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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

ESTUDO CEFALOMÉTRICO LONGITUDINAL (EM MÉDIA, 6 ANOS E 2 MESES PÓS-TRATAMENTO) DAS ALTERAÇÕES

TEGUMENTARES OCORRIDAS EM ADOLESCENTES TRATADOS COM E SEM EXTRAÇÕES DENTÁRIAS

WANDERSON MÁRCIO ITABORAHY

Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ortodontia.

São Paulo 2007

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

ESTUDO CEFALOMÉTRICO LONGITUDINAL (EM MÉDIA, 6 ANOS E 2 MESES PÓS TRATAMENTO) DAS ALTERAÇÕES

TEGUMENTARES OCORRIDAS EM ADOLESCENTES TRATADOS COM E SEM EXTRAÇÕES DENTÁRIAS

WANDERSON MÁRCIO ITABORAHY

Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ortodontia.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás

São Paulo 2007

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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID I88e Itaborahy, Wanderson Márcio.

Estudo cefalométrico longitudinal (em média, 6 anos e 2 meses pós tratamento) das alterações tegumentares ocorridas em

adolescentes tratados com e sem extrações dentárias / Wanderson Márcio Itaborahy --- São Paulo, 2007.

87p. ; anexos.

Bibliografia

Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo - Orientadora: Profa. Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás.

1.Ortodontia. I.Nahás, Ana Carla Raphaelli. II. Titulo.

BLACK 4

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR E REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.

SÃO PAULO, ______/______/______

Assinatura: ______________________________________________

E-mail: ortoitaborahy@yahoo.com.br

(4)

WANDERSON MÁRCIO ITABORAHY

11 de março de 1972 Nascimento.

São João del Rei – MG

Wellerson Itaborahy e Filiação.

Maria José Itaborahy

1991 – 1994 Curso de Graduação em Odontologia – Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG – Campus Fundacional de Lavras – MG.

1998 – 2000 Curso de Pós-Graduação em

Odontologia na área de Ortodontia e Ortopedia Facial, em nível de

Especialização, na Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG – Campus Fundacional de Lavras – MG.

2004 – 2007 Curso de Pós-Graduação em

Odontologia na área de Ortodontia, em nível de Mestrado Profissionalizante, na Universidade Cidade de São Paulo - UNICID – SP.

Associações ABO – Associação Brasileira de Odontologia

SBPqO – Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica.

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Dedicatória

A meus pais minha gratidão especial pela possibilidade de exercer minha profissão, quando tudo começou!

(6)

Dedico também este trabalho

à minha querida namorada, Carolina, pela paciência e compreensão pela minha freqüente ausência, além do apoio e incentivo constantes nesta longa caminhada!

(7)

Agradeço

ao Departamento de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo nas pessoas dos prof. Doutores:

Flávio Vellini-Ferreira; Flávio Augusto Cotrim Ferreira;

Ana Carla Raphaelli Nahás; Daniela Gamba Garib Carrera; Hélio Scavone Jr.; Karina Martins Valle

Corroti; Paulo Eduardo Guedes Carvalho; Rívea Ferreira e Sílvia Batista, por terem acreditado em meu

potencial e me

recebido com tanto respeito sempre tão cordialmente.

(8)

Agradeço, em especial

à minha estimada professora orientadora, Doutora Ana Carla Raphaelli Nahás, pela amizade, respeito e grandiosa colaboração na orientação e revisão oportuna desta dissertação. Sua extraordinária visão científica tornou este trabalho realidade. Meu sincero agradecimento por não poupar energia em momento algum, inclusive nos finais de semana, meu mais profundo e sincero reconhecimento.

Minha eterna gratidão

ao Dr. Antônio Geraldo de Oliveira, meu professor do curso de Especialização em Ortodontia da UEMG - Lavras, co-orientador desta dissertação, pela imensa disponibilidade de sua particular e preciosa amostra de pacientes utilizada neste estudo.

(9)

Agradeço-o, ainda, por acreditar imediatamente na idéia deste estudo, a qual me ocorreu após um curso ministrado pelo prof. Dr. Norman Cetlin, discípulo do glorioso Dr. Edward H. Angle.

Meu agradecimento e reconhecimento

ao prof. Dr. Roberto Carlos Bodart Brandão, pela contribuição na conclusão da dissertação e por gentilmente participar da banca examinadora e muito abrilhantar este especial momento. Meu reconhecimento a um dos mais

(10)

criteriosos professores e ortodontistas que pude conhecer e de quem, por sorte, tornei-me amigo.

Ao meu amigo

prof Dr. Flávio Augusto Cotrim, meu muito obrigado, não só pelos preciosos ensinamentos, por tanta delicadeza, educação e cordialidade ou por gentilmente, participar da banca examinadora, mas por me ensinar e mostrar que, acima de qualquer qualidade, existe um grande ser humano. E, assim, prefiro chamá-lo meu amigo.

(11)

Reconhecimento especial

ao catedrático e merecedor de todos os louvores por tudo o que já fez pela Ortodontia, prof. Dr. Flávio Vellini-Ferreira, viga mestra do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo. O senhor sempre será um exemplo para qualquer profissional.

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(13)

Agradeço também

aos meus amigos do curso de Mestrado Marcos José das Neves e Marcus Vinícius Reis Maia, agora companheiros também do nosso próprio curso de Ortodontia, pelas divertidas e musicais viagens e pelo convívio no curso de Mestrado, sempre em busca de muito mais.

Aos amigos: Auro, Camila, Cídnei, Daniele, Flávio, Henri, Micheli, Simone, Wander e Vívian, pois o divertido convívio teve o poder de transformar tarefas difíceis em momentos de trabalho agradáveis.

Aos pacientes da amostra desta dissertação, pela disponibilidade e compreensão da pesquisa.

Aos funcionários da disciplina de Ortodontia, em especial à Dona Linda, pela delicadeza e ajuda inestimável.

Agradeço ainda, pelo valor incomensurável para minha formação pessoal e profissional, aos professores do curso de especialização em Ortodontia da UEMG - Lavras: prof. Gilberto de Oliveira Jr., prof. José Norberto de Oliveira e prof. Antônio Geraldo de Oliveira. Aprimorei-me ao longo dos tempos, mas nunca me esquecerei de quem realmente me ensinou a Ortodontia, sempre focalizando a face do paciente, tema desta dissertação.

Meu eterno agradecimento.

(14)

RESUMO

As ênfases atuais em estética facial, culminando com a constante controvérsia sobre a extração de pré-molares e seus supostos efeitos no perfil facial, conduziram o desenvolvimento deste estudo longitudinal, que teve como principal objetivo a análise das alterações do perfil facial mole, enfatizando-se as regiões de nariz, lábios e mento de pacientes leucodermas em fase de crescimento, de ambos os sexos, com más oclusões de Classe II, divisão 1 de Angle, tratados com e sem extrações dentárias. Para tanto, foram avaliadas 57 telerradiografias em norma lateral de 19 pacientes, sendo 10 pacientes tratados com extrações dos 4 primeiros pré-molares (grupo 1) e 9 pacientes sem extrações (grupo 2). Os componentes da amostra foram avaliados em 3 períodos distintos de observação: início (T1), final (T2), e, em média, 6 anos e 2 meses pós-tratamento (T3). Para determinar alterações estatisticamente significantes entre os períodos de observação em cada grupo, foi aplicado o teste t pareado e para comparar as alterações intergrupos foi aplicado o teste t de Student.

Os resultados evidenciaram que, com o evolver da idade, ocorreram significantes e gradativos crescimentos do nariz e do mento, uma relativa estabilidade no relacionamento ântero-posterior dos lábios, porém uma retrusão dos lábios em relação à linha “S” de Steiner, como decorrência do crescimento nasal e do mento, resultando numa redução gradativa da convexidade facial e alterando a proporcionalidade do perfil de tecido mole com o passar do tempo. Estas alterações foram observadas em ambos os grupos, tanto de T1 para T2 (do início ao final do tratamento), de T2 para T3 (do final a 6 anos e 2 meses pós-tratamento) e também, de T1 para T3 (do início a 6 anos e 2 meses pós-tratamento, tempo total de avaliação), exceto para o grupo 2 (sem extrações), no qual as alterações no mento e na linha S lábio inferior (S-Li) não foram significantes apenas no período de T1 para T2. Na comparação inter- grupos, observaram-se um aumento da proeminência nasal, da projeção mentoniana e uma diminuição da linha S lábio inferior (S-Li), maior no grupo 1 (com extrações), de T1 para T2. Além disso, ocorreu um aumento da proeminência nasal e uma diminuição da linha S lábio inferior (S-Li) maior no grupo 1, porém somente no período de T1 para T3. Enfatizou-se a importância

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da abordagem estética no planejamento ortodôntico e sugeriu-se, como conduta clínica de precaução e com o objetivo de se otimizar os resultados estéticos do perfil facial, finalizarem-se os casos de pacientes em fase de crescimento com os lábios mais protrusos de 1 a 3mm em relação à linha “S”

de Steiner, nos casos em que ortodontistas e pacientes apreciem perfis mais retilíneos; e, nos casos em que ortodontistas e pacientes apreciem perfis mais protrusos, deve-se ter como objetivo, finalizar os casos de pacientes em fase de crescimento com os lábios mais protrusos de 3 a 5mm em relação à linha

“S” de Steiner, com o objetivo de se manter a proporcionalidade do perfil facial ao longo dos tempos, atualizando-se aos modernos conceitos de estética facial.

Palavras- chave: Ortodontia, tecido mole, má oclusão Classe II de Angle

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Itaborahy WM. Cephalometric longitudinal study (on average, 6 years and 2 months post-treatment) of the tegumental alterations happened in adolescents treated with and without dental extractions. [Dissertation of Master's degree].

São Paulo: University City of São Paulo; 2007.

ABSTRACT

The current emphasis on facial appearance and orthodontic results, and the constant controversial subject about the extractions of the premolars, and their supposed effects on the facial profile, led to the development of this longitudinal study, which had as the main objective to analyze the change of the soft facial profile, emphasizing the nose, lips, and chin regions in leucoderma patients in growth phase – of both sexes, with malocclusion – class II, division 1 of Angle, treated with and without dental extractions. To get to this result, 57 teleradiography were assessed, in lateral procedure, from 19 patients, being 10 of them treated with extractions of the 4 first premolars (group 1), and 9 of them without extractions (group 2). The components of the sample were assessed in 3 different stages of observation: inicial (T1), final (T2), and, on average, 6 years and 2 months post treatment (T3). To determine statistically significant alterations between the stages of observation in each group, test t pareado was applied, and to compare the inter-group alterations, test t of student was applied.

The results showed that, as years had gone by, a significant and gradual growth of the nose and the chin occurred, as well as a relative stability in the anteroposterior ratio of the lips. However, there was a retrusion of the lips in relation to the line “S”, as a result of the nasal and menton growth, resulting in a gradual reduction of the convex face, and altering the proportion of the tissue profile, as time had gone by. Those alterations were observed in both groups, from the beginning to the end of the treatment – from the final to the 6 years

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and 2 months post-treatment, and also from the beginning to the 6 years and 2 months post-treatment (total time of assessment), except for the group without extractions, where the alterations in the chin and in the “S” line inferior lip (S-Li) were not significant, just from the initial to the final treatment. When the groups were compared, it was observed a increase of the nasal prominence, as well as the menton projection, and a reduction of the “S” line inferior lip (S-Li) greater in the group treated with extractions, from the beginning to the end of the treatment. Besides, it was observed a increase of the nasal prominence and a reduction of the “S” line inferior lip (S-Li) greater in the group treated with extractions, but only from the beginning to the 6 years and 2 months post treatment (total time of assessment). It was emphasized the importance of the appearance approach in the orthodontic procedure, and it was suggested, as a clinical conduct of precaution, to finish off the case with the lips more exserted in relation to the line “S” of Steiner, with the objective of keeping the proportion of the facial profile in future.

Key Words: Orthodontics, soft tissue, Class II of Angle malocclusion

(18)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Delimitação das estruturas dento-esqueléticas e do perfil tegumentar...30

FIGURA 2 – Demarcação dos pontos de referência no desenho anatômico...32

FIGURA 3 – Linhas e planos de referência que constituíram o

traçado de orientação dos cefalogramas...34

FIGURA 4 – Mensurações lineares na avaliação do perfil facial...36

FIGURA 5 – Medidas nas fases T1, T2 e T3 para a medida Nperp-Pn...44

FIGURA 6 – Medidas nas fases T1, T2 e T3 para a medida Nperp-Ls...44

FIGURA 7 – Medidas nas fases T1, T2 e T3 para a medida Nperp-Li...45

FIGURA 8 – Medidas nas fases T1, T2 e T3 para a medida Nperp-Pog’...45

FIGURA 9 – Medidas nas fases T1, T2 e T3 para a medida Linha S lábio superior (S-Ls)...46

(19)

FIGURA 10 – Medidas nas fases T1, T2 e T3 para a medida Linha S lábio inferior (S-Li)...46

FIGURA 11 – Médias das comparações intergrupos em T1 x T2, T2 x T3 e T1 x T3 para a medida Nperp-Pn...47

FIGURA 12 – Médias das comparações intergrupos em T1 x T2, T2 x T3 e T1 x T3 para a medida Nperp-Ls...47

FIGURA 13 – Médias das comparações intergrupos em T1 x T2, T2 x T3 e T1 x T3 para a medida Nperp-Li...48

FIGURA 14 – Médias das comparações intergrupos em T1 x T2, T2 x T3 e T1 x T3 para a medida Nperp-Pog’...48

FIGURA 15 – Médias das comparações intergrupos em T1 x T2, T2 x T3 e T1 x T3 para a medida Linha S lábio superior (S-Ls)...49

FIGURA 16 – Médias das comparações intergrupos em T1 x T2, T2 x T3 e T1 x T3 para a medida Linha S lábio inferior (S-Li)...49

(20)

LISTA DE TABELAS

TABELA1 – Cálculo do erro do método.Erro casual (Dahlberg) ...39

TABELA 2 – Resumo dos resultados dos erros. Erro casual (Dahlberg) e erro sistemático (test t)...40

TABELA 3 – Alterações ocorridas nos pacientes do grupo 1 (com extrações), test t pareado...41

TABELA 4 – Alterações ocorridas nos pacientes do grupo 1 (com extrações) entre as fases: início (T1), final (T2) e 6 anos e 2 meses pós-tratamento (T3) – T1 X T2; T2 X T3; T1 X T3, test t pareado...41

TABELA 5 – Alterações ocorridas nos pacientes do grupo 2 (SEm extrações), test t pareado ...42

TABELA 6 – Alterações ocorridas nos pacientes do grupo 2 (sem extrações) entre as fases: início (T1), final (T2) e 6 anos e 2 meses pós-tratamento (T3) – T1 X T2; T2 X T3; T1 X T3, test t pareado...42

TABELA 7 – Comparação intergrupos (grupo 1 e grupo 2) nas fases: início(T1), final (T2) e 6 anos e 2 meses pós-tratamento (T3) – T1 X T2; T2 X T3; T1 X T3, (test t)...43

(21)

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 REVISÃO DA LITERATURA ... 4

3 PROPOSIÇÃO ... 21

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 23

4.1 Material ... 24

4.1.1 Grupos Experimentais ... 24

4.1.2 Protocolo de Tratamento... 27

4.2 Métodos... 27

4.2.1 Desenho da pesquisa ... 27

4.2.2 Radiografias Cefalométricas ... 27

4.2.3 Elaboração do Cefalograma ... 28

4.2.4 Demarcação dos pontos cefalométricos de referência 31 4.2.5 Planos e linhas de referência... 33

4.2.6 Mensurações cefalométricas lineares... 35

4.2.7 Erro do Método... 37

4.2.8 Análise estatística... 37

(22)

5 RESULTADOS... 38 6 DISCUSSÃO...

6.1 Aspectos da amostra...

6.1.1 Grupos experimentais...

6.2 Aspectos da metodologia...

6.3 Interpretação e discussão dos resultados...

6.3.1 Avaliação longitudinal das alterações tegumentares do grupo 1 (com extrações) nas fases:(T1), (T2) e (T3)...

6.3.2 Avaliação longitudinal das alterações tegumentares do grupo 2 (sem extrações) nas fases:(T1), (T2) e (T3)...

6.3.3 Comparação intergrupos (grupo 1x grupo 2) nas fases: (T1), (T2) e (T3)...

6.4 Considerações clínicas...

50 52 52 52 53 53 61 70 83 7 CONCLUSÕES... 84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXO

APÊNDICE

(23)

1- INTRODUÇÃO

_______________________________________________

_______________________________________________

(24)

1 INTRODUÇÃO

O tratamento ortodôntico, quando bem finalizado, busca a obtenção não apenas de uma boa oclusão estática e funcional, mas, também, de uma adequada harmonia facial, sendo este o principal elemento motivador de trabalhos científicos atuais envolvendo os perfis tegumentares.

É notória a divergência de opiniões na literatura quando o assunto se relaciona as extrações de pré-molares com alterações no perfil facial (BISHARA et al., 1995; BOWMAN, JOHNSTON 2000; KOCADERELI et al., 2002). Vários estudos demonstram que evitar extrações dentárias, baseando- se no receio de um significativo efeito prejudicial na estética da face, é injustificável, quando o caso é adequadamente diagnosticado e tratado (BISHARA et al., 1995; BOLEY et al., 1998; STEPHENS et al., 2005).

A dúvida quanto à possibilidade das extrações dentárias gerarem uma piora do perfil facial baseia-se, principalmente, no fato de que há um crescimento residual da mandíbula, associado ao crescimento nasal e do mento, além de uma tendência à progressiva retrusão da região subnasal e dos lábios com o evolver da idade, conduzindo-se, desta maneira, a uma redução gradativa na convexidade do perfil facial tegumentar (SCAVONE et al., 1993;

WEST, Mc NAMARA, 1999; AKGUL, TOYGAR, 2002). Mediante estes aspectos, enfatiza-se, cada vez mais, as seguintes dúvidas: não seria necessário um questionamento mais aprimorado por parte dos ortodontistas quanto à finalização dos seus tratamentos e não haveria a necessidade talvez, finalizarem-se os casos com lábios mais protrusos em relação, por exemplo, à linha “S” de Steiner? Certamente o objetivo principal do tratamento ortodôntico não se limita apenas à proporcionalidade do perfil facial ao final do tratamento, mas, ao menos, até o início da idade adulta.

É neste ponto que se concentra o objetivo desta pesquisa, pois a avaliação do perfil e da harmonia facial constitui um processo de aprendizagem contínuo para os ortodontistas. Desde o primeiro exame, o profissional deve ter, em sua “mente diagnóstica”, o posicionamento adequado dos dentes, para garantir as alterações faciais favoráveis. A constante controvérsia sobre a extração de pré-molares e seus supostos efeitos no perfil facial, além do crescimento facial, enfocando-se o crescimento do nariz e do mento,

(25)

conduziram o desenvolvimento deste estudo longitudinal, que compara os perfis faciais no início, no final e, em média, 6 anos e 2 meses pós-tratamento de pacientes em fase de crescimento, tratados com e sem extrações de pré- molares.

(26)

2 - REVISÃO DA LITERATURA

_______________________________________________

_______________________________________________

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Steiner, em 1962, preconizou uma linha cefalométrica tegumentar, auxiliando no diagnóstico e planejamento dos casos ortodônticos. Denominou linha S de Steiner uma linha tangente ao mento mole, passando pelo ponto Pog’, e pelo ponto médio do “S” do nariz (região média da borda inferior do nariz). Propôs que, para a obtenção de um perfil facial agradável, os lábios superior e inferior deveriam tocar esta linha, sem permanecerem além, ou mesmo aquém da mesma. Ela se tornou referência mundial devido sua aplicabilidade, citada, constantemente, na avaliação de perfis faciais.

Em 1970, Peck & Peck examinaram 52 indivíduos leucodermas, considerados como sendo de boa estética facial pela população, com o objetivo de identificar as preferências faciais de leigos. A amostra incluía vencedores de concursos de beleza, modelos profissionais e artistas do mundo do entretenimento, sendo 49 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, com média de idade de 21 anos e 2 meses. Realizou-se um estudo cefalométrico, incluindo variadas medidas pertencentes às análises de Margolis, Downs e Steiner. Os autores constataram que a semelhança entre curvas e concavidades do contorno do perfil facial torna as faces mais agradáveis, concluindo que o público, de modo geral, admira um padrão mais protrusivo dos lábios, com curvas mais definidas que o padrão cefalométrico tegumentar.

De acordo com Björk & Skieller, em 1983, a avaliação do crescimento da face pode ser baseada por meio de superposições de telerradiografias, obtidas em estágios diferentes do desenvolvimento, considerando-se, a coincidência mais próxima de um número máximo de estruturas da base craniana anterior.

Baseados em estudos de crescimento longitudinais, os autores afirmaram que os pontos S (sela) e N (násio) devem ser ajustados devido aos deslocamentos por crescimento a que estão sujeitos. Deste modo, propuseram um método que transfere a linha S-N (sela-násio) da primeira radiografia às subseqüentes, após superposição sobre certas estruturas da base craniana anterior e abóbada craniana. Os autores ainda asseveram sobre a posição do ponto násio ser influenciada pelo crescimento, podendo este ponto ser deslocado para frente e para cima ou para baixo.

(28)

Entretanto, no ano seguinte, McNamara Jr. (1984) descreveu uma análise cefalométrica para avaliação e planejamento de casos ortodônticos e cirúrgicos. Para tanto, o autor selecionou três amostras de caráter longitudinal, originárias de diferentes centros de pesquisa: Bolton, Burlington e Michigan. Os grupos eram compostos por jovens com oclusão normal e bom perfil facial.

Dentre as mensurações lineares e angulares selecionadas de análises prévias e mensurações elaboradas pelo próprio autor, destaca-se a linha Násio- perpendicular (Nperp), a qual é determinada após o traçado do plano horizontal de Frankfurt, utilizando-se os pontos Pório (Pório anatômico - Po) e o Orbitário (Or) como pontos de referência e, perpendicular a este plano, uma linha é traçada, passando pelo ponto Násio (N). O autor considerou esta linha como um parâmetro de mensuração confiável, inalterável pelo crescimento e tratamento.

Com o objetivo de avaliar as alterações ocorridas no perfil facial, durante o tratamento ortodôntico com extrações dentárias, Drobocky & Smith, em 1989, examinaram o perfil tegumentar de 160 pacientes ortodônticos (54 do sexo masculino e 106 do sexo feminino), tratados com extrações dos 4 primeiros pré-molares. Os pacientes, situados na faixa etária dos 10 aos 30 anos, foram selecionados, ao acaso, de cinco diferentes fontes: 39 pacientes selecionados do arquivo do Tweed Foundation, 38 pacientes do grupo Kesling-Rocke, tratados com a técnica de Begg, 57 pacientes de clínicas privadas de St. Louis e da Carolina do Norte, tratados com dois tipos de bráquetes pré-ajustados e 26 pacientes que se submeteram à extração de pré-molares em idade precoce.

Aplicaram-se as mensurações cefalométricas mais utilizadas na época e a análise de variância (p ≤ 0,05) entre os grupos para cada medida. Os resultados encontrados evidenciaram um aumento médio de 5,2º para o ângulo nasolabial e retração dos lábios superiores e inferiores, em média, de 3,4mm e 3,6mm em relação à linha E, respectivamente. Em torno de 5% a 25% dos pacientes da amostra apresentaram, após o tratamento, valores que indicavam lábios mais protrusivos. Nas comparações entre os grupos, os pacientes oriundos do Tweed Foundation exibiram na sua maioria, grande retração do lábio inferior. Quando as mudanças do perfil mole foram comparadas com valores cefalométricos representativos de normalidade (ou ideais), evidenciou- se que as extrações dos 4 primeiros pré-molares geralmente não resultaram

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em um perfil aplainado, constatado em apenas 10% a 15% dos casos. Os autores concluíram que a maioria dos pacientes tratados com extrações de pré- molares (80% a 90%) apresentou grande melhora no perfil facial quando comparado com a fase inicial do tratamento.

Genecov et al., em 1989, avaliaram os cefalogramas de 64 indivíduos (32 do sexo masculino e 32 do feminino) não tratados ortodonticamente, sendo 32 com más oclusões de Classe I e 32 com más oclusões de Classe II de Angle. Com o objetivo de serem determinadas a quantidade, a direção e a época do desenvolvimento do tecido mole facial, os autores selecionaram 25 parâmetros cefalométricos (21 lineares e 4 angulares), avaliados em 3 estágios distintos: T1- fase da dentadura mista (dos 7 aos 9 anos), T2- fase inicial da dentadura permanente (dos 11 aos 13 anos) e T3- dentadura permanente em fase adulta (dos 16 aos 18 anos). Após a avaliação estatística, por intermédio do teste t pareado e do teste de Tukey para múltiplas comparações (p<0,05), os autores puderam observar que o crescimento ântero-posterior e o aumento subseqüente da projeção anterior do nariz continuaram em ambos os sexos, mesmo depois de cessado o crescimento esquelético. Entretanto, verificaram que nas meninas, o maior desenvolvimento de tecido mole se deu por volta dos 12 anos de idade, enquanto que, nos meninos, o crescimento foi observado até os 17 anos. Durante o período de desenvolvimento, as formas angulares e a relação da posição do nariz, dos lábios e do queixo mantiveram-se relativamente constantes para ambos os sexos e se mostraram relativamente independentes dos tecidos duros subjacentes. Os resultados deste estudo alertaram para o desenvolvimento do tecido mole após o surto de crescimento puberal, implicando diretamente no momento oportuno da instituição do plano de tratamento.

Brandão, em 1991, propôs avaliar, longitudinalmente, as alterações cefalométricas, dento-esqueléticas e tegumentares ocorridas após o tratamento ortodôntico em 34 pacientes leucodermas. Dividiu-se a amostra em dois grupos, sendo 18 do sexo masculino e 16, do feminino, com telerradiografias obtidas ao final do tratamento e, no mínimo, 5 anos pós-contenção. A média de idade ao final do tratamento, era de 14 anos e 10 meses para o sexo feminino, e 16 anos para o masculino, sendo o tempo médio de observação total de 11 anos e 45 dias. Dentre as várias medidas lineares utilizadas pelos autores,

(30)

destacaram-se as seguintes mensurações: linha S de Steiner, Sy - Ms, em que Sy é uma linha perpendicular à linha Sx (traçada 7º, no sentido horário, em relação à linha SN), passando por S, Sy – Ls, Sy – Li e Sy - Pog’. Os testes estatísticos utilizados foram o teste t de Student, para comparação das médias aritméticas entre a fase final do tratamento e a de pós-contenção e o coeficiente de correlação linear para verificação da correlação das medidas cefalométricas com as posições dos incisivos. Os resultados indicaram uma retrusão dos lábios superior e inferior em relação à linha S, ocorrida após o tratamento ortodôntico e um aumento da proeminência nasal significante. O ponto Pog’ foi deslocado anteriormente, acompanhando o avanço do mento ósseo, que foi mais significante para o sexo masculino. Observou-se uma relativa estabilidade da região labial com pequeno deslocamento anterior do ponto Li, acompanhando a localização dos incisivos inferiores e do ponto Ls, em decorrência de uma significativa diminuição da espessura do lábio superior, principalmente para o sexo masculino. As variações encontradas nas medidas foram para o mesmo sentido, em ambos os sexos, embora tenham sido em maior intensidade e significância para o sexo masculino. Os autores chamaram a atenção para a importância da abordagem estética no planejamento ortodôntico e sugeriram que os tratamentos devessem ser finalizados com os lábios mais protrusos em relação à linha S, principalmente para o sexo masculino.

Em 1993, Scavone Jr. et al. propuseram analisar, em telerradiografias, as alterações no perfil facial tegumentar de pacientes tratados ortodonticamente com extração de 4 pré-molares e, adicionalmente, avaliar a eficácia do método cefalométrico proposto para a análise das alterações do perfil mole. Para tanto, os autores realizaram um estudo longitudinal, com intervalos médios de 1 a 5 anos após a conclusão do tratamento ortodôntico em 12 jovens brasileiros, leucodermas, do sexo masculino exclusivamente.

Todos os participantes apresentavam padrão dento- esquelético de Classe I e a média de idade era de 15 anos e 1 mês ao final do tratamento (faixa etária dos 15 aos 20 anos de idade). Os autores utilizaram, como base para a metodologia, uma linha, a qual acreditaram ser de referência estável ao longo do tempo – Vertical NP (Násio – Pogônio), traçada, exclusivamente, nos cefalogramas do final do tratamento e transferida para os cefalogramas

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seriados subseqüentes de cada caso, por meio de superposições de acordo com determinados contornos estruturais da base craniana anterior.

Adicionalmente, visando avaliar a confiabilidade dessa metodologia, as conclusões inferidas foram confrontadas com aquelas alcançadas pela análise de outras 6 variáveis cefalométricas (3 lineares: Ls-PrnPog’, Li-PrnPog’ e H- Nariz e 3 angulares: H.NB, Gl’Prn.Pog’ e Gl’Sn.Pog’), tradicionalmente empregadas em estudos do perfil facial tegumentar. Os autores puderam concluir que a metodologia proposta, nesta pesquisa, mostrou-se eficiente na quantificação das alterações do perfil facial tegumentar e, ainda, que jovens do sexo masculino apresentam considerável potencial de crescimento facial, mesmo após os 15 anos de idade, denotando uma tendência à retrusão progressiva da região subnasal e dos lábios, especialmente o lábio superior, em relação aos demais componentes faciais, com o evolver da idade. Esse processo conduziu a uma redução gradativa na convexidade do perfil facial tegumentar.

Estudando a freqüência de realizações de extrações dentárias nos tratamentos ortodônticos, Proffit em 1994, ao longo de 40 anos (de 1953 a 1993), na Clínica Odontológica da Universidade da Carolina do Norte, pôde perceber que o número de pacientes com extrações dos 4 primeiros pré- molares, mesmo tendo aumentado até os anos 1970, decaiu novamente nos anos 1990, chegando a 10%, comparando-se aos casos com extrações realizadas nos anos 1950. Segundo o autor, a queda do número de extrações dentárias, nos dias atuais, deve-se a dados que sugerem que a extração não garante estabilidade, além de que há um aumento de preocupações com as disfunções da ATM, melhoria considerável nas mecânicas e técnicas ortodônticas e, acima de tudo, maior preocupação sobre o impacto da extração na estética facial.

Bishara et al. em 1995, com o intuito de identificar quais parâmetros influenciam a decisão pela extração de pré-molares, avaliaram, longitudinalmente, as características dentofaciais no pré-tratamento de indivíduos com más oclusões de Classe II, divisão 1 de Angle, tratados com e sem extrações dentárias. Avaliaram-se cefalogramas laterais de 91 pacientes, sendo 44 tratados com extrações dos 4 pré-molares (21 do sexo masculino e 23, do feminino) e 47 sem extrações (20 do sexo masculino e 27, do feminino).

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Para fins comparativos, selecionou-se, do Centro de Estudos de Crescimento Facial de Iowa, um grupo controle composto por 35 pacientes com oclusão normal, pareado em relação à idade e sexo. A média das idades, para todos os grupos, variou de 10,9 a 12,5 anos. Vinte e quatro pontos cefalométricos foram estabelecidos e digitalizados e 32 medidas, sendo 21 angulares e 11 lineares, foram obtidas. Comparações entre os grupos tratados com o grupo controle pela análise de variância (p ≤ 0,05), indicaram que, em geral, a má oclusão de Classe II está associada a um grande trespasse horizontal e vertical, ao ângulo ANB aumentado, à mandíbula retruída e a um perfil tegumentar convexo. Os lábios superiores e inferiores dos pacientes do sexo masculino, bem como os lábios inferiores dos pacientes do sexo feminino, apresentavam-se, significativamente, mais protrusos nos pacientes que se submeteram à extração dos 4 pré-molares. Os autores puderam concluir, dentre outros aspectos, que a protrusão labial é um dos mais importantes parâmetros sobre o qual se fundamenta a decisão pelas extrações.

Em 1996, Scavone Jr. 1996, analisou as alterações no perfil facial tegumentar e o seu dimorfismo sexual por meio de 129 telerradiografias cefalométricas, avaliadas no período dos 13 aos 18 anos de idade, em jovens brasileiros, leucodermas (21 do sexo masculino e 22 do sexo feminino), com oclusão normal e sem tratamento ortodôntico. Três telerradiografias foram tomadas longitudinalmente com intervalos médios bienais. Denominou-se de primeiro período de crescimento ao intervalo compreendido entre as duas primeiras telerradiografias e o intervalo entre as duas últimas correspondeu ao segundo período de crescimento. Avaliou-se também o período total englobado entre as primeiras e segundas telerradiografias. A análise cefalométrica abrangeu medidas lineares horizontais e verticais, ângulos de convexidade e proporções verticais. Para avaliar a significância estatística das alterações ocorridas durante os períodos de crescimento considerados nas 34 variáveis cefalométricas investigadas, foi utilizado o teste t de student (p=5%,1% e 0,1%) e, para detecção de um possível dimorfismo sexual, associado às características cefalométricas do perfil facial tegumentar, bem como no que tange às suas alterações durante o crescimento, utilizou-se o teste t. Dentre as várias modificações de crescimento observadas, os autores puderam concluir, especificamente com relação ao perfil tegumentar, para jovens do sexo

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masculino: que o deslocamento anterior do nariz superou o de todas as demais regiões faciais no primeiro período e no período total, enquanto que, no segundo, não diferiu em relação ao do lábio inferior e do pogônio mole; a protrusão labial diminuiu nos 2 períodos de crescimento em relação à linha “E”

de Ricketts e a proeminência do pogônio mole aumentou em relação ao lábio inferior. As alterações observadas em jovens do sexo feminino foram: o deslocamento anterior do nariz superou o da maioria dos componentes faciais, porém não diferiu do pogônio mole nos períodos observados; a protrusão do lábio superior diminuiu em todos os períodos em relação à linha “E” de Ricketts; a proeminência mentoniana aumentou em relação ao lábio inferior no primeiro período e no período total. Quanto ao dimorfismo sexual, jovens do sexo masculino denotaram maior projeção nasal após a segunda faixa etária;

lábio superior mais retruído em relação à linha “E” de Ricketts, somente no segundo período de crescimento e maior profundidade do sulco mentolabial em relação ao lábio inferior, acentuado progressivamente, com a idade.

Ackerman e Proffit, em 1997, afirmaram que, na realidade, não são as discrepâncias estruturais a maior limitação do tratamento e, sim, que o tecido mole é quem determina mais precisamente a suscetibilidade terapêutica. A habilidade dos tecidos moles em se adaptarem às alterações nas relações dente-osso é mais restrita que os limites anatômicos na correção das relações oclusais. Portanto, a análise dos tecidos moles tornou-se o ponto crítico na decisão ortodôntica e somente pode ser realizada por meio de um correto e minucioso exame físico do paciente.

Em 1997, avaliando-se cefalogramas laterais e modelos dentários em três estágios distintos (pré-tratamento, pós-tratamento e aproximadamente 2 anos pós-tratamento), Bishara et al. compararam dois grupos experimentais com um grupo controle (35 pessoas com oclusão normal) do Centro de Estudos de Crescimento de Iowa. Toda a amostra experimental compreendeu pacientes com más oclusões de Classe II, divisão 1 de Angle, com a média de idade variando de 10,9 anos (fase pré-tratamento) a 14,6 anos (fase pós- tratamento). Dividiu-se esta amostra em um grupo de 46 pacientes (20 do sexo masculino e 26 do sexo feminino) tratados sem extrações dentárias, com a utilização do aparelho extrabucal e um grupo de 45 pacientes (21 do sexo masculino e 24 do sexo feminino) tratados com a extração dos 4 primeiros pré-

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molares. Todos os tratamentos foram considerados bem finalizados clinicamente, critério adotado para assegurar que as mudanças da fase pós- tratamento não seriam originárias de resultados deficientes de tratamentos ou por falta de colaboração por parte dos pacientes. As telerradiografias, obtidas do mesmo aparelho de raios-X, foram traçadas, obtendo-se 26 medidas cefalométricas, extraídas de 18 pontos identificados em tecido duro e de 6 em tecido mole. A análise de variância e o teste t de Student (p ≤ 0,05) foram utilizados para comparar as mudanças entre os grupos com e sem extrações dentárias e entre os sexos. Os resultados indicaram que, antes do tratamento com extrações dos primeiros pré-molares, os pacientes apresentavam maior protrusão do lábio superior e inferior e uma maior discrepância dento- esquelética quando comparados ao grupo sem extrações. Após o tratamento, no grupo com extrações, os lábios superior e inferior apresentavam-se mais retruídos, faces mais retas e incisivos superiores e inferiores suavemente mais verticalizados, enquanto que o grupo sem extrações apresentava tendências opostas. Os autores puderam concluir que, de maneira geral, as extrações dentárias não alteraram significativamente a direção das tendências do pós- tratamento, e salientaram que as atuais descobertas sugeriam que a decisão pelas extrações ou não de dentes, quando baseada em um bom diagnóstico, não apresenta efeito sistemático prejudicial sobre o perfil facial. No entanto, os ortodontistas devem se conscientizar das tendências introduzidas pelas duas modalidades de tratamento, evitando-se acentuar características indesejáveis ao perfil.

Em 1998, com o objetivo de se determinar diferenças em faces de adolescentes tratados com e sem extrações de pré-molares, Boley et al.

realizaram um estudo conduzido em duas fases. Na primeira, testou-se a percepção de 192 cirurgiões-dentistas e ortodontistas experientes. Fotografias das faces de 25 pacientes tratados com extrações dos 4 pré-molares e 25, sem extrações, sendo que 22 eram do sexo masculino e 28, do feminino, foram apresentadas aos profissionais, questionando-se se o paciente havia sido tratado com ou sem extrações dos 4 pré-molares. Os resultados mostraram que o índice de acerto dos entrevistados foi de 54%, ou seja, um pouco melhor que a pura sorte. Na segunda fase, os perfis foram avaliados com base em traçados cefalométricos, utilizando-se apenas a linha H. De acordo com os

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resultados, não houve diferença estatisticamente significante para os perfis entre as fases pré e pós-tratamento em ambos os grupos e, os valores médios da medida linha H – A’, para os dois grupos, apresentaram-se dentro do índice estético desejado. Constatou-se que os ortodontistas e os cirurgiões-dentistas experientes não puderam determinar se o tratamento havia sido realizado com ou sem extrações pela simples observação da face e que não houve diferença estatisticamente significante entre as faces produzidas pelos dois tipos de tratamento. Portanto, os autores concluíram que não se justifica evitar a extração de pré-molares com base no receio de um possível efeito deletério significante sobre a face, quando o caso for diagnosticado e tratado adequadamente.

Nguyen & Turley, em 1998, com intenção de quantificar as alterações ocorridas no perfil facial de adultos jovens com o decorrer do tempo e determinar o perfil ideal masculino descrito em revistas de moda atuais, analisaram as fotografias de perfil de 116 modelos masculinos (entre 18 e 35 anos), coletadas das principais revistas de moda dos últimos 65 anos, baseados na premissa de que os editores de moda podem ser considerados conhecedores das preferências estéticas faciais. As imagens foram

“escaneadas’’ e projetadas em computador e, utilizando-se o programa Adobe Photoshop, os pontos foram localizados no perfil mole. Em seguida, estes pontos foram interligados, formando o perfil facial, o qual era aumentado ou diminuído de tamanho com o programa Adobe Ilustrator, seguindo uma padronização numérica para a correção das diferenças de tamanho de perfis.

Selecionaram-se 18 medidas, das quais 6 eram lineares; 9 angulares e 3 medidas de proporção. Os testes estatísticos de escolha foram o coeficiente de correlação de Pearson, para determinar o grau de correlação entre cada variável e progressão do tempo e a análise de variância ANOVA, para determinar em qual período de tempo ocorreram mudanças significantes (p≤

0,05). Os resultados evidenciaram que a posição ântero-posterior e a espessura dos lábios, bem como a área do vermelhão labial mostraram correlações estatisticamente significantes com o passar do tempo. O perfil masculino, descrito em revistas de moda, modificou, significativamente, com o tempo e estas alterações estavam presentes, principalmente, na área dos lábios, com uma tendência de aumento na protrusão e espessura labial. Os

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autores concluíram que, de forma semelhante ao perfil feminino, o perfil facial, considerado como belo, do sexo masculino, modificou-se com o decorrer dos anos.

Em 1999, Auger & Turley fizeram um estudo semelhante para avaliar as mudanças ocorridas ao longo do tempo no perfil facial de mulheres leucodermas, na faixa etária dos 18 aos 35 anos. Os autores avaliaram 14 variáveis (7 angulares, 6 lineares e 1 de proporção) do tecido mole em 125 fotografias de perfil extraídas de revistas de moda deste século. Foram analisados 5 períodos distintos, com uma amostra de 25 fotografias para cada um dos 5 grupos. As fotografias foram duplicadas com o auxílio de uma câmera fotográfica e preparadas de tal forma a alcançarem dimensões semelhantes.

As fotografias eram traçadas, utilizando-se papel acetato e lápis 0,5mm e os pontos de tecido mole demarcados, todos pelo mesmo investigador. Em seguida, cada traçado foi “xerocado” com a intenção final de padronizar o tamanho das fotografias, utilizando-se o seguinte método: traçou-se uma linha vertical (PRV) da glabela (G’) ao pogônio (Pog’), perpendicular ao tecido mole do mento e, nesta linha vertical, determinou-se uma medida de 35mm da região do nasio (N’) ao subnasal (Sn) para todas as fotografias. Com o objetivo de se avaliar as diferenças entre os grupos, optou-se pela análise de variância, utilizando-se um valor de P corrigido para uma análise multivariável. Diferenças significantes entre os grupos foram encontradas (p≤ 0,0001) com relação à posição ântero-posterior dos lábios, à quantidade visível de tecido labial e ao ângulo interlabial, com os grupos mais recentes exibindo lábios mais cheios e posicionados mais anteriormente. Entretanto, nenhuma diferença significante foi encontrada para os ângulos frontonasal, nasolabial e facial total. Os autores afirmaram, baseados nos resultados obtidos, que os padrões para o perfil facial estético da mulher não é estático, mostrando uma tendência, neste século, para lábios mais cheios e posicionados mais anteriormente.

Ainda em 1999, West & McNamara Jr. estudaram as alterações do crescimento craniofacial ocorridas, desde a adolescência até a fase adulta, em indivíduos que não apresentavam qualquer histórico anterior de tratamento ortodôntico. Os componentes da amostra, extraídos do arquivo da Universidade de Michigan, foram avaliados em três períodos distintos: final da adolescência (T1), início da idade adulta (T2) e meio da idade adulta (T3). Por

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meio do programa de computador Dentofacial Planner 5.32, os cefalogramas laterais seriados de 58 indivíduos foram avaliados. A média de idade em T3 era de 40 anos, com exceção de 15 adultos, cujas as radiografias foram realizadas em torno dos 30 anos. Para a análise das mudanças ocorridas entre as três fases, o teste t de Student foi utilizado (p ≤ 0,001). Os resultados evidenciaram que o comprimento mandibular, a face média, a altura facial ântero-inferior e posterior sofreram um aumento estatisticamente significante, tanto em homens quanto em mulheres, em ambos os intervalos de tempo. Contudo, os homens mostraram uma rotação anterior da mandíbula, ao passo que as mulheres demonstraram uma rotação posterior da mesma. Com relação ao tecido mole, os resultados demonstraram que as alterações foram, de alguma forma, diferentes entre os sexos. Nos homens, o nariz e o mento cresceram para baixo e para frente, com os lábios, geralmente, movimentando-se para baixo.

Já as mulheres apresentaram crescimento nasal, que progrediu para baixo e para frente, com uma retrusão suave dos lábios, com o passar do tempo.

Em 2000, Bowman & Johnston Jr. compararam os efeitos estéticos dos tratamentos ortodônticos realizados com e sem extrações dentárias. Um grupo, composto por 58 leigos e 42 cirurgiões-dentistas, avaliou, aleatoriamente, os perfis pré e pós-tratamento de 70 pacientes tratados com extrações dos pré- molares (22 do sexo masculino e 48 do sexo feminino) e 50 tratados sem extrações (22 do sexo masculino e 28 do sexo feminino), todos, inicialmente, com más oclusões de Classe I e II de Angle. As amostras eram semelhantes no início do tratamento, no entanto, ao final do mesmo, as faces dos pacientes do grupo tratado com extrações apresentavam, em média, 1,8mm de retrusão labial quando comparadas com as faces dos pacientes tratados sem extrações.

Os autores observaram, por meio da análise de variância ANOVA, que, em geral, o tratamento sem extrações dentárias exerceu pouco efeito sobre o perfil facial, enquanto o tratamento com extrações alterou, significantemente a protrusão inicial do tecido mole, beneficiando os casos com grande protrusão tegumentar. O ponto em que uma redução na protrusão produz uma melhora perceptível foi investigado por meio da análise de regressão. Tanto leigos como cirurgiões-dentistas visualizaram a extração dentária como potencialmente benéfica, quando os lábios estavam mais protrusos 2mm a 3mm além da linha E de Ricketts. Assim, os autores concluíram que o tratamento com extrações

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dentárias pode produzir uma melhora na estética facial para muitos pacientes que apresentam alguma combinação de apinhamento dentário e protrusão labial.

Com o propósito de comparar a resposta tecidual tegumentar em pacientes com más oclusões de Classe I, tratados com e sem extrações dos 4 primeiros pré-molares, Kocadereli, em 2002, realizou um estudo em 80 adolescentes, sendo 40 destes (23 do sexo feminino e 17, do masculino) tratados com extrações dos 4 primeiros pré-molares e 40 (24 do sexo feminino e 16, do masculino) sem extrações dentárias. A média de idade dos pacientes, no início do tratamento era relativamente similar em ambos os grupos, com 12,82 ± 2,37 anos para o grupo com extração e 12,31 ± 2,19 anos para o grupo sem extração. Os dados foram extraídos a partir de telerradiografias em norma lateral, realizadas na mesma unidade de raios-x, no início e ao final do tratamento ortodôntico. Os pontos cefalométricos selecionados foram digitalizados 2 vezes, em ocasiões distintas, pelo mesmo operador, com o propósito de se verificar o erro do método. Após a avaliação de 10 medidas lineares e 9 angulares, o autor pôde concluir, baseado na análise estatística, utilizando-se o teste t de Student (p≤ 0,05), que as principais diferenças no tecido mole entre os grupos, ao término do tratamento, eram os lábios superior e inferior mais retruídos nos pacientes que se submeteram às extrações.

Adicionalmente, o autor salientou que as mudanças estéticas, ocorridas no perfil facial tegumentar, são extremamente difíceis de serem avaliadas apenas por números.

Com o objetivo de avaliar, longitudinalmente, as alterações dento- alveolares e craniofaciais naturais que ocorrem na terceira década de vida, Akgul & Toygar, em 2002, avaliaram telerradiografias laterais de 30 pacientes (14 mulheres e 16 homens), sendo 24 com má oclusão de Classe I e 6 com má oclusão de Classe II. A média de idade, no início do período de observação (T1) era de 22,35 anos para o sexo feminino e 22,19, para o masculino, com um período de observação de aproximadamente 10 anos (T2 - fim do período de observação). As telerradiografias foram superpostas pelo método estrutural, com todos os traçados digitalizados e 65 variáveis cefalométricas estudadas, sendo 16 delas de tecido mole. Para a análise das alterações de T1 para T2, os autores utilizaram o teste t pareado e o teste t de Student, para comparação

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entre os sexos. Após as avaliações estatísticas, os autores puderam concluir que as alterações foram mais significantes nas mulheres e, dentre elas, destacaram-se as alterações na dimensão vertical. A altura facial anterior total aumentou em ambos os sexos, enquanto a altura facial ântero-inferior aumentou, significativamente, para o grupo feminino. A retrusão do lábio superior foi significante nas mulheres e a espessura dos lábios inferiores diminuiu em ambos. Estes resultados sugeriram cuidados relativos à estabilidade a longo prazo, com colocação de contenções após tratamentos ortodônticos e cirúrgicos.

Em 2004, Yeheskel & Turley avaliaram as mudanças ocorridas no perfil facial de mulheres afro-americanas apresentadas em revistas de moda do século XX. Vinte e seis variáveis foram mensuradas, num total de 119 perfis que foram extraídos de várias revistas publicadas entre 1940 e 1990. As fotografias foram divididas em 6 grupos correspondentes às décadas em que as mesmas foram publicadas. Em seguida, enviaram-se as fotos para o programa Adobe Photoshop 5.0, orientadas pelo plano horizontal de Frankfurt e medidas, de tal forma, que o Násio e o Subnasal tegumentares resultassem no valor de 35mm em todas as fotografias, padronizando-se assim, o tamanho das mesmas. Pela análise de variância e pelo teste de comparação múltipla de Tukey, os autores observaram diferenças estatisticamente significantes (p <

0,01) para a posição ântero-posterior dos lábios, para o ângulo nasolabial e para o ângulo interlabial, com lábios mais cheios e posicionados mais anteriormente nas décadas mais recentes. Desta maneira, eles puderam concluir que o padrão estético do perfil das mulheres afro-americanas mudou ao longo do século XX, considerado semelhante ao padrão do perfil de indivíduos leucodermas, mostrando uma tendência para lábios mais cheios e posicionados mais anteriormente.

Maple et al., em 2005, avaliaram a fidedignidade de percepção de atratividade do perfil facial entre ortodontistas, cirurgiões-dentistas e leigos, em fotografias digitais que eram alteradas, a fim de produzir combinações diferentes da posição ântero-posterior da mandíbula e altura facial ântero- inferior. Os objetivos específicos eram determinar se existia concordância entre os provedores (ortodontistas e cirurgiões) e consumidores (pacientes leigos) nas percepções de atratividade facial e avaliar se as interações e a magnitude

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