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Cad. Saúde Pública vol.26 número10

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Academic year: 2018

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1873

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(10):1872-1873, out, 2010 EDITORIAL

Intensas observações astronômicas revelaram que o Sol está submetido a um notável fe-nômeno cíclico: a atividade magnética solar varia de maneira uniformemente periódica, usualmente descrita como “os ciclos de 11 anos”. Este fenômeno periódico produz varia-ções no número de manchas solares, que podem ser aferidas com a ajuda de um método desenvolvido em 1848, denominado de “o número de Wolf”. Os ciclos de 11 anos produ-zem, também, importantes alterações no nível de irradiação eletromagnética da Terra, que acarretam mudanças climáticas em todo o planeta.

Seria fascinante afirmar que a decisão de conduzir estudos de coortes de recém-nasci-dos em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, a cada 11 anos foi baseada em um motivo espe-cial, como o dos ciclos solares acima descritos. Mas a história é um pouco diferente, e bem mais terrena.

Em algum momento, durante a realização das primeiras visitas à coorte de nascimen-tos de Pelotas de 1982, planejamos iniciar um novo estudo de coorte de nascimennascimen-tos. O objetivo central foi permitir a comparação das tendências temporais das características da população materno-infantil e dos principais indicadores de saúde, e pareceu-nos que um intervalo de uma década entre cada estudo perinatal era a opção mais interessante. Por-tanto, começamos a nos preparar para iniciar um novo estudo em 1992.

Entretanto, um atraso no processo de financiamento, solicitado à Comunidade Econô-mica Européia, retardou o início do trabalho de campo, que teve de ser transferido para 1993. E como o intervalo de tempo entre os dois estudos de coortes de nascimento termi-nou sendo de 11 anos, resolvemos então manter esta periodicidade, programando o estu-do da próxima coorte para 2004. Desta vez, o financiamento não atrasou, e o novo estuestu-do foi efetivamente realizado em 2004. Estava mantida, portanto, a tradição dos 11 anos.

A metodologia seguida nos acompanhamentos de 1993 foi bem diversa daquela de 1982, muito embora tenhamos mantido, dentro do possível, a mesma estrutura de questio-nários e das medidas antropométricas, a fim de possibilitar a comparação dos resultados. Enquanto em 1982 a primeira visita de acompanhamento foi realizada aos 12 meses de idade, com visitas subseqüentes com cerca de 20 e 43 meses, na coorte de 1993 decidimos concentrar maior atenção aos acontecimentos do primeiro ano de vida, realizando visitas domiciliares aos 3 e 6 meses de vida, além da visita aos 12 meses e, posteriormente, aos 48 meses.

A realização de um trabalho de campo tão intensivo foi possível porque em 1993 já tí-nhamos uma estrutura de pesquisa bem consolidada, com um novo Centro de Pesquisas Epidemiológicas, no qual já trabalhava um grupo crescente e entusiasta de novos pesqui-sadores, que aportaram novas idéias e hipóteses que foram agregadas ao novo projeto. O início de nosso programa de Pós-graduação em Epidemiologia, em 1991, permitiu a incor-poração de diversos alunos de mestrado nas fases iniciais da nova coorte.

O presente fascículo temático conta uma parte desta história, com artigos que se refe-rem à visita realizada aos 11 anos de idade (de novo o número...).

E para manter a tradição dos 11 anos, já estamos contando com toda a energia eletro-magnética do mundo para iniciar uma nova coorte de nascimento em Pelotas em 2015.

Uma nova coorte a cada 11 anos

Fernando C. Barros

Programa de Pós-graduação em Saúde e Comportamento,

Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, Brasil.

fcbarros.epi@gmail.com

Cesar G. Victora

Programa de Pós-graduação em Epidemiologia, Universidade

Federal de Pelotas, Pelotas, Brasil.

Referências

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