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PLANO DE MANEJO DE FAUNA SINANTRÓPICA

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL SUPERINTENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA

DEPARTAMENTO DE MEIO AMBIENTE E LICENCIAMENTO

PLANO DE MANEJO DE FAUNA SINANTRÓPICA

CAMPUS DO VALE DA UFRGS

PORTO ALEGRE 2019

(2)

2

Reitor

Rui Vicente Oppermann

Vice-Reitora

Jane Fraga Tutikian

Grupo de Trabalho Rafael Lorscheiter Juliane Minotto

Colaboradores

Gabriela Melissa Koetz João Pedro Ingrassia

Revisão

Giselle Reis Antunes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Superintendência de Infraestrutura

Avenida Bento Gonçalves, 9.500 – CAMPUS DO VALE Agronomia – CEP. 90.540/000

Fone - (051) 3308.6786 – Fax. (051) 3308.7310 Email – DE FIGURASdmalic@ufrgs.br

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3 LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Exemplar de Columba Lívia. Fonte: Caça Brava, 2014. ... 12

Figura 2. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia nos setores 1, 2 e 3. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 14

Figura 3. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia no Setor 4. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 14

Figura 4. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columbia livia no Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 15

Figura 5. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columbia livia no Centro de Tecnologia. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 15

Figura 6. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia na Faculdade de Veterinária. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 16

Figura 7. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia no Departamento de Patrimônio. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 16

Figura 8. Nidificação de pombos sobre aparelho de ar condicionado. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 19

Figura 9. Pombo preso do lado de dentro da rede. Fonte: Acervo do autor, 2019. .. 19

Figura 10. Pombo preso do lado de dentro da rede. Fonte: Acervo do autor, 2019. 20 Figura 11. Adulto de morcego frugívoro. Fonte: Antinsect UniPrag, 2018. ... 21

Figura 12. Adulto de Mus musculus. Fonte: Biotério Central – UFAM, 2018. ... 23

Figura 13. Adulto de Rattus rattu. Fonte: Vebi Istituto Biochimico, 2015. ... 24

Figura 14. Adulto de Rattus norvegicus. Fonte: Vebi Istituto Biochimico, 2015. ... 25

Figura 15. Exemplar jovem de Canis lupus familiaris. Fonte: Adoropets, 2019. ... 27

Figura 16. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros nos setores 1, 2 e 3 do Campus do Vale. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 28

Figura 17. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros no Setor 4. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 28

Figura 18. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros no Centro de Tecnologia. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 29

Figura 19. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros no CDPA . Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 29 Figura 20. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros na Faculdade de

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Figura 21. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros na Faculdade de

Agronomia – Garagem do grupo Frota. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 30

Figura 22. Exemplar jovem de Felis silvestris catus. Fonte: Royal Canin, 2019... 31

Figura 23. Modelo de placa contra abandono de animais. Fonte: elaboração própria, 2019. ... 33

Figura 24. Placa contra abandono de animais instalada no Campus do Vale da UFRGS. Fonte: elaboração própria, 2019. ... 33

Figura 25. Locais de instalação das vinte placas contra abandono de animais no Campus do Vale da UFRGS. Fonte: elaboração própria, 2019. ... 34

Figura 26. Exemplar de Blatella germânica. Fonte: Dedettiza – Controle de pragas, 2016. ... 36

Figura 27. Exemplar de Periplaneta americana. Fonte: Bugguide, 2010. ... 37

Figura 28. Adulto de Aedes aegypti. Fonte: Prefeitura Municipal de Canoinhas, 2018. ... 39

Figura 29. Adulto de Culex sp.. Fonte: Calila Notícias, 2016... 40

Figura 30. Adulto de Musca domestica. Fonte: IdentifyUS, 2019. ... 43

Figura 31. Ctenocephalides canis, pulga canina. Fonte: BioLib, 2012. ... 45

Figura 32. Representação de piolho adulto. Fonte: Escola Kids, 2019. ... 47

Figura 33. Cryptotermes brevis. Fonte: Bioleader, 2019. ... 49

Figura 34. Operárias de Tapinoma melanocephalum. Fonte: Antwiki, 2018. ... 51

Figura 35. Operária de P. longicornis. Fonte: Antwiki, 2018. ... 52

Figura 36. Operária de Linepithema humile. Fonte: Blog O Reino das Formigas, 2018. ... 53

Figura 37: Exemplar de Monomorium pharaonis. Fonte: Research Gate, 2019. ... 54

Figura 38. Operárias de Wasmannia auropunctata. Fonte: Amazing Zone, sem data. ... 55

Figura 39. Operária de Crematogaster emeryana. Fonte: BOLD Systems, 2010... 56

Figura 38. Operárias de Camponotus herculeanus. Fonte: Antkeepers, 2019. ... 57

Figura 41. Operária de Solenopsis invicta. Fonte: Bug Guide, 2019. ... 57

Figura 42. Operária de Atta sexdens rubropilosa. Fonte: Borboletas Br, 2013. ... 58

Figura 43: Operária de Acromyrmex fracticornis. Fonte: Eco Registros, 2016. ... 59

Figura 44. Adulto de traça dos livros. Fonte: Construsul Dedetizadora, 2019. ... 61

Figura 45. Adulto de Apis mellifera. Fonte: Blog Planeta MacBoot, 2019. ... 63

(5)

5

Figura 47. Nidificação de Polistes versicolor. Fonte: Darwin Foundation, 2008. ... 65

Figura 48. Demarcação de nidificações de abelhas e/ou vespas no setor 4. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 66

Figura 49. Demarcação de nidificações de abelhas e/ou vespas no Centro de Tecnologia. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 66

Figura 50. Demarcação de nidificações de abelhas e/ou vespas no Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 67

Figura 51. Demarcação de nidificações de abelhas e/ou vespas na Faculdade de agronomia. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 67

Figura 52. Demarcação de nidificações de abelhas e/ou vespas na Faculdade de Agronomia – Garagem do Grupo Frota. Fonte: Acervo do autor, 2019. ... 68

Figura 53. Adulto de Loxosceles sp. Fonte: G1 Globo, 2019. ... 71

Figura 54. Adulto de Phoneutria sp.. Fonte: Blog Controle de Pragas, sem data... 72

Figura 45. Adulto de Araneus diadematus sp.. Fonte: QC Animais, 2019. ... 72

Figura 56. Adulto de Tityus serrulatus. Fonte: Scielo, 2007. ... 75

Figura 57. Adulto de carrapato. Fonte: Autolim Controle de pragas, 2019. ... 78

Figura 58. Adulto de ácaro. Fonte: Koppert Biological Systems, 2019. ... 80

(6)

6 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 METODOLOGIA ... 11

2.1 Levantamento de pombos, cachorros, gatos, abelhas e vespas ... 11

3 AVIFAUNA ... 12

3.1 Pombo-doméstico (Columba livia) ... 12

3.1.1 Diagnóstico ... 13

3.1.2 Medidas preventivas ... 17

3.1.3 Medidas corretivas ... 20

4 MASTOFAUNA ... 21

4.1 Morcegos ... 21

4.1.1 Diagnóstico ... 22

4.1.2 Medidas preventivas ... 22

4.1.3 Medidas Corretivas ... 22

4.2 Roedores ... 22

4.2.1 Camundongo (Mus musculus) ... 23

4.2.2 Rato preto ou rato de telhado (Rattus rattus) ... 23

4.2.3 Rato de esgoto ou ratazana (Rattus norvegicus) ... 24

4.2.4 Diagnóstico ... 25

4.2.5 Medidas preventivas ... 26

4.2.6 Medidas corretivas ... 26

4.3 Cachorros e gatos domésticos ... 26

4.3.1 Cachorro (Canis lupus familiaris) ... 27

4.3.2 Gato (Felis silvestris catus) ... 31

4.3.3 Medidas preventivas ... 32

4.3.4. Medidas corretivas ... 32

5 ENTOMOFAUNA ... 35

5.1 Baratas ... 35

(7)

7

5.1.2 Periplaneta americana ... 36

5.1.3 Diagnóstico ... 37

5.1.4 Medidas Preventivas... 38

5.1.5 Medidas Corretivas ... 38

5.2. Mosquitos ... 39

5.2.1. Aedes aegypti ... 39

5.2.2. Culex sp. ... 40

5.2.3. Diagnóstico ... 41

5.2.4. Medidas Preventivas... 41

5.2.5. Medidas Corretivas ... 42

5.3. Moscas ... 42

5.1.6 Diagnóstico ... 43

5.1.7 Medidas Preventivas... 44

5.1.8 Medidas Corretivas ... 44

5.4. Pulgas ... 44

5.4.1. Diagnóstico ... 46

5.4.2. Medidas Preventivas... 46

5.4.3. Medidas Corretivas ... 46

5.5. Piolhos ... 46

5.5.1. Diagnóstico ... 47

5.5.2. Medidas Preventivas... 47

5.5.3. Medidas Corretivas ... 48

5.6. Cupins ... 48

5.6.1. Diagnóstico ... 49

5.6.2. Medidas Preventivas... 49

5.6.3. Medidas Corretivas ... 49

5.7. Formigas ... 50

5.7.1. Tapinoma melanocephalum ... 51

5.7.2. Paratrechina spp. ... 52

5.7.3. Linepithema humile ... 53

5.7.4. Monomorium spp. ... 54

5.7.5. Wasmannia auropunctata ... 55

5.7.6. Crematogaster spp. ... 56

(8)

8

5.7.8. Solenopsis spp. ... 57

5.7.9. Atta spp. ... 58

5.7.10. ... Acromyrmex spp. 59 5.7.11. ... Diagnóstico 59 5.7.12. ... Medidas Preventivas 60 5.7.13. ... Medidas Corretivas 60 5.8. Traças ... 61

5.8.1. Diagnóstico ... 62

5.8.2. Medidas Preventivas... 62

5.8.3. Medidas Corretivas ... 62

5.9. Abelhas e vespas ... 62

5.9.1. Apis mellifera ... 63

5.9.2. Polybia spp. ... 64

5.9.3. Polistes spp. ... 64

5.9.4. Diagnóstico ... 65

5.9.5. Medidas Preventivas... 68

5.9.6. Medidas Corretivas ... 69

6 ARACNOFAUNA ... 70

6.1 Aranhas ... 70

6.1.1 Aranha-marrom (Loxosceles spp.) ... 70

6.1.2 Aranha-armadeira (Phoneutria sp.) ... 71

6.1.3 Aranha-de-jardim (Araneus diadematus) ... 72

6.1.4 Diagnóstico ... 73

6.1.5 Medidas Preventivas... 73

6.1.6 Medidas Corretivas ... 73

6.2 Escorpiões ... 73

6.2.1 Escorpião amarelo (Tityus serrulatus) ... 74

6.2.2 Diagnóstico ... 75

6.2.3 Medidas Preventivas... 75

6.2.4 Medidas Corretivas ... 76

6.3 Carrapatos ... 77

6.3.1 Diagnóstico ... 78

(9)

9

6.3.3 Medidas Corretivas ... 79

6.4 Ácaros ... 79

6.4.1 Diagnóstico ... 81

6.4.2 Medidas Preventivas... 81

6.4.3 Medidas Corretivas ... 81

7 SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANEJO ... 82

7.1 Manejo preventivo ... 82

7.2 Manejo corretivo ... 83

7.3 Segurança na aplicação de medidas de controle ... 84

REFERÊNCIAS ... 85

Apêndice 1 ... 90

Anexo 1 ... 98

Anexo 2 ... 99

(10)

1 INTRODUÇÃO

O campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é localizado na zona leste do município de Porto Alegre, na divisa com o município de Viamão. Aproximadamente 3% da área do campus é edificada, sendo o restante ocupada por vegetação nativa de médio e grande porte, incluído parte do Morro Santana. Devido à intensa atividade de alunos, servidores e terceirizados, grande quantidade de resíduos e matéria orgânica é produzida diariamente no campus.

Considerando a vasta área de vegetação e a oferta constante de alimento e abrigo, diversas espécies animais são encontradas no Campus do Vale, sendo algumas delas nocivas ao ser humano.

O controle e o manejo de fauna sinantrópica nociva são regulados principalmente pela Instrução Normativa nº 141/2006 do IBAMA. Segundo o art. 1º da IN, fauna sinantrópica é caracterizada por “populações animais de espécies silvestres nativas ou exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu deslocamento, como via de passagem ou local de descanso”.

Pombos domésticos, morcegos, roedores, cães, gatos, escorpiões, abelhas e marimbondos são alguns exemplos de animais considerados como fauna sinantrópica e que requerem manejo adequado.

O controle e o manejo das espécies de ocorrência no Campus devem seguir a Instrução Normativa supracitada, e devem ser realizadas por pessoas físicas e jurídicas devidamente habilitadas. Segundo a norma, deve-se priorizar as ações de manejo que consistem na eliminação ou alteração de recursos utilizados pelos animais, com intenção de alterar sua estrutura e composição, evitando o manuseio, remoção ou eliminação direta dos espécimes. A eliminação direta de indivíduos deve ser efetuada somente quando esgotadas as medidas de manejo ambiental.

Assim, a fim de diminuir os riscos de contaminação com doenças e ataques de insetos à comunidade acadêmica, faz-se necessária a elaboração de um plano de manejo. O presente plano busca sistematizar as ações de controle das diferentes de fauna sinantrópica no Campus do Vale da UFRGS. Para tanto, será apresentado diagnóstico das principais espécies encontradas e serão propostas medidas preventivas e corretivas de manejo.

(11)

2 METODOLOGIA

Este plano foi elaborado a partir de levantamento de dados em campo e de informações constantes nos registros da administração central da Universidade, especialmente junto à Superintendência de Infraestrutura (SUINFRA). A partir dos dados de diagnóstico, serão apresentadas medidas de controle preventivo e corretivas para cada grupo de animal comumente encontrado no Campus.

Diversas orientações de controle preventivo e corretivo afetam mais de um grupo animal. Dessa forma, ressalta-se a importância da adoção do manejo integrado de pragas, que visa à adoção de diversas práticas, principalmente no que tange à manipulação do ambiente, buscando a redução ou até mesmo a eliminação das pragas. Portanto, a aplicação de medidas de controle com maior risco ao homem e meio ambiente, como aplicações de produtos químicos convencionais, serão menos necessárias, acarretando também em diminuição dos custos.

2.1 Levantamento de pombos, cachorros, gatos, abelhas e vespas

A quantificação dos animais enquadrados como fauna sinantrópica nociva foi realizada por meio de levantamento junto aos prédios do Campus do Vale. Tal levantamento permitiu estabelecer diagnóstico de presença e hábitos das seguintes espécies animais: pombos-domésticos, cachorros, gatos, abelhas e vespas.

O levantamento consistiu na definição de pontos de observação ao redor dos prédios. O observador empenhou 5 minutos em cada ponto para constatar a presença das espécies citadas acima, bem como registrar a presença ou ausência de fontes de alimentação, de dessedentação e de abrigo. Também foi registrada a presença e o estado de estruturas de afastamento para impedir a nidificação dessa fauna. Após, os dados foram tabulados em planilha eletrônica. De acordo com os dados obtidos, geraram-se mapas de ocorrências das espécies observadas, conforme escalas de infestações.

(12)

3 AVIFAUNA

Considerando o objetivo do presente plano, será aqui trabalhada apenas a espécie Columba livia (pombo-doméstico) por ser consideradas como sinantrópica e se enquadrar na In nº 141/2006 do IBAMA.

3.1 Pombo-doméstico (Columba livia)

Os pombos-domésticos são animais gregários, cujos grupos vivem nas proximidades das fontes de alimento, mas em locais elevados, como ripas de telhados e janelas de prédios, descendo ao chão somente para se alimentarem (Figura 1). A dieta natural desses animais consiste em insetos, frutos e sementes.

No entanto, no meio urbano estão adaptados a comer o que estiver disponível, tal como restos de resíduos orgânicos e rações de animais domésticos.

Figura 1. Exemplar de Columba Lívia. Fonte: Caça Brava, 2014.

Os casais, de comportamento monogâmico, tendem a nidificar próximo às fontes de alimento, de modo a economizar energia ao subir e descer para se alimentarem. Uma ninhada gera em média dois ovos, cujo período de incubação varia de 17 a 19 dias e, após o nascimento, o filhote permanece no ninho por cerca de 30 dias. Essa espécie tem expectativa de vida de três a quatro anos no meio urbano, podendo produzir até cinco gerações por ano.

As fezes dos pombos apresentam risco elevado à saúde humana, uma vez

(13)

que proporcionam o desenvolvimento de fungos patogênicos causadores de doenças graves como histoplasmose e criptococose. Além disso, as fezes são de caráter ácido, capazes de causar inúmeros inconvenientes, como danificar equipamentos, apodrecer forros de madeira e entupir calhas de drenagem.

3.1.1 Diagnóstico

Durante o levantamento da presença de pombos-domésticos, buscou-se por diagnosticar as possíveis fontes de alimentação e dessedentação, uma vez que esses são os principais fatores atrativos desses animais para que haja infestação.

Não foram identificados, durante as observações, atores humanos que alimentem os pombos, restando a alimentação natural (frutos, sementes, insetos) e os possíveis restos de alimentação humana (farelos e migalhas) e animal (rações) para o consumo dos pombos.

Como forma de dessedentação, os pombos utilizam de fontes de água natural (córregos e arroios) e de água acumulada em estruturas prediais ou em objetos distribuídos nas localidades. As Figuras 2 a 7 ilustram os principais pontos de infestação pela espécie Columba livia, demarcados em amarelo e vermelho, de acordo com os seguintes critérios:

 Amarelo: presença de 1 a 5 pombos parados nas estruturas prediais;

 Vermelho: constatação de 6 ou mais pombos parados nas estruturas prediais.

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Figura 2. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia nos setores 1, 2 e 3.

Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 3. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia no Setor 4. Fonte: Acervo do autor, 2019.

(15)

Figura 4. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columbia livia no Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH. Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 5. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columbia livia no Centro de Tecnologia.

Fonte: Acervo do autor, 2019.

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Figura 6. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia na Faculdade de Veterinária. Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 7. Demarcação dos pontos de infestação pelo pombo Columba livia no Departamento de Patrimônio. Fonte: Acervo do autor, 2019.

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Com base nas imagens e nos dados obtidos a partir do levantamento a campo, foi possível identificar 12 prédios que apresentaram infestação da espécie Columba livia no Campus do Vale da UFRGS. Logo, foi possível perceber que a presença dos animais é localizada em pontos específicos do Campus, possivelmente em locais de melhor incidência solar, com presença de fonte de alimento e que possibilite abrigo.

3.1.2 Medidas preventivas

Para prevenir o surgimento e infestação desses animais, é preciso adotar as seguintes medidas:

 Eliminação das fontes de alimentação e dessedentação utilizadas pelos animais;

 Limpeza frequente nas áreas no entorno dos prédios;

 Eliminação do acesso aos possíveis locais de nidificação, como estruturas internas de telhados, calhas e demais estruturas elevadas que possam servir de abrigo. Para isto, devem ser instaladas estruturas de afastamento, como redes, telas, fios, espículas, entre outras, de acordo com a necessidade do local;

 Vistoria, monitoramento e manutenção de estruturas de afastamento dos pombos.

A presença e o estado dessas estruturas foram observados no Levantamento de Fauna Sinantrópica do Campus do Vale e classificados como bom, regular ou ruim, de acordo com a capacidade da estrutura em afastar os pombos. Em certos lugares, foram avistados pombos do lado de dentro da rede de afastamento, sem conseguir sair (Figuras 8 a 10). A tabela apresentada a seguir reúne as informações sobre a integridade das redes e telas de proteção dos prédios nos quais foi identificada a presença de pombos.

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Tabela 1: Situação das estruturas de afastamento de pombos existentes nos prédios do Campus do Vale da UFRGS onde há presença desses animais.

Prédios com incidência de pombos N° de pombos Nº de ninhos Estado da estrutura

44302 5 0 Ausente

44301 18 0 Ausente

44204 0 1 Ausente

44206 1 0 Ausente

Prédio ao lado do CECOM 4 0 Ausente

43807 1 1 Ausente

43300 1 0 Ausente

43312 12 1 Ausente*

43311 5 0 Ausente

43321 4 2 Ausente*

43322 2 1 Bom

43324 4 0 Bom

43212 1 0 Ausente

43121 0 2 Ausente*

43124 1 0 Ausente

43126 0 1 Ausente*

43127 2 0 Ausente*

43131 e 43161 0 2 Ausente*

43134 e 43164 2 1 Ausente

43135 9 4 Ausente

43136 e 43165 3 0 Regular

43176 1 1 Bom

43411 1 0 Bom

43412 11 4 Bom

43427 10 3 Regular

43431 4 0 Bom

43435 3 0 Bom

43436 8 0 Ausente

43467 10 6 Ausente

42106, 42107, 42108 7 0 Ausente*

42102 e 42103 1 0 Ausente

Almoxarifado Ru 1 0 Ausente

43604 0 1 Ausente

43114 0 1 Ausente

*alguns lados do prédio possuem estrutura em estado bom.

Fonte: elaboração própria.

(19)

Figura 8. Nidificação de pombos sobre aparelho de ar condicionado. Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 9. Pombo preso do lado de dentro da rede. Fonte: Acervo do autor, 2019.

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Figura 10. Pombo preso do lado de dentro da rede. Fonte: Acervo do autor, 2019.

Contudo, para que sirvam como afastamento desses animais, é preciso que essas estruturas estejam íntegras e que seja realizada vistoria e manutenção periodicamente. Desta forma, faz-se necessário estabelecer medidas de manutenção, troca ou instalação de estruturas de afastamento dos animais.

3.1.3 Medidas corretivas

As medidas corretivas para infestação de pombos envolvem a retirada dos ninhos e ovos e limpeza dos locais onde já há nidificação, para posterior instalação de estrutura apropriada. A instalação e manutenção das estruturas de afastamento são essenciais para o manejo preventivo e corretivo. O manejo do pombo doméstico deve ser feito por equipe especializada e licenciada pela FEPAM.

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4 MASTOFAUNA

Em relação aos mamíferos considerados como sinantrópicos, os mais comumente encontrados no Campus do Vale da UFRGS são morcegos, roedores, cães e gatos. Alguns desses animais são indesejados, como os morcegos e os roedores. No entanto, os cães e os gatos são objeto de muita controvérsia entre a comunidade acadêmica, pois enquanto algumas pessoas defendem a eliminação de sua presença, há grupos de proteção e cuidado desses animais.

4.1 Morcegos

Os morcegos são animais silvestres que acabam por adentrar em prédios e estruturas urbanas e se reproduzir, podendo formar colônias. As espécies mais comumente encontradas em zonas urbanas se alimentam de insetos, frutos, flores e outras partes das plantas, mas também existem espécies hematófagas (cujo alimento é o sangue animal). A época de reprodução está ligada ao hábito alimentar, sendo que morcegos insetívoros se reproduzem nas estações mais quentes do ano, devido à oferta de alimentos em abundância. Espécies frugívoras se reproduzem de acordo com a oferta de frutos ao longo do ano. A gestação da fêmea é de geralmente apenas um filhote e pode variar de 2 a 7 meses, dependendo da espécie. Apresentam uma alta expectativa de vida, de 10 a 30 anos.

Figura 11. Adulto de morcego frugívoro. Fonte: Antinsect UniPrag, 2018.

Estes animais de hábito alimentar noturno costumam se abrigar em cavernas, troncos ocos de árvores, interiores de edificações, sótãos, porões e conjunto de ripas de telhados. Morcegos são, atualmente, os principais vetores do vírus da raiva e, suas fezes, além de odor forte, propiciam o desenvolvimento do fungo Histoplasma capsulatum, gerador da doença histoplasmose, então sua prevenção e controle são fundamentais

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para assegurar o compromisso com a saúde pública.

4.1.1 Diagnóstico

O diagnóstico de morcegos se dá ora pela percepção visual do estabelecimento de indivíduos em estruturas prediais ou do ambiente, ora pelo odor característico das fezes dos animais.

4.1.2 Medidas preventivas

Para evitar o estabelecimento de morcegos, é importante realizar as seguintes ações:

 Vistoria e monitoramento das estruturas prediais, com a finalidade de detectar frestas ou aberturas em telhados e juntas;

 Manutenção da poda das árvores do entorno para que permaneçam saudáveis e sem ocos, bem como com a copa aerada, evitando espaços escuros que possam servir de abrigo aos morcegos;

4.1.3 Medidas Corretivas

A principal medida corretiva desses animais consiste na instalação do “sistema escape-morcego”, que consiste numa passagem instalada nos pontos de entrada e saída de morcegos de uma edificação, que permite que os animais saiam, mas não consigam retornar. Após a saída de todos os animais, vedam-se todas as entradas com materiais definitivos.

4.2 Roedores

De uma maneira geral, a fauna de roedores sinantrópicos no Brasil é composta pelo camundongo (Mus musculus), o rato preto ou rato de telhado (Rattus rattus) e a ratazana (Rattus norvegicus). As três espécies tem origem estrangeira e provavelmente chegaram ao continente sul americano na época das grandes

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navegações. Embora cada espécie costume ocupar uma área, eventualmente pode- se encontrar duas ou até mesmo as três em um mesmo ambiente. Todas as três espécies são onívoras e consomem diariamente cerca de um décimo do seu peso em alimentos. Seus dentes crescem rapidamente e, para desgastá-los, os roedores roem objetos duros e resistentes.

4.2.1 Camundongo (Mus musculus)

É a menor das três espécies, com cerca de 10 cm de comprimento e 15 g de peso. Os camundongos vivem cerca de um ano, e com 68 dias já são considerados adultos. O período de gestação é de aproximadamente 20 dias e a ninhada comum gera entre quatro e oito filhotes. Em geral, estes roedores procriam de sete a oito vezes por ano. Dificilmente se abrigam a distâncias maiores do que nove metros da fonte de alimento e são frequentemente confundidos com filhotes de ratos ou ratazanas.

Figura 12. Adulto de Mus musculus. Fonte: Biotério Central – UFAM, 2018.

Para detectar a presença dessa espécie, é importante realizar observações noturnas, uma vez que a alimentação geralmente ocorre à noite. As fezes são pequenas, finas e com pontas afiladas, podendo ser confundidas com fezes de baratas.

4.2.2 Rato preto ou rato de telhado (Rattus rattus)

O rato preto apresenta tamanho médio a grande, chegando a 22 cm e 200 g

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de peso quando adulto. Tem a cauda maior do que o comprimento do corpo e orelhas longas sem pelos. Possui hábitos terrestres, mas apresenta grande habilidade para escalar, frequentando forros de casas e escalando paredes com facilidade. Vive cerca de um ano, atingindo a maturidade sexual entre o segundo e o terceiro mês de vida. O período de gestação médio é de 22 dias, parindo entre quatro e oito filhotes, com cinco a seis ninhadas por ano.

Figura 13. Adulto de Rattus rattus. Fonte: Vebi Istituto Biochimico, 2015.

Sendo uma espécie de hábito noturno, pode ser mais facilmente avistado à noite. Suas fezes têm formato de vareta e aproximadamente 12 mm. Essa espécie costuma fazer ninhos dentro de um raio de 50 metros das fontes de alimento.

4.2.3 Rato de esgoto ou ratazana (Rattus norvegicus)

A ratazana é a maior dentre as espécies de roedores sinantrópicos, chegando a medir 25 cm e pesar 300 gramas. Com hábitos noturnos, sedentários e agressivos, vivem nas áreas externas abrigando-se em tocas e galerias que cavam nas fundações de edifícios. Dificilmente nidificam a mais de 50 metros das fontes de alimento. Os indivíduos vivem em média um ano e atingem maturidade sexual entre o segundo e terceiro mês de vida. O período de gestação médio é de 22 dias, gerando entre oito e dez filhotes por ninhada, com frequência de quatro a cinco vezes ao ano.

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Figura 14. Adulto de Rattus norvegicus. Fonte: Vebi Istituto Biochimico, 2015.

Essa espécie possui a cauda menor do que o comprimento do corpo, as orelhas curtas e pouco pilosas e as patas posteriores apresentam membrana interdigital. As fezes são grandes, escuras e cilíndricas, com extremidades arredondadas.

4.2.4 Diagnóstico

A identificação da presença de roedores se dá pela presença de sinais no ambiente, como fezes, trilhas e caminhos com marcas de gordura, além da visualização do próprio rato adulto ou jovem. Essas características permitem que seja identificada a espécie presente, sendo importante para definir o manejo mais específico. No quadro 1 estão expostas as principais características com importância na identificação e diferenciação das espécies de roedores sinantrópicas.

Quadro 1: Principais características para diferenciação de roedores sinantrópicos.

Característica Mus musculus Rattus rattus Rattus novergicus Tamanho do

corpo 8 a 9 cm 16 a 21 cm 18 a 25 cm

Coloração Marrons ou em tons cinza Negro, tons de cinza

ou castanho. Marrons ou em tons cinza Tamanho da

cauda

do mesmo tamanho que o corpo

maior que o comprimento do corpo

menor que o comprimento do corpo

Orelhas Grandes e salientes Grandes e sem pelos Pequenas e arredondadas Olhos Pequenos e salientes Grandes e salientes Pequenos e não salientes

Fezes

pequenas, finas e com pontas afiladas, podendo

ser confundidas com fezes de baratas.

formato de vareta e aproximadamente 12

mm

grandes, escuras e cilíndricas, com

extremidades arredondadas.

Fonte: elaboração própria.

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4.2.5 Medidas preventivas

Para evitar o estabelecimento desses animais, as medidas a serem tomadas são:

 Limpeza rotineira das áreas externas e internas da UFRGS;

 Redução da oferta de alimentos, água e abrigo;

 Fechamento de frestas nas edificações;

 Acondicionamento e disposição adequada dos resíduos gerados, mantendo sempre os coletores e lixeiras tampados;

 Remoção e destinação adequada de entulhos e sucatas;

 Vistoria e manutenção de depósitos de água, vazamentos e água parada;

 Manutenção e limpeza de gramados e jardins;

 Fechamento de grelhas e ralos com telas metálicas;

 Fechamento de caixas de inspeção de esgoto, águas pluviais e de fiação elétrica que possam estar abertas ou quebradas;

 Rotina de monitoramento para avaliar a população de ratos.

4.2.6 Medidas corretivas

Se identificada uma ou mais espécies de roedores no ambiente, podem ser utilizadas medidas corretivas conforme consta abaixo:

 Instalação de ratoeiras;

 Manutenção de iscas de roedores pelos prédios;

 Instalação de armadilhas diversas;

 Uso de iscas parafinadas, granuladas e pó de contato;

4.3 Cachorros e gatos domésticos

Cães e gatos têm um antigo histórico de convivência com humanos, sendo animais de companhia que, comprovadamente, estabelecem uma relação de benefício mútuo entre si. Segundo Franco (2001), a interação do homem com o

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animal de estimação, mesmo se mostrando afetuosa, se caracteriza por uma relação de autoritarismo, visto que é o homem que decide sobre a liberdade do animal, quando quer dar carinho para ele, e se vai impedir a reprodução dele ou não, por meio da castração. Contudo, quando sem dono e cuidados, esses animais podem ser responsáveis pela transmissão de zoonoses, ambientes anti-higiênicos e podem apresentar comportamento agressivo ou ofensivo para os humanos.

4.3.1 Cachorro (Canis lupus familiaris)

Cachorros são animais mamíferos que vivem em média de 10 a 13 anos, classificados como carnívoros em sua ordem, porém apresentam hábito alimentar onívoro. O período de gestação varia de 58 a 68 dias, e a quantidade de filhotes depende da raça e do porte do animal, podendo chegar a 12 crias em animais de porte grande. Essas crias chegam à maturidade sexual em cerca de 6 meses.

Quando abandonados, procuram alimentos em lixeiras e em praças de alimentação, causando possíveis conflitos. Cachorros são possíveis vetores de zoonoses como a raiva e a leishmaniose.

Figura 15. Exemplar jovem de Canis lupus familiaris. Fonte: Adoropets, 2019.

Durante o levantamento a campo, foram registrados os pontos com presença de cachorros e/ou gatos. A seguir, as áreas do Campus do Vale ocupadas por cachorros são demarcadas em azul nos mapas (figuras 16 a 21). O critério para demarcação dessas áreas é a presença de ao menos 1 (um) cachorro circulando pelo local.

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Figura 16. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros nos setores 1, 2 e 3 do Campus do Vale. Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 17. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros no Setor 4. Fonte: Acervo do autor, 2019.

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Figura 18. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros no Centro de Tecnologia. Fonte:

Acervo do autor, 2019.

Figura 19. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros no CDPA. Fonte: Acervo do autor, 2019.

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Figura 20. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros na Faculdade de Agronomia.

Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 21. Demarcação dos pontos de concentração de cachorros na Faculdade de Agronomia Garagem do grupo Frota. Fonte: Acervo do autor, 2019.

Ao longo das observações, foi constatada a presença de cães soltos pelo Campus e cães sob os cuidados de moradores presentes no Campus, sendo que estes se encontravam cercados, sem contato com o meio externo, onde há

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circulação da população acadêmica. Sendo assim, apenas foram demarcadas as áreas onde os cães se encontravam livres para a circulação, oferecendo possíveis riscos aos demais habitantes.

A hipótese é de que esses animais advenham das redondezas do Campus, pois, uma vez que encontram alimentação, os cães passam a permanecer nesses locais. Dentro da Universidade, os cães recebem ração e restos de alimentos de alunos e funcionários, além de receberem, em muitos casos, casinhas de cachorro para seu abrigo. Pode-se observar que a alimentação oferecida aos cães serve de atrativo para outras espécies animais, como os pombos e possivelmente baratas e ratos, uma vez que fica disposta pelos corredores da Universidade por longos períodos até ser totalmente utilizada.

4.3.2 Gato (Felis silvestris catus)

Gatos são mamíferos carnívoros, que podem apresentar hábito alimentar onívoro. A gestação das fêmeas dura em média 60 dias, podendo gerar vários filhotes que entrarão em maturidade sexual aos 6 meses de vida. Essa espécie está relacionada com a transmissão de algumas doenças como toxoplasmose, esporotricose, raiva, entre outras.

Figura 22. Exemplar jovem de Felis silvestris catus. Fonte: Royal Canin, 2019.

O diagnóstico desses animais na área se dá pela percepção visual, pois são animais bem relacionados com os seres humanos e costumam interagir durante o dia. No Levantamento de Fauna Sinantrópica do Campus do Vale não foi observado nenhum indivíduo dessa espécie.

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4.3.3 Medidas preventivas

Para evitar a aparição e o estabelecimento de cães e gatos nas redondezas do Campus, deve-se conscientizar a população acadêmica a não alimentar animais nem deixar restos de comida em lugares inapropriados, bem como manter as lixeiras e dispensários de comida bem fechados. Contudo, uma vez que já existem cachorros e gatos estabelecidos no Campus, as medidas a serem tomadas para a estabilização dessas populações são:

 Identificação dos animais presentes nas dependências do campus através de coleiras contendo um número de identificação, o nome e número telefônico de um responsável;

 Elaboração de um cadastro com informações mais precisas sobre o animal, como nome, raça, idade, sexo, vacinação, condição reprodutiva, etc;

 Castração cirúrgica dos animais;

 Vacinação.

4.3.4. Medidas corretivas

A fim de evitar que novos cães e gatos passem a viver nas dependências do Campus, é necessário mudar a cultura da comunidade acadêmica. Desta forma, as medidas corretivas estão relacionadas à educação e mudanças de hábitos dos alunos, servidores e funcionário do Campus, tais como:

 Campanha de conscientização da comunidade acadêmica e seus funcionários sobre o risco oferecido pelos cachorros à saúde pública;

 Restringir o local de alimentação dos cães a uma zona isolada, a fim de evitar a atração de outros animais;

 Realização de testes epidemiológicos nos cães para acompanhamento da saúde dos mesmos.

Além das medidas preventivas e corretivas genéricas propostas, em 2015 foram instaladas 20 placas alertando sobre abandono de animais no Campus do Vale (figuras 23 e 24). O local de instalação das placas foi definido em virtude dos pontos de maior abandono de animais ao longo dos anos anteriores (figura 25). A

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instalação das placas foi motivada pelo abandono de animais domésticos, especialmente de cachorros nos meses de verão. As placas foram instaladas como medida preventiva para evitar novos abandonos.

Figura 23. Modelo de placa contra abandono de animais. Fonte: elaboração própria, 2019.

Figura 24. Placa contra abandono de animais instalada no Campus do Vale da UFRGS. Fonte:

elaboração própria, 2019.

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Figura 25. Locais de instalação das vinte placas contra abandono de animais no Campus do Vale da UFRGS. Fonte: elaboração própria, 2019.

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5 ENTOMOFAUNA

Os insetos pertencem ao reino Animalia, classe Insecta. Possuem como principais características o corpo dividido em três partes (cabeça, tórax e abdômen), três pares de pernas articuladas presas inseridas no tórax, olhos compostos, duas antenas e exoesqueleto quitinoso.

A presença de insetos em ambientes urbanos é devida principalmente a oferta de alimentos que encontram próximo aos seres humanos. Podem possuir hábitos alimentares fitófagos (alimentam-se de diferentes partes das plantas), onívoros ou predadores, que comem outros insetos e animais pequenos. Dessa forma, estão presentes em praticamente todos os ecossistemas terrestres.

Os insetos de maior importância como fauna sinantrópica pertencem às ordens Blattodea (baratas), Diptera (moscas e mosquitos), Siphonaptera (pulgas), Phthiraptera (piolhos), Isoptera (cupins), Hymenoptera (formigas, abelhas e vespas) e Thysanura (traças). Esses insetos e suas alternativas de controle preventivo e corretivo serão mais detalhados neste item.

5.1 Baratas

Baratas pertencem à ordem Blattodea, e as duas famílias de maior importância como pragas são Blattidae e Blattellidae. As baratas sinantrópicas podem ser vetores de diversos organismos patogênicos, como vírus, bactérias, protozoários, fungos e ovos de helmintos.

5.1.1 Blatella germanica

A baratinha ou barata-germânica (Blatella germanica) pertence à família Blattellidae, sendo doméstica e cosmopolita. A espécie é originária da região sul da Ásia e possui pequeno tamanho (10–15 mm), coloração castanho-clara, com duas faixas longitudinais escuras no pronoto (primeiro esclerito do prototórax). Das baratas que são consideradas pragas domésticas, a barata-germânica é um dos

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casos mais preocupantes. Possuí um par de asas, e embora não possa voar, costuma agitá-las quando se sente ameaçada.

Figura 26. Exemplar de Blatella germânica. Fonte: Dedettiza – Controle de pragas, 2016.

Os indivíduos de B. germânica vivem em média 9 meses. As ninfas têm mais chances de sobrevivência que as de outras espécies, pois a fêmea carrega a ooteca durante toda a incubação, protegendo-a até a eclosão. A espécie possui o maior número de descendentes (de 30 a 40 por ooteca, com média de cinco oviposições durante a vida), com curto período de incubação até a eclosão. Do ovo ao adulto são, em média, 103 dias (a 25ºC).

Essa espécie normalmente ocupa construções humanas, mas seu habitat é particularmente associado a restaurantes, locais de processamento de alimentos e hotéis. Em climas frios, pode ser encontrada em locais com aquecedores, pois não sobrevive a baixas temperaturas. Embora noturna, pode aparecer ocasionalmente de dia, especialmente se a população da espécie tiver sofrido algum distúrbio.

Quando ameaçada a espécie emite um odor desagradável e agita as asas.

A barata-germânica é onívora e detritívora. São particularmente atraídas por carne, amido, açúcar e alimentos gordurosos. Quando a comida é escassa, podem se alimentar de coisas encontradas em casa, tais como sabão, colas e pasta de dente. Em situações extremas podem ter comportamento canibal.

5.1.2 Periplaneta americana

Também conhecida como barata-dos-esgotos, barata americana, barata voadora ou barata doméstica, pertence à família Blattidae. Mede de 34 a 55 mm de comprimento e apresenta uma coloração avermelhada, com variação na coloração

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de padrões claros e escuros no pronoto.

Figura 27. Exemplar de Periplaneta americana. Fonte: Bugguide, 2010.

Os indivíduos de P. americana vivem de 2 a 3 anos. Ovipositam de 10 a 20 vezes durante sua vida, colocando entre 12 a 20 ovos em cada ooteca. Esses insetos geralmente depositam suas ootecas em locais escondidos e próximos a fontes de alimentos, como rodapés, ralos, rachaduras, frestas e caixas de gordura. A faixa ótima para a reprodução desses insetos está entre 20 e 24ºC. Esse inseto frequenta latrinas, fossas, esgotos e cadáveres de animais, onde pode adquirir agentes causadores de doenças ao homem e aos animais domésticos.

5.1.3 Diagnóstico

O diagnóstico dessas espécies se dá pela percepção da presença de sinais no ambiente, como fezes, ootecas e do próprio inseto adulto ou imaturo. Essas características permitem que seja identificada a espécie presente, sendo importante para definir o manejo mais específico. No quadro 2 estão expostas as principais características com importância na identificação e diferenciação das espécies de barata sinantrópicas.

Quadro 2: Principais características para diferenciação das espécies de barata sinantrópica.

Característica Blatella germanica Periplaneta americana

Tamanho (adulto) 10 a 15 mm 34 a 55 mm

Coloração castanho-clara avermelhada

Pronoto Apresenta duas faixas

longitudinais escuras

variação na coloração de padrões claros e escuros Ooteca fêmeas carregam até eclosão

dos ovos ootecas soltas no ambiente Fonte: elaboração própria.

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5.1.4 Medidas Preventivas

As medidas preventivas quanto ao aparecimento e estabelecimento desta espécie são as seguintes:

 Manter os ambientes da UFRGS (internos e externos) limpos, atentando-se aos locais onde há maior acúmulo de gordura, como pias, fogões, bancadas, equipamentos eletrônicos, coifas e exaustores;

 Inspeção de entrada de mercadorias e produtos;

 Remoção de fontes de alimentos (remoção de restos de comida, proteção de alimentos, limpeza de latas e garrafas antes do descarte e esvaziamento diário de latas de lixo);

 Manutenção de fendas e rachaduras que sirvam de abrigo em paredes, rodapés e pias, assim como em instalações elétricas;

 Vedação correta de redes pluviais e de esgoto.

5.1.5 Medidas Corretivas

Caso seja verificada a presença de sinais de baratas, as seguintes medidas corretivas poderão ser tomadas, dependendo de cada caso:

 Aplicação de iscas em gel: abrange pontos que geralmente são descobertos pelas pulverizações convencionais, fazendo com que a própria barata busque o produto. O efeito de transferência secundário e terciário amplia a ação do produto para outros adultos e ninfas;

 Aplicação localizada: pulverizações realizadas com produtos não desalojantes e de forma localizada, sem dispersar baratas pelo ambiente. Podem ser utilizados concomitantemente com aplicação de isca em gel;

 Pulverização residual: forma uma barreira química em perímetro, com efeito residual, para manutenção do ambiente por tempo prolongado, reduzindo o número de reaplicações e diminuindo o custo operacional do tratamento.

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5.2. Mosquitos

Pertencentes à ordem Diptera, família Culicidae, estes insetos são de grande importância na gestão da saúde pública por serem, frequentemente, vetores de uma série de doenças. Em geral, os indivíduos machos nutrem-se da seiva de plantas e somente as fêmeas possuem hábito hematófago, porque necessitam de sangue para a maturação dos ovos. A disponibilidade de água é uma questão fundamental no processo reprodutivo, pois afeta a velocidade do ciclo e o número de descendentes na prole. O desenvolvimento dos mosquitos pode ser dividido em duas fases distintas: dependentes de água (ovo, larva e pupa) e aérea (adultos) (NASCIMENTO, 2017).

5.2.1. Aedes aegypti

Possui coloração escura com listras brancas no tórax, é antropofílica e altamente adaptada a ambientes urbanos. No Brasil, seu controle recebe destaque por ser vetor do vírus da dengue, febre amarela, febre zica e chikungunya.

Figura 28. Adulto de Aedes aegypti. Fonte: Prefeitura Municipal de Canoinhas, 2018.

As fêmeas fazem a postura dos ovos em água limpa e parada (entre folhas de bromélias, pratinhos de plantas, latas, pneus e outros matérias capazes de acumular água de chuva, havendo preferência por superfícies escuras, de modo a camuflar os ovos de cor preta), nas paredes internas dos depósitos, juntos à superfície da água.

Após as fases de larva (que varia segundo a temperatura, disponibilidade de

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alimento e densidade de larvas no criadouro) e pupa (que dura de dois a três dias), os adultos emergem e já podem se reproduzir 24 horas após a metamorfose (NASCIMENTO, 2017).

5.2.2. Culex sp.

A oviposição é realizada em recipientes que contenham água limpa ou poluída, dentro ou fora das edificações. Os ovos são depositados sobre a água de maneira aglutinada, de modo a formar uma minúscula jangada. De dois a quatro dias após a ovipostura, há a eclosão. A larva apresenta sifão respiratório e se mantém oblíqua à superfície da água. O desenvolvimento larval pode durar de dez a vinte dias. Após esse período surge a pupa, que dentro de um a três dias dá origem ao inseto adulto. O Culex é um mosquito pequeno que tem cor de palha. Suas asas não têm manchas e o seu dorso é pardo-escuro com escamas amarelas.

Figura 29. Adulto de Culex sp.. Fonte: Calila Notícias, 2016.

As fêmeas são hematófagas e há muitas espécies antropofílicas. Elas permanecem em repouso durante o dia e começam sua atividade ao crepúsculo.

Durante o pouso, o inseto mantém o corpo paralelo à superfície, e a cabeça em ângulo reto. Apresenta várias espécies que buscam casas como local de abrigo habitual, como o Culex quinquefasciatus. Ele possui grande capacidade de voo, podendo percorrer vários quilômetros de distância. (UFRGS, 2019) Esse gênero é responsável pela transmissão de doenças como filarioses, encefalites e elefantíase.

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5.2.3. Diagnóstico

O diagnóstico se dá pela percepção da presença desse inseto no ambiente, bem como pela busca por larvas em locais com água acumulada. No Campus do Vale não foi realizada a instalação de armadilhas específicas para essa espécie, de modo que os registros de ocorrência são baseados nas informações prestadas pela comunidade acadêmica.

Assim como com o Aedes aegypti, a presença do Culex sp.. é constatada pela percepção do inseto no ambiente e pela busca por larvas em locais de água parada. No quadro 3 estão expostas as principais características com importância na identificação e diferenciação das espécies de mosquitos sinantrópicos.

Quadro 3: Principais características para diferenciação das espécies de mosquitos sinantrópicos.

Característica Aedes aegypti Culex spp.

Hábitos Diurno Noturno

Coloração Escuro, com listras brancas Marrom

Criadouros Água menos suja Águas poluídas

Tamanho 4 a 6 mm 4 a 10 mm

Ovos Individuais Juntos (em forma de jangada)

Fonte: elaboração própria.

5.2.4. Medidas Preventivas

Para prevenir a reprodução do mosquito, é preciso realizar ações que exterminem com os possíveis criadouros das larvas. As medidas preventivas são as mais eficazes, e consistem em:

 Eliminar quaisquer fontes de água parada;

 Manter reservatórios de água bem fechados;

 Manejar objetos do ambiente para que não acumulem água quando chover.

A Prefeitura Universitária é responsável pela manutenção das áreas externas do Campus, logo, são realizadas ações periódicas de manutenção da vegetação e de recolhimento de resíduos sólidos. Essas ações visam diminuir os possíveis focos de acúmulo de água. No entanto, a colaboração da comunidade acadêmica é

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essencial, pois mesmo o acúmulo de água dentro dos espaços construídos pode permitir a reprodução do A. aegypti.

5.2.5. Medidas Corretivas

Já é evidente que o uso exacerbado e indiscriminado de inseticidas no combate aos mosquitos levou à seleção natural de insetos e, consequentemente, ao aparecimento de gerações resistentes e à crescente poluição ambiental, portanto, as medidas a serem tomadas quando duma infestação de mosquitos são:

 Instalação de sistema de drenagem ou enxugamento do solo em ambientes onde ocorre muito acúmulo de água;

 Instalação de barreira física, como telas com fios homogêneos de 0,3 mm de diâmetro e malhas de forma quadrada em aberturas de instalações (janelas, por exemplo), para evitar a entrada dos mosquitos; e

 Inspeção e limpeza periódica das telas com jatos de ar, preferivelmente, ou com escova macia, tendo cuidado para não danificá-las;

 Uso de ovitrampas, armadilhas para coleta e combate de larvas dos mosquitos;

 Uso de armadilhas luminosas para atração e captura dos mosquitos;

 Uso de repelentes em áreas de grande infestação.

5.3. Moscas

Em geral, as moscas pertencem à ordem Diptera, subordem Brachycera, família Muscidae. São insetos cosmopolitas com grande capacidade de adaptação, podendo ocupar diversos nichos e habitats. No Brasil, a espécie sinantrópica mais comum é a Musca domestica.

As fêmeas da espécie Musca domestica realizam a oviposição sobre matéria orgânica fermentável, como lixo e fezes. Os ovos são brancos, alongados e medem menos de um mm. A eclosão ocorre de oito a 24 horas após a postura. Assim que nasce, a larva começa a se alimentar do substrato, sofrendo duas ecdises (mudas).

Após, aproximadamente, cinco dias, a larva abandona o substrato de

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desenvolvimento e se enterra no solo para empupar. Se o clima for quente, o adulto estará formado em quatro ou cinco dias. O ciclo completo dura em média de 10 a 14 dias. Nas estações frias, o período do ciclo completo pode prolongar-se por várias semanas, já que o desenvolvimento do inseto é influenciado pela temperatura.

Figura 30. Adulto de Musca domestica. Fonte: IdentifyUS, 2019.

A Musca domestica apresenta coloração acinzentada, com quatro faixas longitudinais negras no mesotono. Ela possui o abdome de coloração creme ou amarelada e uma faixa mediana longitudinal dorsal negra. Apresenta grande capacidade de voo e tem hábitos diurnos, sendo que sempre procura locais bem iluminados e quentes.

O inseto é atraído tanto pelo lixo e esterco como pelo leite, substâncias açucaradas, frutas e outros alimentos humanos. O transporte de agentes patogênicos é favorecido pelas características das peças bucais e das extremidades das pernas do inseto. Outro fato que facilita a veiculação de patógenos pelo inseto adulto é a inconstância em se estabelecer num local definido, mudando rapidamente de locais com a presença da matéria orgânica em decomposição (lixo, saídas de esgoto, aterros sanitários, etc.) para o interior das residências, onde podem estar expostos alimentos e objetos. Outro mecanismo conhecido de veiculação de patógenos é a regurgitação alimentar.

5.1.6 Diagnóstico

A presença desse inseto pode ser verificada tanto pela constatação de indivíduos adultos em voo ou pousados, bem como pela presença de larvas em resíduos orgânicos, como restos de alimentos e fezes de animais. As características

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principais desse inseto para identificação estão expostas no item acima.

5.1.7 Medidas Preventivas

As medidas preventivas quanto ao aparecimento e estabelecimento desta espécie são as seguintes:

 Manter alimentos armazenados em recipientes fechados;

 Descartar restos alimentares, fezes de animais e qualquer outro tipo de lixo em recipientes e locais adequados;

 Promover a limpeza diária de locais de refeição e preparo de alimentos;

 Colocar telas, portas e instalar cortinas de vento nas aberturas dos prédios;

 Manter higiene e limpeza em instalações com animais;

 Desobstruir valas que retenham resíduos orgânicos e sirvam de atrativo para a proliferação das moscas.

5.1.8 Medidas Corretivas

Caso seja verificada a presença desta espécie, as seguintes medidas corretivas poderão ser tomadas:

 Pulverizações residuais da superfície;

 Utilização de iscas tóxicas;

 Utilização de armadilhas físicas (como luz UV).

5.4. Pulgas

As pulgas são insetos ectoparasitas hematófagos achatados lateralmente, sem asas, pertencentes à ordem Siphonaptera, família Pulicidae. Estes insetos podem ser vistos a olho nu, possuindo de 2 a 4 mm de comprimento, e não demonstram claramente as delimitações normais entre as partes do corpo (cabeça, tórax e abdômen) como a maioria dos insetos. Esse animal possui o terceiro par de pernas do tipo saltatorial, adaptado ao salto. Apresentam aparelho bucal picador- sugador, sugando sangue do hospedeiro de 2 a 3 vezes ao dia, podendo suportar jejum prolongado.

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Pulgas adultas são, normalmente, de coloração entre o marrom escuro e médio, geralmente encontradas em animais domésticos, porém também podem infestar pequenos animais selvagens e até humanos. São holometábolos, sofrendo metamorfose completa durante seu desenvolvimento (ovo, larva, pupa e adulto).

Vivem por aproximadamente 200 dias. As principais espécies de pulgas do gênero Ctenocephalides são as infestantes dos cachorros e gatos domésticos. A picada das pulgas no homem pode produzir dermatite em pessoas susceptíveis, desenvolvendo-se na pele lesão eritematosa e edemaciada, às vezes com formação de nódulo endurecido ou pústula.

Assim que se alimentam do sangue do hospedeiro, as pulgas depositam de 20 a 50 ovos que podem ficar aderidos ao corpo do animal ou cair no chão. Após dois a 14 dias, dos ovos eclodem as larvas, que se alimentam de material orgânico que pode ser fezes e sangue das pulgas adultas, ou resíduos de pele dos animais que estão no ambiente. Após a fase larval, que dura de 5 a 12 dias, ocorre o empupamento, fase na qual ocorre a transformação das larvas em pulgas adultas, que dura de 7 a 14 dias em condições favoráveis (habitando um hospedeiro), mas podendo durar meses. Portanto, as pupas são caracterizadas como estruturas de resistência, já que os inseticidas possuem baixa eficiência nessa fase de vida do inseto.

Figura 31. Ctenocephalides canis, pulga canina. Fonte: BioLib, 2012.

Esse gênero é hospedeiro intermediário da tênia Dipylidium caninum, sendo que C. canis também é hospedeiro intermediário de Hymenolepis nana e Hymenolepis diminuta, parasitas com potencial de causar infecção em humanos, podendo até levar a morte em casos graves. A peste, doença causada pela bactéria Yersinia pestis, também pode ser transmitida através da picada da

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pulga, porém o RS não se classifica como área de risco.

5.4.1. Diagnóstico

O diagnóstico desses parasitas se dá, geralmente, pela percepção de incômodos e coceiras nos animais, seguidos pela catação manual para confirmação da presença das pulgas. Em casos de altas infestações, os indivíduos podem também serem encontrados no ambiente, atacando, inclusive, pessoas.

5.4.2. Medidas Preventivas

Geralmente, as medidas de controle só são tomadas uma vez que identificada a presença das pulgas e, diferentemente do que se acredita, manter os ambientes higienizados não garante a prevenção contra esse inseto, pois produtos habituais de limpeza não combatem pulgas em nenhuma de suas fases de vida. A prevenção se dá pelo evitamento de contato com animais infestados, bem como desinsetizações de rotina.

5.4.3. Medidas Corretivas

O controle deve ser feito através da desinfestação dos animais, aplicando- lhes periodicamente produtos apropriados, bem como em seus lugares de permanência.

5.5. Piolhos

Piolhos são insetos da Ordem Phthiraptera que, dependendo da subordem, podem infestar mamíferos ou aves. Dos gêneros mais importantes, destacam-se Pediculus e Phthirus, pertencentes às famílias Pediculidae e Pthiridae, respectivamente, que infestam humanos e são importantes vetores de doenças como o tifo, febre recorrente e febre da trincheira, enquanto que as subordens Amblycera e Ischnocera são as principais responsáveis pelas infestações em aves e cães, com potencial de transmitir cisticercose.

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Figura 32. Representação de piolho adulto. Fonte: Escola Kids, 2019.

Os piolhos variam de 0,3 a 8 milímetros de comprimento, têm corpo esclerosado, achatado dorsoventralmente, cobertos de cerdas voltadas para trás, com coloração do corpo variando de bege claro a cinza escuro, podendo ficar mais escuros após se alimentarem. Não possuem asas, e seu aparelho bucal pode ser do tipo picador sugador ou mastigador. São insetos hemimetábolos, ou seja, possuem 3 fases em seu ciclo de vida: ovo, ninfa e adulta. Os ovos, também chamados de lêndeas, são incubados pelo calor do corpo humano e eclodem em 8 a 10 dias, em geral. A ninfa deixa o ovo e passa por três estágios até se tornar adulta (entre 9 a 12 dias). Depois de cerca de 2 dias após se tornar adulta, a fêmea já pode se reproduzir, por reprodução sexuada.

5.5.1. Diagnóstico

Em animais, pode-se observar aparência quebradiça dos pelos ou penas, a própria presença de piolhos ou de seus ovos, e sintomas como coceira ou, em alguns casos, perda de apetite.

5.5.2. Medidas Preventivas

Os piolhos, por não terem asas nem pernas adaptadas ao salto, só se deslocam andando. Portanto, para prevenir uma infestação, deve-se evitar o contato direto e o confinamento de animais infestados, bem como o compartilhamento de utensílios utilizados entre eles, como escovas e roupas.

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5.5.3. Medidas Corretivas

Quando detectada a presença de piolhos, é possível fazer o controle com inseticidas apropriados, sempre com receituário veterinário e seguindo as orientações do fabricante.

5.6. Cupins

Os cupins são insetos sociais pertencentes à ordem Isoptera, geralmente subterrâneos, que vivem em colônia, e constituem um dos grupos de invertebrados dominantes em ambientes terrestres tropicais. A reprodução se dá no interior da colônia através do casal real, que tem a única função de produzir ovos. O restante da população da colônia é dividido em cupins operários e soldados.

O papel ecológico dos cupins no ambiente é primordial, visto que desempenham o papel de consumidores primários e/ou decompositores nos ecossistemas naturais. Uma grande diversidade de material orgânico, em vários estágios de decomposição, pode servir de alimento para os cupins, incluindo madeira (viva ou morta), gramíneas, plantas herbáceas, serrapilheira, fungos, ninhos construídos por outras espécies de cupins, excrementos e carcaças de animais, liquens e até mesmo húmus. Contudo, os cupins de madeira seca, quando infestam móveis, postes ou outras estruturas de madeira, podem causar incômodos e prejuízos (LIMA, Juliana Toledo, 2007).

A família Kalotermitidae é a principal no que diz respeito à danificação de mobílias e madeiras de construção civil em geral. A espécie que causa maior prejuízo financeiro é Cryptotermes brevis (Figura 33).

Referências

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