Montesquieu (1689-1755) e a relação entre poderes
Sérgio Praça pracaerp.wordpress.com sergiopraca0@gmail.com
Temas da aula
• 1) “O Espírito das Leis”: tipos de governo e a moderação da monarquia inglesa
• 2) Separação de poderes no Brasil
1) “O Espírito das Leis” e os tipos de governo
• i) Montesquieu explica as diferenças entre tipos de governo – despotismo, república, monarquia constitucional
• ii) Explica como pequenas cidades-Estado, inspiradas em Roma e Grécia, nãopodem se juntar para formar uma república moderna
• Iii) Defende a monarquia constitucional inglesa como o melhor tipo de governo
1) “O Espírito das Leis” e os tipos de governo
• Tenta compreender, em primeiro lugar, as razões da decadência das monarquias e os conflitos que minaram sua estabilidade, mas
também os mecanismos que garantiram sua estabilidade por tantos séculos – e que Montesquieu identifica na noção de moderação
• Assim como Maquiavel, Montesquieu procurou entender a estabilidade dos governos
• Despotismo (ou monarquia sem controle)
• Não há leis fixas nem poderes intermediários. Não há poder que contrarie o poder, como a nobreza contraria o rei e este a nobreza.
• Todos os cidadãos são iguais, unidos pelo medo do déspota
• Este tipo de governo leva, necessariamente, à desagregação ou às rebeliões
1) “O Espírito das Leis” e os tipos de governo
• República
• O princípio deste governo é a virtude: capacidade de colocar o bem público acima de tudo. A existência da república depende da existência de
republicanos. Portanto, é um regime frágil, garantido apenas pela virtude dos homens.
• Em todo povo existem homens virtuosos, capazes de colocar o bem público acima do bem próprio, mas as circunstâncias nem sempre ajudam.
1) “O Espírito das Leis” e os tipos de governo
• República
• Não tem, assim, princípio de moderação. Depende que os próprios homens contenham seus apetites – e os dos outros
1) “O Espírito das Leis” e os tipos de governo
• Monarquia (constitucional)
• É garantida por instituições. O exemplo em que Montesquieu se inspira é o inglês. Nele, a nobreza ocupa o poder Executivo e a burguesia/povo ocupa o poder Legislativo.
• Instituições contêm os impulsos da autoridade executiva e os apetites dos poderes intermediários. Poder está dividido!
• Não é que cada poder faz sua coisa independentemente dos outros dois poderes, mas que um poder seja capaz de contrariar o outro!
• É preciso que a classe nobre, de um lado, e a classe
popular/burguesa, de outro, tenham poderes independentes e capazes de se contrapor
• A estabilidade do regime ideal está em que a correlação entre as forças reais da sociedade possa se expressar também nas instituições políticas
2) Separação de poderes no Brasil
• Exemplos
• Decreto de Dilma Rousseff sobre participação popular e a reação do Legislativo
• Judicialização do acesso à saúde
2) Separação de poderes no Brasil
• Judiciário: contrapeso aos outros poderes governamentais, provendo garantias para a separação entre os poderes e para a proteção das minorias
• No entanto, o Judiciário é inerentemente passivo e precisa ser acionado por atores externos para que tenha qualquer efeito.
• Por isso, o grau com que o Judiciário é invocado para servir como árbitro nos conflitos entre os atores políticos depende não apenas da força dos tribunais, mas também, de forma mais abrangente, dos padrões da disputa política.
Referências
• Albuquerque, José Augusto Guilhon. “Montesquieu: sociedade e poder”, in Weffort, Francisco. (org.) Os clássicos da política, v. 1. São Paulo, Ed. Ática, 2005, p. 111-120.
• Taylor, Matthew. “O Judiciário e as políticas públicas no Brasil”, Dados, v. 50, n. 2, 2007, p. 229-257.