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Emergência e crescimento de plântulas de Morinda citrifolia L. em função do estádio de maturação das sementes e substratos

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Emergência e crescimento de plântulas de Morinda citrifolia L. em função do estádio

de maturação das sementes e substratos

SILVA, C.C.; ALMEIDA, J.P.N.*; CARDOSO NETO, R.; PAIVA, E.P.; ARRAIS, I.G.; MENDONÇA, V.

Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA, Mossoró, RN. *Autor para correspondência: joaopaulonobre@yahoo.com.br

RESUMO: Um dos fatores que influenciam a emergência das sementes é a utilização de substratos e a maturação de sementes. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento germinativo e o desenvolvimento de plântulas de Morinda citrifolia L. em função de diferentes métodos de coleta de sementes e substratos. O experimento foi conduzido em viveiro de produção de mudas da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA). As sementes foram semeadas em bandejas de poliestireno de 128 células, utilizando o delineamento em DBC, em esquema fatorial 2x4, correspondente às duas formas de extração dos frutos (colhidas na planta e no chão) e quatro substratos comerciais denominados de S1

(solo + esterco bovino 1:1), S2 (casca de pinus, vermiculita e calcário dolomítico), S3 (superfosfato

simples, nitrato de potássio, turfa, vermiculita e casca de pinus), S4 (fertilizante mineral, óxido

de cálcio, carvão vegetal, casca de pinus e turfa) com 4 repetições de 25 sementes. Ao final do experimento foram determinadas a porcentagem de emergência, índice de velocidade de emergência, comprimento da parte aérea, radicular e total, diâmetro do colo, número de folhas, massa seca da parte aérea, raiz e total. O estádio de maturação do fruto influenciou na qualidade fisiológica das sementes de noni, sendo os frutos verde-claro colhidos na planta o mais indicado para obtenção das sementes e formação de mudas. As sementes extraídas de frutos colhidos no chão associadas a um substrato composto de solo+esterco bovino,casca de pinus, vermiculita e calcário dolomítico podem ser utilizadas para a formação de mudas de noni. Palavras-chave: Noni, época de colheita, qualidade fisiológica, produção de mudas

ABSTRACT: Emergence and growth of seedlings Morinda citrifolia L. due to the maturation stage of seeds and substrates. One of the factors that influence the emergence of the seed is the use of substrates and maturation of seeds. In this sense, the aim of this study was to evaluate the germination behavior and the development of Morinda citrifolia L. seedlings due to different methods of collecting seeds and substrates. The experiment was conducted in seedling production nursery at the Federal Rural University of Semi-Arid (UFERSA). The seeds were sown in 128 cell polystyrene trays, using the design in DBC, in a 2x4 factorial design, corresponding to the two forms of the fruit extract (taken at the plant and the ground) and four commercial substrates called S1 (soil + manure bovine 1:1), S2 (pine bark, vermiculite and

dolomite), S3 (superphosphate, potassium nitrate, peat, vermiculite and pine bark), S4 (mineral

fertilizer, calcium oxide, charcoal, bark pine and peat) with 4 replications of 25 seeds. At the end of the experiment were determined the percentage of emergence, emergence speed index, shoot length, root and all, stem diameter, number of leaves, shoot dry weight, root and total. The fruit maturation stage influenced the physiological quality of noni seeds, and bright green fruit harvested in the plant the most suitable for obtaining the seed and seedling. The seeds extracted from fruits harvested on the ground attached to a substrate consisting of soil + cattle manure, pine bark, vermiculite and dolomite can be used for the formation of noni seedlings. Keywords: Morinda citrifolia L., harvest season, physiological quality, seedling production

Recebido para publicação em 13/10/2016

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INTRODUÇÃO

Popularmente conhecida como noni, a Morinda citrifolia L. é uma espécie medicinal que pertence à família Rubiaceae. É originária do sudeste da Ásia e cultivada na polinésia, Índia, Austrália, Américas Central e sul (Razafimandimbison et al., 2010). Os frutos de noni apresentam várias funções tais como bactericida, analgésico, antioxidante, expectorante, anti-inflamatório, anticancerígeno, entre outras (Elkins, 1997; Rodríguez & Pinedo, 2004). O suco de frutas do noni vem sendo utilizado na medicina popular para o tratamento de diabetes, dores, diarreias, hipertensão, artrite estresse e câncer (Correia, 2010).

No Brasil, os conhecimentos sobre a espécie são insuficientes e sua introdução é relativamente recente, o que caracteriza uma escassez de material propagativo suficiente para o cultivo em escala comercial (Trombolato et al., 2005). No entanto, nas últimas décadas, observou-se um aumento significativo do interesobservou-se comercial em relação aos produtos contendo essa planta, principalmente o suco das frutas do noni (Silva et al., 2012).

Um dos fatores que influenciam a emergência das sementes é a utilização de substratos, que na fase de viveiro, torna-se fundamental que sejam utilizados substratos com características que favoreçam a germinação das sementes, o desenvolvimento radicular e o crescimento inicial das plantas (Ramos et al., 2002). O substrato exerce grande influência sobre o crescimento de plântulas e na formação das mudas de boa qualidade. Caracteriza-se como insumo básico servindo de suporte físico que permitam a retenção de água, o arejamento e agregação do sistema radicular para as plantas jovens e disponibilizando recursos, como nutrientes essenciais, boa capacidade de troca catiônica, ausência de agentes patogênicos, pH próximo da neutralidade, baixa salinidade (Farias et al., 2012; Lima et al., 2006). A sua capacidade de desenvolver mudas vigorosas, com alto potencial produtivo, está intimamente associado às características químicas, que tem influência sobre a disponibilidade de nutrientes às plantas (Bianchi et al., 2003).

Outro fator que influencia o desenvolvimento das sementes é a maturação de frutos, sendo que a forma de coleta, tanto na própria árvore quanto no solo, nem sempre coincide com o seu pleno vigor, e a colheita feita antes ou após o amadurecimento poderá influir desfavoravelmente sobre a muda (Borges & Borges, 1979).

O melhor estádio de colheita das sementes minimiza os efeitos da deterioração das mesmas, provocados pela permanência prolongada do fruto na planta, além de aumentar a produtividade

das sementes, visto que a colheita precoce pode acarretar em grande proporção de sementes imaturas (Vidigal et al., 2009). Por outro lado, sementes mantidas por determinado período de tempo no fruto, após a colheita, dão continuidade ao processo de maturação, atingindo níveis máximos de germinação e vigor (Dias et al., 2006, Vidigal et al., 2006). Entretanto, estabelecer o período de tolerância dos frutos após a colheita, em razão do seu grau de maturação, pode auxiliar na racionalização do processo de extração de sementes com máxima qualidade (Silva et al., 2009).

Atualmente as informações a respeito do comportamento germinativo das sementes e do desenvolvimento de plântulas de noni não tem difusão significativa. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento germinativo e o desenvolvimento de plântulas de Morinda citrifolia L. em função de diferentes métodos de coleta de sementes e substratos.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no viveiro de produção de mudas, coberto com tela que permite 50% de entrada de luz, da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), Mossoró-RN, (5º11´31”S e 37º20´40”W, altitude média de 18 m).

Os frutos de noni foram colhidos e classificados em dois estágios de maturação provenientes de um pomar da empresa “WG Fruticultura”, localizada na cidade de Baraúnas - RN. Foram colhidos frutos maduros (verde claro) localizado na própria planta, que foram classificados no estádio E1 de maturação de

sementes e frutos colhidos na superfície do solo (frutos escuros em estado de senescência avançado), que foram classificados no estádio E2 de maturação de sementes, os mesmos

foram acondicionados em sacos de polietileno e encaminhados para o Laboratório de Análise de Sementes do Departamento de ciências Vegetais da UFERSA. Em seguida, as sementes foram extraídas dos respectivos frutos, lavadas em água corrente e depois colocadas para secar a sombra durante 48 horas. Posteriormente, as mesmas foram acondicionadas em sacos de polietileno e armazenadas em câmara fria (±12oC e 50%) até a

instalação do experimento.

Para cada estádio de maturação das sementes foi submetida à determinação dos teores de água, tomando-se ao acaso duas repetições de 5g de sementes, sendo posteriormente, acondicionadas em cápsulas de alumínio e levadas à estufa a 105º C, durante 24 h, (Brasil, 2009). Antes do início do ensaio foi realizada a assepsia

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das sementes de cada estádio através da imersão em hipoclorito de sódio a 5% durante 15 min e com uma solução a 0,4% de nistatina® para evitar o

aparecimento de fungos.

Em seguida, as sementes foram semeadas em bandejas de poliestireno de 128 células, utilizando o delineamento em blocos casualizados (DBC), em esquema fatorial 2x4, correspondente às duas formas de extração (colhidas na planta e no chão) e quatro substratos comerciais denominados de S1 (solo + esterco bovino 1:1), S2 (casca de pinus,

vermiculita e calcário dolomítico), S3 (superfosfato

simples, nitrato de potássio, turfa, vermiculita e casca de pinus), S4 (fertilizante mineral, óxido de

cálcio, carvão vegetal, casca de pinus e turfa) com 4 repetições de 25 sementes. A irrigação foi realizada diariamente por meio de nebulização intermitente sempre no mesmo horário. As análises químicas dos substratos foram realizadas no laboratório de solos e nutrição de plantas da UFERSA (Tabela 1).

Ao final do experimento (60 dias após a semeadura), foram determinadas as porcentagens de emergência (E%) e o índice de velocidade de emergência (IVE) com contagens diárias do número de plântulas, calculados conforme a fórmula proposta por Maguire (1962). Foi avaliado ainda o comprimento da parte aérea (CPA) e do sistema radicular (CSR) com o auxílio de uma régua graduada (cm); o diâmetro do colo (DC) foi determinado com o auxílio de um paquímetro digital com valores expressos em mm e o número de folhas (NF).

Para a quantificação da massa seca da parte aérea (MSPA) e do sistema radicular (MSR), as plantas foram fracionadas em partes e postas para secar em estufa de circulação de ar força a 65°C até a obtenção de peso constante e posteriormente pesada em balança de precisão, com o resultado expresso em g.plântula-1. Foi determinada ainda a

soma da MSPA e MSR para compor a massa seca total (MST) e as somas do CPA e CSR para compor o comprimento total (CT).

Para fins de análise estatística, os dados obtidos foram submetidos à análise de variância

(ANAVA) e teste de Tukey a 5% de probabilidade para comparação de médias usando-se o programa estatístico ASSISTAT 7.7 (Silva & Azevedo, 2009). RESULTADOS E DISCUSÃO

Os estádios de maturação das sementes colhidas e os diferentes tipos de substratos utilizados promoveram interação significativa quando se aplicou o teste F (p < 0,05) para todas as variáveis analisadas.

As sementes colhidas na planta apresentaram um teor de água de 4,38%, enquanto que as colhidas no chão apresentaram um teor de 4,30%. Considerando a proximidade dos valores encontrados pode-se afirmar que porcentagem teor de água nas sementes não é um fator de influência nas respostas. Frutos carnosos apresentam poucas diferenças, quanto ao padrão de desidratação das sementes durante a maturação em relação às sementes de frutos secos (Aroucha et al., 2005).

A porcentagem e o índice de velocidade de emergência foram influenciados pelo estádio de maturação das sementes e pelos diferentes substratos utilizados (Tabela 2). Para a porcentagem de emergência, as sementes no estágio E1 combinadas com os substratos S2, S3 e

S4, incrementou um aumento de 115%, 138,51% e

203,45%, respectivamente, em relação ao estádio E2. Para o índice de velocidade de emergência as

respostas foram semelhantes a anterior, onde o estádio E1 de maturação associado com o substrato

S4 resultou num aumento de 387,5%, quando se

compara com o estádio E2. A rápida emergência

das sementes originando plântulas normais num curto espaço de tempo é o resultado das condições ideais fornecidas para a emergência das mesmas, agregado ao vigor da semente, definido durante a fase de cultivo e culminando na maturidade fisiológica (Marcos Filho, 2005).

A s m e l h o r e s r e s p o s t a s p a r a o comportamento de emergência em sementes de noni foram encontradas no estádio E1 de maturação TABELA 1. Valores nutricionais dos substratos utilizados para Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Alumínio (Al), Alumínio mais Hidrogênio (Al+H), Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Sódio (Na), Matéria Orgânica (MO), Potencial de Hidrogênio (pH) e Condutividade elétrica (CE).

Substratos Comerciais Ca Mg Al Al + H N P K Na MO pH CE --- Cmol/d3 --- --- mg/d3 --- ---- g/kg ---- H2O dS/m S1 2,92 1,29 0 1,6 0,84 6,959 5,722 6,245 12,156 6,2 0,136 S2 3,83 1,13 0 1,683 0,56 2,089 4,515 9,245 15,917 6,38 0,152 S3 5,83 0,4 0 1,353 0,7 2,807 6,203 7,698 18,637 6,21 0,115 S4 3,74 1,59 0 1,023 0,84 4,612 7,619 9,698 14,571 5,95 0,0461

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dos frutos, onde as mesmas foram colhidas na planta, indicando um ponto mais adequado de maturação e que os frutos colhidos no chão em estádio de senescência avançado (E2) estavam com

qualidade comprometida de sementes. Esses efeitos positivos do ponto de maturação nas sementes de noni pode estar associada à formação completa dos sistemas bioquímico, morfológico e estrutural (Nakada et al., 2011). Mesmo antes da maturação do fruto, as sementes já podem alcançar a maturidade fisiológica, momento, este, em que as mesmas atingem o máximo de germinação e vigor (Silva et al., 2009).

O comprometimento na emergência de sementes de noni em função dos estádio de maturação dos frutos, indica que as mesmas quando colhidas no chão não apresentavam maturidade fisiológica suficiente para o bom desempenho germinativo, o que pode estar associado com o estado de senescência avançado dos frutos, ocasionando desordens fisiológicas às sementes, interferindo negativamente na porcentagem e vigor das mesmas. Castro et al. (2004) também ressaltam que a maturação excessiva do fruto pode ser prejudicial à qualidade da semente.

Assim, a determinação do estágio ideal de colheita dos frutos, é de suma importância para evitar perdas na qualidade fisiológica das sementes pela obtenção de sementes imaturas ou com a qualidade comprometida (Donato et al., 2015). De acordo com Carvalho & Nakagawa (2012), as sementes que não se encontram completamente maduras podem germinar, contudo não resultam em plântulas tão vigorosas como aquelas colhidas no ponto adequado. No processo de maturação, as sementes passam por modificações físicas, bioquímicas e fisiológicas até atingirem o ponto de maturidade fisiológica quando apresentam o máximo de germinação, vigor e matéria seca. Estas modificações são influenciadas por fatores ambientais e genéticos, havendo características

marcantes e que sinalizam o ponto ideal de colheita (Piña-Rodrigues & Aguiar, 1993; Carvalho & Nakagawa, 2012).

É importante ressaltar, ainda, que o processo de germinação de sementes é influenciado grandemente pelos substratos utilizados, de acordo com a sua estrutura e aeração que podem variar com o tipo de material utilizado (Nogueira et al., 2003). No que refere a E% e IVE do noni, os substratos mais ricos em matéria orgânica e cálcio (S2, S3 e S4) como pode ser visto na tabela 1, tem

efeitos positivos para tais variáveis em função da presença da casca de pinus, vermiculita, calcário dolomítico, superfosfato simples, nitrato de potássio, fertilizante mineral, óxido de cálcio, carvão vegetal.

Houve interação significativa entre os tratamentos para as variáveis: número de folhas e diâmetro do colo (Tabela 3). Observa-se que o substrato S2 teve menor número de folhas e

diâmetro do colo que os demais substratos, quando as sementes foram provenientes do estádio E1 de

maturação. Já o substratoS1quando as sementes

foram provenientes do estádio E2 de maturação

obteve respostas favoráveis a estas variáveis, diferindo dos outros substratos, mas não diferindo nos estádios de maturação de sementes, o que se pode concluir que o substrato S1 pode ser eficiente

tanto nos dois estádios de maturação de sementes. Uma possível explicação referente ao substrato S2 na limitação do número de folhas e

diâmetro do colo é função do mesmo apresentar um menor teor de nitrogênio (tabela 1) quando se compara aos demais substratos. O nitrogênio é o elemento mineral que as plantas, em geral, exigem em maiores quantidades e sua deficiência inibe rapidamente o crescimento da planta podendo levar à queda da folha (Taiz & Zeiger, 2013).

Os substratos alteram de forma significativa o comprimento da parte aérea e o sistema radicular em sementes de noni (Tabela 4). Nota-se que as sementes provenientes do estádio E1 obtiveram TABELA 2. Interação entre os estádios de maturação das sementes e os diferentes substratos na porcentagem de emergência E (%) e índice de velocidade de emergência (IVE) de plântulas de noni (Morinda citrifolia L.).

E (%) IVE

SUBSTRATOS E1

Estádio de maturação das sementes Estádio de maturação das sementes

E2 E1 E2 S1 80,50 Ab 24,75 Bb 0,53 Ac 0,04 Bc S2 86,00 Aa 40,00 Ba 0,64 Ab 0,27 Ba S3 88,25 Aa 37,00 Ba 0,62 Ab 0,14 Bb S4 88,00 Aa 29,00 Bb 0,78 Aa 0,16 Bb CV (%) 5,10 9,54

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

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uma melhor resposta ao comprimento da parte aérea quando se utilizou o substrato S3 (3,98 cm),

resultando num aumento de 53,08% em relação ao substrato S2 e de 30,49% em comparação

as sementes colhidas no chão (3,05 cm). O substrato S1 e S2 favoreceram o crescimento da

muda quando as sementes foram provenientes do estádio E2 de maturação. Já para o comprimento da raiz, apenas o substrato S4 não foi tão eficiente

no estádio E1 de maturação de sementes. As sementes provenientes do estádio E2 de maturação juntamente com o substrato S1 (11,15 cm)obteve o

melhor desempenho, num incremento de 179,45% em relação ao substrato S4 (3,99 cm) e um aumento

de 26,27% em relação ao estádio de maturação E1. Nota-se que os substratos contribuem para um maior desenvolvimento de mudas de noni com particularidades dentro dos estádios de maturação dos frutos. Eles atuam de forma isolada de acordo com a sua composição química. O substrato S3 por

exemplo, composto de superfosfato simples, nitrato de potássio, turfa, vermiculita e casca de pinus contribuiu no crescimento da parte aérea de mudas

de noni quando as sementes são colhidas na árvore. Este substrato apresentam em sua composição teores de cálcio e matéria orgânica superior aos demais substratos (Tabela 1), o que poderá ter resultado no maior crescimento das mudas. Por outro lado, o substrato resultante da composição de solo + esterco bovino (1:1), favoreceu o crescimento da parte aérea e raiz quando as sementes foram colhida no chão. Já este substrato apresenta em sua composição teores mais elevado de fósforo em comparação com os demais substratos. Este elemento apresenta papel fundamental no metabolismo (fotossíntese e respiração) por estar envolvido nos processos de divisão celular e auxiliar o desenvolvimento do sistema radicular, conferindo à planta um aumento da absorção de nutrientes do solo (Sanchez, 2007; Amtmann & Blatt, 2009).

A maturidade fisiológica das sementes pode ser completada quando os frutos colhidos passam por um período de descanso ou repouso (Dias, 2001). Mesmo as sementes estando imaturas no fruto, mesmo desligado da planta-mãe, completam seu desenvolvimento, resultando TABELA 3. Número de folhas (NF) e diâmetro de colo (DC) de plântulas de noni (Morinda citrifolia L.) influenciados pelos estádios de maturação das sementes e os diferentes substratos utilizados.

NF DC

SUBSTRATOS E1

Estádio de maturação das sementes Estádio de maturação das sementes

E2 E1 E2 S1 5,74 Aa 6,16 Aa 1,34 Aa 1,47 Aa S2 5,04 Ab 4,37 Bb 1,10 Ab 1,08 Ab S3 6,00 Aa 4,40 Bb 1,41 Aa 1,24 Ab S4 6,06 Aa 4,38 Bb 1,52 Aa 1,20 Bb CV (%) 7,32 9,59

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 4. Comprimento da parte aérea (CPA) e do sistema radicular (CSR) de plântulas noni (Morinda citrifolia L.) influenciados pelos estágios de maturação das sementes e os diferentes substratos utilizados.

CPA CSR

SUBSTRATOS E1

Estádio de maturação das sementes Estádio de maturação das sementes

E2 E1 E2 S1 3,52 Ab 3,44 Aa 8,83 Ba 11,15 Aa S2 2,60 Bc 3,17 Aa 8,26 Aa 5,65 Bb S3 3,98 Aa 3,05 Ba 8,56 Aa 6,13 Bb S4 3,64 Ab 2,01 Bb 6,66 Ab 3,99 Bc CV (%) 9,14 6,48

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

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em melhor qualidade fisiológica (Negreiros et al., 2006). Acredita-se assim que as sementes de noni, à medida que permaneceram nos frutos antes e depois da sua extração, podem ter completado sua maturação fisiológica. Independentemente do seu estádio de maturação, as sementes quando semeadas em diferentes substratos favorece o crescimento das plântulas.

Observa-se que para a matéria seca da parte aérea, somente o substrato S1 foi eficiente

(1,70 g muda-1), resultando num aumento de

massa seca de 169,84% (Tabela 5). Logo, as sementes no estádio E1 de maturação de sementes

foram mais eficientes que as do estádio E2 de

maturação de sementes, sendo que apenas o substrato S2 não diferiu estatisticamente entre

os dois estádios. Para a massa seca da raiz, o substrato S1 (0,65 g muda-1) no estádio E1 foi mais

eficiente, diferindo estatisticamente dos demais substratos. Já no estádio E2 apenas o substrato S2

diferiu estatisticamente dos demais tratamentos, mostrando superioridade da sua composição em relação aos demais substratos e em comparação com o estádio E1. Mais uma vez, os substratos

testados foram determinantes nos estágios de

maturação de sementes, influenciando diretamente na escolha da forma de coleta das sementes. Logo, os melhores substratos devem apresentar, entre outras importantes características, ausência de patógenos, riqueza em nutrientes essenciais, pH adequado, boa textura e estrutura (Silva et al., 2001).

Os resultados encontrados para comprimento total e matéria seca total de plântulas de noni sofreram influência dos estágios de maturação das sementes (Tabela 6), sendo as sementes do estádio E1 as que apresentaram

os melhores resultados. O comprimento total de plântulas proveniente do estágio E1 de maturação

associados aos substratos S1, S3 e S4, resultaram

num aumento de 71,67%, 36,60% e 23,13%, respectivamente, em relação às sementes do estádio E2 de maturação. Ressalta-se que apenas

o substrato S2 favoreceu um maior crescimento

(18,13%) e rendimento de massa (21,11%) quando se usou as sementes do estádio E2 de maturação.

As sementes de noni do estádio E2 quando semeada no substrato composto por casca de pinus bioestabilizada, vermiculita e calcário dolomítico estimula o seu comprimento e massa seca total de plântulas, evidenciando que o substrato tem TABELA 5. Massa seca da parte aérea (MSPA) e do sistema radicular (MSSR) de plântulas de noni (Morinda citrifolia L.) influenciadas pelos estágios de maturação das sementes e os diferentes substratos utilizados.

MSPA MSSR

SUBSTRATOS Na Planta

Estádio de maturação das sementes Estádio de maturação das sementes

No Chão Na Planta No Chão

S1 1,37 Ab 0,14 Bc 0,65 Aa 0,07 Bb

S2 1,70 Aa 1,67 Aa 0,33 Bc 0,84 Aa

S3 0,89 Ac 0,33 Bb 0,48 Ab 0,10 Bb

S4 0,63 Ad 0,16 Bc 0,32 Ac 0,09 Bb

CV (%) 11,51 13,74

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

TABELA 6. Interação entre os estágios de maturação das sementes e os diferentes substratos no comprimento total (CPT) e matéria seca total (MST) de plântulas de noni (Morinda citrifolia L.).

CPT MST

SUBSTRATOS E1

Estádio de maturação das sementes Estádio de maturação das sementes

E2 E1 E2 S1 10,30 Ab 6,00 Bc 2,02 Aa 0,18 Bb S2 12,35 Ba 14,59 Aa 1,99 Aa 2,41 Aa S3 12,54 Aa 9,18 Bb 1,45 Ab 0,40 Bb S4 10,86 Ab 8,82 Bb 0,95 Ac 0,26 Bb CV (%) 6,48 23,39

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

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resposta positiva e decisiva em função do grau de maturação em sementes se encontram.

No geral, o estádio de maturação dos frutos de noni não influenciou no seu crescimento e biomassa seca, evidenciando que os frutos podem ser colhidos antes de estarem totalmente maduros ou mesmo após o início da senescência, com particularidades do substrato a ser utilizado em cada estádio.

Esses dados são importantíssimos na hora de se produzir mudas em viveiros, onde dependendo do estádio de maturação das sementes podemos atribuir um tipo de substrato ideal para o desenvolvimento da muda. Em virtude de ser um dos fatores de maior influência na produção de mudas, deve ser dada especial atenção à escolha do substrato a ser utilizado, o qual pode apresentar certas vantagens em função da espécie frutífera utilizada (Fachinello et al., 1995).

CONCLUSÕES

O estádio de maturação do fruto influencia na qualidade fisiológica das sementes de noni, sendo os frutos verde-claro colhidos na planta o mais indicado para obtenção das sementes e formação de mudas.

As sementes extraídas de frutos colhidos no chão associadas a um substrato composto de solo+esterco bovino,casca de pinus, vermiculita e calcário dolomítico podem ser utilizadas para a formação de mudas de noni.

REFERÊNCIAS

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