ambientais devem ser constituídos pela expectativa de sacrifício de benefícios futuros impostas por legislações e regulamentações ambientais, como taxas, contribuições, multas e penalidades por infrações legais...”

Para a melhor compreensão destes passivos, estes podem ser classificados de acordo com Nazareno (2002 citado por PFITSCHER 2004) na obtenção de ativos tais como: Aquisição de ativos para contenção dos impactos ambientais (chaminés, depuradores de águas químicas, etc..). Insumos que serão inseridos no processo operacional que não produza resíduo tóxico; Despesas de Manutenção e operação do departamento de gerenciamento ambiental, inclusive mão-de-obra; Gastos Recuperação e tratamento de áreas contaminadas (máquinas, equipamentos, mão-de-obra, insumos em geral, etc.); Multas por infrações ambientais; Danos irreversíveis, inclusive os relacionados à tentativa de reduzir o desgaste da imagem da empresa perante a opinião pública, etc.

As receitas ambientais podem ser exemplificadas, de acordo com Kerpel et al. (2002): Prestação de serviços na gestão ambiental; Venda de produtos a partir de sobras e sucatas; Participação no faturamento da parcela que demonstra sua atuação responsável com o meio ambiente. As empresas ainda não visam receitas ambientais, estas ocorrem de forma natural, pois oferecendo mais qualidade e com consciência é inevitável a aceitação do público.

Os custos ambientais são custos que a empresa gera no processo de se adequar ao meio onde vivem, estes se classificam de acordo com o CFC- Conselho Federal de Contabilidade, sob os seguintes aspectos:

Custos de Prevenção, estes são destinados à redução da quantidade de poluentes expelidos no processo produtivo, Custos de Controle são aqueles se destinam manter as agressões ambientais dentro dos limites estabelecidos anteriormente, Custos de Correção são os destinados às recuperações decorrentes dos danos causados ao meio ambiente, Custos de Falhas são os que referem-se aos custos de falhas ocorridas no processo de redução, controle e correção da agressão ao meio ambiente, e por fim Custos das Externalidades estes decorrem dos impactos gerados pelas empresas, que poderão no futuro, virem a tornar-se importantes.

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As empresas ainda, dependendo da sua contabilização, podem separar esses custos em ecológicos e meio ambientais. Os ecológicos seriam aqueles voltados à prevenção. Os meios ambientais estão direcionados a eventos ambientais, mais nocivos à empresa, ou seja, a reposição dos danos ambientais originados por ela. (ALVAREZ, 1995 citado por PFITSCHER, 2004).

Benchmarking Ambiental

Uma das formas que a empresa utiliza para a obtenção de lucro é contratar ações voltadas ao meio ambiente. Assim, surgem novos empreendimentos com intenção de valorizar um produto com qualidade, atendendo à demanda de mercado que começa a enfatizar a ideia de conscientização do meio ambiente, quanto à sua (PFITSCHER, 2004).

O benchmarking serve justamente para identificar metas, planejar e tornar práticos os sistemas de gestão das empresas, por isso a atenção com o benchmarking ambiental, pois as instituições anseiam permanecer no mercado de forma competitiva.

Podem-se distinguir diferentes fases dentro do processo de utilização do benchmarking, segundo Pfitscher (2004), as fases do benchmarking são divididas em “identificação do diagnóstico”, que identifica referências para comparar empresas, fazendo, assim, uma coleta de dados; passando para “projetos de desempenho”, projeta futuros níveis de desempenho e determina o que comparar; após, tem o

“estabelecimento de metas”, onde se verificam pontos referenciais e estabelecem metas funcionais; parte- se, então, para o “desenvolvimento de planos de ação”, implementando ações específicas, monitoramento de progressos, ajuste dos marcos de referência.

Nesta fase, retorna-se ao princípio para verificar o que planejar na empresa. Verifica-se a sua posição e as práticas relacionadas aos processos, sendo estes os resultados.

Gestão Ambiental

As questões ambientais no atual contexto ganharam destaque relevante, onde a consciência de como tratar com assuntos desta área, dentro das empresas, tornou-se necessária. Para isso, as entidades estão se preocupando com a gestão dos recursos naturais, de modo que não sofram com consequências negativas.

A gestão socioambiental deve visar ao equilíbrio entre os elementos, a política e a relação com o meio ambiente, entendendo-se esses itens, respectivamente, como os aspectos, as decisões e os impactos ambientais (FERREIRA et al., 2008).

Freitas et al. (2008) afirmam que a gestão ambiental é o processo de busca pela qualidade ambiental causada pela empresa à sociedade. Kraemer (2002) define gestão ambiental, como o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. É a forma pela qual a organização se mobiliza, interna e externamente para a conquista da qualidade ambiental desejada.

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Sistema Contábil Gerencial Ambiental (SICOGEA)

O SICOGEA foi o resultado da tese de doutorado da professora Elisete Dahmer Pfitscher, no ano de 2004.

Os gestores não percebem o quanto o processo de gestão ambiental pode estar interferindo nas questões ambientais, sociais, políticas e econômicas. Neste sentido, é papel da controladoria disponibilizar ou possibilitar informações para definição de formas de atuação que preservem o meio ambiente sem interromper a continuidade das atividades de forma competitiva no mercado. (PFITSCHER, 2004).

Linauer (2003, citado por PFITSCHER, 2004) complementa a posição de Muller et al. (citado por PFITSCHER, 2004), dizendo que “é um sistema capaz de mostrar a problemática aos centros de pesquisa e estudo e possibilitar tecnologias simples e eficientes no sentido da preservação ambiental e da sustentabilidade das empresas envolvidas”. O SICOGEA é dividido em três etapas (Quadro 02).

Quadro 02: Etapas da proposta de modelo de sistema contábil – gerencial ambiental.

Etapas da Proposta Descrição Integração da cadeia

Envolvimento da cadeia produtiva. Alinhamento da cadeia de suprimentos envolvendo a identificação das necessidades dos clientes e fornecedores. Pode também ser considerado o input para o processo de gestão ambiental, ou seja, verificar as degradações causadas em cada atividade e sua formatação como um evento econômico.

Gestão de controle ecológico

Implementação da gestão ecológica e dos processos para a certificação e envidar esforços no sentido de reduzir ou eliminar impactos ambientais.

Gestão da contabilidade e controladoria ambiental

Avaliação dos efeitos ambientais capazes de relacionar aspectos operacionais, econômicos e financeiros da gestão (investigação e mensuração); avaliação dos setores da empresa (informação) e

implementação de novas alternativas para continuidade do processo (decisão).

Fonte: Ferreira (2002, citado por PFITSCHER, 2004).

Para fins deste trabalho utilizaremos a terceira etapa: dividida em três fases: “Investigação e Mensuração”, “Informação” e “Decisão”. Para a análise da terceira etapa realiza-se uma Lista de Verificação, que pertence à primeira fase “Sustentabilidade e Estratégia Ambiental” e está dividida em determinados critérios e subcritérios, devidamente adaptada à instituição estudada, neste caso específico, uma instituição escolar. Após a aplicação do SICOGEA, os gestores podem planejar e desenvolver métodos que tornem o processo produtivo mais eficaz em relação à gestão ambiental.

METODOLOGIA

Buscou-se durante esta pesquisa, trabalhos semelhantes, que trouxessem a aplicação do SICOGEA em outras instituições de ensino, bem como também se esse processo de reaplicação foi realizado em alguma unidade aplicada, para que se pudesse utilizar as informações obtidas como base para auxiliar no processo de produção da pesquisa aqui apresentada, por hora constatou-se então que em instituições do mesmo porte não foi realizada nenhuma pesquisa semelhante. Destaca-se a aplicação em Instituições de Ensino Superior, que por possuírem características diferenciadas da instituição estudada não foram aqui correlacionadas.

Buscando apresentar os principais procedimentos metodológicos usados na proposta do SICOGEA, voltado a fornecer informações que auxiliem no processo de análise da sustentabilidade do colégio em questão, é que esse estudo optou quanto aos objetivos utilizar a pesquisa descritiva.

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Enquadramento da Pesquisa

Por sua vez, a pesquisa descritiva, de acordo com Raupp e Beuren (2003), “[...] configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa, ou seja, não é tão preliminar como a primeira nem tão aprofundada como a segunda”.

A tipologia quanto aos procedimentos da pesquisa científica pode ser realizada de diversas maneiras, e para este estudo utilizou-se o estudo de caso, que, de acordo com Gil (2002), "Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento [...]", sendo essa uma modalidade de pesquisa que busca um aprofundamento da questão estudada, tendo como um único foco de análise. No estudo de caso deste trabalho utilizou-se uma lista de verificação desenvolvida por Kremer (2008), que proporcionou a comparação e análise das novas respostas.

Instrumento de Intervenção

A pesquisa foi realizada a partir da reaplicação de um Sistema de contabilidade ambiental conhecido como SICOGEA, o sistema ambiental que visa dar suporte ao tomador de decisão da entidade. O método SICOGEA é divido em três fases distintas, como visto no tópico 2.3 do presente trabalho, para melhor entender esta fase podemos ressaltar que a Gestão da Contabilidade e Controladoria Ambiental - Terceira Etapa - é dividida em três fases: “Investigação e Mensuração”, “Informação” e “Decisão”.

Para a análise da terceira etapa realiza-se uma Lista de Verificação, que pertence à primeira fase

“Sustentabilidade e Estratégia Ambiental” e está dividida em critérios e subcritérios, devidamente adaptada à instituição estudada, neste caso específico, a lista foi readaptada para a instituição escolar.

Através desse sistema de gestão do meio ambiente, SICOGEA, proporciona à instituição um embasamento confiável para avaliação dos seus aspectos e impactos sobre o ambiente, com base no seu processo, podemos obter informações que evidenciam a postura da instituição quanto a preocupação com o meio onde vivem.

Procedimentos da Pesquisa

A fonte de obtenção dos dados utilizados é uma Escola de Florianópolis, onde, através desta entrevista estruturada, dividida em critérios e subcritérios, busca-se identificar a forma de gestão do meio ambiente e formular com essas informações a análise, buscando conclusões sobre o referido estudo.

A tipologia quanto à abordagem do problema, utiliza-se uma análise qualitativa, segundo Soares (2003), "o pesquisador interpreta os fatos, procurando soluções para o problema proposto". Concluindo-se, assim, que o estudo qualitativo necessita ser explorado de forma mais profunda.

A trajetória metodológica desenvolve-se em três fases distintas: fundamentação teórica, estruturação do estudo de caso, e análise dos resultados obtidos. Na primeira fase mostram-se assuntos referentes ao tema proposto, tais como: contabilidade ambiental; benchmarking ambiental; e o sistemas de gestão ambiental–SICOGEA.

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Quanto à segunda fase, a estruturação do estudo de caso, compreende o conhecimento da empresa estudada; trata-se da verificação “in loco” das atividades desenvolvidas; análise do breve histórico e questionamento realizado através de uma “Lista de Verificação”, que pertence a Primeira Fase da Terceira etapa do SICOGEA, ou seja, a fase intitulada “Investigação e Mensuração”; Ação 1 - “Sustentabilidade e Estratégia Ambiental” correspondente à Etapa “Gestão da Contabilidade e Controladoria Ambiental”.

Na terceira e última fase, após interpretação dos resultados, apresenta-se o plano resumido de gestão ambiental e realiza-se uma análise de confiabilidade deste planejamento. O assunto estudado limita- se a um colégio, especificamente este citado anteriormente, não permitindo, num primeiro momento, a sua utilização em outra empresa, mas nada impede que depois de adaptado seja utilizado em outros ramos de empresa.

RESULTADOS

A instituição de ensino em questão foi fundada em 1991 pela sua atual diretora e dona da empresa, possui atualmente 105 funcionários, divididos da seguinte forma: dois diretores, sete coordenadores, quatro secretárias, sessenta e cinco professores, vinte e um estagiários e seis atendentes de serviços gerais. O Colégio iniciou-se com 15 alunos e estava instalado numa casa de madeira. Com o passar dos anos suas instalações se expandiram, contando hoje com quadra esportiva, parque, piscina e três prédios que abrigam os atuais 997 alunos da instituição.

A proposta pedagógica da instituição está fundamentada na visão sócio histórica, que possui como pontos-chave a interação social e a valorização do contexto histórico cultural de seus estudantes. A instituição pesquisada oferece aos seus alunos: assistência médica, no caso de acidentes ocorridos dentro da escola; Informática, a partir do Infantil II; Inglês, a partir do Infantil I; Salas especiais: laboratórios de ciências e de informática, biblioteca, sala de leitura e de artes, sala para a prática do judô e dança; Segurança: controle de entrada e saída dos alunos; Reforço Pedagógico Contínuo; Acompanhamento Pedagógico; Internet – 24 horas; Acompanhamento da Nutricionista nos cardápios da Educação Infantil; Espaço cultural para reuniões, vídeos, etc.; Sistema de Segurança Digital com 28 câmeras distribuídas nos prédios; Almoço para alunos do período integral ou períodos extras.

A Instituição vem sendo referência na área da educação e por isso depois de passar uma pesquisa ambiental resolveu mudar e se adaptar para melhor tratar o meio em que está inserida, por isso dedica-se hoje a fazer projetos ambientais e está terminando uma obra ligada a área ambiental de enorme proporção.

Assim, como interesse desta pesquisa é de analisar o SICOGEA e o que mudou depois da primeira pesquisa na instituição, apresenta-se o item 3.2 que trata da sustentabilidade e estratégia ambiental.

Sustentabilidade e Estratégia Ambiental

Aplicação parcial do SICOGEA para fins deste trabalho utiliza-se a terceira etapa: “Gestão da contabilidade e controladoria ambiental”, especificamente a primeira fase: “Investigação e Mensuração”, e desta foi utilizada a ação: “sustentabilidade e estratégia ambiental”, com o “Desempenho ambiental e

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contábil”, a “Lista de verificação” e análise de “Critérios e subcritérios”. Além disso, serão observados pontos importantes que foram revistos e melhorados pela instituição,

Desempenho Ambiental e Contábil

A Instituição de ensino pesquisada não possui registros de ativos e passivos ambientais. A contabilidade da empresa é realizada por um escritório de contabilidade com assessoria contábil, para fins do fisco e de incentivos contábeis que a instituição necessita. Segundo informações fornecidas pela escola e pela autora do artigo posterior o desempenho pode ser avaliado: “por um sistema de medição que descreve o Controle; o Incentivo; o Planejamento; as Estratégias Competitivas; a Resolução; e a Missão’’ (KREMER, 2008).

Lista de Verificação (Critérios e Subcritérios)

Para a avaliação das respostas obtidas, são atribuídas as seguintes letras: “A” – ADEQUADA; “D” – DEFICITARIA; e “NA” – NÃO SE ADAPTA À EMPRESA. Sendo que conceito representa “boa prática”, o segundo demonstra “problemas ou necessidades de melhoria” e, o último, entendido como “não se aplica à empresa”.

A sustentabilidade é verificada através da fórmula: quantidade de “A” multiplicado por 100, dividido pelo número de questões, diminuído pelo número de alternativas “NA”. E, esse procedimento, é utilizado para todos os subscritérios.

Utiliza-se esta fórmula para verificar a sustentabilidade total, depois a sustentabilidade dos critérios e subcritérios. Foi aplicada a mesma lista utilizada pela a autora do Artigo posterior e autorizada por ela a utilização, contendo 103 questões, sendo 16 questões para o critério 1 – “Fornecedores”; 36 questões para o critério 2 – “Eficiência do Serviço Prestado”, dividida em 6 questões para o primeiro subcritério, 7 no segundo subcritério, 13 questões para o terceiro subcritério 3, 8 questões para o quarto subcritério, 2 questões no quinto subcritério, 20 questões para o critério 3 – “Indicadores gerenciais”, 8 questões para o critério 4 – “Utilização do Serviço”; 11 questões para o critério 5 – “Projetos Ambientais”; 7 questões para o critério 6 – “Alimentação dos Alunos”; e, finalmente, 5 questões para o critério 7 - “Utilização dos Recursos Naturais”.

Através dos dados obtidos pela Lista de Verificação, será realizada a análise de sustentabilidade de seus critérios e subcritérios, mostrando o que a instituição melhorou e quais pontos ainda podem ser melhorados. Para esta parte do estudo, buscar-se saber qual o grau de sustentabilidade parcial e total obtida pela instituição, por meio dos critérios de avaliação e o cálculo conjunto, adotados a cada etapa do processo, para que se possa estabelecer a comparação com o ano de 2008.

Após o cálculo de sustentabilidade, é avaliado o grau de desempenho realizado para cada critério, identifica o nível dentro de três parâmetros e serve como referencial de classificação são eles: “Deficitária”,

“Regular” ou “Adequada”. De acordo com o a seguinte situação: Inferior a 50% Deficitária – “D” Fraco, pode

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estar causando danos ao meio ambiente; Entre 51% e 70% Regular – “R” Médio, atende somente a legislação;

Mais de 71% Adequado – “A” Alto, valorização ambiental com produção ecológica e prevenção a Poluição.

Quadro 03: Sustentabilidade parcial por critério e subcritério por ordem de prioridades.

Critério Subcritério Sustentabilidade Analise Prioridade

1- Fornecedores - X - 80% Adequada Quarta

2- Eficiência do Serviço Prestado

Ecoeficiência do processo produtivo e do serviço prestado

80% Deficitária Quinta

Nível de Tecnologia Utilizada 100% Adequada

Aspectos e Impactos Ambientais do Processo 54,54% Regular

Recursos Humanos na Organização 87,5% Adequada

Disponibilidade de Capital 100% Adequada

3- Indicadores gerenciais -X- 50% Deficitária Primeira

4- Utilização do Serviço -X- 100% Adequada Sétima

5- Projetos Ambientais -X- 90,9% Adequada Sexta

6- Alimentação dos Alunos -X- 57,14% Regular Segunda

7- Utilização dos Recursos Naturais

-X- 60% Regular Terceira

Após a sustentabilidade parcial de cada critério, obtêm também a sustentabilidade geral da instituição, que apresenta o valor de 74,52%, mostrando que, de forma geral, a instituição possui uma sustentabilidade Adequada, provando que o primeiro estudo de caso realizado deu resultado e despertou maior interesse na preservação do meio ambiente. Para análise específica apresenta-se uma descrição de cada critério.

Critério 1: Fornecedores

Para este critério, deve-se observar que seu grau de sustentabilidade ficou em 80%, com um desempenho considerado “adequado”, mostrando-se, assim, que a instituição adquiriu seus materiais de fornecedores que possuem um nível adequado de preocupação ambiental.

Como fator principal de modificação pode-se ressaltar a pergunta “O armazenamento das compras obedece a normas precisas quanto ao meio ambiente? ”. Nesta questão passamos a ter um adequado o que fez com que pudéssemos observar a primeira mudança na instituição.

Com base nas respostas conclui-se que cerca de 74% das respostas apresentadas são adequadas.

Este fato pode ser explicado com as condições de qualidade e garantias dadas pelos fornecedores, ressaltando-se, também, que pontos como transporte e armazenamento das compras realizadas pela instituição precisam ainda de melhorias.

Critério 2: Eficiência Do Serviço Prestado

Tem-se uma sustentabilidade de 84,40% adequada, com um ótimo progresso, mostrando estar atendendo não só à legislação, mas também se aprimorando nas demais razões ambientais.

B)1. – Ecoeficiência do processo produtivo e do serviço prestado

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Este subcritério apresentou uma sustentabilidade de 80%, o que a leva a ser considerada adequada, assim constatou-se a preocupação com o serviço prestado, mostrando que a instituição está destinada a prestar o serviço de forma a prejudicar o mínimo possível o meio ambiente.

Pode-se observar que as questões receberam as respostas em suma maioria de adequada, o que intensifica a sustentabilidade apresentada. Por se tratar de uma instituição de ensino, o serviço prestado não apresenta resíduos perigosos, mas, em contrapartida, estes serviços consomem muita energia e a empresa melhorou esse consumo, com lâmpadas que reduzem os gastos energéticos, bem como telhas que permitem utilização da luz solar.

Observa-se que as questões “Os serviços prestados são responsáveis por um alto consumo de energia? ”; e, “A empresa avalia o impacto dos serviços prestados sobre o quadro biogeológico da sua região?

”. Receberam respostas adequadas o que prova a mudança da primeira para a segunda pesquisa.

B) 2 - Nível da Tecnologia Utilizada

Este subcritério merece destaque, pois continuou com uma sustentabilidade igual a 100%, o que mostra que a instituição está tecnologicamente preparada, ou melhor, que seus serviços não exigem níveis tecnológicos danosos ao meio ambiente.

Fica evidente que a instituição não tem problema com o nível de tecnologia a ser utilizada, o que favorece a prestação do serviço e facilita que os seus usuários se adaptem a este, e que a mesma se adapte ao meio onde vive.

B) 3- Aspectos e Impactos Ambientais do Processo

Este ponto pode ser considerado pertinente na lista, com uma sustentabilidade regular de 54,54%.

Pode-se observar que a utilização de recursos naturais durante a prestação do serviço, bem como métodos de prevenção para o caso de ocorrer algum acidente ambiental na instituição, está fora das prioridades da instituição, merecendo, estes aspectos, ser revistos.

Um dos destaques fica por conta do reaproveitamento da água que foi revisto pela escola e atualmente já se tem formas de captar a mesma e reutilizar, o que ajuda bastante na limpeza geral da instituição e por isso desperta nos alunos a consciência ambiental.

B) 4- Recursos Humanos na Organização

Este subcritério apresenta-se de forma adequada, com sustentabilidade de 87,5%. Os membros dos recursos humanos na organização estão cientes e possuem uma consciência ambiental, entretanto seria necessário que a instituição investisse mais nessa área, proporcionando aos seus colaboradores maior conhecimento para que estes possam desenvolver junto à escola projetos inovadores e benéficos ao meio ambiente.

Apesar da visão ambiental na instituição ser bem evidente, foi intensificada com estudos e cursos, para a garantia da manutenção dessa consciência de preservação e cuidado com o meio onde a instituição está inserida.

As questões mais deficitárias apresentadas no estudo anterior, “Existe uma política de valorização do capital intelectual? ”; e, “A organização oferece participação nos lucros ou outras formas de motivação

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aos colaboradores? ”, passaram a ser adequadas o que mostra uma mudança comportamental por parte da instituição.

B) 5- Disponibilidade de Capital

Quanto à disponibilidade de capital para investir em projetos ambientais, fica constatado, com a sustentabilidade de 100%, provando que a escola continua tendo todas as condições possíveis e viáveis para desenvolver excelentes projetos que capacitem alunos e professores a melhorar sua visão e atitudes em relação ao meio ambiente.

As respostas foram 100% adequadas nos dois estudos, o que prova que a instituição pode e deve continuar a investir em seus projetos.

Critério 3: Indicadores Gerenciais

Para este critério deve-se observar que seu grau de sustentabilidade ficou em 50%, ou seja, com desempenho “deficitário”, mostrando que a instituição ainda necessita levar em consideração aspectos ambientais importantes, como custos ambientais e melhor maneira de avaliar estes custos.

Ressalta-se que a empresa não possui um sistema de gestão ambiental, porém passou a investir em proteção ambiental e fazer aplicação financeiras neste sentido, o que prova que a instituição se ainda não está 100% adequada, está seguindo este caminho.

Critério 4: Utilização do Serviço

Este critério se mostra com uma sustentabilidade de 100%, sendo classificado como adequado, pois se pode observar nas respostas obtidas na lista de verificação que os usuários dos serviços estão cientes da preocupação ambiental.

Nesta parte da pesquisa pode-se constatar que o serviço realizado pela instituição está inserido num mercado de alta concorrência, porém seus usuários procuram priorizar para o seu bem-estar, escolas que despertaram para os cuidados ambientais e buscam melhorar a qualidade de seus serviços a partir disto.

Critério 5: Projetos Ambientais

Este critério possui uma sustentabilidade de 90,90%, mostrando-se adequada, pois passou a realizar projetos ambientais e além disso inseriu os pais nesses projetos, o que fortalece a consciência ambiental nas famílias.

Conversando com os colaboradores descobrimos que a escola incentiva os alunos a reciclagem e os pais acabem entrando na “brincadeira”, eles realizam coletas de materiais reciclados que vão se tornar brinquedos, o que faz da escola uma referência em incentivo ambiental.

Critério 6: Alimentação Dos Alunos

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O índice de sustentabilidade apresentado 57,14% demonstra, também, um estágio de regularidade que precisa ser melhorado, ressaltando que este critério apresentou a mesma sustentabilidade do trabalho passado.

Podemos observar que a escola precisa investir mais na alimentação dos alunos, dedicando-se a utilizar alternativos, como resíduos de outros alimentos, mais com base em conversas com os gestores, os mesmos afirmam que está é uma área difícil, porém está em estudo e breve será sanado.

Critério 7: Utilização dos Recursos Naturais

Este critério foi o mais surpreendente, pois passou de 20% para 60 %, ou seja, a escola evolui muito quanto a Utilização dos Recursos Naturais, pois além de diminuir a utilização destes recursos ela também passou a manter controle sobre eles.

A escola hoje acompanha de perto a utilização da água, bem como faz o reaproveitamento desta de forma bem especifica, limpeza só com água reciclada.

O papel também passou a ser reciclado e a energia solar também vem sendo poupada, mesmo não sendo 100% captada a energia e a água, os projetos fazem com que a escola diminuísse em 25% a utilização dos recursos naturais.

Plano Resumido de Gestão com a Contabilidade

O plano resumido de gestão ambiental abrange as metas e objetivos tidos como de primeira importância para a instituição, seguido de suas justificativas, atividades e a forma de trabalho; utiliza-se, para isso, a ferramenta 5W2H. Apresentamos um modelo de plano resumido de gestão ambiental que traz como foco à primeira prioridade da empresa a “Indicadores Gerencias”, diante de uma sustentabilidade de 50%, seguida da segunda prioridade “alimentação dos alunos”, com uma sustentabilidade de 57,14%.

Quadro 04: Plano resumido de gestão ambiental com aporte da contabilidade e controladoria ambiental. What?

O quê?

Why?

Por quê?

When?

Quando?

Where?

Onde?

Who?

Quem?

How?

Como?

How much?

Quanto custa?

Início Término Avaliação Melhoria

dos controles internos --- Indicadores Gerenciais

Implementar meios de melhorar o controle de todo processo de

atendimento aos pais e alunos.

Primeiro

semestre Um ano A partir do segundo ano

Toda a

instituição Administrador

da instituição Acompanhamento de todo o processo de atendimento aos usuários e gerenciamento dos recursos humanos e financeiros

Valores Não orçados

Lanches com reutilização de resíduos dos alimentos ---

Implantar no lanche, pães, bolos e biscoitos que foram feitos com casca e sobra de alimentos.

Primeiro

semestre Um ano A partir do segundo ano

Toda a

instituição Administrador

da instituição Realizar inspeção in loco,

garantindo que realmente a escola está oferecendo lanches saudáveis

Valores Não orçados

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Alimentação dos alunos

Fonte: Adaptado de Kremer (2008)

Este plano resumido não tem a pretensão de corrigir todos os problemas, mas propõe formas de melhorar desempenhos da instituição estudada em áreas que têm relação com o meio ambiente, buscando maximizar o tratamento e a reutilização de recursos naturais. A partir deste plano a instituição pode ter uma visão mais específica do que precisa mudar e até mesmo aperfeiçoar para diminuir os seus problemas relacionados à área ambiental.

Aplicação Parcial do 5W2H

Após um período de seis meses os gestores da instituição pesquisada iniciam suas atividades de melhorias contínuas com um aumento de colaboradores, alunos e espaço físico. Assim, conclui-se que a empresa atendeu parcialmente aos dois objetivos mencionados no 5W2H: que consiste em Implantar sistemas e captação de água e Utilização dos Recursos Naturais e visa fazer o mesmo na alimentação dos alunos. Vale ressaltar também que a empresa, neste momento de ampliação de sua estrutura, tem uma visão ambiental maior do que tinha no início da pesquisa, conforme comprovado pela Análise de Confiabilidade.

Análise de Confiabilidade

Para comprovar que a empresa aumentou sua visão ambiental foi realizada uma comparação da análise de confiabilidade, conforme mostra o Quadro 5, demonstrativos das soluções propostas pela pesquisadora na época e as realizadas pela empresa, quanto a alguns aspectos ambientais.

Quadro 05: Análise de confiabilidade.

Aspectos ambientais Solução proposta Solução realizada em 2008 Solução realizada em 2014 Reutilização de

alimentos Produzir alimentos, como pães e doces, a partir da casca de verduras e frutas já utilizadas;

A instituição considera o projeto viável e este está em estudo;

A instituição ainda não conseguiu se adaptar de forma adequada Implantar hortas para

cultivo de alimentos Como proposta fica sugerido que a instituição providencie um espaço para cultivar frutas e verduras e passe a utilizá-las na alimentação dos alunos;

A escola vem desenvolvendo o seu sitio escola, para que seus alunos possam ter contato direto com o meio ambiente.

O Sitio escola está pronto e assim os alunos podem ter mais contato com a natureza a partir do primeiro semestre de 2015

Projetos de conscientização ambiental, dentro e fora da instituição.

A ideia, aqui, seria fazer campanhas para mobilizar os usuários diretos e os indiretos da instituição;

A escola durante o estudo fez projetos neste sentido e vem melhorando cada dia mais.

A escola está realizando projetos, unindo consciência dos pais e alunos.

O primeiro aspecto - reutilização dos alimentos - teve como solução proposta produzir alimentos, como pães e doces, a partir da casca de verduras e frutas já utilizadas, tais como, doce de banana feito da casca da própria fruta. A instituição se manifestou, buscando adquirir um lugar que torne este projeto viável, resolvendo também o terceiro aspecto, o da implantação de hortas para o cultivo de alimentos.

O próximo destaque fica por conta da criação de projetos de conscientização ambiental, dentro e fora da instituição: foi proposto à instituição fazer campanhas para mobilizar os usuários diretos e os indiretos da instituição, através de informações, campanhas e formas de melhorar o meio ambiente. Esta, porém já está

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se mobilizando, buscando despertar uma vontade de cuidar do meio onde vivemos, e tendo consciência de que é na infância que se deve plantar esta semente.

DISCUSSÃO

A pesquisa realizada em 2014 foi considerada de suma importância para instituição, pois de acordo com relatos apresentados pelos donos da mesma, a escola evolui nos seis anos que se passaram da primeira pesquisa, porém a única forma que poderia comprovar essa evolução foi através da sustentabilidade geral que a mesma apresentou no valor de 74,52%, sendo assim no âmbito institucional a pesquisa foi considerada satisfatória. Pode-se observar no quadro a seguir a evolução da instituição da primeira para a segunda aplicação, ressaltando a suma importância da pesquisa para a escola.

Quadro 06: Comparativo da Sustentabilidade parcial por critério.

Critério Sustentabilidade 2008 Sustentabilidade 2014

1- Fornecedores 73,33% 80%

2- Eficiência do Serviço Prestado 63,59% 84,40%

3- Indicadores gerenciais 35,71% 50%

4- Utilização do Serviço 100% 100%

5- Projetos Ambientais 54,54% 90,9%

6- Alimentação dos Alunos 57,14% 57,14%

7- Utilização dos Recursos Naturais 20% 60%

No âmbito acadêmico a pesquisa serve de exemplo para que outros pesquisadores possam também voltar in loco na instituição em que aplicaram o SICOGEA e possam comprovar se as recomendações deixadas da primeira pesquisa foram atendidas e se houve mudanças, melhoras, pois só dessa forma as empresas podem ter noção dos seus atos e só através da reaplicação podem ver se valeu a pena a mudança, sempre lembrando que há espaço cativo para melhora.

CONCLUSÕES

É possível constatar que, na atualidade, as preocupações para com o meio ambiente estão atingindo todos os segmentos da sociedade. Assim sendo, analisar a base da formação do pensamento crítico, que é a escola, torna-se extremamente necessário.

A problemática desta pesquisa foi resumida na questão- problema “Como a contabilidade pode auxiliar o processo de gerenciamento dos aspectos ou impactos ambientais dentro de uma escola, e o que mudou depois de seis anos? ”.

Como se pode observar o presente trabalho respondeu à questão problema da seguinte forma, através dos dados da primeira pesquisa, a escola dispunha-se a se adequar e mudar para melhorar os impactos ambientais, com o passar dos anos a instituição se adequou de acordo com o SICOGEA e para provar que a mudança ocorreu de forma efetiva foi reaplicada a lista de verificação que provou como os aspectos e impactos ambientais sofreram melhora e o que ainda precisa ser resolvido.

O trabalho trouxe uma análise da gestão com a utilização da contabilidade, seus controles e formas de gestão, esta problemática permitiu com que a escola pudesse mudar seus conceitos e tomar decisões na área da contabilidade ambiental.

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Quanto ao objetivo geral, que visava analisar a como a escola se portou e o que mudou depois de seis anos, como a contabilidade ambiental auxiliou para que o processo fosse bem-sucedido, foi realizado; a pesquisa provou que a contabilidade pode e deve contribuir para o melhor desempenho dos aspectos e impactos ambientais.

Através do SICOGEA (Terceira Etapa, primeira fase), ao analisar os critérios e subcritérios, foi verificada uma sustentabilidade global de 74,52%%, sendo que os critérios de menor sustentabilidade foram:

critério 3 - Indicadores gerenciais com sustentabilidade de 50% e o critério 7- utilização dos recursos naturais com 60% de sustentabilidade, mostrando que a instituição evoluiu muito, porém ainda precisa de melhorias.

Foi realizado o 5W2H para que a empresa possa continuar insistindo na mudança, trazendo opções de mudança e possíveis soluções que podem ajudar tanto no âmbito ambiental quanto financeiro da instituição. Dentre estas sugestões estão a implantar hortas para o cultivo de alimentos, que visa não só impactar dentro como também fora do espaço escolar, essa proposta foi implantada na escola e vem sendo solucionada cada dia de forma mais efetiva.

Ao fazer uma análise total da instituição nota-se que a mesma vem apresentando significativa melhora, porém é necessário lembrar que não se pode apresentar uma postura retroativa, por isso é necessário que novas pesquisas sejam apresentadas e que futuramente se possam aprofundar projetos que continuem ajudando e incentivando as instituições a buscarem minimizar os impactos que estas causam no meio onde estão inseridas.

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