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ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL 2012 - REAÇÃO AO BARLEY YELLOW DWARF VIRUS Douglas Lau

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ENSAIO ESTADUAL DE CULTIVARES DE TRIGO DO RIO GRANDE DO SUL 2012 - REAÇÃO AO BARLEY YELLOW DWARF VIRUS

Douglas Lau1, Paulo Roberto Valle da Silva Pereira1 e Ricardo Lima de Castro1

1 Pesquisador, Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS. E-mail: douglas.lau@embrapa.br.

O nanismo amarelo em cereais de inverno no Brasil é causado predominantemente pelo Barley yellow dwarf virus – PAV (Luteovirus, Luteoviridae) (Parizoto et al., 2013) e transmitido, principalmente, pelos afídeos Rhopalosiphum padi (L.), com ocorrências no outono e primavera, e Sitobion avenae (F.), na primavera (Parizoto et al., 2013). O potencial de dano deste complexo afídeo-vírus à produção de trigo resulta da interação dos componentes: a) nível de tolerância/resistência das cultivares e b) incidência da doença decorrente das condições epidemiológicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o componente tolerância/resistência das cultivares do Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo do Rio Grande do Sul (EECT-RS) em 2012.

Foram avaliados 36 genótipos de trigo: 32 cultivares do EECT-RS e quatro testemunhas (BRS Timbaúva e BR 35, tolerantes ao BYDV; Embrapa 16 e BR 14, intolerantes ao BYDV) (Barbieri et al., 2001; Cezare et al., 2011). O vetor utilizado foi R. padi, cujas colônias avirulíferas vêm sendo mantidas na Embrapa Trigo desde 2006. O isolado viral utilizado, denominado 40Rp (GenBank: JX067816), pertence a espécie BYDV-PAV, sendo originário de aveia preta coletada em Passo Fundo em 2007. O inóculo viral foi multiplicado em plantas de aveia preta, e estas empregadas na criação de R. padi virulíferos. O ensaio foi realizado em telado da Embrapa Trigo entre julho e novembro de 2012. As cultivares de trigo foram semeadas em 19 de julho em baldes plásticos (capacidade de 7 litros). Após a emergência, foi realizado desbaste mantendo-se cinco plantas por vaso. Para cada cultivar, cinco vasos foram submetidos à inoculação (infestação com R. padi virulífero). Outros cinco vasos não foram inoculados e serviram como testemunha do padrão de desenvolvimento e potencial produtivo do genótipo nas condições em que o ensaio foi conduzido. A inoculação foi realizada em três de agosto (estádio de

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duas folhas expandidas). Cada uma das plantas recebeu um fragmento de folha, com 10 pulgões, o qual foi posicionado na forquilha formada entre duas folhas. Dois dias após, foi realizada reinfestação nas plantas contendo menos de 10 pulgões. O período para a transmissão do vírus foi de uma semana, após o que foi aplicada a mistura formulada de princípios ativos inseticidas (lambda- cialotrina + tiametoxam). Para cada genótipo, os cinco pares compostos por um vaso inoculado e um vaso não inoculado foram distribuídos aleatoriamente na área do telado. Nitrogênio em cobertura foi aplicado na forma de uréia (80kg/ha) no estádio de afilhamento. Ao longo do ensaio, foram aplicados inseticidas e fungicidas para evitar a ocorrência de insetos e de doenças. A colheita ocorreu em novembro de 2012. A avaliação visual dos sintomas foi realizada em 03 de outubro de 2012 (estádio de floração/espigamento). O dano à massa da parte aérea foi estimado por comparação entre o conjunto de plantas inoculadas e o conjunto de plantas não inoculadas, para cada um dos cinco pares de vasos de cada genótipo. Foram atribuídas notas de acordo com a escala: Resistente (R) (1) = 0-20 % de dano; Moderadamente Resistente (MR) (2) = 21-40%; Moderadamente Suscetível (MS) (3) = 41-60%; Suscetível (S) (4) = 61-80% e Altamente Suscetível (AS) (5) = dano >81%. Adotou-se o binômio Resistência/Suscetibilidade e não Tolerância/Intolerância posto que as informações técnicas brasileiras sobre a reação de cultivares de trigo a esta virose fazem uso desta nomenclatura (Reunião... 2012). As plantas de cada vaso foram colhidas e determinou-se o peso total de grãos para cada repetição (vaso). As comparações foram realizadas utilizando o peso de grãos produzido por vaso (g/vaso). O dano causado por BYDV-PAV sobre produtividade de grãos foi estimado para cada cultivar comparando-se o tratamento “Plantas Inoculadas” (I) com o tratamento “Plantas Não Inoculadas” (NI). Dano% = (NI - I)/(NI)*100, onde: NI = peso de grãos/vaso para o tratamento plantas não inoculadas; I = peso de grãos/vaso para o tratamento plantas inoculadas.

Todas as cultivares avaliadas apresentaram sintomas, com notas médias variando entre 2,5 (MR/MS) a 5 (AS) (Tabela 1). Para a maioria das cultivares houve variação na nota atribuída entre as repetições. Os danos à produtividade de grãos causados por BYDV-PAV, em média, foram de 49,9%.

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A distribuição de frequência foi: Danos 0-20% = 0%; 21-40% = 22%; 41-60% = 61%; 61%-80% = 14% e 81-100% = 3%. A maior redução observada foi de 87,1% (Mirante) e a menor de 27,8% (TBIO Seleto) (Tabela 1). Os genótipos com danos acima da média +1 desvio padrão (>X+1s) foram Embrapa 16 e BR 14 (testemunhas), Fundacep Raízes, TBIO Iguaçu, Ametista e Mirante (Tabela 1 e Fig. 1). Com notas visuais entre S e AS, indicando efeito severo da virose, este grupo se caracterizou por produtividade de grãos das plantas inoculadas muito abaixo da média (7,5 vs 12,5 g/vaso) e produtividade de grãos das plantas não inoculadas próximo da média (24,8 vs 24,9 g/vaso). Os genótipos com danos entre a média e +1 desvio padrão (>X e <X+1s) foram Marfim, CD 124, TBIO Mestre, BRS 327, Quartzo, CD 114, BRS 331, CD 122, Topázio e TBIO Itaipu (Tabela 1 e Fig. 1). A exceção de BRS 331 (MS/S), todas as demais cultivares receberam nota S. Este grupo apresentou produtividade de grãos das plantas inoculadas abaixo da média (11,0 vs 12,5 g/vaso) e produtividade de grãos das plantas não inoculadas próxima à média (25,1 contra média de 24,9 g/vaso). Os genótipos com danos entre a média e -1 desvio padrão (<X e >X-1s) foram Fundacep Horizonte, CD 121, Turquesa, BRS Timbaúva (Testemunha), TEC Triunfo, CD 123, TBIO Sinuelo, TBIO Alvorada, BRS 328, BR 35 (Testemunha), TBIO Pioneiro, CD 1550, BRS Guamirim, Fundacep Bravo e TBIO Tibagi (Tabela 1 e Fig. 1). A maioria dos genótipos deste grupo apresentou notas visuais MS (6) e MS/S (5), três apresentaram nota S (TBIO Alvorada, TBIO Pioneiro e CD 1550) e apenas um AS (Fundacep Bravo). Este grupo apresentou produtividade de grãos das plantas inoculadas acima da média (13,9 vs 12,5 g/vaso) e produtividade de grãos das plantas não inoculadas próxima à média (24,7 contra média de 24,9 g/vaso). Os genótipos com danos abaixo da média -1 desvio padrão (<X-1s) foram TBIO Seleto, JF 90, BRS 329, TEC Vigore, TEC Frontale (Tabela 1 e Fig.

1). Com notas visuais entre MR/MS (JF 90) e MS/S (BRS 329 e TEC Frontale), este grupo se caracterizou por produtividade de grãos das plantas inoculadas acima da média (16,9 vs 12,5 g/vaso) e produtividade de grãos das plantas não inoculadas próxima à média do ensaio (25,0 vs 24,9 g/vaso).

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Referências bibliográficas

BARBIERI, R. L.; CARVALHO, F. I. F.; BARBOSA-NETO, J. F.; CAETANO, V.

R.; MARCHIORO, V. S.; AZEVEDO, R.; LORENCETTI, C. Análise dialélica para tolerância ao vírus do nanismo-amarelo-da-cevada em cultivares

brasileiras de trigo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 36, p.

131-135, 2001.

CEZARE, D. G.; SCHONS, J.; LAU. D. Análise da resistência e da tolerância da cultivar de trigo BRS Timbaúva ao Barley yellow dwarf virus – PAV. Tropical Plant Pathology, Brasília, DF, v. 36, n. 4, p. 249-255, ago. 2011.

PARIZOTO, G.; REBONATTO, A.; SCHONS, J.; LAU, D. Barley yellow dwarf virus-PAV in Brazil: seasonal fluctuation and biological characteristics. Tropical Plant Pathology, v. 38, p. 11-19, 2013.

REUNIÃO DA COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE, 6., 2012, Londrina. Informações técnicas para trigo e triticale - safra 2013. Londrina, PR: Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale:

Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR); Londrina, PR: 2013. 220 p.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Peso de grãos (g)/vaso

Cultivares

I NI Dano%

Figura 1. Produtividade de grãos em plantas inoculadas (I) e não inoculadas (NI) e dano % causado por BYDV-PAV em cultivares do Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo do Rio Grande do Sul em 2012. Passo Fundo, 2012.

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Tabela 1 - Cultivares de trigo, genealogia, produtividade de grãos das plantas inoculadas e não inoculadas, dano% e reação ao BYDV-PAV, agente causal do nanismo amarelo. Passo Fundo, 2012.

Cultivar Genealogia I NI Dano% Nota

Mirante Ônix/Taurum/Ônix 3,5 27,4 87,1 5

Ametista PF 950351/Abalone//Ônix 7,1 26,3 73,2 4

Embrapa 16 Hulha Negra/CNT7//Amigo/CNT7 7,7 20,6 62,8 4

BRS 331 PF 990606/WT 98109 7,8 18,5 57,5 3,5

BR 14 IAS63/Alondra Sib//Gaboto/Lagoa Vermelha 7,9 22,0 64,0 4

TBIO Iguaçú Quartzo/Safira 8,5 24,8 65,9 4

CD 114 PF 89232/OC 938 9,5 22,1 57,0 4

Topázio Pampeano 'S' / Abalone 10,0 23,6 57,8 4

BRS 327 CEP 24/BRS 194 10,1 22,4 54,8 4

Fundacep Raizes EMB 27/CEP 24/3/BUC”S”/FCT”S”//PF 85229 10,2 27,5 63,0 5

TBIO Tibagi Supera/Ônix 10,5 20,7 49,1 3,5

BRS Guamirim EMB 27/BUCK NANDU//PF 93159 10,7 20,6 48,1 3

TBIO Mestre IBIO 0810/Cronox// ORL 00255 10,7 23,5 54,4 4

CD 122 IPR 85/ WT 96168 11,0 26,1 57,8 4

Fundacep Bravo Rubi/Fundacep 37 11,0 21,6 48,8 5

CD 123 BRS 177/CD 108 11,6 19,8 41,8 3

CD 124 ORL 95282 / CD 2019 11,6 24,8 53,3 4

TBIO Itaipu Quartzo/Safira 11,7 29,5 60,3 4

BR 35 IAC5*2/3/CNT7*3/Londrina//IAC5/Hadden 11,9 22,1 46,0 3

CD 121 ORL 95688/CD 116 12,7 20,8 38,8 3

CD 1550 Ônix/CDFAPA 2001129 13,0 24,4 46,8 4

Quartzo Ônix/Avante 13,3 29,6 55,1 4

BRS 328 Klein H 3394 s 3110/PF 990744 14,0 24,7 43,6 3

Turquesa Pampeano/ORL 98231//Cronox 14,1 23,9 40,8 3,5

TBIO Pioneiro Cronox/Vaqueano 14,3 26,7 46,6 4

Marfim ORL 94101/2*ORL 95688 14,5 30,9 53,2 4

TBIO Seleto ORL 04300/Ônix 15,2 21,1 27,8 3

TBIO Alvorada Vaqueano/Abalone 15,6 27,5 43,3 4

TBIO Sinuelo Quartzo/3/Fundacep30/Ônix//Pampeano/4/Quartzo 16,2 28,3 42,8 3,5

TEC Vigore Fundacep Cristalino/Pampeano 16,8 26,2 35,8 3

BRS Timbaúva BR 32/PF 869120 16,8 28,5 41,1 3

TEC Frontale ORL 95688/Embrapa 16 17,2 27,2 36,9 3,5

Fundacep Horizonte BRS 119/CEP 97184 17,4 28,2 38,4 3,5

JF 90 17,5 24,8 29,2 2,5

BRS 329 PF 88618/Koker80.33//Frontana/Karl 18,0 26,0 30,7 3,5

TEC Triunfo BRS 177/CEP 9612//Ônix 19,3 32,7 41,1 3,5

Média 12,5 24,9 49,9 3,7

I - produtividade de grãos (g/vaso) para o tratamento “plantas inoculadas”;

NI - produtividade de grãos (g/vaso) para o tratamento “plantas não inoculadas”;

Dano %.= (NI - I)/(NI)*100;

Nota - dano visual à massa da parte aérea estimado por comparação entre as plantas inoculadas e as não inoculadas;

Cores das células para I e NI: Vermelho, menor que média - 1 desvio padrão; laranja, entre a média e -1 desvio padrão;

amarelo, entre a média e +1 desvio padrão e verde, maior que a média +1 desvio padrão. Para Dano %, células em vermelho, maior que a média +1 desvio padrão; laranja, entre a média e +1 desvio padrão; amarelo, entre a média e -1 desvio padrão e verde, menor que a média -1 desvio padrão.

Cores das células para Nota:

Dano% Dano% Dano%

R 1 0-20 MR/MS 2,5 S 4 61-80

R/MR 1,5 MS 3 41-60 S/AS 4,5

MR 2 21-40 MS/S 3,5 AS 5 81-100

Nota Nota Nota

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