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Rev Bras Med Esporte vol.5 número3

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Academic year: 2018

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Rev Bras Med Esp orte _ Vol. 5 , Nº 3 – Mai/ J un , 1 9 9 9

VII

MENSAGEM DO

EX-PRESIDENTE DA SBME

Encerra-se mais uma gestão da diretoria da Sociedade Bra-sileira de Medicina do Esporte, no momento em que a huma-nidade está prestes a entrar no III Milênio, período místico e que enseja profundas reflexões a respeito da caminhada desta mesma humanidade e o futuro que a aguarda. Teremos tam-bém, a partir de 2001, a virada do século XX para o XXI e isto nos faz analisar o que ocorreu no presente século e prever o que nos espera nos primeiros anos do próximo. Já se escreveu que o século XX foi marcado pelo contraste: de um lado, as conquistas que a sociedade obteve com a extraordinária revo-lução tecnológica acontecida, principalmente nos últimos 30 anos, que propiciou avanços inimagináveis na área das comu-nicações, dos meios de transporte e na tecnologia da assistên-cia à saúde; por outro lado, a convivênassistên-cia com os horrores de duas grandes guerras mundiais e dos conflitos regionalizados de caráter religioso, étnico ou socioeconômico, que resulta-ram e estão a provocar mortes e mutilações em populações absolutamente indefesas e ceifando as vidas de milhares de crianças e jovens.

Especificamente no que tange à saúde das pessoas, apesar dos avanços tecnológicos já referidos, é preocupante a situa-ção da maioria da populasitua-ção nos países pobres e subdesen-volvidos. Uma parcela minoritária das pessoas nestes países tem acesso aos benefícios de uma tecnologia de ponta, seja na área de diagnóstico, seja na esfera terapêutica. Contudo, a gran-de maioria gran-dessas populações continua a pagran-decer dores e so-frimentos pela ausência de uma política efetiva de atenção primária à saúde, pelo sucateamento e desaparelhamento de uma parcela considerável dos hospitais públicos, pela absolu-ta ineficiência do atendimento ambulatorial nos hospiabsolu-tais e postos de saúde e pela desorganização gerencial e administra-tiva dos serviços de emergência. Como médico e profissional da área de saúde, formado há 26 anos, dói-me na consciência ser participante ativo dessa via-crúcis cotidiana da maioria da população nas capitais e cidades do interior desse imenso “con-tinente” brasileiro.

Entretanto, nós, aqui presentes em mais um Congresso Bra-sileiro de Medicina do Esporte, nesta cidade de Brasília, a capital federal e sede dos poderes constituídos do país, temos um trunfo importante que precisa ser reconhecido como parte integrante de qualquer política pública na área de saúde. Tra-ta-se da atividade física regular, cujos benefícios fisiológicos,

psicológicos e sociais já estão plenamente comprovados nas várias publicações disponíveis e já foram objeto de consensos estabelecidos pela nossa SBME, pelo American College of

Sports Medicine e pela FIMS, entre outras instituições. A

lite-ratura científica internacional e nacional está repleta de arti-gos e estudos que comprovam os benefícios do exercício físi-co regular na prevenção, tratamento e reabilitação das chama-das doenças crônico-degenerativas, tais como, diabetes, hi-pertensão, obesidade e doenças coronarianas.

Sermos ouvidos e respeitados pelos formuladores de políti-cas públipolíti-cas sociais, pelos gestores dos Estados e das cidades, constitui o grande desafio para todos nós engajados nas cha-madas ciências do esporte e, particularmente, será alvo das ações da próxima diretoria da SBME, capitaneada pelo dinâ-mico colega Marcos Brazão, que me sucederá a partir do pró-ximo sábado.

Neste momento gostaria de prestar contas aos colegas só-cios da SBME das principais realizações e ações da nossa di-retoria na gestão 97/99. Antes de mais nada, expressar minha sincera gratidão e meu valoroso reconhecimento aos colegas da diretoria: Ricardo Nahas – Vice-Presidente, Félix Drum-mond – Secretário, Sérgio Toledo – Tesoureiro, Tales de Car-valho – Diretor Científico e José Kawazoe – Editor da Revis-ta, pela dedicação e competência demonstradas no cargo que ocuparam. Foram realizados três eventos regionais ano passa-do, apoiados pela SBME, que demonstraram a coragem, a com-petência e o poder de realização das nossas regionais: III Con-gresso Paulista de Medicina do Esporte, juntamente com a Jornada Internacional e o Simpósio de Cardiologia do Espor-te; o II Congresso Sul-Brasileiro, em Curitiba; e o I Congres-so Norte-Nordeste, em Recife. Todos estes eventos contaram com a colaboração e participação dos melhores colegas que fazem a especialidade no país, além dos convidados interna-cionais de renome. A Secretaria expediu diversos títulos de especialista para colegas nos diversos cantos do país, acaban-do praticamente com a lista de espera daqueles que almeja-vam a posse do documento. Também está com uma listagem atualizada dos sócios por Estado, evidentemente naqueles que têm regional organizada e atuante. Tivemos a grata satisfação da criação da regional do Ceará (a SOCEME), que foi oficia-lizada à SBME quando do congresso em Recife (novembro/ 98). A Tesouraria da SBME conseguiu fazer a cobrança da

Pensando a Medicina do Esporte

brasileira para o século XXI

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anuidade de 98, que foi feita através das regionais, e quase todas enviaram a parte devida da SBME. A Diretoria Científi-ca, com muito esforço, conseguiu organizar a 1ª Prova para obtenção do título de especialista, atendendo assim as exigên-cias da nossa entidade maior – AMB –, que será realizada no próximo sábado. Também colaborou efetivamente na elabo-ração da programação científica deste atual congresso, junta-mente com a Presidente da Sociedade Brasiliense de Medici-na do Esporte, Dra. Mariza Carla Queiroz. O Vice-Presidente, Ricardo Nahas, além do brilhante trabalho na organização do Congresso Paulista, teve atuação decisiva, representando a Presidência nas diversas reuniões e fóruns promovidos pela AMB ao longo desses dois anos. A Revista Brasileira de

Me-dicina do Esporte, sob o comando jovem e arrojado do seu

editor José Kawazoe e contando com a ajuda do competente Corpo Editorial, consolidou-se definitivamente como a nossa melhor revista da especialidade e assinatura obrigatória para todos os profissionais das ciências do esporte. Um marco fun-damental desta gestão foi a reformulação dos estatutos da SBME, após estudos feitos por comissão composta por

Sér-gio Toledo, Félix Drummond e Marcos Brazão e que foi apro-vada em Assembléia Geral Extraordinária realizada em Reci-fe. Creio que o atual estatuto torna a nossa Sociedade mais moderna e, sobretudo, mais democrática. Gostaria de fazer um registro especial de agradecimento ao Dr. Antônio Cláu-dio Lucas, do Rio de Janeiro, pela ajuda e apoio a esta direto-ria, neste momento difícil que passa em sua vida, vítima da violência sem limites que atinge todas as capitais do nosso país. Por conta desta situação vivida, ele não está aqui presen-te conosco e solicito da platéia uma salva de palmas em ho-menagem ao colega Antônio Cláudio.

Finalmente, tenho a agradecer a confiança depositada em meu nome para dirigir esta entidade, quando da eleição reali-zada em Vitória – ES, em 1995. Creio que a pernambucanida-de e, por extensão, a norpernambucanida-destinidapernambucanida-de, que norteiam minha vida e meus atos, me ajudaram a conduzir este barco juntamente com todos que fazem a especialidade nesse nosso Brasil. De-sejo, de todo o meu coração, todo sucesso e uma gestão de plenas realizações ao colega Marcos Brazão.

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