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Hércules Tudo sobre os grandes nomes Vizente Besteirol

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Academic year: 2018

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Hércules

Ouviu-se um enorme alarido, gritos altíssimos, um veloz tropel de passos apressados, baques de portas batidas, tudo quebrando subitamente o sossego e o silêncio que reinavam no Palácio Real de Tebas. Rostos ansiosos surgiram às janelas e aias acorriam, aflitas, com os olhos esbugalhados de pavor. - Que aconteceu ? Os inimigos penetraram na cidade? O Paço pegou fogo?

O tumulto prorrompera justamente nos aposentos da rainha Alcmena,onde dormia o pequeno Hércules, o filho que

nascera poucos dias antes. Célere, a notícia correu por toda a Corte. A ama, ao entrar no quarto do menino, para

amamentá-lo, encontra-o sentado no berço, com punhos fechados em redor do pescoço de duas cobras enormes, que ele estrangulara silenciosamente. Que aconteceria com aquele menino, quando crescesse, pois já era capaz de tais proezas ? Um herói, certamente, e um herói bem temível, se sua força crescesse na proporção da idade.Realmente, depois dessa sua formidável estréia, Hércules continuou a assombrar amigos e preceptores: comia por vinte homens, bebia feito um odre, arrancava árvores somente para brincar, lutava vitoriosamente com touros e leões. O sábio centauro Quiron ensinou-lhe a arte da caça e a manejar a lança e o arco; Lino, um velho filósofo, tornava-o ao mesmo tempo hábil na

retórica, na poesia e na música. Todavia, quanto mais Quiron se orgulhava de seu aluno, tanto mais Lino o considerava fraco e apático, de maneira que censuras e punições choviam sobre o discípulo. O rapaz, já dera mostras bem cedo, era de temperamento impulsivo. Aconteceu, então, que, um dia, após a milésima repreensão do mestre, ele sentiu o sangue ferve-lhe nas veias, apanhou a cítara e deu com ela na cabeça do desventurado filósofo. Sob o tremendo golpe, Lino tombou ao chão, sem um gemido, morto.

A mágoa de Hércules foi imensa. Não sabendo como expiar seu crime involuntário, foi a Delfos, consultar o oráculo de Apolo. Este, porém, foi explícito. Hércules devia ir servir seu irmão Euristeu, rei de Micenas, e obedecer-lhe cegamente. Euristeu era, ao contrário de Hércules, débil, medroso, maligno. Quando se encontrou diante do gigantesco irmão, tremeu de pavor, supondo-o um provável concorrente ao trono.

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ficaram sendo denominadas "Os 12 Trabalhos de Hércules". A primeira coisa que lhe ordenou foi trazer-lhe a pele do "Leão de Neméia", uma fera que assolava as montanhas da

Argólida. Hércules ouviu as ordens e retirou-se. Dois dias depois, reapareceu, sujo de sangue e poeira, e atirou aos pés do rei a enorme juba dourada. Mas Euristeu já planejara outra tarefa: matar a Hidra de Lerna, um monstro de sete cabeças, que vomitava veneno. Hércules descobriu-o nos pântanos em que vivia, conseguiu decepar-lhe as cabeças, que tornavam a crescer assim que eram cortadas e abateu-o definitivamente. Antes de retirar-se, porém, embebeu suas flechas no sangue da Hidra, tornando-as assim, venenosíssimas. Regressando a Micenas, o herói precisou partir quase logo para o país das Amazonas, as terríveis mulheres guerreiras. Competia-lhe arrancar o cinto de ouro da rainha Hipólita e entregá-lo a Euristeu. Desta vez, a empresa foi muito mais dura, porque a resistência oposta pelas Amazonas foi tenacíssima, mas,

finalmente, a clava de Hércules derrubou todos os obstáculos. Depois deste trabalho, o filho de Alcmena teve que capturar o gigantesco javali Erimanto e, a seguir, matar um touro

selvagem, que devastava as montanhas de Creta, e, também alcançar, na corrida, a "corça de pés de ouro", Cerinítica; liquidar com os pássaros do lago Estinfale, de bicos de aço, e apoderar-se dos bois do gigante Gerionte. Euristeu já estava perdendo a esperança de desembaraçar-se do incômodo servidor, mas impôs-lhe, ainda, a obrigação de limpar as estrebarias de Áugias, rei da Élida que estavam

transbordando de estrume. Hércules desviou o curso do rio Alfeu, que corria nas proximidades, fazendo com que as águas levassem consigo todo o esterco. O rei ordenou-lhe, outrossim, a captura das éguas antropófagas de Diómedes, rei da Trácia, e Hércules conseguiu-o, dando-lhe, antes, como alimento o próprio Diómedes, e levando-as à presença do irmão, completamente domadas. Em seguida, Euristeu

mandou-o ao Jardim das Hespérides, em busca dos pomos de ouro que ali cresciam. Nessa tarefa, Hércules somente

triunfou após enganar o gigante Atlas, que desejava ludibriá-lo. Finalmente, farto de vê-lo regressar sempre vitorioso, Euristeu impôs ao herói, como último trabalho, que lhe trouxesse Cérbero, o medonho cão de três cabeças, que guardava a entrada do Inferno. Algumas semanas depois, o filho de Alcmena reapareceu em Micenas, arrastando consigo o monstro, preso à corrente e uivando de raiva. O prazo

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Já senhor de si, Hércules passou a correr mundo, punindo os prepotentes e os malvados. Suas numerosas proezas lhe haviam granjeado uma enorme fama, tanto na terra como no Olimpo, mansão dos Deuses. Quando resolveu casar-se,

escolheu a mais bela e a mais bondosa das princesas:

Dejanira, filha de Eneu, rei de Calidon. Celebradas as núpcias, os noivos seguiram para Tebas. Após alguns dias de viagem, pararam junto às margens do rio Eveno, que transbordara devido às fortes chuvas recentes, e pediram o auxílio do centauro Nesso, que ali desempenhava as funções de atravessador. Em primeiro lugar, passou Dejanira, que se agarrou às largas costas do centauro, mas este,

improvisadamente apaixonado por ela, ao chegar à outra margem, sacudiu a água de cima de si e partiu a galope. Mas Hércules velava: seu arco funcionou fulmíneo, com um

tremendo silvo, e o raptor tombou num lago de sangue, varado por uma flecha. Antes de morrer, porém, Nesso murmurou a Dejanira: "Banha tua túnica em meu sangue, princesa; e se algum dia duvidares da fidelidade de teu

marido, faze com que ele a vista, pois te amará novamente." Dejanira, sem refletir, obedeceu, e escondeu a túnica

embebida de sangue do moribundo centauro.

Passaram-se muitos anos. Um dia, a profecia de Nesso se concretizou e Dejanira, louca de ciúmes, ofereceu ao marido a túnica purpúrea, esperando obter o efeito desejado. Mas, assim que a vestiu, Hércules sentiu que a túnica o queimava qual uma fogueira: o veneno da Hidra de Lerna, que passara para o sangue do centauro, abrasava-lhe a pele. Gritando de dor, sentindo a proximidade da morte, o filho de Alcmena erigiu uma imensa pilha de lenha, subiu ao alto dela e,

dizendo adeus à esposa desesperada e aos amigos, expirou, após ele mesmo ter ateado fogo à pira. Já as primeiras

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